Você está na página 1de 27

Radiologia Odontológica

Fatores Técnicos na Formação da Imagem

Prof. Gutemberg Sales


Sumário

• Fatores de Exposição • Fatores do Paciente


1. Tensão de Pico (kVp) 1. Espessura
2. Corrente no Tubo (mA) 2. Composição
3. Tempo de Exposição 3. Patologia
4. Distância • Fatores Geométricos
• Fatores do Sistema de1. Magnificação
Imagem 2. Distorção
1. Tamanho do Ponto3. Borramento
Focal
2. Filtração
Fatores de Exposição
Fatores de Exposição
• A exposição adequada de um paciente à radiação é necessária para produzir um
diagnóstico radiográfico.
• Os fatores que influenciam e determinam a quantidade e a qualidade da radiação a
que um paciente será exposto são é denominado fatores de exposição.
• Todos esses fatores estão sob responsabilidade do operador do equipamento.
• Os quatros principais fatores de exposição são:
1. Tensão de Pico (kVp)
2. Corrente do Tubo (mA)
3. Tempo de Exposição
4. Distância foco-receptor de imagem (DFR)
Tensão de Pico (kVp)
• O kVp é o principal responsável pela
qualidade do feixe de raios X.
• O kVp é responsável pela
penetrabilidade do feixe.
• O kVp tem mais efeito do que
qualquer outro fator na recepção da Imagem com kVp baixo
imagem, pois tem efeito sobre a
energia e quantidade dos raios X.
• Técnicas com alto kVp aumentam a
quantidade de radiação espalhada.
• O kVp é responsável por controlar a
escala de contraste da imagem.
Imagem com kVp Alto
kVp
• Com o aumento do kVp o número de interação por efeito
Compton vai diminuir porém, o número de efeito fotoelétrico
vai diminuir ainda mais. Prevalecendo uma quantidade maior
de efeitos Compton.
• O kVp é um dos fatores de aumento da radiação espalhada
que pode ser controlada.
• A redução do kVp diminui a quantidade de radiação
espalhada, em contra partida, aumenta a dose do paciente.
• Em pacientes grandes (espessos) o kVp deve ser aumentado
para garantir a penetração adequada dos fótons.
• Colimadores e grades podem ser utilizados para reduzir a
quantidade de radiação espalhada.
Radiação espalhada
• A radiação espalhada é produzida
principalmente pelo efeito Compton.
• Dois tipos de fótons são responsáveis
pela DO e contraste na imagem:
1. Os que passam através do paciente
sem interagir.
2. E os que são dispersados dentro do
paciente por efeito Compton.
Três fatores principais são responsáveis
pela quantidade relativa de radiação
espalhada produzida, são eles:
1. kVp
2. Tamanho do campo
3. Espessura do paciente
Ruído na imagem
• O ruído aparece na como
manchas salpicadas de
fundo escuro.
• Isso ocorre quando são
utilizados técnicas com
kVp altos.
• O ruído é responsável pela
redução do contraste da
imagem.
Corrente do Tubo (mA)
• A corrente do tubo é responsável por
determinar o número de raio X que serão
produzidos, consequentemente a
Densidade óptica do filme.
• Quanto mais elétrons fluem através do
tubo, mais raios X teremos.
• A corrente do tubo tem forte influencia
sobre a dose no paciente.
• Com um tempo de exposição constante, o Mas = 30 e exposição de 230 mR
mA controla a quantidade de raio X.
• Alterações da mA não altera a energia
cinética dos elétrons que fluem do catodo
para o anodo.
• Normalmente os equipamentos de raio X
são identificados pela máxima corrente do
tubo.

Mas = 60 e exposição de 545 mR


Cálculo do número de elétrons
• A unidade da corrente do tubo em o Ampere (A).
1𝐶
• 1𝐴 =
𝑠
• 1 𝐶 = 6,28𝑥1018 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠

• Qual o número de elétrons que iram sair do catodo e iram colidir


com o ânodo, quando utilizarmos uma mA de 50.
50 𝑚𝐴 = 50 𝑥 10−3 𝐴
−3 −3
𝐶
50𝑥 10 𝐴 = 50 𝑥 10
𝑠
−3 18
𝐸
50 𝑥 10 𝑥 6,28 𝑥10
𝑠
15
𝐸 16
𝐸
314 𝑥 10 = 31,4 𝑥 10
𝑠 𝑠
Tempo de Exposição
• O tempo de exposição é um fator que não
tem forte influencia sobre a qualidade da
imagem.
• O tempo de exposição é usualmente
mantido o menor possível.
• Tempos de exposição curtos reduzem o
borramento da imagem.
• Quando o tempo de exposição for
reduzido devemos aumentar
proporcionalmente o mA.
• Você pode identificar se um sistema é
monofásico, trifásico ou de alta tensão
através do tempo.
• Normalmente o mA e o tempo de
exposição são utilizados combinados como
mAs.
• O mAs controla a DO da imagem.
• Se um o gerador de tensão estiver devidamente calibrado, o
valor de mAs pode ser obtido de diversas maneiras.
• Os sistemas onde só conseguimos alterar o mAs, os fatores
são ajustado para maior mA e menor tempo de exposição.
Distância
• A distancia afeta de forma secundária a formação da
imagem, de acordo com a lei do quadra da distância.
• A distancia determina quanto da intensidade do feixe
de raio X produzido vai chegar ao RI.
• Alteração da distância afeta a DO da imagem.
• Pode-se utilizar a lei do quadrado direto para
determinar a alteração requerida do mAs após realizar
uma alteração da distância, para manter a mesma DO.
𝑚𝐴𝑠 (𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜) 𝐷𝐹𝑅2 (𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜)
• =
𝑚𝐴𝑠 (𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜) 𝐷𝐹𝑅 2 (𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜)
• A distância é responsável pela redução da ampliação da
imagem e aumenta resolução espacial.
Lei inverso do quadrado da distância
Aplicação da Lei do Quadrado Direto

• Um exame requer 30 mAs a uma DFR de 1 metro.


Se a distância for alterada para 1,8 metros, qual
será o novo ajuste de mAs?
𝑚𝐴𝑠 (𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜) 𝐷𝐹𝑅 2 (𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜)
=
𝑚𝐴𝑠 (𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜) 𝐷𝐹𝑅 2 (𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜)
2
𝑥 1,8 𝑥 3,24
= 2 = =
30 1 30 1
97,2
1. 𝑥 = 30.3,24 = 𝑥=
1
𝑥 = 97,2 mAs
Características do Sistema de Imagem
Tamanho do Ponto Focal
• A maioria dos equipamentos são
equipados com dois tipos de focos.
• Tubos utilizados em métodos
intervencionista e mamografia utiliza
tubos micro focais.
• Para imagens normais é sempre
utilizado foco maior.
• O foco maior permite menor tempo
de exposição.
• A principal diferença entre os focos é
a capacidade na produção de raios X.
• O foco menor tem uso reservado
para radiografias mais detalhadas, na
qual a quantidade de raio X é baixo.
Filtração
• A filtração está diretamente ligado a
dose de radiação do paciente.
• Existem 3 tipos de filtração disponíveis
nos equipamentos de raio X:
1. Inerente
2. Adicional
3. Compensatória
• Todos os equipamentos estão sobre
efeito da filtração inerente.
• Alguns sistemas contam com sistema
adicional de filtros.
• Os filtros adicionais devem ser utilizados
em exames de alto contraste.
• Quando utilizar filtração adicional,
certificar que retornou o equipamento a
suas condições normais de filtração.
• Os filtros compensatórios balanceiam a
intensidade do feixe de forma a propiciar
exposição mais uniforme do RI.
Fatores do Paciente
Fatores do Pacientes
• Talvez uma das tarefas mais difícil seja avaliar o paciente.
• O Tamanho geral e a forma do paciente é denominado forma
corporal.
• Os padrões de exposição são feitos para os pacientes
ectomorfos e estênicos.
• O reconhecimento da forma corporal do paciente é essencial
para a seleção da técnica radiográfica.
Espessura do Paciente
• Quanto mais espesso o paciente, maior será a radiação necessária para penetrá-lo
de forma a expor o RI de forma adequada.
• A espessura do paciente não deve ser estimada.
• O kVp e o mAs vai variar de acordo com a espessura do paciente
• Para cada cm de espessura, a mais, deve-se adicionar 2 kVp a técnica utilizada.
• O aumento da mAs aumenta de forma mais significativa.
• Pacientes com espessuras maiores aumentam a quantidade de radiação espalhada.
Fatores Técnica de valor de kVp fixo para um exame de abdominal AP
kVp 80 80 80 80 80 80 80 80
Espessura (cm) 16 18 20 22 24 26 28 30
mAs 12 15 22 30 45 60 90 120
Fatores Técnica de valor de kVp variável para um exame de pélvis AP
kVp 56 58 60 62 64 66 68 70
Espessura (cm) 15 16 17 18 19 20 21 22
mAs 100 100 100 100 100 100 100 100
Composição e Patologia
• Deve-se fazer julgamento adicional da
densidade de massa da parte anatômica
que será examinada e a densidade das
massas envolvidas.
• O tórax e o abdome tem a mesma
espessura, mas a técnica radiográfica
utilizada para cada exame é razoavelmente
diferente.
• Os vários tecidos frequentemente são
descritos pelo seu teor de radiolucência e
radiopacidade.
• O tipo de patologia, seu tamanho e sua
composição influenciam a técnica
radiográfica.
• Deve-se dar atenção a imagens prévias e a
requisição médica.
• As patologias podem ser do ponte de vista
da imagem: construtivas ou destrutivas.
Fatores Geométricos
Magnificação
• Todas as imagens na radiografia são
maiores que os objetos que elas
representam, uma condição
denominada magnificação.
• No entanto, durante alguns exames a
magnificação é desejável.
• A magnificação é expressa pelo fator
de magnificação, definido como:
𝑇𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑎 𝑖𝑚𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐷𝐹𝑅
• 𝐹𝑀 = =
𝑇𝑎𝑚𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑜 𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑜 𝐷𝐹𝑂
• A magnificação diminui com o
aumento da DFR e aumento com a
DOF.
Distorção
• A magnificação desigual de diferentes
partes do mesmo objeto é
denominada distorção da forma.
• Três condições contribuem para a
formação para a distorção da
imagem:
1. Espessura do objeto.
2. Posição do objeto.
3. Forma do objeto.
• Objetos mais espessos são mais
distorcidos que objetos mais finos.
• Caso o plano do objeto e da imagem
não sejam paralelos haverá distorção.
• Anatomia irregular pode causar
distorção quando radiografados fora
do raio central.
Borramento do Ponto Focal
• Não há fontes pontuais emissoras de
raio-x, mas uma fonte de formato
retangular com tamanho que pode
variar de 0,1 – 1,5 mm.
• O borramento do ponto focal ocorre
porque o ponto focal não é um ponto.
• O borramento do ponto focal é o fator
mais importante para se determinar a
resolução espacial.
• Para minimizar o borramento do
ponto focal você deve utilizar o ponto
focal pequeno.
• Posicionar o paciente de forma que a
parte anatômica a ser examinada
esteja próximo do RI.
• Objetos de alto contraste que são
menores que o borramento do ponto
focal normalmente não podem ser
retratados.
Prof. Gutemberg Sales

@prof.gutembergsales

Gutemberg.claudino@animaeducacao.com.br

Você também pode gostar