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PEDIATRIA Prof. Andrea Makssoudian | Infecção de Trato Urinário em Pediatria (ITU) 2

APRESENTAÇÃO:

PROF. ANDREA

m
MAKSSOUDIAN

co Querido aluno, seja muito bem-vindo!


s.
O tema deste capítulo é “infecção do trato urinário em
Pediatria”.
Praticamente todas as provas de Residência têm questões
de infecção urinária em crianças. Cerca de 13% das questões

eo

pediátricas abordam esse assunto; portanto é muito cobrado nos


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exames.
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Este livro é fruto de uma pesquisa minuciosa realizada nas


provas de Residência de todo o país, com foco nos assuntos mais
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cobrados. Aliado a isso, o tema está atualizado com os últimos


o

guidelines e as últimas recomendações vigentes.


As questões abordam principalmente o diagnóstico, a


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forma de coleta dos exames, o tipo de tratamento e a investigação


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por imagem.

Neste gráfico, você poderá conferir como esse assunto é


cobrado nas provas de Residência Médica. Esta aula foi preparada
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pensando em você, com o objetivo de esclarecer os aspectos


fundamentais para que tenha sucesso nos concursos.

@dra.andreamakssoud
Estratégia
MED
PEDIATRIA Prof. Andrea Makssoudian | Infecção de Trato Urinário em Pediatria (ITU) 3

9%
5% 14%

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DIAGNÓSTICO COMPLICAÇÕES
8%

co
QUADRO CLÍNICO INVESTIGAÇÃO

24% ETIOLOGIA FATORES DE RISCO


9%
TRATAMENTO PROFILAXIA
s.
TÉCNICA DE COLETA

1% 9% 22%

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Estudando este livro com atenção, você será capaz de resolver com tranquilidade as questões sobre o tema.

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Caso tenha alguma dúvida, pode contar comigo sempre!


Vamos lá!
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/estrategiamed Estratégia MED

@estrategiamed t.me/estrategiamed Estratégia


MED
PEDIATRIA Infecção de Trato Urinário em Pediatria (ITU) Estratégia
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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO 5
2.0 DEFINIÇÃO 5
3.0 PREVALÊNCIA 6
4.0 FISIOPATOLOGIA 8
4 .1 ETIOLOGIA 9

5.0 QUADRO CLÍNICO 12

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5 .1 PIELONEFRITE 12

co
5 .2 CISTITE 13

5 .3 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA 13

6.0 AVALIAÇÃO 15
s.
7.0 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 15
7 .1 MÉTODO DE COLETA 16

eo

7 .2 ANÁLISE DE URINA 18
o
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7 .3 UROCULTURA 19
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9.0 PROFILAXIA 24
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10.0 INVESTIGAÇÃO POR IMAGEM 25


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11.0 COMPLICAÇÕES 29

12.0 DISFUNÇÃO VESICAL E INTESTINAL (DVI) 30


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13.0 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 33


14.0 LISTA DE QUESTÕES 34


15.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35
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16.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35

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CAPÍTULO

1.0 INTRODUÇÃO
A infecção do trato urinário é uma das infecções mais comuns em crianças. É fundamental que seu diagnóstico seja precoce e seu
tratamento oportuno, com o intuito de prevenir a formação das cicatrizes renais, em especial, em recém-nascidos e lactentes jovens. Isso
porque essas cicatrizes são causa de hipertensão arterial secundária e graus variados de insuficiência renal.
Portanto, lembre-se: quanto mais precoce for o tratamento da ITU, sobretudo em lactentes febris, melhor será seu prognóstico.

CAPÍTULO

2.0 DEFINIÇÃO

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Olá querido futuro residente, vamos iniciar com a definição Ela consiste na segunda infecção bacteriana mais comum

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de Infecção do trato urinário (ITU). em crianças jovens e pode ser dividida em alta, quando atinge
A ITU consiste na proliferação de um único agente o parênquima renal (pielonefrite), e baixa, quando fica restrita à
patogênico em qualquer porção do trato urinário e que é isolado bexiga (cistite). Observe a figura abaixo:
pela urocultura colhida por um método confiável.
s.

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Figura 1: representação da infecção urinária de acordo com sua topografia.

Em crianças pequenas, a falta de sintomas específicos do trato urinário não permite a diferenciação de outras doenças infecciosas.
Por esse motivo, é necessário que o pediatra esteja atento à possibilidade de ITU em lactentes que apresentem apenas sintomas de febre ou
baixo ganho ponderal.

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CAPÍTULO

3.0 PREVALÊNCIA
A ITU acomete 12% das crianças com até 12 anos de idade. Nesse período, ela apresenta três picos de incidência:
• Nos lactentes;
• Dos três a cinco de idade (quando a menina passa a se limpar sozinha);
• Adolescência: devido a alterações hormonais e início precoce da atividade sexual.
Em lactentes febris e crianças pequenas febris, sua prevalência é de 7%. A ITU na criança é 20 vezes mais frequente no sexo feminino.
Isso ocorre porque as meninas têm a uretra mais encurtada e o meato uretral feminino é mais próximo do orifício anal.
Contudo, em neonatos e lactentes até 1 ano de idade, a ITU predomina no sexo masculino. Além disso, em meninos não circuncidados
e na raça branca sua prevalência também é mais elevada.

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Por fim, a ITU apresenta uma taxa de recorrência de 40%, sendo mais comum no primeiro ano do episódio inicial e no sexo feminino.
Os principais fatores de risco para ITU em crianças são:

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• Falta de circuncisão;
• Sexo feminino: em decorrência das características anatômicas;
• Etnia: crianças brancas são mais suscetíveis;
• Fatores genéticos;
s.
• Patologias obstrutivas do trato urinário: urina funciona como meio de cultura;
• Disfunção da bexiga e do intestino (DVI): constipação, enurese diurna (esse tópico será abordado no item 12.0 deste capítulo);
• Refluxo vesicoureteral: facilita a ascensão de bactérias, sendo a malformação mais comum em pacientes com ITU;
Atividade sexual;

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Cateterismo vesical.
o


ub

A constipação intestinal leva a um maior risco de ITU porque o acúmulo de fezes no reto pode comprimir a bexiga, determinando
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retenção urinária.
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Fique atento, um fator de risco que devemos abordar com mais cuidado devido à sua relevância é o refluxo
vesicoureteral (RVU), tema muito abordado nas provas de Residência Médica.
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O RVU caracteriza-se pelo fluxo retrógrado de urina da bexiga em direção ao ureter. É decorrente da insuficiência anatômica da
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junção ureterovesical ou do aumento da pressão vesical. É um distúrbio autossômico dominante que está presente em 0,5% a 1% das
crianças assintomáticas e em 35% das crianças com ITU sintomática. O RVU permite que bactérias ascendam às vias urinárias, ocasionando
a pielonefrite.
O RVU é classificado em 5 graus:
• Grau I: refluxo atinge apenas o ureter;
• Grau II: atinge o ureter e a pelve, mas não provoca dilatação;
• Grau III: ocasiona dilatação leve;
• Grau IV: ocasiona dilatação moderada, além de fórnices arredondados;
• Grau V: a dilatação é grave, com ureter tortuoso e papilas obliteradas.

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Figura 2: representação dos graus de refluxo vesicoureteral.

Veja como o RVU e os fatores de risco podem ser cobrados em provas:

CAI NA PROVA
s.
(ARMIGS 2021) Qual é a alteração urológica mais frequentemente associada à infecção urinária na infância?

A) Refluxo vesicoureteral.
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o

B) Válvula de uretra posterior.


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C) Rim único.
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D) Divertículo de bexiga.
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COMENTÁRIOS:
o

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Correta a alternativa A: porque sinalizou corretamente que o RVU é a alteração urológica mais comumente associada à ITU.
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Incorretas as alternativas B, C e D: porque estas condições não consistem na principal alteração urológica relacionada à ITU na criança.

GABARITO: alternativa A.
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(Secretaria Municipal de Saúde de Goiás – 2020) A infecção urinária em lactentes apresenta-se frequentemente com sintomas inespecíficos
como dor abdominal, vômitos, dificuldade de ganho de peso e, por vezes, apenas febre como manifestação clínica isolada. São considerados
fatores de risco na infância para infecção urinária:

A) Criança em fase de desfralde e T < 38ºC.


B) Refluxo vesico ureteral e vacinação incompleta.
C) Sexo feminino e aleitamento artificial.
D) Sexo masculino não circuncidado e constipação intestinal.

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COMENTÁRIOS

Incorreta a alternativa A, porque, durante o desfralde, a criança pode apresentar retenção urinária e consequente estagnação de urina na
bexiga, facilitando a proliferação de bactérias patogênicas. Já a febre é um dos sintomas da ITU e não um fator de risco.
Incorreta a alternativa B, porque a vacinação incompleta não aumenta o risco de infecção urinária em crianças. O refluxo vesicoureteral é
considerado um fator de risco, na medida em que facilita a ascensão de bactérias ao trato urinário superior.
Incorreta a alternativa C, porque o aleitamento artificial por si só não aumenta o risco de infecção urinária em crianças. O sexo feminino
é um fator de risco devido à uretra mais curta na menina e à maior proximidade entre a uretra e o ânus.

porque os dois fatores citados consistem em fatores de risco de infecção urinária. A falta de circuncisão
Correta a alternativa A:
facilita a colonização por bactérias da região prepucial e a constipação intestinal gera impactação de fezes

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no reto, que comprime a bexiga e dificulta o esvaziamento vesical.

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CAPÍTULO

4.0 FISIOPATOLOGIA
s.
Tanto a urina quanto o trato urinário são estéreis. Contudo, Além disso, a região prepucial de meninos não circuncidados
a região perineal e o final da uretra de lactentes jovens e recém- é colonizada por bactérias como o Proteus sp, principalmente no
nascidos são colonizadas por bactérias como a Escherichia coli, primeiro ano de vida.
enterobactérias e a Enterococus sp.

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Portanto, o primeiro passo para a ITU é a colonização da região periuretral por uropatógenos
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entéricos. Eles ligam-se ao epitélio urinário por meio de um mecanismo ativo mediado por receptores
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glicosfingolipídicos, desencadeando uma resposta de citocinas e ocasionando um processo inflamatório


o

local.
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Dentre os principais mecanismos de virulência das bactérias, os mais comuns são os pili ou fímbrias

(figura 3). Elas se assemelham a pelos na superfície celular que permitem a adesão ao uroepitélio e
consequente ascensão até a bexiga, ureter e rins. Isso ocorre mesmo na ausência de refluxo vesicoureteral.
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Todo esse processo inflamatório pode gerar cicatrizes renais, urinária por via ascendente. Essa via é a principal forma de invasão
que consistem na principal sequela da ITU. de bactérias no trato urinário.
Portanto, após a colonização, ocorre o processo de ascensão Alguns autores descrevem a via hematogênica como causa
das bactérias ao trato urinário superior, caracterizando a infecção de ITU em crianças, sobretudo no período neonatal.

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m
co
s.
Figura 3: mecanismos de virulência dos uropatógenos.

A fim de se defender, o hospedeiro apresenta fatores de resistência às ITUs, sendo eles:


• Hábito miccional normal: a estase urinária favorece a proliferação bacteriana;

eo

• Composição e osmolaridade urinária normais, impedindo a proliferação bacteriana;


o
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• Produção de citocinas em resposta à agressão;


• Aleitamento materno: contém IgA, oligossacárides anti-adesivos, glicoproteínas e citocinas que protegem contra a ITU.
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A principal forma de invasão de bactérias no trato urinário é a via ascendente.


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4 .1 ETIOLOGIA
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Agora que já conhecemos os principais fatores de risco e a vírus e, mais raramente, o bacilo da tuberculose, também podem
fisiopatologia da ITU, vamos abordar sua etiologia. ocasionar a ITU em crianças.
As ITUs geralmente são ocasionadas por bactérias colônicas Klebsiella sp, Enterobacter sp, Citrobacter sp e Serratia
Gram negativas, sendo a principal delas a Escherichia coli, que é sp são outras enterobactérias Gram negativas envolvidas na
uma bactéria presente na flora intestinal e responsável por até 95% patogênese da ITU.
dos casos em meninas e 40%, em meninos. O Enterococcus faecalis, é uma bactéria Gram positiva
O Proteus sp é a bactéria mais comum em quadros que também pode ser responsável por ITU e ou bacteremia em
obstrutivos. Outros agentes, como outras enterobactérias, fungos, crianças.

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Observe uma questão que cobrou esse conceito:

CAI NA PROVA

(UERJ 2022) Pré-escolar de 2 anos, sexo feminino, em acompanhamento com nefrologista devido a refluxo vesicoureteral, é levada à
emergência por queda importante no estado geral e febre de 40ºC. Devido ao estado toxêmico, foi internada no CTI para melhor manejo,
respondendo bem à expansão volumétrica. Exames colhidos evidenciaram leucocitose com desvio para a esquerda e EAS com estearase
leucocitária positiva, nitrito negativo e piúria maciça. O exame direto da urina identificou coccus Gram-positivo. Nesse caso, a urinocultura
provavelmente indicará o crescimento de:

A) Staphylococcus

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B) Enterococcus
C) Klebsiella

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D) Proteus

COMENTÁRIOS:
s.
Observe que o enunciado traz uma criança com ITU grave e com identificação de germe Gram positivo.

Incorreta a alternativa A, esse agente pode ser encontrado após procedimentos cirúrgicos do trato urinário.

eo

Correta a alternativa B, dentre as bactérias Gram positivas, o Enterococcus é um agente que pode causar ITU em crianças.
o
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Incorreta a alternativa C, a Klebsiella é uma bactéria Gram negativa.


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Incorreta a alternativa D, o Proteus é uma bactéria Gram negativa


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A Candida albicans é um agente etiológico encontrado em pacientes imunossuprimidos e em uso de antibioticoterapia de amplo
espectro.
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Cabe lembrá-lo aqui de que a infeção pelo adenovírus pode causar cistite hemorrágica em crianças. Os
sorotipos 11 e 21 da espécie B dos adenovírus são os mais comuns. Trata-se de uma condição autolimitada, mais
me

comum no sexo masculino e que se manifesta com sintomas urinários (disúria, polaciúria e hematúria). Muitas
vezes, observa-se coágulos de sangue na urina. Por tratar-se de uma infecção viral, o resultado da urocultura é
negativo para bactérias.

Veja como esse tópico é explorado pelas bancas examinadoras:

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(HOSPITAL ESTADUAL DIRCEU ARCOVERDE – HEDA PI 2020 ) Uma mãe traz seu filho de 4 anos de idade à consulta médica, com história de
diurese com coágulos de sangue e o diagnóstico inicial é de cistite hemorrágica aguda. Nega uso de quaisquer medicamentos previamente.
Você solicita cultura de urina que se mostra negativa para bactérias. A provável causa para esta cistite é

A) Picornavírus.
B) Schistosoma mansoni.
C) Varicela zoster vírus.
D) Adenovírus 11 e 21.
E) Helicobacterpylori.

COMENTÁRIOS

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Incorreta a alternativa A, porque os picornavírus são enterovírus que podem se manifestar com quadros de infecção de vias aéreas
superiores e sintomas gastrointestinais.

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Incorreta a alternativa B, porque o Schistosoma mansoni é o agente etiológico da esquistossomose, que é uma doença parasitária que se
manifesta com febre, cefaleia, calafrios, podendo evoluir com emagrecimento, hepatoesplenomegalia e ascite.

Incorreta a alternativa C, porque o vírus da varicela zoster ocasiona a doença exantemática denominada varicela, que não se manifesta
s.
através de cistite.

Correta a alternativa D: porque os adenovírus 11 e 21 são os agentes etiológicos da cistite hemorrágica em crianças.

Incorreta a alternativa E, porque o H. pylori está associado à úlcera gastroduodenal e gastrite.



eo
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Em adolescentes e mulheres jovens, cresce a prevalência Mais raramente, em casos de manipulação cirúrgica do
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de ITU causadas pelo Staphylococcus saprophyticus. Essa bactéria trato urinário, a ITU pode ser causada pela Pseudomonas sp e pelo
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é capaz de aderir às células do epitélio urinário, ocasionando um


é

Staphylococcus sp.
processo inflamatório e pode corresponder a 15% das ITUs nessa Vamos treinar com uma questão sobre a etiologia das ITUs:
o

faixa etária.
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CAI NA PROVA

(HOSP UNIV ONOFRE LOPES - 2017) A Infecção do Trato Urinário (ITU) é causa comum de doença febril em crianças. Sobre essa infecção, é
me

CORRETO afirmar:

A) A Klebsiella sp é o principal agente etiológico causador de ITU em lactentes.


B) O principal agente etiológico causador de ITU, em adolescentes, é a Pseudomonas aeruginosa.
C) A urocultura com Staphylococcus saprophyticus é considerada contaminada, independente da idade do paciente.
D) O Refluxo Vesicoureteral (RVU) é a malformação mais comum associada a ITU em crianças.

COMENTÁRIOS

Incorreta a alternativa A, porque o principal agente de ITU em lactentes é a Escherichia coli.

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Incorreta a alternativa B, porque um agente prevalente de ITU em adolescentes é o Staphylococcus saprophyticus, que é um estafilococo
coagulase negativo. Ele apresenta capacidade de aderência às células do uroepitélio e causa um processo inflamatório. O Staphylococcus
saprophyticus causa ITU em adolescentes do sexo feminino e em mulheres jovens e pode corresponder a 15% das ITUs nessa faixa etária.

Incorreta a alternativa C, porque o Staphylococcus saprophyticus, como citado acima, é um agente comum de ITU em adolescentes e
mulheres jovens.
porque o refluxo vesicoureteral consiste no fluxo retrógrado de urina da bexiga para o ureter. É decorrente
Correta a alternativa D:
da insuficiência anatômica da junção ureterovesical ou da elevação anormal da pressão vesical. O RVU
permite que bactérias ascendam às vias urinárias, ocasionando a pielonefrite.

CAPÍTULO

m
5.0 QUADRO CLÍNICO

co
Querido Estrategista, as manifestações clínicas da ITU dependem da idade do paciente e da localização da ITU (alta ou baixa). Vamos
aprender?

5. 1 PIELONEFRITE
s.
A pielonefrite manifesta-se com dor em flancos, dor Lactentes: o principal sintoma é a febre, e esse pode ser o
abdominal ou lombar, além de febre, náusea, vômito e único sintoma. Vômito, diarreia, retenção urinária, irritabilidade,

eo

eventualmente diarreia. urina com odor fétido e inapetência podem ser encontrados nesses
o

Como dissemos, os sinais e sintomas da ITU variam de acordo pacientes. Devemos suspeitar de ITU em todos os lactentes com
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com a idade da criança. Veja:


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febre há mais de 24 horas sem outros sinais localizatórios. O


Recém-nascidos: a sintomatologia da ITU nessa faixa etária ganho de peso insatisfatório pode ser a única manifestação da
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é inespecífica e pode manifestar-se como um quadro séptico. ITU em lactentes. A febre pode ser considerada um marcador de
o

Observa-se sucção débil, hipotermia ou hipertermia, vômito, envolvimento renal, principalmente quando atinge níveis superiores

distensão abdominal, icterícia e perda de peso. a 39°C.


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Atenção! A ITU em lactentes pode se manifestar como febre sem sinais localizatórios.
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• Crianças: pré-escolares e escolares manifestam sintomas específicos da ITU. Quando a pielonefrite acomete crianças nessa faixa
etária, observamos febre, calafrio, dor lombar, náusea e vômito, além de adinamia e alteração do aspecto da urina.

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• Lactente jovem: sintomas inespecíficos, como febre, irritabilidade, vômito e baixo ganho ponderal.

• Acima de 2 anos: sintomas relacionados ao trato urinário, como disúria, polaciúria, dor abdominal,
enurese e dor lombar.

5. 2 CISTITE

Na cistite, apenas a bexiga é acometida pelo processo cistite não ocasiona complicações como cicatrizes renais.

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infeccioso e os sintomas clássicos são disúria, urgeincontinência, Em recém-nascidos e lactentes, a falta de sintomas específicos
dor suprapúbica e alteração do aspecto da urina. Geralmente não relacionados ao trato urinário dificulta a diferenciação clínica entre

co
há febre ou encontramos febre baixa. cistite e pielonefrite. Isso justifica a forma de tratamento que
Pelo fato de acometer apenas o trato urinário inferior, a utilizamos para lactentes jovens (veja no item 7.0 deste capítulo).
s.
5. 3 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA

Crianças sem sintomas de infecção urinária com crescimento significativo de bactérias (>100.000UFC/ml de um único agente) na
urocultura apresentam uma condição denominada bacteriúria assintomática.

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Ela é considerada uma condição rara que decorre da colonização do trato urinário por bactérias, sendo
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mais comum em pacientes com bexiga neurogênica e meningomielocele. A maioria das crianças com bacteriúria
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assintomática apresenta melhora espontânea.


o

a
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Estudos recentes mostram não haver benefício no tratamento de crianças com bacteriúria assintomática, exceto em crianças que

tenham sido submetidas a transplante renal ou cirurgias urológicas.


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FIQUE DE OLHO:
Bacteriúria assintomática em crianças não deve ser tratada com antibióticos!

Que tal treinarmos com algumas questões sobre o quadro clínico?

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CAI NA PROVA

(SURCE 2022) Uma criança de 3 anos de idade chega ao ambulatório com relatos dos pais de que há cerca de três dias vem apresentado
sintomas como como enurese, urgência urinária, polaciúria, disúria, incontinência urinária com urina fétida e turva. Qual o diagnóstico ao
qual esses sintomas podem estar relacionados?
A) Cistite aguda.
B) Pielonefrite aguda.
C) Presença de ureter ectópico.
D) Balanopostites e vulvovaginites.

COMENTÁRIOS:

m
co
Vemos uma criança com sintomas de ITU e sem comprometimento do estado geral. O diagnóstico mais provável é de cistite.

Correta a alternativa A: é o diagnóstico mais provável para esta criança.

Incorreta a alternativa B, na pielonefrite aguda observamos comprometimento do estado geral, vômitos, dor lombar e febre elevada.
s.
Incorreta a alternativa C, este diagnóstico é obtido após exames de imagem que não foram apresentados no enunciado da questão.

Incorreta a alternativa D, embora as balanopostites e vulvovaginites possam causar disúria, não há alterações do aspecto e cheiro da urina
nessas situações.

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o
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(CLÍNICA UDI 24 HS 2021) Assinale a alternativa que apresenta um sinal comumente encontrado em um lactente de 2 meses de idade com
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infecção do Trato Urinário (ITU):


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A) Anorexia
o

B) Alteração urinária

C) Hematúria
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D) Icterícia
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E) Febre

COMENTÁRIOS:
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Incorreta a alternativa A, porque a anorexia não é um sintoma comumente apresentado por lactentes com ITU.

Incorreta a alternativa B, lactentes com ITU podem apresentar alterações do aspecto da urina mas não consistem no sinal mais comumente
encontrado.

Incorreta a alternativa C, porque a hematúria não é comumente encontrada em lactentes com ITU.

Incorreta a alternativa D, porque a icterícia não é o principal sinal encontrado em lactentes com ITU, ela é mais comum no neonato.

Correta a alternativa E, porque a febre é o principal sintoma que se associa à ITU em lactentes.

Prof. Andrea Makssoudian | Curso Extensivo | 2023 14


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(Escola Multicampi de Ciências Médicas – 2020) Em relação à infecção do trato urinário (ITU) em crianças é incorreto afirmar:

A) Há maior incidência de ITU no primeiro ano de vida, especialmente para o sexo feminino
B) A apresentação clínica da ITU na infância é heterogênea, variando de acordo com o grupo etário e com a localização da infecção
C) Nos adolescentes, a sintomatologia mais comum compreende disúria, polaciúria e dor à micção
D) Os quadros com maior acometimento do estado geral com adinamia, calafrios, dor abdominal e nos flancos sugerem pielonefrite aguda

COMENTÁRIOS

Incorreta a afirmação A: porque, no primeiro ano de vida, a ITU predomina no sexo masculino.

Correta a afirmação B, porque a apresentação clínica da ITU varia conforme a faixa etária, sendo inespecífica nos lactentes, e crianças

m
maiores manifestam sintomas urinários típicos.

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Correta a afirmação C, porque os sintomas descritos podem ser encontrados em adolescentes com ITU.

Correta a afirmação D, porque a pielonefrite pode causar sintomas de comprometimento do estado geral como os descritos.
s.
CAPÍTULO

6.0 AVALIAÇÃO
Ao avaliar uma criança com provável ITU, devem ser pesquisados dados como: história prévia de ITU, constipação, hábito urinário,

eo

presença de refluxo vesicoureteral, história familiar, atividade sexual, entre outros.


o

O exame físico deve incluir:


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• Aferição da temperatura: febre ≥39°C pode associar-se a pielonefrite;


ro

• Aferição da pressão arterial: pela possibilidade de cicatriz renal;


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é

• Avaliação do ganho ponderal;


o

• Exame abdominal: avaliar presença de dor, sinal de Giordano, aumento do volume renal e retenção de fezes;

• Avaliação da região genital: detectar a presença de hipospádia, fimose e vulvovaginites;


a

Avaliação lombar: avaliação da presença de meningomielocele, que se associa a bexiga neurogênica.


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CAPÍTULO

7.0 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


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Querido colega, como você pode ver, o diagnóstico clínico como leucocitose, neutrofilia, aumento da velocidade de
da ITU em lactentes é um grande desafio. Sendo assim, devemos hemossedimentação (VHS), aumento da proteína reativa C e
valorizar os parâmetros clínicos e laboratoriais. procalcitonina. Esses são marcadores inflamatórios inespecíficos e
Nesse contexto, o exame de urina é de grande importância são considerados marcadores de pielonefrite.
para o diagnóstico e para a orientação terapêutica. A bacteremia pode ser encontrada em 3% a 20% dos
Contudo, é importante que você saiba que pacientes com pacientes, sendo mais comum em lactentes jovens e crianças com
ITU também podem apresentar outras alterações laboratoriais, patologias obstrutivas do sistema urinário.

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7 .1 MÉTODO DE COLETA

Esse quesito é muito cobrado nas provas!

O método de coleta do exame de urina impacta diretamente

m
na confiabilidade de seu resultado. Por esse motivo, a coleta deve
ser realizada conforme a idade da criança. Observe:

co
• Crianças com controle do esfíncter vesical: a
coleta de urina pode ser realizada através do jato
médio com antissepsia adequada.
s.
• Crianças sem controle esfincteriano urinário
adequado: devem ter sua urina colhida através
de cateterismo vesical, punção suprapúbica (PSP)
(Figura 4) ou pelo método clean-catch (figura 5).

eo

É importante que você saiba que a coleta realizada por


o
ub

meio de saco coletor somente fornece resultado confiável quando


ro

é negativa, portanto não é um método indicado rotineiramente


id

devido ao seu alto potencial de contaminação e de resultados falso-


é

positivos, que giram em torno de 80% dos casos.


o

A coleta por PSP é o método invasivo mais indicado para a


a

coleta da urina em lactente sem controle do esfíncter vesical. É


dv
pi

fundamental que seja realizada uma antissepsia cuidadosa na pele


antes do procedimento e que a bexiga esteja repleta. A criança


é posicionada em decúbito dorsal, com as pernas fletidas e em
abdução. A punção é realizada por meio de uma agulha fina estéril
me

Figura 4: técnica da coleta da punção suprapúbica.


inserida verticalmente na linha média, entre a sínfise púbica e a
cicatriz umbilical, sobre a área onde se palpa a bexiga. O tipo de anestesia utilizada é local, ao nível da pele. Esse método é priorizado em
crianças com diarreia, vulvovaginite, balanopostite e dermatite perineal. Ele possui a maior sensibilidade, visto que a taxa de contaminação
é praticamente nula.
O cateterismo vesical é considerado o segundo melhor método de coleta de urina em crianças sem controle de esfíncter vesical, pois,
apesar de seus resultados serem confiáveis, pode ocasionar traumas na uretra quando a coleta não é realizada adequadamente. Além disso,
se a assepsia antes do procedimento não for bem realizada, existe o risco de introdução de novos germes no trato urinário.

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MED

O método clean-catch foi descrito por Fernandez e colaboradores e consiste na coleta de urina (jato médio) de lactentes sem controle
vesical por meio de estimulação no hipogástrio ou região sacral. Observe:

A B C

m
co
s.

eo

Figura 5: representação da técnica de coleta clean catch.


o
ub
ro

A partir da realização adequada da coleta de urina, podemos utilizar o material para a análise do sedimento urinário e da
id

urocultura.
é
o

CAI NA PROVA
a
dv
pi

(Sistema Integrado de Saúde - Escola do SUS - SISE/SUS TO – 2020) Uma criança de 4 anos com controle esfincteriano é levada para consulta
na UBS devido queixas urinárias sugestivas de cistite. A mãe nega história prévia de ITU. Ao exame, encontra-se estável e afebril. Nesse caso,
me

a amostra de urina considerada adequada para urocultura deve ser obtida por:

A) Saco coletor.
B) Jato médio.
C) Cateterismo vesical.
D) Punção suprapúbica (PSP).

COMENTÁRIOS

É importante enfatizar que a coleta adequada do exame de urina impacta significativamente a confiabilidade do exame.

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MED

Pacientes com controle do esfíncter vesical devem ter sua urina colhida pelo jato médio após assepsia adequada. Pacientes sem
controle do esfíncter necessitam de coleta por punção suprapúbica ou cateterismo vesical. O exame colhido por saco coletor somente é
confiável quando seu resultado é negativo.

Correta a alternativa B: porque esse paciente já apresenta controle do esfíncter vesical.

7. 2 ANÁLISE DE URINA

A análise de urina é um exame de triagem, pois rapidamente fornece resultados que levam à suspeita de ITU em pacientes
sintomáticos.

m
co
Os parâmetros analisados são: coloração da urina, densidade, pH, concentração de glicose, proteínas, corpos cetônicos, hemoglobinas,
bilirrubinas, esterase leucocitária, contagem de células, bacterioscopia, Gram, entre outros.
• Leucócitos: esse método tem sensibilidade de 73% e especificidade de 81%, sendo considerado um bom marcador. A presença
de leucocitúria, ou seja, 5 a 10 leucócitos por campo de grande aumento, sugere ITU> contudo a ITU pode ocorrer na ausência
s.
de piúria. Se a criança é sintomática, a ITU é uma possibilidade, mesmo que a leucocitúria não esteja presente.

• Hematúria: pode estar presente na cistite, sobretudo na cistite hemorrágica.

• Nitrito: esse parâmetro é frequentemente positivo em crianças com ITU. As bactérias gram-negativas são capazes de converter

eo

o nitrato urinário em nitrito. A sensibilidade desse método é de 53% e a especificidade, de 92%. O tempo necessário para essa
o
ub

conversão é de 4 horas. Caso a criança apresente micções frequentes, o nitrito pode estar negativo. Sendo assim, um resultado
negativo não afasta a possibilidade de infecção de trato urinário.
ro

Esterase leucocitária: é uma enzima encontrada em glóbulos brancos que pode ser detectada pela tira reagente na urina. Ela
id


é

indica inflamação no trato urinário, sendo de sensibilidade e especificidade intermediárias no diagnóstico da ITU.
o

• pH: normalmente, o pH da urina é ácido, mas nas infecções urinárias causadas por Proteus sp, o pH urinário geralmente é
alcalino.
a
dv
pi

• Bacterioscopia: pode apresentar resultados falso-negativos, mesmo em casos de infecção urinária. O gram é mais específico

e sensível para o diagnóstico da ITU.

Sensibilidade Especificidade
me

Esterase leucocitária 83% 78%


Nitrito positivo 53% 92%
Contagem leucocitária 73% 81%
Bacterioscopia 81% 83%
Gram 93% 95%
Esterase, nitrito ou microscopia positiva 99,8% 70%
Quadro 1: sensibilidade e especificidade dos testes da análise de urina.

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MED

O valor da análise de urina consiste na rapidez do método, guiando o médico no início precoce da terapia antimicrobiana. Contudo, o
método considerado como padrão-ouro para o diagnóstico da ITU é a urocultura.

7. 3 UROCULTURA

Caro aluno,

É muito importante que você saiba que a urocultura Na coleta por cateterismo vesical, considera-se alterada a
é considerada o método padrão-ouro para o diagnóstico da urocultura que apresente mais do que 1.000 UFC/ml.
ITU, quando colhida de modo adequado. Além de confirmar o Como dissemos, a coleta por saco coletor somente é
diagnóstico, permite direcionar o tratamento de forma precisa valorizada quando seu resultado é negativo, portanto uma

m
através do antibiograma. urocultura positiva colhida por saco coletor deve ser confirmada
Como você viu, existem várias formas de coletar a urina em através de outro método confiável de coleta.

co
crianças e, diante disso, os resultados devem ser analisados de Em crianças maiores, com controle do esfíncter vesical e que
acordo com a forma da coleta. tiveram sua urina colhida por meio do jato médio, considera-se
Como a bexiga é estéril, na coleta realizada pela PSP, qualquer positiva a urocultura com mais de 100.000UFC/ml.
número de colônias de bactérias consideradas patogênicas já é Observe o quadro abaixo e procure memorizar estes valores.
s.
considerado um resultado positivo para infecção urinária. Isso o ajudará muito nas provas!

Resultados positivos para ITU conforme o método de coleta (UFC/ml)


Qualquer número de colônias


eo

PSP
o

Cateterismo vesical >1.000


ub

Jato médio >100.000


ro

Quadro 2: interpretação dos resultados de urocultura conforme o método de coleta.


id
é

Veja como os examinadores cobram essas informações:


o

CAI NA PROVA
a
dv
pi

(SUS SP 2021) Menina de 4 anos apresenta febre e disúria, sem outros sintomas. Foi levada ao pronto-socorro, e o exame físico está
normal. O plantonista solicitou urina tipo I.
me

Em relação a esse exame e ao possível diagnóstico de infecção urinária, assinale a alternativa correta.

A) Caso o exame apresente leucocituria, confirma-se o diagnóstico de infecção urinária, não sendo necessário a realização de urocultura.

B) Se a esterase leucocitária vier negativa, afasta-se a possibilidade de infecção urinária, uma vez que esse exame possui alta sensibilidade
e alto valor preditivo.

C) A realização da bacterioscopia no exame de urina tipo I permite estabelecer o diagnóstico e o provável agente etiológico, não sendo
necessário coleta de urocultura.

D) Há alta probabilidade de ser infecção urinária, porém é importante colher urocultura por jato médio para confirmação.

E) Não havia necessidade de coletar a urina tipo I, pois a presença de febre e disúria já indicam a necessidade de tratamento com antibiótico.

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MED

COMENTÁRIOS:

Incorreta a alternativa A, porque a leucocitúria, embora seja sugestiva de ITU, não dá a confirmação do diagnóstico, apenas orienta o
início do tratamento.
Incorreta a alternativa B, porque a esterase leucocitária pode estar negativa em pacientes com ITU e este achado não afasta o diagnóstico.
Incorreta a alternativa C, porque a bacterioscopia não substitui a urocultura na confirmação do diagnóstico da ITU em crianças.

Correta a alternativa D, porque mencionou que a urocultura coletada pelo jato médio é necessária para a confirmação de ITU.

Incorreta a alternativa E, porque o diagnóstico de ITU em crianças não é baseado apenas em dados clínicos. A febre e disúria podem estar
presentes em outras doenças.

m
co
(UFPA 2021) Lactente de 5 meses de vida é levado ao pronto atendimento com queixa de febre moderada há 5 dias e queda do apetite.
Mãe leva a caderneta da criança, com vacinas atualizadas. Exame físico normal. O pediatra solicitou urocultura coletada por punção
suprapúbica, com o seguinte resultado: presença de 5 unidades formadoras de colônia de Escherichia coli. Nesse contexto, é correto
afirmar:
s.
A) Deve-se prosseguir com a investigação diagnóstica, solicitando hemograma, hemocultura e coleta de liquor.
B) Há indicação de internação hospitalar para investigação de febre de origem obscura.
C) Trata-se de febre sem sinais localizatórios, com indicação de antibioticoterapia empírica devido à idade.

eo

D) Trata-se de infecção do trato urinário confirmada pela urocultura, com indicação de tratamento antimicrobiano.
o

E) O diagnóstico mais provável é de infecção viral, devendo tratar apenas com sintomáticos e reavaliar em 24 horas.
ub
ro

COMENTÁRIOS:
id
é
o

Incorreta a alternativa A, a urocultura é o exame padrão-ouro para diagnóstico de infecção do trato urinário na criança.

Incorreta a alternativa B, temos o diagnóstico de infecção urinária, não foi exposto nenhuma condição clínica que indicasse a internação
a
dv

para tratamento da ITU, o que nos possibilita o tratamento ambulatorial.


pi

Incorreta a alternativa C, temos o diagnóstico de infecção urinária feito através da urocultura positiva por punção suprapúbica.
na punção suprapúbica, qualquer número de colônias indica o diagnóstico de ITU, sendo indicado
Correta a alternativa D,
tratamento antimicrobiano de acordo com a cultura.
me

Incorreta a alternativa E, temos um diagnóstico estabelecido de infecção do trato urinário confirmado por método padrão-ouro.

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MED

CAPÍTULO

8.0 TRATAMENTO

Os objetivos do tratamento da ITU são:


• Alívio dos sintomas;
• Erradicação do agente infeccioso;
• Prevenção de cicatrizes renais.
• Para atingir esses objetivos, é necessário que o diagnóstico e tratamento sejam precoces e bem fundamentados.

m
O tratamento deve ser iniciado em crianças com suspeita Estudos sugerem que o início de antibioticoterapia após 72

co
de ITU, logo após o resultado alterado no exame de sedimento horas do início do quadro pode causar cicatrizes renais, que podem
urinário. Quanto maior o atraso no início da terapêutica, maior levar à hipertensão arterial e insuficiência renal crônica.
será o risco de evolução para cicatrizes renais e suas danosas Sendo assim, não se deve aguardar o resultado da urocultura
consequências, principalmente em casos de ITU febril que se para dar início ao tratamento.
s.
associam a um elevado risco de pielonefrite.

eo

FIQUE ATENTO:
o

Sintomas sugestivos e alterações no exame de sedimento urinário são suficientes para o início de
ub

antibioticoterapia. NÃO aguarde o resultado da urocultura para iniciar o tratamento!


ro
id
é
o

A escolha do antibiótico deve ser empírica, já que a urocultura somente fornece resultados após 24 a 48 horas. Assim, prioriza-se a

escolha de um antimicrobiano que não seja nefrotóxico, com boa eliminação renal e propriedades bactericidas.
a

Além disso, na escolha do antibiótico, devem ser consideradas a idade e o estado geral do paciente, bem como condições associadas,
dv
pi

como vômito e desidratação. A prioridade inicial é dada para antibióticos de menor espectro, de acordo com o resultado do Gram.

Em geral, o tratamento oral apresenta a mesma eficácia do parenteral, porém há situações específicas em que o tratamento parenteral
se impõe. São elas:
me

• Idade menor do que 3 meses;


• Quadro de sepse;
• Vômito e intolerância ao tratamento oral;
• Desidratação;
• Risco de falta de adesão ao tratamento;
• Quadro clínico sugestivo de pielonefrite;
• Falha no tratamento ambulatorial;
• Bactéria que seja sensível apenas a antimicrobianos utilizados por via parenteral.

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Dessa forma, pacientes elegíveis ao tratamento parenteral axetilcefuroxima, cefprozil.


devem ser internados e a antibioticoterapia endovenosa deve ser Sempre se deve respeitar o perfil de resistência e
iniciada de forma empírica. Após 48 a 72 horas, é necessária uma sensibilidade locais. Caso a resistência bacteriana a algum agente
reavaliação para possível troca de antibioticoterapia para via oral anitimicrobiano na comunidade seja superior a 20%, ele não
(baseada no estado geral e no teste de sensibilidade). deve ser utilizado de forma empírica. Note que, em relação ao
Em casos de ITU febril, a prioridade deve ser dada a antibióticos sulfametoxazol-trimetroprim, em nosso meio, a resistência de
com boa concentração no parênquima renal. Nesses casos, o uso bactérias pode chegar a 50%, por esse motivo sua prescrição não é
de nitrofurantoína e ácido nalidíxico não é recomendado. recomendada rotineiramente.
O tempo preconizado para o tratamento da pielonefrite é de A criança deve passar por uma reavaliação após 48 a 72 horas,
10 dias. Em casos de cistite, o tratamento por 5 a 7 dias é eficaz. com análise do resultado definitivo da urocultura. Nesse momento,
É importante lembrar que o tratamento da cistite também o tratamento pode ser modificado, devendo ser individualizado

m
deve ser instituído precocemente, para evitar a progressão para a para cada caso.
pielonefrite. A melhora do estado geral e o desaparecimento da febre

co
Os antimicrobianos mais indicados para o tratamento indicam que a resposta ao tratamento está adequada. Essa resposta
parenteral de ITU são: ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima, ocorre, em geral, após 48 horas do início do tratamento. Caso não
gentamicina, tobramicina, amicacina e piperacilina. haja resposta clínica, o resultado de urocultura e o antibiograma
Em caso de tratamento oral, os agentes utilizados são: podem nortear a otimização do tratamento.
s.
amoxacilina-clavulanato, sulfametoxazol-trimetroprim, cefalexina,

CAI NA PROVA

eo
o
ub

(UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 2022) Lactente chega no pronto-socorro, com febre e irritabilidade. A mãe refere que a urina está
ro

mais escura e fétida. Com base nos dados apresentados, assinale a alternativa correta em relação às condutas diagnóstica e terapêutica.
id

A) A coleta de urina por saco coletor é o padrão ouro para a confirmação diagnóstica.
é

Deve-se aguardar o resultado da urocultura para definir a conduta terapêutica.


o

B)

C) O agente etiológico mais provável é a Klebsiella sp.


D) O exame da fita urinária, com positividade para nitrito e estearase leucocitária, sugere o diagnóstico de infecção urinária.
a
dv
pi

E) A droga de escolha para o tratamento empírico é a amoxicilina.


COMENTÁRIOS:
me

Incorreta a alternativa A, a urocultura por saco coletor é um método muito sujeito a contaminação e só deve ser valorizado caso seu
resultado seja negativo.

Incorreta a alternativa B, caso sejam encontradas alterações no exame de urina tipo I, já está indicado o tratamento o mais precocemente
possível com o intuito de se evitar complicações.

Incorreta a alternativa C, o agente mais comum das ITU é a Escherichia coli.

Correta a alternativa D: porque indicou alterações compatíveis com o diagnóstico de ITU.

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Incorreta a alternativa E: a amoxicilina não é um antibiótico adequado para o seu tratamento. A amoxicilina com clavulanato ou
cefalosporinas são as melhores opções.

(UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 2021) Criança, sexo feminino, 03 anos de idade, comparece acompanhada da
mãe com queixa de ardência urinária há 03 dias. A mãe relata ainda que a criança está indo muito ao banheiro, mas cada vez que vai faz
pouca quantidade de urina. Nega febre e outras queixas. Assim, com diagnóstico de infecção urinária leve, inicialmente você prescreve:

A) Cefalexina
B) Ciprofloxacina
C) Levofloxacino
D) Norfloxacino

m
COMENTÁRIOS:

Correta a alternativa A,

co
porque a cefalexina é uma boa opção de antibiótico para tratamento da ITU não complicada.
s.
Incorretas as alternativas B,C,D porque esses medicamentos são quinolonas que não são recomendadas em crianças devido ao potencial
dano que exercem à cartilagem de crescimento.

eo

(UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI 2020) Lactente, 4 meses, sexo masculino, é levado por sua mãe ao consultório com história
o

de febre 39°C, recusa alimentar e vômitos. Relata aleitamento materno exclusivo e que é a primeira vez que ele fica “doentinho”. Exame
ub

físico: algo irritado, tax: 38,3°C, sem nenhuma outra alteração. EAS colhido por cateterismo vesical: nitrito positivo e presença de GRAM
ro

negativo na amostra. Nesse caso, a conduta é iniciar:


id
é

A) Antibiótico imediatamente, sem necessidade de confirmação pela urinocultura. Realizar ultrassonografia após o término do tratamento.
o

B) Antibiótico apenas após o resultado da urinocultura. Pedir ultrassonografia renal e de vias urinárias e programar cintigrafia com DMSA.

C) Antibiótico imediatamente. Confirmar o diagnóstico pela urinocultura. Pedir ultrassonografia renal e de vias urinárias, assim como
a

cintilografia com DMSA e UCM.


dv
pi

D) Antibiótico e confirmar o diagnóstico pela urinocultura. Pedir ultrassonografia renal e de vias urinárias. Programar cintilografia com

DMSA, se houver recorrência do caso.


E) Aguardar resultado de Urocultura para iniciar antibiótico guiado por antibiograma. Se confirmado, solicitar ultrassonografia e
me

uretrocistografia, iniciar profilaxia e encaminhar para nefrologista pediátrico.

COMENTÁRIOS

Incorreta a alternativa A, porque há necessidade de confirmação diagnóstica através de urocultura, uma vez que é o exame padrão-ouro
para o diagnóstico de ITU.

Incorreta a alternativa B, porque não é recomendado aguardar o resultado da urocultura para dar início ao tratamento, devido ao risco
elevado de surgimento de cicatrizes renais ocasionadas pelo tratamento tardio.

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MED

Incorreta a alternativa C, porque, embora seja recomendado o início da antibioticoterapia precocemente, a cintilografia com DMSA e a
uretrocistografia miccional devem ser reservadas a pacientes com ITU de repetição ou quando há suspeita de refluxo vesicoureteral ou
cicatrizes renais.
porque a indicação da antibio-ticoterapia imediata é correta, assim como a investigação morfológica
Correta a alternativa D:
com ultrassonografia. Indica-se a cintilografia com DMSA para episódios recorrentes de ITU febril em
lactentes devido ao risco de cicatrizes renais.

Incorreta a alternativa E, porque, ao aguardamos a urocultura para dar início ao tratamento, a criança fica sujeita a apresentar ITU
complicada e cicatrizes renais.

CAPÍTULO

m
9.0 PROFILAXIA

co
Caro aluno, este tópico ainda é motivo de muita controvérsia na literatura. Sua importância reside no fato que 15% a 20% dos pacientes
com ITU febril podem desenvolver cicatrizes renais e que as recidivas são frequentes.
O objetivo da profilaxia é a prevenção de recidivas e, por consequência, das sequelas renais.
As principais indicações para o seu uso são:
s.
• lactentes que apresentaram alterações na ultrassonografia renal antenatal ou atual,
• ITU febril com elevação da proteína C reativa;
• RVU graus 4 e 5;

eo

• Uropatias obstrutivas;
o

• ITU recorrentes (dois ou mais episódios de ITU alta, um episódio de ITU baixa e um de ITU alta, três ou mais episódios de
ub

cistite)
ro

A profilaxia deve ser mantida pelo menos até o término da investigação do trato urinário ou até a correção cirúrgica, se for o caso.
id
é

O uso de antibioticoprofilaxia é preconizado em doses menores, cerca de um terço a metade das doses terapêuticas, as quais são
o

suficientes para impedir a adesão e proliferação de bactérias no trato urinário. Sua administração deve ser feita à noite em dose única diária,

preferivelmente á noite.
a

As medicações profiláticas devem ter um baixo nível sérico e alto nível de concentração urinária, espectro adequado, baixo efeito na
dv
pi

flora intestinal, poucos efeitos colaterais e baixa resistência bacteriana. Assim como na escolha do agente microbiano para o tratamento da

ITU, na profilaxia deve-se respeitar o padrão de resistência e sensibilidade regional.


As drogas mais utilizadas em nosso meio para a antibioticoprofilaxia são:
me

• Cefalexina (neonatos e lactentes até 2 meses): 20 a 30 mg/Kg/dia;


• Nitrofurantoína (contraindicada abaixo de 2 meses): 1 a 2 mg/kg/dia;
• Sulfametoxazol-trimetroprim (atenção para o perfil de resistência bacteriana): 20 mg/Kg/dia.

Prof. Andrea Makssoudian | Curso Extensivo | 2023 24


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MED

FIQUE DE OLHO:
Estudos realizados com probióticos mostraram que eles não são eficazes na prevenção de ITU e podem
causar efeitos colaterais gastrointestinais.
O cranberry é um agente que impede a adesão de agentes microbianos à parede da bexiga, porém seus
benefícios na profilaxia de ITU ainda não foram comprovados em crianças.

Que tal treinarmos o que aprendemos até aqui?

CAI NA PROVA

m
(Centro Universitário Atenas – UNIATENAS – 2020) Em alguns casos de infecção do trato urinário em pediatria, depois de completado o

co
tratamento e no decorrer da investigação de possíveis alterações, a criança deve ser mantida em profilaxia com baixas doses de antibiótico.
Recomenda-se a utilização de quimioprofilaxia para a seguinte situação:

A) Refluxo vesicoureteral de grau 2.


s.
B) História familiar específica de malformações do trato geniturinário.
C) Incontinência urinária diurna.
D) Sexo feminino.
Nenhuma das alternativas anteriores.

E)
eo
o
ub

COMENTÁRIOS
ro
id
é

É preciso cuidado ao indicar a profilaxia para ITU, porque seu uso indiscriminado pode levar ao surgimento de cepas bacterianas
o

resistentes.

As alternativas A, B, C e D estão incorretas, porque não são condições que indiquem a necessidade de quimioprofilaxia para ITU.
a
dv
pi

Correta a alternativa E.

me

CAPÍTULO

10.0 INVESTIGAÇÃO POR IMAGEM


Ao realizarmos a investigação por imagem de crianças com diagnóstico confirmado de ITU, nosso objetivo é descartar malformações
que possam levar a ITUs de repetição e comprometimento da função renal.
Em nosso meio, a investigação por imagem do trato urinário é recomendada para todas as crianças que tiveram um diagnóstico
confirmado de ITU, independentemente de sexo e idade.

Prof. Andrea Makssoudian | Curso Extensivo | 2023 25


PEDIATRIA Infecção de Trato Urinário em Pediatria (ITU) Estratégia
MED

Parte-se da premissa de utilizar um método confiável com a menor dose de radiação ionizante, pois crianças são mais susceptíveis aos
efeitos da radiação.
Confira abaixo os principais exames indicados para essa avaliação:

• A ultrassonografia de rins e vias urinárias (USG) é o primeiro método diagnóstico a ser utilizado. Ela tem como objetivo
detectar malformações do sistema urinário. Como todo método de imagem, apresenta vantagens e desvantagens. Suas
principais vantagens são: precisão diagnóstica e a ausência de radiação ionizante. Suas desvantagens são: método examinador
dependente e nem sempre ser capaz de detectar RVU, cicatrizes renais e pielonefrite. Para sua realização, é necessária uma
hidratação prévia satisfatória. Esse exame não deve ser feito no quadro agudo, a não ser em casos severos, quando há suspeita
de complicações, como o abscesso renal.

• Ultrassonografia dinâmica das vias urinárias: diagnostica a disfunção miccional. Sua desvantagem é que o tempo de exame
é longo (40 a 60 minutos) e ela não é capaz de excluir o refluxo vesicoureteral.

m
• Urografia excretora: método utilizado antigamente e que nos dias de hoje tem sido substituído pelo DTPA e urorressonância,

co
devido à alta toxicidade induzida pelo contraste. É feito através da injeção de contraste endovenoso e realizadas radiografias
seriadas que detectam obstruções do trato urinário.

• Cintilografia renal com DMSA: é considerado o exame padrão-ouro na detecção de cicatriz renal, sendo indicado para todos
os lactentes com ITU febril, pacientes com quadro sugestivo de pielonefrite e pacientes com RVU. Indicado somente após 4 a 6
s.
meses após o tratamento do episódio inicial de infecção urinária.

• Cintilografia renal com DTPA: é um estudo cintilográfico dinâmico que é capaz de avaliar a função renal e a presença de
patologias obstrutivas do sistema urinário, como a hidronefrose e a estenose de junção ureteropiélica (JUP).

eo

Uretrocistografia miccional (UCM): exame radiológico que avalia a anatomia da bexiga e uretra. Esse método permite
o


ub

detectar a presença e graduar a gravidade do RVU. Recentemente, observou-se que também é capaz de indicar disfunções do
ro

trato urinário inferior.


id
é

• Tomografia computadorizada: indicada para avaliar complicações da pielonefrite aguda, como abscessos e coleções
o

perirrenais. As desvantagens desse método radiológico são a alta dose de radiação e a toxicidade do meio de contraste.

• Ressonância magnética: apresenta excelente resolução e não utiliza radiação ionizante, porém o longo tempo necessário
a

para sua realização dificulta sua utilização em crianças pequenas e lactentes, que necessitam de anestesia para a realização do
dv
pi

exame.

• Urorressonância funcional: método diagnóstico que permite diferenciar entre hidronefrose obstrutiva e não obstrutiva.

Até o momento, não há uma diretriz única que determine a melhor forma de investigar o trato urinário, mas há um consenso de que a
me

ultrassonografia é o método inicial a ser indicado para crianças menores de 2 anos com ITU febril.

Prof. Andrea Makssoudian | Curso Extensivo | 2023 26


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MED

Os exames subsequentes devem ser indicados de acordo com as condições apresentadas por cada paciente. Observe o quadro abaixo
que demonstra as principais diretrizes que tratam da investigação do trato urinário em crianças:

Diretriz Ultrassonografia Uretrocistografia miccional DMSA tardio

menores de 6 meses
Melbourne 2006 sim Não
ou USG alterado

Britânica-NICE 2007 <6 meses USG alterado e ou ITU atípica ITU atípica

DMSA fase aguda


TDA (top-down aproach) não DMSA alterado
alterado

m
Academia americana de
sim USG alterado e ou ITU atípica não
Pediatria 2011-2016

co
Sociedade Italiana de
sim USG alterado e ou ITU atípica usg alterado e ou RVU
nefrologia pediátrica

Sociedade Suíça de
s.
sim fatores de risco não
nefrologia pediátrica

Quadro 3: diretrizes de investigação do trato urinário.


Veja abaixo os critérios utilizados para o diagnóstico de ITU atípica e recorrente:


eo
o
ub

ITU atípica: ITU recorrente:


ro

9 Criança gravemente doente


id
é

9 Fluxo urinário fraco 9 2 ou mais episódios de pielonefrite


o

9 Massa abdominal ou vesical 9 1 episódio de pielonefrite e 1 de cistite


9 Aumento da creatinina 9 3 ou mais episódios de cistite


a

9 Falha de tratamento em 48 horas


dv
pi

9 Sepse

9 Infecção não E. coli


me

Sendo assim, é importante que você saiba que toda criança com ITU confirmada em nosso meio necessita
de um exame de ultrassonografia de rins e vias urinárias. Esse será o primeiro exame a ser solicitado. Caso sejam
encontradas alterações, a investigação deve prosseguir de acordo com a suspeita clínica.

USG: primeiro exame de investigação morfofuncional para crianças após o primeiro


episódio de ITU confirmada.

Observe como esse tópico é cobrado nos concursos:

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PEDIATRIA Infecção de Trato Urinário em Pediatria (ITU) Estratégia
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CAI NA PROVA

(HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN 2022) Criança do sexo feminino, com 5 meses e previamente hígida, apresenta quadro de irritabilidade,
dor abdominal, febre, mal-estar, náuseas e vômitos. Mãe nega episódios semelhantes anteriores. Realizado exame de urina com o seguinte
resultado: numerosos leucócitos; hemácias: 20.000 mL; nitrito positivo; presença de contagem bacteriana > 100.000 ufc/mL. Paciente foi
internada e, após 24 horas de tratamento com antibioticoterapia, recebe alta em bom estado geral e afebril. No seguimento ambulatorial. Em
relação à investigação por imagem desta criança, dentre as condutas abaixo, a melhor é

A) expectante e deve ser realizada após o segundo episódio de ITU.


B) realizar uretrocistografia miccional após urocultura negativa.
realizar ultrassonografia de rins e vias urinárias em até 6 semanas.

m
C)
D) realizar cintilografia renal com DMSA.

co
COMENTÁRIOS:

Incorreta a alternativa A: é preciso solicitar uma ultrassonografia com o intuito de identificarmos a presença de malformações que levem
s.
a episódios repetitivos de ITU.

Incorreta a alternativa B: a uretrocistografia miccional é indicada para investigação do refluxo vesicoureteral e deve ser solicitada caso a
ultrassonografia de rins e vias urinárias se encontre alterada e a suspeita seja de RVU.

eo

Correta a alternativa C: a ultrassonografia consiste no primeiro exame a ser solicitado após a confirmação de ITU febril.
o
ub

Incorreta a alternativa D: esse exame é indicado em algumas diretrizes em casos selecionados em que se observa o refluxo vesicoureteral,
ro

ITU duvidosa ou ultrassonografia alterada.


id
é
o

(UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS - UFGD 2020) Sobre a investigação da Infecção do Trato Urinário (ITU) na infância, é
correto afirmar que
a
dv
pi

A) toda criança que tenha diagnóstico de certeza de ITU deverá ser submetida à investigação por imagem, a fim de detectar possível má

formação do trato geniturinário.


B) a urocultura colhida por saco coletor tem alto valor preditivo positivo.
C) o tratamento da ITU deve ser iniciado apenas após o resultado positivo da urocultura, desde que coletada por método confiável.
me

D) a cintilografia renal com DMSA é o exame padrão-ouro na detecção de refluxo vesicoureteral em crianças.
E) o exame uretrocistografia miccional deixou de ser realizado em crianças, por não apresentar sensibilidade e especificidade maior que a
ultrassonografia de rins e vias urinárias.

COMENTÁRIOS

porque toda criança com diagnóstico confirmado de ITU deve ser submetida a investigação por imagem
Correta a alternativa A:
de trato urinário.

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PEDIATRIA Infecção de Trato Urinário em Pediatria (ITU) Estratégia
MED

Incorreta a alternativa B, porque a coleta de urina por saco coletor não é um método confiável e somente deve ser valorizada caso seu
resultado seja negativo.

Incorreta a alternativa C, porque a ITU é uma infecção potencialmente grave que pode levar a cicatrizes renais ou sepse caso não seja
tratada precocemente, sobretudo em lactentes. Assim, diante da suspeita de ITU através de quadro clínico compatível e exame de urina I
alterado, deve ser iniciada a antibioticoterapia empírica até o resultado da urocultura.

Incorreta a alternativa D, porque a cintilografia com DMSA é um método confiável para o diagnóstico de cicatrizes renais.

Incorreta a alternativa E, porque a uretrocistografia miccional é um exame de grande valia no diagnóstico do refluxo vesicoureteral e ainda
é utilizada nos dias de hoje.

(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE RJ 2017) Uma das complicações da infecção do trato urinário na criança é o aparecimento de cicatriz renal.

m
O exame de escolha para se observar a presença da cicatriz renal é:

co
A) EAS.
B) DTPA.
C) DMSA
D) Ultrassonografia.
s.
COMENTÁRIOS

Incorreta a alternativa A, porque EAS ou urina tipo I é um exame de triagem para ITU e não define a presença de cicatrizes renais.

eo
o

Incorreta a alternativa B, porque o DTPA é um estudo dinâmico e permite avaliar a função glomerular dos rins e a perviedade das vias
ub

urinárias.
ro

Correta a alternativa C: porque o DMSA é o exame ideal para avaliação de cicatriz renal após um episódio de ITU.
id
é

Incorreta a alternativa D, porque a ultrassonografia de rins e vias urinárias é utilizada para avaliar alterações anatômicas das vias urinárias
o

e complicações da ITU, mas não é capaz de definir a presença de cicatrizes renais.


a
dv
pi

CAPÍTULO

11.0 COMPLICAÇÕES
me

Como sabemos, a pielonefrite pode causar lesões no O fato de a ITU afetar lactentes jovens que não apresentam
parênquima renal com formação de cicatrizes renais. A hipertensão maturidade de seu sistema imunológico, predispõe essas crianças a
arterial secundária e graus variados de comprometimento da quadros de infecção hematogênica e sepse, piorando o prognóstico
função glomerular podem surgir após um ou mais episódios de a curto prazo.
pielonefrite em crianças. Sendo assim, um alto grau de suspeição é necessário para
Na fase aguda, o abscesso renal pode ser detectado, que essas crianças recebam seu tratamento precocemente,
principalmente em lactentes com ITU desencadeada por evitando, assim, danos permanentes ao parênquima renal.
disseminação hematogênica.

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CAPÍTULO

12.0 DISFUNÇÃO VESICAL E INTESTINAL (DVI)

Caro aluno, nesta parte do livro, você poderá conferir algumas atualizações sobre um tema que ainda
não têm sido muito cobrado nas provas, a DVI.
Contudo, essa condição é alvo de discussões cada vez mais frequentes entre os especialistas da área e,
certamente, será um tema mais prevalente em provas futuras.
Sendo assim, optei por inserir os principais highlights para que você fique familiarizado com esse tópico
e também atualizado.

m
A DVI consiste em uma causa frequente de ITU de repetição ou não a encoprese, em crianças que não apresentam história de

co
em crianças, por esse motivo, merece atenção especial. comprometimento neurológico.
Essa condição é caracterizada por sinais e sintomas A DVI pode ser encontrada em 30% a 50% das crianças em
intestinais e urinários que levam a alterações no enchimento e seu primeiro episódio. Sua causa mais comum é a hiperatividade
esvaziamento vesical, constipação intestinal funcional, associada do detrusor com disfunção miccional.
s.
Sua etiologia ainda não está bem estabelecida, contudo várias teorias tentam explicar esse fenômeno:

• Efeito mecânico: devido à impactação de fezes no reto, o que comprime a parede da bexiga;

eo

Alteração neurossensorial: interação entre as funções vesical e intestinal e


o


ub

• Contração inadequada do assoalho pélvico.


ro
id
é
o

Os sintomas da DVI apresentam um espectro variado, são eles:

• Aumento ou diminuição da frequência urinária;


a
dv
pi

• Manobras retentoras e de urgência: a criança utiliza manobras para adiar sua diurese (crianças que “seguram

a urina”);
• Manipulação dos genitais;
Incontinência urinária durante o dia;
me


• Jato urinário fraco ou interrompido;
• Dor abdominal e na região genital;
• Hiperemia de região vulvar (vulvovaginite);
• Enurese noturna;
• Constipação intestinal e
• Encoprese.

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O diagnóstico dessa condição é baseado em dados clínicos e exames laboratoriais e de imagem como:

• Exame de sedimento urinário;

• Ultrassonografia: pode detectar dilatação de vias urinárias, espessamento de parede vesical, ureterocele,
alteração parenquimatosa renal e resíduo miccional;

• Urofluxometria com eletromiografia e avaliação do resíduo miccional: permite avaliar a qualidade da micção
(tempo, fluxo e curva de micção);

• Uretrocistografia miccional: auxilia no diagnóstico de RVU, deformidades e dilatações vesicais e pode sugerir a
disfunção miccional e constatar a presença de fecaloma;

• DMSA: avalia a presença de cicatrizes renais;

m
• Radiografia de abdome: avaliação de fecaloma; e

co
• Ressonância nuclear magnética de coluna vertebral: avalia anormalidades anatômicas na coluna vertebral.
s.
O tratamento da DVI é direcionado à causa e deve incluir:

• Uroterapia que consiste em tratamento não medicamentoso e não cirúrgico através de mudanças
comportamentais;

eo

• Biofeedback de assoalho pélvico: tratamento de primeira linha para a DVI que ensina os pacientes a controlarem
o

o relaxamento do assoalho pélvico, contudo depende muito da maturidade e da colaboração da criança;


ub
ro

• Neuromodulação: nesse método, uma corrente elétrica é utilizada para modular as vias neurais; e
id

Tratamento da constipação intestinal.


é


o

O tratamento farmacológico consiste na utilização de O tratamento cirúrgico não é preconizado na maioria dos
a
dv

drogas anticolinérgicas que promovam o relaxamento do músculo casos, podendo ser utilizado, em casos selecionados, após a falha
pi

detrusor, reduzindo a incontinência. Outras drogas utilizadas são do tratamento clínico.


os alfabloqueadores, que melhoram o esvaziamento vesical, e a Vamos resolver duas questões sobre o que aprendemos até
toxina botulínica, que pode ser utilizada em casos refratários de aqui:
me

hiperatividade do detrusor.

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CAI NA PROVA

(UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 2021) Leia o caso clínico a seguir.


Escolar de oito anos, portador de incontinência urinária, em investigação etiológica da incontinência, foi submetido à realização
do estudo urodinâmico. O laudo do exame mostrou hiperatividade do músculo detrusor, sem resíduo pós-miccional.
Para o tratamento desse tipo de disfunção vesical, qual a medicação adequada?

A) Diuréticos.
B) Anticolinérgico.
C) Alfa-bloqueador.
D) Antidepressivo tricíclico.

m
COMENTÁRIOS:

Correta a alternativa B: co
Incorreta a alternativa A: porque os diuréticos não são indicados para o tratamento da DVI.

porque os anticolinérgicos causam relaxamento do músculo detrusor, atuando na causa da DVI.


s.
Incorreta a alternativa C: porque os alfa-bloqueadores são medicação de segunda linha para o tratamento da DVI.

Incorreta a alternativa D: porque os antidepressivos tricíclicos podem ser utilizados no tratamento da enurese noturna.

eo
o
ub

(HOSPITAL SANTA TERESA - 2014) Menina, 7 anos, apresenta incontáveis episódios de infecção do trato urinário, confirmados por urinocultura,
ro

desde os 2 anos de vida, sendo o último há mais de um ano. No momento queixa-se de urgência urinária com alguns episódios de incontinência.
id

Ultrassonografia abdominal e cintilografias com ácido dimercapto succínico (DMSA) e com ácido dietileno triamino penta-acético (DTPA)
é

normais. Uretrocistografia miccional revela dilatação da uretra e hipertrofia da parede da bexiga. A melhor abordagem terapêutica é:
o

A) estabelecer horários para micção e usar anticolinérgicos.


a

B) quimioprofilaxia antibiótica por tempo indeterminado.


dv
pi

C) correção cirúrgica da dilatação uretral.


D) usar antidepressivos tricíclicos.

COMENTÁRIOS
me

porque essa menina apresenta sintomas de disfunção vesical e deve receber orientações para esvaziamento
Correta a alternativa A: vesical completo e fazer uso de anticolinérgicos que promovam o relaxamento do músculo detrusor.

Incorreta a alternativa B, porque a profilaxia pode induzir o surgimento de cepas bacterianas mais resistentes e, como a paciente apresenta
sinais e sintomas de DVI, essa condição deve ser tratada para evitar novos quadros de ITU.

Incorreta a alternativa C, porque o tratamento cirúrgico da DVI somente é utilizado caso seja observada falha no tratamento clínico.

Incorreta a alternativa D, porque o uso de antidepressivos tricíclicos não é indicado no tratamento da DVI.

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CAPÍTULO

13.0 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL


Em meninas, as vulvovaginites podem causar sintomas ocasionando os sintomas de vulvovaginite. Esse tipo de condição
urinários semelhantes aos da cistite. Esse quadro deve ser deve ser prontamente diagnosticada e tratada, com o intuito de
controlado de forma adequada e a coleta de urina com assepsia evitar equívocos no diagnóstico da ITU.
rigorosa pode diferenciar as duas condições clínicas. A balanopostite em meninos também pode mimetizar
A oxiuríase é uma parasitose que pode causar vulvovaginites quadros de ITU e pode ser facilmente detectada por meio de um
em meninas; um de seus principais sintomas é o prurido anal e pode exame físico cuidadoso.
ocasionar agitação noturna e sono intranquilo. Essa verminose Agora é hora de reforçar os conceitos mais importantes:
pode levar bactérias da região anal para o introito vaginal,

m
co
s.
RESUMO

1. A ITU é a infecção bacteriana mais comum em lactentes.


eo
o

2. Até 1 ano de idade, a ITU predomina no sexo masculino e, após essa idade, é mais frequente em meninas.
ub

3. Seu diagnóstico e tratamento precoces permite a diminuição do risco de cicatrizes renais, que levam à
ro

hipertensão e insuficiência renal.


id
é

4. A ITU ocorre de forma ascendente, exceto no período neonatal, quando pode ocorrer por via hematogênica.
o

5. O agente etiológico mais comum é a Escherichia coli. O Proteus Sp é um agente comum em meninos não
circuncidados. Em adolescentes, ganha importância o Staphylococcus saprophytticus.
a
dv
pi

6. A cistite hemorrágica é ocasionada pelos adenovírus 11 e 21.


7. O diagnóstico é clínico e laboratorial. A urocultura é o exame padrão-ouro.


8. Em pacientes sem controle do esfíncter vesical, a urina deve ser colhida por meio de PSP ou sondagem vesical. Em pacientes com
esse controle, a urina deve ser colhida pelo jato médio.
me

9. O resultado da urocultura depende do método de coleta.


10. O tratamento pode ser realizado com antimicrobianos por via oral, exceto em lactentes menores de 3 meses, pacientes com
vômito, casos de sepse e na impossibilidade de tratamento oral.
11. A investigação por imagem deve ser feita em todas as crianças com ITU confirmada, iniciando-se pela ultrassonografia.
12. O DMSA é o exame padrão-ouro para o diagnóstico de cicatriz renal.
13. A UCM está indicada em casos de suspeita de disfunção vesical e suspeita de RVU.

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CAPÍTULO

15.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1. JERARDI, KE; JACKSON, EC. Urinary Tract Infections.
2. Disfunção Vesical e Intestinal na Infância. Documento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento Científico de
Nefrologia, maio de 2019.
3. In: KLIEGMAN, RM; ST GEMEIII, JW; BLUM, NJ. Nelson Textbook of Pediatrics. 21ed, 2019 cap.: 553.
4. Infecção Urinária. Dezembro de 2016. Documento Científico do Departamento de Nefrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
5. COSTA, LR; MACHADO, GR. Condutas diagnósticas em infecção do trato urinário em lactentes. RECMVR 2018 Mar; 1:31-39.
6. TEIXEIRA, CB; CANÇADO, MA; CARVALHAES, JT. Refluxo vesicoureteral primário na infância: tratamento conservador versus intervenção
cirúrgica. J Bras Nefro. 2014;36(1)10-17.

m
7. DAHIYA, A; GOLDMAN, RD. Management of asymptomatic bacteriúria in children. Can Fam Physician, 2018 Nov(11): 821, 822, 824.

co
8. OGHLANIAN, K; FLOMENBERG, PF. Patogênese, epidemiologia e manifestações da infecção por adenovírus. Uptodate dez 2021.
9. SHAIKH, N; HOBERMAN, A. Infecções do trato urinário em bebês com mais de 1 mês e crianças pequenas: manejo agudo, imagem e
prognóstico. Uptodate dez 2021.
10. SHAIKH, N; HOBERMAN, A. Infecções do trato urinário em crianças: epidemiologia e fatores de risco. Uptodate, dez 2021
s.
11. SILVA, JM; CARDOSO, LS; OLIVEIRA, EA. Infecção do Trato Urinário. In: Tratado de Pediatria 4ª. Ed. 2017. Chap:2.
12. HERREROS, FML; GONZÁLEZ, MN; TAGARRO GA, et al. A new technique for fast and safe collection of urine in newbornsArchives of
Disease in Childhood 2013;98:27-29.

eo
o
ub

CAPÍTULO
ro

16.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


id
é

Prezado aluno,
o

Como esse tema é muito cobrado em provas, deve ser estudado com muita atenção. Caso surja alguma dúvida, ficarei à disposição no
a

fórum de dúvidas e também nas redes sociais.


dv
pi

Estamos juntos neste caminho, seja persistente que alcançará seus objetivos!

Ótimo estudo!
me

Abraços,
Andrea Makssoudian

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