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DISCURSSÃO

Prolapso Retal em felino sem raça definida

RESUMO
Trata-se de um relato de caso sobre um felino SRD, sem idade definida, que foi
atendetido no Complexo veterinário da Unicsul, e dentre a suas sintomatologias temos a
diarreia e consequentemente o prolapso de reto. Este presente trabalho enfatiza os tratamentos
abordados, priorizando os conhecimentos diferenciais para a escolha de uma abordagem
clínica mais adequada e mais precisa.

Palavras Chaves: Felino, prolapso retal , tratamento.

INTRODUÇÃO

O prolapso retal é a protrusão de uma ou mais camadas do reto através do orifício


anal. Ele pode ser parcial ou completo, dependendo das estruturas envolvidas. (FOSSUM,
2002; ETTINGER; FELDMAN, 2004). A causa mais comum é um esforço para defecar,
associado à colite ou proctite severas devido a endoparasitas.( BRIGHT, 1998).
A ocorrência de prolapso retal geralmente resulta de um aumento do gradiente de
pressão entre a cavidade abdominal ou pélvica e o ânus, pois em condições normais, o
esfíncter cria efetivamente uma barreira para o gradiente de pressão normal (FUBINI;
DUCHARME, 2004). Os animais começam a fazer esforço por causa da irritação retal e
eventualmente podem apresentar prolapso de parte ou da totalidade da mucosa do reto
( LIMA et al., 2011).
O diagnóstico é feito pelo exame clínico (NELSON; COUTO, 2015), pela
visualização da massa tubular projetada pelo ânus (SILVA et al., 2017). , onde é necessário
diferenciar o prolapso retal de uma intussuscepção projetando-se do reto (SHAW et al.,
1999). O tratamento consiste de redução manual do tecido prolapsado seguida por sutura em
bolsa de fumo frouxa, permitindo a função fisiológica do órgão (BRIGHT, 1998), em casos de
recidiva, na maioria das vezes, indica-se realizar a colopexia (CORTE et al., 2019).
A colopexia é realizada com o intuito de criar aderências permanentes entre as
superfícies serosas do cólon e a parede abdominal, a fim de se evitarem deslocamentos
caudais desse órgão (FOSSUM et al., 2002). Na maioria dos casos o prognóstico do prolapso
retal é favorável, e vai depender do grau da intensidade, tempo e causa primária do mesmo
(SILVA et al., 2017).
O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de prolapso retal em um felno
associaso a uma colite e infecção por giardiáse com acompanhamneto clínico e demonstrar as
tecnicas de tratamento eficazes.

METODOLOGIA

Foi atendido no Complexo veterinário da Unicsul, um felino macho, sem raça


definida, tendo aproximadamente de 6 meses a 1 ano de idade, pesando 2,950 kg, na ausculta
cardíaca foi possivel contar 128 bpm e sua frequencia respiratória estava taquipneica, no
exame físico o animal apresentou mucosas hipocoradas, hidratação moderada, linfonodos não
reativos e sem sensibilidade abdomnial.
Na anamnese foi relatado pelo tutor que o animal apresentava diarreia liquida há mais
ou menos 3 meses, relatou também que o prolapso de reto aconteceu após o surgimento da
diarréia e estava prolapsado há 20 dias e mesmo assim conseguia se alimentar bem, ná figura
1 está representado o estado fiísico do animal no primeiro atendimento, o paciente estava
fazendo uso de medicções, probiótico e amoxilina sem saber o dia ao certo do inicio delas, o
animal não possuia vacinação e nem vermifugação.
Como exames complementares no felino foram solicitados ultrassom abdominal,
hemograma, testes para Fiv e FeLv e coproparasitológico, em supeita de diagnóstico até o
primeiro atendimento foi o prolapso retal à esclarecer, doença inflamatória intestinal, linfoma
alimentar ou Fiv e FeLv.
Dentro da consulta com a Médica veterinária responsável foi esclarecido a
importancia do tramento de forma cirurgica ficando ciente da possibilidade da evolução do
quadro e que mesmo após o procedimento pode haver recindiva. O animal então foi
encaminhado para realização da cirurgia de retopexia.
Figura 1

Após o procedimento no dia 18 de agosto de 2022 houve retorno do animal onde o tutor
relata fezes pastosas e estava prolapsado pela segunda vez, no exame físico o felino
apresentou frequencia cárdiaca de 240 bpm, frequencia respiratória 40 mrpm
linfonodos mandibular reativos, mucosas hipocoradas, prolapso apresentando aumento de
secreção e veremlhidão, em consulta teve resultado do exame coproparasitológico que
constatou giádia 3+.
Para tratamento foi preconizado o metranidazol 7,5 mg/kg BID durante 7 dias,
vermifugação SID po 3 dias e amônia quartenária para o ambiente. Em consulta foi
conversado com o tutor novamente sobre a importancia de um novo procedimento cirurgico,
portando o animal foi encaminhado para realizar novamente a retopexia e realizar também a
orquiectomia. Na figura de número 2 está o animal apresentando pela segunda vez o prolapso
retal

Figura 2
No dia 23 de agoto de de 2022, o animal voltou para valiar as feridas cirurgcas ambas
em boa evolução, porém sem nenhuma melhora da diarréia, tutor relatou ter adiministrado
dipirona por 3 dias, e manteve a terpeutica anterior, a giaárdia estava em resolução, realizou a
limpeza do ambiente e vermifugou o animal de acordo com as recomendações medicas.
Durante a realização da consulta, em exame físico a frequencia cardíaca do animal foi
172 bpm, frequencia respiratória 28 mrpm, mucosas normocoradas, hidratação adequada, sem
sensibilidade abdominal, linfonodos não reativos e bolsa de fundo cirúrgica preservada sem
nenhum processo inflamatório, noentando foi marcado retorno para reavaliar ferida cirúrgica
em 7 dias.
Após passados os 7 dias o animal voltou pralapsado, defecando em lugares não
habituais, fezes ainda pastosas com presença de sangue, no exame físico a frequecia cardíaca
estava em 172 bpm, linfonodos não reativos, mucosas normocoradas, hidratação
normocoradas, o paciente foi encaminhado para redução do prolapso para a equipe cirurgica.
Em consulta de retorno no dia 01 de setembro de 2022 o animal estava estável,
continuava apresentando hematoquesia, fezes ainda pastosas, no exame físico apresentou
palpação adominal com sensibilidade leve, mucosas hipocoradas, hidratação adequada, em
consulta foi solicidado um novo ultrassom abdominal.
O animal retornou ao hospital prolapsado no dia 08 de setembro de 2022, o prolapso
de reto estava moderado com com região viável mantendo coloração rósea porém congesta,
foi realizado uma nova cirurgia pra fazer redução, foi prescrito como medicações pós
cirurgicas o Trinidazol 30 mg/kg SID por 14 dias, Probiótico Vetnil 1g SID até novas
recomendções e a Predinisolona 0.5 mg/kg SID por 7 dias.
Em mais um retorno ao Complexo veterinário o animal apresentou mais uma
reicindiva do prolapso em um apscto edemaciado e saguinolento, indicativo retopexia,
colompexia para fixação do segmento intestinal final, colon, reto em cavidadde abdominal,
na figura 3 está o procedimento cirurgico realizaado.
Como medicações de pós operatório foi Amoxilina + Clavulanato de potássio 22
mg/kg BID durante 10 dias , Tramadol 3 mg/kg TID por 5 dias, Dipirona 25 mg/kg SID – 7
dias, Predinisolona 0,1 mg/kg SID- 7 dias e curativo de refocina SID até novas
recomendações. O paciente obteve sua alta no dia 14 de outubro de 2022, onde não
apresentava mais diarréia e apresentava um bom estado geral sem medicções, em ultima
consulta foi feita a retirada dos pontos cirurgicos.

Figura 3
DISCURSSÃO

Prolapso retal caracteriza-se pela invaginação visível da mucosa do reto pelo ânus.
Sendo uma afecção que provavelmente ocorra em todas as espécies (JONES et al., 2000). No
caso de cães e gatos os animais mais acometidos, são animais jovens (BIRCHARD e
SHERDING, 2008), com diarréia e tenesmo graves (GUEDES et al., 2012). Reporta-se que
neste relato de caso um felino apresentando um prolapso retal que foi consequente a uma
diarréia prolongada.
O prolapso retal é, associada à proctite ou colite grave secundária à infecção
parasitária, podendo ter outras causas predisponentes como doenças anorretais que causam
disquezia, doenças do trato urinário inferior e doenças prostáticas que provocam estrangúria
(BIRCHARD & SHERDING, 2008). No caso do felino por meio de exames
ultrassonográficos nas alças intestinais obteve um sugestivo de colite e feito exame
coproparasitológico foi constatado a giárdia 3+.
A Giardia é um pequeno protozoário parasita do intestino delgado e, algumas vezes,
do intestino grosso que pode causar diarreia aguda e/ou crônica, ocasionalmente má formação
e, raramente, êmese (MULLER et al., 2005). Dentre os sinais clínicos o animal em questão
não apresentava vômitos, não tinha perda de peso e somente diarréa prolongada e de acordo o
tutor sem alteração do apetite.
O tratamento da Giárdia geralmente objetiva a resolução da diarreia (NICOLA et al.,
2017) Metronidazol tem sido efetivo na eliminação dos cistos de Giardia sp. tanto em gatos
infectados, havendo relatos de boa tolerância pelos gatos a este medicamento (ANJOS, 2013),
como parte da terapia, é essencial a descontaminação do ambiente com produtos á base de
amônia quaternária e a eliminação dos cistos da pelagem dos animais por meio de banhos
(NICOLA et al.,2017).
O hemograma realizado no animal não obteve alterações dignas de nota, e em seu teste
de Fiv e Felv o animal negativou para ambas as infecções. O diagnóstico do prolapso retal foi
feito visualmente e para realização do tratamento o indicado foi uma redução do prolapso
manual com sutura em região anal com bolsa de fumo com o paciente anestesiado.
O animal em questão teve reincida do prolapso sendo realizado novamente uma
redução manual, porém após outras reincidas o adequedo a se fazer foi uma colopexia.
De acordo com Fossum (2008), quando ha impossibilidade de redução manual,
estando o prolapso irredutível ou bastante traumatizado e inviável, a amputação e a melhor
alternativa, é quando mesmo após redução manual, apresentar recidiva várias vezes, então o
procedimento adequado será a colopexia. A colopexia é o procedimento cirúrgico que pode
ser realizado em todos os animais que apresentem prolapso retal, já que há comprometimento
do mesorreto com frouxidão ou ruptura (DE NARDI et al, 2015).
O doente é colocado em decúbito dorsal para realização de laparotomia, a nível do
abdômen caudal. Uma incisão é realizada na zona correspondente à linha alba, feita a
dissecção do tecido subcutâneo e a abertura da cavidade abdominal, após inspeção da
cavidade abdominal caudal, o cólon é exposto (SLATTER, 2003; TOBIAS, 2011). o, após a
confirmação da redução é realizada a sutura do cólon descendente à parede abdominal ventral
que deve ficar à mais ou menos 2,5cm de distância lateral à linha alba (SLATTER, 2007).
No entanto Fossum (2008), alerta que se o prolapso retal não for tratado, por redução
manual ou cirurgia, o prognóstico é desfavorável. A exposição permanente da mucosa retal ao
ambiente e o trauma ocasionado por lambedura ou quando o animal se senta, ocasionarão
necrose e sepse secundária.
O pós-operatório é preconizada a limpeza do local da sutura e medicamentos
(SAMPAIO, 2007). Após 15 dias foram retitrados os pontos e o felino permaneceu em um
bom estado, não apresentando mais reincinvas, nem diarréia, e com todas medicações
suspensas o animal teve sua alta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Prolapso retal é de grande importancia na Medicina veterinária tendo em vista que


sua ocorrencia pode ser por causas como: diarreia, tenesmo, colite, parasitas gastrointesdtinais
dentre outras. O atendimento e diagnóstico feito de maneira rapida é de suma importância
para um bom prognóstico da afeccção, evitando assim novas recindivas, foi observado que
quanto antes o tutor levar o animal após o surgimento do prolapso retal o procedimento da
colopexia será evitada por que o tecido estará viavel para uma redução feita de forma manual.
Em relação a infecção causada pela giárdia a presença dos sinais clínicos é mais
evidente em animais jovens, a manifestação clínica que mais se caracteriza é a diarréia e
quendo for dignosticada é importante fazer o uso das medicações corretas em conjunto com a
descontaminação do ambiente.

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