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International Atomic Energy Agency

Exposições Médicas em
Radiologia:
Otimização da proteção
Módulo 8.3 - Parte 2: Determinação da
dose no paciente

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Introdução

• Detrimento está relacionado com a dose


efetiva
• Revisar os indicadores de dose básicos e
como medi-los
• Estimativa da dose efetiva baseada em
cálculos de Monte Carlo
• Exemplo de dose efetiva em exames
radiológicos

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 2
Tópicos

1. A Justificativa para as estimativas de


dose em procedimentos radiológicos
2. Grandezas dosimétricas úteis para
estimativas de dose do paciente
3. Como medir os indicadores de dose
4. Como obter o valor da dose efetiva

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 3
Resumo

• Apesar das doses serem geralmente


baixas, alguns exames podem levar a um
detrimento significativo
• Serão então revistos os indicadores de
dose, as formas de medi-los e apresentar
como são utilizados para determinar as
doses nos órgãos e a dose efetiva

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 4
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Tópico 1: A razão

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A razão
• Se os benefícios da radiologia superam muito os riscos: por
que se preocupar?
• Muitas Razões:
• A radiação pode ser prejudicial, os fatores de risco aumentam; assim
a relação benefício / risco nem sempre> 1
A exposição Médica é a que mais contribui para a dose coletiva feita
pelo homem
• A prática em radiologia está em evolução contínua, ex. aumento do
número de equipamentos de TC e seu desenvolvimento tecnológico
• Equipamentos hospitalares muitas vezes estão mal ajustados e são
utilizados indevidamente
• Lesões devido a baixa dose são intangíveis e pode ocorrer após um
tempo considerável da exposição
• IAEA e a Comissão Europeia... introduziu
recomendações com objetivo de reduzir as doses de
radiação no paciente
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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 6
Resultados do estudo de 1991 pela CEC

• Foi realizada uma pesquisa internacional com 16 países e


83 departamentos;
• Exames: Tórax, coluna lombar, mamografia;
• Avaliado por 15 radiologistas especialistas;
• Controle da qualidade;
• Medida da dose de entrada;
• Dosimetria realizada por três laboratórios (TLD)

CONCLUSÃO: A ampla variação de DOSES para


QUALIDADE comparáveis​​!

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 7
Estatísticas de Dose em mGy
Tipo de Tórax Tórax Coluna Coluna Lombo-sacra
projeção PA Lateral Lombar Lombar Comum
AP ou PA Lateral (Lat)

Mínimo 0.03 0.13 0.5 0.9 2.7

Médio 0.36 1.31 7.8 18.7 34.6


desvio
0.75 2.9 6.8 13.3 20.3
Padrão
Máximo 11.99 38 63.9 68.5 119.9
Terceiro
0.39 1.22 10 26.5 45.7
quartil
Razão de 400 !!!

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 8
Até efeitos determinísticos:
radiologia intervencionista
Angioplastia coronariana realizada duas vezes em um dia
seguida de cirurgia de revascularização devido à complicações
Dose  20 Gy (ICRP 85)

(a) (c) (a) 6-8 semanas após múltiplas


angiografias coronária e
procedimentos de angioplastia
(b) (b) 16-21 semanas
(c) 18-21 meses após o procedimento
apresentou necrose no tecido.
(d) Close da fotografia da lesão
(d) (e) mostrada em (c).
(e) Fotografia após enxerto de pele

(courtesia de T. Shope & ICRP).

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 9
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Tópico 2: Grandezas
Dosimétricas

Detrimento, Dose Efetiva, ESD, DAP, CTDI,


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Detrimento – Dose Efetiva

• É necessário avaliar o possível detrimento:


• A exposição à radiação de diferentes órgãos e tecidos
do corpo resulta em diferentes probabilidades de dano e
gravidade.
• A combinação da probabilidade e da severidade dos
danos é chamado de “detrimento”
• Dose Efetiva (E) é a medida do detrimento:

E = T wT.HT
• E : dose efetiva
• wT : fator de peso para o órgão ou tecido T
• HT : dose equivalente no órgão ou tecido T
• Mas Dose Efetiva não é “mensurável” !

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 11
Grandezas mensuráveis :
radiografia & fluoroscopia

• Dose de Superfície de Entrada ESD


• ESD medida na superfície do paciente ou no
simulador no eixo central; esta medida inclui retro-
espalhamento.

• Produto Dose Área: DAP


• Dose no ar em um plano, integrada sobre uma área
de interesse.

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 12
Grandezas Específicas Mensuráveis :
CT & mamografia
• Para CT:
• CTDI (Computed Tomography Dose Index)
• DLP (Dose-Length Product)
• MSAD (Multiple Scan Average Dose)
• Para mamografia
• Dose Média Glandular
• Não é realmente “mensurável” mas
calculada a partir do Kerma no Ar na
Superfície de Entrada (ESAK)

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 13
Grandezas de Dose apropriadas para TC

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 14
Múltiplas Varreduras
• Pitch:
Avanço da mesa/rotação TF
Pitch p =
Espessura de corte h

• Se TF = h (pitch =1) aumenta a dose máxima em


1.5 de um corte único na parte central

• Se pitch < 1, aumenta a dose devido a
sobreposições de cortes

•O valor deste aumento é chamado de MSAD,


“multiple scan average dose” International Atomic Energy Agency
8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente
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Multiple Scan Average Dose (MSAD)

15 cortes, 10mm, pitch 1 21 cortes, 10mm, pitch 0,7

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 16
CTDI: Computed Tomography Dose Index

CTDI
Valor da dose dentro do
corte se o perfil de dose
Dose

absorvida estivesse
totalmente concentrado em
um perfil retangular de
largura igual a espessura de
Dose profile corte.

Nominal slice width

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CTDIFDA e CTDI100
• No passado: soma limitada a 14 vezes a espessura nominal de
corte
• Utilizado nos USA com aprovação do FDA
+7h
CTDIFDA= 1/h ∫ D(z) dz
-7h

• CTDI100: integração sobre um comprimento fixo de 100mm

• Grandeza de Dose é o Kerma no ar Kair


+50mm
CTDI100= 1/h ∫ D(z) dz
-50mm

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 18
n CTDI100 Normalizado

• Razão entre o valor de CTDI100 pelo produto


mAs (Q)
CTDI100
nCTDI100 =
Q (mAs)

• Maior valor de CTDI não significa que a dose


n
no paciente é mais alta também!
• Dose é proporcional a:
• nCTDI100
• Q necessário para o exame do paciente International Atomic Energy Agency
8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 19
CTDI Ponderado
• Valores de CTDI medidos em um simulador
cilíndrico : no centro e na periferia
• CTDI ponderado: medidas realizadas no centro e
em cada ponto periférico do simulador (média)
CTDIw = 1/3 CTDI100,c + 2/3 CTDI 100,p

CTDI ponderado normalizado


n CTDIw = 1/3 nCTDI100,c + 2/3 nCTDI 100,p

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 20
CTDI: medidas no fantoma de PMMA

Inserir para fechar os orifícios

Fantoma de cabeça Fantoma de corpo

n CTDI w =
1
Q
( 1
3
2
CTDI100,c + CTDI100,p
3
)
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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 21
CTDI Efetivo

• A maioria dos TC são calibrados para


• pitch =1
• Se pitch ≠ 1: CTDI efetivo
CTDIw,eff = 1/p . CTDIw

• CTDI Efetivo é similar a MSAD w

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 22
Produto Dose Comprimento: DLP

• DLP (em mGy.cm) é obtido multiplicando CTDI w,ef


com o número de cortes e espessura de corte (em
cm)

DLPw = CTDIw,eff . n . h

Nota: A dose de um exame de 10 cortes NÃO é 10 vezes o


exame de um corte!
A dose é a mesma em ambos os casos, já que a dose é
expressa como energia / massa!

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 23
Valores de dose de Referência EC 1999
para CT
Exame CTDIw (mGy) DLPw (mGy.cm)
Cabeça de rotinaa 60 1050
Face e sinuses a 35 360

Trauma Vertebral b 70 460


Tórax de Rotina b 30 650
HRCT de pulmão b 35 280
Abdome de Rotina b 35 780
Fígado e baço b 35 900
Pélvis de Rotina b 35 570
Pélvis óssea b 25 520

a: fantoma de cabeça; b: fantoma de corpo


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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 24
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Tópico 3: Como medir estes


indicadores de dose ?

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Medida de ESD

TLD

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 26
Medida de DAP

Câmara de
Ionização
de Transmissão

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 27
Medida de CTDI com TLD

Gantry beam
support jig
X Ray beam
Axis of capsule
rotation axis
Capsule of
rotation
Couch
Gantry
LiF -TLD

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 28
Equipamento Dosimétrico de CT

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 29
Fantomas de PMMA de cabeça e corpo
Medida de CTDI realizada
em um simulador cilíndrico
de Perspex (PMMA)

Fantoma de cabeça
diam:16cm; cabeça, criança
Fantoma de corpo
Diam. 32cm; região do
tronco
Comprimento: 15-20cm
5 orifícios, central e a 1cm
da periferia
Inserts para os orifícios não
utilizados
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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 30
Câmara de Ionização tipo lápis: CT

Comprimento ativo: entre


10 e 16cm

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 31
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Tópico 4: Como obter a dose


efetiva E?

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De ESD para órgão e dose efetiva

• Exceto por métodos invasivos, doses em órgãos não


podem ser medidos;
• Único método: medir ESD
• Usar modelos matemáticos para estimar a dose interna.
• Dose para órgãos tabelados como uma fração da dose de
entrada para diferentes projeções;
• Como a filtração, o tamanho do campo e a orientação
devem ser consideradas: a lista de tabelas é longa (Veja
NRPB R262 e NRPB SR262)

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 33
De DAP para órgão e dose efetiva

• De forma semelhante as doses em órgãos podem


ser calculadas por modelagem de Monte Carlo
• Com os coeficientes de conversão pode-se
estimar as doses em órgãos por unidade do
produto dose-área
• Novamente numerosos fatores devem ser
considerados como a filtração, a projeção, ...
• Uma vez que as doses nos órgãos são obtidas
pode-se obter a dose efetiva

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 34
Avaliação da dose em paciente - CT

• Baseado na dose axial normalizada do TC

• A técnica de Monte Carlo simula a absorção e dispersão


em simuladores matemáticos antropomórficos

• Um conjunto abrangente de dados específicos de dose


normalizada em órgãos foram calculados para diferentes
modelos de equipamentos de TC

• TC específico já que as diferenças na qualidade da


radiação, a distância entre o foco de origem e eixo, ...

• Exemplo NRPB (Reino Unido) e GSF (Alemanha)

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 35
Exemplos de doses efetivas em
procedimentos radiológicos

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 36
Doses efetivas Típicas de exposições
médicas diagnósticas

Procedimento Dose efetiva Equiv. no. Período aprox. equiv.


Diagnóstico Típica (mSv) de exames de radiação natural
de tórax
Tórax (PA filme) 0.02 1 3 dias

Crâneo 0.07 3.5 11 dias

Coluna torácica 0.7 35 4 meses

Coluna Lombar 1.3 65 7 meses

From: Referral Criteria For Imaging. CE, 2000.


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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 37
Doses efetivas Típicas de exposições
médicas diagnósticas

Procedimento Dose no. Equiv. Período Aprox.


Diagnóstico Efetiva de raios X equiv. de BG
De CT Típica de tórax natural
(mSv)
Cabeça 2.3 115 1 ano

Tórax 8 400 3.6 anos

Abdome ou 10 500 4.5 aons


pélvis

From: Referral Criteria For Imaging. CE, 2000.

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 38
Sumário

• Procedimentos radiológicos pode


provocar efeitos determinísticos.
• Como estimar o detrimento potencial a
partir da medição da dose de entrada,
produto dose área ou métodos
específicos de dosimetria de TC.

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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 39
Onde obter mais informações?
• International Basic Safety Standards for Protection Against
Ionizing Radiation and for the Safety of Radiation Sources. 115,
Safety Standards. IAEA, February 1996.
• Radioprotection 102. Implementation of the medical Directive
97/43. pp 78-84 Available at website:
http://europa.eu.int/comm/environment/pubs/nuclear.htm#radiationprotecti
on)
• ICRP 73. Radiological Protection and Safety in Medicine. Annals of
the ICRP, 26(2), 1996.
• Vano, E and Lezana, A. Radiation Protection in Interventional
Radiology. 9th European Congress of Radiology, Vienna (Austria),
March 5‑10, 1995. Refresher Course.
• Avoidance of radiation injuries from medical interventional
procedures. ICRP Publication 85. Ann ICRP 2000;30 (2).
Pergamon.
• Joint WHO/IRH/CE workshop on efficacy and radiation safety in IR.
München, October, 1995
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8.3 - Parte 2: Determinação da dose do paciente 40

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