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Apresentação

O Resumão foi concebido para destinar-se à absorção máxima dos as-

suntos mais frequentes em processos seletivos de Medicina. Preparadores

pedagógicos e especialistas em concursos médicos compõem a equipe res-

ponsável pelo formato, constituído basicamente por tabelas, algoritmos e

figuras em mais de 140 capítulos. Assim, este volume consolida-se como

oportunidade indispensável de preparação para uma vaga no concurso

pretendido e, também, de atualização de conhecimentos médicos, inde-

pendentemente da área.
Assessoria didática

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da


Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Carolina de Freitas Narciso Martins (HC-FMUSP). Médica assistente da Unidade Semi-Inten-
siva de Obstetrícia de Alto Risco do Hospital e Materni-
Graduada pela Faculdade de Medicina de Valença. Es-
dade Santa Joana e da Maternidade Pro Matre Paulista.
pecialista em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital
Médica obstetra do Hospital Municipal da Vila Santa
Escola Luiz Gioseffi Jannuzzi. Especialista em Medicina
Catarina, vinculado ao Hospital Israelita Albert Einstein. 
Fetal pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medi-
cina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Título Rodrigo da Rosa Filho
de especialista em Obstetrícia e Ginecologia e em Medi- Graduado em Medicina e especialista em Ginecologia e
cina Fetal pela Federação Brasileira das Associações de Obstetrícia e em Reprodução Humana pela Universidade
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Médica obstetra Federal de São Paulo (UNIFESP). Título de especialista em
do Hospital Israelita Albert Einstein. Obstetrícia e Ginecologia pela Federação Brasileira das
Danielle Cristina Miyamoto Araújo Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
Membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Es-
Graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Uni-
tado de São Paulo (SOGESP). Médico atuante no corpo clí-
versidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Espe-
nico das Maternidades Santa Joana e Pro Matre Paulista.
cialista em Ginecologia e Obstetrícia pela UNICAMP e
residente em Mastologia pelo Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo PEDIATRIA
(HC-FMUSP). Médica plantonista do Hospital e Materni-
dade Santa Joana, do Hospital e Maternidade Metropo- Danniella Corrêa Netto Pedroso Lenharo
litano e da Maternidade de Interlagos. Graduada pela Faculdade de Ciências Médicas e Bioló-
Fábio Roberto Cabar gicas de Botucatu (FCMBB). Especialista em Pediatria e
em Neonatologia pelo Instituto da Criança da Faculdade
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICr-FMUSP).
de São Paulo (FMUSP). Mestre e doutor em Obstetrícia Título de especialista em Pediatria pela Sociedade Bra-
e Ginecologia pelo HC-FMUSP, onde é médico preceptor sileira de Pediatria (SBP).
do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia. Título
de especialista pela Federação Brasileira das Associa- Gabriel Fernando Todeschi Variane
ções de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Flávia Fairbanks Lima de Oliveira Marino Casa de São Paulo (FCMSCSP). Especialista em Pedia-
tria pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de
Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo (ISCMSP). Título de especialista em Pedia-
de São Paulo (FMUSP). Especialista e mestre em Gine- tria (TEP) pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
cologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Me- Especializando em Neonatologia pelo Serviço de Neo-
dicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde natologia do Departamento de Pediatria da ISCMSP.
foi preceptora de Internos e Residentes de Ginecologia. Instrutor do Curso de Suporte Avançado de Vida em Pe-
Especialista em Endometriose e Sexualidade Humana diatria – PALS (Pediatric Advanced Life Support) –, trei-
pelo HC-FMUSP. Título de especialista em Obstetrícia e nado e credenciado pela American Heart Association.
Ginecologia pela Federação Brasileira das Associações
de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Membro da Hannah Bryskier Gleitzmann 
Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), da Socie- Graduada pela Escola de Medicina Souza Marques
dade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da (EMSM-RJ). Especialista em Pediatria pelo Instituto
World Endometriosis Society (WES). Fernandes Figueira (IFF/FIOCRUZ). Cursando especiali-
zação em Alergia e Imunologia pela Universidade Fede-
Juliana Ribeiro
ral do Rio de Janeiro (UFRJ)​.
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do
Piauí (UFPI). Especialista em Ginecologia e Obstetrícia Kátia Tomie Kozu
e em Endoscopia Ginecológica pelo Hospital das Clíni- Graduada pela Faculdade de Ciências Médicas de San-
cas da Faculdade de Medicina da Universidade de São tos (FCMS). Especialista em Pediatria pelo Hospital Bri-
Paulo (HC-FMUSP). Médica plantonista dos Hospitais gadeiro. Especialista em Reumatologia Pediátrica pelo
Municipal da Vila Santa Catarina e Nipo-Brasileiro e do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Facul-
Grupo Santa Joana e voluntária do setor de Endoscopia dade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-
Ginecológica do HC-FMUSP. ​​ FMUSP). Mestranda em Pediatria pelo HC-FMUSP.
Larissa de Freitas Flosi  Marcelo Higa
​ raduada em Medicina pela Faculdade de Medicina
G Graduado em Medicina pelo Centro Universitário Lusía-
de São José do Rio Preto (FAMERP). Especialista em da (UNILUS). Especialista em Alergologia e Imunologia
pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo São Paulo (FMVZ/USP).
(HC-FMUSP). Título de especialista pela Sociedade Bra-
Anderson Sena Barnabe
sileira de Pediatria (SBP).
Graduado em Ciências Biológicas pela Faculdade de
Vivian Amaral Saúde Pública da USP (FSP/USP). Especialista em Para-
Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade sitologia, em Saúde Coletiva e em Estatística Aplicada e
Federal de Juiz de Fora (UFJF). Especialista em Pediatria mestre e doutor em Saúde Pública pela FSP/USP. Pro-
pelo Instituto Nacional da Mulher, da Criança e do Ado- fessor das disciplinas de Epidemiologia, Parasitologia
lescente Fernandes Figueira (IFF/FIOCRUZ). Residente Clínica e Bioestatística da Universidade Nove de Julho
em Terapia Intensiva Pediátrica pelo Instituto da Crian- (UNINOVE).
ça do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Duane Rodrigues Batista
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).
Graduada em Medicina pela Universidade Positivo. Es-
pecialista em Medicina de Família e Comunidade pela
EPIDEMIOLOGIA Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Complementação Especializada em Cuidados Paliati-
Alex Jones Flores Cassenote vos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medici-
Graduado em Biomedicina pelas Faculdades Integradas na da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Médica
de Fernandópolis da Fundação Educacional de Fernan- preceptora na Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e
dópolis (FEF). Mestre e doutorando em Ciências pelo na Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar pela
Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Prefeitura de São Paulo.​
Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (FMUSP). Epidemiologista responsável por Jeane Lima e Silva Carneiro
diversos projetos de pesquisa na FMUSP e na Universi- Graduada em Medicina pela Universidade Federal do
dade Federal de São Paulo (UNIFESP). Epidemiologista Paraná (UFPR). Especialista em Medicina de Família e
do Centro de Dados e Pesquisas do Conselho Regional Comunidade pela Pontifícia Universidade Católica do
de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Cola- Paraná (PUC-PR). Cursando mestrado em Ciências (área
borador do Laboratório de Epidemiologia e Estatística de concentração: Medicina Preventiva) pela Faculdade
(LEE) do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Preceptora na Universidade Nove de Julho (UNINOVE).
Aline Gil Alves Guilloux
Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Lucas Primo de Carvalho Alves
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre e dou- Graduado em Medicina e doutorando em Psiquia-
toranda em Ciências pelo Programa de Epidemiologia tria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Experimental e colaboradora de projetos do Laborató- (UFRGS). Especialista em Psiquiatria pelo Hospital de
rio de Epidemiologia e Bioestatística da Faculdade de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). ​

Revisão técnica

Cinthia Ribeiro Franco


Edivando de Moura Barros
João Guilherme Palma Urushima
Nadia Mie Uwagoya Taira
Ryo Chiba
Viviane Aparecida Queiroz
William Vaz de Sousa

Yuri Yamada
Índice

GINECOLOGIA 32. O parto........................................................... 120


33. Tocurgia.......................................................... 124
1. Diagnóstico em Ginecologia........................ 11
34. Puerpério........................................................127
2. Anatomia, embriologia e malformações
do trato reprodutivo feminino....................14 35. Infecção puerperal...................................... 128
3. Fisiologia menstrual......................................19 36. Distúrbios psiquiátricos no puerpério..... 130
4. Planejamento familiar...................................21 37. Drogas e gestação........................................133
5. Amenorreia..................................................... 26 38. Síndromes hipertensivas na gestação... 138
6. Transtornos menstruais.............................. 29 39. Diabetes e gestação.................................... 142
7. Climatério........................................................ 33 40. Lúpus eritematoso sistêmico e gestação.... 147
8. Vulvovaginites e cervicites..........................37 41. Toxoplasmose e gestação.......................... 149
9. Endometriose.................................................40 42. Infecções bacterianas na gestação..........152
10. Doença inflamatória pélvica aguda.......... 45 43. Sífilis e gestação...........................................157
11. Mioma uterino................................................ 47 44. Infecções virais na gestação......................159
12. Síndrome pré-menstrual, dismenorreia 45. Síndrome da imunodeficiência
e dor pélvica crônica..................................... 49 adquirida e gestação.................................. 162
13. Infertilidade conjugal..................................... 51 46. Rubéola e gestação......................................167
14. Sexualidade feminina................................... 55 47. Anemias e gestação.................................... 168
15. HPV e neoplasias intraepiteliais 48. Trombofilias e gestação............................. 170
cervicais............................................................57 49. Cardiopatia e gestação...............................172
16. Câncer do colo uterino................................. 62 50. Doenças respiratórias na gestação.........176
17. Patologias pré-neoplásicas e câncer de 51. Nefropatia e gestação.................................177
endométrio...................................................... 66 52. Isoimunização Rh.........................................179
18. Neoplasias da vulva...................................... 68 53. Síndromes hemorrágicas da
19. Doenças benignas e malignas do ovário......73 1ª metade da gestação............................... 183
20. Anatomia e fisiologia da mama..................75 54. Síndromes hemorrágicas da
21. Doenças benignas da mama........................77 2ª metade da gestação.............................. 186
22. Doenças malignas da mama.......................80 55. Gestação gemelar........................................ 189
23. Exames complementares em Mastologia....85 56. Prematuridade............................................. 194
24. Distopias genitais...........................................91 57. Restrição do crescimento fetal................ 198
25. Incontinência urinária.................................. 95 58. Amniorrexis prematura............................ 200
26. Ética em Ginecologia e Obstetrícia, 59. Oligoâmnio e polidrâmnio.........................203
abortamento legal e abuso sexual............ 97 60. Vitalidade fetal.............................................206
61. Pós-datismo e gestação prolongada......209
OBSTETRÍCIA 62. Pesquisa de maturidade fetal................... 211
27. Fisiologia da gestação................................ 107
PEDIATRIA
28. Modificações locais e sistêmicas no
organismo materno.................................... 109 1. Genética e Pediatria....................................217
29. O trajeto.......................................................... 112 2. Testes de triagem neonatal...................... 218
30. Relações uterofetais....................................114 3. Reanimação neonatal.................................220
31. Assistência pré-natal................................... 117 4. Abordagem inicial em neonatologia.......224
Índice

5. Avaliação da idade gestacional e 45. Pneumonias adquiridas na comunidade.... 350


prematuridade............................................. 227 46. Tuberculose................................................... 357
6. Alterações do sistema nervoso do 47. Febre na infância..........................................361
recém-nascido..............................................230 48. Imunizações.................................................. 363
7. Doenças gastrintestinais no 49. Convulsão na criança..................................378
recém-nascido.............................................. 233
50. Convulsão febril.......................................... 380
8. Doenças respiratórias do
51. Meningites e meningoencefalites...........382
recém-nascido..............................................234
52. Refluxo gastroesofágico............................387
9. Repercussões do diabetes materno
para o recém-nascido................................. 237 53. Doenças exantemáticas.............................389
10. Icterícia neonatal.........................................238 54. Neoplasias em Pediatria............................392
11. Doenças hematológicas do 55. Normas para comunicantes de
recém-nascido.............................................. 241 doenças infecciosas.................................... 395
12. Infecção neonatal precoce e tardia.........243 56. Acidentes na infância e na adolescência.....401
13. Semiologia e propedêutica pediátrica – 57. Resiliência e maus-tratos contra
puericultura..................................................248 crianças e adolescentes............................ 402
14. Crescimento..................................................250
EPIDEMIOLOGIA
15. Desenvolvimento e puberdade................ 252
16. Alterações do crescimento e 1. Histórico da saúde no Brasil.....................407
desenvolvimento......................................... 257 2. Sistema Único de Saúde........................... 408
17. Adolescência..................................................261 3. Leis Orgânicas da Saúde............................ 410
18. Aleitamento materno.................................263 4. Atenção Primária à Saúde e Estratégia
19. Alimentação complementar.....................266 Saúde da Família......................................... 413
20. Deficiências e excessos de vitaminas.....268 5. Medicina de Família e Comunidade.......... 416
21. Desnutrição energético-proteica............270 6. Sistema de saúde suplementar -
22. Anemias carenciais..................................... 275 Agência Nacional de Saúde Suplementar....422
23. Obesidade na criança e no adolescente.... 277 7. Programa Mais Médicos............................423
24. Doença diarreica..........................................286 8. Medicina do Trabalho.................................425
25. Desidratação na infância........................... 291 9. CID-10.............................................................427
26. Cardiopatias congênitas............................296 10. Medicina Legal.............................................428
27. Hipertensão arterial na infância.............299 11. Ética médica.................................................. 431
28. Parada cardiorrespiratória....................... 301 12. Conceitos básicos e definições ................ 437
29. Arritmias cardíacas na emergência 13. Saúde e doença............................................438
pediátrica.......................................................307
14. Medidas de frequência I: morbidade..... 441
30. Insuficiência respiratória e choque......... 310 15. Medidas de frequência II: mortalidade
31. Infecção do trato urinário..........................316 e outros indicadores...................................442
32. Endocrinologia Pediátrica..........................319 16. Dinâmica de transmissão e
33. Distúrbios de diferenciação sexual.........320 distribuição de doenças............................ 448
34. Infecções congênitas..................................324 17. Vigilância em saúde com ênfase em
35. Doenças alérgicas em Pediatria.............. 325 vigilância epidemiológica..........................452
36. Rinite alérgica...............................................326 18. Transição epidemiológica,
37. Síndrome do lactente sibilante................328 demográfica e nutricional.........................454
38. Asma............................................................... 335 19. Bioestatística aplicada à análise de
39. Alergia alimentar.........................................338 estudos epidemiológicos...........................456
40. Dermatite atópica....................................... 341 20. Análise de métodos diagnósticos...........464
41. Urticária e angioedema.............................342 21. Estudos epidemiológicos...........................470
42. Anafilaxia.......................................................343 22. Causalidade em Epidemiologia............... 480
43. Infecção das vias aéreas superiores.......345 23. Medicina baseada em evidências,
44. Coqueluche....................................................348 revisão sistemática e meta-análise........483
GINECOLOGIA
RESUMÃO GINECOLOGIA 37

8 Vulvovaginites e cervicites

1. Vulvovaginites
A - Vaginose bacteriana – desequilíbrio da flora vaginal
Agentes Flora polimicrobiana, com predomínio de Gardnerella vaginalis e anaeróbios
Corrimento acinzentado, fluido e de odor fétido, com piora no pós-coito e no período pós-menstrual
Queixas clínicas
(ambientes com pH alcalino – sangue, sêmen e KOH 10%)
Desequilíbrio da flora normal, com redução acentuada dos lactobacilos (bacilos de Döderlein) e in-
Etiopatogenia
tensa proliferação dos outros micro-organismos (anaeróbios)
pH vaginal >4,5
Branco-acinzentado, fluido, em quantidade discreta a moderada, sem sinais inflamatórios nas pare-
Corrimento
des vaginais, ectocérvice ou vulva, porém muito fétido (odor de “peixe podre”)
- Presença de 3 dos 4 (critérios de Amsel):
· Características clínicas do corrimento;
· Medida do pH vaginal >4,5;
Diagnóstico · Exame a fresco do conteúdo vaginal com presença das células-chave (clue cells – bacilos supra-
citoplasmáticos);
· Teste das aminas positivo (gota de KOH, liberação das aminas voláteis que têm odor fétido).
- Escore de Nugent (bacterioscopia ao Gram): 7 a 10.
- Derivados imidazólicos;
- Metronidazol 500mg VO, a cada 12 horas, por 7 dias, ou creme vaginal de metronidazol por 7 noi-
tes, ou clindamicina creme 2% 5g, VV, por 7 dias;
- Outras drogas: secnidazol 2g VO, em dose única, ou tinidazol 2g VO, em dose única;
Tratamento - 1º trimestre de gestação: substituir metronidazol por ampicilina 500mg VO, a cada 6 horas, por 7
dias (o Center for Disease Control americano não encoraja a substituição e indica uso de metroni-
dazol também para gestantes no 1º trimestre);
- Demais trimestres de gestação: metronidazol VO ou VV, por 7 dias, ou clindamicina creme 2% 5g,
VV, por 7 dias.

Figura 1 - Vaginose bacteriana (célula de descamação vaginal recoberta por areia)


38 INTENSIVO

B - Candidíase vulvovaginal
Agente Candida albicans (90% dos casos) ou outras espécies
Prurido ou ardor vulvovaginal, corrimento branco grumoso, aderido às paredes vaginais, e vagina
Queixas clínicas
e vulva hiperemiadas
Etiopatogenia Intensa proliferação por esporulação do patógeno, causando leucorreia característica
pH vaginal Entre 3,5 e 4,5
Período pré-menstrual, quando a concentração dos hormônios esteroides é máxima, com altas ta-
Época preferencial
xas de glicogênio, que se convertem em ácido láctico, acidificando o meio vaginal
Branco ou branco-amarelado, grumoso, em placas aderentes, com aspecto “de leite talhado” (o pro-
Corrimento
cesso inflamatório é exuberante, com ardor, hiperemia e pruridos vaginais e vulvares)
Clínico (pode-se realizar o exame a fresco do conteúdo vaginal com microscopia óptica – visualização
Diagnóstico dos filamentos do fungo; bacterioscopia com coloração pelo método de Gram, com identificação das
hifas e esporos que são Gram positivos; cultura para fungos em meio de Sabouraud ou Nickerson)
- Evitar roupas íntimas de tecidos sintéticos, roupas muito justas ou úmidas por tempo prolongado;
- Alcalinização do meio vaginal com bicarbonato de sódio;
- Tratamento sistêmico: fluconazol 150mg VO, em dose única (recomendado pelo Centers for Disease
Tratamento Control and Prevention), itraconazol 200mg VO, a cada 12 horas, por 1 dia, ou cetoconazol 400mg/d,
durante 5 dias;
- Tratamento tópico: cremes vaginais de derivados imidazólicos (miconazol, clotrimazol, butocona-
zol, terconazol, fenticonazol e tioconazol), com aplicações noturnas, por 7 dias, ou óvulos em dose
única; ou, ainda, nistatina utilizada por 10 a 14 dias.
Alta ocorrência de candidíase vaginal, devendo ser tratada. Recomendável que se evitem os deriva-
Na gravidez dos imidazólicos sistêmicos, podendo-se empregar medidas locais e tratamento tópico com nistati-
na ou imidazólicos de uso vaginal como clotrimazol ou miconazol.
Observação: considera-se candidíase complicada quando recorrente (≥4 episódios/ano), durante gestação, em paciente
imunodeprimida ou diabética, ou com sintomas muito severos. O tratamento é feito com fluconazol 150mg, a cada 3 dias,
3 doses; manutenção: 1x/sem por 6 meses; fenticonazol 5g VV, 2x/sem por 6 meses; e ácido bórico 600mg (óvulo) 1x/d
por 2 semanas.

Figura 2 - Candidíase vaginal

C - Tricomoníase
Agente Trichomonas vaginalis
Corrimento vaginal abundante, amarelo-esverdeado, fétido, com sintomas irritativos locais e, eventual-
Queixas clínicas
mente, disúria, polaciúria e dispareunia
Etiopatogenia Considerada doença sexualmente transmissível
pH vaginal >5
Época pre-
ferencial de Pós-coito ou período pós-menstrual
aparecimento
OBSTETRÍCIA
114 INTENSIVO

Figura 4 - Musculatura perineal

30 Relações uterofetais

1. Introdução
As relações do feto com a bacia materna e com o útero definem a estática fetal.

2. Atitude fetal
Relação das diversas partes fetais entre si.
Geralmente, o concepto apresenta-se em flexão generalizada, o que será chamado “ovoide fetal”.

3. Situação fetal
Relação entre o maior eixo uterino com o maior eixo fetal.
Podem existir 3 situações: longitudinal, transversal ou oblíqua. A longitudinal é a mais frequente nas gesta-
ções a termo, e o feto repousa seu maior eixo sobre o maior eixo uterino. A transversa é muito incomum (1%) nas
gestações a termo e pode estar relacionada a multiparidade, placenta prévia, leiomiomas submucosos e anomalias
uterinas. A oblíqua é instável, de transição, e, posteriormente, irá tornar-se longitudinal ou transversa.

4. Apresentação fetal
É a região fetal que ocupa a área do estreito superior da pelve materna e nela irá se insinuar. É definitiva no
penúltimo ou até mesmo no último mês da gestação. Nas situações longitudinais, podem ocorrer 2 apresentações:
RESUMÃO OBSTETRÍCIA 115

cefálicas ou pélvicas. Nas situações transversas, o ombro está em contato com a região do estreito superior da
bacia, e temos, obrigatoriamente, a apresentação córmica.
Em 96,5% das gestações, observa-se o feto em apresentação cefálica: em apresentação cefálica fletida em
95,5%; cefálica defletida em 1%.

Figura 1 - Pontos de referência e linhas de orientação fetais

Figura 2 - (A) Apresentação cefálica; (B) apresentação pélvica; (C) apresentação córmica

A - Apresentação cefálica fletida


É a mais comum. A cabeça fetal posiciona-se com o mento próximo ao esterno, deixando como seu ponto de refe-
rência a fontanela posterior ou lambda. Pode ser chamada também de cabeça fletida de vértice, occipício ou craniana.

B - Apresentação cefálica defletida


Em algumas situações, o mento do feto afasta-se do esterno em uma variedade de graus, o que denominará
as deflexões.
A deflexão do polo cefálico pode ocorrer em 3 graus:
ͳͳ Parcial deflexão (1º grau): apresentação bregmática;
ͳͳ Parcial deflexão (2º grau): apresentação de fronte;
ͳͳ Deflexão máxima (3º grau): quando o pescoço fetal está muito distendido e o dorso fetal encosta no polo
cefálico; apresentação de face.

Figura 3 - (A) Apresentação cefálica fletida; (B) defletida de 1º grau; (C) defletida de 2º grau; (D) defletida de 3º grau
PEDIATRIA
252 INTENSIVO

3. Determinantes do crescimento
A - Introdução
O crescimento e o desenvolvimento são eixos referenciais a todas as atividades de atenção à criança e ao ado-
lescente sob os aspectos biológico, afetivo, psíquico e social.

B - Crescimento
O crescimento é um processo biológico de multiplicação e de aumento do tamanho celular, expresso pelo au-
mento do tamanho corpóreo. Pode-se dizer que sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e
malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinados) e de fatores extrín-
secos, dentre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança.
No curto período que vai da concepção até o momento da implantação no útero, o ovo apre-
senta várias divisões celulares, de modo que, ao implantar-se, já possui 150 células. Ao final da
8ª semana após a fertilização (aproximadamente 12ª semana de gestação), termina o período
Crescimento intrauterino embrionário e o concepto já apresenta a forma humana com braços e pernas, um coração
que bate e um sistema nervoso que mostra sinais de início de respostas reflexas ao estímulo
tátil. Nessa fase, o crescimento é determinado pelos fatores relacionados a saúde materna e
a adequação placentária, havendo pouca interferência do GH e dos fatores genéticos.
Do ponto de vista do crescimento, a herança genética recebida do pai e da mãe estabelece
Fatores genéticos um potencial ou alvo que pode ser atingido. Poucas funções biológicas dependem tanto do
potencial genético quanto o crescimento.
Os fatores neuroendócrinos são aqueles sob a influência do Sistema Nervoso Central (SNC)
Fatores neuroendócrinos e do sistema endócrino. Há de se destacar que esses 2 sistemas interagem para exercer sua
influência e controle sobre o crescimento do organismo como um todo.
O fenótipo exibido por qualquer um é fruto da expressão da nossa programação genética.
Para que isso ocorra adequadamente, é fundamental que o meio ofereça condições favo-
Fatores ambientais
ráveis. É importante lembrar que, dentre os fatores ambientais que podem influenciar o
crescimento, incluem-se aqueles que atuam durante o período pré-natal.
Inclusos como alguns dos fatores ambientais que atuam na dinâmica do crescimento, os
fatores nutricionais têm importância porque é por meio da nutrição que o organismo tem
acesso às fontes energéticas, aos substratos necessários ao seu metabolismo e às maté-
Fatores nutricionais
rias-primas de construção e manutenção fundamentais ao crescimento. Os carboidratos,
as proteínas e as gorduras devem ser ofertados de forma balanceada, e as necessidades
calóricas devem ser respeitadas.
Um índice bastante utilizado para avaliar o estado nutricional, principalmente em crianças
Avaliação nutricional menores de 2 anos. Tem as vantagens de ser de fácil aplicação e de poder ser utilizado até
os 2 anos, embora não considere a estatura.

15 Desenvolvimento e puberdade

1. Desenvolvimento
O desenvolvimento diz respeito à aquisição de novas habilidades pela criança. Essa aquisição pode ser notada
desde as primeiras semanas de vida e dividida em desenvolvimentos motor, cognitivo, social e linguístico. Existem
várias escalas e critérios de avaliação; o mais comumente usado, na prática, é o gráfico de Denver II. No Brasil, a
Caderneta de Saúde da Criança, utilizada para o registro dos atendimentos nos serviços de saúde, disponibiliza uma
sistematização para a vigilância do desenvolvimento infantil até os 3 anos de idade.
RESUMÃO PEDIATRIA 253

Marcos importantes no desenvolvimento


Idade Marcos importantes
- Observa um rosto;
- Segue objetos ultrapassados à linha média;
- Reage ao som;
2 meses
- Vocaliza (emite sons que não o choro);
- Eleva a cabeça e a mantém a 45°;
- Sorri.
- Observa a própria mão;
- Leva a mão à linha média;
- Leva objetos à boca;
- Segue objetos por até 180°;
4 meses - Grita;
- Senta-se com apoio e sustenta a cabeça;
- Agarra um brinquedo colocado em sua mão (palma radial);
- Abre a boca para receber a comida;
- Vocaliza “aaah”, “oooh”.
- Tenta alcançar um brinquedo;
- Procura objetos fora do alcance (segurar um objeto que chama a atenção da criança e, depois,
deixá-lo cair; observar se ela procura pelo objeto na direção da queda);
6 meses
- Volta-se para o som;
- Rola no leito;
- Tenta chamar a atenção da mãe (sorri, vocaliza, faz gestos, pede colo).
- Transfere objetos de uma mão para a outra;
- Faz pinça polegar-indicador;
- Balbucia;
9 meses
- Senta-se sem apoio e com tronco ereto;
- Estranhamento (tem preferência por pessoas de seu convívio);
- Brinca de “esconde-achou”.
- Bate palmas, dá “tchau”;
- Combina sílabas;
- Fica em pé (anda com apoio);
12 meses - Faz pinça completa (polpa-polpa);
- Segura o copo ou a mamadeira;
- Coloca objetos dentro de uma vasilha;
- Ajuda a se vestir.
- Pronuncia as primeiras palavras;
15 meses - Dá os primeiros passos (anda sem apoio);
- É ativa e curiosa.
- Anda;
- Rabisca;
- Escala escadas e cadeiras;
18 meses
- Usa a colher e derrama pouco;
- Inicia controle esfincteriano;
- Obedece a ordens.
- Sobe e desce escadas;
- Corre;
24 meses - Elabora frases simples (“dá água”, “quer papar”);
- Retira uma vestimenta;
- Tenta impor sua vontade.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017.
EPIDEMIOLOGIA
448 INTENSIVO

16 Dinâmica de transmissão e distribuição de


doenças

1. Introdução
As doenças decorrem de interação entre a tríade ecológica composta por hospedeiro, agente e meio ambiente.
Embora algumas sejam de origens amplamente genéticas, ainda dependem da interação entre fatores genéticos e
ambientais, com o equilíbrio exato variando conforme as diferentes doenças.

Figura 1 - Dinâmica de transmissão

Com a agregação desses fatores, têm-se, ao menos, 3 grandes grupos de doenças/agravos à saúde: doenças
infecciosas e parasitárias, doenças crônicas não transmissíveis e causas externas de morbidade e mortalidade.

2. Modo de transmissão de doenças


ͳͳ É a transferência de um agente etiológico animado de um reservatório ou fonte de infecção a um novo hos-
pedeiro suscetível;
ͳͳ A transmissão pode ocorrer de forma direta ou indireta:
• Transmissão direta: indivíduo para indivíduo (contato direto);
• Transmissão indireta: por meio de um veículo comum, como contaminação atmosférica ou por um vetor,
como um mosquito.
ͳͳ Veículo inanimado: “ser” inanimado que transporta um agente etiológico. Exemplos: água, ar, alimentos, solo,
fômites;
ͳͳ Veículo animado ou vetor: artrópode que transfere um agente infeccioso do reservatório ou fonte de infecção
a um hospedeiro suscetível;
ͳͳ Vetor biológico: vetor no qual se passa, obrigatoriamente, uma fase do desenvolvimento de determinado
agente etiológico; erradicando-se o vetor biológico, desaparece a doença que ele transmite. Exemplo: anofe-
linos que transmitem a malária;
ͳͳ Vetor mecânico: vetor acidental que constitui só 1 das modalidades da transmissão de um agente etiológico.
Sua erradicação retira apenas 1 dos componentes da transmissão da doença. São exemplos as moscas, que
podem transmitir agentes eliminados pelas fezes, à medida que os transportam em suas patas ou asas após
pousarem em matéria fecal.
RESUMÃO EPIDEMIOLOGIA 449

3. Conceitos relacionados à cadeia de transmissão em


doenças infecciosas
- Reservatório: hábitat de um agente infeccioso, no qual este vive, cresce e se multiplica. Indispen-
Reservatórios e sável para a perpetuação do agente;
fonte de infecção - Fonte de infecção: responsável pela transmissão. Exemplos: homem (em fase clínica e subclínica
da doença, ou em estado de portador), animal, solo.
- É o indivíduo que não apresenta sintomas clinicamente reconhecíveis de determinada doença
transmissível ao ser examinado, mas que está abrigando e eliminando o agente etiológico res-
pectivo;
- Os portadores podem apresentar-se na comunidade de diferentes formas, entre elas:
· Ativo convalescente: indivíduo que se comporta como portador durante e após a convalescença de
uma doença infecciosa. É comum esse tipo entre pessoas acometidas pela febre tifoide e difteria;
· Ativo crônico: indivíduo que continua a abrigar o agente etiológico muito tempo após a con-
valescença da doença. O momento em que o portador ativo convalescente passa a crônico é
estabelecido arbitrariamente para cada doença. No caso da febre tifoide, o portador é consi-
Portador derado ativo crônico quando alberga a Salmonella sorotipo typhi por mais de 1 ano após ter
estado doente;
· Ativo incubado ou precoce: o indivíduo se comporta como portador durante o período de incu-
bação de uma doença;
· Passivo: o indivíduo nunca apresentou sintomas de determinada doença transmissível, não os
está apresentando nem os apresentará no futuro; somente pode ser descoberto por meio de
exames adequados de laboratório;
· Portador eficiente: aquele que elimina o agente etiológico para o meio exterior ou para o or-
ganismo de um vetor hematófago, ou que possibilita a infecção de novos hospedeiros. Essa
eliminação pode ser feita de maneira contínua ou intermitente.
Porta de saída/ Pode ser respiratória (sarampo), intestinal (cólera), de pele e mucosas (infecção sexualmente
entrada transmissível), sangue (malária, Chagas).
Trata-se da situação de uma pessoa ou animal que se caracteriza pela ausência de resistência
Suscetibilidade suficiente contra determinado agente patogênico que a proteja da enfermidade na eventualidade
de entrar em contato com esse agente.
Período de incu-
É o período que se estende da exposição ao agente até o aparecimento de sinais e sintomas.
bação
Período de trans-
É o período de eliminação do agente pelo hospedeiro, permitindo a sua transmissão.
missibilidade
É o período que abrange o intervalo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos sinais
Período prodrômico ou sintomas que lhe são característicos e, portanto, com os quais o diagnóstico clínico pode ser
estabelecido. Pródromos são os sintomas indicativos do início de uma doença.

4. Distribuição temporal
A distribuição temporal de uma doença pode obedecer a um determinado padrão (exemplo: rubéola, com au-
mento de sua ocorrência na primavera) ou ser aleatória. Conhecer esse padrão permite planejar medidas para a
prevenção, diagnóstico precoce e avaliação de efetividade de uma intervenção (comparando a evolução antes e
depois da intervenção).
Tendência secular
- Refere-se à análise das mudanças na frequência (incidência, mortalidade) de uma doença por um longo período de tem-
po, geralmente décadas. Não existe um critério rígido para a definição de tempo mínimo de observação necessário para
detectar alterações na evolução da doença ou de outro desfecho de interesse;
- Na literatura epidemiológica, é possível observar a utilização de vários termos para a designação das tendências ou
séries temporais de indicadores de saúde: tendência secular, mudança secular, aceleração secular, variação secular,
mudança temporal e outras;
- O movimento observado na tendência histórica das diversas doenças pode ser explicado por inúmeras razões, como
a melhoria no diagnóstico (em relação à precocidade), melhoria das condições sanitárias e sociais, técnicas obstétri-
cas mais efetivas etc. Por outro lado, muitas vezes existe dificuldade na interpretação desses dados, pois os métodos
diagnósticos foram se tornando mais precisos ao longo do tempo (diagnósticos diferenciais), a população foi se modifi-
cando (transição demográfica), com a consequente mudança no perfil epidemiológico, assim como os fatores ambientais
também se alteraram.

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