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Droga Apresentações Administração e comentários
Adrenalina Ampolas de 1mg/ml - Parada cardiorrespiratória com ritmo não responsivo ao choque:
(Epinefrina) (1:1.000) Criança: 0,01mg/kg de peso (diluir uma ampola de adrenalina
– isto é: 1ml – em 9ml de água destilada, e fazer 0,1ml x peso
corporal, de 5 em 5 minutos) por via intravenosa;
Adulto: 1 ampola (1mg) + SF 0,9% 20 mL EV em flush (elevar o
membro após administração por 10 segundos) ou 2 – 2,5mg
via tubo orotraqueal.
- Para infusão contínua, fazer 2-10µg/min (Solução 8µg/ml: diluir 2
ampolas em SG 5% até completar 250ml).
- Usos: Asma brônquica grave, PCR, FV/TV sem pulso não responsivos
ao choque, AESP, assistolia. Anafilaxia com cianose.
Contraindicações: arritmias cardíacas, glaucoma de ângulo fechado.
OBS: Não administrar em locais com perfusão reduzida para evitar
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PA.
- Anti-hipertensivo útil para emergências hipertensivas, sobretudo na
hipertensão secundária à pré-eclâmpsia ou eclampsia.
Hidrocortisona Frasco-ampola de - 1 frasco-ampola IM ou + Água destilada 10ml EV.
100mg e 500mg/ml Adultos: 100 a 500mg; repetir, se necessário, a cada 2 a 6 horas.
- Crianças: 0,7 a 4mg/kg de peso, a cada 12 a 24 horas.
- Anti-inflamatório corticosteroide e imunossupressor útil na asma
brônquica, colite ulcerativa, inflamação grave, insuficiência
suprarrenal, pênfigo, reação alérgica grave, etc.
Insulina NPH Frasco com 100 U/ml - Recomenda-se fazer 2/3 da dose diária de insulina total calculada
(Neutral Protamine em 10ml e refil de pela manhã e 1/3 na segunda tomada (à noite). A proporção
Hagedorn) caneta aplicadora NPH/regular deve ser de 70%/30% na primeira tomada e 50%/50% na
com 1,5 e 3ml segunda tomada.
Insulina total diária = 0,5 a 1 UI x Peso do paciente;
2/3 da dose calculada pela manhã, sendo 70% desta dose de
NPH e 30% de regular (30-45 minutos antes da refeição);
1/3 da dose calculada à noite, sendo 50% desta dose de NPH
e 50% de regular (30-45 minutos antes da refeição).
- Insulina de ação intermediária (início de ação: 2 horas; pico: 6 horas;
duração: 12 horas).
- Na internação hospitalar, pode ser administrada para simular a
insulina de secreção basal, 2x ao dia.
- Administrar 15 a 30 minutos antes das refeições (café e jantar).
- Realizar controle de glicemia capilar, preferencialmente, nos
seguintes horários:
No jejum;
2h após o café;
30 minutos antes do almoço;
2h após o almoço;
30 minutos antes do jantar;
2h após o jantar; e
3h da manhã.
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infusão do antineoplásico.
- Pode causar sensação de boca seca.
Prometazina Ampolas de - Dose: 1 ampola IM (preferível) ou EV (diluir a dose em 10-20ml de SF
(Fenergan®) 50mg/2ml 0,9% ou SG 5%, com concentração máxima de 25mg/ml, e infundir em
15 minutos, não mais do que 25mg/min).
- Criança: 0,5mg/kg IM (a partir de 2 anos).
- Anti-histamínico de primeira geração indicado no tratamento
sintomático dos distúrbios incluídos nos grupos das reações
anafiláticas e alérgicas. Graças à sua atividade antiemética, é utilizado
também na prevenção de vômitos pós-operatórios. Pode ser utilizado
ainda na pré-anestesia e na potencialização de analgésicos, devido à
sua ação sedativa.
Ranitidina Ampolas de 2ml com - Prescrição sugerida: 1 ampola + Água destilada 10ml EV, 12/12h.
25mg/ml - Antiulceroso inibidor dos receptores H2 útil no tratamento da úlcera
gástrica e duodenal, DRGE com ou sem esofagite, etc.
Pode causar interação medicamentosa com vários outros fármacos.
rt-PA / Alteplase Frasco-ampola com - Dose: A dose recomendada no AVCi é de 0,9 mg/kg (dose máxima 90
(Actilyse®) 50mg de rt-PA + mg) infundida durante 60 minutos, com 10% da dose total
frasco-ampola com administrada como bolo inicial intravenoso.
50ml de diluente - Comentários:
Ativador do plasminogênio tecidual humano recombinante,
uma glicoproteína que ativa diretamente o plasminogênio em
plasmina.
O alteplase deve ser utilizado por médicos com experiência
em terapêutica trombolítica e com equipamento necessário
para monitorar seu uso.
No caso do AVCi, o tratamento deve ser iniciado em até 4,5
horas após o início dos sintomas do AVCi, com a verificação
da exclusão da hemorragia intracraniana.
- Contraindicações:
AVC hemorrágico prévio;
TCE, AVC isquêmico ou IAM nos últimos 3 meses;
Hemorragia digestiva ou urinária nos últimos 21 dias;
Grande cirurgia nos últimos 14 dias;
Contagem plaquetária < 100.000
Extremos neurológicos: déficit discreto ou coma;
Lesão > 1/3 do hemisfério cerebral (no território da ACM).
Transamin Ampolas de - Prescrição sugerida: 1 ampola IM (via que deve ser evitada devido à
(Hemoblock®) 250mg/5ml dor) ou 1 ampola + Água destilada 10ml EV, 12/12h.
- Está indicado no controle e prevenção de hemorragias provocadas
por hiperfibrinólise e ligadas a vias aéreas. Contraindicações:
portadores de CIVD. Não se recomenda sua utilização no primeiro
trimestre da gestação.
Antibióticos
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8/8h (EV)
Cloranfenicol - Frasco-ampolas com Pouco utilizado atualmente, - Tem boa penetração no líquor e em
1g/5ml sendo restrito ao outros tecidos.
- Adultos: 12,5- tratamento de condições - Não é ativa contra várias cepas de
25mg/kg/dose, VO ou IV, como abscesso cerebral, Klebsiela sp., Mycoplasma sp., e
de 6/6h (dose máxima de salmoneloses, meningite Chlamydia sp.
4,8 g/dia) por hemófilos. - Efeitos adversos: aplasia de medula
O espectro inclui bactérias óssea (raramente) pode ocorrer durante
Gram-positivas como ou após o tratamento e independe da
estreptococos, S. aureus, via de administração; depressão
Listeria e Coryno bacterium. medular reversível (leucopenia, anemia
Apresenta ainda ação e/ou trombocitopenia) relacionada a
contra Gram-negativos níveis séricos elevados.
como os hemófilos,
salmonelas, E. coli, Proteus,
Citrobacter.
Clindamicina - Ampolas de Pneumonia por aspiração e - Antimicrobiano do grupo da
300mg/2ml, 600mg/4ml infecções cutâneas por S. lincosaminas.
ou 900mg/6ml aureus, infecções da - Tem boa penetração óssea e em
- Dose: 600-2400mg/dia, cavidade oral, osteomielite, outros tecidos.
divididos em doses de ainda pode ser opção para - Não atinge concentrações adequadas
6/6h a 8/8h toxoplasmose, no líquor, mesmo com as meninges
pneumocistose e malária. inflamadas, mas é efetiva na
Espectro principalmente toxoplasmose cerebral.
contra agentes anaeróbios - Efeitos adversos: anorexia, náuseas,
e aeróbios Gram-positivos. vômitos, e diarreia (associada com
colite pseudomembranosa).
Gentamicina - Ampolas com 20, 40, 80 Principalmente em - Antimicrobiano do grupo dos
(Garamicina®) e 120mg nos volumes de infecções urinárias e aminoglicosídeos.
1, 1,5 e 2 ml. endocardite como - Tem boa penetração óssea.
- Dose: 3-6 mg/kg/dia EV adjuvante. Utilizada em - Administrar penicilinas e
ou IM em 8/8h o 12/12h infecções graves por cefalosporinas 1h antes ou 1h após a
(dose única diminui o enterobactérias e bacilos gentamicina para minimizar possíveis
risco de insuficiência Gram-negativos. interações medicamentosas.
renal) Espectro contra Gram- - Efeitos adversos: nefrotoxicidade e
negativos e adjuvante na ototoxicidade com alteração de função
endocardite por cocos vestibular.
Gram-positivos.
Imipenem - Bolsas e frasco-ampolas Infecções hospitalares - Antibiótico do grupo dos
(Tienam®) com 1g (500mg de graves por bactérias Gram- carbapenêmicos.
imipenem + 500mg de negativas multirresistentes, - Durante a terapia, acompanhar
cilastatina sódica) em 2, principalmente possíveis reações neurológicas ou crises
20 e 120ml. Pseudomonas e cepas com convulsivas.
- Dose: 500mg EV, 6/6h β-lactamase de espectro - O uso dos carbapenêmicos deve ser
estentido e Acinetobacter. realizado com prudência e somente nos
casos que sejam a única opção.
- O uso indiscriminado tem aumentado
o risco de bactérias produtoras de
carbapenemase, como, por exemplo, a
Klebisiela pneumonia produtora de
carbapenemase (KPC).
Linezolida - Bolsa com 2mg/ml em Utilizada com as mesmas - A supressão medular (anemia e
(Zyvox®) 100, 200 ou 300ml. indicações da vancomicina trombocitopenia) costuma ser
- A dose habitual é de para microrganismos reversível com interrupção do
1200mg/dia, divididos de resistentes a essa. tratamento e é mais frequente após
12/12h. Espectro de ação inclui S. duas semanas de uso.
aureus, estafilococos - Evitar o uso por mais de duas
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coagulase-negativa, S. semanas.
pneumoniae, Enterococcus - Remover a embalagem de papel
faecium e Enterococcus laminado imediatamente antes da
faecalis. administração.
- Efeitos adversos: náuseas,
descoloração da língua, cefaleia,
reações cutâneas, trombocitopenia e
leucopenia.
Metronidazol - Comprimidos de 250mg Perfuração intestinal, - Antimicrobiano nitroimidazólico.
(Flagyl®) ou 400mg; Bolsa com peritonites e outras - Tem boa penetração no líquor e em
solução injetável de infecções intra-abdominais, abscessos, mas pouca penetração
500mg/100ml amebíase, giardíase e pulmonar.
- Anaeróbios: 1,5-2g/dia tricomoníase. Espectro - Orientar o paciente a não fazer uso de
(8/8h ou 12/12h) EV inclui principalmente bebidas alcoólicas até 48h após o
agentes anaeróbios. término do tratamento.
- Efeitos adversos: diarreia, dor
epigástrica, gosto metálico na boca,
urina com coloração escura, etc.
Meropenem - Frasco-ampola de 1 ou Indicações similares às do - Antibiótico do grupo dos
(Meronem®) 2g e bolsas com imipenem. carbapenêmicos.
1g/100ml. Comparativamente ao ele, - Pode ser utilizada na neutropenia
- Dose: 3 – 6 g/dia, apresenta maior atividade febril.
divididos em 8/8h ou contra bacilos Gram- - Não é ativo contra S. aureus resistente
6/6h. negativos e menor eficácia à oxacilina (MRSA), Enterococos faecium
contra cocos Gram- e Corynebacterium JK.
positivos. - Não age contra Legionella sp.,
Chlamydia sp., e Mycoplasma sp.
- O uso dos carbapenêmicos deve ser
realizado com prudência e somente nos
casos que sejam a única opção.
- O uso indiscriminado tem aumentado
o risco de bactérias produtoras de
carbapenemase, como, por exemplo, a
Klebisiela pneumonia produtora de
carbapenemase (KPC).
Oxacilina - Frasco-ampolas com Infecções cutâneas como - Antibiótico do grupo das penicilinas.
(Oxapen®) 500mg. celulite e erisipela e - Durante a administração endovenosa,
- Dose: 100- infecções presumíveis e se houver dor ou irritação local,
200mg/kg/dia (4 a confirmadas por S. aureus. aumentar o tempo de infusão para 1
12g/dia) de 4/4h ou de hora.
6/6h. - Efeitos adversos: eritema, urticária,
febre, anafilaxia, diminuição da
hemoglobina.
Piperacilina + - Pó liofilizado com 4g de Infecções principalmente - Penicilina associada a um inibidor de
Tazobactan piperacilina + 500mg de nosocomiais, como por betalactamase.
(Tazocin®) tazobactam (4,5g) Pseudomonas aeruginosa, - Não administrar concomitantemente
- Dose: 2,25 – 4,5g, a Klebsiela spp., Proteus e com aminoglicosídeos (tobramicina,
cada 6 ou 8h por 7 a 14 enterobactérias gentamicina); dar intervalo de 30-60
dias multirresistentes. minutos entre os antibióticos.
- Efeitos adversos: hipernatremia,
náuseas, vômitos e diarreia.
Vancomicina - Frasco-ampola de Utilizada principalmente - Antibacteriano glicopeptídeo.
500mg ou 1g para infecções por cocos - O controle de nível sérico deve ser
- Dose: 2g/dia, de 12/12h Gram-positivos resistentes, realizado em pacientes com alteração
em infusão lenta, em particular infecções da função renal, pacientes anéfricos em
necessitando de ajuste nosocomiais graves em que hemodiálise, pacientes recebendo
para função renal de se presume infecção por S. outras drogas nefrotóxicas, etc.
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preferência com a aureus resistente e - A coleta para nível sérico deve ser
dosagem de vancomicina infecções por cateter. realizada 30-60 min antes da 4ª dose no
sérica O espectro de ação dos início do tratamento e após alteração.
glicopeptídeos inclui - Monitorar o risco de tromboflebite em
bactérias aeróbias e acesso periférico.
anaeróbias Gram-positivas, - Efeitos adeversos: ototoxicidade e
incluindo enterococos reações cutâneas; “síndrome do homem
resistentes. vermelho” (prurido e exantema
eritematoso); nefrite intersticial aguda.
- Na terapia intensiva, essas drogas acabam sendo mais utilizadas em duas situações que levam ao choque
circulatório por mecanismos diferentes: choque cardiogênico e o choque séptico (distributivo ou não-cardiogênico).
Choque cardiogênico: devemos dar preferência por uma droga de ação inotrópica (Dobutamina ou
Dopamina em doses intermediárias, por exemplo), associada ou não a um vasoconstrictor (Nora/adrenalina
ou Dopamina em doses altas, por exemplo). Além dessas drogas, existe a necessidade de reposição volêmica
para otimizar a pré-carga. OBS: Estudos apontam que o uso de doses baixas de adrenalina em infusão
contínua apresenta resultados um pouco piores que a associação Dobutamina + Noradrenalina.
Choque não-cardiogênico / choque séptico: por ser um tipo de choque distributivo, o uso de drogas de ação
vasoconstrictoras (Norepinefrina, Dopamina) é capaz de melhorar a pressão e perfusão. Mesmo sendo
drogas vasoconstrictoras, elas aumentam o débito cardíaco e não comprometem a perfusão periférica. Se
mesmo após a infusão volêmica e utilização de Noradrenalina o paciente ainda apresente sinais de falência
de bomba cardíaca ou hipotensão refratária, o inotrópico de escolha a ser associado é a Dobutamina.
Droga Apresentações Administração e comentários
Noradrenalina Frasco-ampolas de - Dose (manutenção): 1-50µg/min.
1mg/ml em 4ml - Prescrição sugerida: 4 ampolas (de 8mg/4ml) + 234ml SF, 6 a
Ampola com 2mg/ml em 25ml/hora em BIC (iniciar com 10ml/hora).
4ml (8mg/4ml) - Comentários:
Droga de escolha para aumento da PAM na maioria dos
pacientes sépticos (choque distributivo ou não-
cardiogênico), apresentando vantagens sobre a
Dopamina.
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Sedativos e analgésicos
- Definição de dor: experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesão tecidual atual ou potencial. E
uma sensação comum em pacientes internados em UTI (50-65%), sendo que um terço desses relata dor intensa.
- Avaliação da dor (subjetiva):
Relato pessoal; Sinais vitais (frequência cardíaca, respiratória,
Escalas de dor; agitação motora, etc.);
Busca por causas de dor; Escalas comportamentais;
Avaliação comportamental; Avaliação de familiares;
Expressão facial; Teste com analgésico.
Movimentação;
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- Importância da sedação:
Prós Contra
Analgesia; Aumento do tempo de internação;
Controle da agitação e ansiedade; Aumento do tempo em ventilação mecânica;
Limitação da resposta ao estresse; Maior mortalidade;
Facilitação do cuidado; Dificuldade na realização do exame
Adaptação a prótese ventilatória. neurológico.
- Despertar diário: consiste em desligar diariamente, de forma programada, a droga sedativa para verificar a resposta
neurológica do paciente. Quando o paciente apresentar respostas neurológicas que sugeriram um despertar
(movimentação das extremidades, tentativa de respiração espontânea, responder ordens simples, etc.), liga-se
novamente a sedação, mas com metade da dose anterior. No dia seguinte, faz-se o mesmo protocolo, sempre
reduzindo a infusão pela metade.
Analgésicos e anti-inflamatórios
Droga Apresentações Administração e comentários
Diclofenaco de Ampolas de 75mg/3ml - Dose: 1 ampola IM (evitar fazer EV), 12/12h, por 2 a 3 dias, no
sódio/potássio máximo.
(Voltaren®) - Comentários:
Analgésico e anti-inflamatório não-esteroide.
Útil nos quadros de dor pós-operatória, dismenorreia
primária, artrite reumatoide, osteoartrite, gota, etc.
Não deve ser utilizado em crianças com menos de 12
anos.
Deve ser evitado em UTI (devido aos riscos de
insuficiência renal, hemorragias do trato digestivo, etc.),
reservado apenas para pacientes jovens, vítimas de
politraumatismos, cirurgias ortopédicas, etc.
Dipirona Ampolas de 1000mg/2ml - Dose: 1 g de 6/6h (pode-se fazer até 2g de 4/4h, se necessário).
- Sugestão de prescrição: 1 ampola IM (evitar, devido à dor) ou 1
ampola + Água destilada 10ml EV, 6/6h, se dor ou febre
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o
(Temperatura Axilar ≥ 37,8 C).
- Comentários:
Analgésico a antipirético útil no alívio da dor e da febre.
Pode causar aplasia de medula em altas doses (raro).
- Contraindicações: deficiência de G6PD, porfiria, discrasias
sanguíneas, gestação, lactação e alergias à medicação.
Tenoxicam (Tilatil®) Ampolas de 20 e 40mg - Dose: 20mg, 1x/dia, EV ou IM, por 1-2 dias. Dor pós-operatória:
40mg/dia, por 5 dias.
- Prescrição sugerida: 1 ampola IM ou 1 ampola + Água destilada
10ml EV.
- Comentários: Analgésico e anti-inflamatório não esteroidal útil
no alívio sintomático de transtornos osteomusculares e
articulares, como artrite reumatoide e osteoartrite. É o analgésico
de escolha para tratamento da dor em fraturas.
Opioides
Droga Apresentações Administração e comentários
Meperidina Ampolas de 50mg/2ml e - Dose: Adultos: 50-150mg (0,5-2mg/kg), a cada 3-4 horas,
(Dolantina®, 100mg/2ml conforme necessário (dose máxima diária: 500mg).
Dolosal®) - Analgésico opioide útil para dor de intensidade moderada a
severa.
- Comentários:
Seu uso não é recomendado para dor aguda por mais de
48 horas.
Provoca menos constipação que a morfina, porém mais
náuseas, vômitos e sedação do que ela.
Está relacionada com altos índices de dependência.
Não é indicada para o tratamento da dor crônica (seu uso
está praticamente banido em UTIs).
Fentanil Ampolas de 5 e 10ml - Dose de indução: 1 – 4mL (50 a 200µg) EV em bolus (não diluir).
com 50 µg/ml - Dose de manutenção: 0,03 - 7µg/kg/hora (30-100µg/hora).
- Analgésico opioide forte sintético utilizado para dor aguda e
intensa, adjuvante na anestesia geral. Rápido início de ação (1 – 2
minutos) e meia vida de 2 a 3h.
- Comentários:
Início de ação: 1-2 minuto.
Duração de ação: 1-2 horas.
Tem potência analgésica maior que a da morfina (é cerca
de 75-100x mais potente, talvez por ser mais
lipossolúvel).
Tem início de ação mais rápido que a morfina, porém
mais curto.
Vantagens: seguro em pacientes instáveis; não provoca
hipotensão (pois não libera histamina).
Desvantagens: sedação e rigidez muscular quando em
altas doses (está relacionada com rigidez torácica e
eventual falha na ventilação mecânica).
Não tem metabolização renal.
Deve ser reservado para casos de sedação ou anestesia
(evitar utilizar no pronto-socorro).
- Contraindicações: aumento da pressão intracraniana, íleo
paralítico, IR graves, gestação, etc.
Morfina Ampolas de 1ml com - Dose de ataque: 5-15 mg.
10mg/ml e 2ml com - Dose de manutenção: 1-6 mg/hora.
1mg/ml (para - - Analgésico opioide forte utilizado para dor aguda.
raquianestesia) - Comentários:
Início de ação: 10-20 minutos.
Duração de ação: 4 horas.
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de uso prolongado).
Propofol (Diprivan®) Ampolas de 20mg/20ml - Dose para procedimentos (bolus): 2,0mg/kg EV (10-30mg).
- Adultos: 0,1-0,2 mg/kg/minuto.
- Dose de manutenção: 5-80 µg/kg/min.
- Comentários:
Início de ação: 0,5 – 1 minuto.
Meia vida: 10 minutos.
Hipnótico e anestésico de curta duração útil na indução e
manutenção da anestesia geral.
É o sedativo de escolha para pacientes neurológicos.
Tem eliminação plasmática (portanto, não existe
metabolismo hepático ou renal).
Insuficiência renal ou hepática não alteram sua infusão.
Tem pouco efeito amnésico.
Em doses muito altas, pode causar depressão ventilatória
e circulatória (pode causar hipotensão e bradipneia).
Tem menor tempo de ação (devido ao metabolismo
plasmático, ao desligar a droga, frequentemente o
paciente já acorda).
Ter cuidado com hipertrigliceridemia e pancreatite (o
veículo do propofol é lipídico).
Pode causar descoloração da urina (esverdeada ou
acastanhada).
Pode causar “síndrome de infusão do propofol” (efeito
colateral raro relacionado com infusões prolongadas e
caracterizado por acidose metabólica de rápida evolução
que pode levar ao óbito muito rapidamente, se não
reconhecida).
Tem custo elevado.
OBS: Fórmula para Taxa de Velocidade de Infusão Venosa: devemos entender as seguintes variáveis.
Vazão: taxa de infusão da solução em "ml/hora" (quantos “ml” da solução o paciente vai receber por hora
em bomba de infusão contínua – BIC).
Posologia indicada: dose do fármaco (em "mg" ou "µg") a ser infundida pro minuto a depender do peso (kg)
do paciente. Se a posologia for dada em µg, devemos dividir o valor por 1000 para converter em mg.
Concentração da solução: quantidade (em "mg", de preferência) do fármaco presente na solução (de
preferência, diluído em um volume total de 250 ou 500ml de SF, que é a "solução padrão" da UTI).
Sugerimos os seguintes padrões para as principais drogas utilizadas em BIC na terapia intensiva:
Droga Apresentações Quantidade padrão no soro
Dopamina 50mg/10ml 5 ampolas = 250mg
Noradrenalina 8mg/4ml 4 ampolas = 32mg
Dobutamina 250mg/20ml 1 ampola = 250mg ou
2 ampolas = 500mg
Midazolam 15mg/3ml 5 ampolas = 75mg
Fentanil 500µg/10ml 2 ampolas = 1000µg
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OBS: Um número substancial de medicamentos usados na prática clínica é constituído por drogas que apresentam a
peculiaridade de serem eliminadas do organismo através dos rins, por meio de seus próprios princípios ativos ou de
seus produtos de metabolização. Em situações de déficit das funções renais, o balanço corporal dessas substâncias
pode alterar-se, resultando em quadros clínicos de intoxicação medicamentosa. A prescrição de drogas em
insuficiência renal, para ser mais racional e segura, deve objetivar a individualização terapêutica, baseando-se em
parâmetros farmacocinéticos.
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Se infecção > 48h de internação hospitalar: pensar em infecção por germe hospitalar, e direcionar
antibiótico de acordo com a flora residente do serviço.
o Empírico: Ceftriaxona+Clindamicina; Ceftradizima+Clindamicina; Meropenem.
o Se S. aureus meticilino (oxacilina) resistete: Vancomicina.
o Pseudomonas: Cefepime.
o KPC: SMZ+TMP.
o Infecção polimicrobiana em paciente grave com germe indeterminado: Meropenem.
SEDAÇÃO E ANALGESIA
Indução:
Fentanil (500µg/10ml): 3 a 5ml EV, 3 minutos antes do procedimento.
Midazolam (Dormonid® 15mg/3ml) + AD 7ml fazer 5ml EV lento, 1 a 2 minutos antes do
procedimento; caso o efeito desejado não seja alcançado, pode-se repetir doses adicionais de 1ml
da diluição a cada minuto.
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- Objetivos da VM:
Garantir a ventilação alveolar
Possibilitar a troca gasosa adequada
Corrigir hipoxemia e hipercapnia
Aliviar a dispneia e o trabalho respiratório do paciente
Promover repouso e recondicionamento dos músculos respiratórios
Monitorização
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inspiração).
Fluxo: velocidade com que a mistura gasosa é injetada nos pulmões (em média 1 litro/min).
DPOC e Asma grave: ocorre aumento da resistência do sistema respiratório (devido à inflamação brônquica),
dificultando a saída de ar e predispondo á retenção de CO 2.
Diminuir da PEEP, em torno de 4 cmH2O;
Limitações de volumes e/ou pressões na dependência do estágio clínico;
Aumentar o tempo expiratório (relação I:E de 1:4 a 1:5).
Pediatria:
Modo Pressórico com manutenção de volumes entre 6 a 10 ml/Kg;
Evitar pressões de pico inferiores a 10 cmH2O e superiores acima de 20 cmH2O;
Iniciar paulatinamente, incrementando a pressão conforme dinâmica ventilatória e oximetria;
PEEP: Entre 3 a 4 cmH2O.
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UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
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- O volume corrente é ajustado pelo profissional, e a pressão é o parâmetro a ser avaliado (portanto, não precisa
ajustar a pressão).
- É menos utilizado que o modo pressão-controlado. É melhor indicado em patologias como asma grave ou DPOC, em
que se quer diminuir o volume total represado nos pulmões.
- Variáveis:
Disparo: tempo.
Limite: volume, fluxo.
Variável de controle (ciclagem): volume, tempo.
Variável dependente: pressão inspiratória (PIP).
- Parâmetros:
Parâmetro ajustável Volume corrente (VC): inicialmente, 6 – 8 ml/kg; reduzir VC assim que possível para
evitar aumento da PIP.
Pico de pressão inspiratória (PIP ou Ppeak = PEEP + Pressão de Platô):
Valor normal: 30 – 35cmH2O
Se > 35 Baixar o VC.
Se < 30 Aumentar o VC.
FiO2: começar com 100% e, observando a oximetria de pulso do paciente (o ideal é > 92%), reduzir
gradativamente (10 a 20% a cada 15 a 30 minutos), até valores mais seguros (de preferência, abaixo de
50%).
Frequência respiratória: é controlada pelo profissional, sendo ideais valores de 10 a 16 irpm. É necessário
observar o seguinte:
Comparar a FR determinada pelo ventilador com a FR do paciente se a FR do paciente for maior,
significa dizer que ele tem drive respiratório, e o modo assistido-controlado pode ser uma opção.
Aumentar a FR se o paciente estiver retendo CO2 (acidose respiratória).
Diminuir a FR se o paciente estiver exalando muito CO2 (alcalose respiratória).
- Vantagens: habilidade de controlar o volume corrente:
Controle da PaCO2 (ex: hipertensão intracraniana);
Alvo de volume corrente (ex: SARA).
- Limitações:
Sincronismo em pacientes com ventilação ativa;
Ausência de controle sobre as pressões inspiratórias.
Modo assistido-controlado (A-C) a pressão ou a volume
- O modo assistido-controlado é a função do VM utilizada para permitir uma interação inicial entre paciente e
ventilador, de modo que o paciente pode disparar a fase inspiratória a depender de sua vontade/necessidade.
- Os parâmetros deste ciclo disparado serão os mesmos dos ciclos controlados.
- Sensibilidade: pode ser a pressão ou a fluxo.
Pressão: -0,5 a -2,0 cmH2O.
Fluxo: 2 a 6 litros/min.
- Não existem critérios específicos que determinem a escolha entre o disparo, a não ser a aceitação clínica do
paciente, sendo prudente a sua observação clínica e o teste com os dois tipos de disparo, principalmente.
- Uma vez que este modo depende da vontade do paciente em respirar, ele só poderá ser utilizado quando o
paciente ainda apresentar drive respiratório.
- Não é mais considerado um bom modo para desmame, pois admite-se que o paciente pode acomodar-se ao auxílio
do ventilador.
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- Ocorrem, portanto, ciclos espontâneos intercalados com ciclos A-C, permitindo, assim, ciclos controlados, assistidos
e espontâneos.
- Disparo por tempo, pressão-tempo ou fluxo-tempo.
- Vantagem:
Ausência de assincronismo;
Garante um volume corrente mínimo para o paciente (ele nunca inspira menos que o programado).
- Pode ser utilizada associada à PSV nas fases espontâneas.
Ventilação com Pressão de Suporte (PSV)
- A ventilação com suporte de pressão é considerado um modo assistido, pois todo o ciclo respiratório é deflagrado
pelo paciente.
- Este modo assegura um nível de pressão inspiratória pré-programada constante durante a inspiração, garantindo ao
paciente o fluxo aéreo necessário para que ele atinja essa pressão alvo programada.
- A frequência e o tempo de inspiração são determinados pelo paciente.
- É considerado o melhor modo para desmame por muitos autores.
- Com a função de “back up de apneia” é possível estimar um tempo determinado para aguardar a resposta
respiratória do paciente e, caso ele não dispare espontaneamente até o fim deste intervalo, o respirador cicla por ele
(evitando, assim, a “acomodação” que, teoricamente, haveria no modo A-C).
- Variáveis:
Disparo: pressão.
Limite: fluxo.
Variável de controle (ciclagem): pressão, fluxo.
Variável dependente: volume corrente, fluxo.
- Modo de uso para desmame:
Inicialmente, usar a PSV de valor igual ao valor da pressão de pico durante a ventilação A-C.
Diminuir ou aumentar o valor do PSV até atingir um VC próximo de 8ml/kg.
O valor do PSV deve ser aumentado e principalmente diminuído de uma maneira progressiva.
Durante o desmame, o PSV deve ser diminuído em 2cm, duas vezes ao dia, até um valor ≤ 10 cmH2O (de
preferência, 6 – 8 cmH2O). OBS: Quanto menor a pressão de suporte, mais esforço o paciente faz para
respirar; se ele conseguir manter uma boa oxigenação com valores abaixo de 10 cmH 2O, significa dizer que
ele tem um bom drive respiratório. Mantem-se então esse valor por pelo menos 2 horas para, então, tentar
baixa-lo novamente.
- Vantagens:
Auxilia no desmame do ventilador;
Melhor sincronismo em pacientes ventilando ativamente.
- Limitações:
Volume corrente não é garantido;
Requer atividade respiratória do paciente (drive).
CPAP (Pressão Positiva Contínua na Via Aérea)
- A CPAP pode ser utilizada com máscara (VNI – ventilação não invasiva), de modo a aumentar a pressão média na via
aérea, o que melhora a oxigenação, recrutamento alveolar, etc.
- Trata-se de um modo espontâneo e, portanto, o paciente deve ter drive respiratório (não pode ser utilizada em
pacientes sedados ou curarizados).
- Os parâmetros (FR, VC e PIP) são variáveis, pois o paciente é quem comanda o ciclo respiratório.
- É um bom método para desmame de intubação ou ventilação não invasiva.
- Pode ser usada isoladamente ou associada à SIMV ou PSV.
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