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COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR

INSTITUTO DE RADIOPROTEÇÃO E DOSIMETRIA


CENTRO REGIONAL DE ENSINO E TREINAMENTO PROF. LUIZ TAUHATA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA


E SEGURANÇA DE FONTES RADIOATIVAS

MÓDULO: 8. EXPOSIÇÕES MÉDICAS

TÍTULO: 8-6. MEDIDA DA DOSE ABSORVIDA NO CORPO PARA UMA


EXPOSIÇÃO UNIDIRECIONAL COM ACELERADOR LINEAR USANDO UM
SIMULADOR E CÂMARA DE IONIZAÇÃO

AUTOR (es): Luiz Antonio Ribeiro da Rosa, Delano V. Batista, Lidia Vasconcellos
de Sá

EXERCÍCIO PRÁTICO

INTRODUÇÃO

Para a radioterapia clínica, o interesse está na dose absorvida por vários tecidos
situados no volume irradiado. Há vários métodos descritos na literatura para medir a
dose absorvida em um ponto de referência de um simulador. Na prática clínica,
utilizam-se protocolos internacionais de dosimetria e equipamentos calibrados em
laboratórios padrões. Funções foram desenvolvidas para permitir que se calcule a
dose em qualquer outro ponto uma vez que a dose neste ponto de referência seja
conhecida. A Figura 1 mostra um feixe de radiação incidente sobre o simulador com
suas dimensões de campo indicadas para determinadas distâncias da fonte.

Figura 1: Esquema de um feixe incidente em um simulador


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Na Figura 1, o campo tem uma área A à distância F, ou área Am à distância F +


dm, ou área Ad à distância F + d. O ponto Y na profundidade dm é o ponto em que a
dose é máxima, enquanto que o ponto X é um ponto em qualquer profundidade d.
Para irradiação de 250 kVp em equipamento de terapia por raios-X profundo, o ponto
Y está sobre o superfície do simulador. Para irradiação com cobalto, de energia 1,25
MeV, dm é de 0,5 cm de profundidade. A profundidade para dose máxima aumenta
com o aumento da energia, alcançando um valor de 5 cm para espectro contínuo de
energia, com energia máxima de 25 MeV, produzido por acelerador linear.
A percentagem de dose profunda no eixo central (PDP) é definida como a relação
entre a dose Dx medida no ponto X e a dose Dy medida no ponto Y, ambos os pontos
internos ao simulador e ao longo do eixo do feixe de radiação. Essa relação é
expressa como uma percentagem.

Assim: PDP (hʋ, F, A, d) = Dx / Dy X 100

A equação acima mostra que a porcentagem de dose profunda em um ponto


depende seguintes fatores:

(1) Energia do feixe de fótons “hʋ”;


(2) Distância fonte-superfície “F”;
(3) Área do campo de irradiação “A” na superfície; e
(4) Profundidade do ponto de medida no simulador “d”.

OBJETIVO

Medir a dose em profundidade em um simulador para um feixe de energia máxima


de 6 MeV de um acelerador linear, ao longo do eixo central, com feixe de radiação
unidirecional, utilizando detectores câmara de ionização.

MATERIAIS

• Acelerador Linear Varian Clinac 2300 C/D – Potencial Nominal: 6 MV


• Câmara de ionização PTW 30013
• Eletrômetro PTW EUA
• Simulador Wellhofer Blue Phantom

PROCEDIMENTO

1. Posicione o acelerador linear com o braço na vertical (Gantry = 0o).

2. Posicione o simulador cheio de água sob o acelerador linear e alinhe o centro


do campo com o centro do simulador. Acerte a altura do simulador de forma
que a distância fonte-superfície seja igual à de referência (100 cm).

3. Posicione a câmara de ionização de forma que o seu movimento vertical seja


ao longo da direção do eixo central do feixe. Estabeleça a profundidade igual a
zero como a posição na qual o ponto efetivo da câmara esteja na superfície da
água.
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4. Abra um campo 10x10 cm2 na superfície da água e posicione a câmara nas


profundidades indicadas da Tabela 1. Faça irradiações com 100 unidades de
monitoração (equivalentes à dose de 1 Gy na profundidade de máximo) e
preencha os campos da Tabela 1.

5. Elabore um gráfico de percentual de dose profunda versus profundidade.

OBSERVAÇÕES

Tabela 1

Dose medida em diferentes profundidades usando Câmara de Ionização e


simulador

Distância fonte - pele:__________ cm. Tamanho de campo: _________

Dose a 1,5 cm de profundidade abaixo do simulador (Dm) ________________

Tabela 2

Ponto Profundidade Dose Média – Dx PDP


Leitura (nC)
Nº no simulador (Gy) (Dx/Dm) x 100
1
2
P1 Superfície 3
4
5
1
2
P2 1 cm 3
4
5
1
2
P3 1,5 cm 3
4
5
1
2
P4 3 cm 3
4
5
1
2
P5 5 cm 3
4
5
1
2
P6 7 cm 3
4
5
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1
2
P7 10 cm 3
4
5
1
2
P8 15 cm 3
4
5
1
2
P9 20 cm 3
4
5

RESULTADOS

Traçar a curva de porcentagem de dose profunda versus profundidade.

Observações a partir do gráfico acima

Características da dose em profundidade

1. Percentagem da dose na superfície: _______________________


(Em relação à máxima dose axial)

2. Percentual de dose em profundidade a 10 cm de profundidade


________________________________________________________

PERGUNTAS

1. O que é a dose de referência em um simulador e como se relaciona com a dose em


algum outro ponto do mesmo?
2. Como a dose em um ponto de referência em um simulador é medida?
3. O que é chamada de dose em profundidade e como ela varia com a profundidade
em um simulador?

REFERÊNCIAS

1. The Physics of radiotherapy by Faiz M. Khan, Director Radiation Physics Section,


University Hospitals, Minneapolis, Minnesota.
2. Mayneod WV, Lamerton LF: a survey of depth dose data. Br- J Radiol. 14:255, 1944
3. Johns HE, Bruce WR, Reid WB: The dependence of depth dose on focal skin
distance. Br - J Radiol. 31:254, 1958
4. Burns JE: Conversion of depth dose from one FSD to another. Br-J Radiol 31:643,
1958
5. H .E. Johns* and J.R. Cunningham, The Physics of Radiology, *Head, Physics Divn,
Ontario Cancer Institute, Toronto, Canada.
6. IAEA, 2000, Absorbed Dose Determination in External Beam Radiotherapy, Viena,
Austria.

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