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PRINCIPIOS DE RADIOPROTEÇÃO

Princípios Básicos de Proteção Radiológica

No setor saúde, onde a radiação ionizante encontra o seu maior emprego e como conseqüência, a
maior exposição em termos de dose coletiva, é também onde mais são realizadas pesquisas no sen-
tido de se produzir o maior benefício com o menor risco possível.

Apesar dos esforços de alguns órgãos governamentais em difundir conhecimentos voltados para as
atividades de Proteção Radiológica é ainda, de pouco domínio, mesmo entre os profissionais da área,
o conhecimento a respeito dos efeitos maléficos produzidos por exposições que ultrapassam os limi-
tes permitidos.

Durante toda a vida, os seres humanos estão expostos diariamente aos efeitos das radiações ioni-
zantes. Estas radiações podem ser de origem natural ou artificial.

Quanto à proteção radiológica, pouco podemos fazer para reduzir os efeitos das radiações de origem
natural. No entanto, no que diz respeito às fontes artificiais, todo esforço deve ser direcionado a fim
de controlar seus efeitos nocivos. É neste aspecto, que a proteção radiológica pode ter um papel
importante.

Pode-se observar que a maior contribuição deve-se às irradiações médicas e, dentro desta categoria,
o radiodiagnóstico é o que possui a maior porcentagem. Devido à esta constatação, todo esforço
deve ser direcionado no sentido de controlar e reduzir estes valores, o que pode ser atingido através
da aplicação efetiva dos preceitos de proteção radiológica.

Proteção radiológica

Segundo a norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) é o conjunto de medidas que
visam proteger o homem, seus descendentes e seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos
causados por radiação ionizante proveniente de fontes produzidas pelo homem e de fontes naturais
modificadas tecnologicamente. Essas medidas estão fundamentadas em três princípios básicos:

- Justificação

- Otimização

- Limitação de doses individuais

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Justificação da prática

Nenhuma prática deve ser autorizada a menos que produza suficiente benefício para o indivíduo ex-
posto ou para a sociedade.

A exposição médica deve resultar em um benefício real para a saúde do indivíduo e/ou para a socie-
dade.

Deve-se considerar a eficácia, os benefícios e riscos de técnicas alternativas disponíveis com o mes-
mo objetivo, mas que envolvam menos ou nenhuma exposição a radiações ionizantes.

Otimização da proteção radiológica

O princípio da otimização implica em que as exposições devem manter o nível de radiação o mais
baixo possível.

Esse princípio se aplica a todas as atividades que demandam exposições às radiações ionizantes.
Tais atividades devem ser planejadas, analisando-se em detalhe o que se pretende fazer e como
será feito.

A proteção radiológica é otimizada quando as exposições empregam a menor dose possível de radi-
ação, sem que isso implique na perda de qualidade de imagem.

Limitação de doses individuais

As doses de radiação não devem ser superiores aos limites estabelecidos pelas normas de radiopro-
teção de cada país.

Esse princípio não se aplica para limitação de dose ao paciente, mas sim para trabalhadores ocupa-
cionalmente expostos à radiação ionizante e para o público em geral.

Incide sobre o indivíduo considerando todas as exposições, decorrentes de todas as práticas que o
indivíduo possa estar exposto.

Exposições ocupacionais

Nas exposições ocupacionais normais, nas práticas abrangidas pela Portaria 453, o controle deve
ser feito de maneira que:

- A dose efetiva anual não deve exceder 20mSv em qualquer período de 5 anos consecutivos, não
podendo exceder 50mSv em um ano;

- Menores de 18 anos não podem trabalhar com raios-X diagnósticos, exceto em treinamentos;
Estudantes com idade entre 16 e 18 anos, em estágio de treinamento profissional a dose efetiva anu-
al não deve exceder o valor de 6mSv;

- É proibida a exposição ocupacional de menores de 16 anos;

- A dose efetiva anual de indivíduos do público não deve exceder a 1mSv.

Para mulheres grávidas devem ser observados os requisitos adicionais:

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- A gravidez deve ser notificada ao titular do serviço tão logo seja constatada;

- As condições de trabalho devem garantir que a dose na superfície do abdômen não exceda 2mSv
durante todo o período restante da gravidez.

Métodos de redução de exposição às radiações

Os métodos descritos a seguir podem ser adotados visando a redução de exposição as radiações.

- Tempo, blindagem e distância;

- Hábitos de trabalho;

- Sinalização;

- Monitoração.

Tempo, blindagem e distância

A redução do tempo de exposição ao mínimo necessário, para uma determinada técnica de exames,
é a maneira mais prática para se reduzir a exposição à radiação ionizante e quanto mais distante da
fonte de radiação, menor a intensidade do feixe.

Hábitos de trabalho

- Utilizar sempre as técnicas adequadas para cada tipo de exame, evitando a necessidade de repeti-
ção e reduzindo o efeito da radiação espalhada sobre o profissional das técnicas radiológicas;

- O Tecnólogo e o Técnico deverão sempre utilizar seu dosímetro pessoal durante a jornada de traba-
lho;

- Sempre posicionar-se atrás do biombo ou na cabine de comando durante a realização do exame;

- Usando aparelhos móveis de raios X o profissional das técnicas radiológicas deve aplicar, da melhor
maneira os conceitos de radioproteção (tempo, blindagem e distância);

- Sempre utilizar acessórios plumbíferos e o dosímetro por fora do avental nos exames em que seja
necessário permanecer próximo ao paciente;

- As portas de acesso de instalações fixas devem ser mantidas fechadas durante as exposições.

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Sinalização

Monitoração

O uso do dosímetro individual por parte dos Tecnólogos e Técnicos constitui o principal meio de ava-
liação da eficiência de um programa de controle de dose estabelecido e dos procedimentos adotados
no serviço de radiodiagnóstico.

O dosímetro individual é de uso exclusivo do usuário no serviço para o qual foi designado.

Procedimentos de proteção radiológica

Na utilização dos raios X nos procedimentos em radiodiagnóstico para atingir o objetivo radiológico,
deve-se ter em mente que é o paciente que obtém o benefício do exame. Portanto todo meio de pro-
teção radiológica deve ser utilizado para que as doses, principalmente nos trabalhadores, sejam tão
baixas quanto razoavelmente exeqüíveis.

Proteção dos indivíduos ocupacionalmente expostos

- Efetuar rodízio na equipe durante os procedimentos de radiografia em leito e UTI;

- Utilizar sempre as técnicas adequadas para cada tipo de exame, evitando a necessidade de repeti-
ção, reduzindo o efeito sobre ele da radiação espalhada;

- Informar corretamente ao paciente os procedimentos do exame, evitando a necessidade de repeti-


ção;

- Sempre utilizar acessórios plumbíferos e o dosímetro por fora do avental nos exames em que seja
necessário permanecer próximo ao paciente;

- Utilizar o dosímetro pessoal durante a jornada de trabalho;

- Posicionar-se atrás do biombo ou na cabine de comando durante a realização do exame;

- Usando aparelhos móveis de raios X deve-se aplicar, da melhor maneira os conceitos de radiopro-
teção (tempo, blindagem e distância);

- As portas de acesso de instalações fixas devem ser mantidas fechadas durante as exposições.

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Proteção dos pacientes

O paciente busca e deve obter um benefício real para a sua saúde em comparação com detrimento
que possa ser causado pela radiação. Deve-se dar ênfase à otimização nos procedimentos de traba-
lho,por possuir um influência direta na qualidade e segurança da assistência aos pacientes.

- Sempre fazer uso de protetor de gônadas e saiote plumbífero em pacientes, exceto quando tais
blindagens excluam ou degradem informações diagnósticas importantes;

- Sempre buscar a repetição mínima de radiografias;

- Efetuar uma colimação rigorosa à área de interesse do exame;

- Otimizar seus fatores de técnica (tempo, mA e kV) para uma redução de dose, mantendo a qualida-
de radiográfica.

Prevenção de acidentes

Deve-se desenvolver os meios e implementar as ações necessárias para minimizar a contribuição de


erros humanos que levem à ocorrência de exposições acidentais.

Manter as instalações e seus equipamentos de raios-X nas condições exigidas pela Portaria 453,
devendo prover serviço adequado de manutenção periódica;

Evitar a realização de exposições médicas desnecessárias;

Compensações ou privilégios especiais para indivíduos ocupacionalmente expostos não devem, em


hipótese alguma, substituir a observação das medidas de proteção e segurança.

Princípios Básicos de Radioproteção

Princípio da Justificação: Qualquer atividade envolvendo radiação ou exposição deve ser justificada
em relação a outras alternativas e produzir um benefício líquido positivo para a sociedade.

Princípio da Otimização: O projeto, o planejamento do uso e a operação de instalações e de fontes de


radiação devem ser feitos de modo a garantir que os expositores sejam tão reduzidos quanto razoa-
velmente exeqüível = baixa (principio ALARA), levando-se em consideração fatores sociais e econô-
micas.

Principio da Limitação de Dose Individual: As doses individuais de trabalhadores e de indivíduos do


público não devem exceder os limites anuais de dose equivalente estabelecidos em norma específi-
ca.

Limitação de dose e Otimização da radioproteção

1) Nenhum trabalhador deve estar exposto à radiação sem que:

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a) Seja necessário;

b) Tenha conhecimento dos riscos radiológicos associados ao seu trabalho;

c) Esteja adequadamente treinado para o desempenho seguro das suas funções;

2) Compensações ou privilégios especiais para trabalhadores não devem, em nenhuma hipótese,


substituir requisitos aplicáveis de norma específica;

3) Menores de 18 anos não devem ser trabalhadores;

4) Gestantes não devem trabalhar em áreas controladas;

5) Para mulheres com capacidade reprodutiva, a dose no abdômen não deve exceder a 10 mSv em
qualquer período de 3 meses consecutivos;

6) A dose acumulada no feto durante o período de gestação não deve exceder 1 mSv;

7) Estudantes, aprendizes e estagiários menores de 16 anos, cujas atividades envolvam radiação,


não devem receber, por ano, doses superiores aos limites primários para indivíduos do público, nem
doses superiores a 1/10 daqueles limites em cada exposição independente;

8) Estudantes, aprendizes e estagiários entre 16 e 18 anos não devem receber doses superiores a
3/10 da dose do limite para trabalhadores;

9) Estudantes e estagiários com idade maior de 18 anos devem obedecer o limite para trabalhadores.

Sistemas de Radio-Proteção

1) Óculos de vidro plumbífero;

2) Protetor de tireóide plumbífero;

3) Capa plumbífera;

4) Protetor de gônodas plumbífero;

5) Luvas plumbífero;

Fatores

1. Tempo: Deve haver rigorosamente limitação de tempo de exposição, a fim de que o indivíduo não
receba doses acima dos limites de tolerância estabelecidos. Quando um material radioativo é comple-
tamente absorvido pelo organismo, pouco ou nada pode ser feito para eliminá-lo da região onde se
depositou . No entanto pode ser controlados os riscos das radiações internas, ou seja, aquelas cuja
fonte já se encontra depositada no interior do organismo, seja por ingestão, inalação ou absorção
através da pele, impedindo-se a assimilação de fontes radioativas pelo corpo humano ou controlá-la a
níveis mínimos, garantindo que os limites de tolerância não sejam ultrapassados.

2. Distância: Vamos entender como distância, o espaço mantido entre o trabalhador e a fonte de radi-
ação. Isto significa que o trabalhador pode realizar suas tarefas sem risco nenhum de ser atingido
pelas radiações, porque se encontra numa distância segura. Esta medida é eficaz e muito simples de
ser aplicada.

3. Blindagens: Corresponde à utilização de barreiras feitas de materiais que sejam capazes de absor-
ver radiações ionizantes. Essas barreiras devem ser feitas e orientadas por especialistas para que
não se corra nenhum risco. É comum o uso de barreira de chumbo ou concreto cuja espessura é
dimensionada em função do tipo de radiação da qual se quer livrar.

Área livre: área isenta de regras especiais de segurança onde as doses anuais não ultrapassem o
limite para o público (1mSv).

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Área controlada: área restrita na qual as doses equivalentes efetivas anuais podem ser iguais ou su-
periores a 3/10 do limite para trabalhadores.

Efeitos Biológicos da Radiação Ionizante

1) Mecanismo:

Radiação –> átomo (efeito comptom, fotoelétrico e produção de pares) –> fenômeno físico (ioniza-
ção) –> fenômeno químico (ruptura nas ligações das moléculas) –> fenômeno biológico (em relação
às moléculas) –> fenômeno fisiológico ( em relação ao organismo)

2) Tempo de Latência:

Dose elevada – tempo curto; Doses baixas com tempo de exposição muito lento – latência de deze-
nas de anos.

3) Efeitos:

Reversíveis – poder de restauração das células;

Irreversíveis – câncer (mutação das células) X necrose (morte das células);

Transmissibilidade – a maior parte das alterações que ocorrem em uma célula não de transmitem a
outras. Efeitos hereditários podem ser transmitidos através da reprodução (células germinativas);

Limiar – alguns efeitos biológicos exigem um valor mínimo de radiação ionizante para se manifestar.
É o mínimo de radiação necessária para que ocorra algum efeito biológico);

Radiossensibilidade – as células não respondem igualmente a mesma dose de radiação. Ex.: plaque-
tas, leucócitos, hemáceas. (corresponde a sensibilidade de cada célula aos efeitos de radiação ioni-
zante).

4) Classificação:

Somáticos – ocorrem nas células somáticas e não se transmitem aos descendentes. Ex.: lesão de
pele (radiodermite); Hereditários – se transmitem aos descendentes;

Estocásticos – a probabilidade de ocorrer é função da dose;

Não estocásticos (Determinísticos) – a gravidade aumenta com o aumento da dose e existe um limiar
de dose.

5) Síndrome aguda da radiação:

Forma hematopoética da síndrome

- Cada tipo de célula apresenta sensibilidade diferente para radiação;

- As doses relativamente baixas (< 2Sv);

- As células afetadas são as com maior sensibilidade: leucócitos, linfócitos, medula óssea;

- Estágio da doença: febre, infecção, hemorragia.

Forma de trato gastro intestinal

- Acima de 6 Sv – células do tecido epitelial do trato gastro intestinal são destruídas, derrubando
assim uma barreira vital. Logo teremos: perda de líquidos, infecção dominante e diarréia aguda.

Forma cerebral

- Acima de 20 Sv. Provocando desorientação e choque.

6) Efeitos somáticos tardios:

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Período de latência muito grande, anos após a radiação. Ex.: câncer.

7) Efeitos hereditários:

Atinge óvulos e espermatozóides.

Efeitos: albinismo, homofilia, daltonismo, etc.

8) Principais órgãos geralmente afetados pela radiação ionizante:

Gônodas –> medula óssea –> tireóide –> seios

Se não houver critério rigoroso de proteção e controle das radiações, haverá sempre o risco de expo-
sição, não só para aqueles que operam equipamentos ou para pesquisadores que lidam com tais
elementos, mas também para pessoas que estiverem em locais executando tarefas bem diferentes.
Todavia o risco à exposição de radiação depende das instalações e protetores existentes e do tipo de
radiação se é mais ou menos intensa. Por exemplo, as radiações gama e X podem atravessar pare-
des, avançar distâncias maiores com intensidade suficiente para causar danos à sociedade.

Os efeitos das radiações sobre o organismo dependem da dose recebida e podem se fazer sentir
através da:

Ingestão, os elementos radioativos penetram no organismo pela água ou comida contaminada;

Inalação de gases e poeiras radioativos corresponde a um grande perigo, devido ao fato de que a
radiação é lançada dentro dos pulmões e nesse caso, pode ser facilmente absorvida;

Absorção de radiações através da pele é a mais comum e também muito perigosa. A exposição po-
derá ocorrer sobre todo o corpo ou sobre parte dele. Quando atinge todo corpo, o principal efeito é
sobre o sangue e sobre órgãos formadores de sangue. Os danos são vários, como: anemia, leuce-
mia, câncer de pele, câncer ósseo, câncer de tireóide, etc. Os efeitos da radiação dependem da radi-
ação recebida. Por isso, quanto a exposição a radiação é localizada sobre determinado órgão, poderá
destruí-lo uo lesá-lo. Por exemplo, quando atingem os olhos podem causar cataratas ou a cegueira.
Atingindo a pele, torna-se seca e rígida, sujeita a queimadura, tumores e câncer. Poderá causar este-
rilidade temporária ou permanente, quando atinge os órgãos reprodutores. Podem até mesmo causar
alterações nas gerações futuras do indivíduo exposto - são os efeitos genéticos. Enfim a exposição a
radiações constitui um risco sério para o homem, se não houver meios de proteção e controle siste-
máticos.

Medidas de prevenção e controle adotadas com muito critério e correção podem eliminar os riscos de
qualquer fonte de radiação, chegando mesmo a manter qualquer exposição abaixo dos níveis estabe-
lecidos.

Consegue-se o controle dos riscos de radiações externas, restringindo áreas específicas para as
atividades que envolvam materiais radioativos e também adotando-se sistemática de trabalho e pro-
cedimentos que impeçam a contaminação de áreas vizinhas e do meio exterior, isto é, da água, do ar
e do solo.

Da mesma forma, a proteção do trabalhador pode ser conseguida impedindo-se que as fontes radioa-
tivas atinjam as vias de absorção do organismo. Isto pode ser feito através da utilização de adequa-
dos equipamentos, métodos e técnicas de operação, bem como através do cumprimento de normas
rígidas na execução de tarefas.

Em geral, as radiações são invisíveis e dificilmente detectáveis pelas pessoas, através dos seus sen-
tidos, com exceção da parte visível do espectro. Considerando os efeitos térmicos (aquecimento)
provocados pelas radiações, se esta for perigosa, a sensação de calor pode não mais servir para
avisar o risco. O mais correto é utilizar detectores nos locais para acusar a existência e intensidade
da radiação, porém só especialistas devem lidar com estes detectores.

Como um profissional totalmente responsável pelas próprias ações, a responsabilidade da proteção


radiológica tanto do paciente quanto dos companheiros de trabalho é particularmente importante para
os técnico. Um estudo completo e a compreensão da proteção radiológica é essencial para todo tec-

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nólogo radiologista, mas está além do escopo deste texto sobre anatomia e posicionamento. Entre-
tanto, a aplicação ou os princípios de proteção radiológica são partes essenciais de um curso de ana-
tomia e posicionamento radiológico, porque é responsabilidade de todo técnico sempre certificar-se
de que a dose de radiação recebida tanto pelo paciente quanto pelo examinador seja a mínima pos-
sível.

Proteção do técnico: Os técnicos devem sempre lembrar que pela própria natureza de seu trabalho
sofrem exposição ocupacional à radiação e, portanto, devem seguir todas as práticas de segurança
possíveis para limitar a exposição.

Padrões federais permitem que os radiologistas recebam até 5 rem por ano, uma dose máxima per-
missível (DMP) que é dez vezes maior que a dose limite para a população geral. Entretanto, devido
ao pequeno risco dos efeitos a longo prazo de baixos níveis de radiação, é importante que os radiolo-
gistas limitem ao máximo possível a sua exposição. Há um princípio de proteção denominado ALARA
que vai muito além na proteção do trabalhador que o nível DMP. Este princípio afirma que a exposi-
ção ocupacional deve ser mantida “As Low As Reasonably Achievable” (no menor nível possível).
Este é um importante princípio pelo qual todos os radiologistas devem esforçar-se, e a seguir é forne-
cido um resumo de quatro formas importantes pelas quais pode ser alcançado:

1- Sempre usar um dosímetro ou outro dispositivo de monitorização, embora o dosímetro não diminua
a exposição do usuário, a existência de registros precisos a longo prazo de dosímetro ajuda na avali-
ação de um programa de segurança radiológica.

2- Se for necessário conter os pacientes, a pessoa que auxilia na contenção NUNCA deve ficar na
frente do feixe primário ou útil e deve SEMPRE usar aventais e luvas de proteção. Utilizar aparelhos
ou faixas de contenção sempre que possível, e apenas como último recurso deve alguém permane-
cer na sala para conter os pacientes, esta pessoa nunca deve pertencer à equipe de radiologia.

3- Em exames no leito ou de pacientes traumatizados e em procedimentos de fluoroscopia, SEMPRE


usar aventais de chumbo e permanecer o mais distante possível (princípio da lei do inverso do qua-
drado) da fonte de raios X para proteção contra exposição à radiação difusa.

4- Praticar o uso da colimação, filtração do feixe primário, técnicas de maior kVp, écrans de alta velo-
cidade, e mínima repetição de exames. A exposição do radiologista é devida basicamente à radiação
dispersa do paciente. Portanto, a redução da exposição do paciente resulta em redução da exposição
do radiologista também.

LIMITES PRIMÁRIOS ANUAIS (12 meses) de DOSE EQUIVALENTE

Dose Equivalente Trabalhador Público

Dose equivalente efetiva 50 mSv (5 rem) 1 mSv (0,1 rem)

D. E. E. por órgãos ou tecidos 500mSv (50 rem) 1 mSv/Wt

Dose equivalente na pele 500mSv (50 rem) 50 mSv (5rem)

Dose equivalente p/ cristalino 150mSv (15 rem) 50 mSv (5 rem)

Dose equivalente p/ extremidades 500 mSv (50 rem) 50 mSv (5 rem)

Proteção do paciente

Todo profissional técnico está sujeito a um código de ética que inclui responsabilidade pelo controle e
limitação da exposição à radiação dos pacientes sob seus cuidados. Esta é uma responsabilidade
séria e cada uma das seis formas específicas, fornecidas a seguir, para reduzir a exposição do paci-
ente deve ser compreendida e posta em prática. Estas são:

1. Repetição mínima de radiografias: A primeira e mais básica forma de evitar radiação desnecessária
é evitar a repetição desnecessária de radiografias. Uma das causas de repetição de radiografias é a
má comunicação entre o técnico e o paciente. Instruções confusas e não compreendidas sobre a
respiração são uma das cousas mais comuns de movimento e da necessidade de repetição das radi-

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ografias. Quando os procedimentos não são claramente explicados, o paciente pode apresentar mai-
or ansiedade e nervosismo devido ao medo do desconhecido. Esta tensão decorrente da incerteza e
do medo freqüentemente aumenta o estado de confusão mental do paciente e compromete usa ca-
pacidade de cooperar totalmente. Para evitar isso, o radiologista deve levar o tempo necessário,
mesmo com pouco tempo e escalas de trabalho apertadas, para explicar cuidadosa e completamente
as instruções respiratórias, bem como o procedimento geral em termos simples que o paciente possa
compreender.

Os pacientes devem ser avisados antecipadamente de quaisquer movimentos ou ruídos estranhos do


equipamento durante a exposição. Também qualquer sensação de queimação ou outros possíveis
efeitos de injeções durante exposições devem ser explicados ao paciente

O descuido no posicionamento ou a seleção de fatores de exposição incorretos também são causas


comuns de repetições e devem ser evitados.

O posicionamento correto e preciso requer um bom conhecimento e compreensão de anatomia por-


que estes permitem ao técnico visualizar o tamanho, formatos e localizações das estruturas radiogra-
fadas

2. Filtração correta: A filtração do feixe primário de raios X reduz a exposição do paciente pela absor-
ção da maioria daqueles raios X “inúteis” de menor energia que expõe basicamente a pele e o tecido
superficial do paciente. O efeito final da filtração é um “endurecimento” do feixe de raios X, resultando
em um aumento da energia efetiva ou da penetrabilidade do feixe de raios X.

A filtração é descrita de duas formas. A primeira é a filtração inerente ou integrante das estruturas
que constituem o próprio tubo de raios X. Para a maioria dos tubos de raios X esta eqüivale aproxi-
madamente a 0,5 mm de alumínio. A segunda, e mais importante para os técnicos, é a filtração adici-
onal, que é o grau de filtração acrescentado entre o tubo de raios X e o colimador.

O alumínio é o metal mais comumente usado para filtros em radiologia diagnóstica, sendo o molibdê-
nio freqüentemente usado em mamografias. O grau de filtração adicional necessária, estabelecido
por leis federais, depende da faixa de kVp operante do equipamento. Os fabricantes do equipamento
de raios X devem atender a estes padrões. A filtração do equipamento é avaliada anualmente ( e
após um grande reparo do equipamento, tal como a substituição do tubo ou colimador) por pessoal
qualificado, tal como um físico médico. A responsabilidade do técnico é verificar se o filtro apropriado,
para cada tubo, está no lugar.

3. Colimação: Colimação precisa é outra forma importante de reduzir a exposição do paciente por
limitação do tamanho e do formato do feixe de raios X apenas à área de interesse clínico, ou àquela
área que deve ser visualizada no filme ou em outro receptor de imagem.

O colimador retangular variável é comumente usado em equipamento radiográfico diagnóstico para


fins gerais. O campo iluminado define cuidadosamente o campo do feixe de raios X em equipamento
precisamente calibrado e pode ser usado de forma eficaz para determinar a região irradiada.

O conceito de divergência do feixe de raios X deve ser considerado na colimação precisa. Portanto, o
tamanho do campo iluminado que aparece na superfície cutânea do paciente apresentar-se-á menor
que o tamanho verdadeiro da área anatômica que está colimando. Isto é mais evidente em um exame
lateral da coluna torácica ou lombar no qual há considerável distância entre a superfície cutânea do
campo iluminado, quando colimado corretamente na área de interesse, parecerá muito pequeno,
exceto se for considerada a divergência do feixe de raios X.

A prática da colimação à área de interesse clínico resulta em uma significativa diminuição da exposi-
ção do paciente e aumenta a qualidade da imagem através de diminuição da dispersão.

Regra de Colimação: Uma regra geral indica que os limites da colimação devem ser visíveis no filme
em todos os quatro lados, se o tamanho do filme for suficientemente grande para permitir isto, sem
cortar a anatomia essencial. Para algumas partes do corpo, tal como um grande abdômen de adulto,
pode não ser possível colimação lateral visível na radiografia. Entretanto, na maioria dos exames, tal
como dos membros superiores e inferiores, coluna vertebral e crânio, a colimação dos quatro lados
visível na radiografia é possível sem cortar a anatomia essencial.

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4. Proteção de áreas específicas: A proteção de área específica é necessária quando tecido ou ór-
gãos particularmente sensíveis, tais como o cristalino, mamas e gônadas, estão dentro ou próximas
do feixe útil. Exemplos deste tipo de proteção da área são os protetores da mama e gônadas que
podem ser usados sobre mamas e gônadas juvenis para determinados exames, tal como a seriogra-
fia da coluna na escoliose. Outro exemplo é um tio de protetor ocular que pode ser usado ao radio-
grafar partes do crânio se não encobrir a anatomia essencial.

A proteção da área mais comum é a proteção gonadal, usada para proteger os órgãos reprodutivos
da irradiação quando estão dentro ou próximo do feixe primário.

Os escudos gonadais para homens devem ser colocados distalmente à margem inferior da sínfise
púbica, cobrindo a ária dos testículos ou escroto. É um pouco mais difícil determinar a proteção go-
nadal em mulheres para cobrir a área dos ovários, trompas de falópio e útero. Uma regra geral para
mulheres adultas é cobrir uma área 8-10 cm acima da sínfise púbica e 4-5 cm para cada lado da linha
média pélvica. Podem ser usados vários formatos de escudo tais como oval, redondo, em forma de
coração, em forma de V ou U e triangular. A área protegida seria proporcionalmente menor em jovens
com apenas cerca de 2,5 cm de largura e 4 cm de comprimento colocado diretamente acima da sínfi-
se púbica.

Para mulheres estes escudos de contato planos colocados corretamente sobre as gônadas podem
reduzir a exposição em cerca de 50%. A redução da exposição das gônadas em pacientes do sexo
masculino é maior, de até 90-95 % quando escudos de contato são usados corretamente.

5. Proteção nas gestações: As gestações e possíveis gestações exigem consideração especial para
todas as mulheres em idade de procriação em virtude da evidência de que o embrião em desenvolvi-
mento é particularmente sensível à radiação. Esta preocupação é particularmente crítica durante os
dois primeiros meses de gravidez quando o feto é mais sensível à exposição à radiação, e a mãe
geralmente não está ciente da gravidez. Portanto, devido à preocupação com possíveis gestações de
mulheres em idade fértil, a regra dos dez dias foi recomendada pela CIRP (Comissão Internacional de
Rádio-Proteção).

Regra dos dez dias: esta regra afirma que todos os exames radiológicos da pelve e da parte inferior
do abdômen devem ser marcados durante os primeiros dez dias após o início da menstruação. Este é
o período em que se tem maior certeza de não haver gravidez. A exceção a esta regra seria se o
médico considera que é melhor que a paciente seja submetida a este exame mesmo após este perí-
odo de dez dias, com os possíveis riscos.

Em grandes departamentos não é prático, ou é mesmo impossível, certificar-se de que todos os exa-
mes sejam marcados seguindo esta regra dos dez dias. Entretanto, cartazes ou letreiros devem ser
colocados nas salas de exame e de espera, lembrando à paciente que deve informar alguém sobre
sua certeza ou possibilidade de gravidez.

Se a regra dos dez dias não pode ser sempre seguida para possíveis gestações, é importante utilizar
todas aquelas práticas de proteção radiológica, principalmente a colimação cuidadosa e a proteção
das gônadas.

Na gestação conhecida, os exames a seguir resultam em maiores doses para o feto e podem exigir
confirmação do médico solicitante e do radiologista quanto à indicação do exame: Coluna lombar –
Pelve – Sacro e Cóccix – Fêmur proximal e quadril – Urografia intravenosa – Vesícula biliar – Proce-
dimentos fluoroscópicos (Abdômen) – Tomografia computadorizada (abdômen)

6. Fatores de exposição ótimos e combinações filme-écran de alta velocidade: Outra prática importan-
te de proteção radiológica envolve o uso daqueles fatores de exposição ótimos e de combinações
filme-écran de alta velocidade, que redizem a exposição do paciente.

A seleção de fatores de exposição ótimos não deve apenas resultar na maior qualidade possível da
radiografia fornecendo o máximo de informações diagnósticas, mas também deve resultar na menor
dose possível para o paciente. O uso de técnicas de elevada kVp com menor mAs reduz significati-
vamente a dose para o paciente. Foi fornecida uma regra geral que afirma que devem ser seleciona-
dos a maior kVp e o menor mAs possíveis que resultem em uma radiografia aceitável.

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PRINCIPIOS DE RADIOPROTEÇÃO

O uso de combinações filme-écran ideais também reduz fortemente a dose recebida pelo paciente.
Para écrans de velocidade média, cerca de 95% da exposição radiográfica resultam da luz emitida
pelos écrans intensificadores e apenas 5% dos raios primários. Esta percentagem é ainda maior com
écrans de alta velocidade comumente usados hoje, tal como écrans de terras raras, assim reduzindo
ainda mais a dose recebida pelo paciente.

Determinados filmes com emulsão mais espessa ou com diferentes sais químicos são mais rápidos
ou mais sensíveis, reduzindo, assim, o grau de exposição necessário. Entretanto, o uso de filmes e
écrans de maio velocidade reduz a definição da imagem ou a nitidez dos detalhes. Portanto, é tal
como dos membros superiores e inferiores, quando não se usa uma grade. Uma regra geral seme-
lhante à regra da kVp-mAs afirma “Use a combinação filme-écran de maior velocidade que resulte em
imagens aceitáveis para diagnóstico”.

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