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A IMPORTÂNCIA DA PROTEÇÃO RADIOLOGICA EM PROCEDIMENTOS

ODONTOLOGICOS.
The Importance Of Radiological Protection In Dentistry Procedures.
Camila P. Barros; Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia_ Centro
Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão- UNIFACEMA.

Resumo: O exame radiográfico é uma das ferramentas auxiliares para


diagnóstico mais importantes para os dentistas. Contudo, ainda que sua
importância seja inegável, a técnica expõe os profissionais e pacientes há riscos
que podem e devem ser minimizados. Por isso, é muito importante falarmos na
segurança em radiologia odontológica. Esses tipos de procedimentos que
utilizam os raios X em consultórios, para obtenção de um diagnóstico
odontológico preciso, é de fundamental importância, porém a radiação utilizada,
mesmo sendo de baixa intensidade pode causar danos às células do corpo
humano. Diante, disso o objetivo dessa pesquisa é de demonstrar a importância
do uso desses equipamentos de proteção radiológica, ressaltando os principais
equipamentos de proteção nesses tipos de procedimentos. Assim foi realizado
pesquisas em artigos relacionados ao tema que trazia a relevância da proteção
não somente dos profissionais, como também de seus pacientes e indivíduos
ocupacionalmente expostos a radiação, oriundos dos equipamentos de raios-x e
tomografia computadorizada.
Palavras-Chaves:
Odontologia, Diagnóstico, Radioproteção.

Abstract: The radiographic examination is one of the most important auxiliary


diagnostic tools for dentists. However, although its importance is undeniable, the
technique exposes professionals and patients to risks that can and should be
minimized. Therefore, it is very important to talk about safety in dental radiology.
These types of procedures that use X-rays in offices, to obtain an accurate dental
diagnosis, are of fundamental importance, however the radiation used, even
though it is of low intensity, can cause damage to the cells of the human body.
Therefore, the objective of this research is to demonstrate the importance of using
this radiation protection equipment, highlighting the main protective equipment in
these types of procedures. Thus, research was carried out on articles related to
the theme, which brought the relevance of protection not only for professionals,
but also for their patients and individuals occupationally exposed to radiation from
x-ray and computed tomography equipment.

Key words:

Dentistry, Diagnosis, Radioprotection.


1. Introdução

O exame radiográfico é um valioso método auxiliar de diagnóstico nos


diversos procedimentos adotados pelo cirurgião-dentista, sendo utilizado em
qualquer manobra clínica pré, trans ou pós-operatória. Desde a descoberta dos
raios X por Wilhelm Conrad Röntgen, em novembro de 1895, várias pesquisas
vêm enaltecendo a importância desta radiação para a humanidade, bem como
suas ações deletérias devido à ação ionizante. Em nosso organismo, a ação
ionizante se faz sentir especialmente nos cromossomos, cujos efeitos se
manifestam durante a divisão celular, causando a evolução anormal ou morte da
célula, sendo os principais riscos associados com baixas doses de radiação: o
câncer, as mutações e as anomalias congênitas.

As autoridades afirmam que qualquer dose de radiação tem potencial de


produzir danos, mas, de acordo com a literatura, os efeitos potenciais da
radiação advinda de aparelhos de raios X odontológico são mínimos, sendo o
risco de indução de um câncer fatal por uma radiografia panorâmica de
1:1.000.000 e por uma radiografia intra-oral de 1:10.000.000. Todavia, apesar de
o risco ser muito baixo, é importante considerar que os efeitos da radiação
podem ser acumulativos; por isso, todos os dentistas têm a responsabilidade
profissional com seus pacientes, sua equipe e a si mesmo de minimizar todos os
riscos que possam estar associados à radiação.

A conscientização dessa ação deletéria dos raios X, através de efeitos


somáticos ou genéticos, levou os pesquisadores a buscar medidas de segurança
na aplicação desta radiação, surgindo na Alemanha em 1913 as primeiras regras
para o uso dos raios- x. Oito anos depois, em 1921, foram relatadas as primeiras
recomendações de proteção radiológica pelo "British X-ray and Radium
Committee". Todavia, foi somente em 1928 que foram estabelecidas as primeiras
normas de proteção pela "International Commission of Radiological Protection".

Seguindo a tendência mundial, em 1 de junho 1998, o Ministério da Saúde do


Brasil estabeleceu a portaria nº 453 intitulada "Diretrizes de Proteção
Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico", que se preocupa com
a necessidade de garantir a qualidade nos procedimentos de radiodiagnóstico
prestados à população, assim como assegurar os requisitos mínimos de
proteção radiológica aos profissionais da área de saúde.

A preocupação com as medidas de radioproteção adotadas pelos cirurgiões-


dentistas tem levado diversos pesquisadores a estudar o assunto em todo o
mundo, assim como no Brasil, buscando avaliar os cuidados adotados para
minimizar a exposição aos raios X, como também o uso dessa radiação nos
consultórios e serviços públicos em geral. A metodologia aplicada nesses
estudos consiste na elaboração de questionários, contendo diversas perguntas
fechadas e/ou abertas sobre o assunto em questão.

2. Objetivo

Informar sobre a importância da proteção radiológica nos procedimentos


odontológicos.

2.1. Objetivos Específicos

Demonstrar a relevância do uso de equipamentos EPI’S nos procedimentos


de odontologia;

Especificar os principais equipamentos de proteção utilizados nos exames


radiológicos;

3. Metodologia

Esse estudo é uma revisão literária bibliográfica discursiva de artigos sobre


o tema A Importância da Proteção Radiológica em procedimentos de
Odontologia têm como objetivo demonstrar a importância dos usos desses
equipamentos combatendo assim os efeitos da radiação ionizante no organismo
deste profissional ou paciente.

4. Fundamentação Teórica

4.1 Proteção Radiológica. A Portaria 453, de 1 de junho de 1998 estabelece as


diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e
odontológico, dispõe sobre o uso dos raios-x diagnósticos em todo território
nacional e dá outras providências. Nela estão contidas as diretrizes que
asseguram proteção aos pacientes e profissionais em contato com radiação
ionizante. Seus principais conceitos constituem na justificação do uso de
radiodiagnóstico, proteção radiológica otimizada, atos de precaução contra
acidentes e formas de redução de doses individuais. A norma delimita valores
de exposições ocupacionais com valores de 19 dose efetiva anual de no máximo
50mSv por ano e uma média de 20mSv por 5 anos consecutivos e uma dose
equivalente máxima de 500 mSv para extremidades e 150 mSv para o cristalino,
com exceção de mulheres grávidas que não pode receber dose maior que 2mSv
durante todo o período de gestação na superfície abdominal.

4.2 Instalações Odontológicas. Para instalações de radiologia odontológica,


um odontólogo deve ser nomeado responsável pelos procedimentos de
radiodiagnóstico levando em consideração o princípio de ALARA (As Low As
Resonably Achivable) que delimita que a dose utilizada deve ser a menor
suficiente para realização do diagnóstico. Esses locais devem ainda conter
vestimentas de proteção individual de no mínimo 0,25mm de chumbo para
proteção de órgãos radiossesíveis como tireoide e gônadas. Sendo assim o
número mínimo de EPIs deve ser equivalente ao número de aparelhos.

4.3 Cuidado na Realização dos Exames. A repetição de exames pode ser


evitada com o uso correto dos equipamentos de aquisição de imagem
radiológica. Para imagens intraorais deve ser utilizada de preferência a técnica
do paralelismo com localizadores longos, que consiste em diminuir a distância
entre o filme e a estrutura anatômica e assim evitar distorções. Além disso
recomenda-se o uso de posicionadores e prendedores de filme e bitewing para
evitar expor os dedos do paciente à radiação. Deve aproximar o máximo possível
o localizador da pele do paciente para garantia de tamanho de campo. Nos
consultórios, durante exames intraorais, o profissional nunca deve ser exposto
ao feixe primário, deve estar a uma distância mínima de 2 metros do tubo e do
paciente durante a realização do exame, e se a frequência da prática for maior
que 30mAmin por semana, o operador deve permanecer protegido por uma
barreira de espessura mínima de 0,5mm de chumbo – ou outro material
correspondente. Caso seja necessária a presença de um acompanhante para o
paciente, esse deve ser protegido por avental plumbífero de espessura mínima
de 0,25mm.
4.4 Equipamentos de Proteção. A radiologia tem sido um método muito usado
na odontologia, pois permite chegar a um diagnóstico mais conclusivo dos
problemas bucais dos pacientes. Porém, essa exposição precisa ser controlado
e é por isso que existe a proteção radiológica odontológica. A proteção
radiológica odontológica é necessária devido ao fato do corpo humano sofrer
interferências quando submetidos ao raios-x. O organismo absorve o raios-x e,
quanto mais absorve, mais eles danificam moléculas como DNA e RNA. Na
tentativa de minimizar o perigo da exposição à radiação, é preciso ficar de olho
em 3 fatores principais: tempo, distância e blindagem.

A preocupação quanto ao tempo é devido ao fato de que quanto maior for o


tempo de exposição, maiores são os riscos. E é por isso que a jornada de
trabalho de quem trabalha na área também costuma ser reduzida e a duração
da exposição deve ser controlada com rigor. Quanto à distância, o motivo é que
assim como o calor de um incêndio diminui à medida que você se afasta dele, a
dose de radiação diminui drasticamente à medida em que se aumenta sua
distância da fonte. Por último a blindagem, na qual consiste em a grande maioria
dos equipamentos de proteção radiológica.

Os especialistas explicam que alguns cuidados são essenciais para a prática


radiológica em Odontologia. “Os aparelhos devem ser corretamente mantidos, o
uso do avental plumbífero – considerando sempre a glândula tireoide – é
indispensável, as técnicas devem ser executadas corretamente, para assim
evitar repetições”. Apesar da contaminação por radiação ionizante em baixas
doses ser indolor e relativamente demorada, os riscos são reais e devem ser
levados a sério para poderem ser devidamente evitados. Atualmente existem
uma série de opções de EPIs de radiologia que visam a segurança dos
profissionais e pacientes. Os principais são: Avental de chumbo ou plumbífero;
Óculos plumbífero; Protetores de gônadas e Protetores de tireoide.

5. Resultados e Discussões

De acordo com (Navarro, s.d.), apesar da evolução dos equipamentos e filmes


radiográficos, o que preocupa os profissionais que utilizam frequentemente a
radiação ionizante é o seu efeito cumulativo. Por isso, o cirurgião-dentista e sua
equipe devem se proteger das exposições desnecessárias. “Em decorrência do
exposto, os profissionais responsáveis pelas solicitações, além dos que estão
ligados à obtenção dos exames, devem conhecer a indicação das análises, como
o emprego das radiações, a importância do seu conhecimento, a relação entre
riscos e benefícios e os métodos de aferição e controle, assim sendo, não são
toleradas exposições desnecessárias”.

Foram analisados dados de 20 profissionais, 75% com tempo de formação


superior a 10 anos em instituições públicas e constatado que 45% conhecem a
Portaria 453, apenas 50% possuem sinalização em seus consultórios e 20%
possui quadro de orientação sobre proteção radiológica na sala de exames
conforme prescrito no item 5.4; 80% utilizam posicionado de filme, 90% adotam
filmes rápidos e vestimenta plumbífero, porém alguns não fazem uso do protetor
de tireoide e 70% acondicionam em local adequado; e 80% cumprem o que se
determinada na Portaria nº453\ MS e 45% utilizam aparelhos com disparador
automático, o que não é permitido pela Portaria e apenas 20% receberam algum
treinamento sobre as diretrizes de proteção radiológica. (Duarte1, Figueirôa, &
Frassinetti., 2014)

Conforme (Melo & Melo, 2006), a preocupação com as medidas de radioproteção


adotadas pelos cirurgiões-dentistas tem levado diversos pesquisadores a
estudar o assunto em todo o mundo. Contudo, após mais de oito anos da
publicação das Diretrizes de Proteção Radiológica no Diário Oficial da União 7,
percebe-se que muitos erros são cometidos na prática diária nos consultórios
odontológicos, como também a existência de muitos questionamentos por parte
dos profissionais.

6. Conclusão

Apesar do benefício gerado pelo uso das radiações ionizantes, sabe-se que a
interação da radiação no organismo do indivíduo pode trazer efeitos nocivos ao
nível de células, tecido e órgãos. Foi possível observar que apesar de
estabelecidas normas e diretrizes direcionadas ao combate da proteção
radiológica dentro de hospitais, clinicas e consultórios odontológicos, atualmente
ainda muitos profissionais expõe o seu paciente a doses relevantes e
desnecessária de radiação, levando assim ao risco a vida dos mesmos. Nesta
pesquisa quis trazer a importância do conhecimento não somente dos
profissionais da odontologia como também os técnicos\tecnólogos atuantes
neste setor para que seja realizado exames com qualidade, visando sempre a
proteção do paciente de acordo com o que se é determinado nas normas,
diretrizes e protocolos estabelecidos para este seguimento.

7. Referências

DIRETRIZES BÁSICAS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM


RADIODIAGNÓSTICO MÉDICO E ODONTOLÓGICO. (1 DE JUNHO DE
1998). PORTARIA SVS/MS N° 453.
DUARTE1, A. F., FIGUEIRÔA, J., & FRASSINETTI., P. (JULHO DE 2014).
CONHECIMENTO E ATITUDES DOS ODONTÓLOGOS SOBRE
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MINISTÉRIO DA SAÚDE . CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE, PP.
P. 75-84.
FERREIRA, I. P. (22 DE SETEMBRO DE 2017). CONHECIMENTO DE
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