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COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR

INSTITUTO DE RADIOPROTEÇÃO E DOSIMETRIA


CENTRO REGIONAL DE ENSINO E TREINAMENTO PROF. LUIZ TAUHATA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA


E SEGURANÇA DE FONTES RADIOATIVAS

MÓDULO: 8. EXPOSIÇÕES MÉDICAS

TÍTULO: 8.1.VISITA AO DEPARTAMENTO DE RADIODIAGNÓSTICO

AUTOR: Simone Kodlulovich, Fernando Mecca

INTRODUÇÃO

Local: Departamento de Radiologia do Instituto Nacional do Câncer (INCA):


demonstração de procedimentos e especificações das informações a serem
registradas.

Um hospital que utiliza técnicas radiológicas, tanto para diagnóstico como para
terapia, tem uma série de departamentos bem definidos, e especialistas em áreas
específicas. O hospital tem um departamento de ambulatório, onde um paciente é
inicialmente examinado por um especialista e então é encaminhado ao departamento
específico, por exemplo, radiologia, dependendo da ação a ser tomada. Nesta visita
técnica, os detalhes desse departamento, procedimentos realizados e precauções de
segurança tomadas, relacionadas ao paciente e aos trabalhadores, serão discutidos.

OBJETIVO

O objetivo desta visita é entender o funcionamento do departamento de radiologia


de um hospital, em relação aos procedimentos, os sistemas utilizados e precauções
de segurança.

VISITA

A radiologia diagnóstica deve produzir uma boa imagem da parte do corpo com o
máximo possível de informações, mantendo a exposição do paciente ao valor mínimo.
Inclui radiografia, fluoroscopia e tomografia computadorizada (TC).

MATERIAIS

Máquina de raios-X com provisões para o tamanho do ponto focal e filtração de


feixe, e instalações de processamento de filmes.

PROCEDIMENTO

Os procedimentos de diagnóstico de raios-X incluem radiografia, fluoroscopia e


CT. Na radiografia, a imagem da parte do corpo exposta é obtida em um filme
radiográfico.
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Diagnóstico por raios-X

As etapas envolvidas em procedimentos de raios-X diagnóstico são:

· O Tubo de raios-X é posicionado sobre a parte a ser radiografada.


· A distância alvo-filme é definida de modo a se obter uma boa imagem com
exposição mínima do órgão.
· O tamanho de campo é escolhido de forma que apenas a área de interesse clínico
seja exposta. Isto pode ser conseguido ajustando a abertura utilizando um feixe de luz.
· Os parâmetros de exposição (kV, mAs) para um exame em particular são
selecionados em seguida. Isso vai depender da parte e espessura do corpo do
paciente.

Se os parâmetros corretos não são escolhidos, as radiografias podem ter que ser
repetidas, levando a uma exposição adicional para o paciente, bem como para o
trabalhador. Instruções necessárias são fornecidas ao paciente para não se mover e
prender a respiração, de forma a evitar a desfocagem da imagem.

Fluoroscopia

A Fluoroscopia é também muito utilizada porque o radiologista pode ver


instantaneamente a imagem e não necessita de um filme de alto custo. Neste
procedimento, os raios-X passam pelo paciente sendo recolhidos em uma superfície
de vidro coberta por sulfato de cádmio-zinco e prata ativada que emite luz, tornando a
imagem visível. A qualidade da imagem em fluoroscopia direta não é boa. Com um
intensificador de imagem, a imagem de má qualidade pode ser intensificada muitas
vezes e pode ser visualizada em uma tela de TV. Isso reduz a dose significativamente
para o paciente. Recomenda-se que para um procedimento especial que requer maior
tempo de fluoroscopia, só intensificadores de imagem devem ser usados.

Em fluoroscopia, o paciente é posicionado em cima da maca e o tubo de raios-x é


posicionado abaixo da maca. A parte do corpo a ser exposta e a espessura do corpo
do paciente irá determinar o kV. Na fluoroscopia convencional, a sala de raios-X deve
ser adequadamente escurecida e o radiologista deve adaptar seus olhos para a
escuridão antes de iniciar o procedimento. Com intensificador de imagem, não há
necessidade de escurecimento da sala e adaptação dos olhos. Aqui também a área de
exposição deve ser limitada à área de interesse clínico. O tamanho do campo deve ser
restrito com a tela fluoroscópica e abertura e, em caso algum, exceder o tamanho da
tela/abertura.

Tomografia Computadorizada

A tomografia computadorizada (CT) facilita a construção tridimensional da imagem


de varredura do órgão através de finas fatias transversais. Isso ajuda na visualização
de órgãos sobrepostos e lesões. Assim, a CT é indispensável no diagnóstico de
doenças do cérebro, tórax, abdômen, etc. Neste procedimento, múltiplos feixes de
raios-X varrem o corpo do paciente. Dessa forma, a dose recebida para o paciente é
muito alta comparada aos outros procedimentos. Portanto, a CT é recomendada
somente quando outros procedimentos não fornecem as informações necessárias.
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Observação: Registros
Data do Exame:

Identificação Nome Tipo de kV mAs N º da Tamanho do


Nº da paciente Exame exposição campo

RELATO APÓS VISITA

Um hospital com práticas de diagnóstico e tratamento de várias doenças que


utilize radiação possui a radiologia, a medicina nuclear e a radioterapia como
principais departamentos. Cada departamento utiliza equipamentos especiais e uma
série de fontes de radiação que podem ser abertas (não seladas) ou fechadas
(seladas) em gabinetes blindados. As equipes responsáveis pelos diversos
procedimentos e acompanhamento após os procedimentos e, também, a enfermagem,
é bem qualificada e está ciente dos perigos da radiação, tanto para o paciente quanto
para si mesmos. Mesmo assim, devem ser treinados em equipamentos mais novos e
atualização de procedimentos a intervalos regulares. O hospital, invariavelmente, tem
um SPR ou um físico médico para auxiliar os médicos na busca de informações
referentes aos procedimentos como duração da exposição, fatores da técncia, etc. O
hospital deve sempre ter um plano bem definido para lidar com situações de
emergência, relacionadas com a máquina, o paciente ou membros da equipe.

RESULTADOS

A familiaridade com os diferentes departamentos de um hospital e conhecimento


dos vários procedimentos realizados com radiações para fins de diagnóstico e terapia
foi alcançado.

PERGUNTAS

1. Qual é a diferença entre radiografia e fluoroscopia?


2. O que é intensificador de imagem e como este reduz a dose para o paciente em
fluoroscopia?
3. O que é a CT e porque é a última escolha em radiologia diagnóstica?

REFERÊNCIAS

1. International Basic Safety Standards, SS-115, IAEA, Vienna, 1996.


2. Summary of the current ICRP principles for protection of patient in diagnostic
radiology. A report by committee 3 of the ICRP, 1982.
3. ICRP publication No. 60 (1990).
4. Radionuclides in medicine and research, in radiation safety for unsealed sources, N.
Ramamoorthy and P. Saraswathy, Himalaya Publishing House(1999)
5. Summary of the current ICRP principles for protection of patient in nuclear medicine
(1993).
6. Text book of nuclear medicine-basic science, A.F.G. Rocha, J.C.Harbert, (1978).
7. In diagnostic imaging: Quality assurance, M.M.Rehani, Jaypee medical publisher,
New Delhi, pp. 268 (1995).

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