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Clínicas
Patogênese
Pouca produção de insulina > aumento de
glucagon > glicogenólise, gliconeogênese e
diminuição do uso periférico de glicose.
A cetogênese (na CAD) ocorre pelo aumento do
fluxo de ácidos graxos de cadeia longa do tecido Achados laboratoriais
adiposo para o fígado; esses AG são oxidados a Deve-se dosar: glicemia, HGT, ureia, creatinina,
acetoacetato e a 3-b-hidroxibutirato. EAS, gasometria arterial (parâmetro básico, muito
importante), hemograma (infecções), sódio,
potássio, ECG (hipo ou hipercalemia [onda T
apiculada]).
1
hipocalemia e morte súbita). A velocidade de
infusão do potássio é cerca de 20-30 mEq/h.
3. Insulina
Faz-se insulina regular por via EV (preferível em
casos graves), SC ou IM. O objetivo é que haja
queda dos níveis de insulina a uma razão de 50-
100 U glicemia/hora (queda de 10% da glicemia
em 1 hora).
Como a administração da insulina EV só dura 5
minutos, é preciso manter em BIC, seguindo-se o
® Acidose secundária à ingestão de salicilatos, esquema: 0,15 U/kg/h de insulina regular bolus
metanol, etilenoglicol e paraldeído, IR seguido de BIC 0,1 U/kg/h até atingir glicemia de
250-300; nesses níveis, reduz-se para 0,05
Tratamento U/kg/h.
® Reposição volêmica e restauração da Considera-se como critérios para melhora:
perfusão tecidual ® Na CAD: pH > 7,3; AG < 12; BIC > 18.
® Correção da glicemia e da osmolaridade ® No EHH: osmolaridade < 315 e melhora
plasmática clínica.
® Correção da acidose metabólica e diminuição
da cetogênese 4. Bicarbonato
® Correção das perdas de eletrólitos Em geral, não repõe – pode piorar a hipocalemia
® Diagnóstico e tratamento dos fatores e desencadear acidose paradoxal no SNC. Em
desencadeantes casos de pH < 6,9 ou na presença de hipercalemia
® Avaliar acesso central ou arritmias, pode ser feito.
® Fazer cálculo rigoroso do balanço hídrico
Complicações do tratamento
® Monitorização cardíaca e de PA
periódica/contínua ® Hipoglicemia – verificar glicemia a cada hora
® Hipopotassemia – verificar a cada 2h
1. Hidratação ® Edema cerebral – é raro, mas pode acontecer
Em adulto, deve-se fazer 1L em 1 hora – é esp. em crianças com CAD; deve ser
importante conseguir acessos calibrosos, de suspeitado em casos de início adequado do
preferência 2, ou até acesso central. Ao fazer a tratamento com posterior piora, evoluindo com
hidratação, deve-se observar o paciente e sua flutuação do nível de consciência, respiração
resposta. Em seguida, faz-se mais 0,5-1L nas de Cheyne-Stokes, incontinência urinária; o
próximas horas, a depender de seu estado tratamento é feito com manitol.
hemodinâmico. ® SARA – pela rápida alteração de fluidos
® Quando a glicemia atingir 250, deve-se iniciar ® Acidose metabólica hiperclorêmica – pelo uso
soro glicosado (SG 5%) junto à hidratação do SF
(para evitar hipoglicemia).
® Em pacientes com hipernatremia (sódio > Após a crise
150), deve-se fazer SF 0,45% (e não 0,9%). Deve-se observar normalização de pH, BIC e
melhora dos parâmetros clínicos. Antes de
2. Potássio desligar a bomba (90-120 min antes), deve-se
Devido à perda renal de potássio, costuma haver administrar insulina SC.
depleção de 500-700 mEq; quando faz insulina, o Se a manifestação abriu a doença (primo-
potássio tende a cair. manifestação), deve-se utilizar 0,6 U/kg/d –
Deve-se iniciar reposição de potássio quando normalmente, faz-se 60% basal (glargina ou NPH)
seus níveis forem < 5,5. Em caso de potássio < 2x e 40% regular ou UR 3x.
3,3, não se deve iniciar insulinoterapia (é preciso
primeiramente corrigir o potássio – risco de
2
HIPOGLICEMIA resposta/sintomas adrenérgicos = hipoglicemia
grave).
Epidemiologia
® Alta morbidade física e psicossocial Tratamento
® Pacientes DM1 têm cerca de 1 episódio ® Avaliar a causa
sintomático de hipoglicemia por semana e ® Em casos leves, administrar 15g de
cerca de 1 episódio grave por ano carboidrato
® 4% dos óbitos de DM1 ® Em casos graves, administrar glicose EV ou
® 2,4% em uso de metformina glucagon
® 3,3% em uso de sulfoniureia ® Diminuir insulina basal
® 11% em uso de insulina ® Evitar secretagogos
Diagnóstico
Glicemia < 70 + sintomas compatíveis com
hipoglicemia (adrenérgicos e neuroglicopênicos)
que melhoram com infusão de glicose.
Fatores de risco
® Excesso de insulina ou secretagogos
® Falta de alimento
® Pós ingestão de álcool
® Durante ou após atividade física
® IR
Classificação
® Leve: presença de sintomas neuroglico-
pênicos leves com melhora após ingestão de
15g de carboidrato.
® Moderado: necessidade de ajuda de terceiros.
® Grave: coma ou convulsões com necessidade
de glicose EV 25% (2-4 ampolas) ou glucacon.
3
CRISE TIREOTÓXICA Doppler de tireoide (aumento da vascularização
da glândula); ECG (arritmia).
Epidemiologia
Ocorre em cerca de 1% dos casos de Tratamento
hipertireoidismo, mas possui alta mortalidade ® Tratar a causa precipitante
2
Adrenalite autoimune Insuficiência adrenal secundária
É mais comum em países desenvolvidos (90% dos ® Tumores hipofisários ou hipotalâmicos
casos primários) e está normalmente associado às ® Irradiação
sd. poliglandulares (60%). O anticorpo antiadrenal ® Hipofisite linfocítica AI (hipopituitarismo de
está presente em até 75% dos casos e até 50% rápida instalação, esp. em mulher periparto ou
dos pacientes têm outra doença AI associada. com outra doença AI)
® Pan-hipopituitarismo
Síndrome poliglandular tipo 1 ® Apoplexia hipofisária (hemorragia súbita da
É autossômica recessiva e surge na infância. hipófise com infarto)
Caracteriza-se por IA, alopecia, candidíase ® Síndrome de Sheehan (hipopituitarismo pós-
mucocutânea, hipoplasia do esmalte dentário e parto secundário à necrose hipofisária decor-
hipoparatireoidismo. Está relacionada a mutação rente de hipotensão ou choque por hemor-
no gene AIRE que gera defeito na imunidade ragia maciça durante ou logo após o parto)
mediada pelos linfócitos T. ® Infiltração hipofisária
® Corticoterapia prévia*
Síndrome poliglandular tipo 2
IA + DM1 + doença de tireoide; pode também
Quadro clínico da IAP
apresentar anemia perniciosa e vitiligo.
Rastreamento da IA
Tuberculose adrenal
Ocorre em 5% dos pacientes com TB disseminada
e, na maioria das vezes, a doença extra adrenal é
evidente. Dificilmente a IA reverte com o
tratamento. A rifampicina acelera a depuração de
cortisol, piorando o quadro. A visualização da
adrenal calcificada ou fibrosada em exame de
imagem pode ser indicativo de IA infecciosa (50%
em TB).
Outras infecções
Paracoco, histoplasmose, criptococose. O
cetoconazol, usado para tratar a infecção fúngica,
pode precipitar uma crise adrenal por inibir a
esteroidogênese do cortisol. Outros laboratórios
ACTH > 100, ARP, SDHEA, auto Ac (anti-21-
Hemorragia adrenal bilateral hidroxilase).
É mais comum em pacientes com meningococce-
mia, mas pode ocorrer em outras situações (SA Tratamento
AF, sepse). O quadro clínico típico é de queda de ® Reposição de MC e de GC
Hb + dor abdominal ou em flancos + sinais de IA.
3
Anexo 1
® Hidrocortisona 15-25 mg/dia (se > 50 mg
equivale a ação mineralocorticoide)
® Acetato de cortisona 25-37,5 mg/dia
® Prednisona 5-7,5 mg/dia
® Fludrocortisona (Sd. de Addison)
Como monitorizar
O acompanhamento é feito clinicamente: se o
paciente ganha muito peso, deve-se reduzir a
dose; se apresenta vômitos, adinamia ou
fraqueza, deve-se aumentar a dose. Em caso de
estresse, deve-se dobrar a dose.
Crise adrenal
É a forma mais grave e urgente da IA, de
instalação aguda ou por agudização de IA já
existente. Caracteriza-se por anorexia, vômito, dor
abdominal, hipotensão severa, fraqueza,
adinamia. É mais comum na IAP (a secundária
dificilmente leva a crise adrenal). Pode levar a
morte se não tratada. O tratamento é feito com
hidrocortisona 100 mg IM ou EV ou VO em dose
alta (se não muito grave).
Anexo 2
4
Mecanismos eletrofisiológicos das arritmias ® Eletrocardiograma:
cardíacas • 12 derivações
® Septo interatrial e feixe de Bachmann • Registro a 2N
® Crista terminalis • Registro a 50 mm/s – em taquiarritmias, pode-
® Óstio do seio coronário se aumentar a velocidade com que o papel vai
® Células ao redor das veias pulmonares – onde correr, objetivando-se analisar melhor o
começam potenciais deflagradores de FA traçado
® Valvas atrioventriculares • Derivações especiais – esofágica (paciente
® Junção atrioventricular (NH) engole o eletrodo)
® Fibras de Purkinje ® Tratamento – depende e baseia-se inicialmente no
Todos esses componentes do coração têm condição de estado hemodinâmico (diz se há tempo para
assumir o ritmo em falha do marca-passo natural (nó espera do efeito da medicação)
sinusal); também podem, contudo, envolver-se na ® Prevenção de recorrências
gênese das arritmias.
Bradiarritmia
Arritmia cardíaca
QRS estreito
Taquiarritmia
QRS largo
OBS: bradicardia e taquicardia sinusais são consideradas
disritmias, condições tidas como benignas.
BRADIARRITMIA
FLUTTER ATRIAL
Instabilidade atrial, de modo que as forças elétricas
começam a ser liberadas em frequência muito rápida
OBS: onde P retrógrada ao ECG. (250-300 bpm), com ondas F características em
substituição às ondas P.
2
Sua fisiopatologia envolve a crista terminalis e ao redor Taquicardia regular, com frequência cardíaca de 100
das veias pulmonares. São ritmos anárquicos que bpm, com complexos QRS alargados (> 0,10 s), que se
começam a ser produzidos e propagados. origina abaixo da bifurcação do feixe de His.
3
• Dosagem dos eletrólitos Ca, K e Mg
Prevenção de recorrências
® Tratar cardiopatia subjacente
® Abolir fatores desencadeantes
® Tratamento medicamentoso:
• Empírico
• Guiado por estudo eletrofisiológico/Holter
® Desfibrilador automático implantável – funciona
como marca-passo que faz leitura do ritmo
cardíaco; quando identifica os critérios
eletrocardiográficos da TV, já faz a cardioversão
(prevenção contra morte súbita).
Resumo:
1. Indicações de marca-passo = BAVT, BAV
avançado, Mobitz II e parada sinusal;
2. Instabilidade hemodinâmica = cardioversão
elétrica;
3. Flutter atrial e FA: até 48h = cardioversão
elétrica ou química; após 48h =
anticoagulação 4-6 sem + controle da FC ou
transesofágico para descartar presença de
coágulo;
4. TV: estabilidade = medicação; instabilidade =
cardioversão;
5. Não mandar o paciente para casa sem tratar.
4
Habilidade fundamentais ao médico generalista Avaliação do paciente com queixa
no PS osteomuscular – anamnese e exame físico
Avaliação e conduta inicial em:
® Artrites ANAMNESE
® Lombalgias ® Manifestações articulares:
® Fase aguda da Chikungunya • Dor*
® Imunossuprimidos • Edema*
• Calor
Diagnóstico diferencial das artrites • Rigidez
• Deformidade
® Manifestações extra-articulares:
• Pele e mucosas
• Oculares
• Pulmonares
• Cardíacas
• Gastrointestinais
• Neurológicas
• Vasculares
Dor articular
® Artralgia:
• Subjetiva
• Sem alteração ao exame físico
• Menos específica
® Artrite:
• Objetiva
• Edema, calor, rubor ou limitação
• Mais específica
Aspectos interessantes nas artrites
® Tempo – agudo (até 6 semanas) x crônico Caracterizar a dor
® Padrão de acometimento ® Inflamatória
• Ex.: AR – artrite de mãos e pés de forma ® Mecânica
simétrica e aditiva; LES – artrite de grandes ® Compressão radicular
articulações de forma migratória e assimétrica; ® Irradiada
espondiloartrite – artrite de grandes
articulações de forma aditiva e assimétrica com Sintomas associados
predomínio em mmii, normalmente associada a ® Edema
dor lombar; gota – monoartrite recorrente,
® Rigidez pós-repouso
normalmente em tornozelo e pé.
® Impotência funcional
® Sintomas associados – febre, perda de peso,
lesões cutâneas, queda de cabelo, dor lombar –
Manifestações extra-articulares mais frequentes
ajuda a diferenciar se é sistêmico ou localizado
® Pele e mucosas:
nas articulações.
• Manchas
® Sempre pensar em artrite séptica – emergência
• Alopécia
médica; se não há como excluir, é necessário
• Raynaud
fazer punção
• Livedo reticular
® Comorbidades – ex. imunossuprimidos, usuários
de drogas – maior tendência a artrite séptica • Úlceras
® Janela de ouro das artrites: 12 semanas ® Coração e pulmões:
Janela de oportunidade para tratar o paciente; • Pleurite/pericardite
até 12 semanas, o tratamento tem melhor • HAP
resposta e o prognóstico é muito melhor. • HAS
• Pneumonite
• Cardite
Nota: a artrite séptica apresenta-se como monoartrite associada
a febre e a outros sintomas sistêmicos; normalmente, por
Staphilococcus aureus; tratamento é oxacilina. 1
® Aparelho genito-urinário:
• Nefrite
• Cistite
• Uretrite
• Cervicite
® Vascular:
• Alteração de pulsos
• Vasculites cutâneas
• Tromboses
® Sistema digestivo: ® As etiologias e o plano de investigação são
• Alteração de motilidade direcionados pelos sinais de alerta
• Xerostomia ® Lombalgias x lombociatalgias
• Diarreia ® Lombalgias inflamatórias – retardo no
® Olhos: diagnóstico
• Conjuntivite
Pacientes imunossuprimidos
• Episclerite
® Devem ser minuciosamente examinados e
• Uveíte
avaliados
• Xeroftalmia
® Sempre considerar exames
® Sistema nervoso:
® Sintomas podem corresponder tanto a atividade
• Neuropatias
de doença quanto a infecções típicas e atípicas
• Convulsões
® Uso de quimioterápicos de forma precoce
• Coreia
® Avaliação semelhante aos pacientes com câncer
® Sistema hematológico:
® Cuidado ao encaminhar o paciente a um médico
• Anemia
assistente – risco de infecção fulminante
• Citopenia
• Plaquetopenia
• Trombose
Exame físico
® Pode ser realizado em pé, sentado ou deitado
® O foco é a área dolorosa ou comprometida
® Sempre comparar com o lado oposto
® Inspeção estática (em repouso)
® Inspeção dinâmica
® Palpação
® Mobilidade
® Testes especiais
2
GALS – exame rápido para fazer em caso de
queixa reumatológica
1. Marcha
3. Pernas
2. Mãos
4. Coluna
3
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA 3. Miopatias, alteração dos mm. intercostais e
diafragma – miopatia do doente crítico,
Conceito polimiosite
Insuficiência respiratória aguda é a incapacidade 4. Disfunção medular – TRM, ELA
do sistema respiratório de manter a ventilação 5. Disfunção do n. frênico
e/ou oxigenação agudamente. Também pode ser
definida como a incapacidade de manter as trocas Quadro clínico
gasosas. Sintomas:
Caracteriza-se por PaO2 ≤ 60 mmHg e/ou PaCO2 ® Dispneia, fadiga, prostração
> 50 mmHg. ® Cefaleia, dor torácica
® Alterações de consciência, dificuldade de
Fisiologia concentração
® Ventilação alveolar Sinais:
® Difusão ® Taquipneia, bradipneia
® Relação ventilação-perfusão ® Tiragem intercostal, tiragem de fúrcula,
respiração abdominal
Tipos de IRpA ® Ausculta pulmonar anormal
® Tipo 1 – hipoxêmica ® Hipoxemia: cianose, agitação
® Tipo 2 – hipercápnica ® Hipercapnia: hiperemia conjuntival, torpor
® Combinação
Diagnóstico
Causas de IRpA hipoxêmica Gasometria arterial:
1. Redução da FiO2 ® PaO2 < 60 mmHg (em ar ambiente)
• Baixa pressão barométrica (altitude ® PaCO2 > 45 mmHg
elevada) ® Ou elevação > 10 mmHg com pH < 7,35
• Confinamento em ambiente hermético ® Saturação de oxigênio (SaO2) < 90%
2. Distúrbio ventilação/perfusão (V/Q)
• Edema pulmonar, pneumonia, SDRA, PaO2/FiO2
TEP, hemorragia alveolar, doenças Pacientes com oxigênio suplementar
intersticiais, asma e enfisema ® PaO2/FiO2 > 400: normal
3. Shunt direita-esquerda ® PaO2/FiO2 = 300-400: déficit de oxigenação
• Parte do sangue venoso misto ganha a ® PaO2/FiO2 < 300: insuficiência respiratória
circulação sem participar da troca ® PaO2/FiO2 < 200: insuficiência respiratória
• Atelectasias, shunt intracardíaco grave
4. Distúrbios de difusão – alteração da
membrana alvéolo-capilar Gradiente alvéolo-arterial O2
• Fibrose pulmonar, edema pulmonar DAO2 = PaO2 - PaO2
intersticial, dolagenoses, doenças PaO2 = (PB - PH2O) x FiO2 - PaCO2/R
infecciosas PB = 760; PH2O = 47; R = 0,8
5. Hipoventilação alveolar ® Permite avaliar se há bloqueio à passagem de
• Queda do volume-minuto ar entre o alvéolo e o sangue arterial – valor
• Asma, DPOC, narcose, intoxicação, normal: 10-20 mmHg
acidentes vasculares cerebrais. ® Hipoxemia com gradiente aumentado: defeito
de trocas alvéolo-capilares
Causas de IRpA hipercápnica – redução da ® Hipoxemia com gradiente normal:
ventilação alveolar hipoventilação alveolar
1. Rebaixamento do nível de consciência
afetando o drive respiratório: sedação, drogas Radiografia do tórax
do SNC, intoxicações, AVC. ® Consolidação
2. Doenças neuromusculares – MG, ® Opacidades alveolares
polirradiculoneurite ® Opacidades intersticiais
1
® Doença pleural 3.Otimizar a capacidade neuromuscular:
® Deformidade torácica: ® Tratamento das doenças neuromusculares
• Alterações discretas – asma, DPOC, TEP; ® Repouso temporário da musculatura fadigada
etiologia extrapulmonar. ® Nutrição adequada corrigindo desnutrição
® Equilíbrio hidro-eletrolítico: potássio,
Outros exames magnésio, cálcio e fósforo
® ECG e ECO ® Evitar drogas implicadas em miopatias
® Enzimas cardíacas ® Adequar a oferta de oxigênio para os músculos
® TC de tórax respiratórios – aumentando DC, melhorando a
® Hemograma, culturas anemia
® TC de crânio
® Eletroneuromiografia 4. Diminuir a carga respiratória:
® Diminui metabolismo: tratar febre,
Tratamento hipertireoidismo, agitação, dor
® Tratar a patologia ou fator desencadeante da ® Diminui produção de CO2: evitar dieta
IRpA (1) excessiva ou rica em carboidratos
® Ofertar oxigênio e/ou suporte ventilatório sob a ® Suporte ventilatório (VMI ou VMNI)
forma de ventilação invasiva ou não invasiva ® Diminuir a resistência de VA – broncodilatador
(2) e aspiração de VA
® Otimizar a capacidade neuromuscular (3)
® Diminuir a carga respiratória (4) VENTILAÇÃO MECÂNICA
2
VM não invasiva 4. Monitorizar: FR, FC, PA, SaO2, consciência
® Pode diminuir a necessidade de intubação e 5. Extubação
suas complicações 6. Em caso de fracasso, nova tentativa após 24h
® Redução da mortalidade em DPOC
descompensado e EAP Via aérea definitiva
® Contra-indicações: Definição: tubo colocado na traqueia com cuff e
• Alteração do nível de consciência balão insuflado.
• Agitação Situação em que é possível ventilar e proteger a
• Instabilidade hemodinâmica VA de aspiração.
• Trauma facial
INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
• Secreção ou vômitos
Considerações
Ciclo ventilatório
® Não deve exceder 30 segundos
® Fase inspiratória
® Permite controle das VA
® Mudança da fase inspiratória
® Protege contra aspiração
® Fase expiratória
® Possibilita elevadas concentrações de O2
® Mudança da fase expiratória
® Permite aspiração traqueal
Técnicas ventilatórias ® Possibilita administração de drogas via
® Controlada: sem a interferência do paciente endotraqueal
® Assistida: esforço respiratório do paciente • NELA – naloxone, epinefrina, lidocaína,
atropina
® Assisto-controlada
Desmame da ventilação
Transição da ventilação artificial para a
espontânea. Os critérios para desmame são:
® Melhora clínica;
® Troca gasosa adequada (PaO2 ≥ 60 mmHg;
FiO2 ≤ 0,4; PEEP 0,5 cm H2O);
® Estabilidade hemodinâmica.
Indicações para intubação traqueal
Passos para desmame da ventilação Proteção da VA:
1. Interromper a sedação ® Alterações do estado de consciência
2. Método assistido ® Comprometimento anatômico da VA
3. Redução gradual da pressão de suporte ® Diminuição dos reflexos
3
® Sedação em locais de difícil acesso (ex. TAC, ® Tamanho = (idade/4) + 4
RMN) ® Lâmina = tamanho/2
® Aspiração de secreções ® Homem: ~ 8-9; mulher: ~ 7-7,5
® Falência respiratória ® Lâmina reta ou curva
Hipoxemia:
® SARA, IRpA Técnica de sequência rápida
® EAP Técnica em que se reduz ao mínimo o tempo em
® Atelectasia que a VA fica desprotegida, assegurando
® Causas ventilatórias: condições adequadas para laringoscopia e IOT.
® Hipercapnia Deve ser possível em 60 seg. após a adm. de
® Hipoventilação medicações depressoras dos reflexos.
® Doença neuromuscular
® “Overdose” de droga
Causas circulatórias:
® PCR
® Choque
® Sepse
Outras causas:
® Hiperventilação por aumento da PIC
® Transporte do doente em risco de deterioração
Cormack e Lehane
4
® Solicitar RxT – checar posição do tubo (ideal 2
cm acima da carina)
® Solicitar gasometria arterial – após 30 min de
ventilação
® Reajustar parâmetros ventilatórios e reduzir
FiO2 – PO2 > 60 ou SatO2 > 90%
® Passar SNG (manter aberta, em drenagem) e
sonda vesical
® Checar pressão do cuff com manovacuômetro
– manter pressão em 20 cm H2O
Confirmação da IOT
® Ausência de ruídos epigástricos
® Sons respiratórios bilaterais
® Elevação simétrica do tórax
® Melhora da cianose
® CO2 expirado/capnografia
® Oximetria de pulso
Alternativas
® Máscara laríngea
® Combitube
® Ventilação a jato
® Cricotireoidostomia
® Traqueostomia
Máscara laríngea
® Alternativa para situação de máxima
Intubação difícil emergência: não intubo e não ventilo
Intubação traqueal difícil: a inserção de um tubo ® Fácil aprendizagem
endotraqueal com laringoscopia convencional ® Consegue inserir com uma abertura bucal de
requer mais de 3 tentativas ou mais de 10 min. 1,2 cm intermediária
Via aérea difícil: situação clínica em que um ® Os critérios de intubação difícil parecem não
médico com experiência tem dificuldade para ter correlação com dificuldades no uso da
ventilar com máscara e tem dificuldade para máscara laríngea
intubação traqueal.
5
Conceito ® Sudorese (27%)
É a entidade clínica e patológica caracterizada Sinais:
pela instalação de um coágulo sanguíneo na ® Taquipneia (80-90%, com FR > 20 em 70%)
circulação arterial pulmonar com prejuízo da ® Estertores (50%)
perfusão local. ® Taquicardia (40%)
® Febrícula (40%)
Incidência ® Ritmo de galope (34%) – B3, IC
É a 3ª doença cardiovascular mais comum, com ® Flebite (32%)
mortalidade de 12% no 1º mês pós TEP.
® Edema (24%)
® Cianose (19%) Paciente em UTI que piorou sem
Fonte de origem dos êmbolos
® Choque (8%) causa aparente: pensar em TEP.
® Membros inferiores*
® Vv. pélvicas e renais
Fatores de risco
® Membros superiores
® Idade > 65 anos
® Coração direito
® Viagem de longa distância*
® 10% causam infarto pulmonar
® Obesidade
® Na maioria dos casos, verificam-se múltiplos
® Tabagismo
êmbolos, com predominância de envolvimento
® SAAF
dos lobos inferiores.
® Imobilização
® Insuficiência arterial e insuf. venosa
Alterações pulmonares
® Trauma
® Hipoxemia – pode não estar presente
® Gravidez
® Aumento do espaço morto
® Câncer
® Aumento do trabalho ventilatório
® Doença clínica aguda
® Pneumoconstrição
® Doença inflamatória intestinal
® Hipertensão pulmonar
® Pós-operatório
® Redução do débito cardíaco
1
® Eixo elétrico desviado para direita com padrão ® Ecocardiograma: pode ser útil em disfunção
S1-Q3-T3 de VD e hipertensão pulmonar. Se normal em
® Bloqueio de ramo direito novo pacientes instáveis, exclui TEP.
® Cintilografia V-Q-pulmonar: faz
Diagnóstico mapeamento da microcirculação pulmonar
Deve-se estabelecer a probabilidade de o quadro pelo uso de macroagregados radioativos.
ser de TEP com o score de Wells (protocolo Pode ser útil em pacientes que não podem
screening de rastreamento). usar contraste na TC. Em baixa probabilidade
e cintilografia normal, descarta-se a
probabilidade de TEP. Se alta probabilidade e
cintilografia alta, confirma-se TEP.
® USG doppler de membro inferior: se
positivo, confirma TEP; se negativo,
prossegue-se a investigação.
® AngioTC de tórax: é exame de escolha, com
sensibilidade de 83% e especificidade de 90%.
® Angiografia pulmonar: é um exame invasivo
e pouco útil.
Estratificação
Wells
Baixa ou
Alta
intermediaria
probabilidade
probabilidade
AngioTC ou
AngioRNM,
D-Dímero USGdop. se
sinais de TVP
Se negativo e
Estratificação de risco de morte: ECG, ECO,
< 500 ug.dl ou > 500 ou > 10
não encontrar
outra causa
enzimas cardíacas, BNP (peptídeo natriurétrico
< idade x 10 >
50 anos
x idade > 50
anos
arteriografia atrial, que, se positivo, aumenta a sensibilidade
para alterações cardíacas), RxT, eletrólitos.
tratamento de TEP: 2 semanas.
Time para diagnóstico e
Paciente de alto risco: hipot. sustentada, > 15min, ou neces. de droga vasoativa sem outra causa.
Paciente de risco int.: s/ hipotensão, com disfunção de VD ou lesão miocárdica (enz.+). 2
Baixo risco: s/ hipotensão, lesão de VD ou miocárdica.
Estratégias de tratamento
1. Suporte hemodinâmico e ventilatório
2. Trombólise medicamentosa (até 2
semanas). Feita em alto risco.
Primeira linha – EV: estroptoquinase 250.000
UI em 30 min + 100.000 UI/h em 12-24h;
Uroquinase 4.400 UI em 10 min + 4.400 UI/h
em 12-24h;
RtPA 100 mg em 2h – pode ser usado junto à
heparina não fracionada.
3. Heparina não fracionada: 80 UI/kg bólus
(5.000 UI 1ml) com 18 UI/kg/h de manutenção
(solução 5 ml heparina 25.000 UI + SF 0,9%
245 ml em BIC 10 ml/h).
Monitorizar TAP e TTPa de 6/6h e observar
hemograma com contagem de plaquetas
diário.
4. Heparina não fracionada: é preciso fazer
ajuste de dose pelo TTPa RT, de modo que:
◦ < 1,2 – novo bolus 80 UI/kg e manutenção
sobe 4 UI/kg/h;
◦ 1-2-1,5 – bolus 40 UI/kg e sobe UI/kg/h;
◦ 1,5-2,3 – ótimo;
◦ 2,3-3 – diminui 2UI/kg/h de manutenção;
◦ 3 – interrompe infusão por 1h e reinicia
manutenção menos 3UI/kg/h.
5. Heparina de baixo peso molecular: é de
escolha em paciente com função renal normal
e sem alto risco de sangramento.
Enoxaparina 1mg/kg SC 12/12h ou 1,5mg/kg
1x/dia – Clexane
6. Fondaparinux 5mg, 7,5mg e 10mg SC 1x/dia
7. Filtro de veia cava: pode ter como
complicações 33% de chance de oclusão de
veia cava em 10 anos; só é usado quando há
indicação, como: CI absoluta à
anticoagulação; sangramento durante
anticoagulação em paciente na faixa
terapêutica; TEP apesar de anticoagulação
adequada.
Contra-indicações à trombólise
Absolutas: AVEh; AVEi há 6 meses; neoplasia de
SNC; trauma, cirurgia ou TCE nas últimas 3
semanas; sangramento digestivo no último mês;
sangramento ativo.
Relativas: AIT nos últimos 6 meses; anti-
coagulação oral; gravidez ou puerpério; punções
não compressíveis; reanimação traumática; HAS
refratária; cirrose avançada; endocardite; úlcera
gástrica.
3
Definição Ciclagem: início da expiração; é a mudança da
É a substituição total ou parcial da ventilação fase inspiratória para a expiratória. Pode ser por:
espontânea para o tratamento da insuficiência ® Tempo
respiratória aguda (IRpA) ou crônica agudizada. ® Pressão
Ventilação mecânica é o suporte oferecido ao ® Volume
paciente por meio de um aparelho, o ventilador, ® Fluxo (25%)
auxiliando-o em sua ventilação e em suas trocas
gasosas. Esse suporte pode ser oferecido em
diferentes níveis, com nenhuma ou com grande
participação do paciente, conforme sua condição
Tipos de ciclagem na VM
clínica – isto é, assiste ou substitui a respiração
Ciclos controlados: disparados, controlados e
espontânea, diminuindo ou substituindo o trabalho
ciclados pelo ventilador.
respiratório dos pacientes.
Ciclos assistidos: disparados pelo paciente,
controlados e ciclados pelo ventilador ou pelo
Indicações da VMI
paciente.
® Apneia
® Corrigir hipoxemia e/ou acidose respiratória
Parâmetros ventilatórios
aguda
® Pressão inspiratória (Pins)
® Aliviar desconforto respiratório (relativo – VNI)
® Pressão positiva expiratória final (PEEP)
® Promover descanso dos mm. respiratórios em
® Pressão de pico (Ppico)
presença de fadiga
® Pressão platô (Ppl) – medido
® Supressão respiratória intencional – cirurgia
® Pressão de suporte (PS)
® Reduzir consumo de O2 sistêmico ou de
® Volume corrente (VC ou VT)
miocárdio
® Frequência respiratória (FR)
® Permitir adequada expansão e ventilação
pulmonar em pacientes com instabilidade da ® Volume minuto (VE) – medido
parede torácica ® Fluxo (V)
® Tempo inspiratório (Tins)
Intubação endotraqueal ® Relação I:E
Indicação de IOT: ® Fração inspirada de O2 (FiO2)
® PaO2 < 55 mmHg (SpO2 < 90%) ® Sensibilidade (para modos assistidos)
® PaCO2 > 50 mmHg (exceto crônicos), com
acidose respiratória (pH < 7,30) PEEP
® Sinais de grande trabalho respiratório ou Manutenção de pressão positiva nas vias aéreas
fadiga muscular respiratória durante a expiração.
® Instabilidade de outros sistemas – Efeitos fisiológicos:
cardiovascular ® Aumento de CRF
® Rebaixamento do nível de consciência ® Aumento de PaO2
A experiência clínica é a principal ferramenta ® Aumento do transporte de O2
para decisão quanto à intubação. ® Aumento da complacência
® Redução da resistência de VA
® Efeitos protetor (volutrauma)
Efeitos adversos:
® Redução do retorno venoso
® Redução do DC
® Aumento da resistência vascular pulmonar
Fases dos ciclos respiratórios durante VMI ® Aumento da PIC
Disparo: início da inspiração; é a mudança da
® Barotrauma
fase expiratória para a inspiratória. Pode ser por:
® Tempo Modos ventilatórios
® Pressão (1-2cm H2O) É o conjunto de ajustes de um ventilador que faz
® Fluxo (2-3 l/min) com que obedeça a regras específicas. Os dois
1
modos principais de trabalho são volume- Desmame
controlado e pressão-controlada. É o processo de transição da ventilação artificial
® Ventilação controlada: para a espontânea nos pacientes que
• Volume controlado (VCV) permanecem em VMI > 24h.
• Pressão controlada (PCV) Sucesso: manutenção da ventilação espontânea
® Ventilação assistida ou assistida-controlada: durante pelo menos 48h após a interrupção da
• A/C – VCV ventilação artificial.
• A/C – PCV Recomendações: interrupção diária da sedação
® Ventilação mandatória intermitente (“despertar diário”); teste de respiração
sincronizada (SIMV) – o ventilador permite o espontânea (TER); VNI.
disparo de ciclos mandatórios em sincronia Extubação.
com a pressão negativa ou o fluxo negativo
realizados pelo paciente.
® Ventilação com pressão de suporte (PS) –
disparo e ciclagem pelo paciente, de modo que
o ventilador assiste à ventilação através da
manutenção de uma pressão positiva pré-
definida durante a inspiração até que o fluxo
inspiratório do paciente reduza-se a um nível
crítico.
SIMV + PS
É um modo híbrido. Permite ciclos controlados,
assistidos e espontâneos.
PSV + PEEP
A PSV assegura um nível de pressão inspiratória
pré-programada constante durante a inspiração. A
frequência e o tempo da inspiração são
determinados pelo paciente.