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Normas de Radioproteção
A partir do século XIX, as fontes naturais de radiação somaram-se às produzidas pelo homem, tais
como os raios X, as inúmeras radiações médicas e industriais de radioisótopos e os contaminantes
ambientais gerados pelas explosões nucleares. Assim, os seres humanos estão permanentemente
expostos a uma radiação de fundo, que é a soma da radiação natural com a artificial 1-8.
As aplicações médicas de radioisótopos e raios X são responsáveis pela quase totalidade da dose de
radiação artificial à qual o homem está exposto. Na radioterapia, as doses utilizadas são muitas
elevadas, mas como o número de pessoas submetidas a essa prática médica é relativamente
reduzido, sua contribuição para a dose global recebida pela população não é muito grande9.
Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) 1-8, no início da era nuclear houve um
incentivo muito grande para o desenvolvimento de aplicações dos materiais radioativos. O objetivo
era encontrar usos benéficos que proporcionassem retorno econômico, conhecimento cientifico
avançado e, principalmente, melhorasse a qualidade de vida da sociedade. Nos dias de atuais, a
energia nuclear é utilizada para geração de energia elétrica, sendo uma forte concorrente com os
demais recursos energéticos. Os materiais radioativos por ela produzida são largamente utilizados na
medicina, na indústria e na agricultura.
O crescente uso da radiologia médica e odontológica faz com que sua utilização seja profundamente
estudada devido à necessidade de se reduzirem as radiações recebidas pelos pacientes e
profissionais (técnicos de raios X, médicos radiologistas, cirurgiões-dentistas e auxiliares), uma vez
que estes recebem uma quantidade significativa de radiação fornecida em exames radiográficos.
Devido a sua grande utilidade e benefício no diagnóstico de patologias e afins, a utilização dos raios
X é uma necessidade, assim como o desenvolvimento de mecanismos de proteção, para que o seu
uso seja o mais proveitoso e menos nocivo possível. Considerando o estado do desenvolvimento
tecnológico atual e as experiências adquiridas ao longo dos anos, utilizam-se normas e regulamentos
específicos para radiologia10, os quais, uma vez seguidos na prática, garantem a padronização dos
requisitos mínimos de radioproteção, reduzindo as doses de radiação a níveis aceitáveis e
proporcionando segurança aos usuários. Por sua vez, a existência de normas e legislações
pertinentes por si só não garante a qualidade na utilização dos raios X em consultórios odontológicos
e ambientes hospitalares.
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No setor saúde, onde a radiação ionizante encontra o seu maior emprego e como consequência, a
maior exposição em termos de dose coletiva, é também onde mais são realizadas pesquisas no
sentido de se produzir o maior benefício com o menor risco possível.
Apesar dos esforços de alguns órgãos governamentais em difundir conhecimentos voltados para as
atividades de Proteção Radiológica é ainda, de pouco domínio, mesmo entre os profissionais da área,
o conhecimento a respeito dos efeitos maléficos produzidos por exposições que ultrapassam os
limites permitidos.
Durante toda a vida, os seres humanos estão expostos diariamente aos efeitos das radiações
ionizantes. Estas radiações podem ser de origem natural ou artificial.
Quanto à proteção radiológica, pouco podemos fazer para reduzir os efeitos das radiações de origem
natural. No entanto, no que diz respeito às fontes artificiais, todo esforço deve ser direcionado a fim
de controlar seus efeitos nocivos. É neste aspecto, que a proteção radiológica pode ter um papel
importante.
Pode-se observar que a maior contribuição deve-se às irradiações médicas e, dentro desta categoria,
o radiodiagnóstico é o que possui a maior porcentagem. Devido à esta constatação, todo esforço
deve ser direcionado no sentido de controlar e reduzir estes valores, o que pode ser atingido através
da aplicação efetiva dos preceitos de proteção radiológica.
Proteção radiológica
Segundo a norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é o conjunto de medidas que
visam proteger o homem, seus descendentes e seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos
causados por radiação ionizante proveniente de fontes produzidas pelo homem e de fontes naturais
modificadas tecnologicamente. Essas medidas estão fundamentadas em três princípios básicos:
- Justificação
- Otimização
Justificação da prática
Nenhuma prática deve ser autorizada a menos que produza suficiente benefício para o indivíduo
exposto ou para a sociedade.
A exposição médica deve resultar em um benefício real para a saúde do indivíduo e/ou para a
sociedade.
O princípio da otimização implica em que as exposições devem manter o nível de radiação o mais
baixo possível.
Esse princípio se aplica a todas as atividades que demandam exposições às radiações ionizantes.
Tais atividades devem ser planejadas, analisando-se em detalhe o que se pretende fazer e como
será feito.
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As doses de radiação não devem ser superiores aos limites estabelecidos pelas normas de
radioproteção de cada país.
Esse princípio não se aplica para limitação de dose ao paciente, mas sim para trabalhadores
ocupacionalmente expostos à radiação ionizante e para o público em geral.
Incide sobre o indivíduo considerando todas as exposições, decorrentes de todas as práticas que o
indivíduo possa estar exposto.
Exposições ocupacionais
Nas exposições ocupacionais normais, nas práticas abrangidas pela Portaria 453, o controle deve
ser feito de maneira que:
- A dose efetiva anual não deve exceder 20mSv em qualquer período de 5 anos consecutivos, não
podendo exceder 50mSv em um ano;
- Menores de 18 anos não podem trabalhar com raios-X diagnósticos, exceto em treinamentos;
Estudantes com idade entre 16 e 18 anos, em estágio de treinamento profissional a dose efetiva
anual não deve exceder o valor de 6mSv;
- A gravidez deve ser notificada ao titular do serviço tão logo seja constatada;
- As condições de trabalho devem garantir que a dose na superfície do abdômen não exceda 2mSv
durante todo o período restante da gravidez.
Os métodos descritos a seguir podem ser adotados visando a redução de exposição as radiações.
- Hábitos de trabalho;
- Sinalização;
- Monitoração.
A redução do tempo de exposição ao mínimo necessário, para uma determinada técnica de exames,
é a maneira mais prática para se reduzir a exposição à radiação ionizante e quanto mais distante da
fonte de radiação, menor a intensidade do feixe.
Hábitos de trabalho
- Utilizar sempre as técnicas adequadas para cada tipo de exame, evitando a necessidade de
repetição e reduzindo o efeito da radiação espalhada sobre o profissional das técnicas radiológicas;
- O Tecnólogo e o Técnico deverão sempre utilizar seu dosímetro pessoal durante a jornada de
trabalho;
- Usando aparelhos móveis de raios X o profissional das técnicas radiológicas deve aplicar, da melhor
maneira os conceitos de radioproteção (tempo, blindagem e distância);
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- Sempre utilizar acessórios plumbíferos e o dosímetro por fora do avental nos exames em que seja
necessário permanecer próximo ao paciente;
- As portas de acesso de instalações fixas devem ser mantidas fechadas durante as exposições.
Sinalização
Monitoração
O uso do dosímetro individual por parte dos Tecnólogos e Técnicos constitui o principal meio de
avaliação da eficiência de um programa de controle de dose estabelecido e dos procedimentos
adotados no serviço de radiodiagnóstico.
O dosímetro individual é de uso exclusivo do usuário no serviço para o qual foi designado.
Na utilização dos raios X nos procedimentos em radiodiagnóstico para atingir o objetivo radiológico,
deve-se ter em mente que é o paciente que obtém o benefício do exame. Portanto todo meio de
proteção radiológica deve ser utilizado para que as doses, principalmente nos trabalhadores, sejam
tão baixas quanto razoavelmente exequíveis.
- Utilizar sempre as técnicas adequadas para cada tipo de exame, evitando a necessidade de
repetição, reduzindo o efeito sobre ele da radiação espalhada;
- Sempre utilizar acessórios plumbíferos e o dosímetro por fora do avental nos exames em que seja
necessário permanecer próximo ao paciente;
- As portas de acesso de instalações fixas devem ser mantidas fechadas durante as exposições.
O paciente busca e deve obter um benefício real para a sua saúde em comparação com detrimento
que possa ser causado pela radiação. Deve-se dar ênfase à otimização nos procedimentos de
trabalho,por possuir um influência direta na qualidade e segurança da assistência aos pacientes.
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- Sempre fazer uso de protetor de gônadas e saiote plumbífero em pacientes, exceto quando tais
blindagens excluam ou degradem informações diagnósticas importantes;
- Otimizar seus fatores de técnica (tempo, mA e kV) para uma redução de dose, mantendo a
qualidade radiográfica.
Prevenção de acidentes
Manter as instalações e seus equipamentos de raios-X nas condições exigidas pela Portaria 453,
devendo prover serviço adequado de manutenção periódica;
A utilização do exame radiográfico como meio auxiliar no diagnóstico tem sido cada vez maior na
Odontologia e as exposições radiológicas na área da saúde constituem a principal fonte de exposição
da população às fontes artificiais de radiação ionizante. Dessa forma, torna-se necessário estipular
determinadas condutas quanto ao uso correto dos raios-X.
Os danos que os raios-X podem causar ocorrem nas substâncias químicas localizadas dentro de
cada célula do corpo humano e não são observadas imediatamente (quanto mais energia de raios-X
é absorvida mais produtos químicos vitais – DNA, RNA – são danificados). As células embrionárias
são mais radio sensíveis que as adultas por estarem em processo mitótico, por isso as células
malignas, por se dividirem rapidamente, podem ser destruídas pela radiação.
A interação inicial entre radiação ionizante e matéria acontece ao nível do elétron. As mudanças na
molécula podem conduzir a alterações celulares que persistem por horas, décadas e até outras
gerações (Goaz & White, 1994). A interação entre os raios-X e a molécula de água produz radicais
livres, os quais são extremamente reativos, podendo produzir indesejáveis combinações químicas
dentro da célula que podem causar danos biológicos:
É relevante lembrar que as células têm habilidade para reparar danos da radiação, mas quanto
menor a dose de radiação para a célula, maior é a capacidade de esta reparar o dano. O uso de
equipamentos de raios-X deve seguir os requisitos harmônicos, com boa prática clínica. Os filmes e
as soluções de processamento devem ser de boa qualidade e os profissionais qualificados e
atualizados. A decisão para conduzir um exame radiográfico é baseada nas características individuais
do paciente, achados clínicos e história médica.
A American Dental Association (1971) recomenda que as exposições sejam realizadas quando há a
expectativa de que a radiografia auxilie no fornecimento de dados que influem no plano de
tratamento. A partir deste propósito, as radiografias devem ser obtidas com a mínima exposição do
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paciente aos raios-X, desde que não afete a qualidade final da imagem.
As doses utilizadas nos exames radiográficos de rotina são pequenas. O National Council on
Radiation Protection and Measurements (NCRP) e a International Commission on Radiological
Protection (ICRP) publicaram em 1990 os princípios As Low As Reasonably Achievable (ALARA), que
afirma que por menor que seja a dose algum efeito biológico poderá ser produzido.
Proteção Radiológica
Essa semana circulou nas Redes Sociais, essa bonita imagem com essa criança, realizando um
exame radiológico em 1943.
Vem comigo?
Princípios Fundamentais
Em 1931, a primeira recomendação de Limite de Dose foi feita nos Estados Unidos.
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No Brasil, a primeira recomendação de Limite de Dose foi feita pela Comissão Nacional de Energia
Nuclear (CNEN), EM 1988, na norma CNEN NE 3.01.
Princípio de ALARA
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