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Sumário

Cirurgia 4

Clínica Médica 18

Ginecologia e Obstetrícia 60

Pediatria 90

Preventiva 146

2
Cirurgia
Cirurgia

Classificação de Hinchey para diverticulite e conduta de cada grau

Abscesso pericólico - antibioticoterapia


Hinchey I
(ceftriaxona/ciprofloxacina + metronidazol).

Abscesso pélvico - drenagem percutânea + antibioticoterapia


Hinchey II
(ceftriaxona/ ciprofloxacina + metronidazol).

Peritonite purulenta generalizada - lavagem laparoscópica


Hinchey III
ou laparotomia de urgência (cirurgia à Hartmann).

Peritonite fecal generalizada - laparotomia de urgência


Hinchey IV
(cirurgia à Hartmann).

 Bate e pronto da dor abdominal

1. Dor periumbilical que migra para a fossa ilíaca direita?

👉
2. Dor abdominal que se localiza na fossa ilíaca esquerda?

👉
3. Dor abdominal em faixa em epigástrio irradiada para dorso?

👉
4. Dor abdominal com abdome em tábua?

👉
5. Dor em hipocôndrio direito com Murphy positivo?

👉
6. Dor abdominal desproporcional ao exame físico com história de arritmia?

👉
7. Dor abdominal com distensão e hiperperistalse?

👉
1. Apendicite; 2. Diverticulite; 3. Pancreatite; 4. Abdome agudo perfurativo; 5. Colecistite; 6. Isquemia mesentérica; 7. Obstrução intestinal.


Cirurgia

Classificação das úlceras gástricas e complicações

Tipo I hipo ou normocloridria

Tipo II e III Hipercloridria

Tipo IV Hipocloridria

Tipo V Induzida por AINES

Perfuração (parede anterior) e sangramento


Complicações
(parede posterior - artéria gastroduodenal)

Úlcera duodenal Úlcera gástrica

Sempre biopsiar e repetir EDA após TTO


Características Mais comum
(chance de CA gástrico)

Relação com alimentos Melhora a epigastralgia Piora a epigastralgia

[HCl] Hipercloridria I* e IV: hipocloridria; II e III: hipercloridria

Bulbo duodenal
Localização habitual Perfuração: anterior Pequena curvatura (Tipo I)
Sangramento: posterior

*I pode ser hipo, normocloridria

Sinais semiológicos na dor abdominal

Condição a 
Nome do sinal Definição
que é associado

Descompressão dolorosa após a palpação


Blumberg Apendicite aguda
do ponto de McBurney (na fossa ilíaca direita)

Dor sentida em fossa ilíaca direita durante


Rovsing Apendicite aguda
a palpação profunda de fossa ilíaca esquerda

Parada súbita da respiração no momento


Murphy Colecistite aguda da inspiração, por dor à palpação do
hipocôndrio direito (ponto cístico)

Cullen Pancreatite aguda Presença de equimose em região periumbilical

Grey-Turner Pancreatite aguda Presença de equimose em região de flancos

Courvoisier-Terrier Tumor periampular Vesícula biliar palpável e indolor em paciente ictérico


Cirurgia

Apendicite aguda
• Outros sinais sugestivos: sinal do obturador, sinal do psoas, sinal de Dunphy.
Pancreatite aguda

Dica Aristo
Cullen:
Um nome, única equimose ao redor do umbigo;
Grey-Turner:
Dois nomes, equimose em dois flancos.

Acalasia: diagnóstico e tratamento


Exame diagnóstico: esofagomanometria com deficit do relaxamento do esfíncter esofagiano
inferior e peristaltismo no esôfago distal.
Principal tratamento cirúrgico: miotomia de Heller modificada em casos grau III - em graus
IV, optar por esofagectomia.

Aspecto em "bico de pássaro"


Cirurgia

Classificação de Forrest para úlceras e sua finalidade

Classificação Risco

Ia - Sangramento ativo e pulsátil/em jato Alto


Forrest I
Ib - Sangramento ativo, porém não pulsátil babando Alto

IIa - Vaso visível não sangrante Alto

Forrest II IIb - Coágulo aderido Moderado

IIc - Hematina Baixo

Forrest III III - Úlcera clara Baixo

A classificação é utilizada para prever o risco de ressangramento

Forrest I (todos), IIa e IIb.


Alto/moderado risco:
Nesses casos, deve-se realizar...
👉
Alto/moderado risco: Forrest I (todos), IIa e IIb. Nesses casos, deve-se realizar terapia endoscópica.

Prevenção de sangramento em paciente com varizes de esôfago


Profilaxia primária: betabloqueador ou ligadura elástica - betabloqueador é o mais utilizado
(ex.: propranolol).
Profilaxia secundária: betabloqueador + ligadura elástica.


Cirurgia

 Bate e pronto das hérnias

1. Hérnia de Amyand: o que contém?

👉
2. Hérnia de Littré: o que contém?

👉
3. Hérnia de Richter: o que contém?

👉
4. Hérnia de Spiegel: por onde se insinua?

👉
5. Hérnia de Bochdalek: onde está o defeito?

👉
6. Principal técnica cirúrgica para hérnias com uso de tela:

👉
1. Apêndice; 2. Divertículo de Meckel; 3. Borda antimesentérica da alça; 4. Linha semilunar ou pararretal externa; 5. Diafragmática posterior;
6. Lichtenstein;

Classificação de Nyhus
Tipo I:
Anel inguinal interno normal (ex.: hérnias pediátricas).
Hérnia inguinal indireta
Anel inguinal interno alargado, porém, com parede posterior
Tipo II: Indireta
intacta e vasos epigástricos inferiores não deslocados.

a) Direta.
b) Indireta: anel inguinal interno dilatado com invasão dos
Tipo III:
limites mediais ou com destruição da fáscia transversalis
Defeito em parede posterior
do triângulo de Hasselbach.
c) Crural: lembrar de C de coxa. Crural = femoral.

Tipo IV: Hérnias recidivadas a) Direta b) Indireta c) Crural d) Mista


Cirurgia

Hérnia inguinal direta: hérnia DIRETA é MEDIAL aos vasos epigástricos inferiores
(atravessa diretamente a fáscia transversalis).
Hérnia inguinal indireta: hérnia INDIRETA é LATERAL aos vasos epigástricos inferiores
(atravessa indiretamente a fáscia transversalis - pelo canal inguinal).

Hemorroida x Fissura anal


Fissura: dor (local mais comum: linha média posterior).
Hemorroida: sangramento indolor.
• Se tiver dor: trombose.

Hemorroidas internas: classificação e tratamento


• Todas: mudanças dietéticas (mais água e mais fibras).

• Grau I: sem prolapso - ligadura elástica.

• Grau II: prolapsa e retorna espontaneamente - ligadura elástica.

• G
rau III: prolapsa e retorna após a redução manual - ligadura elástica ou hemorroidectomia
(mais eficaz).

• Grau IV: prolapsada (não retorna) - hemorroidectomia.

Obstrução intestinal alta x baixa

Clínica

Alta Vômitos precedem a dor

Baixa Dor antecede o vômito

Radiografia

Alta Distensão central e empilhamento de moedas

Baixa Distensão periférica e presença de haustrações

Principal causa

Alta Brida (aderências por cirurgias abdominais ou pélvicas)

Baixa Neoplasia de colón

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Cirurgia

As principais tríades (e pêntade)

Tríade de Charcot Dor no quadrante superior direito, icterícia e febre = colangite

Pêntade de Reynolds Tríade de Charcot + hipotensão + confusão mental

Tríade da isquemia Dor abdominal pós-prandial, perda de peso e alteração do hábito


mesentérica crônica intestinal (diarreia).

Tríade da isquemia Dor abdominal desproporcional aos achados clínicos abdominais,


mesentérica aguda fezes sanguinolentas e fonte embólica óbvia (fibrilação atrial)

Tríade da intussuscepção Fezes em geleia de morango, massa abdominal palpável e


intestinal dor abdominal

Tríade da acalasia
Emagrecimento, disfagia e regurgitação
de esôfago

Tríade letal Hipotermia, acidose e coagulopatia = trauma gravíssimo

Hipotensão, hipofonese de bulhas e turgência jugular


Tríade de Beck
= tamponamento cardíaco.

Tríade de Horner Ptose ipsilateral, miose e anidrose = tumor de Pancoast

Dor em quadrante superior direito, icterícia e


Tríade de Quincke
hemorragia digestiva alta = hemobilia

Câncer de estômago: classificação de Borrmann, de Lauren e principais


características de cada subtipo dentro dessa classificação

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Cirurgia

Classificação de Lauren: subtipo difuso x intestinal


• D
ifuso: acomete mais mulheres jovens, correlacionado ao tipo sanguíneo A, ulcerativo
ou difusamente infiltrativo, pouco diferenciado.

• Intestinal: correlacionado com infecção pelo H. pylori, gastrite atrófica/anemia perniciosa,


mais comum em homens > 50 anos, menos agressivo, exofítico ou polipoide, bem
diferenciado.
Principal cirurgia
• Lesão proximal: gastrectomia total + linfadenectomia D2.
• Lesão distal: gastrectomia subtotal + linfadenectomia D2.

Câncer colorretal
Pólipo com principal risco de transformação maligna: viloso (vilão).
Rastreamento: pacientes assintomáticos não alto risco dos 50 - 75 anos.
• Sangue oculto nas fezes: anual.

• Colonoscopia: 10/10 anos.

Retossigmoidoscopia: 5 anos

Topografia conforme sintomas


• Cólon direito: sangramento oculto - anemia ferropriva.

• Cólon esquerdo: alterações do hábito intestinal + fezes de menor calibre.

• Retal: tenesmo + hematoquezia.

Estadiamento: TC de tórax e abdome e pelve + USG endorretal ou RNM de pelve (CA de reto)
+ CEA (prognóstico e seguimento).

Tumor de reto baixo: tratamento


Lesão a mais de 5cm acima da margem anal: ressecção anterior baixa (RAB) com
anastomose colorretal

Lesão a menos de 5cm acima da margem anal: quimio e radioterapia neoadjuvantes


para evitar a cirurgia com colostomia definitiva (cirurgia de Miles ou ressecção
abdominoperineal).

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Cirurgia

Nódulo de tireoide

Anamnese, exame físico e TSH

TSH reduzido TSH normal/ elevado

Cintilografia USG

Nódulo Nódulo Nódulos


“quente” “frio” <1cm Nódulo
e sem suspeito
suspeita de ou ≥ 1 cm
malignidade

Tratar USG Seguimento PAAF

Fluxograma de conduta diante de um nódulo de tireoide

Sinais de malignidade na USG de tireoide


• HIPOecoico.
• Microcalcificações.
• Hipervascularização central.
• Altura > largura (A vem antes do L no alfabeto!).
• Halo irregular/ ausente.

Lembre-se que, em carcinoma FOLICULAR, o PAAF não consegue fechar o diagnóstico!

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Cirurgia

Links mentais no trauma de tórax


Instabilidade hemodinâmica, desvio da traqueia, turgência jugular, hipertimpanismo,
murmúrios vesiculares diminuídos ou abolidos: pneumotórax hipertensivo (choque
obstrutivo).

Conduta inicial no pneumotórax hipertensivo → toracocentese de alívio no 5.º EIC (adultos)


entre linha axilar anterior e linha axilar média.

Primeira conduta no pneumotórax aberto: curativo de 3 pontas.

Tórax instável → fratura de pelo menos 2 costelas consecutivas em 2 segmentos em cada.

Trauma de tórax com respiração paradoxal → tórax instável.

Exame físico - hemotórax: percussão maciça; pneumotórax: hipertimpanismo.

Tratamento do hemotórax: toracostomia no 5.º EIC (adultos) entre linha axilar anterior e
linha axilar média.

Conduta na contusão pulmonar: fisioterapia respiratória, analgesia e suplementação de O₂.

Hemotórax

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Cirurgia

Indicações de laparotomia no trauma abdominal penetrante


Evisceração, peritonite e instabilidade hemodinâmica (choque).
Exploração digital: trauma abdominal anterior por arma branca sem indicação imediata
de laparotomia.

Links mentais no trauma urológico


Bexiga: diagnóstico da lesão com uretrocistografia retrógrada
Laceração intraperitoneal:
imagem de “orelhas de Mickey”.

• Tratamento: cistorrafia.

Laceração extraperitoneal:
imagem em “chama de vela”.

• Tratamento: cateter vesical por 2 semanas.

Uretra
• Posterior: principal causa é a fratura pélvica.
• Anterior: queda a cavaleiro (lesão da uretra bulbar) / fratura peniana.

Lembre-se de não realizar sondagem vesical antes de descartar lesão uretral.

Testículo
• Torção: dor súbita + sinal de Prehn negativo = USG testículo.
– Tratamento: cirurgia
• Diagnóstico diferencial: epididimite.

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Cirurgia

 Bate e pronto do perioperatório

1. Medicações no pré-operatório

Suspendo: 👉

Mantenho: 👉

2. Jejum

Líquidos claros ou 
sem resíduos:
👉

Leite materno: 👉
Antibioticoprofilaxia: 👉
1. Medicações no pré-operatório Suspendo: AAA - Antidiabéticos orais, Antiagregantes plaquetários e Anticoagulantes; Mantenho: AB²CD
- Anti-hipertensivos, Betabloqueadores, Broncodilatadores, Corticoides e Distúrbio psiquiátrico (medicações psiquiátricas).
2. Jejum Líquidos claros ou sem resíduos: até 2 horas antes; Leite materno: 4 horas antes; Antibioticoprofilaxia: cefazolina administrada
60 minutos antes da incisão da pele.

Classificação das cirurgias quanto ao potencial de infecção

Classe da cirurgia Exemplos

Ferida operatória não infectada, na qual não se encontra processo


Classe I inflamatório, e os tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário não
(limpa) infectados não são invasivos. São fechados primariamente, e só devem ser
usados drenos quando se fizerem necessários
Classe II
Ferida operatória com invasão dos tratos respiratório, digestivo, genital ou
(limpa/
urinário, em condições controladas e livres de contaminação não habitual
contaminada)
Feridas acidentais recentes, operações com quebra maior da técnica estéril,
Classe III contaminação grosseira do trato gastrointestinal e operações em que
(contaminada) são encontrados processos inflamatórios não purulentos agudos, feridas
traumáticas abertas entre 12 e 24h

Ferida traumática com tecido desvitalizado; e operações que envolvem


infecções clínicas existentes ou perfuração de vísceras onde é encontrada
Classe IV secreção purulenta. Feridas traumáticas com tratamento retardado por
(suja/infectada) mais de 24h. Essa definição sugere que os microorganismos causadores
de infecção pós-operatória estavam presentes no campo operatório antes
da cirurgia em um espaço de tempo maior

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Cirurgia

Superfície corpórea queimada

Regra dos 9

Correspondência da área anatômica com a porcentagem de superfície corporal do cálculo


da SCQ em adultos (esquerda) e crianças (direita).

Os cálculos abaixo são os mais utilizados para o cálculo da reposição em 24h:


Adulto: 2 ml X SCQ X peso.

Pediátrico: 3 ml X SCQ X peso.

Queimadura elétrica: 4 ml x SCQ x peso (pensar em rabdomiólise).


• Algo a mais:
– Fórmula de Curreri: 24 kcal x peso corporal em kg + 40 kcal x superfície corporal
queimada (estima as necessidades calóricas do paciente queimado por dia).

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Clínica Médica
Clínica Médica

Diabetes
Diagnóstico

Indicações de rastreio para DM2

IMC ≥ 25 + um fator de risco para DM

IMC ≥ 23 + um fator de risco (asiáticos)

Todos ≥ 45 anos

Todos que fazem uso prolongado de glicocorticoides ou antipsicóticos atípicos

Critérios diagnósticos para pré-diabetes

Diagnóstico Apenas um exame positivo já é suficiente

Hemoglobina glicada ≥ 5,7% a 6,4% (intolerância a glicose)


Exames
Glicemia de jejum alterada: ≥ 100 – 126 mg/dl
laboratoriais
Intolerância à glicose: TOTG ≥ 140 – 199 mg/dl

Critérios diagnósticos para diabetes mellitus

Sintomas Presentes Ausentes

Após um exame positivo deve-se


Apenas um exame
Diagnóstico repetir a coleta para confirmação
positivo já é suficiente
(preferencialmente o mesmo exame)

Hemoglobina glicada ≥ 6,5%

Exames Glicemia aleatória Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL


laboratoriais ≥ 200 mg/dL
TOTG ≥ 200 mg/dL após duas horas
com sobrecarga de 75 g de glicose

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Clínica Médica

 Bate e pronto do tratamento - hipoglicemiantes

1. Quais hipoglicemiantes promovem ganho de peso e hipoglicemia?

👉
2. Quais hipoglicemiantes promovem perda de peso e redução do risco cardiovascular?

👉
3. Quais hipoglicemiantes reduzem a mortalidade em pacientes com doença cardiovascular?

👉
4. Quais hipoglicemiantes provocam a maior redução de percentual de Hb1Ac?

👉
5. Quando iniciar insulina direto?

👉
1. Sulfonilureias, glinidas e pioglitazona; 2. Metformina, agonistas do GLP-1 e inibidores de SGLT-2; 3. Agonistas do GLP-1 e inibidores
de SGLT-2; 4. Metformina e sulfonilureia; 5. Hiperglicemia franca, gestante, cirurgia, disfunção hepática/renal grave.

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Clínica Médica

Hipoglicemiantes orais: seus mecanismos de ação, vantagens, desvantagens e contraindicações

Mecanismo 
Classe da droga Vantagens Desvantagens Contraindicações
de ação

Sintomas
↓ produção ↓ do peso Gravidez, acidose
gastrointestinais
hepática e de eventos grave, estresse agudo,
(náuseas, vômitos,
de glicose cardiovasculares, insuficiência renal,
Biguanidas diarreia, gosto
maior redução da (taxa de filtração
(Metformina) metálico, anorexia)
↑ do efeito HbA1c, prevenção glomerular TFG < 30),
deficiência de
periférico da DM2 e melhora hepática e cardíaca,
vitamina B12 e risco
da insulina do perfil lipídico hospitalização
de acidose lática

Maior redução da
Sulfonilureias
↑ secreção HbA1c e redução do Hipoglicemia Gravidez, insuficiência
(Glibenclamida,
de insulina risco de complicações e ganho de peso renal e hepática
Gliclazida)
microvasculares

Maior redução
da glicemia
Inibidores de Retardo na Redução discreta da
pós-prandial, Gravidez e doença
alfa-glicosidase absorção dos HbA1c, meteorismo,
melhora do perfil lipídico inflamatória intestinal
(Acarbose) carboidratos flatulência e diarreia
e redução dos eventos
cardiovasculares

Retenção hídrica,
anemia, ganho
IC classes III e IV,
Aumento ponderal, demora de
Redução relativamente gravidez
Glitazonas do efeito até 12 semanas para
maior da HbA1c, melhora (atenção às mulheres
(Tiazolidinedionas) periférico início do seu pleno
do perfil lipídico na pré-menopausa) e
da insulina efeito terapêutico,
insuficiência hepática
insuficiência cardíaca
(IC) e fraturas

Glinidas
Aumento Bom control Hipoglicemia
“equivalente
da secreção e da glicemia e discreto Gravidez
oral das insulinas
de insulina pós-prandial ganho ponderal
de ação rápida”

Angioedema
Gliptinas Elevação dos Efeito neutro Hipersensibilidade
e urticária,
(Inibidores níveis séricos no peso corporal aos componentes
possibilidade de
da DPP-4) do GLP-1 e rara hipoglicemia do medicamento
pancreatite aguda

↓ do peso e da
pressão arterial (PA)
Estimulam Náuseas, vômitos, Hipersensibilidade
Agonistas do GLP-1 sistólica, ↓ de eventos
os receptores diarreias, pancreatite aos componentes
(Liraglutida) cardiovasculares (CV) e
do GLP-1 aguda, injetável do medicamento
mortalidade em pacientes
com doenças CV

Inibem
↓ de eventos
a reabsorção
Inibidores cardiovasculares (CV) Infecção do trato Disfunção renal
tubular renal
do SGLT-2 e mortalidade em urinário e candidíase moderada à grave
da glicose
(Dapaglifozina) pacientes com doenças vulvovaginal (TFG < 60 ml/min)
filtrada no
CV, ↓ do peso e da PA
glomérulo

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Clínica Médica

Tratamento - insulinoterapia
As questões cobram que você saiba a velocidade de ação das diferentes insulinas. Como
os nomes são muito parecidos, lembre-se que as ultrarrápidas levam o nome de uma
mulher (ou todas as insulinas com a letra “S" no nome) e as de ação longa levam o
nome de um homem francês.

Tratamento - insulinoterapia

Ultra rápidas

LisA Lisina

Lispro + Aspart + Glulisina

Longas

Deglu Degla

Degludeca + Determir + Glargina

NPH Regular

Aspecto leitoso Aspecto transparente

Ação intermediária Ação rápida

Início de ação em 2 horas Início de ação em 30 minutos

Pico em 4 - 10 horas Pico em 2 - 3 horas

Dica Aristo
O abdome é o local de absorção mais rápida, e a
coxa/nádega são os locais de absorção mais lenta,
sendo preferível esses locais de aplicação se há maior
risco de hipoglicemia noturna. Deve-se evitar a forma
IM por absorção errática.

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Clínica Médica

Complicações da diabetes

Rastreio de complicações crônicas na DM

Quando iniciar? Após 5 anos de diagnóstico na DM 1 e ao diagnóstico na DM2

Frequência? Anual

👉 Retinopatia:
Quais exames
realizar? 👉 Nefropatia:

👉 Neuropatia:

Retinopatia: fundo de olho; Nefropatia: albuminúria e TFG; Neuropatia: teste do monofilamento e índice tornozelo-braço (ITB).

 Bate e pronto da cetoacidose diabética

1. Quais os três achados clínico-laboratoriais que definem a cetoacidose diabética?

👉
2. Conduta inicial e mais importante no manejo da cetoacidose diabética:

👉
3. Contraindicação importante ao início da insulinoterapia na cetoacidose diabética:

👉
4. Quando mudar a insulinoterapia em bomba para via subcutânea?

👉
1. Hiperglicemia (> 250 mg/dl). Cetonemia. Acidose metabólica (pH < 7,3 e bic < 15 meq/L); 2. Reposição volêmica vigorosa
com solução fisiológica; 3. Níveis séricos de potássio < 3,3 mEq/L; 4. Quando a glicemia atingir 200 mg/dl, deve-se reduzir
a infusão pela metade (de 0,1 /kg/h para 0,05 /kg/h). Quando a glicemia for < 200 mg/dL e houver resolução da acidose
(pH > 7,3 e bic > 18 meq/L), deve-se passar totalmente para a via SC.

23


Clínica Médica

HAS

 Bate e pronto da hipertensão arterial sistêmica


1. Quais os medicamentos de primeira linha para tratamento da hipertensão 
arterial sistêmica?

👉
2. Dentre os efeitos colaterais dos tiazídicos, quais os 4 hipo que ele pode causar?

👉
3. Dentre os efeitos colaterais dos tiazídicos, quais os 3 hiper que ele pode causar?

👉
4. Quais são as principais contraindicações para uso de IECA e BRA?

👉
5. Quais efeitos colaterais são causados pelos IECA, mas não pelos BRA?

👉
6. Qual é o efeito colateral mais comum com uso de bloqueadores de canal de cálcio?

👉
1. Diuréticos tiazídicos. IECA. BRA. Bloqueadores de canais de cálcio; 2. Hipovolemia, hiponatremia, hipocalemia, hipomagnesemia;
3. Hiperglicemia, hiperlipidemia, hiperuricemia; 4. Estenose bilateral das artérias renais, gravidez, K > 5,5;
5. Tosse seca e angioedema; 6. Edema maleolar.

Crises hipertensivas

Pseudocrise Urgência hipertensiva Emergência hipertensiva

Aqui os valores pressóricos não são tão


Definição

> 180/120 por


> 180/120 SEM importantes. Basta que haja hipertensão
dor ou estresse
lesão em órgão-alvo COM lesão de órgão alvo (IAM, edema
emocional
agudo de pulmão, AVE, encefalopatia)
Tratamento

Anti-hipertensivos Anti-hipertensivos EV para queda de


Tratar causa
via oral para normalização 15% da PA na primeira hora e 25% nas
base
da PA em 24/48h primeiras 24h (exceto AVC isquêmico)

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Clínica Médica

Insuficiência cardíaca

Classificação segundo a fração de ejeção

ICFER: FE < 40%.

ICFEP: FE > 50%.

Classificação funcional NYHA (para pacientes em estágios C e D)

Classe
Sintomas
funcional

NYHA I Apenas em atividades físicas vigorosas. Não há sintomas nos esforços habituais

NYHA II Em atividades usuais do dia a dia, como caminhar, fazer compras e esforços moderados

NYHA III Em mínimos esforços como escovar os dentes, pentear o cabelo e amarrar o sapato

NYHA IV Em repouso

Classificação segundo o estágio de desenvolvimento

Estágio Sintomas

A Paciente com alto risco de IC, mas sem cardiopatia estrutural e sem sintomas

B Cardiopatia estrutural sem sintomas

C Cardiopatia estrutural + sintomas

D Refratário ao tratamento

Drogas que mudam a mortalidade na ICFER

Betabloqueadores: metoprolol, carvedilol e bisoprolol

IECA/ BRA/ sacubitril-valsartana

Espironolactona

Hidralazina + nitrato (se for contraindicado IECA/ BRA)

Inibidores do SGLT2

Ivabradina

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Clínica Médica

IC descompensada

Perfil Tratamento

A Quente e seco Melhor prognóstico; ajustar dose das medicações de uso crônico

B Quente e úmido O mais comum; diuréticos e vasodilatadores

C Frio e úmido O mais grave; diuréticos com prudência + inotrópicos

L Frio e seco Hidratação cautelosa + inotrópicos

Anemias

 Bate e pronto das anemias

1. Qual achado laboratorial mais sugere anemia ferropriva no hemograma?

👉
2. Quais os primeiros parâmetros laboratoriais que se alteram na deficiência de ferro?

👉
3. Qual a principal alteração laboratorial que fecha o diagnóstico de anemia ferropriva?

👉
4. Como está o TIBC* e ferritina na anemia ferropriva? *Capacidade total de ligação
do ferro = TIBC

👉
5. Como diferenciar anemia ferropriva da anemia de doença crônica?

👉
6. O que fazer diante de um idoso com anemia ferropriva?

👉
7. Quando suspeitar de anemia por deficiência de B12?

👉
1.Anemia hipocrômica e microcítica; 2. Ferro sérico e ferritina ; 3. Ferritina baixa! (< 15 ng/mL); 4. TIBC alto e ferritina baixa
(< 15 ng/mL); 5. Doença crônica: TIBC baixo e ferritina normal. Ferropriva: TIBC alto e ferritina baixa; 6. Solicitar colonoscopia;
7. Anemia macrocítica + neutrófilos hipersegmentados + sintomas neurológicos.

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Clínica Médica

Pneumonia adquirida na comunidade

Provável agente etiológico - links mentais

S. pneumoniae
O mais comum. Possível de identificar por antígeno urinário
(pneumococo)

Haemophilus influenzae O mais encontrado em exacerbação de DPOC

O germe atípico mais comum. Pode causar manifestações


Mycoplasma pneumoniae extrapulmonares, como anemia hemolítica, Stevens-Johnson,
fenômeno de Raynaud, eritema multiforme e miringite bolhosa

Clínica e imagem mais graves, principalmente em lactentes


Streptococcus aureus e pneumopatas. É comum aparecer derrame pleural,
pneumonia necrotizante e pneumatoceles

Klebsiella pneumoniae Mais comum em DM, etilistas e idosos. Pneumonia do lobo pesado

Clínica grave. Hiponatremia por SIADH, aumento de transaminases


Legionella sp. e sintomas gastrointestinais. É possível identificá-lo por antígeno
urinário. Pode fazer sinal de Faget (febre sem taquicardia)

Pseudomonas aeruginosa Pneumopatas e pacientes com uso recente de antibióticos

Critérios do CURB-65

Confusão mental

Ureia > 50 mg/dL (ou 43 a depender da fonte)

FR ≥ 30 irpm

PAS < 90 ou PAD ≤ 60 mmHg

Idade ≥ 65 anos

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Clínica Médica

CURB-65

0–1 2 ≥3

Mortalidade baixa Mortalidade intermediária Mortalidade alta


1,5% 9,2% 22%

Tratamento hospitalar
Candidato ao Considerar tratamento
como PAC grave 4 – 5:
tratamento ambulatorial hospitalar
avaliar UTI

Tratamento PAC - Antibioticoterapia

Paciente sem comorbidades, sem uso recente de antibióticos, sem fator de risco 
para resistência, sem contraindicação ou história de alergia a essas drogas
Betalactâmico: amoxicilina ou amoxicilina + ácido clavulânico (7 dias) OU

Macrolídeo: azitromicina (3 – 5 dias) ou claritromicina (7 dias)

Pacientes com fatores de risco*, doença mais grave, uso recente de antibióticos

Betalactâmico + macrolídeo (5 – 7 dias)

Em caso de alergia a betalactâmicos/macrolídeos

Quinolona respiratória: moxifloxacino ou levofloxacino, ou gemifloxacino (5 – 7 dias)

Pacientes internados em enfermaria


Cefalosporinas de terceira geração: ceftriaxona ou cefotaxima ou ampicilina/sulbactam
+ um macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) (7 – 10 dias) OU
Amoxicilina + ácido clavulânico (7 – 10 dias) OU

Levofloxacino, moxifloxacino ou gemifloxacino em monoterapia (5 – 7 dias)

Pacientes internados em UTI


Cefalosporinas de terceira geração: ceftriaxona ou cefotaxima ou ampicilina/sulbactam
+ um macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) (7 – 14 dias) OU
Cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) + quinolona respiratória (7 – 14 dias)

* Os principais fatores de risco são:

Doença pulmonar Insuficiência Doença hepática Doença Neoplasia


Estilismo Asplenia
crônica cardíaca crônica renal maligna

28


Clínica Médica

Critérios de Light

Proteína líquido pleural/sérica > 0,5

LDH líquido pleural/sérica > 0,6

LDH líquido pleural > 2/3 do valor do limite


superior do LDH sérico (200 UI/L)

Se nenhum critério de Light estiver presente: transudato.


• ICC (causa mais comum de todas).
• Cirrose.
• Rim.
– Síndrome nefrótica.
– Hipoalbuminemia.

Se algum critério de Light estiver presente: exsudato.


• Infecções.
• Neoplasias (principalmente MAMA).
• TB pleural (não exige isolamento de gotículas).
• TEP (em 80% dos casos).

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Clínica Médica

Etiologias e características do derrame pleural

CAUSA APARÊNCIA CARACTERÍSTICAS

Glicose < 60
Turvo
Derrame pH < 7,2
parapneumônico
complicado LDH > 1.000
Pode ter a presença
de pus/leitoso Leucocitose à custa de PMN
(> 50% neutrófilos)

Turvo Glicose diminuída

pH < 7,3
Câncer Serosanguinolento
Leucócitos < 10.000
(à custa de células mononucleares)

Hemorrágico Citologia → eventualmente positiva

Glicose igual ao plasma ou diminuída

pH < 7,4
Serosanguinolento
Tuberculose
ou seroso Leucócitos < 10.000
(à custa de células mononucleares)

ADA > 40 unidades/L

Glicose normal

pH > 7,3
Turvo ou
Pancreatite
serosanguinolento
Leucocitose (à custa de PMN)

Amilase elevada

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Clínica Médica

Tuberculose

 Bate e pronto da tuberculose

1. Definição de sintomático respiratório

👉
2. Quadro clínico clássico da TB pulmonar

👉
3. Diagnóstico de TB pulmonar no adulto

👉
4. Diagnóstico de TB na criança

👉
5. Tratamento básico

👉
6. Qual é a forma de TB extrapulmonar mais comum?

👉
1. Tosse > 3 semanas; 2. Tosse produtiva + perda de peso + febre vespertina + sudorese noturna; 3. Teste rápido molecular OU
baciloscopia (2 amostras). Sempre pedir cultura também!; 4. Escore baseado em 4 critérios: PPD; Quadro clínico e radiológico;
Contato com adulto bacilífero; Estado nutricional; 5. Rifampicina; Isoniazida; Pirazinamida; Etambutol. RIPE por 2 meses +
RI por 4 meses. Notificar o caso + pesquisar contactantes + oferecer teste para HIV; 6. TB pleural (ADA > 40 U/L)

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Clínica Médica

Asma

Critérios diagnósticos - Espirometria

Padrão obstrutivo VEF1/ CVF < 75% - 80% em adultos


Adultos
Aumento do VEF1 > 12% e > 200 ml
Prova broncodilatadora positiva
em relação ao basal

Padrão obstrutivo VEF1/ CVF < 90% em crianças


Crianças
Prova broncodilatadora positiva Aumento do VEF1 > 12% do valor previsto

CONTROLE DA ASMA

Critérios avaliados nas  Asma Asma parcialmente Asma não


últimas 4 semanas controlada controlada controlada
Sintomas diurnos
(mais de 2 vezes por semana)
Uso de medicações de alívio
(mais de 2 vezes por semana) Nenhum critério 1 ou 2 critérios 3 ou 4 critérios
Sintomas noturnos preenchido preenchidos preenchidos
(basta uma vez)
Limitação de atividades
devido à asma

Macete para o tratamento ASMA:


• Não tem CTD regular? Adicione.
• Já tem CTD regular? Beta de longa.
• Já tem ambos? Aumente a dose do corticoide.
• Segue sem controle ideal? Apele.

Atenção:
• Gravidade da asma: avaliada pela intensidade da medicação usada para conseguir controle
da doença → leve (step 1 e 2), moderada (step 3) e grave (step 4 e 5).
• Controle da asma: questionário GINA de sintomas nas últimas 4 semanas.

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Clínica Médica

Estratificação da crise asmática

Leve/moderada Grave

Fala através de frases Fala através de palavras isoladas

Prefere ficar sentado a ficar deitado Senta-se curvado para frente

Calmo Agitado ou sonolento

Frequência respiratória aumentada Frequência respiratória > 30 irpm

Sem uso de musculatura acessória Uso de musculatura acessória

Frequência cardíaca de 100-120 bpm Frequência cardíaca > 120 bpm

Saturação O₂ (ar ambiente) 90%-95% Saturação O₂ (ar ambiente) < 90%

PEF > 50% do previsto ou basal PEF ≤ 50% do previsto ou basal

Conduta na crise asmática

Beta-2 agonistas de curta

Realizar 3 inalações com intervalo de 20 minutos em 1 hora e reavaliar

Oxigênio, se SpO2 92% ou menos


Conduta

Ipratrópio (Atrovent)

Corticoide sistêmico (pode ser oral)

Outros remédios Sulfato de magnésio

Alta Corticoide oral por 5 - 7 dias

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Clínica Médica

DPOC
Classificação segundo os sintomas

Classificação mMRC

mMRC Sintomas

Grau 0 Dispneia apenas em exercício extenuante

Grau 1 Dispneia ao acelerar o passo no plano ou ao subir escadas/rampas

Anda mais lentamente que pessoas da mesma idade pela dispneia


Grau 2
ou precisa parar quando anda no seu próprio passo no plano

Precisa parar devido à dispneia após andar 100 metros no plano


Grau 3
ou após alguns minutos em subidas

Grau 4 Não consegue sair de casa devido à dispneia ou tem dispneia para se vestir

Estadiamento clínico (GOLD): lembre-se que a linha é definida pelo número de exacerbações
no último ano e a coluna pela sintomatologia.

≥2

(C) (D)
ou
≥ 1 com
internamento
hospitalar

1 - sem

(A) (B) internamento


hospitalar

0
MCR 0-1 (ou) MCR ≥ 2 (ou)
CAT < 10 CAT ≥ 10
Estadiamento clínico

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Clínica Médica

 Bate e pronto DPOC

1. Quais são as condutas que mudam a mortalidade na DPOC?

👉
2. Quais são as indicações de oxigenoterapia domiciliar na DPOC?

3. Como diagnosticar exacerbação da DPOC?

👉
4. Quais são os principais patógenos envolvidos na exacerbação de DPOC?

👉
5. Quais são as principais medidas para exacerbação de DPOC?

👉
1. Interrupção do tabagismo; Oxigenioterapia domiciliar; Cirurgia para redução do volume pulmonar; Uso de VNI se apneia do sono
associada; 2. Gasometria arterial com PaO₂ < 55 mmHg OU saturação de O₂ < 88%; Se houver policitemia, cor pulmonale ou hipertensão
pulmonar: gasometria arterial com PaO₂ entre 55 - 60 mmHg OU saturação de O₂ < 89%; 3. Piora aguda dos sintomas respiratórios
como aumento da dispneia OU alteração de volume/cor do escarro; 4. Moraxella catarrhalis e Streptococcus pneumoniae (pneumococo).
“Muito Catarrhalis Purulento”; 5. Antibioticoterapia; Broncodilatadores de curta duração; Corticoide sistêmico; Oxigenioterapia com alvo
de saturação de O₂ entre 88 e 92%.

35


Clínica Médica

Hepatites virais

 Bate e pronto das hepatites virais

1. Quais hepatites são de transmissão oral-fecal?

👉
2. Qual é o único vírus da hepatite que tem como material genético DNA?

👉
3. Qual é a hepatite que mais cronifica?

👉
4. Quais hepatites são prevenidas através da vacinação?

👉
5. Quais pacientes têm indicação de tratamento para hepatite C?

👉
6. Como é feito o diagnóstico de infecção ativa por HCV?

👉
7. Qual é o significado das sorologias para HBV?

👉
8. Quais são as manifestações extra-hepáticas características?

9. Hepatite B + D: qual tipo de infecção aumenta o risco de cirrose hepática?

👉
1. Hepatites A e E; 2. Hepatite B (HBV); 3. Hepatite C; 4. Hepatite A: dose única aos 15 meses (PNI); Hepatite B: dose ao nascimento +
doses da pentavalente com 2, 4 e 6 meses (PNI); 5. TODOS!; 6. Anti-HCV positivo + RNA-HCV positivo (carga viral); 7. HBsAg: presença
do vírus; Anti-HBs: imunidade; Anti-HBe: replicação viral; Anti-HBc: história de contato com vírus; 8. Hepatite B: poliarterite nodosa,
acrodermatite papular (Gianotti - Crosti) e glomerulonefrite memBranosa. Hepatite C: glomerulonefrite mesangioCapilar, líquen plano
e Crioglobulinemia; 9. Super infecção (paciente portador de hepatite B crônica que se infecta com hepatite D aguda).

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Clínica Médica

⏳ Jogo rápido das taquiarritmias

Ausência de onda P +
👉 intervalo R-R irregular

Flutter atrial 👉

👉 Ausência de onda P +
intervalo R-R regular

Taquicardia
ventricular 👉

👉 Anarquia!

Torsades de pointes 👉
Fibrilação atrial ; Ondas F (ondas em serra); Taquicardia supraventricular; QRS alargado; Fibrilação ventricular; QRS alargado
alternando entre positivo e negativo

*Se houver taquiarritmia + instabilidade (hipotensão, rebaixamento do nível de consciência,


dor torácica, edema agudo de pulmão) = cardioversão elétrica.

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Clínica Médica

Manejo da fibrilação atrial

Escore CHA2DS2-VASc

C Insuficiência cardíaca 1 ponto

H HAS 1 ponto

Idade > ou igual a 75 anos (age) 2 pontos


A
Idade entre 65-74 anos 1 ponto

D Diabetes 1 ponto

S HPP de fenômenos cardioembólicos (AVE - “stroke”) 2 pontos

VA HPP de doença vascular (DAC, DAP, aortopatia) 1 ponto

SC Sexo feminino (“sex category”) 1 ponto

Considerar anticoagulação a partir de 1 ponto

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Clínica Médica

Parada cardiorrespiratória e RCP (ACLS)

 Bate e pronto de parada cardiorrespiratória

1. Quais as características da massagem cardíaca de qualidade?

2. Quais são os ritmos chocáveis (desfibrilação)?

👉
3. Quais são as causas reversíveis de PCR?

4. Quais os ritmos não chocáveis?

👉
5. Qual é o protocolo da linha reta?

👉
6. Qual é a dose de epinefrina usada durante a RCP?

👉
7. Quais antiarrítmicos são utilizados além da epinefrina quando o ritmo é chocável?

👉
1. 100 a 120 compressões/minuto; Compressão de ao menos 5 cm do tórax (adultos); Aguardar o retorno total do tórax; Minimizar
interrupções; 30 compressões: 2 ventilações (adultos); 2. Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso (FV e TV sem pulso);
3. 5H + 5T; Hipovolemia; Hipoxemia; H+ (acidose); Hipotermia; Hipo K ou hiper K; Tensão no tórax (pneumotórax); Tamponamento
cardíaco; Toxinas (intoxicação exógena); TEP; Trombose de coronárias (IAM); 4. AESP (atividade elétrica sem pulso) e assistolia;
5. Checar cabos + aumentar o ganho + mudar a derivação; 6. 1 mg; 7. Amiodarona ou lidocaína.

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Clínica Médica

Sepse
Atenção: qSOFA na sepse tem valor prognóstico, e não diagnóstico!

Ilustração para memorização do quick SOFA

40


Clínica Médica

Elementos presentes no critério SOFA

Tem disfunção pulmonar? PaO₂/FiO2

Tem disfunção de coagulação? Plaquetopenia

Tem disfunção hepática? Bilirrubinas elevadas

Tem disfunção cardiovascular? Hipotensão

Tem disfunção do sistema nervoso central? Diminuição da escala de Glasgow

Tem disfunção renal? Elevação de ureia ou oligúria

Escore SOFA - Sequential Organ Failure Assessment

0 1 ponto 2 pontos 3 pontos 4 pontos

< 200 com


Respiração < 100 com suporte
≥ 400 < 400 < 300 suporte
PaO2/FiO2 respiratório
respiratório
Coagulação
≥ 150 mil < 150 mil < 100 mil < 50 mil < 20 mil
Plaquetas/mm³
Fígado
< 1,2 1,2 - 1,9 2 - 5,9 6 - 11,9 > 12
Bilirrubina (mg/dL)
Dopamina 5,1 - 15 Dopamina > 15
Dopamina < 5 ou adrenalina ou adrenalina
Cardiovascular PAM ≥ PAM <
ou dobutamina ≤ 0,1, ou > 0,1 e
(drogas: mcg/kg/min) 70 mmHg 70 mmHg
(qualquer dose) noradrenalina noradrenalina
≤ 0,1 > 0,1
SNC
15 13 - 14 10 - 12 6-9 3-5
Escala de Glasgow
Renal
3,5 - 4,9 >5
Creatinina (mg/dL) < 1,2 1,2 - 1,9 2 - 3,4
< 500 ml/dia < 200 ml/dia
Ou débito urinário

Pacote de 1 hora

Medir o nível de lactato;

Obter culturas antes do antibiótico (se isso for atrasar o antibiótico,


não há problema em pular);

Administrar antibiótico de amplo espectro;

Começar uma rápida administração de cristaloide em 30 ml/kg


do peso ideal - até 3 horas para realização, mas iniciar na primeira hora;

Fazer vasopressor em pacientes hipotensos (PAM < 65 mmHg), mesmo após


ressuscitação com fluidos.

41


Clínica Médica

Choque

 Bate e pronto do choque

1. Qual é o quadro clínico do choque?

👉
2. Qual é o melhor parâmetro para avaliação da perfusão?

👉
3. Quais são os estágios do choque hipovolêmico?

👉
4. Qual é o tipo de choque que é hiperdinâmico (débito cardíaco normal)?

👉
5. Quais são as causas de choque distributivo?

👉
6. Quais são as causas de choque obstrutivo?

👉
1. Hipotensão, taquicardia e hipoperfusão periférica representada por extremidades frias, oligúria, TEC > 2 seg., confusão mental,
sonolência e lactato > 2 mmol/L; 2. Débito urinário (ideal > 0,5 ml/kg/h); 3. Estágio 2: FC > 100 e PA normal – Cristaloides; Estágio 3:
FC 120 - 140 e PA baixa - Considerar hemoderivados; Estágio 4: FC > 140 e PA baixa - Hemoderivados; 4. Distributivo; 5. Séptico,
anafilático e neurogênico; 6. Tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e TEP.

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Clínica Médica

Dengue

Sinais de alarme

Dor abdominal contínua e intensa ou à palpação

TGI Vômitos persistentes

Hepatomegalia > 2 cm

Letargia
Comportamento
Irritabilidade

Aumento do hematócrito
Extravasamento
Hipotensão postural
de plasma
Derrames cavitários

Gengivorragia
Sangramento 
de mucosas
Epistaxe

Sinais de dengue grave

Choque

Sangramento TGI ou SNC

Encefalite, miocardite ou hepatite

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Clínica Médica

Tratamento da dengue

Grupo Critérios Tratamento


Tratamento ambulatorial. Repouso + sintomáticos +
Sem critérios para hidratação via oral (60 ml/kg/dia sendo 1/3 soro de
Grupo A
outros grupos reidratação oral). Orientar sobre os sinais de alarme.
Reavaliar entre o 3.º e 6.º dia de doença
Apresenta petéquias,
Solicitar hemograma e iniciar hidratação de acordo com
prova do laço
o grupo A até o resultado. Se o hematócrito for normal,
Grupo B positiva, risco social,
é mantida a conduta do grupo A. Se o hematócrito for
comorbidades, ou são
elevado, toma-se a conduta do grupo C
idosos ou gestantes
Reposição polêmica com 20 ml/kg de SF 0,9% em
2 horas. Manter em observação por no mínimo 48h.
Coletar hemograma completo, albumina e transaminases.
Apresenta sinais Solicitar raio-x de tórax e USG de abdome para avaliar
Grupo C
de alarme derrames cavitários. Reavaliar hematócrito a cada 2 horas.
Pode repetir a expansão até 3 vezes. Ao melhorar, passa
para a fase de manutenção. Se não houver melhora,
passar para o grupo D
Reposição polêmica com 20 ml/kg de SF 0,9% em
Apresenta sinais 20 minutos com reavaliações clínicas a cada 30 minutos
Grupo D
de gravidade e hematócrito a cada 2 horas. Pode repetir a expansão até
3 vezes. Permanecer em leito de UTI por pelo menos 48h

Intoxicações exógenas

Intoxicações exógenas - Substância x Antídoto

Substância Antídoto

Organofosforados e carbamatos Atropina

Opioides Naloxone

Paracetamol N-acetilcisteína

Antidepressivos tricíclicos Bicarbonato de sódio

Digitálicos Anticorpo Fab antidigoxina

Benzodiazepínicos Flumazenil

Betabloqueadores Glucagon

Cianeto Hidroxicobalamina (vitamina B12)

Etilenoglicol/metanol Etanol

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Clínica Médica

Síndrome coronariana aguda

Tipos de síndrome coronariana aguda

ECG com supra de ST de


ao menos 1 mm em duas
derivações contíguas
IAM com supra ou BRE novo. Obstrução coronariana total
do segmento ST com necrose miocárdica
* V2-V3 ("supra fisiológico"):
≥ 2 - 2,5 mm em homens
e ≥ 1,5 mm em mulheres

ECG com alterações do


segmento ST ou da onda T, Obstrução coronariana
IAM sem supra OU ECG normal. parcial, mas que já causou
do segmento ST
necrose miocárdica
Marcadores de necrose
miocárdica alterados

ECG com alterações do


segmento ST ou da onda T,
OU ECG normal Apenas isquemia miocárdica,
Angina estável
ainda sem necrose
Marcadores de necrose
miocárdica normais

Localização do IAM

Derivação Parede Coronária

Descendente anterior
V1-V4 Anterior
(coronária esquerda)

Descendente anterior
V1-V2 Septal
(coronária esquerda)

Circunflexa
V5-V6 Lateral-apical
(coronária esquerda)

Circunflexa
D1 e aVL Lateral-alta
(coronária esquerda)

DII, DIII e aVF Inferior Coronária direita

V7 e V8
Posterior Coronária direita
(V1 - V3 em espelho)

V3R + V4R VD Coronária direita

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Clínica Médica

Derivações no eletrocardiograma

46


Clínica Médica

 Bate e pronto da síndrome coronariana aguda


1. Na suspeita de síndrome coronariana aguda, qual exame complementar deve ser
obtido e interpretado em até dez minutos?

👉
2. Qual é o marcador de necrose miocárdica de escolha?

👉
3. Pacote de tratamento SCA

4. Qual o tempo "porta-agulha" ideal (tempo entre chegada do paciente e infusão 


do trombolítico)?

👉
5. Quais são as contraindicações absolutas para trombólise?

👉
6. Qual o tempo “porta-balão” ideal (tempo entre chegada do paciente e angioplastia)?

👉
1. Eletrocardiograma; 2. Troponina ultrassensível (0 - 1h - 2h da admissão) *ECG com supra ST não precisa aguardar resultado; 3. Dupla
antiagregação plaquetária; Anticoagulação; Nitrato; Morfina se dor refratária; Oxigenioterapia se sat < 90%; Betabloqueador; IECA
ou BRA; Estatina de alta potência. *Se houver suspeita de comprometimento da coronária direita, não se deve usar nitrato, morfina
e betabloqueador; 4. 30 minutos; 5. História de hemorragia do SNC; AVEi nos últimos 3 meses; Alterações vasculares cerebrais;
Suspeita de dissecção aórtica; Sangramento ativo; 6. 90 minutos ou 120 minutos se transferência para outro serviço.

47


Clínica Médica

Acidente vascular encefálico

 Bate e pronto do AVE

1. Qual o principal fator de risco para AVEi aterotrombótico?

👉
2. Qual a artéria mais acometida no AVEi?

👉
3. Qual a principal causa de AVEi embólico?

👉
4. Qual o objetivo da TC de crânio no AVE?

👉
5. Quais as condutas iniciais no AVEi?

6. Qual é a indicação de trombólise no AVEi?

👉
7. Quais são as contraindicações absolutas de trombólise?

1. HAS; 2. Artéria cerebral média (carótida interna); 3. Fibrilação atrial; 4. Descartar AVE hemorrágico; 5. Estabilização clínica + AAS nas
primeiras 48h + anticoagulação em dose profilática (se o paciente for submetido a trombólise, iniciar AAS e anticoagulante apenas 24h
depois do fim do procedimento); 6. Tempo entre início dos sintomas e infusão de alteplase < 4,5h (delta-T); Idade > 18 anos; NIHSS entre
4 – 25; PA < 185/110; Sem contraindicações para trombólise; 7. No momento: dissecção aórtica, endocardite infecciosa, AVE multilobar,
glicemia < 50 mg/dl, hemorragia ativa, uso de anticoagulantes, plaquetopenia e PAS > 185/110. Na última semana: punção arterial em
sítio não compressível; Nas últimas 3 semanas: neoplasia gastrointestinal ou hemorragia digestiva; Nos últimos 3 meses: TCE, AVE
e neurocirurgia; Em qualquer momento da vida: hemorragia intracraniana, neoplasia do SNC, malformação arteriovenosa e aneurisma.

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Clínica Médica

Insuficiência renal aguda (KDIGO)

↑ de 0,3 mg/dl ou mais de creatinina basal em 2 - 7 dias.

Diagnóstico: ↑ de 50% ou mais de creatinina basal em 2 - 7 dias.

Diurese < 0,5 ml/kg/h por mais de 6 horas.

KDIGO: classificação da lesão renal aguda

Estágio Creatinina sérica Diurese

I 1,5 a 1,9 vezes o valor basal < 0,5 ml/kg/h por 6h a 12h

II Entre 2 a 2,9 vezes o valor basal < 0,5 ml/kg/h por 12h a 24h

Mais de 3 vezes o valor basal < 0,3 ml/kg/h por mais de 24h
III
ou ≥ 4 mg/dl ou anúria por mais de 12h

Estágio Pré-renal x NTA

Estágio Pré-renal Necrose tubular aguda

Sódio urinário < 20 mEq/L > 40 mEq/L


Fração excretada
< 1% > 1%
de sódio
Ureia/Creatinina
> 40 < 20
(plasma)
Osmolaridade
> 500 mOsm/L < 350 mOsm/L
urinária
Sedimento Cilindros granulosos
Cilindros hialinos apenas
urinário pigmentares

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Clínica Médica

Indicações de diálise de urgência

Acidose grave ou refratária

Hipercalemia grave ou refratária

Hipervolemia grave ou refratária

Uremia franca com encefalopatia ou pericardite

Intoxicação por metanol, salicilatos, etilenoglicol e barbitúrico

Doença renal crônica

TFG < 60 por 3 meses

Albuminúria > 30 mg/dia por 3 meses

Estadiamento da doença renal crônica

Estágios de TFG Taxa de filtração glomerular (ml/min/1,73 m²)

Estágio 1 (G1) ≥ 90

Estágio 2 (G2) 60 – 89

Estágio 3a (G3a) 45 – 59

Estágio 3b (G3b) 30 – 44

Estágio 4 (G4) 15 – 29

Estágio 5 (G5)
Se necessitar de diálise, < 15
acrescentar letra “D”

Estágios de albuminúria Taxa de excreção de albumina (mg/dia)

A1 < 30

A2 30 – 300

A3 > 300

50


Clínica Médica

Fórmula de Cockroft-Gault para cálculo da taxa de filtração glomerular:

CL CR = (140 - idade) x peso (kg) / creatinina sérica (mg/dl) x 72.

Se for mulher, multiplicar resultado por 0,85.

Síndrome nefrítica (GNPE - glomerulonefrite pós-estreptocócica)

 Bate e pronto da GNPE

1. Qual a principal faixa etária acometida?

👉
2. Qual o principal desencadeante?

👉
3. Qual é a tríade clássica?

👉
4. Como é feito o diagnóstico?

👉
5. Como é feito o tratamento?

👉
1. 3 aos 15 anos; 2. Infecção estreptocócica (S. pyogenes); Faringoamigdalite - 1 a 3 semanas; Piodermite - 2 a 6 semanas; 3. Hematúria
dismórfica + hipertensão + edema; 4. História de infecção estreptocócica com incubação compatível; ASLO ou anti-DNAse positivo;
Queda transitória de C3 (< 8 semanas); 5. Repouso relativo; Restrição de água e sal; Diuréticos, caso sejam necessários; Penicilina
benzatina em dose única para eliminar a cepa nefrogênica.

51


Clínica Médica

Síndrome nefrótica

 Bate e pronto da síndrome nefrótica

1. Qual é a definição?

👉
2. Quais são as consequências da perda de proteínas?

3. Como é feito o diagnóstico?

👉
4. Quais são os pacientes com síndrome nefrótica que não têm indicação de biópsia renal?

👉
5. Qual é a principal causa de síndrome nefrótica em adultos?

👉
6. Qual é a principal causa de síndrome nefrótica em crianças?

👉
1. Proteinúria > 3,5 g/dia; 2. Hipoalbuminemia: edema e hipotensão; Hipercoagulabilidade; Maior susceptibilidade à infecção por germes
encapsulados; Anemia refratária à reposição de ferro; Hiperlipidemia; Hipotireoidismo; Hipovitaminose D; 3. Biópsia renal; 4. Diabéticos
e crianças entre 1 - 8 anos (causa é lesão mínima); 5. GESF (glomeruloesclerose segmentar e focal); 6. Lesão mínima.

52


Clínica Médica

Síndrome hemolítico-urêmica

 Bate e pronto da síndrome hemolítico-urêmica

1. Qual é a principal causa?

👉
2. Qual a faixa etária mais comum?

👉
3. Qual é a tríade clássica?

👉
4. Quais são os achados laboratoriais?

👉
5. Como é o prognóstico?

👉
1. Gastroenterite por E. coli O157:H7; 2. Até 4 anos; 3. Lesão renal aguda; Anemia hemolítica microangiopática; Trombocitopenia;
4. Aumento do LDH; Reticulocitose; HiperK; Acidose metabólica; Hematúria; Proteinúria; 5. Bom; autolimitada em 1 - 3 semanas.

53


Clínica Médica

Hiponatremia

 Bate e pronto da hiponatremia

1. Qual é a definição?

👉
2. Causas de hiponatremia hiposmolar hipovolêmica?

👉
3. Causas de hiponatremia hiposmolar hipervolêmica?

👉
4. Causas de hiponatremia hiposmolar euvolêmica?

👉
5. Tratamento crônico

6. Tratamento agudo

👉
1. Na < 135 meq/L; 2. Vômitos, diarreia, hemorragias, uso de diuréticos tiazídicos, hipoaldosteronismo e síndrome cerebral perdedora
de sal; 3. ICC, IR, cirrose hepática; 4. Causas “endócrinas” (hipotireoidismo, insuficiência suprarrenal secundária e a SIAD), além
da polidipsia psicogênica; 5. Hiponatremia hipovolêmica: NaCl 0,9%. Hiponatremia hipervolêmica: diurético de alça + restrição
hidrossalina + dieta hipossódica + tratamento da doença de base. Hiponatremia euvolêmica (SIAD): restrição hídrica + dieta hipersódica*
+ bloqueador dos receptores (V₂ no túbulo coletor) de ADH; 6. Repor sempre com salina 3%. Aumentar a natremia em até 1 - 2 mEq/L
por hora nas primeiras 3 horas. Aumentar em até 12 mEq/L (ideal até 10 mEq/L) em 24 horas.

54


Clínica Médica

Fórmula utilizada para saber o quanto a concentração de sódio sérico:


• Deve aumentar a cada litro de solução que será administrada.

Adrogue Madias
ΔNa = NA soro - Na paciente
Água corporal total + 1

Água corporal total


Homem = 0,6 × peso
Mulher = 0,5 × peso

Hipercalemia

 Bate e pronto da hipercalemia

1. Qual é a definição?

👉
2. Quais as causas mais comuns?

👉
3. Quais são as alterações encontradas no ECG?

👉
4. Qual é a primeira conduta se houver alterações no ECG?

👉
5. Quais as medidas para a redução do nível sérico de potássio?

👉
1. K > 5,5 meq/L; 2. IRA ou DRC (o renal crônico que faltou na diálise é clássico); Acidose metabólica; Uso de IECA e/ou
espironolactona; Hemólise; Rabdomiólise; Síndrome da lise tumoral; 3. Onda T apiculada; Achatamento da onda P; Alargamento do
QRS; 4. Gluconato de cálcio EV para evitar arritmias não diminui os níveis de potássio!; 5. Glicoinsulina EV; Nebulização com beta-
agonista (salbutamol); Resina de troca; Furosemida; Diálise se grave e refratária.

55


Clínica Médica

K= 5 mEq/L K= 7 mEq/L K= 8 mEq/L


R

P T

Q S
K= 10 mEq/L K= 11 mEq/L K= 12 mEq/L

ECG - Hipercalemia

Classificação de Child-Pugh na cirrose hepática

Escore Child-Pugh

1 ponto 2 pontos 3 pontos

Moderada/grave/
Ascite Ausente Leve/ Fácil controle
Difícil controle

Bilirrubina <2 2a3 >3

3,5 a 2,8*
Albumina > 3,5 (algumas referências consideram < 2,8
3,0 como valor inferior)

Tempo de protrombina
1-3 s 4-6 s >6s
(aumento do tempo em s)
< 1,7 1,7 a 2,3 > 2,3
ou INR

Mínima Avançada
Encefalopatia Ausente
Graus I a II Graus III e IV

56


Clínica Médica

Nódulos e câncer de tireoide


Anamnese, exame físico, TSH

TSH TSH normal/


reduzido elevado

Cintilo USG

Nódulo não suspeito Nódulo > 1cm


Nódulo “quente” Nódulo “frio” ou <1cm ou suspeito

Tratar USG Follow up PAAF

Fluxograma - Conduta diante de um nódulo de tireoide

Comparação entre achados no ultrassom sugestivos de lesões benignas vs malignas

Benigno Maligno

Hiperecoico Hipoecoico
Calcificações grosseiras (exceto tipo medular)
Presença de microcalcificações
ou em "casca de ovo"

Largura > altura Altura > largura

Confinado à tireoide Extensão além da tireoide

Hipervascularização periférica ou ausente Hipervascularização predominantemente central


(Chammas I, II e III) (Chammas IV e V)

Comparação entre os dois principais tipos histológicos de câncer de tireoide

Carcinoma papilífero Carcinoma folicular

Mais comum 2.º mais comum


Associação com radiação; deficiência de iodo é um
Forte associação com radiação na infância
fator de risco também
Prognóstico bom Prognóstico bom, mas pior em relação ao papilífero

Disseminação linfática Disseminação hematogênica

Presença de corpos psamomatosos Subtipo mais agressivos: células de Hürthle

57


Clínica Médica

Parasitoses intestinais

Resumo parasitoses intestinais

Agente Transmissão Particularidades Tratamento

Entamoeba Disenteria e megacólon tóxico.


Ingestão Metronidazol
histolytica Extraintestinal mais comum:
de cistos ou tinidazol
(protozoário) abscesso hepático
Pode acontecer em surtos ou Tinidazol
Giardia duodenalis/ como diarreia dos viajantes.
Ingestão
lamblia/intestinalis Pode fazer síndrome Nitazoxanida
de cistos.
(protozoário) disabsortiva e intolerância
secundária à lactose Metronidazol

Ascaris Causa comum de obstrução Albendazol dose única


Ingestão de ovos
lumbricoides intestinal abaixo dos 5 anos Mebendazol dose única
Ancylostoma Prurido e traçado no local Albendazol dose única
Penetração
duodenale da penetração. Conhecida
de larvas pela pele
e Necator como “amarelão” pela palidez
(solo) Mebendazol por 3 dias
americanus causada pela anemia crônica
Endêmico em área rural. Ivermectina
Strongyloides Penetração de Em imunossuprimidos pode
stercoralis larvas na pele fazer hiperinfecção
e translocação bacteriana Albendazol

Albendazol
Prurido anal.
Enterobius
Ingestão de ovos Alta transmissibilidade. Mebendazol
vermicularis
Diagnóstico com fita gomada
Pamoato de pirantel
Mebendazol
Complicação mais comum
Trichuris Trichiura Ingestão de ovos Albendazol
é prolapso retal
Ivermectina
Ingestão de ovos
ou carne com Albendazol
larvas. Crianças Larva migrans visceral
Toxocara canis
em contato com e ocular. Eosinofilia intensa
areia com fezes Mebendazol
de cães e gatos

Ingestão de carne Praziquantel


Teníase Sintomas GI
com larvas Nitazoxanida
Albendazol ou
Neurocisticercose: lesões
Cisticercose praziquantel + corticoide
Ingestão de ovos múltiplas com calcificação
(Taenia solium) + anticonvulsivantes
causando epilepsia
se necessário
Penetração
Hipertensão portal
Esquistossomose de larvas na Praziquantel
+ esplenomegalia
pele (água)

58


Clínica Médica

Ciclo de Loss/Síndrome de Loëffler

Mnemônico ANTAS

Para você gravar fácil:

"Aqueles caras são uns vermes, são umas ANTAS!"

Ascaris lumbricoides.
Necator americanus.
Toxocara canis.
Ancylostoma duodenale
Strongyloides stercoralis.

59


Ginecologia e Obstetrícia
Ginecologia e Obstetrícia

GINECOLOGIA
Diagnóstico diferencial e tratamento das vulvovaginites

Diagnóstico diferencial e tratamento das vulvovaginites

Característica Candidíase Vaginose Tricomoníase

Branco/amarelo Amarelo-esverdeado
Corrimento Branco grumoso
acinzentado homogêneo bolhoso

Odor Sem odor Odor fétido Odor fétido

Sintomas irritativos Prurido, dispareunia Ausentes Prurido, dispareunia

Corrimento aderido,
Especular Corrimento homogêneo Colpite, eritema
eritema

pH < 4,5 > 4,5 > 4,5

Teste das aminas


Negativo Positivo Positivo
(Whiff test)

Teste de Schiller Negativo Negativo Positivo

Células alvo
Microscopia Hifas/pseudo-hifas Protozoários
(clue cells)
Tópico: miconazol 2% Metronidazol tópico por Metronidazol oral 2 g
Tratamento 5 a 7 dias ou nistatina 5 dias ou oral 500 mg dose única ou 500 mg
100.000 UI 14 dias 12/12 horas por 7 dias 12/12 horas por 7 dias

61


Ginecologia e Obstetrícia

Critérios diagnósticos para DIP

Critérios diagnósticos para DIP

Critérios Maiores

Dor no hipogástrio

Dor à palpação dos anexos

Dor à mobilização de colo uterino

Critérios Menores

Temperatura axilar > 37,5 °C ou temperatura retal > 38,3 °C

Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal

Massa pélvica

Mais de cinco leucócitos por campo de imersão em material de endocérvice

Leucocitose em sangue periférico

Proteína C reativa ou velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada

Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, clamídia ou micoplasmas

Critérios Elaborados

Evidência histopatológica de endometrite

Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem

Laparoscopia com evidência de DIP

62


Ginecologia e Obstetrícia

Tratamento medicamentoso

1ª OPÇÃO DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Ambulatorial Hospitalar

Ceftriaxona, 500 mg, dose única Ceftriaxona, 1 g, 14 dias


+ +
Doxiciclina, 100 mg, 14 dias Doxiciclina, 100 mg, 14 dias
+ +
Metronidazol, 500 mg, 14 dias Metronidazol, 400 mg

2ª OPÇÃO DE TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Cefotaxima, 500 mg, dose única


+ Clindamicina, 900 mg, 14 dias
Doxiciclina, 100 mg, 14 dias +
+ Gentamicina, 3 - 5 mg/kg, 14 dias
Metronidazol, 500 mg, 14 dias

Diferenciação das úlceras genitais

Diagnóstico diferencial e tratamento das úlceras genitais

Sífilis Linfogranuloma
Característica Herpes Cancroide Donovanose
primária venéreo
Múltiplas úlceras Úlcera única,
Vesiculares de fundo sujo, de borda Úlcero-vegetante Úlcera única
Lesões
que ulceram friável e borda elevada e friável de fundo limpo
irregular fundo limpo

Dor Sim Sim Não Não Não

Geralmente
Unilateral com Uni ou unilateral,
Bilateral sem Geralmente
Adenopatia fistulização em bilateral sem dolorosa e
fistulização ausente
orifício único fistulização fistulização em
bico de regador
Penicilina
Aciclovir, Azitromicina, Doxiciclina,
benzatina, Azitromicina,
Tratamento VO, 400 mg, VO, 1g, VO, 100 mg,
IM, 2,4 mi UI, VO, 1g, 1x/sem
8/8 horas dose única 12/12 horas
dose única

63


Ginecologia e Obstetrícia

Neoplasia de colo uterino: conduta conforme resultado de colpocitologia oncótica

Síntese de resultados do exame preventivo e condutas

Diagnóstico citopatológico Faixa etária Conduta inicial

< 25 anos Repetir em três anos

De significado Entre 25 e Repetir a citologia


indeterminado 29 anos em 12 meses
Células escamosas atípicas (ASC-US)
(ASC) Repetir a citologia
≥ 30 anos
em seis meses

Não se podendo
Encaminhar para
afastar lesão de alto
colposcopia
grupo (ASC-H)
Possivelmente não
Células glandulares atípicas
neoplásicas ou não Encaminhar para
de significado indeterminado
se podendo afastar colposcopia
(AGC/AGC-US)
lesão de alto grau
Possivelmente não
Células atípicas de origem neoplásicas ou não Encaminhar para
indefinida (AOI) se podendo afastar colposcopia
lesão de alto grau

< 25 anos Repetir em três anos


Lesão de baixo grau
(LSIL/LIE-BG) Repetir a citologia
≥ 25 anos
em seis meses

Lesão de alto grau Encaminhar para


(HSIL/LIE-AG) colposcopia

Lesão intraepitelial de
Encaminhar para
alto grau não podendo
colposcopia
excluir microinvasão

Encaminhar para
Carcinoma escamoso invasor
colposcopia

Adenocarcinoma in situ (AIS) Encaminhar para


ou invasor colposcopia

64


Ginecologia e Obstetrícia

Estadiamento BI-RADS e respectivas condutas

Categorias descritas na mamografia

Impressão diagnóstica 
Categoria Recomendação
da mamografia

0 Inconclusivo Indicado complementação

1 Normal Mamografia de rotina

2 Achado radiológico benigno Mamografia de rotina

Acompanhamento do achado em 6 meses


3 Achado provavelmente benigno
e depois anual até completar 2 ou 3 anos

4 Achado suspeito Biópsia

5 Achado altamente suspeito Biópsia ou cirurgia

Achado com
6 Conduta de acordo com tumor
comprovação maligna

Conduta no sangramento pós-menopausa

1.ª hipótese – Atrofia endometrial (a mais comum).

Mas não podemos deixar Se no ultrassom transvaginal der acima de 4 mm


de investigar o câncer 👉 em mulheres sem reposição hormonal e acima de 8 mm
de endométrio! em mulheres com TRH = histeroscopia + biópsia
4 mm; 8 mm.

Características que levantam suspeita para o câncer de ovário no ultrassom


transvaginal

Achados na ultrassonografia transvaginal (USG-TV)

Características benignas Características malignas

< 8 cm > 8 cm

Parede interna regular Parede interna irregular

Septações finas ou ausentes Septações grosseiras e/ou espessas

Conteúdo puramente cístico, unilocular Conteúdo misto, multilocular

65


Ginecologia e Obstetrícia

Definição de amenorreia primária


Ausência de menstruação aos 13 - 14 anos sem caracteres sexuais secundários, ou aos
15 - 16 anos com caracteres sexuais secundários.

Sequência de exames para investigação de amenorreia secundária

Investigação de amenorreia secundária

1º BHCG

2º TSH PROLACTINA HIPO/HIPERTIROIDISMO HIPERPROLACTINEMIA

Positivo
ANOVULAÇÃO
Teste da (sangramento)

progesterona
Negativo Prosseguir investigação

Problema no COMPARTIMENTO I - 
Negativo
Teste do ÚTERO VAGINAL

estrogênio Positivo
Prosseguir investigação
(sangramento)
PROBLEMA NO
HIPOGONADISMO
> 20 alto COMPARTIMENTO II
HIPERGONADOTRÓFICO
5º FSH OVARIANO
HIPOGONADISMO
< 5 baixo Prosseguir investigação
HIPOGONADOTRÓFICO
Positivo
Problema no COMPARTIMENTO IV - HIPOTÁLAMO
(↑ FSH e LH)
6º Teste do GnRH
Negativo
Problema no COMPARTIMENTO III - HIPÓFISE
(FSH e LH normais)

Diferença entre Síndrome de Rokitansky e Síndrome de Morris

Síndrome de Rokitansky X Síndrome de Morris

Características Síndrome de Rokitansky Síndrome de Morris

Cariótipo 46, XX 46, XY

Mamas Normais Pequenas

Vagina Curta Curta

Pelos Normais Ausentes ou escassos

Órgão reprodutor Ovários Testículos (intra abdominais)

66


Ginecologia e Obstetrícia

Investigação do casal infértil

Fator
Espermograma
masculino
Exames iniciais: TSH, T4 livre, prolactinemia, FSH (na primeira fase do ciclo),
progesterona (na segunda fase do ciclo) e estradiol
Fatores
Tuboperitoneal: histerossalpingografia → Prova de Cotte negativa = videolaparoscopia
femininos
Ovulatório: Dosagem de progesterona na fase lútea (> 3 ng/dl indica ovulação);
USG-TV seriada a partir do 11.º dia do ciclo para documentar ovulação (principal)

Avaliação da reserva ovariana


Dosagem de FSH entre o 2.º e 5.º dia do ciclo menstrual → FSH > 10 UI/ml indica baixa
reserva ovariana.
USG com contagem de folículos antrais → considerada alterada quando há menos que
6 folículos antrais.
O exame mais acurado para avaliar a reserva folicular é o hormônio antimülleriano (HAM ou AMH) -
não faz parte da propedêutica básica, mas tem ganhado espaço nas provas.

Funcionamento da teoria das duas células

Teca
LH Colesterol

Androstenediona Testosterona

Granulosa

Androstenediona Testosterona

FSH
Aromatização

Estrona Estradiol

Sistema das duas células

67


Ginecologia e Obstetrícia

Principais contraindicações dos anticoncepcionais combinados

Estrogênio 
Método Progesterona
(combinado com progesterona)

< 15 cigarros/dia: 
contraindicação relativa (3)
Tabagismo em ≥ 35 anos Sem contraindicação (1)
≥ 15 cigarros/dia: 
contraindicação absoluta (4)

Tabagismo < 35 anos Sem contraindicação (2) Sem contraindicação (1)

< 6 semanas do parto:


Pós-parto Contraindicação absoluta (4)
Sem contraindicação
com aleitamento materno 6 semanas a 6 meses do parto:
Contraindicação relativa (3)

Pós-parto ≤ 21 dias: contraindicado*


Sem contraindicação
sem aleitamento materno > 21 dias: sem contraindicação

Controverso: Iniciar 
o método pode (2), 
Enxaqueca com aura Contraindicação absoluta (4) continuar o método, não (3).
Para a prova: Sem
contraindicação

Atual: contraindicação
Atual: contraindicação absoluta (4)
absoluta (4)
Câncer de mama > 5 anos sem doença:
> 5 anos sem doença:
contraindicação relativa (3)
contraindicação relativa (3)

Legenda: 1 e 2: pode usar; 3 e 4: não pode usar → 3: contraindicação relativa


e 4 contraindicação absoluta.

68


Ginecologia e Obstetrícia

Outras contraindicações de métodos combinados relevantes para a prova

Estrogênio 
Método Progesterona
(combinado com progesterona)

Não é contraindicação.
Contraindicação relativa (3), ou
Hipertensão arterial Exceção: contraindicado
absoluta se ≥ 16x10mmHg (4)
injetável se PA ≥ 16x10mmHg (3)

Múltiplos fatores de risco Contraindicação  Sem contraindicação (2).


para doença cardiovascular relativa/absoluta (3 / 4) Exceção para os injetáveis (3)

Atual ou prévio:  Atual: contraindicação (3)


Tromboembolismo venoso
contraindicação absoluta (4) Prévio: Sem contraindicação

>29 anos ou complicações:


Diabetes por mais
Contraindicação (3 / 4) Sem contraindicação (2).
de 20 anos ou
<20 anos e sem complicações: Exceção: injetáveis
com complicações
Sem contraindicação (2)

Valvulopatia com Contraindicação absoluta (4).


complicações (hipertensão Sem complicações não Sem contraindicação (1)
pulmonar, risco de FA) é contraindicação (2).

Trombofilia
Contraindicação absoluta (4) Sem contraindicação (2)
(como fator V de Leiden)

Controverso: Iniciar
Infarto ou AVE prévio Contraindicação absoluta (4) o método pode (2), 
continuar o método, não (3).

Enxaqueca sem aura


Contraindicação (3 / 4) Sem contraindicação
≥ 35 anos

Anticonvulsivantes Sem contraindicação para 


como carbamazepina, Contraindicação relativa (3) os implantes e injetáveis 
topiramato (1 / 2). Oral não pode (3).

Ácido valproico
Sem contraindicação Sem contraindicação
(anticonvulsivante)

Massa em mama,
neoplasia benigna,
Sem contraindicação Sem contraindicação
história familiar,
gene BRCA1/2

Antibióticos, antifúngicos, Sem contraindicação.  Sem contraindicação. 


antiparasitários Exceção: rifampicina Exceção: rifampicina

Legenda: 1 e 2: pode usar; 3 e 4: não pode usar → 3: contraindicação relativa


e 4 contraindicação absoluta.

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Ginecologia e Obstetrícia

Indicação de anticoncepção no puerpério


Pacientes amamentando:
• 6 semanas: o método hormonal combinado é contraindicação absoluta.
• 6 semanas a 6 meses: o método hormonal combinado é categoria 3.
• 6 meses: pode tudo!

Pacientes que não estão amamentando:


• < 3 semanas: método hormonal combinado é categoria 3. Demais métodos são categoria 1.
• > 3 semanas: pode tudo!

Principais efeitos dos progestágenos mais usados

Progestágenos

Menos trombogênico Levonorgestrel

Mais trombogênico (mas ainda não


Desogestrel e ciproterona
se compara com o de estrogênios)

Mais antiandrogênico Ciproterona

Mais atividade antimineralocorticoide Drospirenona (derivado de espironolactona)

Principais causas de SUA em cada faixa etária e mnemônico PALM-COEIN

Principais causas de SUA

Período Principais causas

Neonatal Privação de estrogênio materno

Infância Corpo estranho, infecções, puberdade precoce, abuso sexual, neoplasias

Adolescência Imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, coagulopatia, infecções

Sangramentos da gestação e sangramento uterino disfuncional (SUD) por


Menacme anovulação, hipotireoidismo, hiperprolactinemia, uso de anticoncepcionais,
alterações estruturais benignas e malignas

Pós-menopausa Atrofia endometrial, terapia de reposição hormonal, câncer de endométrio

70


Ginecologia e Obstetrícia

PALM-COEIN

Classificação dos miomas pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia


(FIGO)

Miomas

71


Ginecologia e Obstetrícia

Tríade clínica da endometriose


Dismenorreia progressiva + dispareunia + infertilidade.

Climatério: contraindicações absolutas à terapia de reposição hormonal (TRH)


Contraindicações:
• Hepatopatia descompensada.
• Tromboembolismo agudo.
• Câncer de mama ou endométrio.
• Porfiria
• Sangramento vaginal sem diagnóstico.
• AVE, IAM, TVP, LES anticorpos positivos, SAF.

Indicações das diferentes vias de administração da terapia de reposição hormonal


Indicações:
• Tópica: é a 1.ª escolha quando há sintomas vaginais isolados.
• Oral: mulheres sem comorbidades ou com hipercolesterolemia devem receber a TRH
por via oral, caso não se encaixem na indicação da via tópica (outros sintomas).
• Parenteral: mulheres com diversas comorbidades, como hipertensão, diabetes, doença
hepática, fumantes e hipertrigliceridemia, devem receber a TRH por via parenteral
preferencialmente.

Classificação POP-Q

Aa Ba C
Parede anterior Parede anterior Colo ou cúpula

GH ou HG CP ou PB CVT ou TVL
Hiato genital Corpo perineal Comprimento vaginal total

Ap Bp D
Parede posterior Parede posterior Fundo de saco de Douglas

72


Ginecologia e Obstetrícia

Imagem POP Q

Incontinência urinária de esforço: valor de pressão de perda esperada (PPE)

PPE > 90 cm de H2O Hipermobilidade vesical

PPE < 60 cm de H2O Defeito esfincteriano

73


Ginecologia e Obstetrícia

OBSTETRÍCIA

Cálculo da data provável do parto

DUM + 9 meses e 7 dias.

Atenção: cuidado com anos bissextos.

Manobra de Leopold

1.º tempo Avaliação da situação fetal

2.º tempo avaliação da posição (direita, por exemplo, ou esquerda)

3.º tempo Diagnostica a apresentação fetal e encaixe (cefálica, pélvica ou córmica, por exemplo)

4.º tempo Avaliar o grau de penetração e flexão do feto

Manobra de Leopold/Manobras de Leopold em ordem: 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª

74


Ginecologia e Obstetrícia

Principais alterações fisiológicas na gravidez

Aumenta Reduz

Débito cardíaco Resistência vascular periférica

Frequência cardíaca Pressão arterial (PAD cai mais do que PAS)

Volume sanguíneo (50% = hemodiluição) Plaquetas

Fatores de coagulação (fibrinogênio) Volume residual (capacidade respiratória total)

Volume corrente
Tônus muscular liso - TGI, urinário e vascular
(volume-minuto = hiperventilação)

Taxa de filtração glomerular Trânsito intestinal - constipação, refluxo

Hiperglicemia pós-prandial Hipoglicemia em jejum

Exames obrigatórios na primeira consulta do pré-natal segundo o Ministério


da Saúde (MS)

Mnemônico “GUTHS”

“Quando a mulher avisa a família que está grávida,


todo mundo fica cheio de ‘gute-gute’ com ela.”

Glicemia de jejum
Urina (EAS + urocultura)
Tipagem sanguínea e fator Rh
Hemograma
Sorologias

Observação 1: sorologias que devem ser solicitadas - toxoplasmose, HIV, sífilis e hepatite B e C.
Observação 2: lembrar que sorologias como rubéola, citomegalovírus e Zika, para as quais
ainda não há tratamento comprovadamente eficaz, não são obrigatórias pelo MS, mas são
ditas como importantes pela FEBRASGO.

75


Ginecologia e Obstetrícia

Valores de referência para diagnóstico de DMG

Principais alterações fisiológicas na gravidez

Glicemia de jejum TOTG

< 92 mg/dL = normal Jejum ≥ 92 mg/dL OU

92 a 125 mg/dL = DMG 1h pós-prandial ≥ 180 mg/dL OU

≥ 126 = DM prévio 2h pós-prandial ≥ 153 mg/dL

Atualização da conduta em gestante positiva para toxoplasmose

Toxoplasmose
materna aguda

Pré-natal de alto risco

IG < 16 semanas IG≥ 16 semanas

• Iniciar ESQUEMA TRÍPLICE


• Iniciar ESPIRAMICINA Pirimetamina + sulfadiazina +
ácido folínico

US seriada
PCR do líquido amniótico (ig > 18 semanas)

Manter espiramicina US normal US alterado Manter esquema


até o parto PCR negativo PCR positivo tríplice até o parto
Fluxograma toxoplasmose

76


Ginecologia e Obstetrícia

Imunoglobulina anti-D na paciente Rh negativo


• Com 28 semanas.
• Até 72h pós-parto se recém-nascido for Rh+.
• Após qualquer episódio de sangramento na gestação, exames invasivos ou abortamento.

Critérios de tratamento adequado para as gestantes diagnosticadas com sífilis


Critérios:
• Administração de penicilina benzatina.
• Início do tratamento até 30 dias antes do parto.
• Esquema terapêutico conforme o estágio clínico da doença (sífilis recente: 1 dose; sífilis
tardia ou tempo indeterminado: 3 doses).
• Respeito ao intervalo recomendado de doses;
• Documentação da queda do título do teste não treponêmico em pelo menos duas diluições
após a conclusão do tratamento – resposta imunológica adequada.

Atenção! A(s) parceria(s) sexual(is) também deverão ser tratadas, porém, esse critério não
é mais obrigatório para considerar a gestante como adequadamente tratada.

Indicação de TARV na gestação e indicações da via de parto na gestante


HIV positivo

Indicação de TARV na gestação

Gestante que vai iniciar 


TDF + 3TC + DTG
TARV na gestação

CV indetectável CV detectável
Gestante que já usava 
TARV antes da gestação Avaliar motivos para falha e indicar coleta de
Não trocar TARV
genotipagem do HIV (se CV ≥ 500 cópias/mL)

TDF = tenofovir, 3TC = lamivudina, RAL = raltegravir, DTG = dolutegravir, EFZ = efavirenz,
ATV/r = atazanavir/ritonavir.

77


Ginecologia e Obstetrícia

Gestante com
Parto cesáreo eletivo,
CV desconhecida AZT injetável
empelicado, a partir
ou detectável no parto
da 38.ª semana
na 34.ª semana

Gestante com
CV detectável, Parto segundo
AZT injetável
porém menor que indicação obstétrica;
no parto
1.000 cópias/mL pode ser vaginal
na 34.ª semana

Parto segundo
Gestante com
indicação obstétrica, Manter TARV
CV indetectável
preferencialmente habitual via oral
na 34.ª semana
vaginal
Indicação de via de parto e uso de AZT

Principais medicações contraindicadas na gestação

Medicações na gestação

Medicações proibidas Medicações permitidas

Inibidores de ECA, BRA, diuréticos de alça Metildopa, hidralazina, nifedipino

Antidiabéticos orais (exceto metformina) insulina, metformina

Quinolonas (ciprofloxacino, levofloxacino), Betalactâmicos, cefalosporinas,


aminoglicosídeos (gentamicina) azitromicina, clindamicina

Varfarina Heparina

Fluconazol Antifúngicos tópicos

Lamotrigina; ácido fólico (5 mg/dia)


Valproato, fenitoína, topiramato,
durante toda a gestação, começando
fenobarbital, carbamazepina
três meses antes da concepção

78


Ginecologia e Obstetrícia

Determinação da corionicidade de gêmeos monozigóticos


Depende da data que ocorreu a divisão:
• Separação até 72 horas (3 dias) após a fertilização: dicoriônica e diamniótica (30% das
gestações monozigóticas).
• Separação entre 4 – 7 dias: monocoriônica, diamniótica (68%).
• Separação entre 8 – 12 dias: monocoriônica, monoamniótica (2%).
• Separação > 12 dias: gemelaridade imperfeita (fetos conjugados).

Conduta inicial na pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia

Nível pressórico Primeira linha de tratamento

PAS ≥ 160 mmHg e/ou Sulfato de magnésio +

PAD ≥ 110 mmHg Anti-hipertensivo (Hidralazina - 1.ª opção)

Resumo das medicações indicadas nas emergências hipertensivas

Sulfato de Magnésio EV (Zuspan) Hidralazina EV se PA ≥ 160 x 110

Ataque: 4g em 15 – 20 minutos Ataque: 5 mg EV

Repetir a cada 20 minutos até PA ficar abaixo


Manutenção: 1 – 2 g/hora em BIC
de 160 x 110 ou máximo de 30- 45 mg

Sinais de gravidade da pré-eclâmpsia

Pressão arterial ≥ 160 X 110 mmHg

Sinais da síndrome HELLP (plaquetopenia, lesão hepática, hemólise)

Lesão renal aguda (creatinina >= 1,2 mg/dl ou diurese inferior a 500mL/24h)

Edema pulmonar

Cefaleia frontoccipital de forte intensidade

Sintomas visuais, como escotomas, turvação e amaurose

Dor epigástrica

Reflexos tendinosos profundos exaltados

79


Ginecologia e Obstetrícia

Identificação de uma síndrome HELLP

Hemólise Presença de esquizócitos, bilirrubina total ≥ 1,2 mg/dl, LDH > 600 UI/L

Lesão hepatocelular Enzimas hepáticas elevadas (AST ≥ 70 UI/ L)

Plaquetopenia < 100.000

Diagnóstico diferencial e conduta - incompetência istmocervical e SAF

Diagnóstico IIC SAF

Gestante com perdas súbitas e indolores Morte intrauterina inexplicada


Clínica
no segundo trimestre recorrentes em ou história de trombose
sugestiva
idades gestacionais cada vez mais precoces venosa/arterial na mãe
Cerclagem de McDonald entre AAS + heparina (dose depende
Conduta
12 e 16 semanas de IG da história pregressa)

Diferença dos tipos de aborto

Comparação entre os tipos de aborto com colo fechado

Ameaça Completo Retido

Orifício do colo Fechado Fechado Fechado

Já sangrou ou chega
Sangramento Pouco Pouco
com pouco sangramento

Dor Pouco ou nenhuma Nenhuma Pouco ou nenhuma

Especular Normal Normal Normal

Febre Não Não Não

Ultrassom Normal, BCF+ Útero vazio Embrião sem BCF

Expectante por até


Conduta Orientação Orientação
30 dias ou esvaziamento

80


Ginecologia e Obstetrícia

Comparação entre os tipos de aborto com colo aberto

Inevitável Incompleto Infectado

Orifício do colo Aberto Aberto Aberto

Sangramento Sim Sim Sim ou não

Dor Sim Sim Sim

Hemorragia pelo Hemorragia pelo


Especular orifício externo, orifício externo, Secreção purulenta
sem saída de tecido com saída de tecido

Febre Não Não Sim

Ovo deformado, Restos ovulares


Ultrassom hematoma retro e/ou espessamento Restos ovulares
ovular, ovo baixo endometrial > 15-20 mm

Suporte + analgesia/ Esvaziamento uterino


Conduta Esvaziamento uterino
esvaziamento uterino + antibioticoterapia

Diagnóstico de gestação ectópica


B-hCG > 1.500 mU/mL + útero vazio.

Indicações de tratamento medicamento (metotrexato) na gestação ectópica


Beta-hCG ≤ 5.000 mUI/ml + SG < 3,5 cm + ausência de batimentos cardíacos fetais.

Identificação da doença trofoblástica gestacional nos enunciados


• Sangramento vaginal intermitente com aspecto de ameixa ou em cachos de uva.
• Útero aumentado para a IG e em sanfona (cresce e diminui).
• Beta-hCG aumentado para a IG e hiperêmese gravídica (sintomas de gravidez exuberantes).
• Cistos tecaluteínicos (anexiais bilaterais).
• Pré-eclâmpsia precoce.

81


Ginecologia e Obstetrícia

Diferença das duas principais causas de sangramentos da segunda metade


da gestação

Principais pontos para diferenciação entre DPP e PP

Descolamento prematuro
Placenta prévia (PP)
de placenta (DPP)

Sangramento Vermelho-escuro, único Vermelho vivo, intermitente

Dor Presente Ausente

Principal fator de risco Hipertensão Cesariana prévia

Feto Bradicardia Normal

Útero Hipertônico Normal

Itens avaliados pelo índice de Bishop


• Dilatação.
• Esvaecimento.
• Altura da apresentação.
• Consistência.
• Posição do colo.

Rastreio de prematuridade em gestantes de alto risco


1. USG para medição do comprimento do colo uterino, entre 20 e 24 semanas. Se menor
do que 25 mm, o rastreio é positivo.
2. Dosagem de fibronectina em secreção coletada em fundo de saco. Se maior do que
50 ng/ml, o rastreio é positivo.

Conduta em um trabalho de parto prematuro


• Acima de 34 semanas = assistência ao parto.
• Abaixo de 34 semanas = tocólise + corticoterapia para amadurecimento pulmonar do feto
+ sulfato de magnésio em gestantes entre 24 e 32 semanas de IG para neuroproteção
fetal + profilaxia com penicilina cristalina ou ampicilina se não houver realização do swab
para pesquisa do Streptococcus do grupo B (GBS).

82


Ginecologia e Obstetrícia

Indicações de profilaxia contra GBS

Indicações de profilaxia contra o Streptococcus do grupo B

Gestantes com swab vaginal e/ou retal positivo

Gestantes que não fizeram swab, mas possuem algum fator de risco para essa
infecção (febre, trabalho de parto prematuro ou amniorrexe > 18 horas)

Gestantes com urinocultura positiva para GBS na gestação atual

Gestantes com filhos acometidos pela GBS anteriormente

Exceção: parto cesariano sem trabalho de parto ou rotura prematura de membranas ovulares.
Nesse caso, a gente não recebe a profilaxia, ainda que preencha algum dos critérios citados
na tabela acima

Atitudes fetais que podem ocorrer no parto e suas referências

Referências de apresentação resumo/atitude fetal

Imagem 
Atitude Ponto de referência
correspondente acima

Imagem A Flexão Lambda

Imagem B Defletido de 1.° grau Bregma

Imagem C Defletido de 2.° grau Glabela

Imagem D Defletido de 3.° grau Mento

83


Ginecologia e Obstetrícia

Diagnóstico de partos distócicos

Nome RG De Lee

10
9 - AM
8 -3
7 -2
Dilatação

-1
(cm)

6
5 0
4 +1
3 +2
2 +3
1 +4
Vulva
Dia de início
Hora Real
Hora de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Registro
Diagnóstico: período pélvico prolongado

Nome RG De Lee

10
9 - AM
Linha de Alerta Linha de Ação -3
8
7 -2
Dilatação

-1
(cm)

6
5 0
4 +1
3 +2
2 +3
1 +4
Vulva
Tempo (horas)
Diagnóstico: parto taquitócico

84


Ginecologia e Obstetrícia

Nome RG De Lee
10
9 - AM
8 Linha de Alerta Linha de Ação -3
7 -2
Dilatação

6
(cm)

-1
5 0
4 +1
3 +2
2 +3
1 +4
Vulva
Tempo (horas)
Diagnóstico: parada secundária da dilatação

Nome RG De Lee

10
- AM
9
Linha de Alerta Linha de Ação -3
8
-2
7
-1
Dilatação

6 0
(cm)

5 +1
4 +2
3 +3
2 +4
1 Vulva
Tempo (horas)
Diagnóstico: parada secundária da descida

85


Ginecologia e Obstetrícia

Identificação do tipo de desaceleração da cardiotocografia (CTG)


• Na DIP I, temos uma desaceleração precoce, onde o nadir da desaceleração encontra
com o pico da contração uterina, indicando compressão do polo cefálico.
• Na DIP II, há um padrão com desacelerações tardias, pois o nadir da desaceleração acontece
após o pico da contração uterina, indicando compressão da placenta.
• Na DIP III, a desaceleração é dita como variável, pois não há relação entre o nadir da
desaceleração e o pico de contração uterina, sugerindo compressão do cordão umbilical.

DIP X Padrão na CTG

Classificação da
Padrão na CTG
desaceleração

DIP III

DIP II

86


Ginecologia e Obstetrícia

DIP I

Principais fórceps utilizados e seus critérios de aplicabilidade

Principais fórceps utilizados

Simpson Kielland Piper

É um fórceps de alívio, mas


Apresentação cefálica,
que pode realizar rotações
é um fórceps de rotação.
pequenas de até 45º.
Indicado para
Apresentação cefálica
apresentação cefálica Indicação para
Articulação tipo fixa (inglesa) Articulação móvel apresentação pélvica

Rotações pequenas (< 45º) Rotações até 135º

Tração (menor poder


Maior poder de tração
de tração que o Simpson)

87


Ginecologia e Obstetrícia

Critérios:
• Dilatação total.
• Descartar desproporção céfalo-pélvica: analisada pela prova de tração positiva.
• Bolsa rota.
• A partir de +2 de De Lee.
• Identificação da variedade de posição.
• Analgesia: peridural, raquianestesia ou bloqueio de pudendo.
• Esvaziamento da bexiga (uso de sonda de alívio).

Graus de laceração do períneo no parto normal

88


Ginecologia e Obstetrícia

Principais causas para hemorragia puerperal

Os "4T" da hemorragia pós-parto

Tônus Atonia uterina

Laceração perineal

Hematoma
Trauma
Ruptura

Inversão uterina

Placenta retida
Tecido
Acretismo

Trombina Coagulopatias

Sequência de condutas na hipotonia/atonia uterina


1. Ocitocina + massagem uterina.
2. Metilergometrina (IM) e/ou misoprostol (via retal).
3. Balão de Bakri.
4. Embolização das artérias uterinas.
5. Sutura de B-Lynch.
6. Ligadura das artérias uterinas ou ilíaca interna.
7. Histerectomia.

* A falha de uma tentativa implica em avançar para a próxima opção de hemostasia.

89


Pediatria
Pediatria

Cirurgia pediátrica
Cite algumas condições cirúrgicas comuns na infância:

Condições cirúrgicas comuns na infância

Patologia Clínica Imagem

Tipo C é o mais comum

História de polidrâmnio
Atresia 
de esôfago
Sialorreia e não progressão
de sonda gástrica
Raio-x de atresia de esôfago

Diagnóstico por radiografia Contraste acumulado em


contrastada coto esofágico proximal
(fundo cego)

Entre 2 a 6 semanas de vida

Vômitos não biliosos em jato


após alimentação
Estenose hipertrófica
do piloro
Pode causar alcalose metabólica
hipocalêmica e hipoclorêmica

Sinal da oliva USG da estenose hipertrófica


do piloro - espessamento pilórico

História de polidrâmnio

Vômitos biliosos e distensão


Atresia duodenal
abdominal

Associação com síndrome de Down


Sinal da dupla bolha

91


Pediatria

Evisceração, fora da linha média, sem


nenhuma proteção, não relacionado
Gastrosquise
a doenças genéticas ou outras
malformações

Herniação, linha média, envolvido


por peritônio parietal, alta correlação
com doenças genéticas e outras
malformações (cardiopatias).

Onfalocele

Macete: lembre que a letra O é


fechada (Onfalocele é com "saco") e a
letra G
é aberta (Gastrosquise é sem)

Pico de incidência de 5 a 9 meses

Correlação com vacina contra rotavírus

Local mais comum: íleo-cólica


Intussuscepção
intestinal Tríade de dor abdominal + massa
abdominal palpável + fezes
em geleia de morango

Diagnóstico com ultrassonografia


de abdome Sinal do alvo

92


Pediatria

Relacionada à prematuridade

Tríade de distensão abdominal +


Enterocolite
dificuldade de progredir dieta +
necrotizante
resíduo gástrico

Diagnóstico com radiografia


de abdome
Pneumatose intestinal

Acometimento dos plexos de Meissner


e Auerbach
Dilatação do segmento não acometido

Obstrução intestinal
Megacólon congênito
(Hirschsprung) Toque retal com saída de gases
e fezes explosivas
Investigação com enema baritado
Megacólon congênito:
Diagnóstico definitivo com biópsia retal cone de transição (enema baritado)

 Bate e pronto das hérnias pediátricas

1. Tratamento da hérnia inguinal sem sinais de encarceramento/estrangulamento

👉
2. Tratamento de hérnia inguinal encarcerada

👉
3. Tratamento de hérnia inguinal estrangulada (isquemia de alça)

👉
4. Indicações para tratamento cirúrgico de hérnia umbilical

👉
1. Correção cirúrgica eletiva, mas o mais breve possível; 2. Sugerida por irritabilidade e dor local. Tentativa de redução com analgesia e correção
cirúrgica em 24-48 horas. Se irredutível, inguinotomia imediata; 3. Sugerida por edema, hiperemia, dor abdominal e toxemia. Cirurgia imediata
com ressecção e anastomose primária da alça; 4. > 2 cm, derivação ventrículo peritoneal, ascite volumosa, não fechamento até 4 a 6 anos,
estrangulamento/encarceramento, procedimento cirúrgico para hérnia inguinal (correção concomitante).

93


Pediatria

Oncologia pediátrica

Qual é a principal neoplasia pediátrica?


Neoplasias hematológicas - Leucemia linfoide aguda (LLA).

Quais os principais tumores de órgãos sólidos na infância e seu quadro clínico?


• Sistema nervoso central: principalmente em fossa posterior. Clínica de cefaleia, déficit
neurológico focal e sinais de hipertensão intracraniana.
• Neuroblastoma: massa abdominal palpável que ultrapassa a linha média, associada
a dor e distensão abdominal. Pode gerar metástase com rapidez. Geralmente as questões
apresentam um paciente com comprometimento do estado geral.
• Nefroblastoma (tumor de Wilms): massa abdominal que NÃO ultrapassa a linha média.
Pode estar associado à hipertensão arterial sistêmica, hematúria, constipação e dor
abdominal. Geralmente o paciente está em bom estado geral.
• Retinoblastoma: leucocoria ao teste do olhinho, ou seja, reflexo pupilar branco.

Leucocoria unilateral

Como identificar as principais urgências oncológicas na pediatria e como manejá-las?


• Neutropenia febril: febre + neutropenia (< 500/mm³ ou < 1.000/mm³ com tendência
de queda em 48 horas). Conduta: internação hospitalar + coleta de exames laboratoriais
e hemoculturas pareadas (periférica + cateter) + antibioticoterapia de amplo espectro.
• Síndrome da lise tumoral: hiperuricemia, hipercalemia, hiperfosfatemia e HIPOcalcemia.
Conduta: hidratação endovenosa e correção dos distúrbios. O melhor tratamento é a
prevenção.

94


Pediatria

Clínica neonatal
-> Classificações
Quanto ao peso de nascimento:

Classificação quanto ao peso de nascimento

Extremo baixo peso ao nascer: < 1.000 g

Muito baixo peso ao nascer: < 1.500 g

Baixo peso ao nascer: < 2.500 g

Peso normal: entre 2,5 kg e 4 kg

Quanto à idade gestacional:

Classificação da idade gestacional

Entre 37 e 41 semanas e 6 dias

Precoce: entre 37 e 38 semanas e 6 dias

RN a termo Completo: entre 39 e 40 semanas e 6 dias

Tardio: entre 41 e 41 semanas e 6 dias

Novidade SBP 2022!

Menos de 37 semanas completas


RN pré-termo ou prematuro
(ou seja, até 36 semanas e 6 dias)

RN pré-termo tardio De 34 semanas a 36 semanas e 6 dias

RN pré-termo moderado De 32 semanas a 33 semanas e 6 dias

RN muito prematuro De 28 semanas a 31 semanas e 6 dias

RN prematuro extremo Abaixo de 28 semanas

Pós-termo 42 semanas ou mais de gestação

95


Pediatria

Do peso quanto à idade gestacional:

Peso para a idade gestacional

Pequeno para a idade gestacional (PIG): abaixo do percentil 10

Adequado para a idade gestacional (AIG): entre os percentis 10 e 90

Grande para a idade gestacional (GIG): acima do percentil 90

Restrição do crescimento intrauterino (RCIU)

RCIU TIPO II OU
RCIU TIPO 1 OU SIMÉTRICO
ASSIMÉTRICO

Incidência Mais comum

Quando Durante toda gestação Final da gestação

Prognóstico Pior prognóstico Melhor prognóstico

Medidas alteradas Todas as medidas < p10 Perímetro cefálico preservado

Principal causa patológica Infecção perinatal Insuficiência placentária

Síndromes respiratórias neonatais

Síndrome Principais características Imagem típica

Deficit de absorção do líquido


pulmonar após o nascimento

Principal fator de risco:


cesárea eletiva sem trabalho de parto
Taquipneia
Mais comuns em termos precoces
transitória do
(abaixo de 39 semanas)
recém-nascido
Inicia nas primeiras horas de vida
e dura por 3 - 5 dias Taquipneia transitória
do recém-nascido

Tratamento com suporte ventilatório Radiografia de tórax com


hiperinsuflação e cisurite

96


Pediatria

Deficiência primária
do surfactante pulmonar
Quanto mais prematuro,
maior a prevalência
Sintomas ao nascimento com
Síndrome do piora progressiva em 72 horas
desconforto
respiratório Alteração importante em gasometria
(antiga doença da
membrana hialina) Tratamento com surfactante exógeno

Prevenção: corticoesteroide em gestante Rx doença da membrana hialina


com risco de trabalho de parto prematuro
(reduz incidência e mortalidade)
Infiltrado em “vidro moído”
Pacientes podem apresentar displasia e broncograma aéreo
broncopulmonar como complicação
Fatores de risco: RN termo ou pós-termo,
asfixia, RCIU, pélvicos e macrossômicos
Indica sofrimento fetal
ou parto prolongado

Sintomas nas primeiras horas de vida

Segundo o protocolo de reanimação


da SBP de 2022: em RNs com líquido
Síndrome da amniótico meconial e com respiração
aspiração meconial irregular, apneia ou FC < 100 bpm,
está indicada VPP
Rx síndrome aspiração meconial
Se não apresentar melhora e for
necessária a intubação, realizar
Infiltrado grosseiro,
aspiração da traqueia através
hipotransparência
da cânula traqueal uma única vez
e hiperinsuflação
Possível complicação:
hipertensão pulmonar persistente

Patógeno mais comum:


GBS (S. agalactiae)

Fatores de risco: bolsa rota prolongada


(>18 horas), corioamnionite, infecção
Pneumonia
materna intraparto, prematuridade,
neonatal
RCIU e asfixia perinatal

Sintomas nas primeiras horas de vida

Tratamento com antibiótico Rx pneumonia neonatal

97


Pediatria

-> Icterícia neonatal - Zonas de Kramer

Zonas de Kramer com correspondência da bilirrubina total

Icterícia neonatal

Inicia após 24 horas de vida, com pico entre 3º e 4º dias de vida.


Icterícia fisiológica
Conduta expectante

Icterícia do Associada à baixa ingesta de leite e perda


aleitamento de peso nos primeiros dias de vida.
materno Corrigir técnica de aleitamento materno

Acredita-se estar relacionada a fatores


próprios do leite, como a presença da
enzima glicuronidase no leite materno.
Icterícia do
Sua apresentação é mais tardia, geralmente
leite materno
com pico na segunda semana de vida, com
resolução espontânea em até 12 semanas.
Conduta expectante

98


Pediatria

Doença hemolítica do recém-nascido

Incompatibilidade Rh Incompatibilidade ABO

Mãe Rh negativo e RN Rh positivo Mãe O e RN A ou B

Primeira gestação
Segunda gestação (após sensibilização)
(sem necessidade de sensibilização prévia)

Coombs direto sempre positivo! Coombs direto PODE ser positivo

Icterícia, hemólise fetal,


Icterícia
hepatoesplenomegalia e hidropsia fetal

Mais grave, menos comum Menos grave, mais comum

Profilaxia com imunoglobulina anti-D:


Mãe Rh negativa com 28 a 34 semanas
de gestação, após o parto e se
Sem profilaxia
quebra de barreira placentária
(mola, abortamento, procedimento
intraútero, gravidez ectópica)

Colestase neonatal: aumento de bilirrubina direta (BD > 1 mg/ml). Icterícia + colúria + acolia.
Afastar atresia de vias biliares. Ultrassonografia abdominal pode auxiliar no diagnóstico.
Tratamento com cirurgia de Kasai o mais precoce possível.

99


Pediatria

Triagem neonatal

Teste Objetivo Quando Como Alteração Conduta se alterado

Atualização  Teste positivo:


SBP em agosto Solicitar
de 2022! ecocardiograma e
consultar especialista.
Teste positivo:  RN não pode receber
24 - 48 horas Oximetria SpO2 ≤ 89% no alta hospitalar antes
Coraçãozinho
de vida, antes de pulso MSD ou membro de esclarecer
Descartar
da alta em membro inferior o diagnóstico.
cardiopatias
hospitalar superior
congênitas Teste duvidoso:
em RN > 35 direito (MSD) Teste duvidoso:
críticas Repetir após 1 hora
semanas e qualquer SpO2 entre
e assintomático membro inferior até duas vezes.
90 e 94% ou
Se na terceira
diferença entre
avaliação o teste
as medidas do
continuar alterado,
MSD e membro
o teste deve ser
inferior ≥ 4%
considerado positivo
Avalia a presença Incidir luz sobre
Olhinho de possíveis Período neonatal, a pupila, com
afecções que preferencialmente oftalmoscópio,
acometem a região antes da alta da com distância Reflexo branco Encaminhamento
ocular posterior. maternidade. de 1 braço da (leucocoria) ao oftalmologista
Pode detectar Repetir aos 4, 6, criança. Normal
retinoblastoma 12 e 24 meses é reflexo
e catarata vermelho

Com 48 horas Repetir e/ou


Orelhinha encaminhar
de vida, Ausência de
Emissões ao BERA.
preferencialmente emissões.
Descartar otoacústicas
antes da alta Pode ocorrer Obs: o BERA é a
alterações no evocadas
da maternidade. no caso de primeira opção no
conduto auditivo (EOA) pelo
Realizado em obstrução caso de RNs com
fonoaudiólogo
RNs sem fatores do conduto. fator de risco para
de risco. perda auditiva
Linguinha
Descartar
anquiloglossia
Mais precoce Língua em
que prejudique Exame físico Frenotomia lingual
possível coração
amamentação
e fala

A depender da
Pezinho
alteração, considerar
Teste de triagem repetir teste do
neonatal para Entre 3 - 5 dias Gota de sangue pezinho ou realizar
Laboratorial
algumas doenças de vida em papel filtro testes diagnósticos
congênitas graves* específicos para
confirmação da
doença

* Quais são as patologias triadas no teste do pezinho básico?


Hemoglobinopatias (incluindo anemia falciforme); fibrose cística; fenilcetonúria; hiperplasia
adrenal congênita; hipotiroidismo congênito; deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita.

100


Pediatria

Lembrando que a triagem neonatal está em ampliação. Segundo a Lei de 2021, o teste do
pezinho será ampliado, chegando ao total de 50 doenças rastreadas.

Hot topics das infecções congênitas

Tétrade de Sabin: coriorretinite + calcificações intracranianas difusas + micro/hidrocefalia


+ deficiência intelectual.
TOxoplasmose = Calcificações em TOdo cérebro.
TOXOPLASMOSE

Exames no RN: hemograma, bioquímica, ultrassonografia transfontanela inicialmente,


punção lombar, fundo de olho, sorologia para toxoplasmose (IgM e IgG), BERA.
Tratamento: para casos confirmados de toxoplasmose congênita,
se toxoplasmose gestacional comprovada ou provável.
Uso do esquema SPAF (sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico) por 1 ano.
Se proteinorraquia > 1000 mg/dl ou coriorretinite ativa, associar corticoterapia.
Criança tratada: IgG negativo ou queda de titulação após 6 meses do fim do tratamento.

Notificação semanal (gestante e RN)


Manifestações mais comuns: perda auditiva neurossensorial +
catarata + cardiopatia congênita (persistência do canal arterial).
RUBÉOLA

Sem tratamento específico


Prevenção: vacinação de crianças e mulheres em idade fértil com tríplice viral
(sarampo, caxumba e rubéola). Contraindicada durante a gestação.
Notificação compulsória imediata (municipal, estadual e federal)

Causa mais frequente de surdez neurossensorial não hereditária na infância.


CMV

CMV = Calcificações cerebrais periVentriculares


Tratamento: indicado para casos confirmados de infecção congênita, sintomáticos
e com comprometimento multissistêmico. Realizado com ganciclovir.
Contraindicado aleitamento materno.

TARV para gestante: tenofovir + lamivudina + dolutegravir. Novidade 2022!


Cuidados intraparto:
Indicações para uso de AZT
Gestante com CV desconhecida Parto cesário, eletivo, empelicado,
AZT injetável IV no parto
HIV

ou detectável na 34ª semana a partir da 38ª semana

Gestante com CV detectável


Parto segundo indicação
porém menor que 1.000 AZT injetável IV no parto
obstétrica; pode ser vaginal
cópias/ml na 34ª semana
Parto segundo indicação
Gestante com CV Manter TARV
obstétrica, preferencialmente
Indetectável na 34ª semana habitual via oral
vaginal
Situações para administração de AZT endovenoso profilático para gestante durante o parto

101


Pediatria

O clampeamento do cordão deve ser imediato e o RN deve receber banho.

Profilaxia do RN com TARV:

Classificação de risco de exposição ao HIV

Mães sem pré-natal OU

Mães sem TARV durante a gestação OU

Mães com indicação para profilaxia no momento do parto e que não a receberam OU
Alto Risco

Mães com início de TARV após a 2ª metade da gestação OU

Mães com infecção aguda pelo HIV durante a gestação ou aleitamento, OU

Mães com CV-HIV detectável no 3º trimestre, recebendo ou não TARV, OU

Mães sem CV-HIV conhecida OU

Mães com Teste Rápido (TR) positivo para o HIV no momento do parto
(sem diagnóstico e/ou seguimento prévio).
HIV

Uso de TARV na gestação E com Carga Viral (CV) do HIV indetectável


Risco
Baixo

a partir da 28ª semana (3° trimestre) E sem falha na adesão à TARV

Recém-nascido de baixo risco: iniciar a profilaxia o mais precocemente possível,


idealmente em até 4 horas após o nascimento. Usar zidovudina (AZT) por 28 dias.
Recém-nascido de alto risco: iniciar a profilaxia o mais precocemente possível, idealmente
em até 4 horas após o nascimento. Usar, em maiores de 37 semanas, zidovudina (AZT),
lamivudina (3TC) e raltegravir (RAL) por 28 dias.
O raltegravir não pode ser utilizado em menores de 37 semanas,
devendo ser substituído pela nevirapina por 14 dias.

Se a idade gestacional for menor que 34 semanas, deve-se realizar profilaxia apenas
com zidovudina por 28 dias, independentemente do risco de exposição ao HIV.

Acompanhamento: coletar carga viral ao nascimento, 2, 6 e 12 semanas


de vida. Não coletar sorologia para HIV antes dos 18 meses.

Diagnóstico:

Infecção descartada: criança assintomática + 2 CV indetectáveis após fim da profilaxia


+ anti-HIV negativo após 18 meses de vida.

Infecção confirmada: 2 CV > 5.000 cópias/mL.

102


Pediatria

Profilaxia para pneumocistose: todas as crianças expostas ao HIV a partir de


4 semanas de vida. A profilaxia deve ser suspensa apenas quando duas cargas virais
após esse período vierem negativas. Caso contrário, manter até 12 meses de vida
HIV

se houver infecção confirmada ou incerta, e a partir de 12 meses, só manter


se a criança vive com HIV e tiver CD4 < 200 cél/mm³ ou < 25%.

Notificação compulsória semanal (gestante e RN exposto)

Mãe considerada adequadamente tratada:

Administração de penicilina benzatina.

Início do tratamento até 30 dias antes do parto.

Esquema terapêutico conforme o estágio clínico.

Além disso, os seguintes fatores devem ser considerados para avaliar


a resposta terapêutica após o tratamento da sífilis na gestante:

Avaliação quanto ao risco de reinfecção.

Resposta imunológica adequada:

Documentação de queda da titulação do teste não treponêmico em pelo menos 2 diluições


em até 3 meses, ou de 4 diluições em até 6 meses após a conclusão do tratamento.
Documentação de queda da titulação em pelo menos duas diluições
em até seis meses para sífilis recente ou até 12 meses para sífilis tardia.

Diagnóstico: todos os RN expostos à sífilis devem coletar VDRL.


SÍFILIS

Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico de sífilis congênita se dá por:

Em RNs filhos de mãe adequadamente tratada: VDRL do RN dois títulos maior que o VDRL
da mãe (exemplo: RN 1:16 e mãe 1:4) OU se o RN com teste treponêmico
reagente apresentar alterações sugestivas ao exame físico.
Em RNs filhos de mãe inadequadamente tratada: VDRL reagente, alteração no hemograma,
radiografia de ossos longos e liquor alterado.
Diagnóstico de neurossífilis: VDRL positivo no liquor, celularidade do liquor > 25 cél/mm³
e proteinorraquia > 150 mg/dl.

Tratamento:

Recém-nascidos de mães inadequadamente tratadas, com todos os exames normais:


aplicar penicilina benzatina dose única.
Recém-nascidos de mães adequadamente tratadas com alteração do VDRL
(2x maior materno) e outros exames, OU recém-nascidos de mães inadequadamente
tratadas com alteração de exames, porém, em ambos os casos, liquor normal:
tratar com penicilina cristalina OU penicilina procaína, por 10 dias.

Recém-nascidos com neurossífilis: tratar com penicilina cristalina, por 10 dias.

103


Pediatria

Manejo da criança exposta à sífilis e da criança com sífilis congênita


Fluxograma para avaliação e manejo na maternidade das crianças nascidas de
mães com diagnóstico de sífilis na gestação atual ou no momento do parto.

Realizar teste rápido de sífilis em toda gestante que chega à maternidade,


bem como na mulheres em abortamento

Se teste rápido não reagente e ausência de infecção por sífilis:


sem necessidade de condutas para a gestante e a criança.
Se teste rápido reagente*: avaliar histórico de tratamento de sífilis na gestante

A mãe foi tratada de forma adequada


durante a gestação?

Sim Não

Realizar teste não treponêmico sérico da mãe e Notificar para sífilis congênita e realizar teste não treponêmico sérico
do recém nascido, ao mesmo tempo. da mãe e do recém nascido, ao mesmo tempo.
O teste não treponêmico da criança é pelo menos Realizar no recém nascido hemograma completo e glicemia e coletar o
duas diluições MAIOR que o materno? líquor (solicitar celularidade, glicorraquia, proteinorraquia e VDRL).

O exame físico do recém nascido, o hemograma e o líquor são


normais, e o teste não treponêmico do recém nascido é não reagente?
Não Sim

O exame físico da Não Sim


criança é normal?

O resultado do líquor
SÍFILIS

é normal?
Sim Não

O teste não treponêmico é


não reagente? Sim Não

Sim Não

Criança com sífilis Criança com sífilis


congênita SEM congênita COM
Criança Notificar para sífilis Aplicar
neurossífilis neurossífilis
exposta à congênita benzilpenicilina
sífilis Realizar benzatina, 50.000 UI/kg,
avaliação Para definição do tratamento, Tratar com Tratar com benzilpenicilina dose única,
seguir no fluxograma como benzilpenicilina cristalina cristalina, por 10 dias intramuscular
Sem necessidade para STORCH criança nascida de mãe não OU benzilpenicilina
de tratamento adequadamente tratada procaína, por 10 dias
imediato

Referenciar para seguimento clínico e laboratorial na puericultura

Fonte: DCCI/SVS/MS.
Legenda: TNT – Teste não treponêmico periférico.
*Crianças nascidas de mulheres diagnosticadas com sífilis antes da gestação atual, com histórico documentado de tratamento adequado dessa sífilis anterior
à gestação, com documentação da queda da titulação em pelo menos duas diluições (ex.: antes, 1:16, depois, menor ou igual a 1:4), e que durante a gestação
atual se mantiveram com títulos de teste não treponêmico baixos e estáveis, não são consideradas crianças expostas à sífilis, e não precisam coletar VDRL
no momento do parto.

A única situação em que não é necessário tratamento é a da criança exposta à sífilis


(aquela nascida assintomática, cuja mãe foi adequadamente tratada e cujo teste não
treponêmico é não reagente ou reagente com titulação menor, igual ou até uma diluição
maior que o materno).

Notificação compulsória semanal (gestante e RN)

104


Pediatria

Doenças exantemáticas

Quadro comparativo das doenças exantemáticas

DOENÇA/
CLÍNICA INFORMAÇÕES IMPORTANTES
AGENTE
Linfonodomegalia cervical posterior,
occipital e retroauricular + Notificação obrigatória e imediata
exantema maculopapular róseo
com progressão céfalo caudal +
manchas de Forchheimer Profilaxia pós-exposição em pacientes com
esquema vacinal incompleto em até 72 horas
Rubéola
Rubivirus
Lembrando que a rubéola é atualmente considerada
uma doença erradicada no Brasil;
o Ministério da Saúde (MS) brasileiro recebeu,
em 2015, o Certificado de Eliminação da doença
da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Febre e exantema maculopapular + Notificação obrigatória e imediata


tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite.
Lembrar que o exantema é
morbiliforme com progressão céfalo Alta transmissibilidade (aerossol)
caudal com descamação furfurácea.
São sinais patognomônicos Tratamento: sintomáticos + vitamina A
as manchas de Koplik
Sarampo Complicação bacteriana mais comum: OMA
Morbillivirus

Principal causa de mortalidade: pneumonia

Profilaxia pós-exposição: vacina de bloqueio


em até 72 horas (acima de 6 meses de vida)
OU imunoglobulina em até 6 dias para crianças
< 6 meses, gestantes e imunocomprometidos

Lesões vesiculares pruriginosas Notificação compulsória apenas em


em diferentes estágios de evolução casos graves internados ou óbito.
(polimorfismo) + evolução centrífuga Transmissão por aerossol. Quando todas as lesões
estiverem em crostas não há mais transmissibilidade.
Tratamento sintomático.
Aciclovir em casos selecionados.
Varicela
Vírus NÃO usar AAS (risco de síndrome de Reye)
varicela-zoster
Principal complicação:
Infecção secundária das lesões
Profilaxia pós-exposição: vacinação de bloqueio
em até 5 dias (apenas em ambiente hospitalar)
e imunoglobulina em até 96 horas
em casos selecionados

105


Pediatria

Eritema malar (face esbofeteada)


+ exantema rendilhado Exantema pode recidivar se sol, calor,
estresse ou atividade física

Eritema
infeccioso
Complicação: crise aplástica transitória
Parvovírus
B19

Tratamento sintomático

Síndrome A principal complicação é a baixa ingestão


Lesões vesiculares em devido às lesões orais.
mão-pé-boca
cavidade oral, mãos e pés
Coxsackie
(podendo ocorrer em nádegas) Pode acontecer onicomadese e miocardite
Enterovírus

Exantema Principal faixa etária: lactentes


Febre alta que desaparece
súbito
e é seguida subitamente
Herpes virus
por exantema cefalocaudal Complicação: crise convulsiva febril
6 ou 7
Se o paciente usar amoxicilina ou ampicilina,
Adolescente com a chance de exantema maculopapular é maior,
febre + faringoamigdalite + devido à vasculite imunomediada
Mononucleose
linfonodomegalia + fadiga. Pode
infecciosa
ocorrer hepatoesplenomegalia, Complicação: ruptura esplênica
EBV
e, no hemograma, presença
de linfócitos atípicos NÃO usar AAS (risco de síndrome de Reye)

Dor de garganta + febre +


exantema em aspecto de lixa +
sinal de Filatov + sinal de Pastia + Tratamento em até 9 dias para prevenir
língua em morango febre reumática: com penicilina benzatina

Escarlatina
S. pyogenes
Complicações: supurativas (otite, mastoidite,
sinusite, abscesso faríngeo e meningite)
e não supurativas (febre reumática
e glomerulonefrite pós-estreptocócica)

Tratamento com AAS e imunoglobulina

Febre por 5 dias ou mais + 4 dos Principal complicação: aneurisma coronariano


Doença de
seguintes: exantema + conjuntivite
Kawasaki
+ alterações orais + alterações de
Vasculite Diagnóstico diferencial com Síndrome da Resposta
extremidades + linfonodomegalia
Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P)
(se atentar para COVID-19)

106


Pediatria

Febre por 3 dias ou mais + 2


dos seguintes: exantema/conjuntivite/
alterações orais e extremidades +
hipotensão/choque + alterações
cardíacas + coagulopatia +
sintomas gastrointestinais
SIM-P E Ainda não há consenso em relação
SARS-CoV-2 ao uso de imunoglobulina e corticoterapia
elevação de provas inflamatórias
E
ausência de infecção bacteriana
E
evidência de COVID-19

Infecção do trato urinário

Antes de 1 ano: meninos não circuncidados


Principais Após 1 ano: sexo feminino, disfunção miccional, período de desfralde,
fatores de risco malformações genitourinárias, manipulação do trato urinário,
constipação e incontinência fecal
Agente etiológico
E. coli uropatogênica (UPEC)
mais comum
Diagnósticos
Vaginite, corpo estranho vaginal/uretral, oxiuríase,
diferenciais 
sabonetes como irritantes e abuso sexual
de cistite
Pielonefrite Febre sem sinais localizatórios pode ser a única manifestação abaixo de 1 ano!
Exame
Urocultura
padrão-ouro
Parcial de urina com leucocitúria, esterase leucocitária,
Suspeita de ITU
nitrito positivo, hematúria, bacterioscopia positiva.
Jato médio: método de escolha para crianças com controle de esfíncter.
A urocultura é considerada positiva se 100.000 UFC/ml ou mais.
Saco coletor: Não deve ser utilizado para urocultura devido a muitos falsos
positivos. Grande valor preditivo negativo.
Punção suprapúbica: qualquer número de bactérias Gram-negativas.
No caso de Gram-positivas há divergência.
Métodos 
de coleta SBP: qualquer quantidade é positiva exceto 2.000-3.000 UFC/ml
de estafilococo coagulase-negativo.
Nelson: único patógeno acima de 50.000 UFC/ml.

Cateterismo vesical:
Nelson e Academia Americana de Pediatria:
único patógeno acima de 50.000 UFC/ml

107


Pediatria

Pielonefrite aguda com sinais de sepse, idade < 1 a 3 meses,


Critérios de
desidratação/vômitos ou incapacidade de ingerir líquidos
internação
ou medicamentos, condições sociais
Se internado: Cefalosporina de 3.ª geração
ou aminoglicosídeo (gentamicina) podendo variar de 7 a 14 dias.
Antibioticoterapia
Opções via oral (não utilizar se febril):
nitrofurantoína, cefalexina e sulfametoxazol-trimetoprim
Ultrassonografia: detecta hidronefrose, dilatação ureteral,
tamanho renal e anatomia da bexiga.
Exames
complementares Cintilografia renal com DMSA: detecta cicatrizes renais e pielonefrite.
para trato urinário
Uretrocistografia: detecta refluxo vesicoureteral

Exame de Pela SBP, é indicado ultrassonografia de vias urinárias para


investigação ITU febril em todas as faixas etárias

Síndromes gastrointestinais e desidratação na infância


Conceitos gerais em diarreia aguda
• Classificação quanto à duração:
– Diarreia aguda: com duração de até 14 dias.
– Diarreia persistente: de 14 a 28 dias.
– Diarreia crônica: acima de 28 dias.

• Classificação quanto ao mecanismo:


– Osmótica: fezes explosivas, de pequeno volume e ácidas, gerando assaduras.
Exemplos: rotavírus e intolerância à lactose.
– Secretora: grande volume e aquosa.
Exemplo: cólera.
– Invasiva (disenteria): fezes com sangue, muco ou pus.
Exemplo: diarreias bacterianas.

• Quando indicar antibiótico?


Se diarreia invasiva com comprometimento do estado geral OU suspeita de cólera,
considerar, segundo a SBP, ceftriaxona ou ciprofloxacino.

108


Pediatria

Características de agentes etiológicos

Geralmente associada a febre e vômitos.

Rotavírus Acomete lactentes de forma mais severa.

Pode fazer intolerância secundária à lactose.

Alguns sorotipos produzem shiga-toxina.


E. coli
Pode causar colite hemorrágica e síndrome hemolítica urêmica (SHU),
êntero-hemorrágica
cuja tríade clínica é anemia hemolítica microangiopática
+ trombocitopenia + insuficiência renal

Salmonella Pode causar repercussões hemodinâmicas graves como sepse

Pode ter complicações neurológicas como cefaleia, irritação


Shigella
meníngea, convulsões e alteração do nível de consciência

Campylobacter jejuni Correlação com síndrome de Guillain-Barré

Yersinia Pode causar adenite mesentérica simulando apendicite aguda

Diarreia em água de arroz.


Vibrião colérico
Pode levar ao óbito por desidratação em algumas horas

Pode fazer diarreia alternada com constipação


Giardia lamblia
e intolerância secundária à lactose

109


Pediatria

Desidratação

Classificação OMS utilizada Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

Observar A B C

Condição Bem alerta Irritado, intranquilo Comatoso, hipotônico*

Olhos Normais Fundos Muito fundos

Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes

Boca e língua Úmidas Secas Muito secas

Bebe Sedento bebe rápido Bebe mal ou não


Sede
normalmente e avidamente é capaz de beber*

Examinar

Desaparece Desaparece Desaparece muito lentamente


Sinal da prega
rapidamente lentamente (mais de 2 segundos)

Muito débil
Pulso Cheio Rápido, débil
ou ausente*

Enchimento Normal Prejudicado Muito prejudicado


capilar¹ (até 3 segundos) (3 a 5 segundos) (mais de 5 segundos)*

Se apresentar dois Se apresentar dois ou mais dos


Não tem ou mais dos sinais sinais descritos, incluindo pelo
Conclusão
desidratação descritos acima, menos um dos assinalados com
existe desidratação asterisco, existe desidratação grave

Plano A Plano B
Plano C
Tratamento Tratamento Terapia de reidratação
Terapia de reidratação parental
domiciliar oral no serviço de saúde

110


Pediatria

Classificação do estado de desidratação (Ministério da Saúde)

ETAPAS A B C

OBSERVE

Estado geral Bem, alerta Irritado, intranquilo Comatoso, hipotônico*

Olhos Normais Fundos Muito fundos e secos

Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes

Bebe normalmente, Sedento, bebe rápido Bebe mal ou


Sede
sem sede e avidamente é incapaz de beber*

EXPLORE

Desaparece
Desaparece
Sinal da prega Desaparece lentamente muito lentamente
rapidamente
(mais de 2 segundos)

Pulso Cheio Rápido, fraco Muito fraco ou ausente*

DECIDA

Se apresentar dois ou
Se apresentar dois mais sinais, incluindo
Sem sinais de
ou mais sinais: pelo menos um dos
desidratação
com desidratação destacados com asterisco
(*): desidratação grave

TRATE

USE O PLANO B USE O PLANO C


USE O PLANO A
(pese o paciente) (pese o paciente)

111


Pediatria

Planos de reidratação segundo o Ministério da Saúde

Aumentar a ingesta hídrica. A cada evacuação/vômito oferecer:

< 1 ano: 50 - 100 ml de líquido

1 - 10 anos: 100 - 200 ml de líquido


Plano A
> 10 anos: o que aceitar

Zinco: 10 mg/dia até 6 meses e 20 mg/dia > 6 meses por 10 - 14 dias.

Sinais de alarme: vômitos repetidos, recusa dos alimentos, muita sede,


piora da diarreia, sangue nas fezes, redução da diurese e irritabilidade/sonolência

Soro de reidratação oral no serviço de saúde: 50 - 100 ml/kg em 4 - 6 horas.

Plano B Não oferecer alimentos.

Manter aleitamento materno

Fase de hidratação rápida ou de expansão (a mais cobrada!)

Menores de 5 anos:

Iniciar com soro fisiológico (SF 0,9%) a 20 mL/kg em 30 minutos.

Iniciar com SF 0,9% 10 mL/kg em casos de recém-nascidos ou cardiopatas graves.

Maiores de 5 anos:

Iniciar com SF 0,9% 30 mL/kg em 30 minutos.

Posteriormente, usar Ringer lactato 70 mL/kg em 2h30.

Plano C Fase de manutenção e reposição

É feita com solução na proporção de 1 parte de SF 0,9% para 4 partes de soro


glicosado a 5% (para manutenção), considerando o cálculo de oferta hídrica
de acordo com o peso calórico conforme a seguir:

Até 10 kg: 100 mL/kg.

10 a 20 kg: 1.000 mL + 50 mL para cada kg entre 10 e 20 kg.

> 20 kg: 1.500 mL + 20 mL para cada kg acima de 20 kg.

Para cada 100 ml do soro de manutenção é adicionado 2 ml de KCl 10%.

O soro de reposição é calculado como 50 ml/kg/dia e feito com


1 parte de soro fisiológico para 1 parte de soro glicosado 5%

112


Pediatria

Síndromes respiratórias - perguntas e respostas

 Bate e pronto das Síndromes respiratórias

1. Como identificamos o local de comprometimento das vias aéreas?

2. Qual é a definição de taquipneia?

👉
3. Quais são as duas principais complicações do resfriado comum?

👉
4. Quando indicar oseltamivir em caso de síndrome gripal?

👉
5. Quais são os principais agentes etiológicos da OMA e da rinossinusite bacteriana?

👉
1. Presença de estridor: acometimento das vias aéreas intermediárias (laringe, epiglote). Presença de taquipneia: acometimento das vias
aéreas inferiores (por exemplo, pneumonia). Sem estridor e sem taquipneia: provável acometimento de vias aéreas superiores.; 2. ≥ 60 IRPM
(até 60 dias); ≥ 50 IRPM entre 2 e 11 meses; ≥ 40 IRPM entre 12 meses e 4 anos; ≥ 30 entre 5 e 8 anos; ≥ 20 em maiores de 8 anos.; 3. Otite
média aguda e rinossinusite bacteriana aguda; 4. Crianças < 5 anos, indígenas, pacientes < 19 anos em uso prolongado de AAS, comorbidades;
5. Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae (não tipável, diferente do da vacina, que é o tipo B) e Moraxella catarrhalis.

Qual é o sinal mais específico para OMA na otoscopia?


Abaulamento da membrana timpânica

113


Pediatria

Quais as indicações de tratamento com antibióticos na otite média aguda?


• Menores de 6 meses.
• Qualquer idade, se houver otorreia/doença grave (febre maior que 39 graus, otalgia
moderada-intensa e sem melhora em 48 - 72h de observação)/alteração craniofacial.
• Entre 6 meses e 2 anos com otite bilateral.

Qual é o antibiótico de primeira escolha para OMA e rinossinusite bacteriana?


Amoxicilina

Qual é a principal complicação da OMA? Como conduzir?


Mastoidite aguda. Internar, solicitar tomografia de crânio/mastoide, iniciar antibioticoterapia
endovenosa e avaliar a necessidade de timpanocentese.

Quais as duas principais complicações da rinossinusite bacteriana?


• Celulite periorbital: o quadro é de dor, edema e eritema palpebral, sem comprometimento
da mobilidade ocular e sem desvios. O tratamento é feito com antibiótico por via oral.
• Celulite orbital: aqui já temos edema, dor, eritema palpebral, restrição à mobilidade ocular
e, um achado muito cobrado, a protrusão do globo ocular. O tratamento é intra-hospitalar
com antibiótico parenteral.

114


Pediatria

Para que serve o Escore de Centor Modificado? Quais os critérios utilizados?

Indicar a probabilidade da faringoamigdalite ser estreptocócica; utilizamos o mnemônico


"ANTA":

Mnemônico "ANTA"

Adenopatia (linfonodomegalia)
Não tosse (ausência de tosse)
Tonsila (exsudato/ edema)
Age (idade) 3 - 14 anos. Se 45 anos ou mais, perde um ponto

• Três pontos ou mais: considerar antibioticoterapia empírica (penicilina é primeira escolha).

• Dois pontos: coletar cultura de orofaringe ou teste rápido.

• Zero ou um ponto: excluída hipótese de faringoamigdalite bacteriana.

Qual o quadro clínico da PFAPA?

Quadro clínico da PFAPA

PF febre periódica (periodic fever).

A estomatite aftosa.

P pharingite.

A adenite cervical.

115


Pediatria

 Bate e pronto

1. Qual a tríade característica do crupe viral (laringite aguda)? Como tratar?

👉
👉

👉
2. Qual o principal agente etiológico da bronquiolite viral aguda e qual o principal fator
de risco?
👉
3. Qual é o tratamento da bronquiolite viral aguda?

👉
4. Qual é o principal agente bacteriano da pneumonia adquirida na comunidade 
no Brasil?

👉
5. Principais antibióticos indicados na pneumonia bacteriana

👉
1. Tosse ladrante + Estridor + Rouquidão. Crupe leve: dexametasona (0,15 - 0,3 mg/kg) via oral ou parenteral em dose única + alta hospitalar.
Crupe moderada: nebulização com l-epinefrina (5mL) + dexametasona (0,3 - 0,6 mg/kg) ou budesonida inalatório (2 mg) + observação
hospitalar por ao menos 4 horas e avaliar alta ou admissão hospitalar, a depender do quadro clínico. Crupe grave: nebulização com
l-epinefrina 5mL + dexametasona (0,6 mg/kg) IM + admissão em UTI.; 2. Vírus sincicial respiratório (VSR) e prematuridade; 3. Suporte;
4. Streptococcus pneumoniae (pneumococo); 5. Ambulatorial: amoxicilina VO. Se suspeita de atípica, azitromicina VO. Hospitalar: em
menores de 2 meses usamos a penicilina cristalina/ampicilina + amicacina/gentamicina e em maiores de 2 meses usamos a penicilina
cristalina ou ampicilina. Em casos graves, amplia-se o espectro com ceftriaxona e oxacilina.

116


Pediatria

Quais são os critérios de Light para diferenciar derrame pleural transudativo e exsudativo?

Critérios de Light

Relação proteína do líquido pleural/proteína sérica > 0,5

Relação do LDH pleural/LDH sérica > 0,6

LDH no líquido pleural > 2/3 do limite superior da LDH sérica ou > 200 UI/I

**Na presença de qualquer critério, é considerado exsudato**

Quais são as características do derrame parapneumônico que o definem como empiema?


• Aspecto purulento.

• PH < 7,2.

• Glicose < 40 mg/dL.

• LDH > 1.000 U/l.

• Presença de bactérias (bacterioscopia ou cultura positiva).

Febre reumática
O diagnóstico de febre reumática (FR) é definido pelos critérios de Jones (revisados em 2015),
lembrando que o Brasil apresenta população de risco moderado a alto para esta doença.
O diagnóstico inicial de FR é estabelecido quando o paciente apresenta 2 critérios maiores
OU 1 maior e 2 menores, associados a evidência de infecção estreptocócica anterior:
Maiores:
• Mono ou poliartrite ou poliartralgia.

• Cardite clínica e/ou subclínica (diagnóstico pelo ecocardiograma).

• Nódulos subcutâneos.

• Eritema marginado.

• Coreia de Sydenham.

117


Pediatria

Menores:
• Monoartralgia.

• Febre maior ou igual a 38 °C.

• VHS maior ou igual a 30 mm e/ou PCR maior ou igual a 3 mg/dL.

• No eletrocardiograma, aumento do intervalo PR.

Profilaxia secundária FR

FR sem cardite 5 anos após o último episódio ou até os 21 anos

10 anos após o último episódio ou até


FR com cardite sem sequelas
os 21/25 anos (depende literatura)

FR com cardite e sequelas Até os 40 anos ou toda a vida

FR com cardite e substituição valvar Po toda a vida

Reanimação neonatal (atualizada em 2022)


Entre as principais mudanças no novo protocolo, está a temperatura da sala de parto,
que passou a ser considerada ideal de 23 a 25 °C. Além disso, quanto ao clampeamento
de cordão umbilical, para recém-nascidos com idade gestacional ≥ 34 semanas
e apresentando-se com tônus muscular em flexão e estejam com movimentos respiratórios
regulares ou chorando, há indicação de clampeamento oportuno, isto é, mais de
60 segundos. O clampeamento tardio de cordão tem definição divergente na literatura,
com um mínimo de 60 segundos até alguns minutos após cessar sua pulsação.

118


Pediatria

Fluxograma da reanimação neonatal do RN ≥ 34 semanas

Anamnese materna
Verificar material
Briefing da equipe Clampeamento do
Nascimento cordão > 60 seg.
Pele-a-pele junto à
Gestação ≥ 34 semanas? SIM
parturiente: manter
Respirando ou chorando? normotermia
Tônus em flexão? Manter vias
aéreas prévias
NÃO Avaliar vitalidade
de modo contínuo
Fonte de calor radiante
Secar corpo e fontanela
Posicionar cabeça
NÃO
Aspirar vias aéreas se obstruídas

NÃO Desconforto
FC < 100 bpm, apneia ou
respiratório
respiração irregular?
ou SatO2 < alvo
SIM
SIM

Ventilação com pressão positiva


60 segundos com ar ambiente Monitorar SatO2
(minuto de ouro) Iniciar monitorização com oxímetro pré-ductal
de pulso e monitor cardíaco Considerar CPAP

FC < 100 bpm?

SIM

Rever técnica e assegurar Minutos SatO2 alvo


ventilação adequada de vida pré-ducal
Considerar máscara laríngea
ou intubação traqueal Até 5 70 - 80%

5 - 10 80 - 90%

> 10 85 - 95%
FC < 60 bpm?

SIM

Ventilação com cânula traqueal


Massagem cardíaca coordenada
com ventilação (3:1) e O2 a 100%
Considerar cateterismo venoso

FC < 60 bpm?

SIM

Ventilação com cânula traqueal


Massagem cardíaca coordenada
com ventilação (3:1) e O2 a 100%
MANTER Adrenalina endovenosa
NORMOTERMIA Considerar hipovolemia

Fonte: Reanimação do recém-nascido ≥ 34 semanas em sala de parto da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2022.

119


Pediatria

Crescimento e desenvolvimento na infância


Qual o ganho de peso esperado para o primeiro ano de vida?
• 700g/mês ou 25 – 30 gramas/dia no 1.º trimestre.

• 600g/mês ou 20 gramas/dia no 2.º trimestre.

• 500g/mês ou 15 gramas/dia no 3.º trimestre.

• 300g/mês ou 10 gramas/dia no 4.º trimestre.


* Com 4 - 5 meses, o peso de nascimento dobra. Com 12 meses, o peso de nascimento triplica.

Qual o ganho de perímetro cefálico esperado para o primeiro ano de vida?


• Ao nascimento: média de 35 cm.

• 1.° trimestre: aumento de 2 cm/mês.

• 2.° trimestre: aumento de 1 cm/mês.

• 3.° e 4.° trimestres: aumento de 0,5 cm/mês.

Qual o ganho de estatura esperado para o primeiro ano de vida?


• Ao nascimento: média de 50 cm.

• No primeiro ano: ganho de 25 cm/ano (sendo 15 cm no primeiro semestre e 10 cm


no segundo).

• No segundo ano: ganho de 12,5 cm/ano.

• Pré-escolar e escolar: 5 - 7 cm/ano.

• Puberdade:

– Meninas: 8 - 10 cm/ano.

– Meninos: 10 - 12 cm/ano.

120


Pediatria

Índices antropométricos e sua classificação nas curvas da OMS para crianças (0 a 10 anos)

Índices antropométricos

Crianças de 0 a 5 anos Crianças de 5 a 10 anos


Valores incompletos incompletos
críticos
Peso para Peso para IMC para Estatura Peso para IMC para Estatura
idade estatura idade para idade idade idade para idade

Muito Muito
Muito Muito
baixa baixa
< percentil < escore baixo Magreza Magreza baixo peso Magreza
estatura estatura
0,1 z -3 peso para acentuada acentuada para a acentuada
para a para a
a idade idade
idade idade

≥ escore Baixa Baixa


≥ percentil Baixo Baixo peso
z -3 e estatura estatura
0,1 e < peso para Magreza Magreza para a Magreza
< escore para a para a
percentil 3 a idade idade
z -2 idade idade

≥ percentil ≥ escore
3e z -2 e
< percentil < escore
15 z -1
Eutrofia Eutrofia Eutrofia
≥ percentil > escore Peso Peso
15 e z -1 e adequado adequado
≤ percentil ≤ escore para a para a
85 z +1 idade idade

Estatura Estatura
> percentil > escore adequada adequada
85 e z +1 e Risco de Risco de para a para a
idade Sobrepeso idade
≤ percentil ≤ escore sobrepeso sobrepeso
97 z +2

> percentil > escore


97 e z +2 e
Peso Sobrepeso Sobrepeso Peso Obesidade
≤ percentil ≤ escore
99,9 z +3 elevado elevado
para a para a
idade idade
> percentil > escore Obesidade
Obesidade Obesidade
99,9 z +3 grave

121


Pediatria

Índices antropométricos e sua classificação nas curvas da OMS para adolescentes (10 a 19 anos)

Índices antropométricos
Valores críticos
IMC para idade Estatura para idade
Muito baixa estatura
< percentil 0,1 < escore z -3 Magreza acentuada
para a idade
≥ percentil 0,1 ≥ escore z -3 Baixa estatura
Magreza
e < percentil 3 e < escore z -2 para a idade
≥ percentil 3 ≥ escore z -2
e < percentil 15 e < escore z -1
Eutrofia
≥ percentil 15 > escore z -1
e ≤ percentil 85 e ≤ escore z +1
> percentil 85 > escore z +1 Estatura adequada
Sobrepeso para a idade
e ≤ percentil 97 e ≤ escore z +2
> percentil 97 > escore z +2
Obesidade
e ≤ percentil 99,9 e ≤ escore z +3
> percentil 99,9 > escore z +3 Obesidade grave

Reflexos primitivos

Até quando
Reflexo Como é
desaparece
Ao tocar a região perioral, a criança movimenta a cabeça em
Procura 4 meses
direção ao estímulo com abertura da boca e tentativa de sucção
Quando algo é colocado na mão do recém-nascido, ocorre o
Preensão palmar 6 meses
fechamento da mão
Quando o examinador pressiona o polegar contra a sola do pé da
Preensão plantar 15 meses
criança, logo abaixo dos dedos, ocorre a flexão dos dedos
Tônico cervical Há a rotação da cabeça para um lado, com consequente extensão
assimétrico do membro superior e inferior do lado ipsilateral e flexão dos 3 meses
(esgrima) membros contralaterais. É bilateral e simétrico
Cutâneo-plantar Hiperextensão do hálux com ou sem abertura dos dedos após
18 meses
em extensão estímulo na região plantar
Incompleto
É feito pelo procedimento de segurar a criança pelas mãos e com 3 meses
Moro
liberar bruscamente seus braços. Deve ser sempre simétrico Desaparece
com 6 meses
É realizado segurando o bebê pelas axilas apoiando os pés em
uma superfície. A resposta é a flexão dos membros inferiores
Marcha 2 meses
tendendo à movimentação como se fosse andar (uma marcha
reflexa)

122


Pediatria

Principais marcos do desenvolvimento do lactente (Ministério da Saúde)

Marcos do desenvolvimento do lactente

Postura em flexão e cabeça lateralizada

Observa um rosto
Durante o 1.º mês de vida
Reage ao som

Eleva a cabeça quando em decúbito ventral

Sorri quando adulto conversa com ela

Durante o 2.º mês de vida Emite algum som

Abre as mãos

Finge estar conversando

Segura objetos

Entre 2 - 4 meses de vida Dá gargalhadas

Emite sons (“agu”)

Se apoia nos antebraços quando em decúbito ventral

Tenta alcançar objetos

Leva objetos na boca


Entre 4 - 6 meses de vida
Vira a cabeça em direção ao som

Rola na cama (decúbito dorsal para ventral)

Brinca de esconde-achou

Transfere objetos de uma mão para outra


Entre 6 - 9 meses de vida
Fala sílabas repetidas (mama, papa)

Senta sem apoio

123


Pediatria

Imita dar tchau e bater palmas

Faz movimento de pinça


Entre 9 - 12 meses de vida
Anda com apoio

“Conversa” de forma incompreensível

Mostra o que quer

Consegue colocar pequenos objetos dentro de um recipiente maior


Entre 12 - 15 meses de vida
Anda sem apoio

Diz uma palavra com significado que não seja da família

Usa colher ou garfo

Constrói torre de 2 cubos


Entre 15 - 18 meses de vida
Fala 3 palavras

Anda para trás

Puberdade

Meninas Meninos

Início 9 - 14 anos com volume testicular


Início 8 - 13 anos com telarca (M2)
4 mm³ ou mais (mm³ = ml) G2

Velocidade máxima de crescimento no M3 Velocidade máxima de crescimento em G3 - G4

Menarca 2,5 anos após telarca (M3 - M4) Primeira ejaculação G3 quando testículos > 12 mm³

Após a menarca, desacelera o crescimento

124


Pediatria

Estadiamento de Tanner

125


Pediatria

126


Pediatria

Quais as diferenças entre Marasmo e Kwashiorkor?

Marasmo e Kwashiorkor

Marasmo Kwashiorkor

Atinge, geralmente, crianças menores


Atinge crianças maiores de 2 anos
que 12 meses
Deficit alimentar de todos os nutrientes Deficit de ingestão de proteínas

Ausência de edema Presença de EDEMA

Paciente muito emagrecido, com perda Alterações cutâneas e capilares


de tecido subcutâneo e muscular, (sinal da bandeira - alteração com
sem depósitos de gordura presença de segmentos brancos nos cabelos)
Pode haver queda de cabelo,
unhas quebradiças, fácies senil, Pode ter hepatomegalia por esteatose
hipotrofia muscular e apatia
Distúrbios mais comuns: hiponatremia, hipocalemia e hipomagnesemia

Principais hipovitaminoses e suas manifestações clínicas

Vitamina A Cegueira noturna e manchas de Bitot


Beribéri, encefalopatia de Wernicke (oftalmoplegia, ataxia
Vitamina B1 (tiamina)
e distúrbios mentais)
Vitamina B3 (niacina) Pelagra (demência, diarreia e dermatite)
Vitamina C  Escorbuto (anemia, sangramento de mucosas,
(ácido ascórbico) dores musculares e ósseas)
Raquitismo, craniotabes, rosário raquítico, PTH alto e cálcio baixo
Vitamina D
causando alterações ósseas
Vitamina E Hemólise e neuropatia com ataxia

Vitamina K Hemorragia por distúrbio da coagulação

127


Pediatria

Suplementação de ferro elementar


Pelo Ministério da Saúde
• 6 - 24 meses, a termo, com peso de nascimento > 2,5 kg: 1 mg/kg/dia.

• Se usar leite de vaca, adiantar o início da suplementação para 4 meses.

Pela Sociedade Brasileira de Pediatria


• Lactente sem fator de risco: RN a termo, peso adequado para idade gestacional, em
aleitamento materno exclusivo até o 6.º mês de vida = 1 mg/kg/dia de ferro elementar
iniciando aos 180 dias de vida até os 24 meses.

• Se houver fatores de risco, siga a tabela abaixo. Os fatores de risco são:

– Baixa reserva materna: gestações múltiplas com pouco intervalo entre elas, dieta
materna deficiente em ferro, perdas sanguíneas, não suplementação de ferro na gravidez
e lactação.

– Aumento da demanda metabólica: prematuridade e baixo peso ao nascer (< 2.500 g),
lactentes em crescimento rápido (velocidade de crescimento > p90), meninas com
grandes perdas menstruais, atletas de competição.

– Diminuição do fornecimento: clampeamento do cordão umbilical antes de um minuto de


vida; aleitamento materno exclusivo prolongado (superior a seis meses); alimentação
complementar com alimentos pobres em ferro ou de baixa biodisponibilidade; consumo
de leite de vaca antes de um ano de vida; consumo de fórmula infantil com ferro de
baixa biodisponibilidade; dietas vegetarianas sem orientação de médico/nutricionista;
ausência ou baixa adesão à suplementação profilática com ferro medicamentoso,
quando recomendada.

– Perda sanguínea: traumática ou cirúrgica, hemorragia gastrintestinal, hemorragia


ginecológica, hemorragia urológica, hemorragia pulmonar, discrasias sanguíneas, malária.

– Má absorção do ferro: síndromes de má-absorção (doença celíaca, doença inflamatória


intestinal), gastrite atrófica, cirurgia gástrica (bariátrica, ressecção gástrica) e redução
da acidez gástrica (antiácidos, bloqueadores H2, inibidores de bomba de prótons).

128


Pediatria

Recomendações para lactentes com fatores de risco

Situação Recomendação

Recém-nascidos a termo, peso adequado


1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando
para a idade gestacional, em aleitamento
aos 90 dias de vida até o 24.º mês de vida
materno exclusivo até o 6.º mês

Recém-nascidos a termo, peso adequado


1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando
para a idade gestacional, independentemente
aos 90 dias de vida até o 24.º mês de vida
do tipo de alimentação

2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando


Recém-nascidos a termo com peso
com 30 dias de vida, durante um ano.
inferior a 2.500 g
Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano

2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando


Recém-nascidos prematuros com peso
com 30 dias de vida, durante um ano.
superior a 1.500 g
Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano

3 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando


Recém-nascidos prematuros com peso
com 30 dias de vida, durante um ano.
entre 1.500 e 1.000 g
Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano

4 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando


Recém-nascidos prematuros com peso
com 30 dias de vida, durante um ano.
inferior a 1.000 g
Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano

Devem ser avaliados individualmente, pois


Recém-nascidos prematuros que receberam
podem não necessitar de suplementação
mais de 100 mL de concentrado de hemácias
de ferro com 30 dias de vida, mas sim
durante a internação
posteriormente

Suplementação de vitamina D: atualmente está indicada universalmente, iniciando 14 dias


após o nascimento, na dose de 400 UI/dia (até 1 ano) e depois na dose de 600 UI/dia até
2 anos.
Suplementação de vitamina A: suplementação indicada entre os 6 meses e 5 anos,
somente em áreas com alta prevalência de hipovitaminose A (nordeste, norte, Vale do Ribeira,
Vale do Jequitinhonha). As doses são semestrais (100.000 UI para 6 - 12 meses e 200.000 UI
de 12 meses aos 5 anos) e nunca devem ser dadas em intervalos menores que 4 meses.
Em alguns estados, a suplementação é feita com doses menores de vitamina A associadas
à vitamina D, desde os 14 dias de vida (Ad-Til).

129


Pediatria

Parasitoses intestinais

Agente Transmissão Particularidades Tratamento

Entamoeba Disenteria e megacólon


Metronidazol
histolytica Ingestão de cistos tóxico. Extraintestinal mais
ou tinidazol
(protozoário) comum: abscesso hepático
Pode acontecer em
surtos ou como diarreia
Giardia duodenalis/ Tinidazol
dos viajantes. Pode fazer
lamblia/intestinalis Ingestão de cistos Nitazoxanida
síndrome disabsortiva
(protozoário) Metronidazol
e intolerância secundária
à lactose
Albendazol
Ascaris Causa comum de obstrução dose única
Ingestão de ovos
lumbricoides intestinal abaixo dos 5 anos Mebendazol
dose única
Prurido e traçado no local
Albendazol
Ancylostoma da penetração. Conhecida
Penetração de larvas dose única
duodenale e como “amarelão” pela
pela pele (solo) Mebendazol
Necator americanus palidez causada pela
por 3 dias
anemia crônica
Endêmico em área rural.
Ivermectina
Strongyloides Penetração de Em imunossuprimidos pode
Albendazol
stercoralis larvas na pele fazer hiperinfecção
e translocação bacteriana
Prurido anal. Alta
Albendazol
Enterobius transmissibilidade.
Ingestão de ovos Mebendazol
vermicularis Diagnóstico com
Pamoato de pirantel
fita gomada
Mebendazol
Complicação mais comum
Trichuris Trichiura Ingestão de ovos Albendazol
é prolapso retal
Ivermectina
Ingestão de ovos ou carne
com larvas. Crianças em Larva migrans visceral Albendazol
Toxocara canis
contato com areia com e ocular. Eosinofilia intensa Mebendazol
fezes de cães e gatos
Ingestão de carne com Praziquantel
Teníase Sintomas GI
larvas Nitazoxanida
Albendazol
Neurocisticercose: lesões ou praziquantel
Cisticercose
Ingestão de ovos múltiplas com calcificação + corticoide +
(Taenia solium)
causando epilepsia anticonvulsivantes
se necessário
Penetração de Hipertensão portal +
Esquistossomose Praziquantel
larvas na pele (água) esplenomegalia

130


Pediatria

Aleitamento materno
Tipos de aleitamento
• Aleitamento exclusivo: neonato só ingere leite materno, sem água ou qualquer líquido, ou
alimento sólido (obs.: mesmo se o neonato precisar ingerir medicações, podemos dizer
que é aleitamento exclusivo)
• Aleitamento predominante: leite materno + água, sucos ou outros fluidos. Sem alimentos
sólidos.
• Aleitamento misto ou parcial: leite materno + outros tipos de leite
(por exemplo, fórmula infantil).
• Aleitamento complementado: leite materno + alimentos sólidos ou semissólidos.

Contraindicações
• A infecção materna pelo HIV, HTLV-1 ou HTLV-2 é contraindicação absoluta.
• Doença de Chagas aguda ou com lesão mamilar sangrante, presença de vesículas herpéticas
(somente na mama acometida) e câncer de mama tratado ou em tratamento também
são contraindicações.
• A psicose puerperal grave também é considerada uma contraindicação absoluta ao
aleitamento, porém, alguns autores consideram a possibilidade da amamentação “vigiada”.
• Lactentes com galactosemia não devem receber leite materno. Essa é a principal doença
do recém-nascido que contraindica o aleitamento materno.
• Medicações incompatíveis com o aleitamento: amiodarona, quimioterápicos de forma geral,
ciclofosfamida, bussulfano, tamoxifeno, linezolida, ganciclovir e TODAS as drogas de vício
e abuso de uso crônico.
• A amamentação deve ser interrompida por 10 dias em caso de lactantes imunizadas contra
febre amarela.

131


Pediatria

Diferença entre leite humano e leite de vaca

Componentes Leite de vaca Leite humano

Menos proteínas
Mais proteínas (alfa-lactoalbumina) = menos
Proteínas
(caseína e beta-lactoglobulina) alergênico, menor sobrecarga
renal e melhor digestão

Gorduras Mesma quantidade de gordura. Tem ácidos graxos essenciais

Carboidratos Mais carboidrato (lactose)

Menos eletrólitos, mas cálcio


Eletrólitos Sobrecarga de eletrólitos.
é melhor absorvido
Mesma quantidade de ferro,
Vitaminas e minerais Menos vitamina A, D, E e C
mas maior biodisponibilidade
IgA secretória, fator bífido
Fatores protetores
e lactoferrina

Colostro x leite maduro: colostro é liberado até 3 - 6.º dia do aleitamento e tem mais proteínas
(imunoglobulinas) e vitamina A. O leite maduro é rico em calorias, carboidratos e gorduras.
O leite anterior é semelhante ao colostro e o leite posterior é semelhante ao leite maduro.
Leite de mães de prematuros: mais gordura e proteínas, mais calórico, mais IgA e lactoferrina,
mais vitamina A e E, mais eletrólitos (exceto potássio). Menos lactose.
Armazenamento: pode ser ordenhado de forma manual ou mecânica e deve ser armazenado
em frasco de vidro com tampa plástica com a data da ordenha. Ele pode ser guardado por até
12h refrigerado (geladeira) e até 15 dias congelado. Para descongelamento, deve ser colocado
em banho-maria, com o fogo desligado, sem ferver o leite!

132


Pediatria

Anemia falciforme

Crises agudas

Principal causa de hospitalização

Complicação mais comum


Crise álgica
Mais comum em ossos longos

Tratamento: analgesia, geralmente com morfina.


Manter paciente euvolêmico e aquecido

Crise álgica entre 5-36 meses com edema simétrico de mãos e pés.
Dactilite
Tratamento: analgesia, hidratação, compressa morna, oxigenação
e aquecimento das extremidades

Ereção > 30 minutos e dolorosa, que pode levar à disfunção erétil.

Mais comum após 10 anos.

Priapismo Tratamento:

Intermitente (até 1 hora): hidratação e analgesia VO,


exercícios com membros inferiores e ducha de água morna.

Prolongado (> 1 hora): hidratação e analgesia EV e avaliação da urologia

A infecção é a principal causa de mortalidade em crianças.

Risco muito aumentado de sepse e/ou meningite por S. pneumoniae


e Haemophilus influenzae (encapsulados por asplenia funcional).

Salmonella pode causar osteomielite.

Febre e Conduta: internação + exames + antibioticoterapia empírica (ceftriaxona).


bacteremia
HMG com reticulócitos, radiografia de tórax, hemocultura e urocultura,
punção lombar abaixo de 1 ano se febre sem sinais localizatórios
ou suspeita de meningite, radiografia do esqueleto com cintilografia
se dor óssea localizada e febre alta, ultrassonografia de abdome
se dor intensa, coprocultura se diarreia.
Se não for encontrado foco da febre, manter antibiótico
por 72 horas e se paciente estável, suspender

133


Pediatria

Mais comum entre 6 meses e 1 ano.

Sequestro Aumento rápido do baço + queda de Hb + aumento de reticulócitos +


esplênico risco de hipovolemia e instabilidade hemodinâmica.
Tratamento: hemotransfusão e esplenectomia após dois episódios
ou um episódio grave
Febre + sintomas respiratórios (taquipneia, dispneia, tosse,
hipoxemia e dor torácica) + infiltrado novo na radiografia de tórax.
Solicitar radiografia de tórax, hemograma com reticulócitos,
Síndrome hemocultura e cultura de escarro.
torácica aguda Tratamento: antibioticoterapia (ceftriaxona + macrolídeo) +
oxigenoterapia + hidratação + analgesia.
Transfusão se taquidispneia, hipoxemia ou instabilidade hemodinâmica;
avaliar no caso de queda do Hb basal de 2 pontos ou mais

Deficit neurológico focal.

Diagnóstico com tomografia ou arteriografia.

AVC isquêmico Tratamento: hemotransfusão.

Depois manter regime de transfusões como profilaxia secundária.

Profilaxia primária: Doppler transcraniano anual entre 2 - 16 anos

Causa mais comum: infecção por parvovírus B19.

Queda acentuada de Hb e reticulócitos.


Crise aplásica
Autolimitado em 7 - 10 dias.

Tratamento: transfusão.

Tratamento crônico e profilaxias

Folato: reposição 1 - 2 mg/dia.

Profilaxia de infecções graves com penicilina V oral: início com 2 - 3 meses e mantém até 5 anos.

Hidroxiureia a partir de 2 anos se no último ano teve ao menos: 3 episódios de crise vaso-oclusiva
OU 2 episódios de síndrome torácica aguda OU 1 episódio de priapismo OU necrose isquêmica
óssea OU insuficiência renal OU proteinúria 1g/24h ou mais OU Hb < 6 por 3 meses em 3 exames
OU LDH > 2x do normal OU alteração do doppler transcraniano OU lesão orgânica crônica.

Vacina pneumo 23: após 2 anos, sendo duas doses (0 - 5 anos)

134


Pediatria

Imunizações
Hot topics das vacinas
Vacinas vivas (atenuadas): BCG, rotavírus (VORH), poliomielite oral (VOP), febre amarela,
tríplice viral, tetra viral, varicela e dengue.
Contraindicadas em: imunossuprimidos, portadores de neoplasias malignas, gestantes
(febre amarela é contraindicação relativa), 30 dias antes da concepção em mulheres em
menacme, uso de corticoide ao menos 14 dias equivalente a 2 mg/kg/dia ou 20 mg/dia.
Contraindicação absoluta de vacinação: anafilaxia imediata a qualquer componente
da fórmula.

Regras:
• Não aplicar febre amarela no mesmo dia que tríplice/tetraviral.
• Não aplicar vacina da dengue com nenhuma outra vacina. Além disso, a vacina da dengue
deve ser considerada apenas para pacientes com dengue prévia comprovada.
• Se houver atraso nas doses de reforço não precisa recomeçar o esquema.

Vacinas e suas particularidades

Vacina Particularidades

Evolução natural da cicatriz:

3 - 4 semanas: nódulo local.

4 - 5 semanas: pústula.

Úlcera 4 - 10 m de diâmetro.
BCG
6 - 12 semanas: crosta.

* Se não ficar cicatriz não precisa revacinar.

Reação comum: linfonodomegalia regional, < 3 cm, móvel, indolor, sem sinais
flogísticos, sem sintomas sistêmicos. Se resolve espontaneamente.

Se > 3 cm e não supurado, notificar como evento adverso e acompanhar.

135


Pediatria

Eventos adversos (notificação obrigatória e indicação de isoniazida):

Linfonodo > 3 cm não supurado.

Abscesso frio.

Úlcera > 1 cm por 12 semanas.


BCG
Linfonodomegalia supurada.

Abscesso quente: tratado da mesma forma que infecção de pele.

RNs de mães bacilíferas: inicialmente, não vacinar com BCG. Fazer isoniazida ou
rifampicina por 3 meses e realizar o PPD. Se 5 mm ou mais, não fazer a vacinação
e manter isoniazida 3 meses ou rifampicina 1 mês. Se < 5 mm, interromper
a vacinação e aplicar BCG

Pode causar poliomielite vacinal em imunossuprimidos.

VOP Se cuspir, regurgitar ou vomitar a gotinha não precisa revacinar.

Contraindicada em imunossuprimidos, contato com imunossuprimidos


e em hospitalizados
Primeira dose até 3 meses e 15 dias de vida e segunda dose até 7 meses
e 29 dias de vida.
VORH
(rotavírus) Após esse período, não aplicar porque aumenta o risco de intussuscepção intestinal.

Se cuspir, regurgitar ou vomitar a gotinha não precisa revacinar

Disponível no SUS para crianças > 2 anos com comorbidades.


Pneumo-23
São duas doses, separadas por 5 anos.

DTP: até 7 anos incompletos.

DTPa: tríplice acelular infantil.

DT: dupla infantil.


Difteria,
tétano e dT: dupla adulto.
pertussis
dTpa: para gestantes (tríplice acelular do adulto).

Episódio hipotônico-hiporresponsivo ou convulsão: aplicar DTP acelular


nas doses subsequentes.

Encefalite: aplicar DT nas doses seguintes

136


Pediatria

Quadrivalente.

HPV Para HIV, são 3 doses (0, 2 e 6 meses).

Mulheres imunossuprimidas: 9 - 45 anos. Novidade 2021!

Somente indicada para pacientes com sorologia positiva (contato prévio com dengue).
Dengue
Dos 9 - 45 anos. 0, 6 e 12 meses.

Início da campanha em março-abril.

SUS: 6 meses a 5 anos incompletos, > 60 anos, pessoas com comorbidades


e deficiências, gestantes, indígenas, professores, trabalhadores de transporte
Influenza coletivo, trabalhadores portuários, funcionários da segurança pública
e sistema prisional e população privada de liberdade.
Crianças < 9 anos vacinadas pela primeira vez devem receber duas doses,
com 30 dias de intervalo

Vacinas contra o coronavírus aprovadas para uso de emergência no Brasil

Tipo de Esquema


Desenvolvedor País Crianças
vacina de doses

University of Oxford/ Reino Vetor viral 2 doses, com intervalo


AstraZeneca Unido não replicante de 4 – 12 semanas

Instituto Butantan/ Vírus 2 doses, com intervalo A partir de


China
Sinovac (CoronaVac) inativado de 2–4 semanas 3 anos

2 doses. Bula prevê


EUA/ A partir de
Pfizer/BioNtech mRNA 21 dias. MS indicou
Alemanha 5 anos
12 semanas, inicialmente

Janssen
Vetor viral não
Pharmaceuticals/ Bélgica Dose única
replicante
Johnson & Johnson

137


Pediatria

Calendário básico do Ministério da Saúde de 2022

10V (conjugada)

Meningocócica
Pneumocócica

Pneumocócica
Febre amarela
C (conjugada)

Dupla adulto
Tríplice viral
Grupo alvo

Penta/DTP

Hepatite A
Rotavírus
Hepatite B

Tetra viral

Influenza
VIP/VOP

Varicela
humano
Idade

dTpa
BCG

HPV

23V
Ao Dose Dose ao
nascer única nascer

1.ª dose 1.ª dose


2 1.ª 1.ª
(com (com
meses dose dose
penta) VIP)

3 1.ª
meses dose

4 2.ª dose 2.ª dose


2.ª
(com (com 2.ª dose
meses dose
penta) VIP

5 2.ª
meses dose

3.ª dose 3.ª dose


6
(com (com
meses
penta) VIP)
Crianças

9 1
meses dose
12 1
Reforço Reforço
meses dose

1.º 1.º
15 reforço reforço 1 1
meses (com (com dose dose 1 ou 2
DTP) VOP) doses
(anual)
2.º 2.º
reforço reforço 1
4 anos Reforço
(com (com dose
DTP) VOP)

1 dose (a
depender
da situação
5 anos vacinal
anterior
com a
PNM10V)

9 anos 2 doses
(meninas
1 reforço de 9 a
Adolescentes

ou dose 14 anos)
3 doses Dose 1 dose (a
única 2 doses
(verificar única depender Reforço
10 a 19 (verificar (verificar 2 doses da situação a cada 10
a situação (verificar
anos a situação a situação (meninos
vacinal a situação vacinal anos
vacinal) vacinal) de 11 a 14
anterior) vacinal anterior)
Vacina anos)
ACWY
2 doses
(20 a 29
3 doses Dose anos) 1 dose (a 1 dose
Adultos

(verificar única depender Reforço (anual)


20 a 59
a situação (verificar 1 dose (30 da situação a cada 10 (a partir
anos
vacinal a situação a 49 anos) vacinal anos de 55
anterior) vacinal) (verificar anterior) anos)
a situação
vacinal)

3 doses Dose
60 (verificar única Reforço
Idosos

1 dose
anos a situação (verificar Reforço a cada 10
(anual)
ou mais vacinal a situação anos
anterior) vacinal

1 dose
3 doses
Gestantes

3 doses a cada
(verificar
(verificar gestação 1 dose
a situação
a situação a partir (anual)
vacinal
vacinal) da 20.ª
anterior
semana

138


Pediatria

Hipertensão arterial

Classificação da PA de acordo com o percentil

Crianças de 1 a 13 anos Crianças com idade ≥ 13 anos

Normotensão: Normotensão:
PA < p90 para sexo, idade e altura PA < 120/ < 80 mmHg

Pressão arterial elevada:


PA ≥ p90 e < p95 para sexo, idade Pressão arterial elevada:
e altura ou PA 120/80 mmHg, PA 120/ < 80 mmHg a PA 129/ < 80 mmHg
mas < p95 (o que for menor)

Hipertensão estágio 1:
PA ≥ p95 para sexo, idade e altura até Hipertensão estágio 1:
< p95 + 12 mmHg ou PA entre 130/80, PA 130/80 ou até 139/89
ou até 139/89 (o que for menor)

Hipertensão estágio 2:
PA ≥ p95 + 12 mmHg para sexo, idade Hipertensão estágio 2:
ou altura, ou PA ≥ entre 140/90 PA ≥ entre 140/90
(o que for menor)

139


Pediatria

Cardiopatias congênitas
Cardiopatias:
• Acianóticas = hiperfluxo pulmonar.

• Cianóticas: hipofluxo pulmonar.

Cardiopatias congênitas

Mais comum.

Sintomas iniciam no fim do 1º mês de vida e ficam mais intensos


Comunicação no 2.º - 3.º mês.
interventricular Pequena: Assintomático com bom desenvolvimento pondero-estatural.
(CIV) B2 hiperfonética, frêmito na borda esternal inferior e sopro holossistólico.

Acianótica Moderada: Dispneia aos esforços, infecção de repetição, sudorese, perda de


peso, taquicardia e hepatomegalia. B2 hiperfonética e sopro holossistólico.
Grande: insuficiência cardíaca. B2 intensa no foco pulmonar e sopro sistólico
de regurgitação/ruflar. Sopro diastólico discreto em foco mitral.

Sobrecarga de câmaras direitas.

Maioria assintomática durante a infância.

Ostium primum: um defeito na porção antero-inferior do septo,


Comunicação localizada junto às valvas atrioventriculares.
interatrial (CIA) Ostium secundum: mais comum, é um defeito na fossa oval -
na parte central do septo atrial. MAIS COMUM!
Acianótica
Seio venoso: localizado junto à desembocadura da veia cava superior.

Seio coronário: defeito localizado no teto do seio coronário.

Ausculta com desdobramento fixo e amplo de B2 e sopro sistólico de ejeção.

Associada à síndrome de Turner.

Sobrecarga cardíaca e sinais de hipoperfusão.


Coarctação 
da aorta Diferença de pulsos: forte e amplo nos membros superiores e fracos
nos membros inferiores.
Acianótica Cianose de membros inferiores e diferença de pressão arterial
entre membros superiores e inferiores.
Hiperfonese de B2 em foco aórtico e mitral, ritmo de galope
e sopro sistólico aórtico, dependendo da localização .

140


Pediatria

Mais comum em meninas e prematuros.


Persistência do
canal arterial Associada à rubéola congênita.
(PCA)
Sopro contínuo em maquinaria, no 2º espaço intercostal esquerdo
e pode ter hiperfonese de B2.
Acianótica
AINE fecha o canal e a prostaglandina mantém aberto!

Defeito do septo Mais comum em síndrome de Down.


atrioventricular
Sobrecarga de câmaras direitas, B2 hiperfonética e sopro sistólico
Acianótica
Síndrome de
Eisenmenger Complicação de derivação da esquerda para direita não corrigidas
(CIV, CIA e PCA) gerando cianose
Acianótica

CIV + defeito na saída do VD + hipertrofia de VD + dextroposição da aorta.

Etiologia: desvio antero-superior do septo infundibular.

Sopro sistólico ejetivo.

Tetralogia  Radiografia de tórax com “coração em bota”.


de Fallot
Crise hipoxêmica ou hipercianótica: comum no lactente.
Cianótica
Piora súbita da obstrução da via de saída do VD com cianose súbita
e hipóxia grave.

Desencadeada por choro, febre, dor e esticar os membros inferiores.

Tratamento: morfina, oxigênio e posição genupeitoral. Betabloqueadores


podem ser usados na crise ou continuamente

Cardiopatia com manifestação mais precoce.

Cianose, acidose e choque nas primeiras horas de vida.

Transposição Mais em meninos e filhos de mãe diabética.


de grandes
vasos Aorta sai do VD e tronco da artéria pulmonar sai do VE.

Cianótica Dependente do canal arterial!

Radiografia de tórax com coração em “ovo deitado”.


Correção: cirurgia de Jatene em até 45 dias de vida.
Manter prostaglandina EV até lá

141


Pediatria

Cianose desde o primeiro dia de vida.


Atresia de
ECG com sobrecarga de AD e VE.
tricúspide
Dependente do canal arterial.
Cianótica
Manter prostaglandina até correção cirúrgica (cirurgia de Glenn e Fontan)

Emergências pediátricas
Sequência de drogas na crise convulsiva
1. Estabilização + acesso venoso + monitorização.

2. Benzodiazepínicos:

a) Diazepam 0,2 - 0,5 mg/kg/dose EV ou via retal (nunca IM).

b) Midazolam 0,2 mg/kg/dose IM ou nasal.

3. Fenitoína 20 mg/kg, em seguida 10 mg/kg. Pode ser usado fenobarbital, ácido valpróico
ou levetiracetam também.

4. Fenobarbital 20 mg/kg, em seguida 5 - 10 mg/kg.

5. UTI: midazolam contínuo, propofol, quetamina e tiopental.

142


Pediatria

Anafilaxia
A anafilaxia é considerada altamente provável quando qualquer um dos
dois critérios a seguir é preenchido:
1- Início agudo de uma doença (minutos a horas) com envolvimento de
pele, mucosas, ou ambos (por exemplo, urticária generalizada, prurido
ou rubor, edema de lábios, língua e úvula)

E PELO MENOS UM DOS SEGUINTES:

A Comprometimento respiratório
(por exemplo, dispneia, sibilos, broncoespasmo,
estridor,PFE (pico de fluxo expiratório) reduzido,
hipoxemia)

B Pressão arterial reduzida ou sintomas associados


de disfunção de órgãos-alvo
(por exemplo, hipotonia, síncope, incontinência)

C Sintomas gastrointestinais graves


(por exemplo, dor abdominal em cólica intensa,
vômitos repetitivos), especialmente após exposição
a alérgenos não alimentares

OU
2- Início agudo de hipotensão, broncoespasmo ou envolvimento laríngeo
após exposição a um alérgeno conhecido, ou altamente provável, para
esse paciente (minutos a várias horas), mesmo na ausência
de envolvimento da pele.
Crianças: hipotensão sistólica para a idade ou decréscimo
de 30% da pressão sistólica

Adultos: pressão sistólica (PAS) < 90 mmHg ou decréscimo


de 30% da pressão sistólica

Broncoespasmo Envolvimento laríngeo


OU

A hipotensão é definida como redução de 3%


em relação à pressão sistólica basal do indivíduo
OU:
Crianças menores de 10 anos: 70 + 2 x idade em anos
Adultos PAS < 90 mmHg

143


Pediatria

Tratamento:
1. Adrenalina intramuscular na face anterolateral da coxa: 0,01 mg/kg
(dose máxima: 0,3 mg até 12 anos e 0,5 mg no adulto).
Repetir em 5 - 15 minutos se necessário.

2. Decúbito dorsal com membros inferiores elevados.

3. Manter euvolemia, oxigenioterapia e monitorização.

4. Segunda linha: beta-agonistas, se sibilância, corticoides e anti-histamínicos.

5. Observação clínica.

Parada cardiorrespiratória

Causas reversíveis de PCR em Pediatria

Hs Ts

Hipovolemia Tensão do tórax por pneumotórax

Hipóxia Tamponamento (cardíaco)

Hidrogênio (acidemia) Toxinas

Hipoglicemia Trombose pulmonar

Hipo/hipercalemia Trombose coronária

Hipotermia

144


Pediatria

Ritmos cardíacos de emergência

Assistolia

Taquicardia 
ventricular monomórfica
(SEM PULSO = CHOCÁVEL)

Fibrilação ventricular
(CHOCÁVEL)

Torsades de pointes

Taquicardia
supraventricular

145


Preventiva
Preventiva

As leis e normas do Sistema Único de Saúde

Atribuições do SUS Participação popular =


Conselhos e Conferências
Setor privado atua de forma
complementar e suplementar Transferência regular
Lei n.º 8.080 e automática
Ministério da Saúde executa Lei
(Lei Orgânica
vigilância de portos, n.º 8.142
da Saúde)
aeroportos e fronteiras

Municipalização
Piso da Atenção básica NOB 96 NOB 93
Comissões
Fixo
Intergestores
Variável
Bipartite e tripartite

147


Preventiva

Aplicação e interpretação dos princípios éticos/doutrinários e organizativos/


operacionais do Sistema Único de Saúde
Princípios éticos, doutrinários, organizativos e operacionais do SUS

PRINCÍPIOS DEFINIÇÕES

ÉTICOS/DOUTRINÁRIOS — “Princípios”

1. Universalidade ACESSO garantido, a qualquer cidadão, aos serviços de saúde


Ações articuladas em TODAS AS ESFERAS de saúde:
2. Integralidade
prevenção, cura e reabilitação
3. Equidade Atenção DESIGUAL, conforme as necessidades, aos usuários

ORGANIZATIVOS/OPERACIONAIS — “Diretrizes”
Transferências de funções da União para unidades menores, como estados
1. Descentralização
e municípios (“municipalização”), conferindo maior autoridade a elas
2. Regionalização Criação de regiões de saúde para atenção mais específica às demandas
Serviços de saúde organizados em nível de complexidade crescente:
3. Hierarquização
atenção primária, secundária e terciária
População participa ativamente na tomada de decisões,
por meio dos Conselhos e Conferências de Saúde

CONSELHO  CONFERÊNCIA 
DE SAÚDE DE SAÚDE
PERIODICIDADE Mensal 4 em 4 anos
Controlar a AVALIAR a situação da
FUNÇÃO EXECUÇÃO e saúde e CRIAR diretrizes
gastos em saúde a serem seguidas
4. Participação social PARTICIPAÇÃO PARITÁRIA, sendo 50% de usuários
Representando o usuário
50%

Representando Representando
governo/prestadores profissionais de saúde
de serviço de saúde 25%
25%
Conselheiros
Representação da composição dos Conselhos de Saúde

O setor privado pode prestar serviço ao setor público,


5. Complementaridade
de forma livre e complementar
Capacidade de resolver problemas dos usuários de alguma forma,
6. Resolubilidade em todos os níveis de atenção. 80 a 90% das demandas 
são resolvidas na Atenção Primária à Saúde

148


Preventiva

Financiamento do Sistema Único de Saúde


Como ocorre?
Cada ente federativo deve aplicar uma porcentagem mínima (abaixo), anualmente, em blocos
de financiamento — de custeio e de investimento:

Financiamento do Sistema Único de Saúde

Lei n.º 141/12


Modificada pela EC 95/2016, a “PEC do teto de gastos”

UNIÃO

Valor do ano anterior + IPCA

Mínimo: 15% da receita corrente líquida

ESTADOS

12% da receita corrente líquida

MUNICÍPIOS

15% da receita corrente líquida

Blocos de Financiamento do SUS

Antigos Blocos (Prt no 204/2007) Novo Bloco (Prt no3.992/2017)

Atenção Básica

Média e Alta Complexidade


Bloco de Custeio das ações
Vigilância em Saúde
e Serviços Públicos de Saúde
Assistência Farmacêutica

Gestão SUS

Bloco de investimento na Rede


Investimento (obras e equipamentos)
de Serviços Públicos de Saúde

149


Preventiva

Entender e saber aplicar os atributos da Atenção Básica

Atributos da Atenção Básica

P= Primeiro contato
Essenciais

I= Integralidade

C= Coordenação do cuidado

L= Longitudinalidade

ES = Enfoque social
Derivados

Enfoque familiar

Competência cultural

Orientação comunitária

150


Preventiva

Atributos X Definições

ATRIBUTOS DEFINIÇÕES

ATRIBUTOS ESSENCIAIS

PORTA DE ENTRADA preferencial


para o SUS.

Quais são as outras portas?

Primeiro Urgência e emergência


Contato
Psicossocial (CAPS)

Serviços especiais de acesso aberto

X NASF NÃO É PORTA DE ENTRADA!

Deve-se oferecer atenção de forma


Longitudinalidade
continuada ao longo do tempo

Entender a atuar nos diversos


contextos da vida do indivíduo,
Integralidade
entendendo-o como um ser
biopsicossocioespiritual

Garantia de um fluxo de informações


(referência e contrarreferência)
Coordenação 
entre os níveis de atenção para
do Cuidado
garantir que o usuário seja cuidado de
forma unificada e integral

151


Preventiva

ATRIBUTOS DERIVADOS

UBS
SCA Higida
68 100
Jogos de
Sítio baralho

69

F.R.S H.F.R Vizinhos João, Restaurante


que vive popular

LEGENDA

Vínculo Forte
Vínculo Moderado

Filho Vínculo Superficial


Relação conflituosa
Ex-esposa Apoio

Genograma / Ecomapa

Enfoque familiar Considerar o contexto familiar na oferta de atenção integral do paciente.


Ah, vale ficar atento para os seguintes símbolos
para saber interpretar corretamente o genograma:

Abortamento Espontâneo
Relacionamentos Emocionais
Homem
1 Relações Cortadas / Distantes Abortamento Induzido

Gravidez - Criança in útero


Mulher 1 Hostil

Gêmeos Dizigóticos
ou Morte 1 Próximo / Hostil

Gêmeos Monozigóticos
2 Desacordo / Conflito
ou Paciente-índice
ou Probando
1 Harmonia Adotado

Símbolos do genograma

Orientação Conhecimento da situação de saúde da comunidade, muito auxiliada pela


comunitária participação dos Agentes Comunitários de Saúde

Competência Identificar o que, de fato, traz sofrimento ao paciente,


cultural o que fortalece a relação médico-paciente

152


Preventiva

Entendendo a territorialização e a composição mínima das eSF


Território-área: espaço de atuação da UBS/USF

Equipe de Saúde da Família (eSF)


Composição mínima:
01 médico 01 enfermeiro 01 técnico 01 agente comunitário No máximo 4.000 usuários
de enfermagem (PNAB/2017 reduziu de 04 para 01) (média recomendada: 3.000)

Território-microárea: espaço de atuação dos ACS. Reúne mais do que a proximidade


geográfica, condições socioeconômicas, ambientais e epidemiológicas semelhantes.

750 usuários
(no máximo) Unidade familiar
Território-moradia

Financiamento da Atenção Básica no Brasil (Programa “PREVINE BRASIL”, de 2019)


• Não existe mais Piso da Atenção Básica (PAB).
• Três pilares dessa estrutura orçamentária:

Previne Brasil

Pagamento por Incentivo para ações


Capitação ponderada
desempenho estratégicas

Considera a população Programa Saúde na Hora,


cadastrada na ESF, a Equipe de Consultório
Avaliação quadrimestral
vulnerabilidade socioeconômica, na Rua, Equipe de Saúde
dos indicadores de saúde
o perfil demográfico e a da Família Ribeirinha,
classificação do IBGE entre outros programas

153


Preventiva

Propriedades dos testes diagnósticos e como calculá-las

Tabela para testes diagnósticos

Teste / Doença Presente Ausente Total

Positivo a b a+b

Negativo c d c+d

Total a+c b+d a+b+c+d

Entenda:
A letra “a” representa os indivíduos doentes que apresentaram
a Verdadeiros positivos (VP)
teste positivo, também chamados de verdadeiros positivos (VP).
A letra “b” representa os indivíduos não doentes com resultado
b Falso-positivos (FP )
positivo, também chamados de falso-positivos (FP).
Falso-negativos (FN) - A letra “c” representa os indivíduos
c Falso-negativos (FN) doentes com resultado negativo no teste, também chamados
de falso-negativos (FN).
A letra “d” representa os indivíduos não doentes com resultado
d Verdadeiros negativos (VN)
negativo no teste, também chamados de verdadeiros negativos (VN).

Testes diagnósticos

Classificação Propriedade Definição Cálculo


Probabilidade Total de casos, novos e antigos,
Prevalência
pré-teste dividido pela população exposta

Capacidade de identificar nos indivíduos


Sensibilidade doentes, aqueles que tiveram um resultado A/(a+c)
Propriedades positivo. Úteis para rastreio
inerentes 
Capacidade de identificar nos indivíduos
ao teste
não-doentes, aqueles que tiveram um
Especificidade D/(b+d)
resultado negativo. Úteis para confirmação
Não variam com
diagnóstica
a prevalência!
Probabilidade de um teste estar correto,
(A+d)/
Acurácia identificando os indivíduos doentes e
(a+b+c+d)
não-doentes

Valor preditivo Probabilidade de que, uma vez positivo,


A/(a+b)
positivo (VPP) o teste represente um indivíduo doente
Probabilidades
pós-teste
Valor preditivo Probabilidade de que, uma vez negativo,
D/(c+d)
negativo (VPN) o teste represente um indivíduo não doente

154


Preventiva

Sensibilidade Especificidade

↓ ↓
Doença

Presente Ausente

Positivo VP FP
Resultado
do exame
Negativo FN VN

Doentes Não doentes

Interpretar a curva ROC


• A área abaixo da curva é proporcional à acurácia.
• O ponto de corte com maior otimização das propriedades do teste é o mais próximo ao
canto superior esquerdo.

1
PONTO C
CURVA A
PONTO B

CURVA B
SENSIBILIDADE

PONTO A

0,5

0 0,5 1

1 - ESPECIFICIDADE
Curva ROC

155


Preventiva

 Bate e pronto: tipos de estudo

1. Coorte

👉
2. Caso-controle

👉
1. Ruim para doença rara ou de longo período de observação; 2.Ruim para fator de risco raro..

Ensaio
Agregado
comunitário

De intervenção Longitudinal

Individual Ensaio clínico


Estudos
epidemiológicos

Agregado Transversal Ecológico

Observacionais
Transversal Inquérito

Individual
Prospectivo
Coorte

Longitudinal

Caso-controle
Retrospectivo

Classificação de estudos epidemiológicos

As fases de estudo de um ensaio clínico


• FASE I: avalia-se a segurança de uma nova intervenção.
• FASE II: avalia-se a eficácia, a segurança e os efeitos colaterais da nova intervenção
em um número pequeno de participantes, já adoecidos.
• FASE III: avalia-se eficácia e segurança da nova intervenção em larga escala, também
já adoecidos.
• FASE IV: consiste na farmacovigilância, ou seja, na observação de novos efeitos adversos.

156


Preventiva

Estudo com maior nível de evidência científica (Oxford)


A B
Revisão Revisão
sistemática/ sistemática/
meta-análise meta-análise

Ensaio clínico Ensaio clínico


randomizado randomizado
de
da

Estudo de coorte
C Estudo de coorte
li
Va

Ensaio clínico
Estudos de caso-controle randomizado Estudos de caso-controle

Séries de casos/relato de casos Estudo de coorte Séries de casos/relato de casos

Estudos de caso-controle Revisão


sistemática/meta-análise

Séries de casos/relato de casos

(A) A pirâmide tradicional. (B) Revisão da pirâmide: (1) as linhas que separam os desenhos do estudo ficam onduladas
(classificação de Recomendações Avaliação, Desenvolvimento e Avaliação), (2) revisões sistemáticas são “cortadas” da
pirâmide. (C) A pirâmide revisada: as revisões sistemáticas são uma lente através da qual a evidência é vista (aplicada).

Análise dos resultados de um estudo epidemiológico

Análise dos resultados de um estudo epidemiológico

Medir a ocorrência

Incidência (casos novos):


Prevalência: transversal
Coorte, ensaio clínico

Medir a associação

Valor Interpretação

>1 Indica associação positiva (fator de risco)

=1 Ausência de associação

<1 Indica associação negativa (fator de proteção)

Posso confiar na interpretação da medida de associação?

Intervalo de confiança que NÃO


P < 0,05
passa pelo valor unitário

Lembre-se: o intervalo de confiança representa a precisão estatística; ou seja, quanto mais


estreito ele for, mais preciso é o estudo.

157


Preventiva

Calcular as medidas de associação usadas nos estudos epidemiológicos

Medida de associação Cálculos

Ie / I ne
Risco relativo (RR)
Ie= a/a+b; Ine= c/c+d
Odds Ratio a*d/b*c
Risco atribuível ao fator (RAf) Ie - Ine
Risco atribuível na população (RAP %) (IPop – Ine) / IPop
Razão de prevalência (RP) Pe / Pne
Redução do Risco Relativo (RRR) 1 - RR
Redução Absoluta do Risco (RAR) Maior I – Menor I
Número Necessário ao Tratamento (NNT) 1 / RAR

Critérios de Hill

Sequência cronológica
O fator de risco deve vir antes do agravo. É o critério mais importante.
(ou temporalidade)
Força de associação O fator deve ser evidenciado como risco pelas medidas de associação.
Relação dose-resposta Quanto mais intenso o fator, mais chance haverá de desenvolver o agravo.
Consistência Vários trabalhos demonstram o mesmo achado.
A história natural e a fisiopatologia da doença demonstram
Plausibilidade Biológica
que o fator seja um risco.
Analogia Existem outros fatores que são riscos para o mesmo agravo.
Especificidade Com o fator temos o agravo, sem o fator não há agravo.

Profilaxias de tétano e de raiva humana: saber correlacionar o tipo de acidente


com a conduta

Profilaxia de tétano

História vacinal Ferida de baixo risco Ferida de alto risco*

Incerta ou < 3 doses VACINA VACINA + SORO/IGH

VACINA VACINA
≥ 3 doses
(se última dose > 10 anos) (se última dose > 5 anos)**
*Profundas ou superficiais sujos, por armas, queimaduras, mordeduras
** Fazer SORO se: idoso, imunocomprometido ou desnutrido grave

158


Preventiva

Profilaxia da raiva humana pós-exposição


Animal agressor
Cão ou gato Morcegos
exposição

Mamífero doméstico
Tipo de 

Animal não e outros


de interesse
Animal passível de observação passível de mamíferos
econômico: bovídeos,
por 10 dias e sem sinais observação por 10 silvestres
equídeos, caprinos,
sugestivos de raiva dias ou com sinais (inclusive os
suínos e ovinos
sugestivos de raiva domiciliados)
Contato
indireto

• Lavar com água e sabão. • Lavar com água e sabão.


• NÃO INDICAR PROFILAXIA • NÃO INDICAR PROFILAXIA

• Lavar com água e sabão


• NÃO INDICAR PROFILAXIA.
Manter o animal em observação
por 10 dias. Se permanecer • Lavar com água e sabão
Leve

vivo e saudável, suspender a • INICIAR PROFILAXIA: VACINA*


observação no 10º dia e encerrar dias 0, 3, 7 e 14 • Lavar com
o caso. Se morrer, desaparecer água e sabão
ou apresentar sinais de raiva,
• INICIAR
indicar VACINA* dias 0, 3, 7 e 14
PROFILAXIA:
VACINA* (dias
• Lavar com água e sabão
0, 3, 7 e 14) e
• NÃO INDICAR PROFILAXIA. SORO (SAR
Manter o animal em observação ou IGHAR)*
por 10 dias. Se permanecer • Lavar com água e sabão
Grave

vivo e saudável, suspender a


• INICIAR PROFILAXIA: VACINA*
observação no 10.º dia e encerrar
(dias 0, 3, 7 e 14) e SORO (SAR ou IGHAR)*
o caso. Se morrer, desaparecer
ou apresentar sinais de raiva,
indicar VACINA* (dias 0, 3, 7 e
14) e SORO (SAR ou IGHAR)*

Observações
A vacina deverá ser administrada por via intradérmica ou via intramuscular.
Via intradérmica: volume da dose: 0,2mL. O volume da dose deve ser dividido em duas
aplicações de 0,1mL cada e administradas em dois sítios distintos, independente da
*VACINA
apresentação da vacina, seja 0,5 mL ou 1,0 mL (dependendo do laboratório produtor).
4 (quatro)
Local de aplicação: inserção do músculo deltoide ou no antebraço.
doses, nos dias
Via intramuscular: dose total – 0,5 mL ou 1, 0 mL
0, 3, 7 e 14
(dependendo do laboratório produtor). Administrar todo o volume do frasco.
Local de aplicação: no músculo deltoide ou vasto lateral da coxa em crianças menores de
2 (dois) anos. Não aplicar no glúteo.

O SAR, ou a IGHAR, deve ser administrado no dia 0. Caso não esteja disponível, aplicar o
mais rápido possível até o 7.º dia após a aplicação da 1.ª dose de vacina. Após esse prazo
é contraindicado. Existindo clara identificação da localização da(s) lesão(ões), recentes ou
*SORO (SAR cicatrizadas, deve-se infiltrar o volume total indicado, ou o máximo possível, dentro ou ao
ou IGHAR) redor da(s) lesão(ões). Se não for possível, aplicar o restante por via IM, respeitando o volume
máximo de cada grupo muscular mais próximo da lesão.
Soro antirrábico (SAR): 40. UI/k de peso.
Imunoglobina humana antirrábica (IGHAR 20 UI/k de peso.

159


Preventiva

Níveis de prevenção

Níveis de prevenção

Nível de História natural 


Definição Exemplos
prevenção da doença

Promoção Estimular a atividade


à saúde física e dieta
Primário Pré-patogênico Uso de estatinas
Proteção
específica
Vacinação

Diagnóstico
Rastreamento de
e tratamento
Patogênico câncer de mama
Secundário precoces
(assintomático)
Angioplastia nos primeiros
Evitar sequelas
120 minutos após IAM

Reabilitação
Patogênico Fisioterapia motora em
Terciário
(doença estabelecida) Tratamento pacientes após AVE
de sequelas

Diminuir o número
Prevenção
Quaternário Patogênico de medicamentos em
de iatrogenias
idosos com polifarmácia

As características dos agentes etiológicos dos agravos

Níveis de prevenção

Características dos agentes dos agravos

Poder invasivo Capacidade do agente de se difundir no hospedeiro.

Dose infectante Quantidade necessária de o agente para causar infecção no hospedeiro.

Infectividade Capacidade do agente de penetrar e se desenvolver no hospedeiro.

Patogenicidade Capacidade do agente de causar doença.

Virulência Capacidade do agente de causar casos graves.

Imunogenicidade Capacidade do agente de causar resposta imune no hospedeiro.

160


Preventiva

Saber interpretar uma curva epidêmica

Dica Aristo
• Incidência dentro do padrão esperado = ENDEMIA.
• Incidência acima do padrão esperado = EPIDEMIA.
• PANDEMIA = epidemia que não respeita limites geográficos.
• Aumento súbito de casos com relação entre si = SURTO.

Incidência máxima

Progressão
Regressão

Egressão
Limiar endêmico

Incremento inicial
de casos
N° de casos

Decréscimo
endêmico

Tempo
Curva epidêmica

161


Preventiva

Os critérios e as atualizações na Lista Nacional de Agravos de Notificação


Compulsória

Características dos agravos

Importância e frequência dentro da população-alvo


Magnitude
(quantidade de infectados)

Potencial de
Transmissibilidade do agravo
disseminação

Transcendência Importância social ou gravidade da condição (letalidade)

Vulnerabilidade Possibilidade de intervenção ou controle

Compromissos Notificar eventos especiais (epidemias, novas doenças) e condições


internacionais de notificação internacional (varíola, poliomielite, SARS e influenza)

Novas doenças e agravos incluídos em 2022 na Lista de Notificação Compulsória:


• Síndrome congênita associada à infecção pelo Zika vírus.
• Sars-CoV-2 no item de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) associada ao Coronavírus.
• COVID-19.
• Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) e em adultos (SIM-A) associada
à COVID-19.
• Notificação de todos os resultados de testes diagnósticos para detecção do Monkeypox
vírus realizados em laboratórios de todo o país.

Transição demográfica
O que aconteceu?
• Queda na taxa de fecundidade + queda da taxa de mortalidade geral.
• Qual foi o resultado? Aumento de esperança de vida e do índice de envelhecimento

Transição epidemiológica
O que é?
A diminuição de mortes por doenças transmissíveis, aumento de mortes por causas
externas e doenças crônico-degenerativas.

162


Preventiva

No Brasil, lidamos com o conceito de “tripla carga de doenças”


Ou seja, há coexistência das doenças crônicas e das causas externas, mas convive-se,
ainda, com as doenças infecciosas e parasitárias.

Instituição de um novo tratamento que aumenta a sobrevida de uma doença


crônica, sem curá-la
Qual o impacto na prevalência e na incidência da doença?
Aumento da prevalência sem alterar a incidência.

CASOS NOVOS
(INCIDÊNCIA)

Casos existentes
(prevalência)
CURAS

ÓBITOS
Incidência x prevalência

163


Preventiva

Cálculo do coeficiente de mortalidade materno e infantil

Coeficiente de Notificação
Numerador Denominador Principais
mortalidade compulsória

Óbito de mulher Distúrbios


grávida ou até hipertensivos
42 dias após Número de
Materna Hemorragias
fim da gestação nascidos vivos
(exceto causas Infecções
acidentais) puerperais
Período
neonatal
Número de Afecções
Infantil Óbitos em < 1 ano
nascidos vivos perinatais
Malformações
congênitas

Alguns pontos importantes sobre medicina do trabalho

Acidente de trabalho

Acidente no próprio ambiente de trabalho


O que é considerado um acidente 
de trabalho? Acidente no percurso
(de casa para o trabalho e do trabalho para casa)

Qualquer pessoa
Quem emite o CAT?
Preferencialmente a empresa

Quem não emite CAT? Trabalhadores informais

Qual é o período máximo para protocolar? Até o 1.º dia útil após o acidente

Em um acidente de trabalho, quando


Em acidente grave ou fatal
fazer uma notificação imediata?

164


Preventiva

Classificação de Schilling

Associação da
Classificação
doença com  Exemplos
de Schilling
o trabalho
Pneumoconioses — asbestose e silicose

O trabalho é
Grupo I Padrão pulmonar da fibrose na asbestose (difuso)
causa necessária

Padrão pulmonar da fibrose na silicose (nodular)


Síndrome de Burnout = despersonalização + exaustão
emocional + redução da realização profissional

O trabalho
Grupo II é fator de risco
ou contribuinte

Insuficiência venosa dos MMII

O trabalho
Grupo III desencadeia um Asma agravada por contato com gatos em pet shop
distúrbio latente

165


Preventiva

A respeito das intoxicações exógenas relacionadas à exposição ocupacional,


relacione a exposição com o agente causador do caso clínico citado

Intoxicações

Baterias e tintas Intoxicação por chumbo

Dor abdominal

Anemia

Insuficiência renal

Gasolina e petróleo
Intoxicação por benzeno

Mielotoxicidade

Cromagem
Intoxicação por cromo

Necrose do septo nasal

Principais doenças definidoras da AIDS


Quais são?
• Pneumocistose.
• Pneumonia de repetição ou por Pneumocystis jirovecii.
• Neurotoxoplasmose.
• Candidíase esofagiana.
• Reativação de doença de Chagas.
• Tuberculose extrapulmonar.

166


Preventiva

Relacione o perfil sorológico com a forma de Hepatite B

Hepatite B - painel sorológico

Anti-HBc  DNA-HBV
Interpretação HBsAg HBeAg Anti-HBc Anti-HBe Anti-HBs ALT
IgM (UI/mL)

Infecção aguda + + + + - - Aumentada Alta


HBV com Não
- - + - + + Normal
recuperação detectado
Infecção antiga,
Não
oculta, janela imune - - + - - - Normal
detectado
ou falso-positivo
Não
Vacinação prévia - - - - - + Normal
detectado
Portador crônico
+ - + - + - Normal < 200
inativo
Mutantes pré-core Normal ou
+ - + - + - ≥ 2.000
ou core-promoter aumentada
HBV ativa Normal ou
+ + + - - - ≥ 2.000
(perfil clássico) aumentada

Principais efeitos colaterais do tratamento da tuberculose

Principais efeitos colaterais do tratamento da tuberculose

MEDICAMENTO EFEITO COLATERAL

Púrpura, síndrome gripal


RIFAMPICINA (R)
e urina alaranjada

ISONIAZIDA (I/H) Neuropatia e psicose

PIRAZINAMIDA (P/Z) Gota, hiperuricemia

ETAMBUTOL (E) Neurite óptica

Comum a todos os medicamentos Hepatotoxicidade

167


Preventiva

Programa Nacional de Imunizações (PNI)

Tabela de imunização

Idade Vacinas

BCG
Ao nascer
Hepatite B

Penta

VIP
2 meses
Pneumo 10

VORH

3 meses Meningo C

4 meses Igual às vacinas de 2 meses

5 meses Igual à vacina de 3 meses

Penta
6 meses
VIP

9 meses Febre amarela

Tríplice viral

12 meses Meningo C

Pneumo 10

Hepatite A

DTP
15 meses
VOP

Tetraviral

DTP

VOP
4 anos
Varicela

Febre amarela

168


Preventiva

Vacinas da adolescência

Meningo C e HPV
2 doses (0 e 6 meses)

Meninas: 9 a 14 anos

Meninos: 11 a 14 anos

Caso clínico para relembrarmos o preenchimento da Declaração de Óbito (DO)


Paciente de 25 anos, internado há 30 dias no CTI, desde que sofreu acidente automobilístico
de alto impacto, desenvolveu pneumonia nosocomial e faleceu após tentativas frustradas
de RCP.

Quem deve preencher a DO?

O responsável pelo preenchimento da declaração


de óbito segundo a causa

CAUSA DA MORTE

Violenta/suspeita Natural

IML
Houve assistência médica?
Se não houver IML, um
médico eleito pelo Judiciário
como perito “eventual” SIM NÃO

Médico particular; Médico


plantonista; assistente prévio;
da ambulância SVO

Se não houver SVO, um médico público ou


qualquer médico; se na localidade não houver
nem mesmo médico, será no cartório por
2 testemunhas, acompanhadas de um
responsável do paciente.

169


Preventiva

Qual a causa básica do óbito?


Acidente automobilístico.

Qual a causa imediata do óbito?


Choque séptico.

Conduta diante de um caso de violência sexual quanto a profilaxia e interrupção


da gestação
A interrupção da gravidez pode ser feita até a 20.ª semana sem obrigatoriedade de Boletim
de Ocorrência. Além disso, deve ser feita a profilaxia das ISTs, conforme abaixo:

Profilaxias pós-exposição a ISTs não virais

Condição Droga Posologia

Sífilis Penicilina G benzatina 2.400.00 UI, IM, dose única

500 mg, IM, dose única


Gonorreia e Clamidíase Ceftriaxona + Azitromicina +
1g, VO, dose única

Tricomoníase Metronidazol 2g, VO, dose única

A profilaxia da hepatite B será feita conforme o estado vacinal do paciente.


Em caso de desconhecimento ou não vacinados, o esquema deve ser feito com vacina nos
momentos zero, 1 mês e 6 meses da exposição e imunoglobulina (0,06 mL/kg) em dose única,
até 14 dias da exposição, de preferência nas primeiras 48 horas.

A profilaxia para o HIV deve ser feita por 28 dias, utilizando como esquema padrão o tenofovir
(TDV), lamivudina (3TC) e dolutegravir (DTG). Recomenda-se o início do esquema até 72 horas
após a exposição, preferencialmente nas primeiras 2 horas.

170


Preventiva

Princípios bioéticos

Beneficência

Não
Autonomia maleficência

Justiça

Princípios bioéticos

Situações de exceção em que o sigilo médico pode ser quebrado

Sigilo médico

a manutenção do sigilo pode representar um prejuízo maior do


Motivo justo
que sua quebra.
a notificação compulsória de certas doenças transmissíveis ou
Dever legal
ainda casos que envolvam agressão e suspeita de abuso infantil.

Consentimento por escrito do paciente.

171


Preventiva

Esterilização no Brasil
Quando é permitida?

Nova lei da laqueadura

Lei 14.443 de 2022 (nova Lei da Laqueadura)

Homens ou mulheres de: Período mínimo de 60 dias


21 anos OU com pelo menos entre a manifestação do desejo
2 filhos vivos e a realização do procedimento

O procedimento pode ser realizado logo após o parto, respeitando o período mínimo
de 60 dias entre a manifestação do desejo e a realização do procedimento.

Não há mais a necessidade de consentimento de ambos os cônjuges para a esterilização.

172


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