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SUMÁRIO

PALAVRA INTRODUTÓRIA...................................................................................................02
O USO DA RETÓRICA E DA ORATÓRIA.............................................................................03
I – INTRODUÇÃO........................................................................................................................03
O ESTUDO DA HERMENÊUTICA .........................................................................................04
I – INTRODUÇÃO........................................................................................................................04
II – AS PRINCÍPAIS CIÊNCIAS QUE AUXILIAM NO ESTUDO DAS ESCRITURAS..........04
III – AS REGRAS PRINCÍPAIS DA HERMENÊUTICA QUE AUXILIAM NA
INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS.....................................................................................07
O ESTUDO DA HOMILÉTICA.................................................................................................08
I – INTRODUÇÃO........................................................................................................................08
II – DEFINIÇÃO ..........................................................................................................................08
III – O CAMPO DA HOMILÉTICA.............................................................................................08
IV – OS PRINCÍPAIS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O ESBOÇO DE UM SERMÃO........09
V – DOZE REGRAS PARA UM BOM SERMÃO......................................................................10
VI – UMA ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS DOS GRANDES PREGADORES E
SEUS SERMÕES..........................................................................................................................11
AS MARCAS DE UM PREGADOR BEM SUCEDIDO..........................................................13
I – INTRODUÇÃO........................................................................................................................13
II – A MARCA ESPIRITUAL.......................................................................................................13
III – A MARCA DA MORAL E DA ÉTICA................................................................................13
IV – A MARCA DA UNÇÃO.......................................................................................................14
V – A MARCA DO EQUILIBRIO PSICOLÓGICO....................................................................14
VI – A MARCA DA POSTURA E DA APARÊNCIA FÍSICA...................................................14
VII – A MARCA DA COMUNICAÇÃO......................................................................................15
VIII – A MARCA DO APRENDIZADO.......................................................................................16
A VIDA ESPIRITUAL DO PREGADOR..................................................................................18
I – INTRODUÇÃO........................................................................................................................18
II – COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA...........................................................................18
III – AS CONDIÇÕES PARA ENTENDERMOS A BÍBLIA......................................................18
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................20
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CURSO PARA PREGADORES LEIGOS

PALAVRA INTRODUTÓRIA:

Deus está levantando novos pregadores para o nosso século, com a finalidade de cumprir o
seu propósito de evangelização até aos confins da terra. As palavras do Apóstolo Paulo disse a
Timóteo ainda se fazem ecoar nos nossos dias “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2:15).
A aprovação deve ser em todos os níveis, especialmente para aqueles que “desejam a excelente
obra do Episcopado”.

Nos dias atuais, poucos são os ministros que desejam tornar-se oradores eloqüente, no
entanto, são várias as oportunidades de prepararem-se devidamente, aplicando meios que lhes
facilitem o trabalho. Segundo John Dewey “ O método derivado da observação do que realmente
acontece, com vistas a que aconteça melhor da próxima vez”.

O estudioso da Bíblia prepara os seus sermões com a ajuda do Espírito Santo, buscando
primeiramente o Reino de Deus, amando as pessoas, preparando-se para a eficácia do púlpito,
mas, também precisa da ajuda de professores e de bons livros. Nesse trabalho, e em oração,
poderá formar bons hábitos indeléveis e descobrir o propósito de Deus em sua vida.

Este curso tem o objetivo de fornecer subsídio teórico e prático para aqueles que, com
dedicação, almejam a servir na Seara do Mestre. Também, sinalizamos algumas noções do estudo
da hermenêutica e homilética, focalizando os aspectos principais, de maneira bem objetiva e de
fácil assimilação para a preparação de sermões. É um curso que alcança leigos, estudantes da
Bíblia, pastores e missionários.

Os aspectos técnicos de um sermão não devem ofuscar a inspiração da mensagem de Deus.


Eles apenas dão forma, isto é, coordena os pensamentos inspirados, para que a enunciação seja
clara e alcance o resultado desejado. A grandeza de um sermão não está na sua disposição formal,
que é secundária, mas na preparação humilde por parte do pregador, para, de forma ungida e
organizada, expor a Palavra de Deus. A unção espiritual é aquele poder do Espírito Santo para
mostrar as verdades divinas e mover o coração do ouvinte. Espero que este curso possa ajudar aos
pregadores que desejam aprimorar-se no ministério da Palavra.

Pr. Marcos Antonio Nascimento

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O USO DA RETÓRICA E DA ORATÓRIA

I – INTRODUÇÃO:

Um pregador da Palavra de Deus tem a ilustre tarefa de anunciar aos homens as riquezas
insondáveis contidas no Livro dos Livros. A Bíblia. Diante de tal missão devemos nos preparar
cada vez mais para agradar àquele que nos alistou (2Tm 2:4, 15). Deus está chamando uma nova
geração de pregadores para receberem as marcas do sucesso na evangelização e no discipulado.
Nós fazemos parte dessa geração. Glória a Deus!

Embora não possamos determinar quando nasceu o discurso, podemos dizer quando ele
começou a ser estudado como instrumento de comunicação social e quando surgiram as primeiras
composições. Desse ponto de vista, podemos dizer que o discurso nasceu na Grécia. Os gregos,
que inventaram a democracia, foram os primeiros a estudar as técnicas do discurso.

Na democracia grega, os cidadãos se reuniam nas praças públicas para participarem


diretamente nas discussões e nas deliberações sobre os problemas urbanos comuns. Era a
democracia direta. Logo se percebeu que os cidadãos falantes, de fácil verbo, se expressavam
mais adequadamente, dominavam a situação, saiam-se sempre vitoriosos, tornavam-se admirados
pelas multidões e galgavam os melhores postos na comunidade. Não demorou para que surgissem
mestres improvisados, que se espalharam por todo o país. Falar em público tornou-se, então, a
coqueluche grega. Era a coisa de que todos precisavam e que deviam aprender. Então surgiu a
Retórica. A palavra “retórica” é grega e deriva de “rêtos”, palavra falada. O rétor, entre os
gregos, era o orador de uma assembléia. Entre nós, entretanto, a palavra “retor” veio a ter um
significado de “mestre de oratória”.

Os romanos que sofreram grande influência cultural dos gregos, não podiam deixar de se
empolgar também com a retórica, que logo a absolveram com o nome de Oratória (de oris,
boca). A melhor obra e mais completa sobre oratória, da antigüidade é a “Instituição Oratória” de
Quintiliano.

No cristianismo a Retórica e Oratória receberam o nome de Homilética, que vamos analisar


adiante.

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O ESTUDO DA HERMENÊUTICA

I – INTRODUÇÃO:

Todos os que se aproximam da Bíblia, utilizam-se de um método de estudo, consciente ou


inconscientemente. Não há problema em ter um método de estudo bíblico, desde que ele seja
válido e nos conduza a resultados verdadeiros.
É necessário verificar se o método que utilizamos para estudar a Bíblia é bom. Mesmo
aqueles grupos que afirmam não estudar a Bíblia têm seu modo especial de basear nela os seus
pensamentos. Outro, mais consciente da necessidade de estudo, utiliza-se de comentários, livros
de estudo dirigido e de outras obras, para obter maior compreensão do texto bíblico. Ouvir
palestras, aulas e pregações é para a maior parte das pessoas o único método de estudar a Bíblia
que conhecem.
Um estudo honesto e independente das Escrituras ajuda a tirar os textos bíblicos do seu
“sentido comum”. Chamamos de sentido comum aquele sentido que sempre demos ao texto até o
dia que aprendemos o que realmente o texto queria dizer. Quanto o católico lê a palavra
“batismo” o sentido comum associado a esta palavra evoca a imagem de um sacerdote jogando a
água na testa de um bebê. Um estudo sério e independente mostra que este sentido comum está
errado. O estudo bíblico independente faz com que tiremos os “óculos” que sempre nos faziam
ver as coisas com uma determinada cor: a cor das idéias preconcebidas ou pré-conhecidas, e
busquemos a mensagem íntegra que o Espírito Santo quis transmitir através do escritor do texto
sagrado. Não adianta explorar tudo o que se diz sobre um texto; precisamos determinar o que o
texto diz.

II – AS PRINCÍPAIS CIÊNCIAS QUE AUXILIAM NO ESTUDO DAS ESCRITURAS:

» A Crítica Textual, que se propõe a determinar a exatidão das palavras e dos textos;

» A Exegese, que é a aplicação prática da hermenêutica e da crítica textual;

» A Hermenêutica, que procura descobrir o sentido exato das palavras e dos textos.

1. Crítica Textual (Método histórico-crítico)

O que chamamos de método histórico-crítico é o método de estudo e pesquisa bíblica que


procura levar em conta o contexto histórico que envolve o texto, fazendo uma avaliação acurada
(crítica) de todas as relações desta informação com o sentido do texto. Uma ênfase quanto ao
sentido gramatical e histórico do relato bíblico é o alvo deste método. Realiza-se a tarefa de um
historiador, que avalia um documento antigo com o alvo de compreendê-lo. Isto revela pouco
sobre o que vamos trabalhar, já que esta metodologia é largamente empregada por “teólogos” que
não crêem na inspiração plena das Escrituras. Apesar de mau uso do método por alguns,
queremos empregar o método histórico-crítico na exegese por acreditarmos que ele fornece o
significado original do texto. Usaremos este método orientados pela fé, que já temos, na absoluta
inspiração e autoridades das Escrituras.
É um método histórico porque leva em conta a época e a situação original em que o texto
foi escrito. A Bíblia é a palavra de Deus dada através de pessoas históricas (Hb 1:1,2). Assim, o
trabalho de entender a Bíblia é o trabalho de um historiador. A história é uma ferramenta de
trabalho. O próprio texto bíblico, no geral, contém elementos históricos suficientes para dar uma
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idéia da situação original, dispensando-nos do uso de material estranho. É necessário ser prudente
em utilizar “ajudas” externas.
Dois elementos precisam ser levados em conta quando tratamos da Palavra de Deus: Sua
particularidade histórica contrabalançada por sua validade eterna. A particularidade histórica diz
respeito ao que estava acontecendo na situação original. Por exemplo Paulo escreveu a carta aos
Galatas para combater doutrinas judaizantes que se infiltravam na Igreja. A relevância eterna leva
em conta que mesmo em uma situação diferente, a mensagem de Gálatas tem importância para
cada geração de cristãos. Em último lugar usaremos o método histórico na tentativa de entender o
texto da Bíblia na situação, pensamento e época da própria Bíblia.

2. Exegese

Nossa tarefa é dupla: Primeiro descobrir o que o texto significa originalmente, esta tarefa é
chamada exegese; em segundo lugar, devemos aprender a discernir esse mesmo significado na
variedade de contextos novos ou diferentes dos nossos próprios dias, esta é a tarefa da
hermenêutica. Em definições clássicas a hermenêutica abrange ambas as tarefas, mas em
tratados recentes a tendência tem sido separar as duas.
Para nós, exegese é ler e explicar os textos em empatia (e simpatia) com os escritores
bíblicos. O exegeta é primeiramente um historiador que analisa os documentos. Todavia, ele tem
de ir além da análise impessoal: é necessário assumir a fé que o escritor possuía para entender
seus escritos. A exegese é um trabalho literário-espiritual.
A hermenêutica é necessária para a exegese. Exegese é uma palavra que vem da língua
grega, e da forma substantiva do verbo HEGEOMAI (ir, guiar, conduzir) e significa “conduzir
para fora” o sentido original de um texto. Na exegese procuramos entrar no texto, e ficar nele,
para então sairmos dele tirando lições para nós.

3. Hermenêutica

Hermenêutica – etimologicamente a palavra deriva do grego “hermenêuein” que significa:


explicar, traduzir, interpretar... é a síntese dos resultados da exegese, tornando-a relevante para o
leitor, ou auditório. Pressuposições são idéias, hipóteses ou fatos que aceitamos ou carregamos
conosco antes de iniciar nossa análise de um texto. O bom exegeta procura libertar-se ao máximo
deles para que a sua compreensão do texto não seja distorcida pela sua pré compreensão. Um
exemplo prático ajuda a ver a importância das pressuposições. Se um exegeta pressupõe que
“milagres não podem acontecer”, todo o seu estudo dos evangelhos e de Atos vai revelar
ceticismo quanto aos fatos narrados e vai procurar explicá-los por meio de causas naturais,
ignorância do povo, erro do escritor etc. As pressuposições vão guiar nossa capacidade de
entender e explicar o texto. Por outro lado, as pressuposições existem e sempre existirão. O que
importa é a sua validade. O critério da validade de uma pressuposição é a sua base cristológica,
que Jesus Cristo é o filho de Deus. Devemos ler a história do Novo Testamento com a
pressuposição cristólogica revelada pelos os escritores. Esta é uma pressuposição básica para
entender o Novo Testamento, e até mesmo o Antigo tomando as devidas precauções. A
pressuposição cristológica é valida para sempre. Quando as nossas pressuposições são iguais as
pressuposições dos escritores dos textos sagrados, temos as melhores condições possíveis para
entender o que eles estão falando e escrevendo. Não há um raciocínio em círculo aqui. A fé em
Cristo, mantida pelos escritores no Novo Testamento, precedeu a obra escrita que produziram sob
a influência do Espírito Santo. Logo, para que possamos acompanhar os pensamentos desses
homens, precisamos participar da fé que tiveram. Ver o texto como autor o viu é o nosso alvo.
Buscando as pressuposições do autor, não entraremos em choque com ele. Encontrar as
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pressuposições do escritor pode ser a chave para não introduzir nossas idéias no texto. Cristo é o
princípio de unidade e da verdade na interpretação da Bíblia. Concordamos, também, que o
pregador ou o professor estão por demais inclinados a escavar primeiro, e a olhar depois, e assim
encobrir o significado claro de texto, que freqüentemente está na superfície. O teste de uma boa
interpretação se expõe o sentido de texto. A interpretação correta, portanto, traz alívio a mente
bem como uma aquilhoada ou cutucada no coração.
O termo hermenêutica (assim como o seu primo mais ambíguo e até misterioso,
hermenêutico) tem se tornado cada vez mais popular em recentes décadas. Como resultado, tem
sido ampliado e estendido de todas as formas. Usado por tantos escritores, o termo transforma-se
em alvo móvel, gerando ansiedade nos leitores que buscam, em vão, defini-lo e compreender o
que significa. Seu significado tradicional é relativamente simples: é a disciplina que lida com os
princípios da interpretação. Alguns escritores gostam de chamá-la de ciência da interpretação;
outros preferem falar de arte da interpretação (talvez com a implicação: ou você a tem ou não!).
Deixando de lado as diferenças de perspectiva. O interesse básico da hermenêutica é claro o
suficiente. Deve ser acrescentado, entretanto, que quando os escritores usam o termo, na maioria
das vezes o que eles têm em mente é a interpretação bíblica.
Esta última observação suscita uma questão interessante. Afinal, por que tal disciplina
deveria ser necessária? Nunca tivemos aula sobre “como interpretar um jornal”. Nenhum colégio
propõe um curso sobre “A Hermenêutica da conversação”. Uma resposta possível que pode
ocorrer é que a Bíblia é um livro divino, e assim exige de nós algum treinamento especial para
entendê-la. O que ocorre, na realidade, é que precisamos da hermenêutica não exatamente pelo
fato de a Bíblia ser um livro divino, mas porque, além de ser divino, é um livro humano. O que
precisamos reconhecer, porém, é que o potencial para uma má interpretação está sempre presente.
Em outras palavras, precisamos da hermenêutica para textos além da Bíblia. Na verdade, nós
precisamos de princípios de interpretação para entender conversações triviais e até mesmo
acontecimentos não-lingüísticos - afinal, a falha em compreender o piscar dos olhos de alguém
poderia significar um desastre em certas circunstâncias. Mas, então, retornamos a nossa questão
original: Por que não nos foi exigido estudar hermenêutica na escola? Por que é que, apesar dessa
omissão em nossa educação, quase sempre compreendemos o que nosso próximo diz?
A resposta simples é que aprendemos hermenêutica durante toda a nossa vida, desde o dia
em que nascemos. Pode até ser que as coisas mais importantes que aprendemos sejam aquelas
que fazemos inconscientemente. Em resumo, quando você começa um curso de hermenêutica,
pode estar certo de que já conhece muito bem os princípios mais básicos de interpretação. Toda
vez que você lê um jornal ou ouve uma história ou analisa um acontecimento, prova a si mesmo
que é entendido na arte da hermenêutica! O princípio mais fundamental da interpretação bíblica
consiste em colocar em prática o que fazemos inconscientemente todos os dias de nossa vida. A
hermenêutica não é primariamente uma questão de aprender técnicas difíceis. O treino
especializado tem o seu lugar, mas é, na verdade, bastante secundário. Poderíamos dizer que o
que importa aprender a “transpor” nossas rotinas interpretativas costumeiras para a nossa leitura
da Bíblia. É justamente ai que começam os nossos problemas, vemos, então, que a nossa prática
diária de interpretação não é tão simples como podíamos ter imaginado. Exige um processo
bastante complexo (ainda que geralmente inconsciente) que se concentram na linguagem e na
história, usando ambos os termos num sentido bastante amplo. Obviamente nossa compreensão é
reduzida à medida que a linguagem ou os fatos que estão sendo interpretados são desconhecidos
para nós.

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III – AS REGRAS PRINCIPAIS DA HERMENÊUTICA QUE AUXILIAM NA
INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS:

1) Do Contexto
É a parte que vem antes ou depois do texto. Diz-se que não se deve interpretar um texto
sem o auxílio do contexto, para não se fazer um pretexto: (Lc 19: 28-44; At 8: 30-31; Is 53:7).

2) Do texto Paralelo
Um texto deve ser auxiliado na sua interpretação utilizando o mesmo assunto que ocorre
em outras partes das Escrituras Sagradas: (Jo 19:18; Mc 15:27; Mt 27:38; LC 23: 39-43).

3) Da autoria do Texto
Os diferentes autores da Bíblia viveram em tempos, culturas, situações sociais e regiões
diferentes. Portanto, a forma de apresentação de um determinado texto para um povo que vivia
em situações diferentes não deve ser comparado com outros em tempo ou forma remota:
(Ef 5:22-27: 1Pe 2:5-10: Ct 8:5-10).

4) Da Interpretação do Texto
A interpretação do texto é aquilo que a passagem quer dizer no tempo, no espaço e nas
circunstâncias que foram escritas. O literalismo busca o que o texto quer dizer (Jo 21:6); o
simbolismo busca o que a figura quer dizer (Ap 3:20).

5) Da Aplicação do Texto
Um mesmo texto pode ser aplicado a pessoas ou clãs vivendo em épocas ou situações
geográficas diferentes: (Mt 13:24-30).

6) Da Implicação do Texto
Num sentido filosófico, pode ser dizer que uma pessoa geme porque está doente. Aí está
a lei da implicação – a manifestação patente do latente. Se uma pessoa tem seu rosto plácido é
porque o coração está alegre. Como o batismo no Espírito Santo biblicamente é evidenciado pelo
crente falar em outras línguas, assim só se pode profetizar os que receberam, de igual forma, a
virtude desse Espírito.

CONCLUSÃO:
Um estudo bíblico inaugurou o ministério terrestre de Jesus, e com um estudo bíblico
Ele o encerrou. Esta é a ênfase do Evangelho segundo Lucas (Lc 4:14-22; 24,27,32,44). Lucas é o
livro bíblico que chama Jesus de Mestre o maior número de vezes. Jesus pressupunha que o
homem só pode aproximar-se de Deus por meio da revelação. A aplicação do estudo da
hermenêutica é o modo de conhecer a revelação de Deus e que a pesquisa das Escrituras levaria
os homens ao encontro Dele para obter uma plena compreensão da sua obra e pessoa.

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O ESTUDO DA HOMILÉTICA

I – INTRODUÇÃO:
– UMA BREVE HISTÓRIA DA HOMILÉTICA:

Quando houve o advento do Cristianismo, percebeu-se a necessidade de implantar técnicas


para a divulgação da fé. Os gregos que inventaram a retórica e os romanos que aperfeiçoaram
com o nome da oratória, nada sabiam de sua aplicação a religião, pois não havia até então
necessidade de divulgar conceitos religiosos, porque as religiões eram familiares, tribais ou
quando muito nacionais. Nunca, até então, ninguém havia pensado em fazer da religião uma
matéria global de comunicação social.
Coube ao cristianismo, por ser uma fé de visão universal, isto é, explicitamente missionária,
o privilégio de criar a retórica ou oratória sacra, que somente a partir do século XVII veio a
chamar-se homilética. A palavra homilética vem de “homilia” que significa conversa,
conversação ou discurso.
Em resumo a homilética nasceu com os missionários cristãos, quando estes começaram a
estruturar suas mensagens, segundo as técnicas da retórica e da oratória.
A finalidade básica, ou seja, a essência da homilética, é persuadir o ouvinte a concordar e
crer nas palavras do pregador.
O homem de Deus é instrumento usado pelo Senhor para transmitir sua vontade. Por isso
temos que aprender como devemos nos comunicar com o povo, para que seja garantida uma
perfeita recepção dessa mensagem.

II – DEFINIÇÃO:

É o estudo dos fundamentos e princípios de como preparar e proferir sermões.


É a ciência cuja arte é a pregação e cujo resultado é o sermão.
É a arte do preparo e pregação de sermões.
É a arte de pregar.

III – O CAMPO DA HOMILÉTICA:

O estudo e pesquisa necessárias para que os sermões tenham conteúdos bíblico e contemporâneo.
A arte da organização das idéias que serão apresentadas do sermão em ordem.
A arte de ordenar as idéias do pregador para que ela sejam entendidas pelos ouvintes.
A arte do uso do idioma.
A arte da apresentação do sermão.

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IV – OS PRINCIPAIS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O ESBOÇO DE UM SERMÃO:

ESBOÇO DO SERMÃO

TÍTULO

TEMA TEXTO

INTRODUÇÃO

TESE

ARGUMENTOS

CONCLUSÃO

APELO

1) Título:
É o nome do sermão que está relacionado com a passagem bíblica em apreço. O
pregador decide se vai ou não revelá-lo ao público.

2) Texto:
É a passagem bíblica que será utilizada. Essa porção é sempre variável, e poderá ser uma
frase, um versículo ou um capítulo (preferencialmente curto).

3) Tema:
É o assunto que será tratado no sermão, quando o pregador assume a palavra.
O tema deve ser de impacto e atraente, Deve se buscar a inspiração do Espírito Santo,
pois Ele pode usar vários recursos para lhe conceder um tema. O pregador está sempre atento e
preocupado em conseguir temas para futuras pregações. O melhor manual de temas é a Bíblia.

4) Introdução:
É a parte do sermão em que o pregador inicia seu relacionamento com os ouvintes, essa
parte é fundamental.
A introdução deve ser resumida, objetiva e capaz de despertar o interesse do ouvinte de
ouvir todo o restante do sermão. O pregador através da introdução, conduzirá seus ouvintes para a
revelação da ‘tese”, em torno da qual vai girar todo o sermão.
 INTRODUÇÃO FRACA = SERMÃO FRACO
 INTRODUÇÃO FORTE = SERMÃO PODEROSO
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5) Tese:
É uma declaração feita pelo pregador que serve para propor alguma reação racional da
parte de quem ouve. Podendo ser afirmativa, interrogativa ou negativa. Depois de apresentar o
tema, o texto e a introdução.
É importante saber que a tese deve ser anunciada com bastante firmeza e clareza, pois
com ela o pregador imergirá nos argumentos. A tese deve ser comparada com a água na piscina,
se tiver lá o pregador poderá mergulhar na profundidade dos argumentos. Do contrário, se não
estiver lá, o pregador ao mergulhar vai quebrar a cara.

6) Argumentos:
É o conjunto de idéias, que são explanadas, visando oferecer respostas as questões
(afirmativas, interrogativas ou negativas), levantadas na tese, ou seja, é o conteúdo do sermão,
quando o pregador levantou a sua tese.
Esta é uma das partes mais difíceis da mensagem. Os argumentos devem estar gravados
na mente e no coração do pregador. Se ele não guardou muito bem os argumentos do seu sermão,
como poderão ser bem compreendidos pelos seus ouvintes? Por isso o pregador deve organizar os
argumentos de modo que não fuja do assunto levantado da tese. Os argumentos podem ser
divididos da seguinte maneira:
a) Geral – Sem subdivisões
b) Subdivididos – Com subdivisões. Ex.: 1,2,3...

7) Conclusão:
É o desfecho final do sermão. Nela, o pregador comprova a importância da Palavra
pregada, aplicando-a as necessidades dos ouvintes.
O pregador ao utilizar os argumentos poderá optar por três tipos de conclusão:
a) Por Tópicos;
b) Final e
c) Por Tópicos e final.

8) Apelo:
É o convite do pregador para que os seus ouvintes manifestem suas reações,
publicamente, sobre o sermão que ouviram.
Na conclusão o apelo é dirigido a razão, à inteligência para que o ouvinte se decida
perante a sua consciência com Deus (decisão interna, na mente). No apelo, o pregador oferece ao
ouvinte a oportunidade de uma manifestação pública de sua decisão (decisão externa, física).
O apelo não deve ser obrigatório, insistente ou malicioso.

V – DOZE REGRAS PARA UM BOM SERMÃO:

1. Prepare bem o seu sermão, decida fazer o melhor.

2. Tente achar uma boa introdução: adequada, criativa, interessante.

3. Formule para você mesmo o objetivo do sermão: tenha certeza da direção que precisa apontar
aos ouvintes.

4. Afaste tudo que poderia desviar os pensamentos dos seus ouvintes para uma trilha secundária.
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5. Organize sua mensagem: tome todas as precauções para não ficar repetitivo, inseguro, perdido
em meio às idéias.

6. Use uma linguagem viva e simples.

7. Use ilustrações e exemplos práticos em quantidade suficiente.

8. Diga “eu”. Não adquira o hábito de referir-se a você como “nós”, isto já está totalmente
ultrapassado.

9. Seja você mesmo. Não queira imitar outros pregadores.

10. Mostre humildade e apreço pelos ouvintes.

11. Fale ao coração dos seus ouvintes.

12. Sempre dê aos ouvintes algo que eles possam colocar em prática.

VI – UMA ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS DOS GRANDES PREGADORES E


SEUS SERMÕES:
Dr. Jerry Stanley Key

1. Os grandes pregadores em qualquer época levam muito a sério a chamada de Deus para pregar
a Boa Nova. Reconhecem que são porta-vozes de Deus e devem a Ele sua lealdade e obediência.
(I Cor 9:6 e Jr 20:9)

2. Eles entendem que a pregação é a atividade mais importante do seu ministério. O preparo e
pregação de sermões é uma prioridade em suas vidas.

3. Eles são evangelistas fervorosos e têm fé que Deus vai usá-los na conversão de pessoas sem
Cristo.

4. São íntegros e autênticos, e a pregação não é somente o que fazem, mas antes é o que são.
Têm a confiança do povo, de que são "homens de Deus".

5. Eles continuam a crescer e a ter experiências novas com Deus.

6. Os grandes pregadores são caracterizados pela sua fé, entusiasmo e gozo em Cristo.

7. Eles procuram se identificar com o povo, amam o povo e em seus sermões procuram satisfazer
as necessidades do povo.

8. O estudo dos grandes pregadores demonstra como eles gostam de pregar, e como aproveitam
todas as oportunidades possíveis para anunciar a Palavra.

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9. São estudantes da Palavra de Deus, com o desejo insaciável de ler e juntar informações e
idéias sobre os textos escolhidos para seus sermões. Eles têm certeza de que a Bíblia é a Palavra
de Deus.
10. Os grandes pregadores de todas as épocas pregam com idéias lógicas e simples.

11. Usam de imaginação, criatividade e humor. Sempre estão procurando idéias e ilustrações
para sermões.

12. Suas mensagens não são teóricas e abstratas, somente com fatos e detalhes do texto bíblico.
Pregam mensagens práticas, aplicáveis à vida dos ouvintes. Envolvem o povo em suas
mensagens, com aplicações objetivas, práticas, pessoais e dinâmicas.

13. Utilizam suas próprias personalidades e desenvolvem seus próprios métodos de proferir
sermões. Não imitam os outros, mas deixam uma marca distinta em seus ministérios de púlpito.

14. São interessados na técnica da comunicação, no uso da voz, na gesticulação e em toda a arte
da comunicação com o corpo.

15. Dão muita ênfase à boa música nos cultos.

16. A maioria dos grandes pregadores em todas as épocas são escritores. Blackwood ensina que
se quiser pregar bem, você deve desenvolver a arte da palavra escrita, aprendendo a colocar suas
idéias no papel. A arte de escrever envolve disciplina, precisão de idéias, aumento do poder
descritivo, capacidade de auto-crítica, atenção a detalhes da gramática, concordância etc. Mas os
sermões escritos não devem ser lidos.

CONCLUSÃO:
O pregador nunca sabe tudo. A cada dia ele está aprendendo. Pois, a prática e as
experiências espirituais vão aperfeiçoá-lo na sublime missão de pregar a Palavra de Deus (2Tm
4:1,2). Algo que não podemos esquecer é que a hermenêutica, a homilética e qualquer outra
ciência podem contribuir muito para se pregar bem, mas os resultados reais e positivos só
acontecem mediante a ação poderosa do Espírito Santo de Deus (Jo 16:8-11).

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AS MARCAS DE UM PREGADOR BEM SUCEDIDO

I – INTRODUÇÃO:

Após analisadas as técnicas de retórica e oratória, vamos observar o que é mais importante,
em se tratando de um discurso que não é feito por políticos nem artistas, e sim, por pregadores
que são “arautos” da mensagem divina. É o caráter do pregador, que somado a outros
ingredientes contribuirão para o sucesso na sublime missão de pregar a Palavra de Deus.
Há sete fatores importantes na vida do pregador, que precisam ser analisados, pois eles são
fundamentais no exercício de sua vocação. Vamos denominá-los de “marcas do pregador”.

II – A MARCA ESPIRITUAL

Em primeiro lugar, o pregador é alguém que tenha experimentado em sua própria


vida a obra regeneradora do Espírito Santo.
Tem que ser um salvo em Jesus. Alguém que tenha nascido de novo, e se tornou uma nova
criatura em Cristo Jesus. Como poderá alguém pregar a mensagem de salvação sem ser
regenerado? Mas há profissionais de púlpito, falsos pregadores que nunca nasceram de novo,
pregam por interesses próprios. Não basta ter curso de Teologia, nem conhecer oratória, nem
saber as regras de homilética para ser um verdadeiro pregador do Evangelho. É preciso ter
nascido de novo (Jo 3:3). Aos não regenerados a Bíblia chama-os de “condutores de cegos” (Mt
15:14), ou “cisternas rotas” (2Pe 2:17).
Em segundo lugar, o pregador tem que ser uma pessoa cheia de fé.
Ele vai pregar e ensinar a fé. Fé na existência de Deus, fé na oração, fé na Bíblia como
registro inspirado da revelação de Deus, fé no poder de Deus e na sua presença real na vida do
crente pelo Espírito Santo, fé na ressurreição, na volta de Jesus, no juízo final, na vida eterna e na
vida de vitória que nos é oferecida como herança divina (Rm 10:6-8).
Em terceiro lugar, o pregador tem que buscar as revelações da Palavra de Deus (1Co
2:10-16).
Ele precisar ser um canal das revelações de Deus. Ao pregar a mensagem, antes de tudo, o
pregador deve senti-la e experimentá-la em sua própria vida. Ele não poderá convencer o povo
sem que ele próprio tenha experimentado a eficácia da sua própria pregação. O pregador não é
um mercador. Ele dá de comer comida que já saciou a si próprio. Ele tem que viver e sentir
aquilo que prega.
“ O homem chamado por Deus tem uma visão de Deus, uma visão da necessidade humana,
uma visão da oportunidade”. (Arthur S. Hoyt)

III – A MARCA DA MORAL E DA ÉTICA

A fé cristã não é apenas uma crença, nem uma filosofia baseadas em regras de devoção
religiosa, mas é uma mudança de vida, uma transformação, uma metamorfose (do grego
metanóia), como está escrito em (Rm 12:1,2). O pregador deve ser exemplo de nova vida, deve
ter piedade, devoção, oração, sinceridade, humildade, otimismo e ousadia.
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Não pregue aos outros o que você não consegue viver. Lembre-se de que a sua vida fala
mais alto do que as suas palavras. Pregue a si, antes de pregar aos outros.

IV – A MARCA DA UNÇÃO

Qualquer que seja a habilidade do pregador nada substituirá a unção. Por um outro lado,
também, a unção sem o preparo técnico-didático também não vai ajudar muito. O máximo que
pode acontecer é se obter bastante movimento e pouco conteúdo. Porém quando se tem unção
aliada com o preparo técnico, haverá resultados infinitamente melhores do que os dois atuando
isoladamente. O pregador interessado em ser um bom mensageiro de Deus, reconhecerá a
necessidade da unção. Pois, a unção na vida do pregador possibilitará duas virtudes
indispensáveis:

1 – A eloqüência
A palavra eloqüência vem do latim “eloquentia” que significa o ato ou o efeito de se falar
bem. Na oratória romana, era a parte que tratava da propriedade, disposição e elegância das
palavras. Na verdade, a eloqüência é mais do que apenas falar bem (com palavras certas, bem
colocadas e elegantes). A eloqüência é a capacidade de convencer pelas palavras. As palavras
esclarecem, orientam e movem as pessoas. O orador que consegue mover as pessoas,
persuadindo-as a acatarem as suas palavras, é eloqüente, pois a eloqüência é a capacidade de
persuadir pela palavra. A eloqüência pode ser definida como sendo o conjunto de qualidades de
um orador, que leva os seus ouvintes a acatarem as suas palavras. Para que um pregador seja
eloqüente é preciso que ele saiba se comunicar. Há uma relação muito íntima entre a eloqüência e
a retórica, oratória ou homilética. Sem eloqüência não há orador ou pregador. A eloqüência
distingue um orador de um parlador ou tagarela.

2 – A autoridade espiritual
É conferida pelo Espírito Santo, para pregação da Palavra com determinação, ousadia e
intrepidez.

V – A MARCA DO EQUILÍBRIO PSICOLÓGICO

O pregador tem que ser uma pessoa equilibrada mental e emocionalmente. E ele vai
revelar por sua palavras esse equilíbrio. A Psicologia da linguagem ensina-nos que as palavras
não são portadoras apenas de idéias, mas de emoções, de temperamento e revelam motivações até
inconscientes. As idéias acompanhadas das emoções (alegria, tristeza, ira, amor, coragem, medo,
pessimismo, otimismo, frustração, derrota, vitória etc.), revelam o temperamento (agressivo,
submisso, introvertido, extrovertido etc.) e as motivações (conscientes e inconscientes).
Há pregadores que transmitem mais a sua personalidade, quando pregam, do que idéias.
Por isso, para os assistentes esclarecidos, o púlpito se transforma, às vezes, mais num divã de
psicanálise (onde o pregador oferece abundante dados de sua personalidade doentia), do que
numa fonte de orientação sadia (onde o pregador oferece a luz, a espiritualidade e a inspiração de
Deus). Há pregadores que falam mais de si do que as verdades de Deus, que os ouvintes foram
buscar.

VI – A MARCA DA POSTURA E DA APARÊNCIA FÍSICA

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O pregador não pode descuidar-se da sua saúde. O cultivo da saúde é fator indispensável na
vida do Ministro da Palavra. A Bíblia afirma que os sacerdotes do Antigo Testamento tinham de
ser fisicamente perfeitos. Assim o pregador (ou ministro) deve ser um mensageiro em condições
perfeitas de saúde. Eventualmente pode vir a ficar enfermo, mas tem de ter cuidado com a sua
saúde. O Ministro cristão deve cuidar do seu corpo, exercitando-se, alimentando-se e
descansando o necessário, para que possa desenvolver melhor o seu ministério.
Apresentamos os dez mandamentos da boa aparência, que são outros cuidados
indispensáveis que todo o pregador deve ter para apresentar-se bem diante do público:

1 – Ter os sapatos bem limpos e engraxados;

2 – Ter o cabelo sempre bem aparado e penteado;

3 – Barbear-se, e não andar com barba por fazer;

4 –Ter as unhas sempre limpas e aparadas. Um pregador com unhas sujas e crescidas
repugna. Conclui-se imediatamente do físico para o espiritual e pensa-se que aí está um
homem negligente em tudo;

5 – Ter cuidado dos dentes para que possa sorrir sem constrangimento. Uma boca
malcuidada e desdentada é vergonhoso. Naturais ou postiços, os dentes têm o seu papel na
apresentação pessoal;

6 – Usar algum tipo de perfume e desodorante que possuem efeito prolongado. Com isso se
evita o odor forte;

7 – Evitar falar muito em cima das pessoas principalmente quando você sabe que tem mal
hálito. Neste caso e aconselhável procurar um dentista ou médico;

8 – Combinar com bom gosto as roupas que veste;

9 – Não usar durante a pregação uma Bíblia caindo aos pedaços, maltratada, com folhas
rasgadas etc. isso dá a impressão de relaxamento e

10 – Evitar usar gestos que possam ser interpretados como obscenos.

VII – A MARCA DA COMUNICAÇÃO

A voz, como veículo de pregação, é essencial para o sucesso do pregador. Vejamos alguns
elementos que são fundamentais:

1 – Utilização de todos os membros da fala.


Falar é um processo complexo e que é preciso vencer a timidez e outros obstáculos para se
falar bem em público. Logo é necessário muita prática para fazê-lo corretamente.

2 – Falar de tal maneira que todos os ouvintes possam entender a última palavra dita.
- Falar com bastante força para que todos que não sejam completamente surdos
entendam;
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- Pronunciar claramente cada palavra.
Existem o perigo de ser falar tão rapidamente que se emendam as palavras. Outro perigo é
o de baixar a voz e ao mesmo tempo juntar as palavras no final das frases. Se alguém comete uma
dessas duas falhas, facilmente pode se corrigir com um pouco de força de vontade e alguma
prática. O timbre ideal para a pregação é o médio, isto é, não agudo, nem grave, nem rouco e nem
nasal (fanhoso).

3 – Pensar no que se vai falar.


Antes de falar, pensar no que se vai dizer, para que os sentimentos que correspondem aos
pensamentos se apoderem do que se fala, e, através da sua voz, da expressão do seu rosto e da sua
atitude, sejam transmitidos aos ouvintes.

4 – Usar somente palavras que os ouvintes compreendam.


É muito fácil um pregador usar palavras técnicas da linguagem religiosa que o auditório não
entende. Por exemplo: É melhor dizer “novo nascimento” do que “regeneração”, ou “Jesus subiu
ao céus” do que ascendeu aos céus.

5 – Expressar os pensamentos de forma simples, clara e concreta, usando frases curtas.

6 – Encarar os ouvintes.
Não ficar olhando para o chão, ou para o teto, ou por cima das cabeças dos ouvintes. Olhá-
los tranqüilamente, não de maneira demasiadamente concentrada. O olhar tem muita força
magnética, que deve ser usada. O não poder fixar os olhos nos ouvintes é resultado da timidez e
da falta de confiança em si mesmo. O pregador tem convencer-se de que Deus lhe entregou uma
mensagem importante para ser transmitida aos que o escutam, e que está com ele para fortalecê-
lo.

7 – Falar com o corpo todo.


Uma pessoa não fala somente com a sua boca, mas também com os movimentos do corpo,
especialmente com os braços e as mãos. O maior problema para quase todo orador é saber o que
fazer com os braços e as mãos. Há certas coisas que devem ser evitadas, como segurar as bordas
da mesa ou do púlpito: manter as mãos unidas e sob tensão ou movê-las continuamente. Algumas
pessoas preferem ter uma Bíblia na mão esquerda enquanto falam, e somente fazer um outro
gesto com a mão direita. Não há nada de mal nisso. Não resta dúvida de que o ideal é fazer
somente gestos que tenham verdadeira significação e concordem com que o pregador esteja
dizendo. Deve ser feito de forma natural e não artificialmente, como fazem os declamadores.

VIII – A MARCA DO APRENDIZADO

Ninguém gosta de fazer “má figura” perante a sociedade, por isso se justifica o medo, que
muitas pessoas têm, de se exporem ao vexame público. Esse medo é também chamado de timidez
ou inibição e é típico da maioria dos pregadores inexperientes. Sua causa fundamental é a
insegurança emocional e intelectual, a primeira decorrente de sua falta de experiência de se
relacionar com um auditório (ficando na frente, em evidencia e sendo observado por todos) e a
Segunda, decorrente de sua ignorância cultural. O que o pregador tem que fazer é dominar a
matéria que vai expor e dominar suas emoções. Algumas recomendações se fazem necessárias:

1 – O uso correto da gramática


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O fato do obreiro não possuir um bom nível de escolaridade não deve se constituir motivo
para que ele se dê ao descuido e até ao abandono da cultura. Isto é grave no ministério. O obreiro
pode achar que já é tarde para aprender determinados princípios de linguagem. Mas é possível
melhorar e ampliar muito o seu vocabulário lendo revistas, jornais, livros e a própria Bíblia. Não
pode é se acomodar ao erro e achar que não tem jeito.

2 – O uso corrente do microfone.


Muitos pregadores não usam o microfone de forma correta, e como conseqüência disso,
não há uma boa compreensão da Palavra que está sendo pregada.

3 – Cuidado com os vícios de linguagem.


Evitar repetir certas palavras de forma repetitiva, e chavões pentecostais a cada minuto da
pregação. As expressões são pronunciadas de forma apropriada e sem exageros, são expressões
de louvor e adoração, saídas do nosso espírito.

4 – Ser um pregador bem informado.


A pessoa que abraça a carreira de pregador deve estar bem consciente de que escolheu uma
função intelectual. Ela irá trabalhar muito mais com o cérebro do que antes. Por isso, exige-se
que o pregador seja inteligente, amante de livros e da pesquisa, inquiridor, criativo e culto. Tem
que ser uma pessoa atualizada, isto é, em dia com o seu tempo. O apóstolo Paulo era tão bem
informado no seu tempo, que ao pregar aos gregos mencionou um dos seus poetas (At 17: 28-30).

CONCLUSÃO:
As instruções, que aqui foram relacionadas, se forem observadas com rigor, contribuirão
para um crescimento no preparo e explanação de um sermão. O pregador, que deseja ser bem
sucedido em sua missão, precisa se esforçar, ter boa vontade e disciplina. Só assim, alcançará
resultados gratificantes na Seara do Mestre.

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A VIDA ESPIRITUAL DO PREGADOR

I – INTRODUÇÃO:

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a arte de pregar não é apenas abrir a Bíblia e
explanar sobre o que foi lido. Pois uma boa mensagem não é composta apenas de texto. Porque
texto sem contexto é pretexto para heresia. Um pregador que realmente deseja ser usado pelo
Espírito Santo, precisa cultivar em sua vida algumas características fundamentais para ser
verdadeiramente um instrumento de poder nas mãos de Deus. São elas:

1 – Precisa ler a Bíblia;


2 – Precisa orar (sozinho, com a família, na Igreja, no monte, na vigília etc.) e
3 – Precisa jejuar.

O pregador que obtiver em sua vida os itens 2 e 3 e não tiver o número 1 ele jamais será um
pregador bem sucedido. Da mesma maneira, se ele observar apenas o item 1 e não atentar para
os outros dois itens os resultados serão desastrosos. Pois, o avivamento não acontece num passe
de mágica, ou apenas com sacrifício, mas pela atuação poderosa do Senhor, usando a sua Palavra.
O pregador que souber fazer a fusão do conhecimento da Palavra de Deus com unção do
Espírito Santo colherá resultados excelentes em sua mensagem.

II – COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA

1 – Lendo-a diariamente.
Aquele que não lê a sua Bíblia, só recebe alimento quando alguém o coloca em sua boca.
Considera perdido o dia em que não leres a tua Bíblia (Dt 17:19).

2 – Lendo-a e conhecendo seu autor.


Ele mesmo no-la revelará (Lc 24:45; 1Co 2:10,12,13). Ninguém pode melhor explicar um
livro do que o seu próprio autor.

3 – Lendo-a orando.
Na presença do Senhor, em oração, as coisas ocultas são reveladas (Jr 33:3; Dn 9: 21,23; Sl
119:18).

III – AS CONDIÇÕES PARA ENTENDERMOS A BÍBLIA

1 – Crer, sem restrições, no que ela ensina.


A dúvida é um empecilho a compreensão das Escrituras (Lc 24:21,25).

2 – buscar crescimento espiritual.

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Crianças só podem comer coisas leves (Mc 4:33; Jo 16:12), nossa compreensão da Bíblia
depende do nosso crescimento espiritual.

3 – Ser humilde.
Deus revela seus segredos aos humildes (Mt 11:25). Quando chove, os terrenos que
primeiro inundam-se de água são os mais baixos. Galhos com maior número de frutas são os mais
baixos.

4 – Porque a Palavra é um Espelho.


A Palavra mostra quem somos, ela nos põe pelo avesso (Tg 1:23). Quando nos
confrontamos com a Palavra ficamos pequenos e ela traz à luz todas as coisas.

5 – Porque a Palavra é Fogo.


A Palavra é como o fogo que arde nos corações (Jr 23:29; Lc 24:32). Ela queima, aquece,
ilumina e produz energia.

6 – Porque a Palavra é Martelo.


O martelo esmigalha a rocha (Jr 23:29). É na leitura e meditação da Palavra que somos
quebrados e moldados segundo o querer do Senhor.

7 – Porque a Palavra é Espada.


A Palavra é espada que penetra nas juntas e medulas e é apta par discernir os propósitos
do coração. A espada é a nossa arma no combate espiritual (Hb 4:12; Ef 6:17).

8 – Porque a Palavra é um instrumento de Regeneração.


E pela ação da Palavra que alcançamos a graça da regeneração (1Pe 1:23; Tg 1:18).

9 – Porque a Palavra é que opera a nossa Santificação.


Uma vida em harmonia com a Palavra é uma vida santificada (Jo 17:17).

CONCLUSÃO:
A pregação que realmente vem seguida de sinais tais como: poder de Deus, curas,
milagres, avivamento, restauração, edificação e salvação é aquela em que o pregador soube a
conciliar o saber com o poder. Sendo assim o pregador não precisará fazer malabarismo para que
o povo de Deus, ao ouvir a sua mensagem, sinta a presença do Deus vivo e todo poderoso.

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BIBLIOGRAFIA

SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL - A Bíblia Sagrada

AUGUSTO, Cesar. Socorro! Tenho que preparar um Sermão. 1ª ed. Curitiba – Paraná: A.D.
SANTOS, 2001.

CABRAL, Elienai. O Pregador Eficaz. Rio de Janeiro: CPAD, 1981.

DA SILVA, Plínio Moreira. Homilética – A Arte de Pregar o Evangelho – SP. ELEVA – Editora
de Livros Evangélicos Ltda ME, 4ª ed. 1986.

HAWKINS, Thomas. Homilética Prática, Tradução de Edson Machado. 4ª ed. Rio de Janeiro:
Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1980.

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