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a ançado
Problemas na Oxigenação/Ventilação........................................................................................06
Posicionamento.......................................................................................................................................11
Pré-oxigenação.........................................................................................................................................15
Hipnóticos..............................................................................................................................................45
Propofol...................................................................................................................................................46
Midazolam..............................................................................................................................................47
Etomidato...............................................................................................................................................48
Cetamina.................................................................................................................................................49
Opióides..................................................................................................................................................50
Fentanil...................................................................................................................................................50
Bloqueadores Neuromusculares...................................................................................................52
Succinilcolina........................................................................................................................................54
Rocurônio...............................................................................................................................................57
Manual
a ançado
MANUAL AVANÇADO DE VIA AÉREA - Danielle Bastos e Samantha Ceccon
Vamos lá!
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MANUAL AVANÇADO DE VIA AÉREA - Danielle Bastos e Samantha Ceccon
Não há outra maneira de começar esse manual sem te dizer que o
manejo bem sucedido das vias aéreas depende da tomada de decisão
competente (estudo) e do desempenho de habilidades (técnica +
prática). É para isso que estamos aqui: lhe tornar a pessoa certa para
fazê-lo, com habilidades certas, no momento certo e pelas razões
certas!
PRÁTICA
Decisão
competente
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Problemas na
1 Oxigenação/Ventilação
QUANDO
Previsão de Evolução INTUBAR?
Proteção da VA
Desfavorável
2 3
Falha nas trocas gasosas (SaO2 < 90%; PaO2 < 60 mmHg; com PCO2 <35 ou >
50 mmHg)
Taquidispneia (FR > 30 irpm e/ou esforço ventilatório franco)
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Glasgow ≤ 8: Intubação orotraqueal (IOT) mesmo que SaO2 > 90%, mas
antes...
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Um paciente saturando > 90% não é garantia de que não precisará ser
intubado. Você deve avaliar outros parâmetros antes de decidir por
não abordar essa via aérea.
VARIÁVEIS ESCORE
Espontânea 4
À voz 3
ABERTURA OCULAR À dor 2
Nenhuma 1
Orientada 5
Confusa 4
RESPOSTA VERBAL Palavras inapropriadas 3
Palavras incompreensivas 2
Nenhuma 1
Obedece comandos 6
Localiza dor 5
Movimento de retirada 4
RESPOSTA MOTORA Flexão anormal 3
Extensão anormal 2
Nenhuma 1
15 3
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Agora que você já tem consciência crítica sobre quando intubar, vem
com a gente aprender o passo a passo de como realizá-la da melhor
maneira!
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POSICIONAMENTO
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Sei que está parecendo muito teórico e pouco prático, mas por incrível
que pareça, posicionar de forma ideal é super simples. O travesseiro
que o paciente vem da enfermaria não serve como estratégia porque o
coxim deve ser rígido. Em geral utilizamos lençóis dobrados para
apoiar a região occipital com o objetivo de alinhar o meato acústico
externo ao manubrio esternal. Coloque quantos forem necessários e
não economize para alinhar essas duas estruturas (Figura 4 e 5).
A B
A B
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A B
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Figura 8 - Posicionamento com lençóis para o paciente obeso. Perceba a presença de coxim
subescapular, em adição ao suboccipital.
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Com todas essas dicas, você̂ já́ está pronto para passar para o
próximo passo...
Pré-oxigenação
Figura 10: Tempo de apneia seguro em diferentes perfis clínicos (adaptado de Benumof JL,
Dagg R, Benumof R. Critical hemoglobin desaturation will occur before return to unparalyzed
state from 1 mg.kg-1 succinylcholine. Anesthesiology, 1997; 87:979-82). FaO2 – Fração
arterial de O2. Tempo de VE – tempo de ventilação espontânea.
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O ar ambiente não possui apenas oxigênio, certo? Seria muito bom (ou
não, na verdade) se isso acontecesse. O ar atmosférico é composto de
21% oxigênio, 78% nitrogênio, 1% argônio, e 0,03% dióxido de carbono
(Figura 11).
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Para garantir FiO2 de 100%, você precisa de uma máscara que lhe
permita ao máximo com que o O2 que você fornece não escape ou se
misture com o ar ambiente intruso de fora da máscara. Como consigo
isso? Com a clássica máscara facial da bolsa-válvula-máscara, o
famoso AMBU® (Figura 12).
Ela oferece uma vedação perfeita ao rosto, fazendo com que nenhum
gás entre ou saia do circuito. Você irá acoplá-la ao rosto do paciente e
deixar com que ELE ventile espontaneamente! Pode pedir para que
“respire fundo”, “encha o peito de ar” se estiver consciente. Se com
pouca ou nenhuma interação, vai deixar que ele somente respire
espontaneamente, sem fazer pressão positiva (ou seja, sem apertar o
balão - “ambuzar”).
Fazendo isso por 3 a 5 minutos, você irá trocar todo (ou grande parte)
o ar da via aérea (incluindo a capacidade residual funcional) por
oxigênio a 100% (desnitrogenar) fazendo com que se atinja PaO2 mais
alta possível, garantindo boa reserva de oxigênio.
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A partir de hoje você não tem mais desculpas para não pré-oxigenar
seus pacientes, garanta a segurança deles e ganhe tempo de
laringoscopia!
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Posso te dar uma dica de anestesista que faz toda a diferença? Muitas
vezes as pessoas até lembram de hiperextender a cabeça do paciente
no momento em que laringoscopam, mas como ele está bloqueado,
essa hiperextensão se perde porque ele retorna com a cabeça à
posição neutra.
Então a partir de agora você irá usar seu próprio corpo para apoiar na
cabeça hiperextendida e impedir com que ela retorne à posição neutra!
Isso mesmo, hiperextendeu com a mão direita e apoiou seu abdome
na cabeça do paciente “imobilizando” a cabeça naquela posição e
deixando suas duas mãos livres! Acredite, no início da curva de
aprendizado isso faz toda a diferença.
Após movimentar a língua para o lado, progrida com a lâmina até que
a ponta encoste na valécula. Aquele espaço mesmo, anterior à
epiglote, que termina numa espécie de fundo cego. Lá é exatamente o
lugar que a ponta da sua lâmina deve repousar. Desse modo, você
traciona o ligamento glossoepiglótico e suspende o segundo elemento
que te “atrapalha”, a epiglote, de forma com que ela saia do caminho!
Figura 15: Perceba que a laringoscopia é feita com a mão esquerda enquanto, com a mão direita, se hiperextende a
cervical. Após a hiperextensão, até se sentir mais seguro em laringoscopar com a esquerda sem qualquer ajuda da outra
mão para afastar lábios ou abrir a boca, apoie seu tronco na cabeça mantendo-a hiperestendida, enquanto sua mão
direita fica livre!
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Figura 16: Nas imagens A e B o laringoscopista não soube manusear corretamente a língua e ela o
atrapalhou (e muito) ficando à direita da lâmina (A) e em cima da lâmina (B). Veja que o correto (C) é
introduzir o laringoscópio da direita para a esquerda, afastando a língua do campo de visão, de modo que
NENHUMA porção da língua permaneça à direita da lâmina.
τ = rFsenθ
Essa fórmula muito complicada nada mais diz que o torque é a força
aplicada sobre uma alavanca. Quanto mais longe do centro você
segura essa alavanca, mais força terá que fazer para que o movimento
ocorra. Então não é ao acaso que você observa colegas experientes
intubando e segurando o cabo do laringoscópio quase encostado na
lâmina, e não lá em cima!
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VISÃO DIRETA
Figura 17: observe o movimento, perceba como o cabo do laringo não faz uma alavanca para cima e para
baixo. O cabo permanece parado na posição horizontal, enquanto o conjunto todo (cabo e lâmina) caminha
para frente e para cima.
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Pois então, com a mão DIREITA passe o tubo (Figura 18). Mais uma
dica: Depois que ver as cordas vocais, NÃO retire mais os olhos delas.
Estenda o braço e peça a algum auxiliar que te entregue o tubo. E
então você o introduz.
Figura 18: Quando o TOT se aproxima da fenda glótica, você irá vê-lo se aproximando lateral e
superiormente! Nesse momento, se paciente com boca/lábios pequenos, peça para que alguém puxe os
lábios lateralmente para você, isso pode te dar espaço para introduzir o tubo com mais folga.
Até quando progrido o TOT? Até que a primeira linha preta ultrapasse
as cordas vocais (Figura 19).
Figura 19: Tubo orotraqueal: observe as duas linhas pretas. O exato posicionamento acontece quando a
fenda glótica fica posicionada entre elas.
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Agora iremos ensinar algo muito importante para que você, caso
precise de ajuda, saiba transmitir exatamente o que está enxergando
de modo que um colega entenda a situação e pense em como pode te
ajudar! Vamos lá.
Epiglote
Corda vocal
Aritenóide
Figura 20: Classificação de Cormack-Lehane. Classe I: Visão completa da glote. Classe II: Parte da glote é
visível. Classe III: Apenas epiglote é visível. Classe IV: Nem glote e epiglote são visíveis.
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Após você ter feito essa manobra e ter encontrado um melhor ponto
em que enxerga a corda vocal, irá pedir para que uma segunda pessoa
segure naquela exata posição que você colocou, e então você
introduzirá o tubo com uma visão muito mais otimizada.
Figura 21: BURP – Pressão para cima, para trás e para direita.
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Você também passará a ter uma visão muito mais crítica sobre a sua
própria laringoscopia.
Então, antes de tudo, saiba o que você está visualizando, grave MUITO
BEM as imagens da visão da laringoscopia, e saiba transmitir para um
colega o que você enxerga naquele momento. Isso fará com que você
seja muito mais bem compreendido num momento difícil e você irá
chegar à solução de uma maneira muito mais direta e objetiva!
Confirmando a ausculta
1 - Estômago
2 - Pulmão direito
3 - Pulmão esquerdo
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Pontos chave!
Engano seu se pensa que pode pular esse módulo. Não cometa o erro
gigante de ignorar a ventilação sob máscara. Já parou para pensar
que ventilar sob máscara é o que salvará seu paciente da parada por
hipóxia se você não conseguir intubá-lo?
Pois é isso mesmo. Não conseguir intubar não matará seu paciente,
porém não conseguir ventilar, sim. Portanto fique bem atento a tudo o
que falaremos agora.
Muitas pessoas pensam que ventilar sob máscara é algo tão intuitivo
quanto fácil: só acoplar a máscara ao rosto do paciente e “apertar” a
bolsa ventilatória. Existe técnica para fazê-lo.
E como você vai fazer isso? Você sabe segurar a máscara facial?
E
Figura 22: C clamp – segurando a máscara facial
c
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Em teoria.
Figura 24: Perceba o modo como os dedos NÃO estão tracionando o ângulo da mandíbula e sim as partes
moles submandibulares. Não faça isso.
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v
v
Figura 25: Técnica V clamp de acoplamento da máscara facial. Particularmente muito útil em obesos!
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Figura 27: Cânula de Guedel. Funciona como um pertúito entre a boca e a via aérea inferior fazendo com que
a língua não obstrua a passagem. Para escolher o tamanho adequado, meça entre a comissura labial até o
ângulo da mandíbula.
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Figura 29: inserindo a Guedel. Perceba que inicialmente a “ponta” da Guedel está
voltada para você e só depois de girar ela aponta para a via aérea inferior.
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Máscara Laríngea
E se você não conseguir nem ventilar e nem intubar? Só de pensar dá
um frio na barriga né?
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Mas você deve estar pensando: “Não sei sequer escolher a máscara”.
Calma! E se eu te disser que vem tudo escrito na própria máscara?
Tanto o tamanho, a faixa de peso a qual aquele tamanho corresponde,
qual o volume de ar a ser insuflado... Tudinho. (Figura 31).
Figura 31: Observe que todas as informações necessárias vêm escritas na própria máscara laríngea.
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PREPARAÇÃO DA MÁSCARA:
Deixe-a nem tão cheia e nem vazia, e lubrifique com gel hidrossolúvel sua
porção distal posterior. A lubrificação tem objetivo de facilitar o deslizar
contra o palato e a curvatura posterior da faringe (Figura 34).
Atenção:
Não lubrifique a parte que permanecerá em contato direto com a fenda glótica devido ao risco de gerar
laringosespamo pela secreção direto na laringe. E, se utilizar lidocaína gel, esta ainda pode levar a retardo
no retorno dos reflexos protetores, importantes durante a remoção da ML, além do ressecamento da
mucosa.
POSIÇÃO DA CABEÇA:
Faça a extensão da cabeça com a sua mão não dominante (lembrando que
a região occipital está apoiada em uma região rígida).
A B
Figura 34 - Detalhes da passagem da Máscara Laríngea (ML). (a) Introdução. (b) Insulflando o cuff com o
volume descrito na própria ML.
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ABERTURA DA BOCA
Se tiver outra pessoa junto a você, peça auxílio para abrir a boca do
paciente. Se você estiver sozinho, solte momentaneamente a mão que está
fazendo a hiperextensão da cabeça para abrir a boca e introduza a máscara
gentilmente. Faça a extensão novamente da cabeça em seguida. (Figura 34)
MOVIMENTO
Faça uma força contínua para trás e para baixo (nada de ficar rodando a
máscara) em direção ao palato duro até encontrar uma resistência (Figura
35).
INSUFLANDO A MÁSCARA
Insufle a máscara com o volume de ar indicado na própria máscara. Não se
empolgue. Se insuflar demais pode gerar compressão de estruturas
perilaríngeas, principalmente nervo hipoglosso e laríngeo recorrente
bilateral, assim como necrose de mucosa!
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POSIÇÃO IDEAL
É normal observar um retrocesso de 1 a 1,5 cm do tubo de silicone, devido
ao acomodamento do coxim da máscara laríngea sobre as estruturas
supraglóticas. Este é, inclusive, um dos sinais de que está adequadamente
posicionada.
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Advinho o que você está pensando: “Ah! Mas se ela não protege
contra a broncoaspiração..."
Por isso, se possível, tenha uma máscara laríngea ao seu lado quando
for intubar, e não pense 2 vezes antes de usar como plano B numa via
aérea falha!
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Introdução às drogas
na Sequência Rápida de Intubação (SRI)
Pode confessar para nós que quando você começa a lembrar o nome
das drogas utilizadas na intubação já vem logo um arrepio.
Bloqueio
Hipnose
neuromuscular
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HIPNÓTICOS
Hipnótico nada mais é do que uma droga que induz o sono. Os que
mais usamos são Etomidato, Midazolam, Propofol e Cetamina.
Mecanismo de ação:
Mas, ora, todos os hipnóticos agem na mesma via de inibição
cerebral? Muitos deles sim, o que não significa serem drogas idênticas
e com o mesmo efeito clínico quando administrados.
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1.1 PROPOFOL
PROPOFOL
Muitas vezes é associado à dor à injeção, que pode ser reduzida com
injeção de lidocaína (20 a 40 mg) imediatamente antes da
administração do propofol. O uso de opióide prévio também diminui a
dor.
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1.2 MIDAZOLAM
MIDAZOLAM
Isso não significa prejuízo clínico, mas na verdade um alerta, visto que
a instabilidade hemodinâmica causada pelo pico do midazolam pode
acontecer após a IOT, e não no momento do procedimento como no
caso do propofol. Do mesmo jeito que o propofol e etomidato, não
possui propriedades analgésicas, fornece apenas sedação, hipnose e
amnésia.
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1.3 ETOMIDATO
ETOMIDADO
1.4 CETAMINA
CETAMINA
Mas talvez o que você não saiba é que a cetamina possui também
efeito cardiodepressor direto e inotrópico negativo, principalmente nos
pacientes hipovolêmicos e com pouca reserva de catecolaminas.
Nessas situações tenha cautela a usar e abusar da cetamina.
OPIÓIDES
FENTANIL
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BLOQUEADOR NEUROMUSCULAR
SUCCINILCOLINA ROCURÔNIO
O que não passa pela cabeça de quem toma tal decisão é que, muitas
vezes, essa opção é, na verdade, a causa da intubação mal sucedida.
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O que não passa pela cabeça de quem toma tal decisão é que, muitas
vezes, essa opção é, na verdade, a causa da intubação mal sucedida.
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1.1 SUCCINILCOLINA
SUCCINILCOLINA
Bloqueador Neuromuscular DESPOLARIZANTE
(Diluir o pó em 10ml de solução salina ou água bidestilada para gerar
Frasco-Ampola: 100mg (Pó)
uma concentração de 10mg/ml)
CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS:
Hipercalemia significativa (com alterações no ECG) Acidente Vascular Cerebral > 72 horas
Hipertermia Maligna (HP ou HF) Lesão na medula espinhal > 72 horas
Doença Neuromuscular que envolva a Desnervação Rabdomiólise
(ex: ELA, esclerose múltipla) Queimaduras > 72 horas
Distrofia Muscular Alergia
ISR: Intubação em sequência rápida; IV: intravenoso; ECG: eletrocardiograma; HP: história prévia; HF: história familiar,
ELA: esclerose lateral amiotrófica.
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1.2 ROCURÔNIO
ROCURÔNIO
Bloqueador Neuromuscular NÃO - DESPOLARIZANTE
Frasco-Ampola: 5ml (concentração 10mg/ml)
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5. Laringoscopia
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Já parou para pensar que a maioria dos pacientes que serão
intubados num cenário de urgência/emergência ou estarão
sabidamente de estômago cheio ou terão um jejum desconhecido?
Ninguém espera o horário do jejum para falar “Agora irei
descompensar, ok Doutor?”.
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Figura 39- Lembre sempre de checar seu material antes de induzir seu paciente.
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POSICIONAMENTO
Posicione na posição olfativa (Figura 40) através da colocação de um coxim
occipital rígido até que o meato auditivo externo atinja a altura do esterno.
Faça isso antes do paciente ser induzido, acredite em mim! Depois que você
administrar as drogas, a última coisa que irá ter tempo é de posicionar o
paciente.
Figura 40- Lembre que o posicionamento adequado gera o alinhamento dos 3 eixos da via aérea.
PRÉ-OXIGENAÇÃO
Pré-oxigenação com O2 à 100% por 3-5 minutos. A pré-oxigenação aumenta
seu tempo de apnéia sem hipóxia, e você já sabe disso.
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Ah, legal! E agora? Intubo sem opióide? Não! Embora outros opióides
com perfis mais favoráveis (início de ação mais rápido) como
Alfentanil e Remifentanil, sejam opções melhores, não estão
amplamente disponíveis fora do centro cirúrgico (alguns de vocês
provavelmente nunca tenham escutado esses nomes).
Do famoso “Quem não tem cão, caça com gato” vem: “Como usar o
Fentanil na sequência rápida”. A dose de intubação em geral é de 3-5
mcg/kg, sempre cerca de 3 minutos ANTES da laringoscopia,
enquanto você pré-oxigena seu paciente. Vamos optar, por tudo que
acabamos de discutir, em fazer uma dose menor de até 2 mcg/kg no
paciente chocado.
LARINGOSCOPIA
Deve acontecer de forma suave, gerando respostas hemodinâmicas
mínimas, com menor estímulo de via aérea possível para evitar regurgitação
e vômito. Laringoscopia não é força. É direcionamento de vetores!
MANOBRAS AUXILIARES
Utilize manobras auxiliares: Algumas manobras, apesar de controversas,
podem ser usadas para reduzir o risco de regurgitação gástrica.
Ou seja, você oclui o esôfago para que, caso após a indução, quando
os reflexos de via aérea forem perdidos, se houver algum resíduo
gástrico, este não seja regurgitado e broncoaspirado.
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Depois de toda essa discussão, tenho certeza de que você nunca mais
vai resumir a intubação por sequência rápida em “intubar raṕido”.
Perceba que não precisa quebrar a cabeça decorando cada “P” que
sempre te fizeram decorar. Entenda cada etapa e tudo fará sentido!
4. Laringoscopia e Intubação.
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Você deve estar pensando: “O que essa indução deve ter de tão
especial?” Tenho certeza de que você não esperava por isso: você vai
inverter a ordem da pré-oxigenação em relação à pré-medicação.
Tente visualizar como vai ser para esse paciente ficar parado e aceitar
ser pré-oxigenado por 3-5 minutos com máscara bem acoplada à face.
É uma pré-oxigenação um tanto difícil, né?
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E como você faz isso? Se todo esse meu esforço é para otimizar o
quadro clínico pré-intubação, de que adianta eu fazer drogas que
deprimam o drive ventilatório e/ou geram apnéia?
O que é uma Via Aérea Difícil? Será que a minha dificuldade para
intubar realmente define a via aérea daquele paciente como difícil?
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“Não intubo, não ventilo” (NINV): a via aérea deve ser obtida
imediatamente devido à incapacidade de se manter uma
oxigenação adequada. É esse cenário que está a maior
indicação da máscara laríngea, preparando-se para uma via
aérea cirúrgica caso não tenha sucesso.
E, em geral, uma avaliação com fatores positivos para VAD pode vir a
ser uma via aérea falha, mas…
Ok, se a maioria dos pacientes com VAD tem história e exame físico
normais, então por que avaliar? As consequências de uma situação
não intubo, não ventilo (NINV) são catastróficas e, quando você prevê
alguma dificuldade, você consegue entrar mais preparado!
Então, uma vez que você decidiu estabelecer uma via aérea, você deve
realizar as seguintes etapas:
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Vamos iniciar te ajudando a avaliar uma via aérea do jeito mais fácil!
Preste atenção nesses mnemônicos:
LEMON
Laringoscopia Difícil
ROMAN RODS
Ventilação com Dificuldade com
máscara/ambu difícil dispositivos supraglóticos
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l ll lll lV
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E agora? O que fazer quando uma via aérea falha for identificada?
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Então fixe…
Se não foi possível intubar, você está diante de uma via aérea falha. Tente um
resgate nesse paciente: veja se é possível manter sua oxigenação via BVM ou
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Figura 45: Algoritmo de Via Aérea Difícil baseado nas diretrizes da DAS (Difficult Airway
Society) 2015. VMF: ventilação sob máscara facial. NINV: não intubo não ventilo. LD:
laringoscopia direta; DEG: dispositivo extraglótico; DSG: dispositivo supraglótico; VMF:
ventilação sob máscara facial.