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E B OOK SANAR
SUMÁRIO
Capítulo 1:
Intubação Orotraqueal 03
Capítulo 2:
Cricotireoidostomia 09
Capítulo 3:
Suturas Descontínuas 13
Capítulo 4:
Suturas Contínuas 23
Capítulo 5:
Inserção de DIU 27
Caítulo 6:
Inserção de Balão de Tamponamento Intrauterino 35
Capítulo 7:
Punção Lombar 44
E B OOK SANAR
Capítulo 1:
Intubação Orotraqueal
CAPÍTULO 1:
Acesso Venoso Periférico
A intubação orotraqueal (IOT) consiste em uma via aérea definitiva que caracteriza-se por
um tubo endotraqueal com cuff insuflado abaixo das cordas vocais, fixado e conectado a
uma fonte de ventilação assistida capaz de fornecer oxigênio. Dentre os tipos de via aérea
definitiva, a IOT é a primeira opção indicada na maioria dos casos. As principais indicações
são: paciente incapaz de proteger a via aérea; paciente necessitando de altas concen-
trações de oxigênio; paciente com comprometimento ventilatório significativo e que pre-
cisa de ventilação assistida. Já as principais contraindicações para o procedimento são:
falta de treinamento para a realização do procedimento; indicação inadequada; e alta
probabilidade de via aérea falha.
Materiais necessários
Dentre os materiais necessários para realizarmos uma intubação orotraqueal, temos: larin-
goscópio com lâminas curvas e retas do tamanho adequado para o paciente, seja adulto
ou pediátrico; baterias e lâmpadas extra; equipamentos adequados para aspiração, tanto
cateteres de ponta rígida, quanto o flexível; tubo orotraqueal do tamanho adequado;
estilete; bougie; seringa de 10mL; lubrificante hidrossolúvel; pinça magill; capnografia; e
dispositivo de fixação do tubo.
Técnica
Para realização da IOT, na maioria das vezes, utiliza-se a técnica de Sequência Rápida de
Intubação (SRI) a qual foi idealizada principalmente para a execução deste procedimento
em pacientes onde não se tem como garantir o jejum, ou seja, contexto onde deve-se
evitar a aspiração de conteúdo gástrico para a via aérea. A SRI consiste na realização de
uma medicação para indução seguida por um bloqueador neuromuscular de ação rápida,
objetivando otimizar o tempo para realização do procedimento.
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
E Evaluate 3–3-2
Imagem 3. Bougie.
Imagem 2. Classificação de
Mallampati: Classe I: palato mole,
fauce, úvula e pilares amigdalianos
visíveis. Classe II: palato mole,
fauce e úvula visíveis. Classe III:
palato mole e base da úvula
visíveis. Classe IV: palato mole
totalmente não visível.
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E B OOK SANAR
Capítulo 2:
Cricotireoidostomia
Procedimentos que todo médico deve saber 2
A seguir, realizar o outro “P” de paralisia com indução, realizando primeiramente a indução
e depois a paralisia com bloqueio muscular. Para indução ou sedação, as principais
opções utilizadas são: etomidato, propofol e quetamina. A escolha da droga irá depender
das características clínicas de cada paciente, bem como das opções disponíveis no
serviço. Lembre-se que a dose deve ser calculada com base no peso ideal do paciente. O
etomidato (0,2-0,4mg/kg) pelo seu rápido início de ação, curta meia-vida e por não causar
vasodilatação ou depressão miocárdica costuma ser visto como um dos melhores agen-
tes sedativos na SRI. O propofol (2mg/kg) é a mais comumente utilizada, tem início de
ação em 30-45 segundos, duração de 5-10 minutos, suprime os reflexos da via aérea,
induz a apneia e é a medicação de escolha em gestantes. A quetamina (1-2mg/kg) tem
efeito analgésico, causa aumento do tônus simpático em indivíduos com o sistema ner-
voso autônomo intacto, tem discreta ação cardiodepressora e por seu efeito broncodilat-
ador é a medicação de escolha em casos de broncoespasmo. Uma droga que pode ser
utilizada caso as anteriores não estejam disponíveis é o midazolam que é um benzodiaz-
epínico com potencial efeito em depressão miocárdica e respiratória, possuindo o fluma-
zenil como reversor.
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
No último “P” que é o pós-IOT, deve-se fixar o tubo, realizar uma radiografia de tórax para
avaliar se houve intubação seletiva (do brônquio fonte direito é mais retificado, por este
motivo pode ocorrer intubação apenas deste brônquio que leva à ventilação pouco satis-
fatória para o paciente), conectar o paciente ao ventilador mecânico programando ade-
quadamente os parâmetros.
Complicações
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Referências
UpToDate. Rapid sequence intubation for adults outside the operating room, 2021.
UpToDate. Direct laryngoscopy and endotracheal intubation in adults, 2021.
Medicina de emergência : abordagem prática. 14. ed., rev., atual. e ampl. - Barueri [SP] : Manole,
2020.
NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS. PHTLS - Atendimento
pré-hospitalar ao traumatizado. 9. ed. Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2020.
INTUBAÇÃO Orotraqueal (IOT) na Emergência. [S. l.], 3 abr. 2019. Disponível em: https://ww-
w.sanarmed.com/intubacao-orotraqueal-iot-na-emergencia-yellowbook. Acesso em: 4 ago.
2021.
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CAPÍTULO 2:
Cricotireoidostomia
Definição e objetivo
Indicações
Contraindicações
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Técnica
Etapa 3: Realiza-se a incisão vertical (de 3 a 5 cm) na linha média da pele que recobre a
membrana cricotireóidea
Etapa 6: Inserção do dilatador Trousseau para aumentar a incisão. O dilatador deve per-
manecer até que a cânula seja colocada.
Etapa 9: Insufla-se com cuidado o balonete com a seringa de 10 ml até que o indicador
esteja completo.
Figura 2. Cricotireoidostomia
Cirúrgica (SCALABRINI NETO,
Augusto et al, 2016, p. 176).
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Complicações
> Hemorragia;
> Perfuração de traquéia;
> Lesão nas cordas vocais.
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Referências
DIAS, Roger Daglius et al. Manejo de via aérea difícil. In: SCALABRINI NETO, Augusto et al. Pro-
cedimentos em Emergências. 2. ed. rev. [S. l.]: Editora Manole Ltda., 2016. cap. 7, p. 151-167. ISBN
978-85-204-5273-8. Disponível em: http://www.amape.com.br/wp-content/up-
loads/2019/04/Procedimentos_em_emerge_ncias-1.pdf. Acesso em: 29 jul. 2021.
McKenna P., Desai NM, Morley EJ. Cricotireotomia. [Atualizado em 31 de janeiro de 2021]. In:
StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan-. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK537350/
ARILTON CARLOS FERREIRA (Brasil, MG, São João Del-Rei). Roteiro. O TREINAMENTO DE PRO-
CEDIMENTOS INVASIVOS OU CONSTRANGEDORES EM LABORATÓRIO DE SIMULAÇÃO E
HABILIDADES: ROTEIROS DAS ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O PORTFÓLIO DE PROGRESSÃO
DE HABILIDADES, [S. l.], 2016.
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Capítulo 2:
Cricotireoidostomia
CAPÍTULO 3:
Suturas Descontínuas
A sutura é um procedimento que pode ser realizado dentro e fora de uma cirurgia, con-
forme necessidade. É a união ou aproximação de estruturas através de um ou mais
pontos. Esse procedimento tem como finalidade reconstruir os diferentes planos que
tenham sido separados durante uma cirurgia ou um trauma.
Livre de infecção.
Indicações
As suturas devem ser realizadas em feridas limpas, feridas com contaminação recente e
feridas sem infecção.
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Contraindicações
• Feridas/lesões infectadas;
• Mordidas de animais;
• Perfurações profundas;
• Debris que não podem ser completamente removidos;
• Suturas que demandam muita tensão do tecido;
• Feridas com sangramento ativo não controlado;
• Feridas superficiais (escoriações e erosões);
• Tempo decorrido > 6 horas: Nestes casos devemos realizar o fechamento primário
tardio ou realizar a cicatrização por segunda intenção;
• Tecidos desvascularizados: A conduta baseia-se no desbridamento dos tecidos
inviáveis com posterior avaliação da ferida;
• Perda de substância: A depender do tamanho da lesão outras formas de fechamento
estão indicadas como o uso de retalhos ou curativos à vácuo;
• Feridas muito contaminadas: Deve-se proceder com antibióticoprofilaxia, lavagem da
ferida e avaliação quanto ao tipo de fechamento adequado.
Figura 5. (https://bisturi.com.br/ma-
terial-de-consumo/sutura/dona-
Figura 3. (https://sutu- ti-fio-cirurgico-mono-6-0 )
ra.com.br/tecnicas-de-sutura-tu-
do-o-que-nao-te-ensinaram-mas-
voce-sabe-que-faz-a-diferenca/ ).
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Além disso, são necessários para a manipulação das lesões: solução de limpeza como clo-
rexidina, gaze estéril, anestésico local, uma seringa de 5 ou 10 ml, uma agulha calibre 25 a
30 para injeção do anestésico, um recipiente e panos estéreis.
Para pontos percutâneos, monofilamentos de fio não absorvíveis devem ser utilizados.
Fios absorvíveis são recomendados em casos de reparo subcutâneo profundo ou se a
remoção da sutura for traumática. A espessura adequada do fio varia de acordo com local
da lesão. Fios 6.0 são indicados para face (mais finos), enquanto 3.0, 4.0, ou 5.0 são usados
em dorso, braços, pernas, mãos e pés. Fios grossos, de 1 a 3, são utilizados em cirurgias
abdominais ou torácicas sobre regiões de grande tensão, músculos, entre outros.
Monocryl Intradérmica.
Tabela 2. Fios e indicações (Manual Prático de Habilidades e Procedimentos Médicos – SANAR - 2019).
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Técnica
Para a realização de qualquer sutura ambulatorial, os seguintes passos devem ser segui-
dos:
4. Limpar com agente degermante de forma centrífuga (das bordas da ferida para fora);
7. Irrigar a ferida com soro fisiológico até estar visivelmente limpo. Esse procedimento não
é feito em casos de tecidos altamente vascularizados ou tecidos soltos, preferindo esfre-
gar gentilmente a área afetada com gaze estéril;
8. Remover corpos estranhos com pinça e tecidos desvitalizados usando um bisturi antes
de iniciar o reparo;
Ponto Simples
4. Quando chegar ao centro da ferida, fixar a ponta da agulha com a pinça temporaria-
mente, para montar a agulha no porta-agulha antes de completar a outra metade da
ferida.
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Figura 8. Repre-
sentação de Uma
Figura 7. O nó Sutura de Ponto
Cirúrgico (Fonte: S i m p l e s
http://altec-lates.p (http://cepeme.-
t/wp-content/up- cirurgia.ufsc.br/-
loads/Comuni- files/2015/04/Ti-
cacoes/Car- pos-de-sutu-
los%20Mesquita- ras.pdf )
Suturas.pdf )
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Ponto em X
Complicações
> Infecção: A frequência de uma infecção difere de acordo com o tipo de intervenção real-
izada e com a área operatória. Contudo, em geral, as infecções ocorrem em 2 a 5 % de todas
as feridas cirúrgicas.
> Granulomas: Processo inflamatório, sendo, às vezes, colonizado por um agente infeccio-
so. Eles têm a capacidade de formar cistos sólidos, dolorosos e palpáveis ao redor de uma
ligadura, devido a alguns tipos de fios de sutura.
Referências
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E B OOK SANAR
Capítulo 4:
Suturas Contínuas
Procedimentos que todo médico deve saber 2
A sutura é um processo cirúrgico que tem como objetivo aproximar e manter unidas as
bordas de um tecido histológico, por meio do uso de material específico, promovendo o
fechamento de feridas por primeira intenção. Pode ser classificada como descontínua,
em que, para cada alça de fio, tem-se um nó; ou contínua, na qual há continuidade do
trajeto do fio, com apenas dois nós (um inicial e outro final).
Indicações
Dentre as indicações gerais à sutura contínua, estão: incisões cirúrgicas, feridas traumáti-
cas e quando se tem uma grande extensão de tecido a ser suturado, permitindo o fecha-
mento rápido da incisão. Já as indicações específicas incluem: ponto contínuo simples em
sutura de vasos, peritônio, músculos, aponeurose e tela subcutânea; ponto contínuo
ancorado em sutura de vasos; ponto em U horizontal nas bordas de tamanhos diferentes;
sutura intradérmica na maior necessidade de preservação estética; e sutura em bolsa de
tabaco no fechamento de incisões por constrição circunferencial das bordas, sendo
geralmente utilizado no trato gastrintestinal (p. ex. apendicectomia).
Contraindicações
Materiais necessários
A quantidade e o tipo de material presentes nos kits de sutura dos serviços de saúde em
diferentes localidades podem sofrer variações, contudo, em geral, recomenda-se dispor
dos seguintes materiais em se tratando de suturas (contínuas ou não):
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
> Fios de sutura: fio de nylon 2.0, 3.0, 4.0 e fios de sutura absorvível
(exemplo: vicryl, monocryl, catgut);
> Esparadrapo;
> Atadura;
> Equipamentos de proteção individual.
Técnica
ou ancorado)
Sutura intradérmica
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Complicações
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Referências
AMATO, A. C. M. Procedimentos Médicos: Técnica e Tática. 2ª edição. Rio de Janeiro: Roca, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Procedimentos / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica. – Brasília Ministério da Saúde, 2011. 64 p. il. – (Série A. Normas e Manuais Técnic-
os) (Cadernos de Atenção Primária, n. 30).
DELEMOS, David M. Skin laceration repair with sutures. UpToDate, Inc., 2021. Acesso em: 31 jul.
2020. - https://www.uptodate.com/contents/skin-laceration-repair-with-sutures.
MINTER, R. M.; DOHERTY, G. M. Current Procedimentos: Cirurgia. Porto Alegre: AMGH, 2012.
MOREIRA, A. F. M. Manual Prático de Habilidades e Procedimentos Médicos. 1ª edição. Editora
Sanar, 2020.
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Capítulo 5:
Inserção de DIU
CAPÍTULO 5:
Inserção de DIU
Indicações
É indicado para mulheres que procuram métodos reversíveis de longa ação. Deve ser
aconselhado durante a consulta, quando se observa uso inconsistente do método atual
que é dependente da usuária para ter a sua eficácia garantida. É pertinente assinalar que
o método pode ser indicado para pacientes nulíparas, inclusive adolescentes. Em pacien-
tes eumenorreicas, pode ser inserido dentro de 12 dias a partir do início da menstruação,
ou seja, em dia conveniente para a mulher, e não apenas durante o período menstrual. Em
pacientes amenorreicas (exceto puerpério), a inserção pode ser realizada a qualquer mo-
mento, desde que se possa determinar que não há gravidez.
Em puérperas (em amamentação ou não, incluindo parto cesáreo), pode ser inserido em
até 48 horas do parto, inclusive imediatamente após a dequitação placentária. Durante o
parto cesáreo, pode-se colocar o dispositivo antes da sutura uterina. Entre 48 horas e
quatro semanas após o parto, o uso de DIU-Cu não é usualmente recomendado.
Contraindicações
Absolutas Relativas
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Materiais necessários
Técnica
O melhor momento para inserção do DIU ainda é discutido como vimos acima, porém
quando realizada durante o período menstrual além da certeza da mulher não estar
grávida, mas também pela facilidade na introdução devido a dilatação do colo uterino
nesse período. Recomenda-se um exame citopatológico do colo uterino normal com no
máximo 6 meses de realização. Inicia-se o com a antissepsia rigorosa do canal vaginal
com solução iodada ou clorexidina. Depois da antissepsia, retira-se o excesso de solução
com gazes estéreis.
Utilizando uma pinça Pozzi, realiza-se o pinçamento do lábio anterior do colo uterino para
mantê-lo na posição durante a inserção do dispositivo. Nesse momento, algumas mul-
heres podem sentir uma cólica passageira. Então, enquanto se mantém a posição do colo
uterino, segurando-se a pinça com a mão esquerda, realiza-se a histerometria. O
histerômetro é introduzido no orifício uterino e, durante a sua passagem pelo canal cervi-
cal, sente-se uma discreta dificuldade de progressão, logo que a ponta do histerômetro
ultrapassa o canal cervical, sua introdução fica mais fácil até atingir o fundo uterino. Esse
procedimento é realizado com cuidado e sem o emprego de força para que não haja risco
de perfuração. Determinada a distância entre o orifício cervical externo e o fundo do
útero, realiza-se a colocação do DIU dentro do insertor que o acompanha.
No momento da inserção, essa guia será encostada ao colo uterino, quando a extremi-
dade do DIU estiver no fundo do útero. Retira-se o DIU da embalagem e se procede à
introdução na cavidade uterina até a guia ser encostada ao colo. Nesse momento, o
êmbolo do insertor deve ser segurado com a mão esquerda junto com a pinça Pozzi. Com
a mão direita, retrai-se o insertor cerca de 2 cm, sem retirá-lo totalmente da cavidade; isso
irá liberar os braços do DIU. Logo após, retira-se o êmbolo do insertor. Nesse momento,
empurra-se novamente o insertor até o fundo uterino para garantir o correto posiciona-
mento do DIU e, então, começa-se a retirar delicadamente o insertor, conforme mostrado
na figura 2.
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Complicações
> Sangramento importante ou dores abdominais nos primeiros três a cinco dias após a
inserção: podem indicar perfuração no momento da inserção ou ainda a possibilidade de
infecção ou deslocamento do DIU-LNG
> Febre ou calafrios, com ou sem corrimento vaginal: podem indicar a presença de
infecção;
> Atraso menstrual com sintomas de gravidez ou um DIU-LNG em expulsão: pode indicar
gravidez intra ou extrauterina, embora seja raramente observada;
> Fios do DIU-LNG mais longos ou não visíveis: podem significar que houve deslocamen-
to do dispositivo ou mesmo gestação.
Considerações finais
Nova consulta deve ser agendada após a primeira menstruação ou a partir de três a seis
semanas da inserção. A paciente deve ser encorajada a retornar a qualquer momento
para discutir efeitos colaterais ou desejo de trocar de método. Visitas de seguimento
devem incluir aconselhamento sobre o método e proteção contra ISTs e exame pélvico
para determinar implantação inadequada.
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Referências
FERNANDES, César Eduardo; SÁ, Marcos Felipe Silva de. Tratado de Ginecologia FEBRASGO. 1.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019
GUSSO, Gustavo; LOPES, José Mauro Ceratti; DIAS, Iêda Chaves. Tratado de Medicina de Família
e Comunidade: Princípios, formação e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. v. 2. ISBN
978-85-8271-536-9.
WHO – World Health Organization. Medical eligibility criteria for contraceptive use. 5th ed.
Geneva: WHO; 2015b. Acesso em: 20 fev. 2021. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bit-
stream/10665/181468/1/9789241549158_eng.pdf
WHO – World Health Organization. Selected practice recommendations for contraceptive use.
Geneva: WHO; 2016. Acesso em: 20 fev. 2021. Disponível em:http://apps.who.int/iris/bit-
stream/10665/252267//1/9789241565400-eng.pdf?ua=1
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E B OOK SANAR
Capítulo 6:
Inserção do Balão
de Tamponamento
Intrauterino
CAPÍTULO 6:
Inserção do Balão de Tamponamento Intrauterino
Indicações
A principal indicação é hemorragia Pós-Parto, onde há atonia uterina sem melhora com
uso de uterotônicos. Alguns estudos sugerem que o BTI possa também ser utilizado em
casos de Placenta prévia ou Placenta de Inserção Baixa, contudo sua efetividade é varia-
da.
Contraindicações
Materiais necessários
BTI Artesanal
- Luva cirúrgica, preservativo masculino, fios cirúrgicos,
sonda de Foley (ou sonda nasogástrica), seringa, fluido estéril
para irrigação (cristalóide, solução salina, ringer lactato ou
água).
Figura 2. Material utilizado na produção
Vale ressaltar que, embora existam diversas variações dos BTI do Balão Intrauterino artesanal. Fonte:
artesanais, o modelo adotado com preservativo masculino e h t t p : / / fi l e s . b v s . b r / u p -
load/S/0100-7254/2014/v42n4/a4592.p
sonda de Foley se mostrou eficaz, de fácil acesso e monta-
gem, por isso, será o modelo descrito no passo a passo.
Figura 3. Desenho
esquemático do
BTI Industrializados Balão Intrauterino de
Bakri (800 ml). Figura
- Balões: Balão Intrauteri- 4. Balão Intrauterino
de BT-Cath (500ml)
no de Bakri (máx. 800ml), F o n t e : h t t p : // w w -
Balão Intrauterino de w.utahmed.com/pd-
f / 5 8 2 8 1 . p d f
BT-Cath (máx. 500ml). F o n t e : h t t p : // w w -
w.utahmed.com/pd-
f/58281.pdf
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Técnica
Montagem do Balão Artesanal:
Adapta-se o balão (preservativo masculi-
no) com fios cirúrgicos a um tubo (sonda
de Foley) que será usado tanto para insu-
flar quanto para drenar.
Inserção do Balão
> Iniciar antibioticoprofilaxia durante o uso
do BTI: Cefazolina 01 grama, EV, de 8/8h;
> Preparar e testar o BTI; Figura 5. Imagem Autoral; Figura 6. Imagem Autoral.
Figura 7. Inserção do
Balão de Tampona-
mento Intrauterino.
Fonte: https://ww-
w.sogimig.org.br/wp
-content/uploads/E1-
B A L A O - D E -TA M -
P O N A M E N TO - I N -
T R A U T E R I -
N O - O PA S -V 5 - F I -
NAL.pdf Figura 8. Imagem Autoral; Figura 9. Imagem Autoral.
> A retirada do BIT deve ser gradual (retirar 50 mL de cada vez) e em ambiente que tenha
possibilidade de tr
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Complicações
Rotura Uterina ou Perfuração Uterina: em casos de infusão excessiva de líquidos consid-
erando-se o enfraquecimento da parede uterina. Outros eventos: trauma no segmento
uterino durante a inserção ou retirada intempestiva do balão, infecção.
Referências
ALVES, A L L; SILVA, L B da; MELO, V H. Uso de balões intrauterinos em pacientes com hemorra-
gia pós-parto. Femina; 42(4):193-201, jul-ago. 2014. Acesso em: 22 Fev 2021. Disponível em:
<http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2014/v42n4/a4592.pdf>
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E B OOK SANAR
Capítulo 7:
Punção Lombar
CAPÍTULO 7:
Punção Lombar
Indicações
Contraindicações
> Processos supurativos do crânio ou do tecido nervoso, incluindo canal espinhal, infecção
no local da punção.
> Distúrbios da coagulação sanguínea, como a trombocitopenia ou uso de drogas que
interfiram na coagulação sanguínea (não é recomendada a punção lombar quando a con-
tagem de plaquetas estiver abaixo de 50.000/ mm3).
> Pacientes com quadro de agitação psicomotora acentuada.
> Hipertensão intracraniana (cefaleia, papiledema), pois esta possibilita herniação cerebe-
lar ou tentorial fatal.
> Fase aguda do traumatismo cranioencefálico.
Materiais necessários
> Agulha a traumática (Sprotte ou Pajunk), que tem uma abertura no lado ao final da
agulha, ou agulha padrão (Quincke), que tem um bisel padrão, com introdutor, 22 a 26G.
> Anestesia local para injeção.
Iodopovidona ao clorexidina (Chlorohex) para esterilização do campo.
> Quatro tubos estéreis para coleta com etiquetas de 1 a 4.
> Manômetro para medida da pressão do LC, se necessário.
> Curativo para aplicação após o procedimento.
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Técnica
Dica: A lidocaína tópica (EMLA creme) tem sido estudada em bebês e observada como redutor da
resposta dolorosa durante o procedimento. O EMLA creme foi aplicado em dose tópica de 1g com
um curativo oclusivo colocado sobre o local por 60 a 90 minutos antes do procedimento.
Atenção: Evitar uma flexão forçada do pescoço durante o procedimento porque isso
pode provocar uma parada cardiorrespiratória em crianças.
Atenção: Rodar o paciente mais do que perpendicularmente pode distorcer o aspecto
dos processos vertebrais e tornar mais difícil a inserção da agulhada na linha média. Se o
paciente estiver girado, então a inserção da agulha pode ser lateral e não penetrar o
espaço subaracnóideo.
Passo 2: Limpar a pele com solução de iodopovidona ou clorexidina e deixar secar (ver
Apêndice E). A maioria dos kits de punção lombar inclui toalhas com iodopovidona para
esterilização local. Arrumar a bandeja estéril, remover a tampa dos tubos de coleta de
amostra e colocar máscara e luvas enquanto a iodopovidona seca na pele. Os campos
estéreis são usados tipicamente em pacientes adultos, mas podem ser omitidos em
crianças para permitir uma área mais ampla com maior exposição dos pontos de referên-
cia e posicionamento adequado. Injetar uma pequena quantidade (1 a 3 mL) de lidocaína
a 1% na área subcutânea a mais profundamente entre os processos espinhos.
Passo 3: O local ideal para inserção da agulha é no centro da coluna vertebral, como
definido pelos processos espinhosos. O interespaço L lll-L lV pode ser encontrado onde a
linha imaginária que une as cristas ilíacas encontra o processo espinhoso de L lV. A
inserção geralmente ocorre no interespaço L lll-L lV, mas pode ser realizada um espaço
acima ou abaixo.
Passo 4: Com o estilete no lugar, inserir lentamente uma agulha espinal 22 ou 20G na
metade da distância entre os dois processos espinhosos. O ângulo correto para a agulha
é aproximadamente em direção ao umbigo, ao longo do plano sagital do corpo. Se for
encontrado osso, retirar a agulha e mudar o ângulo. É importante retrair completamente
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Procedimentos que todo médico deve saber 2
Técnica
a agulha porque alguns kits contêm “agulhas cortantes” que podem destruir o tecido se
forem movimentadas dentro do espaço de tecidos moles. Sentir uma perda de resistên-
cia, um enfraquecimento ou um “pop” quando a agulha penetra no espaço sub-
aracnóideo e então avançar mais 1 a 2 mm. O “pop” pode não ser sentido em crianças.
Retirar o estilete e verificar a presença de fluido. Se não houver fluido, repor o estilete e
avançar novamente, repetindo o processo.
Dica: Se for encontrado osso, retirar a agulha e alterar o ângulo. Geralmente se encontra
osso quando a agulha foi direcionada para longe da linha média. Também pode ser
benéfico palpar pontos de referente está adequada. A movimentação do paciente duran-
te o procedimento pode alterar a percepção da linha média pelo médico.
Atenção: Quando o “pop” for sentido, esperar alguns segundos pelo fluxo de LC. O fluxo
de LC pode não ser imediato em alguns pacientes. Isso é especialmente válido para paci-
entes desidratados.
Passo 5: Após a obtenção de fluidos, obstruir a passagem com o estilete ou polegar. Co-
locar a torneira e o manômetro na base da agulha. À medida que o LC sobe no manômet-
ro, observar a cor do líquido e a pressão de abertura.
Atenção: Fazer o paciente relaxar as pernas para evitar uma falsa elevação da pressão de
abertura.
Dica: Permitir que o fluido no manômetro seja aproveitado nos tubos de exame para
reduzir a quantidade de LC removido.
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Complicações
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Referências
ABCMED, 2013. Punção lombar: como é feita? Para que serve? Quais são os riscos? O que fazer
após o procedimento?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimen-
tos/358814/pun-
cao-lombar-como-e-feita-para-que-serve-quais-sao-os-riscos-o-que-fazer-apos-o-procedimen
to.htm>. Acesso em: 7 fev. 2021.
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