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Enfermagem em Terapia Intensiva

Procedimentos
Invasivos na Beira
do Leito
Cateter Venoso Central
Monitorização
hemodinâmica
(PVC, Saturação
Venosa Central)
Administração de
soluções irritantes NPT
e concentradas

Reanimação Marca-passo
Volêmica temporário

Comprometimento
Hemodiálise
de veias periféricas
Cateter Venoso Central
• Veia Jugular interna
• Veia Subclávia
• Femoral
• Basílica e Cefálica (PICC)
Cateter Venoso Central
• Tipos de Cateter:
– De luz simples, dupla e tripla;
– Cateter de luz tripla, permite a administração distinta
e múltiplas infusões e monitorização contínua da
pressão, diminui o risco acidental de drogas.
Cateter Venoso Central

• Contraindicação:
– Distorção de pontos de referência;
– Infecção no sítio e acesso;
– Coagulopatias.
• Complicações:
– Embolia gasosa;
– Pneumotórax;
– Hematoma;
– Punção arterial;
– Infecção cutânea;
– Troca de CVC é indicado nos casos de infecção ou participação
etiológica do quadro infeccioso.
Bundle de Cateter Central
Higienização das mãos

Precaução de barreira máxima

Antisepsia da pele com clorexidina alcoólica 2%

Seleção do melhor local para passagem do CVC (evitando a


cateterização da veia femoral em adultos)

Revisão diária da necessidade de permanência do CVC retirando os que


não têm mais indicação
Bundle de Cateter Central

Fixação

Curativo

Tração
Bundle de Cateter Central
Sondagem Nasoenteral

A utilização de sonda naso ou oroenteral é


requerida quando há indicação de alimentação
enteral e manutenção da ingesta nutricional.
Sondagem Nasogástrica

Indicações:
• Distensão Abdominal (Descompressão);
• Suspeita de Sangramento Digestivo Alto;
• Drenagem de conteúdo gástrico;
• Complicações Neurológicas com RNC.
• Lavagem gástrica*.
Sondagem Nasoenteral

A via de nutrição enteral deve ser a primeira via


de escolha, por manter a integridade do trato
digestivo e diminuir o processo de translocação
bacteriana da parede intestinal.
Sondagem Nasoenteral

Resolução RDC 63, de 06 de julho de 2000, da


ANVISA, prevê no Anexo III, item "6",
"OPERACIONALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO", no sub-
item "6.1.4. É responsabilidade do enfermeiro
estabelecer o acesso enteral, por via oro/nasogástrica.
Sondagem Nasoenteral
Sondagem Nasoenteral

Quando optar pela inserção oral?

Como alimentar o paciente com distensão e estase


gástrica?

Qual a função da dieta enteral no paciente grave?


Sondagem Tipo Sengstaken-Blakemore

• Sonda utilizada no controle de hemorragia de varizes


esofágicas;
• O sangramento das varizes esofágicas, traz um
prognóstico com taxa de mortalidade 50%;
• Introduzida pela boca tem 2 balões esofágico e
gástrico e 2 luzes esofágico e gástrico que se abrem
acima dos balões;
• Sucesso em 90% dos casos.
Sondagem Tipo Sengstaken-Blakemore
Intubação Traqueal

• Intubação endotraqueal (IOT) é um procedimento


de suporte avançado de vida onde o médico, com
um laringoscópio, visualiza a laringe e através dela
introduz um tubo na traquéia (tubo endotraqueal).
Intubação Traqueal

• Indicada em situações em que o paciente precisará


de suporte ventilatório invasivo devido a:

IRpA refratária às demais medidas;

RNC ou deteriorização neurológica, PCR, Instabilidade

Hemodinâmica, procedimentos cirúrgicos.


Intubação Traqueal
Intubação Traqueal - Checklist
Oxigenar previamente
Sistema de apiração
com bolsa-válvula- Acesso venoso
testado (aspiração
máscara e 100% de permeável
prévia s/n)
O2

Ventilador montado e
Laringoscópio testado Cuff testado
testado

Confirmação de Confirmação dos pré-


tamanho do tubo medicamentos
Intubação Traqueal - Materiais
EPI Sondas de aspiração

Tubo orotraqueal (7,5 a 8 para mulheres; 8 Estetoscópio


a 9 para homens
Fio-guia
Laringoscópio
Ventilador
Reanimador manual e fonte de O2
Cadarço
Seringa de 20 ml
Sequência rápida de entubação
Sistema de aspiração Carrinho de emergência
Intubação Traqueal
Proteção das vias aéreas (Glasgow ≤ 8)

Hipoxemia refratária

Parada cardiorespiratória

Necessidade de assistência ventilatória prolongada ou


controle da ventilação pulmonar

Condição que pode cursar com obstrução de vias aéreas


(anafilaxia, infecções e queimadura de vias aéreas)
Intubação Traqueal - Preparo
Intubação Traqueal - Laringoscopia
Intubação Traqueal - Laringoscopia
Intubação Traqueal - Confirmação
Intubação às Cegas
Complicações no paciente intubado:

 Lesões orais;

 Extubação acidental;

 Complicações relacionadas ao cuff;

 Pneumonia associada à ventilação


mecânica.
Lesões orais:

• O tubo pode ocasionar diversos tipos de lesões, em


razão da mobilidade excessiva (fixação inadequada),
lesões nas comissuras labiais e línguas (fissuras,
erosões, ressecamento e sangramento) etc. Ao redor
da boca ou nas regiões próximas podem ocorrer
lesões por conta do uso de cadarços, adesivos ou
outros tipos de fixadores apertados.
Extubação Acidental:
• Fatores externos:
• Falta de vigilância da equipe;
• Manuseio inadequado;
• Déficit de pessoal de enfermagem;
• Fixação inadequada do tubo;
• Agitação do paciente;
• Ausência de sedação intravenosa.
Problemas relacionados ao Cuff:

• A função do cuff é promover vedação adequada da


traqueia para aplicação de ventilação com pressão
positiva, prevenir aspiração de secreções da orofaringe
para os pulmões e auxiliar na prevenção da extubação
acidental. Também, mantém o dispositiva na região
central minimizando possíveis lesões causadas pela
ponta do tubo em contato com a parede traqueal.
Pneumonia Associada a VM (PAV):
• Representa 80% dos episódios de pneumonia hospitalar e é a causa
mais frequente de infecção em ambiente de cuidados intensivos,
seguida pelas infecções de corrente sanguínea associadas a
cateteres venosos. O tubo endotraqueal é a principal rota para a
invasão microbiana das vias aéreas inferiores e serve como um
reservatório de micro-organismos infectantes que aderem à sua
superfície interna. Além de causar prejuízo à mucosa traqueal a
presença do tubo mantém as cordas vocais abertas, facilitando a
aspiração de secreções.
Microaspirações (fatores):
 Sedação contínua;
 Ausência de tosse;
 Aspiração de conteúdo gástrico em, paciente mantidos em
posição horizontal (alimentados principalmente por sondas
enterais);
 Aspiração de secreções acumuladas acima do cuff
 Secreções acumuladas na cavidade oral em decorrência,
sobretudo, da presença de micro-organismos nas placas
dentais, que podem ser broncoaspiradas.
Cuidados de Enfermagem ao paciente intubado:
Cuidados de Enfermagem ao paciente intubado

1. Manter decúbito em elevação de 30 a 45°;

2. Lavar as mãos antes de manusear o tubo;

3. Manter a fixação do tubo com tiras adesivas, cadarços de algodão ou dispositivos de fixação.
Após a confirmação do posicionamento adequado pela ausculta e/ou RX de tórax, a altura da
cânula (em cm) deve ser registrada no prontuário, tendo como referência os dentes frontais
superiores ou a fissura labial. Verificar a altura da cânula a cada plantão, preservando o
posicionamento (geralmente entre 21 e 23cm). Recomenda-se que a troca do cadarço seja
realizada por duas pessoas para evitar a extubação acidental ou mobilização inadvertida
(intubação seletiva), podendo ser realizada uma vez ao dia. Verificar a presença de lesões na
pele (cadarços muito apertados) e mucosa oral (sangramento, ressecamento, fissuras);

4. Observar rigorosamente o padrão e os sinais de desconforto respiratório;

5. Atentar para a insuflação do cuff, não manuseá-lo sem aspiração prévia da cavidade oral,
para evitar que a secreção acumulada seja aspirada. Verificar a pressão do cuff a cada 6 a 8hrs;
Cuidados de Enfermagem ao paciente intubado

6. Realizar higiene oral rigorosa, no mínimo a cada 6hrs com antisséptico bucal, se
disponível. Aspirar a boca concomitantemente para evitar a possibilidade de
broncoaspiração das secreções. Evitar o ressecamento da língua e da mucosa oral. Se
necessário umidificar com água estéril periodicamente;

7. Proceder a aspiração endotraqueal quando necessário. Não prolongar o


procedimento. Observar e registrar o aspecto e a quantidade do material aspirado.

8. Manter os circuitos do ventilador ou da traqueia de nebulização e outros aparatos


de forma que não tracione o tubo (risco de extubação acidental);

9. Avaliar a aceitação da dieta enteral.

10. Se o paciente estiver consciente, esclarecer dúvidas, favorecer a comunicação.


Incluir cuidados referentes à redução da ansiedade e a comunicação do paciente
intubado.
Traqueostomia

• Procedimento muito corriqueiro nos hospitais,


sendo considerada a cirurgia mais frequente em
pacientes graves.

• O simples transporte desses pacientes para um


centro cirúrgico pode acarretar um aumento no
risco de complicações.
Traqueostomia

• A traqueostomia é uma cirurgia que, quando


realizada precocemente, diminui o tempo de
ventilação mecânica, o tempo de internação
na UTI e a incidência de broncopneumonia.
Traqueostomia

A traqueostomia deve ser considerada nos


casos em que a extubação é improvável dentro
de 10 a 14 dias, e nos pacientes nos quais,
antecipadamente, já se prevê um tempo de
ventilação superior a 14 dias.
Traqueostomia

Indicada nos casos de


Excelente acesso nos casos
assistência ventilatória
de obstrução de vias aéreas
invasiva prolongada, para que
superiores, facilita a limpeza
sejam minimizados os riscos
brônquica, ajuda no desmame
de lesão laringotraqueal em
da ventilação mecânica e
consequência da longa
diminui o espaço morto.
permanência doTOT.
Traqueostomia
Benefícios da Traqueostomia

Diminui a resistência da via aérea e o trabalho respiratório e facilita o


desmame;

Diminui as lesões orolabiais;

Facilita a higiene oral;

Facilita a mobilização no leito;

Facilita a remoção de secreções brônquicas;

Facilita a comunicação por meio da mímica labial;

Facilita a deglutição/alimentação oral;

É mais segura (diminui o risco de decanulação acidental);


Cuidados de Enfermagem ao paciente traqueostomizado

Cuidados imediatos a realização:

Observar rigorosamente sinais de sangramento, edema, enfisema subcutâneo.

Fixar a cânula adequadamente para evitar o seu deslocamento (risco de colapso do


estoma)

Atentar para os sinas de desconforto respiratório.

Cuidados diários

1. Manter decúbito em elevação de 30 a 45°;

2. Lavar as mãos antes de manusear a cânula;

3. Manusear a traqueostomia com técnica asséptica. Fazer o curativo com SF 3 a 4


vezes ao dia ou de acordo com a necessidade. Manter o local limpo e seco.

4. Trocar a fixação de acordo com a necessidade. Mantê-la estável, visto que a


movimentação excessiva pode causar lesões na traqueia ou na laringe pelo atrito.
Cuidados de Enfermagem ao paciente traqueostomizado

5. Observar o padrão respiratório;

6. Verificar a pressão do cuff de 6 a 8hrs;

7. Realizar higiene oral rigorosa, no mínimo a cada 6hrs, com antisséptico bucal;

8. Proceder a aspiração traqueal quando necessário. Os cuidados antes e após são


semelhantes a aspiração do IOT;

9. Manter os circuitos do ventilador ou da traqueia de nebulização e outros


aparatos de forma que não tracione o tubo (risco de decanulação e lesões na
parede traqueal);

10. Manter umidificação contínua;

11. Observar deglutição, queixas de dor local, presença de anormalidades, tais


como sinais de infecção, sangramento, obstrução, enfisema subcutâneo, secreção
excessiva ao redor do estoma ou externamente a ele.
Cânula telescopada
Traqueostomia
Trocar o curativo e o cadarço toda vez que estiver sujo

Limpar a área ao redor com água e sabão

Colocar uma gaze ao redor do estoma, entre a cânula e a pele do paciente,


para proteção

Evite a entrada de água na traqueostomia (banho, higiene)

Observar o estoma periodicamente

Medir pressão de cuff diariamente (por que?)


Drenagem Pleural e Mediastinal

A drenagem torácica restabelece a pressão


negativa no espaço intratorácico, esvazia a cavidade
pleural e permite a expansão pulmonar.
Drenagem Pleural e Mediastinal

A toracocentese ou pericardiocentese deve


preceder qualquer forma de abordagem invasiva na
cavidade pleural, inicialmente, para se obter material
para determinar a natureza do derrame e, ao mesmo
tempo, permitir a localização exata da possível
drenagem.
Drenagem Pleural e Mediastinal

O posicionamento do paciente é importante


durante o procedimento. O paciente é colocado em
decúbito elevado (45°), e levemente lateralizado para
o lado que será puncionado.
Drenagem - Materiais
Dreno torácico estéril Degermação e anti-sepsia

Drenos de menor calibre (12 a 16G)


Xilo 1% s/v p/ botão
para retirada de ar
Drenos de maior calibre (28 a 40G) Luvas Estéreis e Paramentação
para retirada de coleções Cirúrgica

Sistema de drenagem torácica Fio para Sutura

Caixa de Pequena Cirurgia Bisturi e material p/ Ctvo

Paramentação cirurgica Água destilada para Selo


Drenagem Pleural e Mediastinal

O clampeamento do dreno torácico só deve ser


realizado para localizar a origem de um
extravasamento de ar se houver formação de bolhas
na câmara de selo de água e para substituir o frasco
de drenagem.
Retirada do Dreno de Tórax
Drenagem de fluido inferior a 100ml/24h, considerando que em alguma
situações especiais, uma drenagem superior a 100ml/24h pode ser tolerada;
Alteração no aspecto do fluido drenado de sanguinolento para
serosanguinolento;

Pulmões expandidos (visualizado em Rx de Tórax);

Melhora do padrão respiratório;

Ausência de flutuações (oscilação) no selo d’água do frasco coletor;

O dreno de tórax pode ser pinçado por 12 horas antes de ser removido para
avaliar a tolerância do paciente.
Cateterismo Vesical
Drenagem e medida do D.U.

Diagnóstico

Irrigação

Administração de fármacos

Medida da PIA
Cateterismo Vesical

Utilize o cateter de menor calibre possível,


apropriado para drenagem adequada, a fim de
minimizar o trauma na uretra
Cateterismo Vesical

Evitar troca rotineira de dispositivo;

Utilizar fixação apropriada;

Insuflar balonete com 10 ml de A.D.


Referências

• Knobel E. Terapia Intensiva: Enfermagem. São


Paulo, Editora Atheneu, 2006.
• Knobel E. Condutas no Paciente Grave. Vol. 1 e
2. 3 Ed. São Paulo, Editora Atheneu, 2006.

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