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SEBENTA CONTROLO DE QUALIDADE- PROFESSORA JOANA SANTOS

Sebenta Controlo Qualidade em IMR- prof Joana

• Otimização? Possui diversas etapas; lei defende que se deve expor o doente ao mínimo
possível de radiação.
• Processo otimização? 1º avaliação de equipamento fundamental para controlo de
qualidade; 2º prática diária que inclui os princípios básicos de proteção, como por exemplo
o princípio de justificação clínica.
• Princípio de justificação clínica? Hoje em dia já não se usa o termo clínica, contudo faz
sentido o seu uso pois é o medico que faz a prescrição e trata-se de um ato clínico. Cabe-
nos a nós ajudar o médico que faz a prescrição a justificar sempre o porquê da realização do
exame. justificação também se pode chamar de referenciação!
ICRP- 1º a falar de justificação (comissão internacional de proteção radiológica)
EURATOM- 1º em 2013 e depois em abril de 2019 através do decreto-lei 108-2018. Possui
diretivas comunitárias que se baseiam nos princípios de proteção radiológica.
• Guidelines para a justificação:
ACR- american college of radiology;
Gratuita, mas tem a desvantagem de ser americana e não gratuita.
RCR- royal college of radiology;
Paga, mas tem como vantagens ter aplicação e ser europeia.
ESR- european society of radiology.
Paga, mas tem a vantagem de ser a mais útil e fácil de usar para trabalho.

• Princípio fundamental para cada


exame/procedimento:
Cada exame ou procedimento tem associado o logo de
radiação e uma escala de cores que permitem ajudar na
seleção do melhor exame e aquele que vai expor menos
possível o doente.
Surgem então os princípios básicos de proteção.

• Princípios básicos de proteção?


1. Justificação clínica;
2. Otimização das práticas;
3. Limites de dose;
• Otimização das práticas:
Baseado no principio ALARA- as low as reasonably achievable, ou seja,
uso de menor exposição possível, sendo que qualidade imagem
diganostica deve ser mantida de modo a retirar as informações
necessárias para a realização de um diagnóstico corretamente;

Baseia-se em 2 pontos fundamentais:


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1. Aspetos práticos dos procedimentos médicos radiológicos: tais como exposição


médica, uso de equipamento radiológico, avaliação parâmetros físicos e médicos, doses
de radiação, calibração e manutenção de equipamentos, preparação e administração
de RF;
2. Responsabilidade clínica: responsabilidade acerca de aspetos práticos dos
procedimentos médicos radiológicos.

• Surge o conceito de descritores de dose: escolha do exame que é realizado mais vezes, a
chamada frequência de procedimento, fazer a escolha do exame e depois analise de dose.
• Conceitos de dose:
1. Parâmetros de exposição: tensão, corrente e tempo; não se refere a dose!
2. Dose no doente: dose efetiva para comparar com o risco relativo;
3. Dose no órgão: medida à superfície ou num fantoma;
4. Dose no exame: dose reports; diretamente do equipamento;
5. Dose staff: monitorização pessoal através dos dosímetros;

• DOSE NO DOENTE É DIFERENTE DA DOSE NO DOENTE!

Doente mais alto é necessária maior dose neste do que num doente mais baixo.

• Cabeçalho DICOM: necessário preencher dados sobre localização, equipamento,


parâmetros de exposição, equipa, exposição, dose, matriz e finalização.

• Decreto lei 108-2018: defende que há requisitos obrigatórios que devem ser preenchidos
são eles: consentimento de exposição, informação valor de dose e informação do risco.

• DESCRITORES DE DOSE
Permitem inferir onde há dose no exame; COMO?
Através da camara de ionização à saída do cubo de ampola, permite fazer quantificação da
radiação no exame.

• DESCRITORES DE DOSE NA RADIOLOGIA GERAL:


São usados 2, mais comuns.
1. DAP: dose área produto; mGy; também chamado de KAP. Mais usado na RG;
Varia com a colimação; corresponde ao produto de dose por área irradiada;
NÃO TEM EM CONTA A RADIAÇÃO DISPERSA.
Medido através da camara de ionização à saída do cubo da ampola.
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Problemas deste descritor de dose?


Valores de dose iguais para doentes com distribuições diferentes;
Colimação fixa varia com a distância da ampola; ampola mais afastada implica
uma maior área irradiada;

2. ESD: dose à entrada da pele; mGycm2; também chamado de ESAK;


Pode ser medido através de 2 maneiras: através de dosímetro colocado em cima do
doente ou então, se não houver dosímetro disponível, calcular valor através da
extrapolação do valor de DAP.
TEM EM CONTA A RADIAÇÃO DISPERSA.
Medido à superfície do doente.

Dosímetros termoluminescentes

3. Exposure Index: medido no detetor;


Corresponde ao valor de exposição aconselhada para cada região anatómica.
IMPORTANTE→ legenda dos descritores de dose no aparelho de radiologia geral!

• DESCRITORES DE DOSE NA FLUOROSOCOPIA:


Semelhante aos de radiologia geral + AIR KERMA!
1. AIR KERMA: relacionado com questões de follow-up; mGy!!!
Indicado para exames com elevada exposição;
Medido 15cm abaixo da superfície do doente!
NOTA: os equipamentos de fluoroscopia por vezes podem possuir 2 arcos; nesses casos a
informação de air kerma de cada arco é disponibilizada individualmente, referente a cada
um dos arcos.
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IMPORTANTE→ legenda dos descritores de dose no aparelho de fluoroscopia!

• DESCRITORES DE DOSE NA TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA:


1. CTDI: CT DOSE INDEX; mGy; tem de ser o 1º a ser definido para se poder usar o 2º
descritor de dose;
CTDI100/AIR: medido no isocentro da gantry através de camara de ionização em forma
de lápis;

CTDIw: medição através da camara de ionização do fantoma;

CTDIw = 1/3CTDI100c + CTDI100p sendo que c é a medida central no fantoma e o p é a


medida periférica no fantoma;

CTDIvol: iguala o CTDIw quando Pitch igual a 1; associado ao TAMANHO do fantoma;


padronizado para cabeça- 16cm e para tronco-32cm.

CTDI vol total é necessário realizar a média dos CTDIvol.

2. DLP: dose lenght product; descritor de dose mais usado na TC


Relacionado com o valor de CTDIvol; mGycm
Associado à range, por isso cm.
Maior altura, corresponde a maior range, logo maior DLP.
Valor de DLP total é calculado realizando o somatório de todos os
valores.
DLP= CTDIvol x range (cm)
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3. SSDE: consiste no cálculo tendo em conta a variação de diâmetro de


cada doente; aplicação de um fator de conversão que é multiplicado
pelo valor de CTDIvol. mGy!!!
SSDE= CTDIvol x k factor

• CÁLCULOS DE DOSE EFETIVA?


Relacionado com os valores dos descritores de dose;
Na RG usar o DAP; na TC usar o DLP; na fluoroscopia usar o DAP;
NÃO SE SOMAM DAP NEM DLP DE REGIOES ANATÓMICAS E DE EXAMES DIFERENTES!

DAP RADIOLOGIA DLP TC

DAP FLUOROSCOPIA

Como calcular então a dose efetiva total?


Aplicar k factors de cada exame e de cada região anatómica; valores tabelados;
Estes k factors dependem de alguns fatores: na RG e TC dependem da região anatómica em
estudo e da idade do doente, pediatria e adulto possuem valores distintos; na fluoroscopia
depende do tipo de procedimento realizado;
Exemplo para calculo de dose efetiva total: Doente com fratura do colo do fémur;
Foi pedido a realização de uma radiografia da bacia, do tórax, TC da bacia e cirurgia guiada por
fluoroscopia.
Sabendo que se trata de um adulto, como proceder ao cálculo da dose efetiva (mSv)? aplicar o
k factor a cada exame e cada região anatómica; ver valores das tabelas de descritor de dose, no
caso de radiografia ir ver DAP tabela Radiologia; no caso de TC ir ver DLP na tabela de TC; no
caso de cirurgia guiada por fluoroscopia ir ver DAP na tabela de fluoroscopia!
No caso da radiografia da bacia: tabela de DAP, ver valor de k adulto em pélvis
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Dose= DAP x 0.22


No caso da radiografia ao tórax: tabela de DAP, ver valor de k no adulto em chest;
Dose= DAP x 0.15
No caso da TC à bacia: tabela de DLP, ver valor de k no adulto de pélvis;
Dose= DLP x 0.015
No caso da cirurgia guiada por fluoroscopia, ver valor de DAP, valor de k ortophedic procedures;
Dose= DAP x 0.01
DOSE EFETIVA TOTAL? (DAP.0.22) + (DAP.0.15) + (DLP.0.015) + (DAP.0.01) = x mSv!

• QUADRO SINTESE RADIOLOGIA GERAL E FLUOROSCOPIA:


DAP- dose área produto (KAP); mGy; ESD- dose à entrada da pele (ESAK);
Dose área produto irradiada; mGycm2
Dose absorvida no ar no ponto de
Dose absorvida no ar calculado sob o feixe interseção do eixo do feixe com a superfície
de rx perpendicular a este; do doente;

Método sensível e eficaz; mais usado na RG; Necessário dosímetro termoluminescente;

Camara de ionização à saída do cubo da Tem em conta a radiação dispersa;


ampola de modo a conseguir calcular o
valor de dose; Usada nas guidelines;

• QUADRO SINTESE RADIOLOGIA GERAL E FLUOROSCOPIA:


CTDI- CT DOSE INDEX; mGy; DLP- dose length product; mGycm

Integral do perfil dose a dividir pela Dose para um exame completo tendo em
espessura nominal do corte; conta o volume irradiado e os parâmetros
de exposição;
CTDIw: quando estimativa de dose média
para pitch igual a 1; Espessura corte (T); corrente do tubo (A);
tempo total aquisição (t);
CTDIvol: exposição não continua ao longo
do eixo dos Z; DLP total= somatório CTDIw x TAt
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AULA 2: CONTROLO DE QUALIDADE DO EQUIPAMENTO

RP 162- radiation protection; são normas que indicam os testes de CQ a realizar nos diferentes
equipamentos;
Verificam 3 condições: resultados aceitáveis ou não, ou seja, dentro dos valores estipulados;
resultados consoante conformidade ou não; testes de CQ para cada modalidade do
equipamento;
Responsável? Não é só um, trata.se de um processo realizado por uma equipa multidisciplinar;
Importância da monitorização antes, durante e após aquisição? É bastante importante para
deteção atempada de possíveis avarias e para uma reparação rápidas das mesmas;
Esta etapa de otimização está ainda relacionada com compreensão e aferir acerca do
equipamento, porque? É necessário conhecermos bem o equipamento e as diferentes
mpdalidades deste pois, apesar de haver protocolos a seguir, nem todos os equipamentos são
iguais e possuem igual funcionamento.
Aceitabilidade equipamentos: nas diversas áreas, nomeadamente radiologia geral, fluoroscopia,
mamografia, tomografia computorizada e, por fim, pediatria.
Quanto à Radiologia Geral, é importante ter em conta os seguintes parâmetros:
1. Colimadores: influencias a taxa dose se muito ou pouco fechados;
2. Taxa dose;
3. Controlo Automático Exposição através das camaras de ionização;

Quanto à Fluoroscopia, é importante ter em conta os seguintes parâmetros:


1. Colimadores;
2. Taxa de dose;
3. Controlo Automático de Exposição através das camaras de ionização;
4. Timer de exposição à radiação: cerca de 5min, serve para controlar procedimentos
muito demorados, por exemplo: neurorradiologia: se ultrapassar esses 5min de
radiação, doente vai estar tempo a mais exposto e soa o apito, o chamado controlo
audível que hoje em dia é obrigatório.

Quanto à Mamografia, é importante ter em conta os seguintes parâmetros:


1. Compressão: pedal já é obrigatório;
2. Monitorização da compressão: através de escala de cores;
3. Colimadores;
4. Controlo Automático Exposição através de camaras de ionização;
5. FOV: maior ou menos e ajustar recetor imagem se necessário;
6. Uso de grelhas;

Quanto à Tomografia Computorizada, é importante ter em conta os seguintes parâmetros:


1. Taxa de dose;
2. Controlo Automático de Exposição, mas no caso da TC não é através de camaras de
ionização, mas sim da MODULAÇÃO!
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Modulação mais comum é a combinação da corrente com a angular; esta vai permitir variar
a taxa de dose consoante as diferentes densidades que se vão irradiar; se não fosse aplicada
esta modulação, estruturas com densidades diferentes iriam ter doses iguais;
Modulação da corrente é a mais comum e é opcional; ombro mais denso, logo maior
modulação; do ombro para baixo a densidade vai diminuindo e, com esta, também a
modulação de corrente;
Modulação angular é mais para doentes standard; variação ao longo eixo X;
Quanto à Pediatria, é importante ter em conta os seguintes parâmetros:
1. RX e Fluoroscopia: uso de grelha não é recomendado, a não ser qu estruturas >13cm, o
que geralmente não ocorre em pediatria, a não ser que doente com biótipo muito
superior ao padrão de pediatria.
2. TC: protocolos obrigatórios adicionais

Guidelines:
RX→ 2006, AAPM, uso sistema ecrã filme;
Mamografia→ 2006, EC;

FANTOMAS: material adequado para a realização de testes e experiências! Nunca devem ser
feitos em doentes! Ou usamos os fantomas ou betadine em frasco que possui iodo e permite
simular o fantoma.
Existem 3 tipos de fantomas:
1. Fantomas de Controlo de Qualidade: testar visualização do que é expectável; é o caso
de fantomas usados em RM e DEXA;
2. Fantomas antropomórficos: são também antropométricos; tem em conta medidas e
densidades; são muito parecidos a pessoas; é o caos dos fantomas usados em TC: ABEL
5, representa uma criança de 5 anos com 20kg, criança padrão.
3. Fantomas computacionais: relacionados com softwares; é o caso de testes de voxel e de
métodos usados em RT, nomeadamente, Monte Carlo.

Relativamente ao tipo de testes de Controlo de Qualidade que se podem realizar:


1. Testes de aceitação: aquando instalação do equipamento no serviço; deve ser assinado
pelo técnico que o realizou;
2. Testes de status: realizados anualmente;
3. Testes de performance: dependendo das guidelines, mas realizados diariamente;
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4. Testes de constância: repetição da realização de testes de determinados parâmetros,


por exemplo dos parâmetros de exposição. Repetição da medição de corrente, tensão
e tempo de modo a verificar se reprodutibilidade constante.

Monitorização equipamento, quando realizar? Devem ser analisados todos os


parâmetros antes, durante e após a aquisição!

CONTROLO DE QUALIDADE EM RADIOLOGIA GERAL:

• Medição de parâmetros de exposição- tensão, corrente e tempo; medição do valor de


dose
São aceites os seguintes desvios padrão:
Tensão-<10%; Corrente<20%; Dose<25%;

• Medição da radiação dispersa, pode ser medida também na sala de comandos e na


porta da sala para medir radiação dispersa no ambiente e para o staff;

• Teste dos colimadores que pode ser realizado de 2 maneiras diferentes.

Se for teste de funcionamento. Colimadores fechados totalmente e verificar se


passa ou não radiação;

Se for teste de coincidência de campo luminoso com campo de radiação. Podemos usar
régua ou moedas; fazer 4 medições, uma de cada lado do colimador, irradiar, verificar
se centrado ou desviado!

• Teste do detetor primeiro devemos limpar a informação do detetor, depois vamos


irradiar e observar se há diferença dos níveis de cinzento ao longo do detetor.
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• Teste do monitor: através do luximetro para medição da luminância.


Se luminância ambiente, deve ser <20lux.
Se luminância do monitor: transferir imagens DICOM da internet, quadrado
com diferentes níveis de cinzento, realizar medições em cada uma das
imagens e verificar se monitor a funcionar corretamente.

CONTROLO DE QUALIDADE EM MAMOGRAFIA:


• Medição dos parâmetros de exposição e do valor de dose, tal como na radiologia geral.
Desvios padrão são os mesmos.

• Medição da radiação dispersa, tal como na radiologia geral.

Desvio tensão <10%;

Desvio corrente <25%;

Desvio dose por incidência <2,5mGy;

Desvio dose estudo completo <10mGy;

• Teste de CQ no fantoma ACR: obrigatório realizar estes testes!

Procedimento? Pá de compressão adjacente, mas não realizar verdadeira


compressão, pois não se trata de mama, mas sim de um fantoma. Controlo
Automático de Exposição no centro. Irradiar mama 50-50% com espessura de
4,2cm. Obter imagem e analisar.

Fantoma ACR: se redondo, lesão benigna; se espiculado, lesão maligna;

Quanto à patologia pode ser microcalcificações ou massas palpáveis;

Se visualizarmos 6 espiculas, ver pelo menos 5 calcificações; é sempre menos uma.


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• Teste fantoma antropomórfico (opcional): realiza 2 funções, antropometria, ou seja,


medidas e, os testes de CQ que o fantoma de CAR já realiza, dai este ser um método de
CQ apenas opcional.

• Avaliar qualidade de imagem: teste em fantoma ou teste na mama

• Teste compressão: realizado automaticamente; comprime 3 a 8cm; deformação não


pode passar os 5mm.

• Teste detetor: igual à Radiologia Geral, mas delinear ROI


no local da lesão. Tem de ter em conta a incidência: pode
ser crânio-caudal ou obliqua médio-lateral.

NOTA: DESCRITOR DOSE MAMOGRAFIA:

AGO em mGy! Realizar 4 incidências, todas elas com dose <10mGy: 2 CC e 2OML

CONTROLO DE QUALIDADE EM FLUOROSCOPIA:

• Medição radiação dispersa: necessário colocar camara


radiotransparente na ponta do medidor, devido a valores de
tensão.

• Medição parâmetros de exposição e do valor de dose;

• Testes CQ num fantoma de fluoroscopia: permite avaliar parâmetros como resolução


espacial, resolução de contraste e FOV.
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Resolução espacial- pares de linhas por mm;


Resolução de contraste-esferas de diferentes tamanhos;
Pode ser usada para intensificador de imagem ou detetor plano.

CONTROLO DE QUALIDADE EM TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA:


• Testes de CQ num fantoma de TC: tem a parte de cabeça, 16cm; parte de corpo é juntar
cabeça ao outro fantoma, dando 32cm.

É o chamado fantoma de CTDI- CT dose index, vamos calcular o valor de CTDIw para ver se de
acordo com valor equipamento.

Se CQ para cabeça: colocar CI em formato de lápis no centro do fantoma de cabeça, realizar 3


medições e registar valor de CTDIw110c.

Depois de medido o centro, mudar CI para um dos buracos do fantoma na periferia, realizar 3
medições, registar valor de CTDIw100p.

Como Pitch=1, CTDIw=CTDIvol.

Basta aplicar a fórmula para chegarmos ao valor de CTDIw=1/3CTDI100c + 2/3CTDI100p


=CTDIvol.

Se pretendermos realizar o teste de CQ para o corpo, basta juntar fantoma de cabeça ao outro,
realizar mediçoes e obter valor de CTDIvol.
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Exemplos de fantomas usados para testes de CQ na TC?

Catphan: fantoma acreditado pela ACR:

São chamados de fantomas standard. Possui uma particularidade importante: divididos por
secções/blocos. Cada uma dessas secções está associada a uma modalidade que é avaliada.

Avalia os seguintes parâmetros:

1. Resolução espacial; deteção do menor número de linhas


2. Resolução contraste; esferas cada vez mais pequenas com diferentes niveis de
cinzento
3. Unidades hounsfield;
4. Ruido e homogeneidade; homogeneidde para que haja constância do contraste
5. Artefactos;
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PROTEÇÃO PESSOAL E MONITORIZAÇÃO:

Ortopedista e técnico de radiologia devem usar de corpo inteiro, sendo que se só houver um
na sala, ortopedista tem prioridade pois está a uma distância mínima da ampola de RX;

Enfermeiros não devem usar avental de 2 partes, pois exposição de gonadas, contudo
continuam a fazê-lo.

Avental de chumbo deve ser adequado ao tamanho de cada profissional, de modo a ficar bem
apoiado na axila e a proteger região torácica e mamaria, especialmente nas mulheres.

No caso de salas fixas, para alem de avental bem apoiado na axila, deve-se ainda colocar uma
manga no braço do lado esquerdo devido a ser o lado com maior exposição à radiação.

Devemos ter em atenção também quanto às quebras das placas


de chumbo no seu interior e se integro ou não.

Também este deve ser adequado ao tamanho de cada


profissional.

CONTROLO DE QUALIDADE ATRAVÉS DE FLUOROSCOPIA:

Quanto ao teste de CQ dos aventais de chumbo e materiais d eproteção pessoal, devemos


avaliar se estão íntegros ou não e, se há ou não quebras das placas de chumbo no seu inteiror.
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Esse teste é realizado através de aparelho de fluoroscopia, coloca-se avental de chumbo no


equipamento, irradia-se e verificar através de imagens obtidas se há ou não quebras de
chumbo.

Verificar de cima a baixo todos os aventais que estejam a ser usados no serviço!

MONITORIZAÇÃO PESSOAL: dosímetros!

Os primeiros: dosímetros de corpo inteiro; devem ser colocados no lado esquerdo do torax;
debaixo do avental de chumbo.

Os segundos: dosímetros de extremidades;

Os terceiros: dosímetros oculares; medir exposição a nível do globo ocular e cristalino;


importante devido ao aparecimento de cataratas;

Os quartos: dosímetros ativos; dosímetros para educar equipas;

QUALIDADE DE IMAGEM:

Devemos avaliar os seguintes parâmetros;

Pode ser objetiva ou subjetiva;

Objetiva- delineação de ROI e visualização dos valores de desvio-padrão do ruído;

Subjetiva- escolha de pessoas com mais de 3 anos de experiência profissional para


avaliar imagem e responder a uma check list acerca da imagem obtida;
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AULA 3: NÍVEIS DE REFERÊNCIA DIAGNÓSTICA

NRD: em inglês escreve-se DRL; quer dizer: níveis de referência diagnóstico ou, em inglês,
diagnostic reference levels.

Tal como o nome diz, são níveis de referência de valor de dose que devem ser usados para
realização do diagnóstico.

Surgiram com a ICRP- International Comission Radiological Protection.

Não possui o termo dose no nome, o que muita gente hoje em dia confunde.

Permite o que? Identificação de valores mais elevados, justificação desses


valores, otimizar distribuição dos valores de dose.

Surgem então RP relacionados com valores de NRD (radiological protection)

• RP 109- 1999; relacionado com NRD/DRL- níveis de referência do valor de dose para
realizar o diagnóstico;
• RP 154- 2009; cálculo de dose efetiva e frequência da dose na população, bem como
do risco de exposição;
• RP 159-2009; relacionado com auditorias clínicas;
• RP180-2014; frequência de procedimentos europeus e os valores de NRD para esses
procedimentos;

COMO CALCULAR NRD?

Pode ser através de 2 métodos.

Baseia-se na recolha de informação clínica a partir de grupos de doentes padrão.

Método retrospetivo→ baseado no sistema DICOM/PAS; simples e rápido;

Problema? Não tem em conta o tamanho do doente, excluindo informação importante, o peso
e a altura;

Método prospetivo → dados do doente ou através de fantoma; mais demorado; com base nos
valores do doente é o método preferencial!

Problema? Difícil obter amostra de doentes padrão


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COMPARAÇÃO NRD?

1. NRD LOCAL: baseado no P75- 75% da população possui valores abaixo desse valor;
2. NRD NACIONAL: cálculo P50 em cada centro, aplicar depois o P75;
3. NRD EUROPEU: referido no RP 180-2014; baseado no P50 dos valores europeus;
Na pediatria usa-se RP 185.

NOTAS:

NRD local deve-se comparar com o nacional e com o europeu;

NRD europeu o que importa é comparação com standard europeu e não os dados de países
europeus;

NRD devem ser comparados com informação clínica de grupos de doentes padrão.

NRD não pode ser calculado a partir da média da gauciane;

GAUCIANE:

O desejável é que moda=mediana=média;

Moda valor que se repete mais;

Mediana é chegar a um valor retirando extremidades;

Média soma de todos e dividir pelo nº dados; problemas devido a extremos;

P50 na gauciane equivale a? MEDIANA!

DOENTES PADRÃO ADULTO:

Está estipulado com peso e altura- 70kg e 170cm (margem de 5 unidades), ou seja, doentes
padrão devem ter as seguintes medidas:

65 a 75kg;

165 a 175cm;

Inclui-se ainda a medição de diâmetro antero-posterior e lateral torácico (no caso de não
termos informação de peso e altura); este parâmetro não é obrigatório, contudo se usarmos
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este juntando ao peso e altura torna-se um estudo mais robusto. Valor estipulado
é 21cm também com margem de 5unidades, ou seja, 16 a 26cm.

Com estes dados definidos para doente padrão adulto excluímos os seguintes
doente:

• <65kg e >75kg de peso;


• <160cm e >170cm de altura;
• <16cm e >26cm de diâmetro AP e lateral

DOENTES PADRÃO PEDIATRIA:

Doente padrão na pediatria é definido com os seguintes valores: 5 anos,


20kg.

ANTES- classificação apenas tendo em conta a idade: 0,5,10 e 15 anos;

HOJE- classificação com peso associado à idade:

RP NA PEDIATRIA? O RP mais usado é o RP185, laçado em 2018.

NOTA→ podemos comparar NRD com biótipo diferente do padrão, é é necessário que seja
comparado entre doentes de igual biótipo!

ESTUDO NRD→ doentes semelhantes antropometricamente e antropomorficamente dentro


do mesmo estudo.

NRD DIVIDIDOS EM VALORES DE: DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA!!!

ANTES VS HOJE:

Antes realizava-se o exame, escolha doentes padrão e só depois se verificava valores


descritores de dose;

Hoje em dia, fazer exame e separa-se ainda consoante a patologia e a informação clínica e só
depois é que se escolhe doentes padrão e ver valor descritor de dose.

Nº doentes padrão em cada estudo? O número de doentes deve ser superior ou igual a 10,
sendo que o nº ideal de doentes padrão escolhidos é 20.
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NRD Portugal- baseado nas guidelines da Eurosafe.

RACIOCINIO NRD:

Ter em consideração P95- valor que nunca devemos atingir,


mas se atingir devemos sempre justificar o porquê de um
valor de dose tao alto; é um valor para auditar!

Ter também em atenção o P50 que é o valor onde devemos


estar sempre mais próximos; é o chamado valor
recomendado;

APÓS OTIMIZAÇÃO NO CASO DE NRD MUITO ELEVADO:

Cálculo do valor de NRD através dos 20 doentes padrão


escolhidos para o nosso estudo;

Após sabermos o valor de NRD, se este for muito elevado e afastado do P50 (valor otimizado e
recomendado) devemos realizar otimizações;

Ao longo das otimizações realizadas, o expectável é que o valor de dose vá diminuindo cada
vez mais.
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RACIOCINIOS PARA VALORES NRD MUITO ELEVADOS:

Exemplo 1:

Características do doente: diâmetro AP, peso e altura;

Controlo qualidade equipamento feito corretamente;

Tecnologia do equipamento; equipamento mais recente melhor eficácia por ex;

Parâmetros de exposição adequados: tensão, corrente, tempo; camara ionização, raio central
e filtros.

Exemplo 2 na Radiologia Geral:

Doentes com medidas e densidades semelhantes. Exame na mesma região anatómica; NRD de
um bastante elevado comparado com o outro doente.

Quais os fatores que podem ter originado tal discrepância de valores?

1. Diâmetro AP torácico diferente;


2. Uso de CAE diferente nas duas situações através de posição diferente de camaras de
ionização;
3. Colimação diferente; (maior abertura, maior radiação dispersa)
4. PE diferentes; aumento tensão, diminui o tempo;
5. Raio central não coincidir com CI;
6. Tecnologia do equipamento diferente;
7. Filtragem diferente; (filtragem inerente de 2,5mm Al + filtragem adicional de 0,1mm
de Cu)

Valores de tempo exposição padrão para exames: tórax adulto-20ms; na pediatria-10ms;

Exemplo 3 na Fluoroscopia:

Doentes com medidas e densidades semelhantes. Exame na mesma região anatómica; NRD de
um bastante elevado comparado com o outro doente.

Quais os fatores que podem ter originado tal discrepância de valores?

1. Equipamentos diferentes; (pode ser portátil, fixo, biplanar ou monoplanar; pode


ser intensificador de imagem ou detetor plano);
2. Protocolo preset definido ser diferente consoante equipamentos;
3. Intensidade; (low, standard ou high fluoro)
4. Modo aquisição; (modo cinegrafia- tempo real com elevado detalhe e qualidade
imagem, contudo 10x mais radiação dispersa; modo fluoroscopia- guiar
procedimentos)
5. Pulsos ou frames por segundo; (cine-frames/seg; fluoro-pules/Seg)
6. Colimação; (mais fechado para menor radiação dispersa)
7. Posicionamento equipamento; (doente mais afastado da ampola para menor ESD;
RI mais perto doente para menor radiação dispersa)
SEBENTA CONTROLO DE QUALIDADE- PROFESSORA JOANA SANTOS

Exemplo 4 na Tomografia Computorizada:

Doentes com medidas e densidades semelhantes. Exame na mesma região anatómica;DLP de


um bastante elevado comparado com o outro doente.

Quais os fatores que podem ter originado tal discrepância de valores?

Fator principal está associado ao TAMANHO DA RANGE!

Aumento da range faz varia logo o valor de DLP!


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Exemplo 5 na Pediatria:

1. Uso de grelhas ou não; só se usa se estruturas com mais de 13cm;


2. Camaras de ionização não padronizadas se idade inferior a 5
anos;

Image gently campaign

- Radiografia, fluoroscopia, TC, MN;

-Imagem TC crânio encefálica;

-Imagem cardíaca;

-Imagem dental;

RESUMOS ETAPAS PROCESSO OTIMIZAÇÃO:

Qualidade de imagem: através de fantomas;

Avaliação imagem: objetiva (ROIS e desvio padrão ruido);


subjetiva (escolher mais do que 1 pessoa com mais de 3 anos
de experiência profissional para responder ao manual check list)
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