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RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia Med | Atualizações para a Prova em 2020 2

Atualidades:
Você já sabe que as atualizações de conduta mais recentes Autores:
são temas queridos nas provas de Residência Médica. Todos os anos
saem novos protocolos, entretanto até isso chegar aos Livros-texto Helena Schetinger, Raquel Quilles, Diogenes Paiva, Monalisa
e Apostilas sua prova já passou e você pode perder uma questão Carvalho, Natalia Carvalho, Fernanda Lima, Renatha Paiva, Bruno
valiosa. Mas, não se preocupe! Os professores do Estratégia Souza, Camila Moma, Fernanda Canedo, Fernanda Badiani, Victor
MED uniram-se e estão trazendo para você um apanhado com as Fiorini, Philippe Colares, Thales Thaumaturgo, Dilson Marreiros,
atualizações mais importantes! Vamos lá? Bárbara D’Alegria, Isabella Parente, Maria Tereza, Clarissa Cerqueira.

/estrategiamed Estratégia Med

@estrategiamed t.me/estrategiamed
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SUMÁRIO

1.0 PEDIATRIA 5
1 .1 CALENDÁRIO VACINAL 5

1 .2 TRIAGEM NEONATAL 6

1 .3 OTITES 6

1 .4 SULFATO FERROSO 8

2.0 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 9


2 .1 CÂNCER DE COLO UTERINO: O QUE MUDOU NO NOVO ESTADIAMENTO? 9

2 .2 SÍFILIS 10

3.0 PREVENTIVA 11
3 .1 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 11

3 .2 FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA 12

3 .3 PROCEDIMENTOS DE JUSTIFICAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ 13

4.0 CLÍNICA MÉDICA 15


4 .1 HANSENÍASE 15

4 .2 HEPATITE C 16

4 .3 HIV 17

4 .4 DIRETRIZ LUSO-BRASILEIRA DE DIABETES 18

4 .5 OBESIDADE 19

4 .6 TRATAMENTO DA FASE AGUDA DO AVC 19

4 .7 PREVENÇÃO DA DEMÊNCIA 20

4 .8 ENXAQUECA 21

4 .9 ASMA 21

4 .1 0 PANCREATITE AGUDA 22

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4 .1 1 INIBIDORES SGLT-2 23

4 .1 2 CRITÉRIOS DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 24

4 .1 3 REFORMA PSIQUIÁTRICA 28

5.0 CIRURGIA 30
5 .1 ATLS 30

6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33


7.0 REFERÊNCIAS 34

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CAPÍTULO

1.0 PEDIATRIA

1.1 CALENDÁRIO VACINAL

Preste bastante atenção às seguintes mudanças no Calendário


Vacinal:
a) BCG ( Bacilo de Calmette-Guérin )
Como era: até 2019, a vacina BCG deveria ser reaplicada aos 6
meses de idade, em lactentes que não apresentavam cicatriz vacinal.
Como ficou: desse ano em diante, mesmo na ausência da
cicatriz, não há necessidade de revacinação. Considera-se que a
criança está imunizada e protegida.
b) Febre Amarela
Como era: a vacina da Febre Amarela era disponibilizada em
uma dose aos 9 meses.
Como ficou: em 2020, foi introduzida uma dose de reforço
aos 4 anos. Outra mudança importante foi a expansão da vacina
para todo o Território Nacional. Antes desse ano, ela era obrigatória
apenas para moradores ou viajantes de áreas de risco.
c) Calendário Vacinal dos Adolescentes
Também houve mudança nesse Calendário.
Como era: até 2020, os adolescentes, na faixa dos 11 aos 14
anos, recebiam uma dose de Meningocócica C.
Como ficou: neste ano, ela foi substituída pela Meningocócica
ACWY para a faixa etária de 11 a 12 anos, em dose única.

Fonte: Shutterstock

11 a 12
VACINAS Ao nascer 3 meses 5 meses 9 meses 12 meses 4 anos
anos

BCG Dose única

Meningocócica C 1ª dose 2ª dose Reforço

Dose
Meningo ACWY
única

Febre amarela 1ª dose Reforço

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1.2 TRIAGEM NEONATAL

a) Teste do pezinho:
As doenças rastreadas pelo Teste do Pezinho mudaram, vamos
conferir?
Como era: até 2020, esse teste triava para as seguintes
doenças: hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita,
hemoglobinopatias, fenilcetonúria, fibrose cística e deficiência de
biotinidase.
Como ficou: em março deste ano, foi autorizada a introdução
da triagem para toxoplasmose congênita, com prazo máximo para
iniciar a oferta pelo Sistema Único de Saúde em 180 dias.

Estrategista, quais são as doenças triadas pelo Teste do Pezinho? Fique ligado no Fonte: Shutterstock
mnemônico! "Em 3Horas, fui a 2Festas, Tô De Boa”.

O mnemônico serve para que você se lembre das 3 doenças que iniciam com H: Hipotireoidismo congênito, Hiperplasia Adrenal Congênita
e Hemoglobinopatias; 2 com F: Fibrose Cística e Fenilcetonúria; e 2 com T D B, a Toxoplasmose Congênita, que é a novidade de 2020 e a
Deficiência de Biotinidase. Agora ficou fácil, não é?

1 .3 OTITES

As Otites são temas recorrentes nas provas de Pediatria, sendo descrita em enunciados como “dor ao remover a camisa” ou
com destaque para a Otite Média Aguda (OMA), que apresenta dor à manipulação do trágus. O exame físico característico desta otite
como principal sintoma a otalgia, tendo, como sinal definidor para evidencia edema e hiperemia, apenas do conduto auditivo externo
o diagnóstico, a identificação de abaulamento da membrana (CAE) e/ou do pavilhão auricular, sem alterações significativas na
timpânica à otoscopia. Frequentemente é desencadeada por membrana timpânica nem orelha média. Os enunciados associam
rinossinusites ou faringites virais, o que faz vários enunciados essa otite a crianças com relato de banho de piscina, praia ou em
associarem coriza e obstrução nasal como antecedentes. colônias de férias, que apresentam uma otalgia sem febre, o que
Outro tipo comum é a Otite Externa, manifestada clinicamente auxilia na diferenciação com os sintomas da otite média aguda.
por otalgia durante a manipulação do conduto auditivo externo,

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Porém, existe um tipo peculiar que pode apresentar sinais e sintomas comuns a ambas as otites: a
Miringite Bolhosa. Ela cursa com otalgia e febre, semelhante à OMA, mas o exame físico pode apresentar
edema e hiperemia do CAE semelhante à otite externa. Contudo, o sinal característico dessa infecção
é a presença de vesículas ou bolhas na membrana timpânica, sendo facilmente identificável através
da otoscopia.
A principal mudança referente a essa patologia ocorreu em relação aos agentes etiológicos
envolvidos.

COMO ERA? COMO FICOU?

Em estudos publicados há mais de 50 anos, a infecção Os patógenos mais frequentemente associados à otite média
experimental de voluntários adultos com Mycoplasma pneumoniae aguda foram mais identificados em associação às referidas bolhas
resultou em miringite bolhosa hemorrágica, agente comumente na membrana timpânica do que o saudoso M. pneumoniae. Com
associado à pneumonia atípica. Isso fez com que, por muitos anos, destaque para o S. pneumoniae que é a bactéria mais identificada
este tipo de otite fosse relacionado à essa bactéria. na OMA.
Porém, vários estudos e revisões extensas refutaram a
afirmação de que a miringite bolhosa seria sinal patognomônico de
infecção pelo M. pneumoniae, uma vez que essa bactéria raramente
foi cultivada em coletas de material das vesículas/bolhas timpânicas.

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1.4 SULFATO FERROSO

a) Suplementação de ferro elementar:


A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) adotou um novo
esquema de suplementação de ferro elementar, confira!
Como era: a prescrição do sulfato ferroso deveria ser feita a
partir da introdução alimentar (idealmente aos 6 meses, ou antes,
no caso das mães que retornam ao trabalho e não têm condições de
manter o aleitamento materno exclusivo). Atenção! A recomendação
do Ministério da Saúde mantém-se dessa forma!
Como ficou: desde junho de 2018, a recomendação da SBP
é a suplementação de ferro elementar a partir de 3 meses para
TODOS os bebês, dada a alta prevalência de anemia ferropriva na
população pediátrica e as consequências deletérias da anemia para
o crescimento e desenvolvimento da criança. Essa suplementação
deve ser de 1 mg/kg/dia até os 2 anos, para um lactente a termo, Fonte: Shutterstock

adequado para a idade gestacional.

Condição Suplementação de Fe recomendada pelo MS e SBP

RNT < 2500 g ou


2 mg/kg/dia até 1 ano,
Prematuro de 2500g a 1500g

Prematuro de 1500g a 1000g 3 mg/kg/dia até 1 ano

Prematuro < 1000 g 4 mg/kg/dia até 1 ano

Observação: RN baixo peso e os prematuros necessitam da suplementação a partir do primeiro mês de vida! Depois de
1 ano, a suplementação continua como a do RNT/AIG, ou seja:
1 mg/kg/dia até os 2 anos

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CAPÍTULO

2.0 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

2.1 CÂNCER DE COLO UTERINO: O QUE MUDOU NO NOVO ESTADIAMENTO?

As principais mudanças entre os estadiamentos foram:


1. O estadiamento, que antes era somente clínico, agora também inclui exames de
imagem e anatomopatológico;
No estadiamento IA não é mais considerada a largura da lesão (anteriormente só era
considerado nesse estádio se a lesão fosse ≤ 7 mm de largura);
2. Foi acrescentada mais uma subdivisão para os estadiamentos IB e III:
a. IB: anteriormente, eram apenas IB1 e IB2 (tumores menores e maiores do que 4 cm,
respectivamente). Hoje é subdividido em IB1, IB2 e IB3 (Figura abaixo);
b. III: anteriormente, eram apenas IIIA (envolvimento de terço inferior da vagina) e IIIB
(tumor atingindo parede óssea). Hoje é subdividido em IIIA, IIIB e IIIC.

Estadiamento do Câncer de Colo de Útero

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2.2 SÍFILIS

A sífilis na gestação é um tema bastante cobrado nas provas de Residência Médica . Neste ano de 2020 houve uma mudança na classificação
da sífilis recente e tardia.

Como era? No Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas


para Prevenção de Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites
Virais de 2019, classificava-se sífilis recente como aquela com até
dois anos de duração, e tardia quando a duração era de mais de dois
anos ou indeterminada.
Como ficou? Já no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas
para Prevenção de Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites
Virais de 2020, publicado em agosto/2020, considera-se sífilis recente
aquela com menos de um ano de duração, e tardia quando a duração
é de mais de um ano ou indeterminada.
Então, fique atento a isso nas provas deste ano!

ESTADIAMENTO TRATAMENTO

Primária
Benzilpenicilina benzatina
RECENTE Secundária 2,4 milhões UI, IM, dose única
(1,2 milhão UI/ glúteo)
Latente recente (<1 ano)

Latente tardia (>1 ano) ou Benzilpenicilina benzatina


duração ignorada 2,4 milhões UI, IM, semanal, (1,2 milhão UI/glúteo)
por 3 semanas
Terciária Dose total: 7,2 milhões UI, IM
TARDIA

Benzilpenicilina procaína (cristalina)


Neurossífilis 18-24 milhões UI/dia, EV, 3-4 milhões UI, 4/4 horas
ou infusão contínua, por 14 dias

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CAPÍTULO

3.0 PREVENTIVA

3.1 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

Você sabia que a Lista Nacional de Notificação Compulsória Como ficou: após 90 dias, uma segunda portaria foi publicada
de doenças, agravos e eventos de saúde pública foi modificada duas (n° 1.061 de 18/05/2020), dessa vez revogando a portaria de
vezes em 2020? Pois é! Entenda: fevereiro e incluindo apenas a doença de Chagas crônica nessa Lista.
Como era: primeiro, o Ministério da Saúde publicou a Portaria Dessa forma, agora devemos notificar todos os casos de doença de
n° 264 em 17 de fevereiro de 2020, em que incluiu a doença de Chagas chagas, tanto os espectros agudos como os crônicos. No caso do
crônica, a esporotricose humana e a criptococose como doenças espectro agudo, a notificação deve ser imediata, ou seja, em até 24
de notificação obrigatória. Lembre-se de que, até então, apenas a horas. Para os espectros crônicos, a notificação pode ser realizada
doença de Chagas aguda era notificada nacionalmente. com periodicidade semanal.

MEDICINA PREVENTIVA
Violência (doméstica, sexual, tentativa de suicídio e outras formas de

V Violência violência); Terrorismo (suspeita de disseminação intencional: Antraz


pneumônico, Tularemia, Varíola); Cena violenta (óbito Infantil e materno).

Acidente de trabalho (com material biológico; grave; fatal;


A Acidente
em crianças e adolescentes); Intoxicação Exógena.

(NEM A TIA escapa)– Nilo, Ebola, Maculosa, Arenavírus, Tifoide,


F Febre
Arboviroses. Acrescentar: Marburgd, Lassae, Febre purpúrica Brasileira.

Grandes Epidemias da Humanidade: CPF (cólera, peste e febre amarela),


É Epidemias
coronavírus e evento de saúde pública que for uma ameaça à saúde pública.

Lembra de 2 DST: sífilis e HIV. Sífilis (adquirida, congênita e em gestante).

S Sexo só a 2 HIV/AIDS (todas as formas - gestante, parturiente ou puérpera e


criança exposta) Obs.: Hepatites virais está em "Imunizações".

Peçonhentos, raiva, cão (leishmaniose), gato (toxoplasmose congênita e em

A Animal
gestantes), rato (hantavirose e leptospirose), caramujo (esquistossomose),
barbeiro (chagas), vaca louca (Doença de Creutzfeldt-Jakob) e patê de
atum (alimentos em conserva = botulismo).

Todas doenças que têm vacina e seus eventos adversos.

I Imunização Obs1: incluir todas hepatites virais. Obs2: Varicela só óbito e grave.
Obs3: Caxumba e Rotavírus não notifica.

.
Difícil decorar a Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública? VÁ com FÉ que SAI

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3.2 FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Como era o modelo anterior de financiamento?


O modelo foi criado a partir da Norma Operacional Básica no 01, de 1996, também conhecida
como NOB 01/96. Essa norma consolidou a política de municipalização no SUS e criou o Piso da
Atenção Básica (PAB).
E o que seria o PAB? Trata-se dos recursos financeiros repassados pelo Governo Federal
aos municípios para a viabilização das ações de atenção primária à saúde (APS), compondo o teto
financeiro do bloco de atenção básica.
A Portaria GM/MS nº 204, de 2007, descreve os dois componentes do PAB, da seguinte maneira:
• PAB fixo - destinado a todos os municípios, obtido através da multiplicação da quantidade Fonte: Shutterstock
de pessoas de um município por um valor per capita que varia entre R$23 a R$28;
• PAB variável - varia de acordo com a implantação de estratégias realizadas no âmbito da atenção básica em saúde, tais como: Saúde
da Família, Agentes Comunitários de Saúde, Saúde Bucal, Fator de Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas, Incentivo para a
Atenção à Saúde no Sistema Penitenciário, Incentivo para a Atenção Integral à Saúde do Adolescente em conflito com a lei, em regime de
internação e internação provisória, além de outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico.

Como ficou: indicadores. As metas incluem a mensuração de indicadores


O novo modelo passou a vigorar a partir de janeiro de 2020 relacionados aos seguintes tópicos: gestantes, saúde da mulher, saúde
e está detalhado na Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019, da criança, doenças crônicas, infecções sexualmente transmissíveis
que instituiu o Programa Previne Brasil. (IST), tuberculose, saúde bucal, saúde mental, indicadores globais.
Esse novo modelo de financiamento federal de custeio da APS O que seria o Incentivo Para Ações Estratégicas?
é constituído por três componentes: Esse componente prevê o custeio das seguintes ações,
I - Capitação ponderada; programas e estratégias:
II - Pagamento por desempenho; e • Programa Saúde na Hora
III - Incentivo para ações estratégicas. • Equipe de Saúde Bucal (eSB)
• Unidade Odontológica Móvel (UOM)
O que seria a Capitação Ponderada?
• Centro de Especialidades Odontológicas (CEO)
Esse repasse é calculado a partir do número de pessoas
• Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD)
cadastradas pelas equipes de Saúde da Família ou equipes de • Equipe de Consultório na Rua (eCR)
Atenção Básica. Seu cálculo é ajustado por outros fatores, tais como: • Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF)
a vulnerabilidade socioeconômica, o perfil de idade e a classificação • Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR)
rural-urbana do município. • Microscopista
• Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP);
O que seria o Pagamento por Desempenho?
• Custeio para o ente federativo responsável pela gestão das
Nesse cálculo, considera-se os resultados dos indicadores
ações de Atenção Integral à Saúde dos Adolescentes em Situação
obtidos pelas equipes que trabalham na Atenção Primária à Saúde. de Privação de Liberdade
As informações de produção das equipes devem ser enviadas • Programa Saúde na Escola (PSE)
e registradas, devendo haver foco na melhoria dos processos • Programa Academia da Saúde
de trabalho, para um alcance de melhor desempenho de seus • Programas de apoio à informatização da APS

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• Incentivo aos municípios com Residência Médica e Portanto, se a questão perguntar sobre o novo modelo de
multiprofissional financiamento do SUS e sugerir o PAB nas alternativas como algo
• Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) atual, você pode eliminar essa alternativa com segurança e partir
Além de outros que possam vir a ser instituídos por meio de para o abraço!
atos normativos específicos.

3.3 PROCEDIMENTOS DE JUSTIFICAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ

Atenção! Os procedimentos de justificação e autorização da interrupção da gravidez, para os casos previstos em lei, foram atualizados pelo
Ministério da Saúde. Esses procedimentos podem ser realizados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Quais são os casos previstos legalmente para realização do possibilidade de visualização do feto ou embrião por meio de
aborto? ultrassonografia, caso ela desejasse. Essa situação deveria ser
As três únicas situações em que o aborto é lícito ocorrem comunicada pela equipe de saúde e a gestante deveria expressar
quando: sua concordância de forma documentada. Entretanto, esta última
1. a gravidez representa risco de vida para a gestante; previsão foi retirada a partir da Portaria GM/MS nº 2.561, de 23
2. a gravidez é resultante de um estupro; de setembro de 2020. Essa portaria é a versão mais recente da
3. o feto é anencefálico.
normativa sobre o Procedimento de Justificação e Autorização da
Em que texto pode ser pesquisada essa atualização?
Interrupção da Gravidez. Isso mesmo! Em menos de um mês, houve
Vamos com calma, porque houve algumas mudanças
outra mudança do texto normativo. Entretanto, não há o que se
sequenciais em curto período! A Portaria GM/MS nº 2.282, de 27 de
preocupar, pois as alterações resumiram-se a três pontos, confira a
agosto de 2020, substituiu a norma anterior – a Portaria nº GM/MS
seguir.
1.508, de 2005. 1. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi reescrito.
Segundo essa nova Portaria, os profissionais de saúde e os Em suma, retiraram os detalhamentos que havia sobre os riscos,
responsáveis por estabelecimento de saúde devem notificar à polícia deixando apenas como referência os protocolos da Organização
todos os casos em que houver indícios ou confirmação de estupro, Mundial de Saúde (OMS) para acesso às informações sobre os
o que já era previsto desde a Lei nº 13.931, de 10 de dezembro de riscos desse procedimento.
2. A obrigatoriedade do médico em comunicar a polícia foi
2019.
mantida, sendo seu texto realocado do artigo 1º para o artigo 7º.
Adicionalmente, esses profissionais estão obrigados a
Apesar de ter sido reescrito, o conteúdo não mudou. Por causa
preservar as evidências materiais do estupro, que devem ser
dessa realocação, as numerações de outros artigos também
entregues à autoridade policial de imediato, o que inclui fragmentos mudaram.
de embrião ou feto para avaliação genética. Essas evidências podem 3. Foi retirado o artigo que previa que a equipe médica
conduzir ao autor do crime. deveria informar acerca da possibilidade de visualização do feto ou
Outra novidade incluía informar à gestante acerca da embrião, caso a gestante desejasse.

Essa nova portaria manteve as quatro fases. Elas devem ser registradas no formato de termos que serão arquivados com o prontuário
médico. Confira as fases:

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1a fase - Relato circunstanciado do evento

• relato sobre a ocorrência do estupro;

• assinado pela gestante ou, quando incapaz, também por seu representante legal, bem como por 2 (dois) profissionais de
saúde do serviço.

2a fase - Parecer técnico e Termo de Aprovação de Procedimento de Interrupção da Gravidez

• Parecer técnico emitido pelo médico responsável pela intervenção, devendo avaliar compatibilidade entre a idade
gestacional e a data da violência sexual alegada.

• Termo de Aprovação de Procedimento de Interrupção da Gravidez, que não pode estar em desconformidade com a
conclusão do parecer técnico e deve ser assinado por três integrantes, no mínimo, da equipe de saúde multiprofissional.

3a fase - Termo de Responsabilidade

• a assinatura da gestante ou, se for incapaz, também de seu representante legal;

• contém advertência expressa sobre a previsão dos crimes de falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) e de aborto
(art. 124 do Código Penal), caso a gestante não tenha sido vítima do crime de estupro.

4a fase - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

• assinado ou identificado por impressão datiloscópica, pela gestante ou, se for incapaz, também por seu representante
legal;

• declaração expressa sobre a decisão voluntária e consciente de interromper a gravidez.

Vamos relembrar como era a primeira portaria?


O Procedimento de Justificação e Autorização da Interrupção da Gravidez não era condição necessária para interrupção da gravidez nos
casos que envolviam riscos de morte à mulher. Além disso, não havia a obrigatoriedade de notificação policial.

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CAPÍTULO

4.0 CLÍNICA MÉDICA

4 .1 HANSENÍASE

A hanseníase é o tema de Dermatologia mais cobrado nas


provas de Residência Médica.
Por isso, precisamos sempre estar atentos a esse assunto. Neste
ano de 2020 temos uma novidade importantíssima! O tratamento da
hanseníase mudou!

Fonte: Shutterstock

Como ficou: a partir de setembro de 2020, a nova orientação do


Ministério da Saúde é de que todos os pacientes (tanto paucibacilares
Como era: até setembro de 2020 o tratamento da hanseníase quanto multibacilares) sejam tratados com rifampicina, dapsona
era feito da seguinte forma: e clofazimina! O tempo de tratamento permanecerá o mesmo:
paucibacilares 6 cartelas em até 9 meses e multibacilares 12 cartelas
em até 18 meses.

Tratamento da hanseníase antes de setembro de 2020. Tratamento da hanseníase após setembro de 2020.

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4 .2 HEPATITE C

FÍGADO DOENTE
Como era: o tratamento da hepatite C passou por muitas
mudanças recentes.
Vamos recordar um pouco de sua história? Até 2013, o
tratamento era feito com Interferon peguilado associado a Ribavirina
(I+R), reservado para pacientes com fibrose significativa e avançada.
Apresentava muitos efeitos colaterais e baixa taxa de cura. Em 2013,
foram incluídas 2 medicações que revolucionaram o tratamento da
hepatite C: Telaprevir e Boceprevir. Eram os primeiros antivirais de ação
direta (DAA), usados em terapia tripla, em associação ao Interferon
e à Ribavirina (I+R com Telaprevir ou Boceprevir), exclusivos para o
genótipo 1 com fibrose avançada. Houve um aumento importante
da taxa de cura, mas ainda com muitos efeitos colaterais, proibidos
para doentes com cirrose avançada. Em 2015, o protocolo clínico
e diretrizes terapêuticas (PCDT) foi atualizado e foram incluídos
os DAAs de segunda onda, Sofosbuvir, Simeprevir e Daclatasvir,
agora capazes de tratar todos os genótipos, em esquemas livres de 3D (Ombitasvir, Veruprevir/Ritonavir e Dasabuvir), indicado para
Interferon. Em 2017, foi incluído mais um esquema, conhecido como pacientes com genótipo 1 e disfunção renal.

Como ficou: atualmente, a partir do PCDT publicado em 2019, está indicado o tratamento para TODOS os pacientes com diagnóstico de
hepatite C, independentemente do grau de fibrose ou inflamação.
As medicações previstas são os antivirais de ação direta (DAA), sempre em esquema duplo, por 12 a 24 semanas. A saber:

Esquemas de tratamento

Daclatasvir + Sofosbuvir

Ledipasvir + Sofosbuvir A Alfapeginterferona associada à Ribavirina ainda pode ser


prescrita na população pediátrica de 3 a 11 anos, por 48 semanas.
Elbasvir + Grazoprevir Como os esquemas disponíveis atualmente são igualmente
efetivos, a escolha se dará pelo melhor custo x benefício,
Glecaprevir + Pibrentasvir disponibilidade e facilidade posológica.

Velpatasvir + Sofosbuvir

Sempre em esquema duplo, por 12 a 24 semanas!

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4.3 HIV

Neste ano de 2020, o Ministério da Saúde atualizou a terapia antirretroviral (TARV)


da gestante que vive com HIV. Esse é um tema quente para ser cobrado nas provas de
Residência Médica.

Fonte: Shutterstock

Como era: o esquema preferencial para gestantes no início do tratamento era o seguinte:

Tenofovir Lamivudina Raltegravir


(TDF) (3TC) (RAL)

Inibidor da transcriptase Inibidor da transcriptase Inibidor da integrase


reversa reversa
nucleosídeo/nucleotídeo nucleosídeo/nucleotídeo
(ITRN) (ITRN)

Como ficou: atualmente, a TARV depende da idade gestacional:


Até 12 semanas de idade gestacional
Para início do tratamento na paciente com até 12 semanas de idade gestacional e genotipagem pré-tratamento que comprove ausência
de mutações contra os ITRNN (inibidores de transcriptase reversa não nucleosídeos/nucleotídeos), recomenda-se:

Tenofovir Lamivudina Efavirens


(TDF) (3TC) (EFV)

Inibidor da transcriptase Inibidor da transcriptase Inibidor da transcriptase


reversa reversa reversa não
nucleosídeo/nucleotídeo nucleosídeo/nucleotídeo nucleosídeo/nucleotídeo
(ITRN) (ITRN) (ITRNN)

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Caso a genotipagem não esteja disponível, ou ela demonstrar resistência aos ITRNN, recomenda-se:

Tenofovir Lamivudina Atazanavir/r


(TDF) (3TC) (ATV/r)

Inibidor da transcriptase Inibidor da transcriptase Inibidor de protease


reversa reversa
nucleosídeo/nucleotídeo nucleosídeo/nucleotídeo
(ITRN) (ITRN)

A partir de 13 semanas de idade gestacional:


Por causa de estudos que mostraram a segurança do dolutegravir na gestação, recomenda-se, a partir da 13ª semana, o seguinte tratamento:

Tenofovir Lamivudina Dolutegravir


(TDF) (3TC) (DTG)

Inibidor da transcriptase Inibidor da transcriptase Inibidor de integrase


reversa reversa
nucleosídeo/nucleotídeo nucleosídeo/nucleotídeo
(ITRN) (ITRN)

4 .4 DIRETRIZ LUSO-BRASILEIRA DE DIABETES

Houve uma nova recomendação para a utilização da segunda Como ficou:


droga anti-hiperglicemiante. Vamos conferir? A metformina continua sendo a droga de primeira escolha
terapêutica para diabetes mellitus tipo 2. Entretanto, as diretrizes
Como era: da Sociedade Brasileira de Diabetes de 2019-2020 e as I Diretrizes
Metformina era a primeira escolha terapêutica para Luso-Brasileiras enfatizam o uso das seguintes classes terapêuticas
diabetes mellitus tipo 2. Caso necessário uma segunda droga anti- (como segunda droga anti-hiperglicemiante) em associação
hiperglicemiante para controle, o médico deveria basear-se nas com a metformina, devido aos benefícios em redução de risco
características clínicas do paciente (obesidade, tempo de diabetes, cardiovascular, descompensações de insuficiência cardíaca e
risco de hipoglicemia). diminuição na progressão da doença renal crônica:

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Estratégia
MED

Comorbidade Segunda Classe terapêutica

Doença cardiovascular estabelecida1 Análogos de GLP-12 ou inibidores de SGLT-2

Insuficiência cardíaca Inibidores de SGLT-2

Doença renal crônica com albuminúria positiva3 Inibidores de SGLT-2

1
Doença cardiovascular estabelecida: infarto do miocárdio, doença coronariana multiarterial, doença arterial coronariana com ≥ 50% de estenose, revascularização coro-
nariana prévia, angina instável, AVC (isquêmico ou hemorrágico), doença arterial obstrutiva periférica.
2
Os únicos análogos que demonstraram redução de risco cardiovascular foram a liraglutida e a semaglutida.
3
Doença renal crônica com taxa de filtração glomerular > 30 mL/minuto (lembre-se de que, abaixo desse valor, a metformina, os inibidores de SGLT-2 e os análogos de GLP-1
são contraindicados).

Caso necessária uma terceira droga no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca ou doença renal crônica com albuminúria (e
taxa de filtração glomerular > 30 mL/minuto), a preferência deve ser por análogos de GLP-1.

4 .5 OBESIDADE

Redução do arsenal terapêutico:


No início de 2020, a locarserina, um agonista seletivo do
receptor serotoninérgico 5-HT2c, foi retirada do mercado devido à
associação com maior risco de neoplasias malignas.
Ampliação do arsenal terapêutico na população pediátrica:
Em setembro de 2020, a liraglutida, um análogo de GLP-1 de
uso subcutâneo diário, foi introduzida como ferramenta terapêutica
para adolescentes com idade ≥ 12 anos.

Fonte: Shutterstock

4 .6 TRATAMENTO DA FASE AGUDA DO AVC

Em 2020, foram publicados no New England Journal of principalmente, aos pacientes com AVC isquêmico e oclusão da
Medicine, os resultados do estudo brasileiro Resilient, para a artéria carótida interna ou do segmento proximal da artéria cerebral
avaliação da eficácia da trombectomia mecânica realizada em até 8h média (M1). Já há algum grau de recomendação para sua indicação
do início dos sintomas de AVC isquêmico. O estudo foi interrompido em vasos da circulação posterior (vertebrais e basilar) e segmentos
precocemente devido aos resultados mostrarem superioridade dessa de calibre um pouco menor.
modalidade em comparação ao tratamento padrão (trombólise A trombectomia mecânica pode ser feita em até 24h do início
endovenosa em até 4,5h do início dos sintomas). dos sintomas, com base nas seguintes indicações:
Atualmente, a trombectomia mecânica é recomendada, • Pacientes com 0-6h do início dos sintomas:

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Estratégia
MED

◦ Idade maior que 18 anos; escala de Rankim modificada entre 0-1 pontos.
◦ Tomografia de crânio normal ou com sinais precoces em • Pacientes entre 6-24h do início dos sintomas:
menos 5 pontos avaliados na escala de ASPECTS (pontuação maior ◦ Idade maior que 18 anos;
ou igual a 6); ◦ Critérios estabelecidos pelos estudos DAWN e DEFUSE 3,
◦ Déficit neurológico significativo: pontuação na escala de NIH que levam em conta o volume do infarto calculado com base em
maior ou igual a 6; softwares específicos para a análise dos resultados do exame de
◦ Ausência de sequelas neurológicas significativas prévias: imagem.

Critérios Início dos sintomas entre 0-6h Início dos sintomas entre 6-24h

Idade > 18 anos

Vaso (s) ocluído (s) Artéria carótida interna ou segmento proximal da artéria cerebral média (M1)

Sequelas prévias Mínimas (pontuação ≤ 1 na escala de Rankin modificada)

Intensidade do déficit NIHSS ≥ 6

Critérios dos estudos Dawn e Defuse 3: Mismatch


TC de crânio normal ou com sinais
clínico-radiológico ou difusão-perfusão
Exame de imagem precoces em até 4 locais da a.
cerebral média (ASPECTS ≥ 6)

4.7 PREVENÇÃO DA DEMÊNCIA

A comissão de prevenção de demências da revista Lancet adicionou a sua lista prévia mais três fatores de risco para demência, totalizando
agora 12 fatores, que podem ser responsáveis por 40% dos casos.
Como era: • Baixo nível educacional;
• Baixo nível educacional; • Hipertensão;
• Hipertensão; • Déficit auditivo;
• Déficit auditivo; • Tabagismo;
• Tabagismo; • Obesidade;
• Obesidade; • Depressão;
• Depressão; • Inatividade física;
• Inatividade física; • Diabetes;
• Diabetes; • Baixo contato social;
• Baixo contato social; • Consumo excessivo de álcool;
Como ficou: os 12 fatores, incluindo os 3 mais recentes (em • Lesão encefálica traumática;
negrito), são: • Poluição do ar.
Por esse motivo, é provável que algumas bancas possam contemplar esse tema de prevenção de demências em suas questões, já que não
temos novidades em relação ao tratamento.

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4.8 ENXAQUECA

A American Headache Society publicou no final de 2019 os resultados de uma revisão sistemática e uma recomendação sobre a realização
de exames de imagem em pacientes com enxaqueca. De acordo com a Sociedade, não há indicação de realização de exames de imagem em
pacientes que apresentam enxaqueca com sintomas típicos, cujo exame neurológico seja normal.
Entretanto, os exames de imagem devem ser solicitados nos seguintes casos de enxaqueca:

• Aura incomum, prolongada ou persistente; • Acompanhantes migranosos de início na idade idosa;


• Padrão de dor: aumento da frequência, intensidade ou • Enxaqueca confusional;
mudança nas características; • Aura de enxaqueca sem cefaleia;
• Primeiro ou pior episódio de enxaqueca; • Enxaqueca unilateral estrita;
• Enxaqueca com aura de tronco encefálico; • Enxaqueca pós-traumática.
• Enxaqueca hemiplégica;

4 .9 ASMA

Asma e DPOC são os temas de maior relevância na pneumologia Asthma), a diretriz mundial dessa doença! Vamos ficar atentos!
para a prova de Residência Médica. Tivemos importantes atualizações De acordo com o próprio documento, trata-se da maior
no manejo com a publicação do GINA 2019 (Global Initiative for mudança no manejo da asma, nos últimos 30 anos!

COMO ERA?

GINA 2018
- Até a presente data, a etapa 1 do tratamento (Step 1) era constituída por uso isolado de Beta2-agonista de curta ação (SABA), quando
necessário (como resgate).

COMO FICOU?

GINA 2019
- Por segurança, não se recomenda mais o tratamento de manutenção com uso isolado de Beta -2 - agonista de curta ação (SABA), havendo
recomendação forte para tal afirmativa.

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Estratégia
MED

- Apesar de aliviar os sintomas, o uso isolado de SABA não morte por asma.
protege o paciente de exacerbações. Pelo contrário, o uso excessivo ATENÇÃO! Não existe mais tratamento de asma apenas com
de SABA (> 3 canisters no ano) está associado a um maior risco de broncodilatador, mesmo que para uso esporádico ou de resgate! O
exacerbações, e o uso de > 1 canister/mês está associado a um maior corticoide inalatório deve sempre ser utilizado!
risco de morte por asma. Desde então, o tratamento de controle da asma é dividido em
- A diretriz recomenda, desde então, que todos os pacientes etapas de I a V, em que a dose de CI está presente desde a etapa 1, é
com asma devem receber, seja para controle dos sintomas (na asma aumentada progressivamente e/ou outros tratamentos de controle
leve), seja para tratamento de manutenção diário, dose de corticoide são adicionados.
inalatório, a fim de reduzir o risco de exacerbação, hospitalização e

COMO FICOU?

4.1 0 PANCREATITE AGUDA

Em 2019, foi publicado um importante guideline elaborado


durante o “World Congress of Emergency Surgery”, na Itália. Ele versa
sobre os principais aspectos envolvendo a pancreatite aguda, desde
diagnóstico, tratamento com antibióticos e manejo clínico/cirúrgico
desses doentes.

Fonte: Shutterstock

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Estratégia
MED

Alguns pontos principais merecem destaque: se preferência por cristaloides isotônicos.


• Na admissão do doente, ultrassonografia de abdome deve ser • Controle álgico deve ser feito já nas primeiras 24 horas da
realizada no intuito de investigar etiologia biliar, a principal causa admissão do doente. Não há evidência da necessidade de nenhum
de pancreatite aguda. tipo de restrição medicamentosa, e isso inclui o uso de opioides.
• A tomografia computadorizada não é necessária para casos • Reintrodução precoce da dieta, tão logo as condições do
leves. Nos casos graves, ela deve ser feita, preferencialmente, após doente permitam, tem sido preconizada. Nesse contexto, a
72-96 horas do início dos sintomas. nutrição enteral destaca-se por manter a mucosa intestinal íntegra
• PCR ≥ 150 mg/dL no terceiro dia de doença é considerado e prevenir complicações infecciosas. Tanto a sonda na posição
fator de pior prognóstico. gástrica quanto jejunal são consideradas seguras.
• Hematócrito > 44% e Ureia > 20 mg/dL, isoladamente, • Nutrição parenteral total deverá ser evitada.
também apontam para a existência de doença mais grave. • Para pacientes com pancreatite aguda de etiologia biliar, CPRE
• O uso de antibióticos profiláticos na pancreatite aguda não não é indicada de rotina nesses doentes, devendo ser realizada em
reduz a morbidade e a mortalidade desses doentes e, portanto, casos de colangite ou obstrução do ducto biliar comum.
não é recomendado. • Em pacientes com pancreatite aguda de etiologia biliar, a
• Em pacientes com necrose pancreática infectada, deve- colecistectomia laparoscópica é indicada na mesma internação em
se escolher antibiótico com boa penetração no parênquima doentes com pancreatite leve. Nos casos mais graves, em que há
pancreático, como os carbapenêmicos. a presença de coleções fluidas peripancreáticas, a colecistectomia
• Ressuscitação volêmica deve ser indicada para todos os somente deverá ser realizada após resolução ou estabilização das
pacientes, independentemente do status hemodinâmico, dando- coleções fluidas e cessação da inflamação aguda!

4.1 1 INIBIDORES SGLT-2

Estrategista, preste atenção neste nome: inibidores do SGLT-2! medicação para nefroproteção dos pacientes portadores de
Parece um nome difícil no começo, mas tenho certeza de que nefropatia diabética e é possível que esse benefício se estenda com
vai entrar na sua cabeça com o tempo, porque essas medicações os resultados demostrados no estudo “DAPA-CKD”, que também
vieram para ficar na Nefro, Cardio e Endócrino! evidenciou benefícios em pacientes não diabéticos.
Isso porque o benefício cardiorenal dessas medicações foi E como é que essas medicações agem para trazerem tantos
comprovado em grandes ensaios clínicos. As drogas dessa classe são benefícios?
as gliflozinas, sendo que as principais representantes com evidência Do ponto de vista renal, os inibidores do SGLT-2 (cotransportador
de benefício foram: empagliflozina, canagliflozina e dapagliflozina. renal sódio-glicose tipo 2) agem através do bloqueio da absorção
Os principais desfechos positivos foram: redução de morte por de sódio e glicose no túbulo contorcido proximal, o que aumenta o
causa cardiovascular, descompensação de insuficiência cardíaca, aporte de sódio à mácula densa. Dessa forma, o rim sente que está
redução de albuminúria e menor taxa de progressão da doença renal “bem perfundido” e, através do feedback túbuloglomerular, provoca
crônica. E isso foi demonstrado tanto em pacientes diabéticos como vasoconstricção da arteríola aferente, reduzindo o fluxo sanguíneo
em pacientes não diabéticos (no caso, apenas a dapagliflozina). que chega ao rim e, assim, diminuindo a pressão intraglomerular.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia já indica o uso dessa

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Veja na figura a seguir o efeito renal dessa medicação:

O efeito renal é muito importante, mas será que justifica todos os benefícios envolvidos?
Atualmente, existem outras hipóteses em investigação que vão além da alteração hemodinâmica renal, mas que ainda estão em fase de
determinação.

4.1 2 CRITÉRIOS DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Grande Estrategista, temos uma mudança super quente para atendimento de pacientes com lúpus -Systemic Lupus International
trazer para você! Os critérios diagnósticos de Lúpus Eritematoso Collaborating Clinic (SLICC), publicou em 2012 nova proposição para
Sistêmico mudaram em 2019. Isso mesmo! Um dos temas mais critérios de classificação de pacientes com lúpus. 
badalados nas questões de Reumatologia e ainda não cobrado em Foram incluídas manifestações do lúpus não contempladas no
prova. Sempre um tema certo em questões de prova, em que a critério do ACR de 1997 e enfatizada a necessidade de preenchimento
banca quer saber simplesmente se o candidato consegue reconhecer de, pelo menos, um critério imunológico. Para um indivíduo ser
alguma manifestação clínica ou laboratorial que é contemplada classificado como portador de lúpus é necessário o preenchimento
pelos critérios. A equipe da Reumatologia aposta muito nisso para as de pelo menos 4 critérios, incluindo ao menos 1 clínico (dentre
provas deste ano, então venha com a gente! 11) e 1 imunológico (dentre 6), ou deve haver nefrite confirmada
SLICC 2012 por biópsia, na presença de fator antinuclear positivo ou anticorpo
Critérios do SLICC (Systemic Lupus International Collaborating anti-DNA nativo positivo. Partindo dessas informações, temos os
Clinics) de 2012 seguintes critérios:
Um grupo internacional de profissionais especializados em

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Lúpus cutâneo agudo: eritema malar (não discoide), lúpus bolhoso, necrólise epidérmica tóxica variante lúpus, eritema
maculopapular, eritema fotossensível do lúpus ou lúpus cutâneo subagudo (psoriasiforme/anular). 
Lúpus cutâneo crônico: lúpus discoide, lúpus hipertrófico/verrucoso, lúpus profundus (paniculite), lúpus túmido, lúpus mucoso,
sobreposição líquen plano/lúpus discoide.
Úlcera mucosa: palato, cavidade oral, língua, ou úlcera nasal (na ausência de outras causas).
Alopecia não cicatricial.

Articular: Artrite/artralgia, sinovite (edema/derrame articular) ≥ 2 articulações, artralgia (dor) em 2 ou mais articulações com
rigidez matinal ≥ 30 min.

Serosite:  pleurite (dor > 1 dia/derrame pleural/ atrito pleural), pericardite (dor > 1 dia/ derrame/atrito/alteração ECG).

Nefrite: proteinúria 24 h > 500 mg ou R P/C > 0,5, cilindro eritrocitário.

Neurológica: convulsão, psicose, mononeurite múltipla, mielite, neuropatia periférica/craniana, estado confusional agudo (na
ausência de outras causas).

Anemia hemolítica
Leucopenia (< 4.000/mm3, em pelo menos uma ocasião) ou linfopenia (< 1.000/mm3, em pelo menos uma ocasião).
Plaquetopenia (< 100.000/mm3, em pelo menos uma ocasião).

FAN Hep2 positivo


Anti-dsDNA positivo
Anti-Sm positivo
Anticorpo antifosfolípide positivo: anticoagulante lúpico positivo, anticardiolipina positivo (título moderado/alto — IgA/IgM/
lgG), anti-b2 glicoproteína-1 positivo, VDRL falso positivo.
Complemento baixo: C3 baixo, C4 baixo, CH50 baixo.
Coombs direto positivo (na ausência de anemia hemolítica).

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Estratégia
MED

ACR/EULAR 2019 Agora a febre foi considerada um critério quando Temperatura >
Critérios American College of Rheumatology/ European 38,3°C. Úlceras nasais não são mais consideradas nos critérios de
League Against Rheumatism -ACR/EULAR 2019 pele. No critério hematológico, linfopenia foi retirada. Coombs
Estrategista, em 2019 o Colégio Americano de Reumatologia e direto na ausência de anemia hemolítica não é mais critério.
a Liga Europeia publicaram os critérios vigentes atualmente e ainda Dentro dos critérios neurológicos mononeurite múltipla ou mielite
não cobrados nas provas de Residência Médica, por isso atenção ou neuropatia craniana/periférica foram retirados. Cilindros
máxima aqui! Como funciona? Aqui, inicialmente o paciente tem hemáticos não são mais considerados nos critérios renais. Da parte
que apresentar o critério de entrada, tendo este, seguimos para os imunológica também não mais considerados VDRL falso positivo e
critérios aditivos.  nem queda de CH50.
E quais as principais mudanças? A novidade já aparece no Sendo assim, temos o seguinte:
critério de entrada onde o paciente deve apresentar o FAN positivo.

Critério de entrada
Fator antinuclear (FAN) com título > 1:80 nas células hep-2 ou um teste positivo equivalente.

Se ausente, não classifique como LES.


Se houver, aplique critérios aditivos.

Critérios aditivos
Não conte um critério se houver uma explicação mais provável que LES.
A ocorrência de um critério, em pelo menos uma ocasião é suficiente.
A classificação de LES requer pelo menos um critério clínico e pontuação ≥10.
Os critérios não precisam ocorrer simultaneamente.
Dentro de cada domínio, apenas o critério de maior peso é contado na pontuação final.

Domínio clínico Critério Pontuação

Constitucional Febre 2

Leucopenia 3

Hematológico Trombocitopenia 4

Hemólise autoimune 4

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Estratégia
MED

Domínio clínico Critério Pontuação

Delirium 2

Neuropsiquiátrico Psicose 3

Convulsão 5

Alopecia sem cicatrizes 2

Úlceras orais 2
Mucocutâneo
Lúpus cutâneo subagudo OU discoide 4

Lúpus cutâneo agudo 6

Derrame pleural ou pericárdico 5


Serosa
Pericardite aguda 6

Sinovite (edema ou derrame) em ≥ 2 articulações OU dor em


Musculoesquelético  6
≥ 2 articulações E rigidez matinal > 30 minutos

Proteinúria > 0,5 g/24h 4

Renal Biópsia renal nefrite lúpica classe II ou V 8

Biópsia renal nefrite lúpica classe III ou IV 10

Domínio laboratorial Critério Pontuação

Anticardiolipina

Anticorpos antifosfolípides Anti-β2 glicoproteína1 2

Anticoagulante lúpico

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Estratégia
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Domínio laboratorial Critério Pontuação

C3 baixo OU C4 baixo 3
Complemento
C3 baixo E C4 baixo 4

Anti-dsDNA
Anticorpos específicos de
6
LES
Anti-Sm

Ao final houve aumento da especificidade diagnóstica, a saber: 

SLICC 2012 EULAR/ACR 2019

SENSIBILIDADE 97% 96%

ESPECIFICIDADE 84% 93%

4 .1 3 REFORMA PSIQUIÁTRICA

Aqui vai uma dica rápida, que é novidade, e poderá aparecer na sua prova de Residência!
A chamada “Reforma Psiquiátrica” é um movimento social que se iniciou na década de 1970 no Brasil. Esse
movimento visava a reorientação do modelo em assistência psiquiátrica no País, que era considerado “hospitalocêntrico”,
e ganhou força especialmente a partir do ano de 2001, com a publicação da lei 10.216. De forma sucinta, a Reforma
Psiquiátrica tinha como foco alguns aspectos importantes:

1 – Desinstitucionalização dos pacientes, ou seja, retirar os no Brasil até pouquíssimo tempo atrás, e causou o fechamento de
pacientes de instituições consideradas “asilares”, como hospitais milhares de leitos psiquiátricos, prejudicando o atendimento em
psiquiátricos e manicômios, devolvendo essas pessoas para sua saúde mental, especialmente aos pacientes com transtornos mais
comunidade e para o convívio social. graves e debilitantes.
2 – Fechamento progressivo de leitos psiquiátricos e hospitais Por isso, desde o final do ano de 2017 e especialmente em
especializados em Psiquiatria. 2019, com a publicação da NOTA TÉCNICA Nº 11/2019-CGMAD/
3 – Fortalecimento dos serviços de atendimento extra- DAPES/SAS/MS, houve mudanças importantes nesse cenário,
hospitalar em saúde mental, como o CAPS, que deveria ser um com uma reorientação na condução das políticas de saúde mental
serviço que substituiria o atendimento hospitalar. pautadas em evidências científicas e preceitos éticos.
Pois bem, esse foi o modelo político vigente e dominante

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Estratégia
MED

Segundo o Ministério da Saúde (MS), todos os serviços, que compõem a rede de atendimento de saúde mental
são igualmente importantes e devem ser incentivados, ampliados e fortalecidos. O Ministério da Saúde não considera
mais serviços como substitutos, e não fomenta mais o fechamento de unidades de qualquer natureza. A Rede deve
ser harmônica e complementar. Assim, não há mais motivos para falarmos em rede substitutiva, já que nenhum serviço
substitui outro.

De acordo com as novas doutrinas estabelecidas pelo MS, “não há nenhuma evidência científica, em nenhum
local do mundo, que justifique o fechamento de hospitais psiquiátricos”, que são “importantes retaguardas”
para o tratamento de pacientes psiquiátricos. Além disso, o MS alega que “internações psiquiátricas devem estar
prontamente disponíveis quando necessárias e devem ser tão breves quanto for possível”. O MS ainda ressalta que
há cerca de 0,1 leito por 1.000 habitantes no Brasil, enquanto o mínimo preconizado por diretrizes do próprio MS
seria de 0,45 leito por 1.000 habitantes.

O MS ainda completa: “Vale ressaltar que a desinstitucionalização dos pacientes moradores de Hospitais Psiquiátricos continua sendo
incentivada pelo Governo Federal, que não entende esses Serviços como locais de moradia de pacientes. Entretanto, a desinstitucionalização
não será mais sinônimo de fechamento de leitos e de Hospitais Psiquiátricos.”

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Estratégia
MED

CAPÍTULO

5.0 CIRURGIA

5.1 ATLS

Querido aluno, a grande mudança dos últimos anos da cirurgia do jelco do acesso venoso periférico e volume de reposição volêmica,
geral foi o ATLS em 2018. Questões cobrando as condutas mais atuais, são cada vez mais comuns. Vamos ver o que mudou da nona para a
por exemplo, local de punção do pneumotórax hipertensivo, calibre décima edição?

PRINCIPAIS MUDANÇAS DO ALTS 2018

ATLS: 9ª EDIÇÃO ATLS: 10 ª EDIÇÃO (2018)

Intubação assistida com drogas.


Intubação em sequência rápida. *modificou apenas o termo, a sequência e as
drogas permaneceram inalteradas.

VIA AÉREA (A)


Lesão da árvore traqueobrônquica: Lesão Lesão da árvore traqueobrônquica: Lesão
potencialmente ameaçadora à vida. ameaçadora à vida.
Tórax instável: Tórax instável:
Lesão ameaçadora à vida. Lesão potencialmente ameaçadora à vida.

Pneumotórax hipertensivo:
Toracocentese imediata no 5º EI imediatamente
Pneumotórax hipertensivo:
anterior à linha axilar média, seguida de
Toracocentese imediata no 2º espaço
drenagem torácica no mesmo local.
intercostal (EI) na linha medioclavicular,
Inclui a descompressão digital no 5º EI:
seguida de drenagem no 5º EI
alternativa à punção com agulha em paredes
VENTILAÇÃO (B) imediatamente anterior à linha axilar
torácicas com maior espessura.
média.
OBS: em crianças, o local da toracocentese de
alívio continua no 2º EI.

Hemotórax (maciço e simples): drenagem Hemotórax (maciço e simples): drenagem


torácica com dreno n.º 36 a 40 French. torácica com dreno n.º 28 a 32 French.

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Estratégia
MED

PRINCIPAIS MUDANÇAS DO ALTS 2018

ATLS: 9ª EDIÇÃO ATLS: 10 ª EDIÇÃO (2018)

Acesso venoso periférico: dois acessos, Acesso venoso periférico: dois acessos, mínimo
mínimo calibre 16G. calibre 18G.

Reposição volêmica:
Reposição volêmica: 1 litro de solução cristaloide aquecida.
1 a 2 litros de solução cristaloide Se não houver resposta ou for transitória fazer
aquecida em bolus. transfusão precoce de concentrado de hemácias,
plaquetas e plasma fresco congelado

Recomendação do ácido tranexâmico em


pacientes gravemente feridos:
Primeira dose (infundir em 10 minutos): Até 3
horas do trauma (preferencialmente pré-
hospitalar);
CHOQUE (C) Segunda dose: manter infusão por 8 horas
(intra-hospitalar).

Dosagem de TP, TTP e plaquetas em pacientes


com distúrbios de coagulação ou em uso de
anticoagulantes. Entretanto, alguns agentes
anticoagulantes e antiplaquetários mais recentes
Dosagem de TP, TTP e Plaquetas em
não podem ser detectados pelo TP, TTP, INR e
pacientes com distúrbios de coagulação
plaquetas, e também não possuem agentes de
ou em uso de anticoagulantes.
reversão.
TP: tempo de protrombina
Recomendação do Tromboelastograma
TTP: tempo de tromboplastina parcial.
(TEG: tromboelastografia e ROTEM:
tromboelastometria) para determinar a deficiência
de coagulação e os componentes sanguíneos
apropriados para corrigir a deficiência.

Inclui a laparoscopia diagnóstica nos pacientes


TRAUMA
Não cita a laparoscopia para tratamento estáveis com trauma penetrante abdominal ou
ABDOMINAL E
do trauma abdominal penetrante. potencial lesão tangencial sem indicação de
PÉLVICO
laparotomia.

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Estratégia
MED

PRINCIPAIS MUDANÇAS DO ALTS 2018

ATLS: 9ª EDIÇÃO ATLS: 10 ª EDIÇÃO (2018)

Lesão uretral: sangue no meato uretral, Lesão uretral: sangue no meato uretral, equimose
equimose ou hematoma no escroto ou ou hematoma no escroto ou no períneo. A
no períneo, deslocamento cranial da palpação da próstata não é um sinal confiável de
próstata ao toque retal. lesão uretral.

TRAUMA
Fratura pélvica:
ABDOMINAL E Fratura pélvica:
1- Reanimação volêmica + enfaixamento pélvico;
PÉLVICO 1- Reanimação volêmica + enfaixamento
2- Hemoperitônio: Laparotomia;
pélvico;
Sem hemoperitônio: tamponamento
2- Hemoperitônio: Laparotomia;
pré-peritoneal com compressas e/ou
Sem hemoperitônio: angioembolização;
angioembolização;
3- Posterior fixação da bacia.
3- Posterior fixação da bacia.

Reposição volêmica: 2 a 4 ml de RL x peso Reposição volêmica: 2 ml de RL x peso em kg x %


em kg x % SCQ. SCQ.
LESÕES TÉRMICAS
RL: Ringer lactato RL: Ringer lactato.
SCQ: superfície corporal queimada. SCQ: superfície corporal queimada.

Reposição volêmica:
Solução isotônica cristaloide: 20ml/kg
Reposição volêmica:
em bolus, podendo ser repetida mais
Solução isotônica cristaloide: 20ml/kg em bolus,
uma ou duas fases, totalizando 60ml/kg,
TRAUMA seguido pelo "protocolo de transfusão maciça
a depender da resposta hemodinâmica
PEDIÁTRICO pediátrico", que consiste em transfundir 10-20ml/
da vítima. Se mantiver instabilidade após
kg de concentrado de hemácias e 10-20ml/kg de
essa reposição com solução cristaloide,
plasma fresco congelado e plaquetas.
estaria indicada a transfusão de
concentrado de hemácias 10 ml/kg.

Ruptura da bolsa amniótica: presença de Ruptura da bolsa amniótica: presença de líquido


TRAUMA NA
líquido amniótico na vagina, evidenciado amniótico na vagina, evidenciado por um pH >
GESTANTE
por um pH entre 7 e 7,5. 4,5.

RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia Med | Atualizações para a Prova em 2020 32


Estratégia
MED

CAPÍTULO

6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Este material compila diversas atualizações que com frequência são, erroneamente, negligenciadas na preparação para as provas. Há
inúmeras prováveis questões que serão cobradas nos exames de Residência Médica no ano de 2020, portanto, preste atenção, revise e divulgue.
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Boa prova, Coruja! :)

RESIDÊNCIA MÉDICA Estratégia Med | Atualizações para a Prova em 2020 33


Estratégia
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7.0 REFERÊNCIAS
1. Aringer M, et al. Arthritis Rheum. 2019; 10.1136/ annrheumdis- 2018-214819. Petri, et al. Arthritis Rheum. 2010; 39 (8): 2677-86
2. DIRETRIZES. Departamentos de Nutrologia e Hematologia-Hemoterapia da SBP. Nº 2/ Junho/2018. Atualizado em 24/07/18. CONSENSO
SOBRE ANEMIA FERROPRIVA: MAIS QUE UMA DOENÇA, UMA URGÊNCIA MÉDICA! Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_
upload/21019f-Diretrizes_Consenso_sobre_anemia_ferropriva-ok.pdf.
3. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente
Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.
4. Global initiative for asthma. global strategy for asthma management and prevention 2020, http://www.ginasthma.org/
5. Bhatla, N., Berek, J.S., Cuello Fredes, M., Denny, L.A., Grenman, S., Karunaratne, K., Kehoe, S.T., Konishi, I., Olawaiye, A.B., Prat, J.
and Sankaranarayanan, R. (2019), Revised FIGO staging for carcinoma of the cervix uteri. Int J Gynecol Obstet, 145: 129-135. doi:10.1002/
ijgo.12749
6. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2019.
7. ATLS®️ Advanced Trauma Life Support Student Course Manual American College of Surgeons Tenth edition
8. ATLS®️ Advanced Trauma Life Support Student Course Manual American College of Surgeons nineth edition
9. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase
como problema de saúde pública: manual técnico-operacional. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 58 p. Disponível em: <http://www.
saude.pr.gov.br/arquivos/File/Manual_de_Diretrizes_Eliminacao_Hanseniase.pdf>
10. Zou CY, Liu XK, Sang YQ, Wang B, Liang J. Effects of SGLT2 inhibitors on cardiovascular outcomes and mortality in type 2 diabetes: A meta-
analysis. Medicine (Baltimore). 2019 Dec;98(49):e18245. doi: 10.1097/MD.0000000000018245. PMID: 31804352; PMCID: PMC6919451.
11. Leppaniemi A, Tolonen M, Tarasconi A et al. 2019 WSES guidelines for the management of severe acute pancreatitis. World J Emerg Surg.
2019 Jun;14:27[1]
12. Martins SO, Mont'Alverne F, Rebello LC, Abud DG, Silva GS, Lima FO, Parente BSM, Nakiri GS, Faria MB, Frudit ME, de Carvalho JJF,
Waihrich E, Fiorot JA Jr, Cardoso FB, Hidalgo RCT, Zétola VF, Carvalho FM, de Souza AC, Dias FA, Bandeira D, Miranda Alves M, Wagner MB,
Carbonera LA, Oliveira-Filho J, Bezerra DC, Liebeskind DS, Broderick J, Molina CA, Fogolin Passos JE, Saver JL, Pontes-Neto OM, Nogueira RG;
RESILIENT Investigators. Thrombectomy for Stroke in the Public Health Care System of Brazil. N Engl J Med. 2020 Jun 11;382(24):2316-2326.
doi: 10.1056/NEJMoa2000120. PMID: 32521133.
13. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.508, de 1º de setembro de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt1508_01_09_2005.html>. Acesso em: 15 out. 2020.
14. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.282, de 27 de agosto de 2020. Brasília, 2020. Disponível em: <https://
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.282-de-27-de-agosto-de-2020-274644814>. Acesso em: 15 out. 2020.
15. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.561, de 23 de setembro de 2020. Brasília, 2020. Disponível em: <https://
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.561-de-23-de-setembro-de-2020-279185796>. Acesso em: 15 out. 2020.
16. BRASIL. Lei nº 13.931, de 10 de dezembro de 2019. Brasília, 2019. Disponível em: <http://www.imprensanacional.gov.br/mp_leis/leis_
texto.asp?ld=LEI%209887>. Acesso em: 15 out. 2020.
17. Heerspink HJL, Stefánsson BV, Correa-Rotter R, Chertow GM, Greene T, Hou F-F, et al. Dapagliflozin in Patients with Chronic Kidney
Disease. New England Journal of Medicine. 2020;383(15):1436-46.
18. PORTARIA Nº 2.840 DE 29 DE DEZEMBRO DE 2014
19. Decreto Nº 9.761, de 11 de abril de 2019
20. Nota Técnica Nº 11/2019 - CGMAD/DAPES/SAS/MS
21. Resolução Nº 32, de 14 de dezembro de 2017 do Ministério da Saúd

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