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PEDIATRIA Prof. Andrea Makssoudian | Infecção de Trato Urinário em Pediatria (ITU) 2
APRESENTAÇÃO:
PROF. ANDREA
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MAKSSOUDIAN
exames.
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por imagem.
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@dra.andreamakssoud
Estratégia
MED
PEDIATRIA Prof. Andrea Makssoudian | Infecção de Trato Urinário em Pediatria (ITU) 3
9%
5% 14%
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DIAGNÓSTICO COMPLICAÇÕES
8%
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QUADRO CLÍNICO INVESTIGAÇÃO
1% 9% 22%
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Estudando este livro com atenção, você será capaz de resolver com tranquilidade as questões sobre o tema.
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Vamos lá!
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SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO 5
2.0 DEFINIÇÃO 5
3.0 PREVALÊNCIA 6
4.0 FISIOPATOLOGIA 8
4 .1 ETIOLOGIA 9
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5 .1 PIELONEFRITE 12
co
5 .2 CISTITE 13
5 .3 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA 13
6.0 AVALIAÇÃO 15
s.
7.0 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 15
7 .1 MÉTODO DE COLETA 16
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7 .2 ANÁLISE DE URINA 18
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7 .3 UROCULTURA 19
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9.0 PROFILAXIA 24
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11.0 COMPLICAÇÕES 29
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CAPÍTULO
1.0 INTRODUÇÃO
A infecção do trato urinário é uma das infecções mais comuns em crianças. É fundamental que seu diagnóstico seja precoce e seu
tratamento oportuno, com o intuito de prevenir a formação das cicatrizes renais, em especial, em recém-nascidos e lactentes jovens. Isso
porque essas cicatrizes são causa de hipertensão arterial secundária e graus variados de insuficiência renal.
Portanto, lembre-se: quanto mais precoce for o tratamento da ITU, sobretudo em lactentes febris, melhor será seu prognóstico.
CAPÍTULO
2.0 DEFINIÇÃO
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Olá querido futuro residente, vamos iniciar com a definição Ela consiste na segunda infecção bacteriana mais comum
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de Infecção do trato urinário (ITU). em crianças jovens e pode ser dividida em alta, quando atinge
A ITU consiste na proliferação de um único agente o parênquima renal (pielonefrite), e baixa, quando fica restrita à
patogênico em qualquer porção do trato urinário e que é isolado bexiga (cistite). Observe a figura abaixo:
pela urocultura colhida por um método confiável.
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Em crianças pequenas, a falta de sintomas específicos do trato urinário não permite a diferenciação de outras doenças infecciosas.
Por esse motivo, é necessário que o pediatra esteja atento à possibilidade de ITU em lactentes que apresentem apenas sintomas de febre ou
baixo ganho ponderal.
CAPÍTULO
3.0 PREVALÊNCIA
A ITU acomete 12% das crianças com até 12 anos de idade. Nesse período, ela apresenta três picos de incidência:
• Nos lactentes;
• Dos três a cinco de idade (quando a menina passa a se limpar sozinha);
• Adolescência: devido a alterações hormonais e início precoce da atividade sexual.
Em lactentes febris e crianças pequenas febris, sua prevalência é de 7%. A ITU na criança é 20 vezes mais frequente no sexo feminino.
Isso ocorre porque as meninas têm a uretra mais encurtada e o meato uretral feminino é mais próximo do orifício anal.
Contudo, em neonatos e lactentes até 1 ano de idade, a ITU predomina no sexo masculino. Além disso, em meninos não circuncidados
e na raça branca sua prevalência também é mais elevada.
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Por fim, a ITU apresenta uma taxa de recorrência de 40%, sendo mais comum no primeiro ano do episódio inicial e no sexo feminino.
Os principais fatores de risco para ITU em crianças são:
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• Falta de circuncisão;
• Sexo feminino: em decorrência das características anatômicas;
• Etnia: crianças brancas são mais suscetíveis;
• Fatores genéticos;
s.
• Patologias obstrutivas do trato urinário: urina funciona como meio de cultura;
• Disfunção da bexiga e do intestino (DVI): constipação, enurese diurna (esse tópico será abordado no item 12.0 deste capítulo);
• Refluxo vesicoureteral: facilita a ascensão de bactérias, sendo a malformação mais comum em pacientes com ITU;
Atividade sexual;
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Cateterismo vesical.
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A constipação intestinal leva a um maior risco de ITU porque o acúmulo de fezes no reto pode comprimir a bexiga, determinando
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retenção urinária.
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Fique atento, um fator de risco que devemos abordar com mais cuidado devido à sua relevância é o refluxo
vesicoureteral (RVU), tema muito abordado nas provas de Residência Médica.
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O RVU caracteriza-se pelo fluxo retrógrado de urina da bexiga em direção ao ureter. É decorrente da insuficiência anatômica da
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junção ureterovesical ou do aumento da pressão vesical. É um distúrbio autossômico dominante que está presente em 0,5% a 1% das
crianças assintomáticas e em 35% das crianças com ITU sintomática. O RVU permite que bactérias ascendam às vias urinárias, ocasionando
a pielonefrite.
O RVU é classificado em 5 graus:
• Grau I: refluxo atinge apenas o ureter;
• Grau II: atinge o ureter e a pelve, mas não provoca dilatação;
• Grau III: ocasiona dilatação leve;
• Grau IV: ocasiona dilatação moderada, além de fórnices arredondados;
• Grau V: a dilatação é grave, com ureter tortuoso e papilas obliteradas.
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Figura 2: representação dos graus de refluxo vesicoureteral.
CAI NA PROVA
s.
(ARMIGS 2021) Qual é a alteração urológica mais frequentemente associada à infecção urinária na infância?
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A) Refluxo vesicoureteral.
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C) Rim único.
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D) Divertículo de bexiga.
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COMENTÁRIOS:
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Correta a alternativa A: porque sinalizou corretamente que o RVU é a alteração urológica mais comumente associada à ITU.
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Incorretas as alternativas B, C e D: porque estas condições não consistem na principal alteração urológica relacionada à ITU na criança.
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GABARITO: alternativa A.
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(Secretaria Municipal de Saúde de Goiás – 2020) A infecção urinária em lactentes apresenta-se frequentemente com sintomas inespecíficos
como dor abdominal, vômitos, dificuldade de ganho de peso e, por vezes, apenas febre como manifestação clínica isolada. São considerados
fatores de risco na infância para infecção urinária:
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa A, porque, durante o desfralde, a criança pode apresentar retenção urinária e consequente estagnação de urina na
bexiga, facilitando a proliferação de bactérias patogênicas. Já a febre é um dos sintomas da ITU e não um fator de risco.
Incorreta a alternativa B, porque a vacinação incompleta não aumenta o risco de infecção urinária em crianças. O refluxo vesicoureteral é
considerado um fator de risco, na medida em que facilita a ascensão de bactérias ao trato urinário superior.
Incorreta a alternativa C, porque o aleitamento artificial por si só não aumenta o risco de infecção urinária em crianças. O sexo feminino
é um fator de risco devido à uretra mais curta na menina e à maior proximidade entre a uretra e o ânus.
porque os dois fatores citados consistem em fatores de risco de infecção urinária. A falta de circuncisão
Correta a alternativa A:
facilita a colonização por bactérias da região prepucial e a constipação intestinal gera impactação de fezes
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no reto, que comprime a bexiga e dificulta o esvaziamento vesical.
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CAPÍTULO
4.0 FISIOPATOLOGIA
s.
Tanto a urina quanto o trato urinário são estéreis. Contudo, Além disso, a região prepucial de meninos não circuncidados
a região perineal e o final da uretra de lactentes jovens e recém- é colonizada por bactérias como o Proteus sp, principalmente no
nascidos são colonizadas por bactérias como a Escherichia coli, primeiro ano de vida.
enterobactérias e a Enterococus sp.
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Portanto, o primeiro passo para a ITU é a colonização da região periuretral por uropatógenos
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entéricos. Eles ligam-se ao epitélio urinário por meio de um mecanismo ativo mediado por receptores
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local.
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Dentre os principais mecanismos de virulência das bactérias, os mais comuns são os pili ou fímbrias
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(figura 3). Elas se assemelham a pelos na superfície celular que permitem a adesão ao uroepitélio e
consequente ascensão até a bexiga, ureter e rins. Isso ocorre mesmo na ausência de refluxo vesicoureteral.
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Todo esse processo inflamatório pode gerar cicatrizes renais, urinária por via ascendente. Essa via é a principal forma de invasão
que consistem na principal sequela da ITU. de bactérias no trato urinário.
Portanto, após a colonização, ocorre o processo de ascensão Alguns autores descrevem a via hematogênica como causa
das bactérias ao trato urinário superior, caracterizando a infecção de ITU em crianças, sobretudo no período neonatal.
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Figura 3: mecanismos de virulência dos uropatógenos.
4 .1 ETIOLOGIA
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Agora que já conhecemos os principais fatores de risco e a vírus e, mais raramente, o bacilo da tuberculose, também podem
fisiopatologia da ITU, vamos abordar sua etiologia. ocasionar a ITU em crianças.
As ITUs geralmente são ocasionadas por bactérias colônicas Klebsiella sp, Enterobacter sp, Citrobacter sp e Serratia
Gram negativas, sendo a principal delas a Escherichia coli, que é sp são outras enterobactérias Gram negativas envolvidas na
uma bactéria presente na flora intestinal e responsável por até 95% patogênese da ITU.
dos casos em meninas e 40%, em meninos. O Enterococcus faecalis, é uma bactéria Gram positiva
O Proteus sp é a bactéria mais comum em quadros que também pode ser responsável por ITU e ou bacteremia em
obstrutivos. Outros agentes, como outras enterobactérias, fungos, crianças.
CAI NA PROVA
(UERJ 2022) Pré-escolar de 2 anos, sexo feminino, em acompanhamento com nefrologista devido a refluxo vesicoureteral, é levada à
emergência por queda importante no estado geral e febre de 40ºC. Devido ao estado toxêmico, foi internada no CTI para melhor manejo,
respondendo bem à expansão volumétrica. Exames colhidos evidenciaram leucocitose com desvio para a esquerda e EAS com estearase
leucocitária positiva, nitrito negativo e piúria maciça. O exame direto da urina identificou coccus Gram-positivo. Nesse caso, a urinocultura
provavelmente indicará o crescimento de:
A) Staphylococcus
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B) Enterococcus
C) Klebsiella
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D) Proteus
COMENTÁRIOS:
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Observe que o enunciado traz uma criança com ITU grave e com identificação de germe Gram positivo.
Incorreta a alternativa A, esse agente pode ser encontrado após procedimentos cirúrgicos do trato urinário.
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Correta a alternativa B, dentre as bactérias Gram positivas, o Enterococcus é um agente que pode causar ITU em crianças.
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A Candida albicans é um agente etiológico encontrado em pacientes imunossuprimidos e em uso de antibioticoterapia de amplo
espectro.
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Cabe lembrá-lo aqui de que a infeção pelo adenovírus pode causar cistite hemorrágica em crianças. Os
sorotipos 11 e 21 da espécie B dos adenovírus são os mais comuns. Trata-se de uma condição autolimitada, mais
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comum no sexo masculino e que se manifesta com sintomas urinários (disúria, polaciúria e hematúria). Muitas
vezes, observa-se coágulos de sangue na urina. Por tratar-se de uma infecção viral, o resultado da urocultura é
negativo para bactérias.
(HOSPITAL ESTADUAL DIRCEU ARCOVERDE – HEDA PI 2020 ) Uma mãe traz seu filho de 4 anos de idade à consulta médica, com história de
diurese com coágulos de sangue e o diagnóstico inicial é de cistite hemorrágica aguda. Nega uso de quaisquer medicamentos previamente.
Você solicita cultura de urina que se mostra negativa para bactérias. A provável causa para esta cistite é
A) Picornavírus.
B) Schistosoma mansoni.
C) Varicela zoster vírus.
D) Adenovírus 11 e 21.
E) Helicobacterpylori.
COMENTÁRIOS
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Incorreta a alternativa A, porque os picornavírus são enterovírus que podem se manifestar com quadros de infecção de vias aéreas
superiores e sintomas gastrointestinais.
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Incorreta a alternativa B, porque o Schistosoma mansoni é o agente etiológico da esquistossomose, que é uma doença parasitária que se
manifesta com febre, cefaleia, calafrios, podendo evoluir com emagrecimento, hepatoesplenomegalia e ascite.
Incorreta a alternativa C, porque o vírus da varicela zoster ocasiona a doença exantemática denominada varicela, que não se manifesta
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através de cistite.
Correta a alternativa D: porque os adenovírus 11 e 21 são os agentes etiológicos da cistite hemorrágica em crianças.
Em adolescentes e mulheres jovens, cresce a prevalência Mais raramente, em casos de manipulação cirúrgica do
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de ITU causadas pelo Staphylococcus saprophyticus. Essa bactéria trato urinário, a ITU pode ser causada pela Pseudomonas sp e pelo
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Staphylococcus sp.
processo inflamatório e pode corresponder a 15% das ITUs nessa Vamos treinar com uma questão sobre a etiologia das ITUs:
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faixa etária.
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CAI NA PROVA
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(HOSP UNIV ONOFRE LOPES - 2017) A Infecção do Trato Urinário (ITU) é causa comum de doença febril em crianças. Sobre essa infecção, é
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CORRETO afirmar:
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa B, porque um agente prevalente de ITU em adolescentes é o Staphylococcus saprophyticus, que é um estafilococo
coagulase negativo. Ele apresenta capacidade de aderência às células do uroepitélio e causa um processo inflamatório. O Staphylococcus
saprophyticus causa ITU em adolescentes do sexo feminino e em mulheres jovens e pode corresponder a 15% das ITUs nessa faixa etária.
Incorreta a alternativa C, porque o Staphylococcus saprophyticus, como citado acima, é um agente comum de ITU em adolescentes e
mulheres jovens.
porque o refluxo vesicoureteral consiste no fluxo retrógrado de urina da bexiga para o ureter. É decorrente
Correta a alternativa D:
da insuficiência anatômica da junção ureterovesical ou da elevação anormal da pressão vesical. O RVU
permite que bactérias ascendam às vias urinárias, ocasionando a pielonefrite.
CAPÍTULO
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5.0 QUADRO CLÍNICO
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Querido Estrategista, as manifestações clínicas da ITU dependem da idade do paciente e da localização da ITU (alta ou baixa). Vamos
aprender?
5. 1 PIELONEFRITE
s.
A pielonefrite manifesta-se com dor em flancos, dor Lactentes: o principal sintoma é a febre, e esse pode ser o
abdominal ou lombar, além de febre, náusea, vômito e único sintoma. Vômito, diarreia, retenção urinária, irritabilidade,
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eventualmente diarreia. urina com odor fétido e inapetência podem ser encontrados nesses
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Como dissemos, os sinais e sintomas da ITU variam de acordo pacientes. Devemos suspeitar de ITU em todos os lactentes com
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é inespecífica e pode manifestar-se como um quadro séptico. ITU em lactentes. A febre pode ser considerada um marcador de
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Observa-se sucção débil, hipotermia ou hipertermia, vômito, envolvimento renal, principalmente quando atinge níveis superiores
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Atenção! A ITU em lactentes pode se manifestar como febre sem sinais localizatórios.
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• Crianças: pré-escolares e escolares manifestam sintomas específicos da ITU. Quando a pielonefrite acomete crianças nessa faixa
etária, observamos febre, calafrio, dor lombar, náusea e vômito, além de adinamia e alteração do aspecto da urina.
• Lactente jovem: sintomas inespecíficos, como febre, irritabilidade, vômito e baixo ganho ponderal.
• Acima de 2 anos: sintomas relacionados ao trato urinário, como disúria, polaciúria, dor abdominal,
enurese e dor lombar.
5. 2 CISTITE
Na cistite, apenas a bexiga é acometida pelo processo cistite não ocasiona complicações como cicatrizes renais.
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infeccioso e os sintomas clássicos são disúria, urgeincontinência, Em recém-nascidos e lactentes, a falta de sintomas específicos
dor suprapúbica e alteração do aspecto da urina. Geralmente não relacionados ao trato urinário dificulta a diferenciação clínica entre
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há febre ou encontramos febre baixa. cistite e pielonefrite. Isso justifica a forma de tratamento que
Pelo fato de acometer apenas o trato urinário inferior, a utilizamos para lactentes jovens (veja no item 7.0 deste capítulo).
s.
5. 3 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
Crianças sem sintomas de infecção urinária com crescimento significativo de bactérias (>100.000UFC/ml de um único agente) na
urocultura apresentam uma condição denominada bacteriúria assintomática.
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Ela é considerada uma condição rara que decorre da colonização do trato urinário por bactérias, sendo
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mais comum em pacientes com bexiga neurogênica e meningomielocele. A maioria das crianças com bacteriúria
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Estudos recentes mostram não haver benefício no tratamento de crianças com bacteriúria assintomática, exceto em crianças que
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FIQUE DE OLHO:
Bacteriúria assintomática em crianças não deve ser tratada com antibióticos!
CAI NA PROVA
(SURCE 2022) Uma criança de 3 anos de idade chega ao ambulatório com relatos dos pais de que há cerca de três dias vem apresentado
sintomas como como enurese, urgência urinária, polaciúria, disúria, incontinência urinária com urina fétida e turva. Qual o diagnóstico ao
qual esses sintomas podem estar relacionados?
A) Cistite aguda.
B) Pielonefrite aguda.
C) Presença de ureter ectópico.
D) Balanopostites e vulvovaginites.
COMENTÁRIOS:
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Vemos uma criança com sintomas de ITU e sem comprometimento do estado geral. O diagnóstico mais provável é de cistite.
Incorreta a alternativa B, na pielonefrite aguda observamos comprometimento do estado geral, vômitos, dor lombar e febre elevada.
s.
Incorreta a alternativa C, este diagnóstico é obtido após exames de imagem que não foram apresentados no enunciado da questão.
Incorreta a alternativa D, embora as balanopostites e vulvovaginites possam causar disúria, não há alterações do aspecto e cheiro da urina
nessas situações.
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(CLÍNICA UDI 24 HS 2021) Assinale a alternativa que apresenta um sinal comumente encontrado em um lactente de 2 meses de idade com
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A) Anorexia
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B) Alteração urinária
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C) Hematúria
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D) Icterícia
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E) Febre
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COMENTÁRIOS:
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Incorreta a alternativa A, porque a anorexia não é um sintoma comumente apresentado por lactentes com ITU.
Incorreta a alternativa B, lactentes com ITU podem apresentar alterações do aspecto da urina mas não consistem no sinal mais comumente
encontrado.
Incorreta a alternativa C, porque a hematúria não é comumente encontrada em lactentes com ITU.
Incorreta a alternativa D, porque a icterícia não é o principal sinal encontrado em lactentes com ITU, ela é mais comum no neonato.
Correta a alternativa E, porque a febre é o principal sintoma que se associa à ITU em lactentes.
(Escola Multicampi de Ciências Médicas – 2020) Em relação à infecção do trato urinário (ITU) em crianças é incorreto afirmar:
A) Há maior incidência de ITU no primeiro ano de vida, especialmente para o sexo feminino
B) A apresentação clínica da ITU na infância é heterogênea, variando de acordo com o grupo etário e com a localização da infecção
C) Nos adolescentes, a sintomatologia mais comum compreende disúria, polaciúria e dor à micção
D) Os quadros com maior acometimento do estado geral com adinamia, calafrios, dor abdominal e nos flancos sugerem pielonefrite aguda
COMENTÁRIOS
Incorreta a afirmação A: porque, no primeiro ano de vida, a ITU predomina no sexo masculino.
Correta a afirmação B, porque a apresentação clínica da ITU varia conforme a faixa etária, sendo inespecífica nos lactentes, e crianças
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maiores manifestam sintomas urinários típicos.
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Correta a afirmação C, porque os sintomas descritos podem ser encontrados em adolescentes com ITU.
Correta a afirmação D, porque a pielonefrite pode causar sintomas de comprometimento do estado geral como os descritos.
s.
CAPÍTULO
6.0 AVALIAÇÃO
Ao avaliar uma criança com provável ITU, devem ser pesquisados dados como: história prévia de ITU, constipação, hábito urinário,
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• Exame abdominal: avaliar presença de dor, sinal de Giordano, aumento do volume renal e retenção de fezes;
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CAPÍTULO
Querido colega, como você pode ver, o diagnóstico clínico como leucocitose, neutrofilia, aumento da velocidade de
da ITU em lactentes é um grande desafio. Sendo assim, devemos hemossedimentação (VHS), aumento da proteína reativa C e
valorizar os parâmetros clínicos e laboratoriais. procalcitonina. Esses são marcadores inflamatórios inespecíficos e
Nesse contexto, o exame de urina é de grande importância são considerados marcadores de pielonefrite.
para o diagnóstico e para a orientação terapêutica. A bacteremia pode ser encontrada em 3% a 20% dos
Contudo, é importante que você saiba que pacientes com pacientes, sendo mais comum em lactentes jovens e crianças com
ITU também podem apresentar outras alterações laboratoriais, patologias obstrutivas do sistema urinário.
7 .1 MÉTODO DE COLETA
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na confiabilidade de seu resultado. Por esse motivo, a coleta deve
ser realizada conforme a idade da criança. Observe:
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• Crianças com controle do esfíncter vesical: a
coleta de urina pode ser realizada através do jato
médio com antissepsia adequada.
s.
• Crianças sem controle esfincteriano urinário
adequado: devem ter sua urina colhida através
de cateterismo vesical, punção suprapúbica (PSP)
(Figura 4) ou pelo método clean-catch (figura 5).
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O método clean-catch foi descrito por Fernandez e colaboradores e consiste na coleta de urina (jato médio) de lactentes sem controle
vesical por meio de estimulação no hipogástrio ou região sacral. Observe:
A B C
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s.
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A partir da realização adequada da coleta de urina, podemos utilizar o material para a análise do sedimento urinário e da
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urocultura.
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(Sistema Integrado de Saúde - Escola do SUS - SISE/SUS TO – 2020) Uma criança de 4 anos com controle esfincteriano é levada para consulta
na UBS devido queixas urinárias sugestivas de cistite. A mãe nega história prévia de ITU. Ao exame, encontra-se estável e afebril. Nesse caso,
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a amostra de urina considerada adequada para urocultura deve ser obtida por:
A) Saco coletor.
B) Jato médio.
C) Cateterismo vesical.
D) Punção suprapúbica (PSP).
COMENTÁRIOS
É importante enfatizar que a coleta adequada do exame de urina impacta significativamente a confiabilidade do exame.
Pacientes com controle do esfíncter vesical devem ter sua urina colhida pelo jato médio após assepsia adequada. Pacientes sem
controle do esfíncter necessitam de coleta por punção suprapúbica ou cateterismo vesical. O exame colhido por saco coletor somente é
confiável quando seu resultado é negativo.
7. 2 ANÁLISE DE URINA
A análise de urina é um exame de triagem, pois rapidamente fornece resultados que levam à suspeita de ITU em pacientes
sintomáticos.
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Os parâmetros analisados são: coloração da urina, densidade, pH, concentração de glicose, proteínas, corpos cetônicos, hemoglobinas,
bilirrubinas, esterase leucocitária, contagem de células, bacterioscopia, Gram, entre outros.
• Leucócitos: esse método tem sensibilidade de 73% e especificidade de 81%, sendo considerado um bom marcador. A presença
de leucocitúria, ou seja, 5 a 10 leucócitos por campo de grande aumento, sugere ITU> contudo a ITU pode ocorrer na ausência
s.
de piúria. Se a criança é sintomática, a ITU é uma possibilidade, mesmo que a leucocitúria não esteja presente.
• Nitrito: esse parâmetro é frequentemente positivo em crianças com ITU. As bactérias gram-negativas são capazes de converter
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o nitrato urinário em nitrito. A sensibilidade desse método é de 53% e a especificidade, de 92%. O tempo necessário para essa
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conversão é de 4 horas. Caso a criança apresente micções frequentes, o nitrito pode estar negativo. Sendo assim, um resultado
negativo não afasta a possibilidade de infecção de trato urinário.
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Esterase leucocitária: é uma enzima encontrada em glóbulos brancos que pode ser detectada pela tira reagente na urina. Ela
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indica inflamação no trato urinário, sendo de sensibilidade e especificidade intermediárias no diagnóstico da ITU.
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• pH: normalmente, o pH da urina é ácido, mas nas infecções urinárias causadas por Proteus sp, o pH urinário geralmente é
alcalino.
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• Bacterioscopia: pode apresentar resultados falso-negativos, mesmo em casos de infecção urinária. O gram é mais específico
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Sensibilidade Especificidade
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O valor da análise de urina consiste na rapidez do método, guiando o médico no início precoce da terapia antimicrobiana. Contudo, o
método considerado como padrão-ouro para o diagnóstico da ITU é a urocultura.
7. 3 UROCULTURA
Caro aluno,
É muito importante que você saiba que a urocultura Na coleta por cateterismo vesical, considera-se alterada a
é considerada o método padrão-ouro para o diagnóstico da urocultura que apresente mais do que 1.000 UFC/ml.
ITU, quando colhida de modo adequado. Além de confirmar o Como dissemos, a coleta por saco coletor somente é
diagnóstico, permite direcionar o tratamento de forma precisa valorizada quando seu resultado é negativo, portanto uma
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através do antibiograma. urocultura positiva colhida por saco coletor deve ser confirmada
Como você viu, existem várias formas de coletar a urina em através de outro método confiável de coleta.
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crianças e, diante disso, os resultados devem ser analisados de Em crianças maiores, com controle do esfíncter vesical e que
acordo com a forma da coleta. tiveram sua urina colhida por meio do jato médio, considera-se
Como a bexiga é estéril, na coleta realizada pela PSP, qualquer positiva a urocultura com mais de 100.000UFC/ml.
número de colônias de bactérias consideradas patogênicas já é Observe o quadro abaixo e procure memorizar estes valores.
s.
considerado um resultado positivo para infecção urinária. Isso o ajudará muito nas provas!
PSP
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CAI NA PROVA
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(SUS SP 2021) Menina de 4 anos apresenta febre e disúria, sem outros sintomas. Foi levada ao pronto-socorro, e o exame físico está
normal. O plantonista solicitou urina tipo I.
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Em relação a esse exame e ao possível diagnóstico de infecção urinária, assinale a alternativa correta.
A) Caso o exame apresente leucocituria, confirma-se o diagnóstico de infecção urinária, não sendo necessário a realização de urocultura.
B) Se a esterase leucocitária vier negativa, afasta-se a possibilidade de infecção urinária, uma vez que esse exame possui alta sensibilidade
e alto valor preditivo.
C) A realização da bacterioscopia no exame de urina tipo I permite estabelecer o diagnóstico e o provável agente etiológico, não sendo
necessário coleta de urocultura.
D) Há alta probabilidade de ser infecção urinária, porém é importante colher urocultura por jato médio para confirmação.
E) Não havia necessidade de coletar a urina tipo I, pois a presença de febre e disúria já indicam a necessidade de tratamento com antibiótico.
COMENTÁRIOS:
Incorreta a alternativa A, porque a leucocitúria, embora seja sugestiva de ITU, não dá a confirmação do diagnóstico, apenas orienta o
início do tratamento.
Incorreta a alternativa B, porque a esterase leucocitária pode estar negativa em pacientes com ITU e este achado não afasta o diagnóstico.
Incorreta a alternativa C, porque a bacterioscopia não substitui a urocultura na confirmação do diagnóstico da ITU em crianças.
Correta a alternativa D, porque mencionou que a urocultura coletada pelo jato médio é necessária para a confirmação de ITU.
Incorreta a alternativa E, porque o diagnóstico de ITU em crianças não é baseado apenas em dados clínicos. A febre e disúria podem estar
presentes em outras doenças.
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(UFPA 2021) Lactente de 5 meses de vida é levado ao pronto atendimento com queixa de febre moderada há 5 dias e queda do apetite.
Mãe leva a caderneta da criança, com vacinas atualizadas. Exame físico normal. O pediatra solicitou urocultura coletada por punção
suprapúbica, com o seguinte resultado: presença de 5 unidades formadoras de colônia de Escherichia coli. Nesse contexto, é correto
afirmar:
s.
A) Deve-se prosseguir com a investigação diagnóstica, solicitando hemograma, hemocultura e coleta de liquor.
B) Há indicação de internação hospitalar para investigação de febre de origem obscura.
C) Trata-se de febre sem sinais localizatórios, com indicação de antibioticoterapia empírica devido à idade.
♥
eo
D) Trata-se de infecção do trato urinário confirmada pela urocultura, com indicação de tratamento antimicrobiano.
o
E) O diagnóstico mais provável é de infecção viral, devendo tratar apenas com sintomáticos e reavaliar em 24 horas.
ub
ro
COMENTÁRIOS:
id
é
o
Incorreta a alternativa A, a urocultura é o exame padrão-ouro para diagnóstico de infecção do trato urinário na criança.
nã
Incorreta a alternativa B, temos o diagnóstico de infecção urinária, não foi exposto nenhuma condição clínica que indicasse a internação
a
dv
Incorreta a alternativa C, temos o diagnóstico de infecção urinária feito através da urocultura positiva por punção suprapúbica.
na punção suprapúbica, qualquer número de colônias indica o diagnóstico de ITU, sendo indicado
Correta a alternativa D,
tratamento antimicrobiano de acordo com a cultura.
me
Incorreta a alternativa E, temos um diagnóstico estabelecido de infecção do trato urinário confirmado por método padrão-ouro.
CAPÍTULO
8.0 TRATAMENTO
m
O tratamento deve ser iniciado em crianças com suspeita Estudos sugerem que o início de antibioticoterapia após 72
co
de ITU, logo após o resultado alterado no exame de sedimento horas do início do quadro pode causar cicatrizes renais, que podem
urinário. Quanto maior o atraso no início da terapêutica, maior levar à hipertensão arterial e insuficiência renal crônica.
será o risco de evolução para cicatrizes renais e suas danosas Sendo assim, não se deve aguardar o resultado da urocultura
consequências, principalmente em casos de ITU febril que se para dar início ao tratamento.
s.
associam a um elevado risco de pielonefrite.
♥
eo
FIQUE ATENTO:
o
Sintomas sugestivos e alterações no exame de sedimento urinário são suficientes para o início de
ub
A escolha do antibiótico deve ser empírica, já que a urocultura somente fornece resultados após 24 a 48 horas. Assim, prioriza-se a
nã
escolha de um antimicrobiano que não seja nefrotóxico, com boa eliminação renal e propriedades bactericidas.
a
Além disso, na escolha do antibiótico, devem ser consideradas a idade e o estado geral do paciente, bem como condições associadas,
dv
pi
como vômito e desidratação. A prioridade inicial é dada para antibióticos de menor espectro, de acordo com o resultado do Gram.
Có
Em geral, o tratamento oral apresenta a mesma eficácia do parenteral, porém há situações específicas em que o tratamento parenteral
se impõe. São elas:
me
m
deve ser instituído precocemente, para evitar a progressão para a para cada caso.
pielonefrite. A melhora do estado geral e o desaparecimento da febre
co
Os antimicrobianos mais indicados para o tratamento indicam que a resposta ao tratamento está adequada. Essa resposta
parenteral de ITU são: ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima, ocorre, em geral, após 48 horas do início do tratamento. Caso não
gentamicina, tobramicina, amicacina e piperacilina. haja resposta clínica, o resultado de urocultura e o antibiograma
Em caso de tratamento oral, os agentes utilizados são: podem nortear a otimização do tratamento.
s.
amoxacilina-clavulanato, sulfametoxazol-trimetroprim, cefalexina,
CAI NA PROVA
♥
eo
o
ub
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 2022) Lactente chega no pronto-socorro, com febre e irritabilidade. A mãe refere que a urina está
ro
mais escura e fétida. Com base nos dados apresentados, assinale a alternativa correta em relação às condutas diagnóstica e terapêutica.
id
A) A coleta de urina por saco coletor é o padrão ouro para a confirmação diagnóstica.
é
B)
nã
COMENTÁRIOS:
me
Incorreta a alternativa A, a urocultura por saco coletor é um método muito sujeito a contaminação e só deve ser valorizado caso seu
resultado seja negativo.
Incorreta a alternativa B, caso sejam encontradas alterações no exame de urina tipo I, já está indicado o tratamento o mais precocemente
possível com o intuito de se evitar complicações.
Incorreta a alternativa E: a amoxicilina não é um antibiótico adequado para o seu tratamento. A amoxicilina com clavulanato ou
cefalosporinas são as melhores opções.
(UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 2021) Criança, sexo feminino, 03 anos de idade, comparece acompanhada da
mãe com queixa de ardência urinária há 03 dias. A mãe relata ainda que a criança está indo muito ao banheiro, mas cada vez que vai faz
pouca quantidade de urina. Nega febre e outras queixas. Assim, com diagnóstico de infecção urinária leve, inicialmente você prescreve:
A) Cefalexina
B) Ciprofloxacina
C) Levofloxacino
D) Norfloxacino
m
COMENTÁRIOS:
Correta a alternativa A,
co
porque a cefalexina é uma boa opção de antibiótico para tratamento da ITU não complicada.
s.
Incorretas as alternativas B,C,D porque esses medicamentos são quinolonas que não são recomendadas em crianças devido ao potencial
dano que exercem à cartilagem de crescimento.
♥
eo
(UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI 2020) Lactente, 4 meses, sexo masculino, é levado por sua mãe ao consultório com história
o
de febre 39°C, recusa alimentar e vômitos. Relata aleitamento materno exclusivo e que é a primeira vez que ele fica “doentinho”. Exame
ub
físico: algo irritado, tax: 38,3°C, sem nenhuma outra alteração. EAS colhido por cateterismo vesical: nitrito positivo e presença de GRAM
ro
A) Antibiótico imediatamente, sem necessidade de confirmação pela urinocultura. Realizar ultrassonografia após o término do tratamento.
o
B) Antibiótico apenas após o resultado da urinocultura. Pedir ultrassonografia renal e de vias urinárias e programar cintigrafia com DMSA.
nã
C) Antibiótico imediatamente. Confirmar o diagnóstico pela urinocultura. Pedir ultrassonografia renal e de vias urinárias, assim como
a
D) Antibiótico e confirmar o diagnóstico pela urinocultura. Pedir ultrassonografia renal e de vias urinárias. Programar cintilografia com
Có
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa A, porque há necessidade de confirmação diagnóstica através de urocultura, uma vez que é o exame padrão-ouro
para o diagnóstico de ITU.
Incorreta a alternativa B, porque não é recomendado aguardar o resultado da urocultura para dar início ao tratamento, devido ao risco
elevado de surgimento de cicatrizes renais ocasionadas pelo tratamento tardio.
Incorreta a alternativa C, porque, embora seja recomendado o início da antibioticoterapia precocemente, a cintilografia com DMSA e a
uretrocistografia miccional devem ser reservadas a pacientes com ITU de repetição ou quando há suspeita de refluxo vesicoureteral ou
cicatrizes renais.
porque a indicação da antibio-ticoterapia imediata é correta, assim como a investigação morfológica
Correta a alternativa D:
com ultrassonografia. Indica-se a cintilografia com DMSA para episódios recorrentes de ITU febril em
lactentes devido ao risco de cicatrizes renais.
Incorreta a alternativa E, porque, ao aguardamos a urocultura para dar início ao tratamento, a criança fica sujeita a apresentar ITU
complicada e cicatrizes renais.
CAPÍTULO
m
9.0 PROFILAXIA
co
Caro aluno, este tópico ainda é motivo de muita controvérsia na literatura. Sua importância reside no fato que 15% a 20% dos pacientes
com ITU febril podem desenvolver cicatrizes renais e que as recidivas são frequentes.
O objetivo da profilaxia é a prevenção de recidivas e, por consequência, das sequelas renais.
As principais indicações para o seu uso são:
s.
• lactentes que apresentaram alterações na ultrassonografia renal antenatal ou atual,
• ITU febril com elevação da proteína C reativa;
• RVU graus 4 e 5;
♥
eo
• Uropatias obstrutivas;
o
• ITU recorrentes (dois ou mais episódios de ITU alta, um episódio de ITU baixa e um de ITU alta, três ou mais episódios de
ub
cistite)
ro
A profilaxia deve ser mantida pelo menos até o término da investigação do trato urinário ou até a correção cirúrgica, se for o caso.
id
é
O uso de antibioticoprofilaxia é preconizado em doses menores, cerca de um terço a metade das doses terapêuticas, as quais são
o
suficientes para impedir a adesão e proliferação de bactérias no trato urinário. Sua administração deve ser feita à noite em dose única diária,
nã
preferivelmente á noite.
a
As medicações profiláticas devem ter um baixo nível sérico e alto nível de concentração urinária, espectro adequado, baixo efeito na
dv
pi
flora intestinal, poucos efeitos colaterais e baixa resistência bacteriana. Assim como na escolha do agente microbiano para o tratamento da
Có
FIQUE DE OLHO:
Estudos realizados com probióticos mostraram que eles não são eficazes na prevenção de ITU e podem
causar efeitos colaterais gastrointestinais.
O cranberry é um agente que impede a adesão de agentes microbianos à parede da bexiga, porém seus
benefícios na profilaxia de ITU ainda não foram comprovados em crianças.
CAI NA PROVA
m
(Centro Universitário Atenas – UNIATENAS – 2020) Em alguns casos de infecção do trato urinário em pediatria, depois de completado o
co
tratamento e no decorrer da investigação de possíveis alterações, a criança deve ser mantida em profilaxia com baixas doses de antibiótico.
Recomenda-se a utilização de quimioprofilaxia para a seguinte situação:
E)
eo
o
ub
COMENTÁRIOS
ro
id
é
É preciso cuidado ao indicar a profilaxia para ITU, porque seu uso indiscriminado pode levar ao surgimento de cepas bacterianas
o
resistentes.
nã
As alternativas A, B, C e D estão incorretas, porque não são condições que indiquem a necessidade de quimioprofilaxia para ITU.
a
dv
pi
Correta a alternativa E.
Có
me
CAPÍTULO
Parte-se da premissa de utilizar um método confiável com a menor dose de radiação ionizante, pois crianças são mais susceptíveis aos
efeitos da radiação.
Confira abaixo os principais exames indicados para essa avaliação:
• A ultrassonografia de rins e vias urinárias (USG) é o primeiro método diagnóstico a ser utilizado. Ela tem como objetivo
detectar malformações do sistema urinário. Como todo método de imagem, apresenta vantagens e desvantagens. Suas
principais vantagens são: precisão diagnóstica e a ausência de radiação ionizante. Suas desvantagens são: método examinador
dependente e nem sempre ser capaz de detectar RVU, cicatrizes renais e pielonefrite. Para sua realização, é necessária uma
hidratação prévia satisfatória. Esse exame não deve ser feito no quadro agudo, a não ser em casos severos, quando há suspeita
de complicações, como o abscesso renal.
• Ultrassonografia dinâmica das vias urinárias: diagnostica a disfunção miccional. Sua desvantagem é que o tempo de exame
é longo (40 a 60 minutos) e ela não é capaz de excluir o refluxo vesicoureteral.
m
• Urografia excretora: método utilizado antigamente e que nos dias de hoje tem sido substituído pelo DTPA e urorressonância,
co
devido à alta toxicidade induzida pelo contraste. É feito através da injeção de contraste endovenoso e realizadas radiografias
seriadas que detectam obstruções do trato urinário.
• Cintilografia renal com DMSA: é considerado o exame padrão-ouro na detecção de cicatriz renal, sendo indicado para todos
os lactentes com ITU febril, pacientes com quadro sugestivo de pielonefrite e pacientes com RVU. Indicado somente após 4 a 6
s.
meses após o tratamento do episódio inicial de infecção urinária.
• Cintilografia renal com DTPA: é um estudo cintilográfico dinâmico que é capaz de avaliar a função renal e a presença de
patologias obstrutivas do sistema urinário, como a hidronefrose e a estenose de junção ureteropiélica (JUP).
♥
eo
Uretrocistografia miccional (UCM): exame radiológico que avalia a anatomia da bexiga e uretra. Esse método permite
o
•
ub
detectar a presença e graduar a gravidade do RVU. Recentemente, observou-se que também é capaz de indicar disfunções do
ro
• Tomografia computadorizada: indicada para avaliar complicações da pielonefrite aguda, como abscessos e coleções
o
perirrenais. As desvantagens desse método radiológico são a alta dose de radiação e a toxicidade do meio de contraste.
nã
• Ressonância magnética: apresenta excelente resolução e não utiliza radiação ionizante, porém o longo tempo necessário
a
para sua realização dificulta sua utilização em crianças pequenas e lactentes, que necessitam de anestesia para a realização do
dv
pi
exame.
Có
• Urorressonância funcional: método diagnóstico que permite diferenciar entre hidronefrose obstrutiva e não obstrutiva.
Até o momento, não há uma diretriz única que determine a melhor forma de investigar o trato urinário, mas há um consenso de que a
me
ultrassonografia é o método inicial a ser indicado para crianças menores de 2 anos com ITU febril.
Os exames subsequentes devem ser indicados de acordo com as condições apresentadas por cada paciente. Observe o quadro abaixo
que demonstra as principais diretrizes que tratam da investigação do trato urinário em crianças:
menores de 6 meses
Melbourne 2006 sim Não
ou USG alterado
Britânica-NICE 2007 <6 meses USG alterado e ou ITU atípica ITU atípica
m
Academia americana de
sim USG alterado e ou ITU atípica não
Pediatria 2011-2016
co
Sociedade Italiana de
sim USG alterado e ou ITU atípica usg alterado e ou RVU
nefrologia pediátrica
Sociedade Suíça de
s.
sim fatores de risco não
nefrologia pediátrica
9 Sepse
Có
Sendo assim, é importante que você saiba que toda criança com ITU confirmada em nosso meio necessita
de um exame de ultrassonografia de rins e vias urinárias. Esse será o primeiro exame a ser solicitado. Caso sejam
encontradas alterações, a investigação deve prosseguir de acordo com a suspeita clínica.
CAI NA PROVA
(HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2022) Criança do sexo feminino, com 5 meses e previamente hígida, apresenta quadro de irritabilidade,
dor abdominal, febre, mal-estar, náuseas e vômitos. Mãe nega episódios semelhantes anteriores. Realizado exame de urina com o seguinte
resultado: numerosos leucócitos; hemácias: 20.000 mL; nitrito positivo; presença de contagem bacteriana > 100.000 ufc/mL. Paciente foi
internada e, após 24 horas de tratamento com antibioticoterapia, recebe alta em bom estado geral e afebril. No seguimento ambulatorial. Em
relação à investigação por imagem desta criança, dentre as condutas abaixo, a melhor é
m
C)
D) realizar cintilografia renal com DMSA.
co
COMENTÁRIOS:
Incorreta a alternativa A: é preciso solicitar uma ultrassonografia com o intuito de identificarmos a presença de malformações que levem
s.
a episódios repetitivos de ITU.
Incorreta a alternativa B: a uretrocistografia miccional é indicada para investigação do refluxo vesicoureteral e deve ser solicitada caso a
ultrassonografia de rins e vias urinárias se encontre alterada e a suspeita seja de RVU.
♥
eo
Correta a alternativa C: a ultrassonografia consiste no primeiro exame a ser solicitado após a confirmação de ITU febril.
o
ub
Incorreta a alternativa D: esse exame é indicado em algumas diretrizes em casos selecionados em que se observa o refluxo vesicoureteral,
ro
(UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS - UFGD 2020) Sobre a investigação da Infecção do Trato Urinário (ITU) na infância, é
correto afirmar que
a
dv
pi
A) toda criança que tenha diagnóstico de certeza de ITU deverá ser submetida à investigação por imagem, a fim de detectar possível má
Có
D) a cintilografia renal com DMSA é o exame padrão-ouro na detecção de refluxo vesicoureteral em crianças.
E) o exame uretrocistografia miccional deixou de ser realizado em crianças, por não apresentar sensibilidade e especificidade maior que a
ultrassonografia de rins e vias urinárias.
COMENTÁRIOS
porque toda criança com diagnóstico confirmado de ITU deve ser submetida a investigação por imagem
Correta a alternativa A:
de trato urinário.
Incorreta a alternativa B, porque a coleta de urina por saco coletor não é um método confiável e somente deve ser valorizada caso seu
resultado seja negativo.
Incorreta a alternativa C, porque a ITU é uma infecção potencialmente grave que pode levar a cicatrizes renais ou sepse caso não seja
tratada precocemente, sobretudo em lactentes. Assim, diante da suspeita de ITU através de quadro clínico compatível e exame de urina I
alterado, deve ser iniciada a antibioticoterapia empírica até o resultado da urocultura.
Incorreta a alternativa D, porque a cintilografia com DMSA é um método confiável para o diagnóstico de cicatrizes renais.
Incorreta a alternativa E, porque a uretrocistografia miccional é um exame de grande valia no diagnóstico do refluxo vesicoureteral e ainda
é utilizada nos dias de hoje.
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE RJ 2017) Uma das complicações da infecção do trato urinário na criança é o aparecimento de cicatriz renal.
m
O exame de escolha para se observar a presença da cicatriz renal é:
co
A) EAS.
B) DTPA.
C) DMSA
D) Ultrassonografia.
s.
COMENTÁRIOS
Incorreta a alternativa A, porque EAS ou urina tipo I é um exame de triagem para ITU e não define a presença de cicatrizes renais.
♥
eo
o
Incorreta a alternativa B, porque o DTPA é um estudo dinâmico e permite avaliar a função glomerular dos rins e a perviedade das vias
ub
urinárias.
ro
Correta a alternativa C: porque o DMSA é o exame ideal para avaliação de cicatriz renal após um episódio de ITU.
id
é
Incorreta a alternativa D, porque a ultrassonografia de rins e vias urinárias é utilizada para avaliar alterações anatômicas das vias urinárias
o
nã
CAPÍTULO
11.0 COMPLICAÇÕES
me
Como sabemos, a pielonefrite pode causar lesões no O fato de a ITU afetar lactentes jovens que não apresentam
parênquima renal com formação de cicatrizes renais. A hipertensão maturidade de seu sistema imunológico, predispõe essas crianças a
arterial secundária e graus variados de comprometimento da quadros de infecção hematogênica e sepse, piorando o prognóstico
função glomerular podem surgir após um ou mais episódios de a curto prazo.
pielonefrite em crianças. Sendo assim, um alto grau de suspeição é necessário para
Na fase aguda, o abscesso renal pode ser detectado, que essas crianças recebam seu tratamento precocemente,
principalmente em lactentes com ITU desencadeada por evitando, assim, danos permanentes ao parênquima renal.
disseminação hematogênica.
CAPÍTULO
Caro aluno, nesta parte do livro, você poderá conferir algumas atualizações sobre um tema que ainda
não têm sido muito cobrado nas provas, a DVI.
Contudo, essa condição é alvo de discussões cada vez mais frequentes entre os especialistas da área e,
certamente, será um tema mais prevalente em provas futuras.
Sendo assim, optei por inserir os principais highlights para que você fique familiarizado com esse tópico
e também atualizado.
m
A DVI consiste em uma causa frequente de ITU de repetição ou não a encoprese, em crianças que não apresentam história de
co
em crianças, por esse motivo, merece atenção especial. comprometimento neurológico.
Essa condição é caracterizada por sinais e sintomas A DVI pode ser encontrada em 30% a 50% das crianças em
intestinais e urinários que levam a alterações no enchimento e seu primeiro episódio. Sua causa mais comum é a hiperatividade
esvaziamento vesical, constipação intestinal funcional, associada do detrusor com disfunção miccional.
s.
Sua etiologia ainda não está bem estabelecida, contudo várias teorias tentam explicar esse fenômeno:
• Efeito mecânico: devido à impactação de fezes no reto, o que comprime a parede da bexiga;
♥
eo
•
ub
• Manobras retentoras e de urgência: a criança utiliza manobras para adiar sua diurese (crianças que “seguram
Có
a urina”);
• Manipulação dos genitais;
Incontinência urinária durante o dia;
me
•
• Jato urinário fraco ou interrompido;
• Dor abdominal e na região genital;
• Hiperemia de região vulvar (vulvovaginite);
• Enurese noturna;
• Constipação intestinal e
• Encoprese.
O diagnóstico dessa condição é baseado em dados clínicos e exames laboratoriais e de imagem como:
• Ultrassonografia: pode detectar dilatação de vias urinárias, espessamento de parede vesical, ureterocele,
alteração parenquimatosa renal e resíduo miccional;
• Urofluxometria com eletromiografia e avaliação do resíduo miccional: permite avaliar a qualidade da micção
(tempo, fluxo e curva de micção);
• Uretrocistografia miccional: auxilia no diagnóstico de RVU, deformidades e dilatações vesicais e pode sugerir a
disfunção miccional e constatar a presença de fecaloma;
m
• Radiografia de abdome: avaliação de fecaloma; e
co
• Ressonância nuclear magnética de coluna vertebral: avalia anormalidades anatômicas na coluna vertebral.
s.
O tratamento da DVI é direcionado à causa e deve incluir:
• Uroterapia que consiste em tratamento não medicamentoso e não cirúrgico através de mudanças
comportamentais;
♥
eo
• Biofeedback de assoalho pélvico: tratamento de primeira linha para a DVI que ensina os pacientes a controlarem
o
• Neuromodulação: nesse método, uma corrente elétrica é utilizada para modular as vias neurais; e
id
•
o
nã
O tratamento farmacológico consiste na utilização de O tratamento cirúrgico não é preconizado na maioria dos
a
dv
drogas anticolinérgicas que promovam o relaxamento do músculo casos, podendo ser utilizado, em casos selecionados, após a falha
pi
os alfabloqueadores, que melhoram o esvaziamento vesical, e a Vamos resolver duas questões sobre o que aprendemos até
toxina botulínica, que pode ser utilizada em casos refratários de aqui:
me
hiperatividade do detrusor.
CAI NA PROVA
A) Diuréticos.
B) Anticolinérgico.
C) Alfa-bloqueador.
D) Antidepressivo tricíclico.
m
COMENTÁRIOS:
Correta a alternativa B: co
Incorreta a alternativa A: porque os diuréticos não são indicados para o tratamento da DVI.
Incorreta a alternativa D: porque os antidepressivos tricíclicos podem ser utilizados no tratamento da enurese noturna.
♥
eo
o
ub
(HOSPITAL SANTA TERESA - 2014) Menina, 7 anos, apresenta incontáveis episódios de infecção do trato urinário, confirmados por urinocultura,
ro
desde os 2 anos de vida, sendo o último há mais de um ano. No momento queixa-se de urgência urinária com alguns episódios de incontinência.
id
Ultrassonografia abdominal e cintilografias com ácido dimercapto succínico (DMSA) e com ácido dietileno triamino penta-acético (DTPA)
é
normais. Uretrocistografia miccional revela dilatação da uretra e hipertrofia da parede da bexiga. A melhor abordagem terapêutica é:
o
nã
COMENTÁRIOS
me
porque essa menina apresenta sintomas de disfunção vesical e deve receber orientações para esvaziamento
Correta a alternativa A: vesical completo e fazer uso de anticolinérgicos que promovam o relaxamento do músculo detrusor.
Incorreta a alternativa B, porque a profilaxia pode induzir o surgimento de cepas bacterianas mais resistentes e, como a paciente apresenta
sinais e sintomas de DVI, essa condição deve ser tratada para evitar novos quadros de ITU.
Incorreta a alternativa C, porque o tratamento cirúrgico da DVI somente é utilizado caso seja observada falha no tratamento clínico.
Incorreta a alternativa D, porque o uso de antidepressivos tricíclicos não é indicado no tratamento da DVI.
CAPÍTULO
m
co
s.
RESUMO
♥
2. Até 1 ano de idade, a ITU predomina no sexo masculino e, após essa idade, é mais frequente em meninas.
ub
3. Seu diagnóstico e tratamento precoces permite a diminuição do risco de cicatrizes renais, que levam à
ro
4. A ITU ocorre de forma ascendente, exceto no período neonatal, quando pode ocorrer por via hematogênica.
o
nã
5. O agente etiológico mais comum é a Escherichia coli. O Proteus Sp é um agente comum em meninos não
circuncidados. Em adolescentes, ganha importância o Staphylococcus saprophytticus.
a
dv
pi
m
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s. https://bit.ly/3k7BuLX
♥
eo
o
ub
ro
id
é
CAPÍTULO
m
7. DAHIYA, A; GOLDMAN, RD. Management of asymptomatic bacteriúria in children. Can Fam Physician, 2018 Nov(11): 821, 822, 824.
co
8. OGHLANIAN, K; FLOMENBERG, PF. Patogênese, epidemiologia e manifestações da infecção por adenovírus. Uptodate dez 2021.
9. SHAIKH, N; HOBERMAN, A. Infecções do trato urinário em bebês com mais de 1 mês e crianças pequenas: manejo agudo, imagem e
prognóstico. Uptodate dez 2021.
10. SHAIKH, N; HOBERMAN, A. Infecções do trato urinário em crianças: epidemiologia e fatores de risco. Uptodate, dez 2021
s.
11. SILVA, JM; CARDOSO, LS; OLIVEIRA, EA. Infecção do Trato Urinário. In: Tratado de Pediatria 4ª. Ed. 2017. Chap:2.
12. HERREROS, FML; GONZÁLEZ, MN; TAGARRO GA, et al. A new technique for fast and safe collection of urine in newbornsArchives of
Disease in Childhood 2013;98:27-29.
♥
eo
o
ub
CAPÍTULO
ro
Prezado aluno,
o
nã
Como esse tema é muito cobrado em provas, deve ser estudado com muita atenção. Caso surja alguma dúvida, ficarei à disposição no
a
Estamos juntos neste caminho, seja persistente que alcançará seus objetivos!
Có
Ótimo estudo!
me
Abraços,
Andrea Makssoudian
m
co
s.
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é
o
nã
a
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Có
me