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Relatório

Antibiograma; coprocultura

Estagiário: Stela Manson Grassmann


Data: 24/11/2021
Biomedicina
Antibiograma é um teste utilizado para verificar a sensibilidade de uma bactéria frente a
diversos antimicrobianos. Este teste tem como finalidade orientar o médico na terapêutica de
modo que ela seja segura e eficaz. Para se fazer um antibiograma é necessário que o agente
da infecção esteja isolado. A cultura precede o antibiograma. A maioria dos microrganismos
apresenta uma variação muito grande quanto à sensibilidade, mostrando muitas vezes
resistência múltipla a diversos antimicrobianos. Não é indicado antibiograma quando o
microrganismo isolado faça parte da microbiota normal do local onde o material clínico foi
colhido, ou quando o microrganismo for considerado um contaminante. Existem várias
técnicas para se fazer um antibiograma, onde a mais utilizada pela sua praticidade é o de
difusão com disco:

 Difusão com discos: é a técnica mais utilizada - (Método de Kirby e Bauer). Este método
baseia-se na inibição do crescimento de um microrganismo semeado na superfície de um
meio de cultura, onde se colocou discos de papel de filtro impregnado com um
antimicrobiano de concentração padronizada A leitura é feita 18 a 24 horas após a incubação
e se baseia na presença ou não de um halo de inibição ao redor do disco. Os halos de inibição
são medidos em mm e a medição feita no fundo da placa. Os resultados são comparados com
os de uma tabela, onde estão relacionados os tamanhos dos halos que significam
sensibilidade ou resistência às drogas. Existem vários fatores que podem interferir no
resultado do antibiograma levando com frequência a resultados falsos, entre estes podemos
citar:

-Preparação imprópria do meio de cultura: o meio indicado para realização do antibiograma é


O Agar Mueller Hinton, para bactérias exigentes que não cresce satisfatoriamente neste meio
utilizamos o Agar Sangue. As placas devem ser colocadas na geladeira (2-8°C), e antes do uso
colocá-las em estufa a 37° para eliminar o excesso de umidade.

• Discos fora de validade ou impropriamente estocados - os discos devem ser mantidos na


geladeira (2-8°C) e retirados um pouco antes do uso para que a temperatura seja equilibrada
com a do ambiente.

• Inóculo não padronizado - turvação da cultura deve ser ajustada a aproximadamente


1,5x108 bac/mL com o auxílio da escala 0,5 de Mc Farland.

• Leitura prematura das placas antes de 16 - 18


• Medição errada dos diâmetros da zona de inibição.

MATERIAL

• Cultura do microrganismo em ágar

• Placa de Mueller Hinton • Caldo Mueller Hinton

• Swab

• Discos para antibiograma

• Pinça

TÉCNICA

1- Fazer uma suspensão da bactéria isolada com o caldo Mueller Hinton, obedecendo a
diluição com a escala 0,5 de Mc Farland.
2- Umedecer o swab com a suspensão de microrganismo e semear espalhando na
superfície da placa de Agar Mueller Hinton.
3- Colocar os discos de antibióticos com a pinça pressionando-os levemente para que
fiquem bem aderidos ao meio.
4- Incubar as placas na estufa à 36o C, por 18 a 24 hs
5- Observar o resultado e anotar 6- Comparar os resultados com a tabela padrão e
classificá-los como resistentes, intermediários ou sensíveis.

 COPROCULTURA

Utilizado para pesquisa de bactérias causadoras de alterações no trato intestinal.

Principais causas de infecções gastrointestinais

Evacuação acompanhada de tenesmo, sangue e muco

Disenteria bacilar: Shigella spp., E. coli (EIEC)

- Campylobacter jejuni

- Disenteria amebiana: Entamoeba histolytica

- Outros protozoários: Balantidium coli, Giardia lamblia

- Parasitas: Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis, Trichinella spiralis, Cyclospora


spp., Microsporidium spp.

- Vibrio cholerae e Vibrio parahaemolyticus

- Febre tifóide: Salmonella typhi e outras Salmoneloses

- Yersiniose

- Yersinia enterocolítica

- Proctite gonorreica, sifilítica, por Chlamydia e herpética

Diarreia

- Intoxicação alimentar por Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Clostridium perfringens,


Clostridium botulinum

- E. coli enterotoxigenica (ETEC)

- E. coli enterohemorrágica (EHEC)

- E. coli enteropatogênica (EPEC)

- E. coli entero-agregativa (EaggEC)

- E. coli difusamente aderente (DAEC)

- Enterocolite necrotizante do recém-nascido, enterocolite pseudomembranosa (Clostridium


difficile), diverticulite, tiflite ou enterocolite do neutropênico/ imunossuprimido

- Helicobacter pylori

- Rotavirus

- Norwalk vírus

Amostras

• As amostras deverão ser coletadas em frasco apropriado, podendo ser refrigeradas de 2 a 8


ºC até 24 horas. – Amostra diarreica coletada preferencialmente de 5 a 7 dias do início dos
episódios

• Fezes sem conservantes devem ser processadas no prazo máximo de 1 hora após a coleta.
• Fezes com conservantes podem ser refrigeradas de 2 a 8°C por 24 a 48 horas

• Entre as amostras não aceitáveis estão as fezes enviadas em fraldas, colhidas com urina ou
coletadas a mais de três dias.

• Quando possível selecionar porções de fezes contendo muco, sangue ou pus.

Diagnóstico

• Para pedidos que não apresentam informações específicas recomenda-se a pesquisa dos
seguintes agentes:

– Salmonella, Shigella, Aeromonas, Plesiomonas, Yersinia: podem ser isolados em Mac


Conkey e Salmonella-Shigella. Recomenda-se também incluir a cultura para Campylobacter,
que exige meio específico. No caso de fezes com sangue, pesquisar EHEC.

– Em coprocultura de crianças até 1 ano, além das bactérias acima, inclui-se a pesquisa de
EPEC, EIEC e EHEC

Meios de Cultura

• A rotina para coprocultura compreende:

– Meios de transporte

• Salina glicerinada e tamponada: Salmonella e Shigella.

• Cary Blair: todos os patógenos bacterianos intestinais, exceto Shigella

– Caldos de enriquecimento

– Meios diferenciais

– Meios seletivos

– Meio para isolamento de Campylobacter spp.

Caldo de enriquecimento

• Utilizado para diminuição/inibição de microrganismo habitual da flora intestinal para


favorecimento de patógenos entéricos
– Selenito

– Tetrationato

– Campy-tioglicolato

• apenas para pesquisa de portadores de C. jejuni

– Caldo GN (gram negativo)

• Importantes para isolamento e enriquecimento de Shigella spp e Salmonella spp.

Meios de Cultura

• Meios diferenciais, mas não seletivos entre as enterobactérias

– MacConkey – EMB

• Meios seletivos

– SS: Salmonella e Shigella

– HE: Salmonella e Shigella

– XLD: recomendado para Salmonella e Shigella, mesmo as mais exigentes.

• Altamente seletivos

– VB: Salmonella sp, mas não é indicado para Salmonella typhi e S. paratyphi.

• Isolamento de Campylobacter spp

– AS Campy

– Meio de Karmali

Técnica de semeadura

– Fezes líquidas ou material colhido em swab:

• Semear diretamente nas placas

– Fezes sólidas:

• Preparar solução 10% salina tamponada glicerinada ( transporte)


• Pesquisa de Salmonella spp. Shigella spp. E.coli (EPEC, EIEC).

– Semear uma alçada de fezes no Mac Conkey e S.S

– Semear 3 ou 4 alçadas no caldo selenito

– Incubar as placas a 35ºC +/- 1 grau por 18 a 24 horas e o selenito por 12 a 18 horas.

– Após as 18 horas de incubação e não havendo crescimento no Agar S.S, semear uma
amostra da superfície do caldo selenito em outra placa de S.S e incubar de 18 a 24 horas.

 REFERÊNCIAS:

http://www.profbio.com.br/aulas/ac2_07.pdf

http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/pdf/roteiro_AP_BIOLOGIA_DE_MICROOR
GANISMOS.pdf

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