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co
s.

eo

P R O F . B A R B A R A D ’ A L E G R I A
o
ub
ro

M E D I DAS D E SAÚ D E
id
é
o

C O L E T I VA - PA R T E 3 :

a
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I N D I CA D O R E S D E M O G R Á F I C O S
pi

+ T R A N S I ÇÃO D E M O G R Á F I CA
me

- E P I D E M I O LÓ G I CA
Prof. Bárbara D’Alegria| Medidas de Saúde Coletiva - Parte 3: Indicadores Demográficos
MEDICINA PREVENTIVA 2
e Transição Demográfica - Epidemiológica

APRESENTAÇÃO:

PROF. BÁRBARA
D’ALEGRIA

m
Olá, Estrategista! Tudo bem com você? É um prazer

co
reencontrá-lo em mais um resumo de Medicina Preventiva!
Nesta edição, você vai encontrar a última parte das medidas
de saúde coletiva (parte 3), além das transições demográfica e
epidemiológica! Portanto, esse é um resumo no melhor estilo “2
s.
em 1”, já que temos dois livros digitais integrados em um único
volume. Por isso, temos pela frente um número de páginas um
pouco maior do que o habitual.

eo

E por que optamos por essa estrutura?


o

A engenharia reversa mostrou que os indicadores


ub

demográficos e socioeconômicos, bem como as transições


ro

demográfica e epidemiológica, são assuntos que as bancas


id

costumam misturar na mesma questão. Por isso, fica mais prático


é

se você estudar esses tópicos de forma unificada.


o

Então, aperte o cinto e vamos voar em direção a sua vaga


de Residência Médica!
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Vejo você na engenharia reversa! #R1em2022!


Grande abraço,
Bárbara D’Alegria
me

Estratégia MED @prof.barbaradalegria

@estrategiamed t.me/estrategiamed

@estrategiamed /estrategiamed

Estratégia
MED
Medidas de Saúde Coletiva - Parte 3: Indicadores Demográficos
MEDICINA PREVENTIVA e Transição Demográfica - Epidemiológica Estratégia
MED

SUMÁRIO

1.0 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA - PARTE 3 4


1 .1 ENGENHARIA REVERSA 4

1 .2 INDICADORES DEMOGRÁFICOS 5

1.2.1 COEFICIENTE GERAL DE NATALIDADE 5

1.2.2 TAXAS DE FECUNDIDADE 6

1.2.3 TAXA DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO 8

m
1.2.4 MEDIANA DE IDADE E PIRÂMIDES ETÁRIAS 10

co
1.2.5 PROPORÇÃO DE IDOSOS 13

1.2.6 ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO 14

1.2.7 RAZÃO DE DEPENDÊNCIA 15


s.
1.2.8 ESPERANÇA OU EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER 17

1.2.9 RAZÃO DE SEXOS 20

1 .3 INDICADORES SOCIOECONÔMICOS 20

eo

1.3.1 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) 21


o
ub

1.3.2 ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL (IVS) 22


ro

2.0 TRANSIÇÕES DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA 25


id
é

2 .1 ENGENHARIA REVERSA 25
o

2 .2 TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 26
a

2.2.1 TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA BRASILEIRA 29


dv
pi

2 .3

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 30

2.3.1 TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA BRASILEIRA 33


me

2 .4 ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE BRASILEIRA 35

2.4.1 PERFIL DE MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CAUSAS 35

2.4.2 PERFIL DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR CAUSAS 36

2.4.3 PERFIL DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) 37

2.4.4 PERFIL DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS 38

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2.4.5 PERFIL DAS DOENÇAS INFECTOPARASITÁRIAS 39

2.4.6 PERFIL DA MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL 41

2.4.7 MORTALIDADE MATERNA 43

2.4.8 MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE PREFERENCIAL PARA A SITUAÇÃO DO BRASIL 45

3.0 LISTA DE QUESTÕES 47


4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 50

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Medidas de Saúde Coletiva - Parte 3: Indicadores Demográficos
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MED

CAPÍTULO

1.0 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA - PARTE 3


1. 1 ENGENHARIA REVERSA
As medidas de saúde coletiva (MSC) são o 4º tema mais 33,33% (eles foram descritos no 2º resumo);
cobrado em Medicina Preventiva, uma vez que correspondem a • os indicadores demográficos ocupam o 3º lugar, com 7,33%
8,64% do total de questões desse bloco. das questões (eles serão descritos aqui).
Por sua vez, quando avaliamos a distribuição desse assunto, Além disso, falaremos também sobre os indicadores
verificamos que: socioeconômicos. Eles são pouquíssimo prevalentes – contribuem
• os indicadores de morbidade são os mais cobrados, apenas com 0,99% das questões de medidas de saúde coletiva.
No entanto, falaremos brevemente sobre essa classe porque

m
totalizando 50,44% das questões de MSC (essa classe foi descrita
no 1º resumo); ela despenca em algumas bancas específicas, como é o caso do

co
• os indicadores de mortalidade ocupam o 2º lugar, com Hospital Israelita Albert Einstein.

50,44
s.
50

40

eo

33,33
o
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30
ro
id
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20
o

10 7,33
5,33
a
dv

2,47
pi

0,99 0,49 0

0
Indicadores Indicadores Indicadores Miscelâena Conceitos Indicadores Indicadores Indicadores
de morbidade de mortalidade demográficos básicos socioeconômicos de cobertura de recurso
me

Gráfico 1. Distribuição das questões de medidas de saúde coletiva. Amplie a imagem para ver com melhor resolução. Zoom ideal: 160%.

A engenharia reversa não encontrou questões sobre os indicadores de recursos. Por isso, é nula a contribuição deles na
estatística do gráfico acima.

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1. 2 INDICADORES DEMOGRÁFICOS

Nesta seção, vamos revisar rapidamente 9 indicadores demográficos. A engenharia reversa mostrou que o de
maior prevalência nas provas é a esperança ou expectativa de vida ao nascer.

1.2.1 COEFICIENTE GERAL DE NATALIDADE

m
O coeficiente geral de natalidade (CGN), também conhecido como taxa bruta de natalidade, é o indicador que informa o número de
nascidos vivos em relação à população total.

co
Coeficiente geral de natalidade = Número de nascidos vivos x 1.000
População total
s.
Por exemplo, suponha que a fictícia cidade de Arumã estimou 16.000 habitantes em 01/07/2020 (geralmente, utilizamos

eo

registrou 1.280 nascimentos vivos ao longo do ano de 2020. a população que existia na metade do período considerado).
o

Nesse mesmo ano, ocorreu um censo demográfico na região que Portanto, o coeficiente geral de natalidade será igual a:
ub
ro
id
é
o

CGN = (1.280/16.000) x 1.000 = 80 nascimentos por mil habitantes.



a
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Esse indicador é influenciado pela estrutura etária e pela estamos em franca transição demográfica.

proporção entre homens e mulheres da população. Portanto, para Além disso, os dados referentes ao número de nascidos
compararmos duas regiões diferentes, é necessário padronizá-lo. vivos são obtidos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
me

Desde 1960, o coeficiente geral de natalidade vem (SINASC).


diminuindo gradativamente no Brasil, o que demonstra que

A engenharia reversa não detectou questões exclusivas sobre esse indicador. Ele geralmente aparece como alternativa de
outros tópicos.

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1.2.2 TAXAS DE FECUNDIDADE


A fecundidade é o número de filhos tidos por uma mulher reprodutiva propriamente dita da mulher, a qual vai diminuindo
ao final do seu período reprodutivo, que vai dos 15 aos 49 anos. conforme ela envelhece. Por exemplo, a fertilidade de uma
Cabe ressaltar que apenas os filhos que nasceram vivos devem ser mulher aos 40 anos é menor do que aos 20, o que vai interferir na
contabilizados. Portanto, a fecundidade não é igual ao número de fecundidade específica por idade.
gestações. A literatura epidemiológica mostra que existem três tipos de
É importante não confundir fecundidade com fertilidade. indicadores de fecundidade, a saber:
Esse último termo é biológico, isto é, significa a capacidade

Taxa de fecundidade geral (também conhecida como taxa bruta de fecundidade) – TFG

m
É o indicador que informa a média geral da fecundidade reprodutivo que existiam na localidade na metade do período

co
naquele local para o referido ano. Para o seu cálculo, dividimos considerado – nesse sentido, se o período é o ano de 2020, então
o número de nascidos vivos em um determinado período (por contamos o número de mulheres em idade fértil em 01/07/2020.
exemplo, o ano de 2020) pelo número total de mulheres em período
s.
Número de nascidos vivos em uma determinada localidade, em um intervalo de tempo
TFG = x 1.000
População de mulheres em idade fértil naquela localidade, na metade do intervalo de tempo

eo
o
ub

Taxa de fecundidade específica por idade – TFE


ro
id

É o indicador utilizado para avaliar a fecundidade em uma idade específica, levando em consideração que essa idade precisa fazer parte
é

do período reprodutivo (isto é, dos 15 aos 49 anos). Por exemplo, se quisermos calcular a fecundidade específica aos 18 anos no ano de 2020,
o

temos que:
a
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pi

TFE = Número de nascidos vivos de mães com 18 anos, em uma localidade no ano de 2020
x 1.000

População de mulheres com 18 anos naquela localidade em 01/07/2020


me

Taxa de fecundidade total – TFT

É o somatório de todas as fecundidades específicas calculadas Esse é o cálculo mais acurado de fecundidade, uma vez que
em cada idade do intervalo de 15 e 49 anos. ele não fornece uma média geral, como na TFG. Como a fecundidade
Por exemplo, calculamos a taxa de fecundidade específica diminui com o avanço da idade, a TFT fornece o indicador de forma
para os 15, 16, 17 até os 49 anos, e depois somamos todas essas 35 mais fidedigna, porque é o somatório de todas as fecundidades
fecundidades específicas, já que existem 35 faixas etárias entre 15 e ao longo do período reprodutivo. Além disso, ele não precisa ser
49 anos – por isso, o indicador chama-se fecundidade total. padronizado.

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TFT = ∑ Taxas de fecundidade específicas por idade (somatório das fecundidades entre 15 e 49 anos)

Observe, portanto, que a diferença entre os indicadores de fecundidade, ela estará falando sobre a média de fecundidade da
fecundidade está no tipo de cálculo efetuado! população; quando a banca falar em taxa total, ela estará falando
Ainda, grave isso: quando a banca falar em taxa geral de sobre o somatório das fecundidades específicas. Combinado?

Média de fecundidade
Geral da população geral

m
TAXA DE

co
FECUNDIDADE

Soma das taxas


Total
específicas por idade
s.
Figura 1. Tipos de fecundidade. Enquanto a taxa geral é a média da população, a taxa total é um indicador mais acurado, porque é o somatório das taxas específicas
por idade. Fonte: Estratégia MED.

eo
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Até agora, a preferência das bancas é pela taxa de fecundidade geral. Além disso, a engenharia reversa mostrou que existem
ub

poucas questões sobre as taxas de fecundidade. A última vez que elas foram cobradas nas provas de Residência Médica foi no ano de
ro

2018.
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A principal “pegadinha” é a seguinte: as bancas sempre colocam, entre as alternativas, o cálculo da taxa de fecundidade geral
o

tendo como denominador a população total de mulheres da localidade. Porém, lembre-se de que esse indicador é calculado com a

população de mulheres entre 15 e 49 anos. Portanto, a quantidade de mulheres fora dessa faixa etária não entra no denominador.
a
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Nos últimos anos, com o processo de transição demográfica, a taxa de fecundidade geral no Brasil caiu de 6,30 filhos por mulher (1960)
para 1,76 filho por mulher em 2015 (MEDRONHO et al., 2009).
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1.2.3 TAXA DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO


O crescimento absoluto ou demográfico informa, de maneira diferença entre o número de “entradas” na população (nascimentos
bruta, quanto uma determinada população cresceu (ou reduziu) + imigrações) e o número de “saídas” (óbitos + emigrações).
ao longo de um intervalo de tempo. Ele é calculado por meio da

Crescimento populacional = (nº de nascimentos + imigrações) – (nº de óbitos + emigrações)

Por exemplo, suponha que a fictícia cidade de Arumã registrou 100 nascimentos e 80 óbitos ao longo de 2020. Ainda, o município
recebeu 20 imigrantes, enquanto 30 moradores deixaram a região. Portanto, a população aumentou em 10 habitantes.

m
co
Crescimento populacional = (100 + 20) – (80 + 30) = 120 – 110 = 10 habitantes
s.

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Figura 2. Variáveis que interferem no crescimento populacional. Vamos fazer uma analogia: o número de habitantes é o número de bolinhas dentro da urna. O número
de nascimentos e o número de imigrações são as mãos que lançam as bolas dentro das urnas. Em contrapartida, os óbitos e as emigrações são as saídas por meio
das quais as bolas são drenadas da urna. O tamanho da população vai depender da diferença entre o número de habitantes que “entram” na localidade – seja por
nascimento, seja por imigração – e do número de habitantes que deixam a localidade – seja por óbito, seja por emigração. O mesmo acontece com o nível de bolas da
urna supracitada: vai ser a diferença entre o número absoluto de bolas que entram e que saem.

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Por sua vez, quando dividimos o crescimento populacional pelo intervalo de tempo em que ele ocorreu, temos a taxa de crescimento
da população.

“Taxa de crescimento da população é o percentual de incremento médio anual da população residente em determinado espaço
geográfico, no período considerado” (RIPSA, 2012).

Por exemplo, se a taxa de crescimento populacional for a Residência Médica.


igual a 3,2% ao ano, significa que aquela população aumenta o seu Ao contrário do crescimento absoluto, o crescimento
quantitativo de pessoas em 3,2% a cada 12 meses. O cálculo da vegetativo desconsidera os fluxos migratórios e utiliza apenas a

m
taxa de crescimento é complexo e foge ao escopo dos estudos para diferença entre a natalidade e a mortalidade:

co
Crescimento vegetativo = nº de nascimentos – nº de óbitos
s.
Portanto, no caso da cidade de Arumã, teríamos um crescimento vegetativo igual a:

Crescimento vegetativo = 100 – 80 = 20 habitantes



eo
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Crescimento • Nascimentos - Óbitos


id
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absoluto • Imigrações - Emigrações


o

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Crescimento • Nascimentos - Óbitos


vegetativo • Imigrações - Emigrações


me

Figura 3. Diferença entre crescimento absoluto e crescimento vegetativo. No crescimento absoluto, levamos em consideração as estatísticas vitais (nascimentos e
óbitos) e o fluxo migratório (imigrações e emigrações). Já no crescimento vegetativo, levamos em consideração apenas as estatísticas vitais (nascimentos e óbitos).
Para visualizar a figura com melhor resolução, amplie o zoom até 160%.

Quando o número de nascimentos (coeficiente de natalidade) populacional, mais crianças e adolescentes existirão na sociedade,
supera muito o número de óbitos (coeficiente de mortalidade), o que diminui a mediana de idade da população.
temos uma explosão demográfica. Em contrapartida, se a taxa de mortalidade superar a taxa
Além disso, quanto maior for a taxa de crescimento de natalidade, então teremos um crescimento vegetativo negativo,

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o que indica redução populacional (isto é, mais pessoas morrem negativo.


do que nascem). O termo “negativo” pode soar estranho em um Para 2020, é esperada uma diminuição no ritmo de
primeiro momento, já que não é possível “crescer” abaixo de zero, crescimento da população mundial, inclusive do Brasil, já que o
mas ele é utilizado porque o resultado da equação acima recebe o coeficiente geral de mortalidade aumentou consideravelmente
sinal de “menos” como sinal matemático, indicando um número em virtude da pandemia de covid-19.

1.2.4 MEDIANA DE IDADE E PIRÂMIDES ETÁRIAS

As pirâmides etárias são dispositivos gráficos que permitem 5 a 9 anos; 10 a 14 anos, e assim por diante), e cada grupo etário
avaliar a distribuição dos indivíduos de uma localidade segundo a é formado por duas barras (a masculina e a feminina). No entanto,

m
idade e o gênero. é possível que você encontre algumas pirâmides que apresentam
Por exemplo, observe que a pirâmide é dividida por um eixo mais de 16 grupos etários, já que alguns autores gostam de

co
central em duas partes: esquerda e direita. O grupo dos homens estratificar um pouco mais, podendo chegar ao grupo que contém
encontra-se à esquerda do eixo principal, enquanto o grupo das os indivíduos com 100 anos.
mulheres está à direita. A representação clássica de uma pirâmide é na forma
Ainda, veja que cada barra corresponde a determinado grupo triangular simétrica, isto é, a base é mais larga que o ápice e os
s.
etário de determinado gênero. Por exemplo, a barra marcada com lados direito e esquerdo são iguais, o que pressupõe que cada grupo
a seta vermelha representa o grupo dos homens entre 30 e 34 anos etário tem 50% de homens e 50% de mulheres. No entanto, esse
de idade. Do lado direito, temos uma segunda barra, a de mulheres dispositivo gráfico pode assumir formatos diferentes dependendo

eo

entre 30 e 34 anos. da mediana de idade da população e da proporção entre homens


o

Classicamente, as pirâmides apresentam 16 grupos etários, e mulheres em cada grupo etário.


ub

cada um deles englobando uma faixa etária de 5 anos (0 a 4 anos;


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75-79
o

70-74

65-69
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60-64
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pi

55-59

50-54

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40-44
me

35-39

30-34

25-29
20-24

15-19
10-14

5-9
0-4

HOMENS MULHERES
Figura 4. Pirâmide etária ou populacional em sua forma clássica. Cada barra indica determinado grupo etário de um dos gêneros (masculino ou feminino). A base
alargada e o ápice estreito indicam uma população jovem.

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Vamos começar pela influência da mediana de idade. Sim, se a idade do indivíduo que ocupa o 13º lugar for igual a 15 anos,
parece que eu falei grego, mas vou explicar melhor: a mediana é o por exemplo, então temos 12 indivíduos concentrados em apenas
valor que divide a população em duas partes iguais. 3 grupos etários (0 e 15 anos de vida) e os outros 12 distribuídos ao
Por exemplo, suponha um vilarejo com 25 moradores, longo dos outros 13 grupos restantes! Isso faz com que a pirâmide
considerando que eles estão dispostos em ordem crescente de tenha uma base muito larga (afinal, metade dos indivíduos estão
idade. Nesse sentido, nós vamos procurar pelo habitante que está concentrados nos 3 primeiros grupos) e um ápice estreito.
na posição 13, uma vez que é essa a posição que vai dividir o grupo Em contrapartida, se a idade do indivíduo que ocupa a 13ª
em duas metades com 12 indivíduos cada. Veja que o indivíduo na posição for igual a 60 anos, então o oposto acontecerá: teremos
posição 13 não é contabilizado, porque ele é a própria mediana. os 12 primeiros indivíduos distribuídos ao longo de 12 grupos
Abaixo dele, estão os 12 indivíduos mais jovens da população e, etários, mas os outros 12 moradores estarão concentrados nos 4
acima dele, os 12 mais velhos. últimos grupos. Logo, a pirâmide inverte o formato, assumindo um

m
Agora vem o voo da coruja ápice largo (afinal, metade da população está no topo de idade),
Considerando que a pirâmide enquanto a base será mais estreita.

co
etária representa 16 grupos etários,
s.

eo
o
ub
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Figura 5. Mediana de idade da população e sua influência no formato da pirâmide etária. Observe que, se a mediana de idade for baixa, então metade da população
estará concentrada nos primeiros grupos etários, formando uma pirâmide de base larga e um ápice estreito. É por isso que dizemos que uma população jovem tem
esse formato de pirâmide. Em contrapartida, se a mediana de idade for alta, então metade da população estará concentrada no ápice. É por isso que dizemos que
me

populações mais velhas têm pirâmides de ápice largo, mas de base estreita.

Você não precisa decorar os formatos de pirâmide, apenas compreender que quanto maior for a mediana de idade, mais
estreita será a base da pirâmide e mais largo será o seu ápice. Logo:
→ populações com grande número de indivíduos jovens (principalmente crianças e adolescentes) têm base larga e ápice
estreito.
→ populações com grande número de idosos apresentam base estreita e ápice alargado.

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Por isso, conforme a mediana de idade da população proporção de crianças e adolescentes está diminuindo, enquanto o
aumenta (isto é, conforme a população envelhece), é perceptível número de idosos está aumentando. Esse é um ponto importante
a diminuição progressiva da base da pirâmide e o alargamento do processo de envelhecimento populacional e falaremos sobre
concomitante do ápice. Essas modificações indicam que a isso daqui a pouco.

m
Figura 6. Efeito do envelhecimento populacional no formato das pirâmides etárias. Conforme a mediana de idade aumenta, a base vai ficando mais estreita e o ápice,

co
mais largo.

Agora, vamos estudar a influência da proporção entre esquerdo = lado direito), mas se a população apresentar mais
s.
homens e mulheres. A simetria da pirâmide é afetada diretamente mulheres do que homens em alguns grupos etários, por exemplo,
pela proporção entre homens e mulheres em cada grupo etário. veremos uma assimetria no gráfico, na qual as barras da direita
Observe que todas as pirâmides acima são simétricas (isto é, lado serão mais compridas que as da esquerda.

eo
o
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75-79
ro

70-74

65-69
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60-64
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55-59

50-54
a

45-49
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40-44

35-39

30-34

25-29
me

20-24

15-19

10-14

5-9
0-4

HOMENS MULHERES

Figura 7. Pirâmide etária de uma população com predominância de mulheres. Observe que a proporção desigual entre homens e mulheres em determinados grupos
etários faz com que a pirâmide fique assimétrica (isto é, um dos lados será mais largo do que o outro).

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1.2.5 PROPORÇÃO DE IDOSOS

A definição de idoso muda de acordo com o que a localidade 60 anos. Essa também é a idade considerada pelas provas de
acredita ser um indivíduo idoso. Por exemplo, para algumas nações, Residência Médica.
uma pessoa idosa é aquela que tem idade igual ou superior a 65 A proporção de idosos é, portanto, a porcentagem de
anos. Não é isso que acontece no nosso país: de acordo com a indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos em uma
Política Nacional do Idoso (publicada pela primeira vez em 1994 determinada comunidade.
– Lei nº 8.842), a população idosa brasileira é aquela a partir dos

Proporção de idosos = Número de indivíduos ≥ 60 anos


x 100

m
População total*

*Como estamos diante de um indicador que usa a idade, excluímos do denominador os indivíduos com idade ignorada.

co
Que tal um exemplo? Suponha que uma determinada população tem 25 pessoas; destas, 8 têm idade igual a 60 anos ou mais. Qual será
a proporção de idosos naquela comunidade? Exatamente! 32%!
s.

eo
o
ub
ro
id
é
o

a
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pi

Figura 8. Grupos etários em uma determinada população. Para o estudo da demografia, costuma-se dividir os habitantes em três grupos principais: menores de 15

anos, indivíduos entre 15 e 59 anos e idosos (≥ 60 anos). Como o conceito de idoso muda segundo a referência, é provável que você encontre livros de epidemiologia
que informam que a proporção de idosos é a partir dos 65 anos. No entanto, no Brasil, o nosso grupo de idosos é contabilizado a partir dos 60 anos. A proporção de
idosos, por sua vez, é utilizada para o cálculo do índice de envelhecimento e da razão de dependência.
me

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No Brasil, o número de mulheres idosas tem superado o número de homens idosos, já que as mulheres vivem mais do que os homens.

A engenharia reversa mostrou que as bancas não costumam cobrar a proporção de idosos isoladamente, e sim em conjunto
com outros indicadores.

1.2.6 ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO


A engenharia reversa mostrou que esse indicador já apareceu Ainda, embora a última questão sobre esse indicador seja

m
12 vezes em provas anteriores. Destas, 4 foram nas provas da de 2018, o Brasil está em franco processo de envelhecimento
UNIFESP! Sim, essa banca AMA o índice de envelhecimento e eu populacional; logo, é possível que novas questões apareçam nos

co
não aconselho que você preste esse concurso sem conhecer esse próximos concursos.
indicador.
s.
Geralmente, as questões querem saber se o candidato conhece a fórmula do referido indicador.

eo

Mas, afinal, o que é o índice de envelhecimento? (ou seja, a proporção de idosos) e o número de indivíduos menores
o
ub

É a razão entre o número de indivíduos com 60 anos ou mais de 15 anos. O resultado é fornecido em porcentagem (%).
ro
id
é

Índice de envelhecimento = Número de indivíduos ≥ 60 anos


o

x 100

Número de indivíduos < 15 anos


a
dv
pi

me

Figura 9. O índice de envelhecimento é a razão entre os indivíduos idosos (> 60 anos) e os menores de 15 anos (ou 0 a 14 anos).

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Alguns autores consideram que o numerador do índice de envelhecimento deve ser composto da população com idade igual
ou superior a 65 anos. No entanto, conforme mencionado no item 1.2.5, tudo depende do conceito de idoso utilizado pelo autor. No
Brasil – e para as provas de Residência Médica –, idoso é o indivíduo a partir dos 60 anos.

1.2.7 RAZÃO DE DEPENDÊNCIA

A razão de dependência, como o próprio nome sugere, de base estreita e ápice largo), maior será a proporção inativa

m
é a razão entre a parcela da população que é considerada daquela sociedade, o que provocará altos encargos assistenciais e
economicamente dependente (< 15 anos + ≥ 60 anos) em relação previdenciários. Isso porque um pequeno grupo será responsável

co
à parcela que é considerada produtiva (indivíduos com idade entre por sustentar uma boa parte dos indivíduos da localidade. Logo, a
15 e 59 anos). Observe que a proporção de idosos faz parte desse razão de dependência será elevada.
indicador. Nesse sentido, valores superiores a 1 indicam que os
Em outras palavras, esse indicador informa a proporção encargos são elevados para a PEA, pois ela acaba “sustentando” a
s.
de indivíduos que deve ser “sustentada” pela parcela produtiva. parcela inativa (RIPSA, 2012).
Por isso, quanto mais idosa for a população (pirâmide etária

eo
o

Razão de dependência = Indivíduos entre 0 e 14 anos (ou < 15 anos) + indivíduos ≥ 60 anos
x 100
ub

Indivíduos entre 15 e 59 anos


ro

ou
id
é
o

Razão de dependência = População economicamente inativa x 100


População economicamente ativa


a
dv
pi

me

Figura 10. A razão de dependência é o indicador que reflete quanto a população produtiva precisa esforçar-se para dar suporte à população dependente (que são os
menores de 15 anos mais a proporção de idosos).

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Para você entender melhor, considere a imagem acima, na população dependente – e veja bem, aqui não fazemos julgamento
qual um grupo de pessoas tenta atravessar um rio. Na situação 1, de valor quanto a isso! Direitos adquiridos, como a aposentadoria,
observe que temos 6 indivíduos jovens (B) carregando um barco, são pertinentes e não serão julgados. O que eu quero que você
que apresenta 3 menores de 15 anos (A) e 2 idosos (C). Portanto, 6 observe é que a diminuição da parcela produtiva em populações
indivíduos esforçam-se para carregar 5. que estão envelhecendo (como o Brasil) pode ser um grande
Agora, observe a situação 2: temos 4 indivíduos jovens (B), 3 problema se a comunidade não se preparar adequadamente para
menores de 15 anos (A) e 5 idosos (C). Portanto, apenas 4 jovens se o seu envelhecimento.
esforçam para carregar 7 pessoas. Vai ficar mais difícil ou não? Sem Ainda, observe que a razão de dependência trabalha com
dúvidas, vai! É isso que acontece quando uma população envelhece: os três grupos etários principais da população, enquanto o índice
a parcela produtiva terá de fazer mais esforço para arcar com os de envelhecimento trabalha apenas com as parcelas consideradas
custos previdenciários e de saúde dos serviços utilizados pela dependentes (veja a imagem a seguir).

m
75-79
70-74

co C
s.
C 65-69 Índice de
= x 100
60-64 envelhecimento
55-59

50-54

45-49

40-44

B 35-39
eo

30-34 C +
o

25-29 Razão de
= x 100
ub

20-24 dependência
15-19 B
ro

10-14

5-9
id
é

0-4

HOMENS MULHERES
o

a

Figura 11. O índice de envelhecimento e a razão de dependência utilizam praticamente os mesmos grupos etários populacionais. A diferença está no tipo de relação
dv
pi

que estabelecemos entre esses grupos. Enquanto no índice de envelhecimento nós dividimos a proporção de idosos (A) pelo número de menores de 15 anos (C) – isto
é, trabalhamos apenas com as proporções consideradas dependentes –, na razão de dependência, somamos essas duas parcelas (A + C) e dividimos pelo número de

indivíduos produtivos (B).


me

A engenharia reversa detectou poucas questões sobre a razão de dependência. Geralmente, essas questões estão associadas
aos outros tópicos.

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1.2.8 ESPERANÇA OU EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER


A expectativa ou esperança de vida ao nascer é “o número apresentam uma determinada característica em comum. Pode ser
esperado de anos a serem vividos, em média, pelos indivíduos o mesmo gênero, a mesma profissão, a mesma doença ou qualquer
integrantes de uma coorte” (MEDRONHO et al., 2009). outra característica.
Uma coorte nada mais é do que um grupo de indivíduos que

No caso da esperança de vida ao nascer, o ponto em comum é o ano de nascimento.

m
Portanto, nós vamos calcular o tempo médio de vida vida deles.
esperado para o grupo de crianças que nasceu naquele ano em De igual forma, se eu disser que a esperança de vida ao

co
curso, desde que as condições existentes no ano em que nasceram nascer para 2018 foi igual a 76,3 anos, então você já sabe que esse
se mantenham ao longo da vida! é o tempo médio de vida esperado para os indivíduos que nasceram
Por exemplo, no Brasil, a esperança de vida ao nascer em naquela ocasião (IBGE, 2020).
2017 era igual a 76 anos. Isso quer dizer que esse é o tempo médio E como esse tempo esperado de vida é calculado? Por
s.
de vida esperado para o grupo (ou coorte) que nasceu naquele ano, meio da observação da média de idade dos óbitos que ocorreram
caso as condições de vida se mantenham iguais ao longo de toda a naquele ano! Em outras palavras:

eo

A expectativa de vida é baseada na média de idade com que a população morre.


o
ub
ro
id
é

O cálculo em si é mais complexo e foge ao escopo deste Nesse sentido, tragédias naturais, como tsunamis e furacões,
o

resumo, mas, em linhas gerais, suponha que a média de idade dos bem como grandes epidemias, podem diminuir a expectativa

óbitos no Brasil, em 2015, foi igual a 75 anos. Essa será a expectativa de vida de uma localidade. Por exemplo, se uma determinada
a

de vida dos indivíduos nascidos em 2015. localidade é devastada por alguma tragédia natural ou por uma
dv
pi

O cálculo da expectativa de vida é complexo e foge ao epidemia que aumente a mortalidade em indivíduos jovens, a

escopo deste resumo, mas, em linhas gerais, é como se fosse feito média de idade com que a população morreu vai diminuir no ano
da seguinte forma: suponha que a média de idade dos óbitos no da tragédia. Logo, a expectativa de vida para aquele ano também
me

Brasil, em 2015, foi igual a 75 anos. Essa será a expectativa de vida diminuirá, ainda que no ano seguinte volte a subir.
dos indivíduos nascidos em 2015.

Acho que você já entendeu a qual ponto eu quero chegar: como estamos em plena pandemia de covid-19, é esperado que o
IBGE divulgue uma diminuição da expectativa de vida para a coorte de nascidos vivos do ano de 2020.

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Atualmente, a expectativa de vida ao nascer do brasileiro é dos 81 anos no ano de 2060. No entanto, como dito anteriormente,
de 76,6 anos (coorte de 2019) – é importante que você grave esse essa expectativa deve diminuir em 2020/2021 em razão da
valor, pois ele é corriqueiramente cobrado em prova. pandemia, para só depois “retomar o fôlego” e permanecer em
A nossa expectativa vem aumentando cerca de 3 a 4 meses a ascensão.
cada ano e é esperado que o Brasil atinja uma expectativa em torno

m
co
s.
Figura 12. No Brasil, a expectativa de vida ao nascer tem sido maior a cada ano. É esperado que esse indicador atinja a marca dos 81,04 anos em 2060. Esse

eo

incremento no tempo de vida é o reflexo das profundas mudanças socioeconômicas que o país tem vivido e que contribuíram para as quedas dos coeficientes de
mortalidade geral e natalidade. Fonte da imagem do personagem idoso: Shutterstock.
o
ub
ro
id
é
o

Além disso, é importante que você conheça algumas


características da expectativa de vida brasileira. As mulheres


a
dv

vivem, em média, 7 anos a mais do que os homens (80,1


pi

anos versus 73,1 anos, respectivamente). Uma das principais


hipóteses é o fenômeno da sobremortalidade masculina


entre os 15 e os 25 anos de idade. Em outras palavras,
me

os homens jovens apresentam mortalidade elevada por


causas externas, o que acaba impactando negativamente a
esperança de vida masculina.

Figura 13. Diferença de expectativa de vida ao nascer entre os gêneros. As mulheres


brasileiras vivem, em média, 7 anos a mais que os homens brasileiros: 80,1 vs. 73,1
anos. A possível explicação para esse fenômeno é a sobremortalidade masculina entre
os 15 e os 25 anos de idade, principalmente por causas externas. Fonte dos dados:
Tábuas de sobrevivência, IBGE, 2020 (ver referência no final do livro).
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A expectativa de vida também é influenciada pela estados da região Sul, que são os que apresentam os maiores valores
distribuição de renda da população. Um país pode ter muitos daquela medida. E olhe que interessante: o estado brasileiro com
recursos, mas se a distribuição de riquezas for desigual, certamente menor expectativa de vida ao nascer é o Maranhão (MA), com 71,4
a expectativa de vida será menor na região que não usufrui dos anos, enquanto o estado com maior expectativa é Santa Catarina
recursos disponíveis. (SC), com 79,9 anos (IBGE, 2020). Dessa forma, a expectativa de vida
Por exemplo, os estados da região Nordeste são aqueles média de um país é impactada pela distribuição de suas riquezas, e
que apresentam o menor PIB per capita do país, ao contrário dos não pelo total de riquezas que apresenta.

m
co
s.

eo
o
ub
ro
id
é
o

Figura 14. Diferença de expectativa de vida ao nascer entre as regiões brasileiras. O Maranhão (MA) é o estado brasileiro com menor expectativa de vida: 71,4 anos.
a

Em contrapartida, Santa Catarina (SC) é o estado brasileiro com maior expectativa de vida do país: 79,9 anos. Fonte dos dados: Tábuas de sobrevivência, IBGE, 2020
dv
pi

(ver referência no final do livro).


A expectativa de vida é um dos principais indicadores mortalidade em todas as idades (USP, 2017). Portanto, independe
me

utilizados para avaliar as condições socioeconômicas e a qualidade da estrutura etária e pode ser utilizado para comparar regiões
de vida da população estudada. Portanto, é um indicador de diferentes sem a necessidade de padronização. Ao compararmos
condição de vida, revelando se a vida daquela população é “boa duas regiões, aquela com melhores condições socioeconômicas e
ou ruim”. Ainda, é uma medida que resume muito bem o efeito da de saúde é a que apresentará maior expectativa de vida ao nascer.

A engenharia reversa mostrou que esse é o indicador demográfico mais cobrado nas provas de Residência Médica!

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1.2.9 RAZÃO DE SEXOS


A razão de sexos é o indicador que informa o número de homens para cada 100 mulheres em uma determinada localidade. Ele é
utilizado para avaliar a distribuição da população segundo o gênero (masculino x feminino) (RIPSA, 2012).

Razão de sexo = Número de homens


x 100
Número de mulheres

Essa é, portanto, a fórmula padrão da razão de sexos. superior a 100. Isso porque existe maior imigração de homens

m
Observe que se a razão de sexos for igual a 100, então a localidade como força de trabalho em atividades como agricultura, pecuária e
apresenta um número igual de homens e mulheres. Se acima mineração nessa região (IBGE, 2020).

co
de 100, apresenta maior número de homens; se abaixo de 100, Além disso, no nosso país, a razão de sexos diminui ainda
apresenta maior número de mulheres (RIPSA, 2012). mais com o avanço da idade. Por exemplo, temos mais idosas do
O Brasil apresenta, atualmente, uma razão de sexos igual a que idosos, justamente porque os homens vivem menos, o que faz
96, isto é, o nosso país apresenta uma predominância de mulheres, com que exista uma concentração de mulheres nos grupos etários
s.
exceto na região Norte, onde é possível verificar uma razão de sexos mais avançados.

eo

A engenharia reversa mostrou que as bancas ainda não elaboraram questões exclusivamente sobre esse indicador. No
o
ub

entanto, em um universo com mais de 130.000 questões, verificamos que essa medida aparece como alternativa de questões
ro

sobre outros tópicos. Por isso, é importante que você conheça esse conceito.
id
é
o

a

1. 3 INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
dv
pi

Existem dois indicadores são muito prevalentes em provas, mas se você quer ser Residente
socioeconômicos que podem ser do Hospital Israelita Albert Einstein, então fique atento(a)! Essa
me

cobrados na sua prova, o índice de banca ama esses indicadores, em especial o IVS, que foi cobrado
desenvolvimento humano (IDH) e o índice duas vezes nos últimos três anos! Acompanhe a seguir.
de vulnerabilidade social (IVS). Eles não

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1.3.1 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH)


O IDH é uma medida que tem por objetivo mensurar o da renda ou do PIB per capita;
grau de desenvolvimento dos indivíduos que pertencem a uma • a educação, que será aferida por meio dos anos de
determinada nação. Para isso, foram escolhidas três dimensões que escolaridade (ou anos de escola); e
• a saúde, que será aferida pela longevidade ou expectativa
mensuram a qualidade de vida e que são consideradas essenciais,
de vida ao nascer.
a saber:
• o consumo e a economia, que serão quantificados por meio

m
Escolaridade
(anos de escola)

co
Renda ou PIB
per capita

Longevidade
s.
(expectativa de
vida ao nascer)

eo
o
ub
ro

IDH
id
é

Figura 15. Indicadores que compõem o índice IDH. O IDH é formado pelo PIB per capita, pela escolaridade e pela expectativa de vida ao nascer.
o

Cabe lembrar que o PIB utilizado é o per capita, em que o PIB “Lembre-se: o IDH É ÉPICO!”
a
dv
pi

da nação é dividido pelo número total de habitantes.


Para você gravar de vez, que tal um mnemônico? O IDH É


ÉPICO! E XPECTATIVA DE VIDA
me

A engenharia reversa mostrou que as bancas


querem saber quais são os componentes do IDH. Portanto:
E SCOLARIDADE
expectativa de vida (ou longevidade), escolaridade (ou
anos de escola) e renda per capita (ou PIB per capita ou
individual). RENDA P ER CAPITA
Figura 16. Que tal um mnemônico para gravar os componentes do IDH?
Lembre-se: IDH é épico! E = Expectativa de vida; E = Escolaridade; e P = renda
Per capita.

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1.3.2 ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL (IVS)

O índice de vulnerabilidade social (IVS), como o próprio para contrair doenças e agravos evitáveis, os quais provavelmente
nome indica, é uma medida que afere o grau de vulnerabilidade não aconteceriam se ele vivesse em condições adequadas.
social de uma determinada população. Mas, afinal, o que quer dizer Nesse sentido, o índice de vulnerabilidade social (IVS) vai
essa vulnerabilidade? um pouco mais além: ele entende que a vulnerabilidade social
Pois bem! Estar vulnerável é estar em risco! Mas risco (ou a ausência de ativos e recursos aos quais o cidadão deveria ter
de quê? Risco de não ter condições básicas de vida e, por causa acesso) é um reflexo da falta de competência do Poder Público.
disso, ter um desfecho desfavorável na saúde. Portanto, é não Portanto, o IVS mede indiretamente quanto o Estado está falhando
ter suficiência em áreas como saneamento, renda, alimentação, naquela região em fornecer as condições básicas de vida, o que
moradia e outras condições que são consideradas essenciais para deixa sua população em risco.

m
a qualidade de vida. Essa insuficiência deixa o indivíduo vulnerável

co
“O IVS (...) tem a pretensão de sinalizar a ausência ou a insuficiência de alguns ativos em áreas do território brasileiro, os quais
deveriam, em princípio, estar à disposição de todo cidadão por força da ação do Estado. Assim, a definição de vulnerabilidade social
em que este IVS se ancora diz respeito à ausência ou à insuficiência de ativos que podem, em grande medida, ser providos pelo
s.
Estado, em seus três níveis administrativos (União, estados e municípios), constituindo-se, assim, num instrumento de identificação
das falhas de oferta de bens e serviços públicos no território nacional” (COSTA et al.; IPEA, 2018).

eo
o

Para isso, o índice leva em consideração 16 indicadores que • infraestrutura urbana;


ub

refletem a pobreza e a exclusão social da localidade. Em outras • capital humano;


ro

palavras, esses indicadores estão agrupados em três grandes • renda e trabalho.


id
é

conjuntos de “ativos”, a saber:


o

Quanto maior a vulnerabilidade social, mais intensa é a ausência ou a insuficiência dos três ativos supracitados.
a
dv
pi

me

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Dimensão: infraestrutura Dimensão: capital humano Dimensão: renda e trabalho

Proporção de pessoas com renda


Percentual de indivíduos que vivem domiciliar per capita igual ou
em domicílios urbanos sem coleta de Coeficiente de mortalidade infantil. inferior a meio salário-mínimo
lixo adequada. (ano base: 2010), ou seja, ≤ R$
255.

Percentual de indivíduos que vivem Percentual de crianças de 0 a 5 anos que


Taxa de desocupação da
em domicílios com água e esgoto não frequentam a escola em relação ao
população ≥ 18 anos.
inadequados. total de crianças nessa faixa etária.

m
Percentual de pessoas que vivem em
domicílios com renda per capita < a Percentual de pessoas de 18 anos

co
meio salário mínimo (ano-base: 2010) Percentual de crianças de 6 a 14 anos que ou mais sem Ensino Fundamental
e que gastam mais de uma hora até não frequentam a escola em relação a completo e em ocupação
o trabalho em relação ao total de toda a população de mesma idade. informal (ou ocupação informal
pessoas ocupadas, vulneráveis e que sem Ensino Fundamental).
s.
retornam diariamente do trabalho.

Percentual de pessoas em
Percentual de crianças que vivem
domicílios com renda per capita
em domicílios em que nenhum dos

eo

------ inferior a meio salário mínimo


moradores tem Ensino Fundamental
o

(de 2010) e dependentes de


ub

completo.
idosos.
ro
id

Taxa de atividade das pessoas de


é

Percentual de mulheres entre 10 e 17


------ 10 a 14 anos de idade (trabalho
o

anos que já têm filhos (mães jovens).


infantil).
a

------ Taxa de analfabetismo (≥ 15 anos). ------


dv
pi

Percentual de pessoas entre 15 e 24 anos


que não trabalham e não estudam, e cuja
------ renda familiar per capita é < meio salário ------
me

mínimo (ano-base: 2010) em relação a


toda a população de mesma idade.

Percentual de mães chefes de família sem


Ensino Fundamental completo e com
------ pelo menos um filho menor de 15 anos ------
de idade, no total de mães chefes de
família.

Tabela 1. Indicadores que compõem cada dimensão (ou subíndice) do IVS. Fonte: http://ivs.ipea.gov.br/index.php/pt/.

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• É necessário que você decore os indicadores acima. A O possível resultado para o IVS de uma região estará sempre
engenharia reversa mostrou que as bancas gostam não só de no intervalo entre 0 e 1, considerando que 0 indica ausência de
cobrar o nome dos indicadores que fazem parte do IVS, mas vulnerabilidade social e 1, vulnerabilidade completa. Ainda, a menor
também a qual dimensão (ou ativo) o indicador pertence.
unidade político-administrativa para a qual o IVS pode ser calculado
• O cálculo do IVS é um pouco mais complexo e foge ao escopo
é o município. No Brasil, o IVS tem sido calculado para todos os
deste resumo. Basta saber o conceito do indicador, os indicadores
municípios, e não só para aqueles considerados vulneráveis.
utilizados e a qual dimensão eles pertencem e entender que as
três dimensões são igualmente importantes.

m
co
s.
Figura 17. Faixas de vulnerabilidade social segundo o IVS. O valor 0 indica ausência de vulnerabilidade social e o valor 1 significa vulnerabilidade máxima. Escala

eo

modificada de: <http://ivs.ipea.gov.br/index.php/pt/>.


o
ub

De forma geral:
ro

• Quanto maior o IVS, maior a vulnerabilidade social da região estudada.


id

• Ainda, o IVS guarda uma relação inversamente proporcional com o IDH. Quanto maior for o IDH, menor será o IVS e vice-versa.
é
o

a
dv
pi

me

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CAPÍTULO

2.0 TRANSIÇÕES DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA


2. 1 ENGENHARIA REVERSA

Ao contrário das medidas de saúde coletiva, as questões em especial o Hospital Israelita Albert Einstein. Por isso, se você vai
que versam sobre as transições demográfica e epidemiológica prestar concurso para essa região, fique atento(a)!
são pouco prevalentes nas provas de acesso direto, uma vez que Quando estratificamos esse tema por tópicos, as questões
somam apenas 1,5% do total de questões. sobre a atual situação de saúde no Brasil ficam em primeiro
Além disso, a engenharia reversa mostrou que a distribuição lugar, totalizando 35,2%. Em segundo lugar, temos a transição
dessas questões é bem heterogênea ao longo do país. É perceptível demográfica brasileira e, em terceiro, as questões sobre a própria

m
o interesse das bancas do estado de São Paulo por esse assunto, definição de transição demográfica.

co Análise de saúde brasileira

Causas externas
%

31
s.
Doenças infecciosas e parasitárias 29

Doenças crônicas 26

Mortalidade infantil 9

eo

5
o

Mortalidade materna
ub
ro
id
é
o

Análise da saúde brasileira (35,2%) Fases da transição epidemiológica (7,8%)


a
dv
pi

Transição demográfica brasileira (15%) Transição epidemiológica do Brasil (7,5%)


Definição de transição demográfica (10%) Tipos de pirâmides etárias (5,5%)


me

Definição de transição epidemiológica (9%) Transição demográfica no mundo (2%)

Modelo de atenção à saúde para o Brasil (8%)


Figura 18. Estatística das questões sobre as transições demográfica e epidemiológica. O subtópico “análise da saúde brasileira” é o mais prevalente, correspondendo a
35,2% do tema.

A seguir, você encontrará as principais nuances sobre os tópicos supracitados! Para maiores detalhes e aprofundamento da matéria,
não deixe de consultar o seu livro digital integrado.
E então, vamos começar? Vejo você na próxima página!

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2. 2 TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

Podemos conceituar transição demográfica da seguinte forma:

É a “passagem de um contexto populacional onde prevalecem altos coeficientes de mortalidade e natalidade, para outro, onde
esses coeficientes alcançam valores muito reduzidos” (MEDRONHO et al., 2009).

Em outras palavras, a transição demográfica é o processo em E olhe que interessante: como a população vivencia
que os coeficientes de mortalidade e natalidade diminuem ao longo mudanças nas suas condições socioeconômicas, há o aumento do

m
do tempo! E isso atua como um efeito dominó, alterando outros acesso aos serviços de saúde e aos alimentos. Como consequência,
indicadores, como a expectativa de vida e a proporção de idosos. ocorre um incremento do estado nutricional, o que, por sua vez,

co
Mas, afinal, por que essa mudança ocorre? aumenta a imunidade dos indivíduos em todas as faixas etárias,
O primeiro ponto fundamental é você entender que esses reforçando a queda da mortalidade geral por doenças infecciosas.
indicadores iniciam a sua mudança porque o equilíbrio entre a É um círculo vicioso “do bem”!
mortalidade e a natalidade foi perturbado. No entanto, a história não para por aí. Justamente porque
s.
Por exemplo, vimos na primeira parte do nosso resumo que as condições de vida daquela população estão melhorando, a
o crescimento vegetativo é a diferença entre os dois indicadores tendência é que o nível de escolaridade da mulher aumente, o
supracitados. No entanto, de forma geral, esses indicadores que, por sua vez, diminuirá a fecundidade. É por isso que, algum

eo

permanecem estáveis ao longo do tempo, sempre com a natalidade tempo depois da queda da mortalidade geral, é esperada a queda
o

um pouco acima da mortalidade, gerando um crescimento da natalidade. Com isso, a mortalidade e a natalidade “encontram-
ub

populacional positivo, mas lento. se”, atingindo novamente o equilíbrio demográfico e encerrando a
ro

O “grande” problema acontece quando esse equilíbrio é transição.


id
é

perturbado, de forma que a mortalidade diminua abruptamente, Embora pareça simples, esse fenômeno não ocorre de um dia
o

afastando-se muito da natalidade. Como haverá uma diferença para o outro; pelo contrário! Ele leva décadas! Por isso, é comum

muito grande entre eles, o ritmo de crescimento aumentará, dividirmos a transição demográfica em quatro fases, para que seus
gerando uma explosão demográfica. conceitos tornem-se didáticos:
a
dv
pi

Como esses indicadores estão em desequilíbrio, a tendência • Fase 1 – pré-transicional ou pré-industrialização. Nessa

é que eles caminhem para encontrar um novo ritmo de crescimento, fase, a sociedade apresenta valores elevados de natalidade e
mortalidade geral (especialmente à custa da mortalidade infantil).
o que geralmente é conseguido quando a natalidade também
O crescimento populacional é positivo, mas lento (MEDRONHO et
diminui. Quando isso acontece, dizemos que houve um processo
me

al., 2009). A pirâmide populacional assume um formato em bico,


chamado transição demográfica.
pois a mediana de idade é baixa, já que existem muitas crianças
Ainda não se sabe ao certo porque a referida transição e poucos idosos (a expectativa de vida é baixa). O índice de
acontece, mas a hipótese mais aceita é a de que as melhorias trazidas envelhecimento é baixo, mas a razão de dependência é alta em
pela industrialização, e a consequente urbanização da sociedade, virtude da grande quantidade de crianças.
acabam contribuindo para a diminuição da mortalidade infantil – • Fase 2 – intermediária/explosão demográfica. Há uma
afinal, a melhoria nas condições de vida diminui esse indicador. Por queda importante no coeficiente de mortalidade geral (queda
acelerada), principalmente porque o coeficiente de mortalidade
sua vez, a mortalidade geral diminui porque a mortalidade infantil
infantil diminui com a melhora nas condições socioeconômicas
diminuiu primeiro.

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(urbanização e industrialização). Porém, o coeficiente de como fase de convergência, na qual, de fato, a população começa
natalidade ainda permanece o mesmo (elevado), o que faz com a envelhecer, visto que a fecundidade e os nascimentos caem.
que o crescimento populacional aumente consideravelmente, Logo, como temos menos crianças nascendo, a mediana de idade
gerando uma explosão demográfica (MEDRONHO et al., 2009). sobe consideravelmente, a ponto de a pirâmide assumir forma
Portanto, é a fase em que mortalidade e natalidade posicionam- intermediária (base estreita e corpo mais largo). Temos um
se de forma divergente (veja na imagem a seguir como elas grande aumento na expectativa de vida. A razão de dependência
caminham em direções contrárias). A pirâmide etária assume um cai, porque temos muitos indivíduos na fase adulta, resultado do
formato piramidal, o qual tem um corpo menos estreito que a crescimento das crianças que nasceram na explosão populacional
pirâmide anterior, indicando que a queda na mortalidade faz com que ocorreu na fase 2 (RIPSA, 2012).
que mais crianças cheguem à fase adulta, já que a mortalidade • Fase 4 – estabilização ou pós-transição. O coeficiente
infantil diminui. Assim, há um relativo aumento na expectativa de de natalidade começa a frear a sua redução (queda lenta) e o
vida e a mediana de idade aumenta um pouco. coeficiente de mortalidade estabiliza. Um novo equilíbrio ocorre

m
• Fase 3 – intermediária/envelhecimento populacional. entre a natalidade e a mortalidade e o ritmo de crescimento
Nessa fase, é a vez do coeficiente de natalidade reduzir de forma também atinge um novo equilíbrio, que, na maioria das vezes,
importante (queda acelerada). Já o coeficiente de mortalidade é positivo e lento. Essa fase é chamada de modernidade ou pós-

co
continua em queda, mas de forma mais lenta (é como se ele transição. A pirâmide etária assume a forma de uma urna, com
começasse a “frear” a sua queda – observe como o ângulo muda base muito estreita e ápice largo. A expectativa de vida é elevada,
no gráfico a seguir). Portanto, os coeficientes de natalidade e a razão de dependência volta a aumentar (agora pelo incremento
mortalidade começam a convergir. Essa fase também é conhecida de idosos) e o índice de envelhecimento também é elevado.
s.
Fase 5: essa fase não está originalmente prevista no modelo elaborado por Thompson nem está nos tradicionais livros de

eo

epidemiologia, mas alguns autores informam que, após a fase 4, algumas sociedades migrariam para a fase 5, que é a de retração
o

populacional. Em outras palavras, ao invés de a natalidade manter-se igual ou um pouco mais alta que a mortalidade, ela permaneceria
ub

em redução, estabilizando abaixo da mortalidade. Nesse sentido, a sociedade tem mais óbitos do que nascimentos, reduzindo de
ro

tamanho. Para manter a sua força produtiva, já que existe um alto número de idosos e poucos indivíduos jovens, é necessária a
id
é

importação de mão de obra, o que geraria uma pirâmide rejuvenescida, em formato de ás de espada. Veja como o corpo é mais largo,
o

justamente porque indivíduos jovens estão imigrando.



a
dv
pi

IMPORTANTE: a divisão acima é didática, isto é, nem sempre divisão acima, optamos por utilizar a recomendada por Medronho

essas fases são tão bem delimitadas na vida real. Ainda, a nomeação e colaboradores (2009) porque essa é a classificação utilizada nas
das fases em 1, 2, e assim por diante, dependerá do autor. Na provas de Residência Médica.
me

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m
co
s.

eo
o
ub
ro

Figura 19. Teoria da transição demográfica. Na fase 1 ou pré-transicional, temos os coeficientes de mortalidade e natalidade ainda elevados, o que resulta em um
id

crescimento vegetativo positivo, mas lento. Na fase 2, o coeficiente geral de mortalidade reduz significativamente, mas a natalidade mantém-se estável, resultando
é

em uma explosão populacional. Na fase 3 ou de convergência, o coeficiente de natalidade começa a sua queda e tende a convergir para o mesmo patamar que o
o

coeficiente de mortalidade. Na fase 4 ou pós-transicional, a população encontra um novo equilíbrio demográfico, com coeficientes de mortalidade e natalidade bem

reduzidos em relação aos níveis pré-transicionais. Alguns autores defendem a existência da fase 5, em que o coeficiente de natalidade atinge um patamar mais baixo
que o da mortalidade, resultando assim em redução populacional (morrem mais pessoas do que nascem).
a
dv
pi

Veja a seguir uma tabela que resume as mudanças nos outros indicadores ao longo da transição demográfica. A fase 5 não está descrita
porque, como muitos países atingiram essa fase recentemente, ela ainda não está totalmente caracterizada.
me

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Parâmetros Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4

Proporção de crianças e
Elevada Elevada Começa a diminuir Baixa
adolescentes (< 15 anos)

Proporção de idosos Começa a


Baixa Baixa Elevada
(> 60 anos) aumentar

Expectativa de vida Baixa Começa a aumentar Alta Alta

Razão de dependência Alta Alta Baixa Alta

m
Começa a
Índice de envelhecimento Baixo Baixo Elevado
aumentar

co
Tabela 2. Alterações nos indicadores demográficos ao longo da transição epidemiológica.
s.
É importante ressaltarmos que as mudanças nos indicadores de morbidade (como coeficientes de
incidência ou prevalência), bem como as mudanças nas mortalidades específica e proporcional, na letalidade e
na razão de mortalidade materna, NÃO são a transição demográfica, e sim a transição epidemiológica, de que

eo

falaremos a seguir.
o
ub

A transição demográfica ocupa-se da mudança nos indicadores demográficos, muito embora esses dois
tipos de transições estejam intimamente ligados.
ro
id
é
o

a
dv
pi

2.2.1 TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA BRASILEIRA

Atualmente, existe divergência sobre a fase da transição Além disso, quando falamos sobre a transição demográfica
me

demográfica em que o Brasil estaria. Para a maioria dos demógrafos, brasileira, a engenharia reversa mostra que as bancas geralmente
estamos na 3ª fase. Para outros (a minoria), o país já teria migrado optam por dois tipos de perguntas:
para a 4ª fase. Além disso, a nossa transição tem ocorrido de forma → Como tem sido a evolução da nossa pirâmide etária?
acelerada, o que faz com que a proporção de idosos aumente a uma → Quais são os fatores relacionados à transição demográfica
velocidade preocupante, já que existe a previsão de sobrecarga dos brasileira? (Essa despenca em prova!)
sistemas de saúde e previdenciário. Pois bem! Em relação à pirâmide etária, a evolução desse

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dispositivo tem se mostrado semelhante à transição clássica, com últimos anos, é possível percebermos a mudança no formato, que
alargamento do ápice e estreitamento da base, conforme o referido era em bico em 1950 (população mais jovem) e tende a assumir a
fenômeno avança. Como a mediana de idade vem aumentando nos forma de urna em 2100 (população mais velha).

m
co
Figura 20. Evolução da pirâmide demográfica brasileira e projeções (2050 e 2100), segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Observe que a base da
pirâmide vai diminuindo enquanto o ápice vai “alargando”. As mudanças na pirâmide brasileira são as mesmas esperadas para a transição demográfica clássica.
s.
Em relação aos fatores relacionados à transição demográfica → redução da fecundidade;
brasileira, saiba que eles são os mesmos dos outros países que, por → envelhecimento populacional;
sua vez, acompanham a teoria clássica, a saber: → aumento de expectativa de vida.
→ redução no coeficiente geral de mortalidade; Fique atento(a), porque o conjunto de alterações supracitadas

eo

→ redução no coeficiente geral de natalidade; já caiu SEIS VEZES nas provas de acesso direto!
o
ub
ro
id
é

2. 3 TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
o

Chamamos de transição epidemiológica o processo de Por isso, podemos dizer que a transição demográfica é
a
dv
pi

mudança no padrão de morbimortalidade de uma população, a mudança nos indicadores demográficos (mortalidade geral,

de forma que a elevada carga de doenças infectoparasitárias, natalidade, fecundidade...), enquanto a transição epidemiológica é
carenciais e perinatais (isto é, doenças agudas e/ou transmissíveis) a mudança nos indicadores de morbidade (prevalência e incidência)
é substituída gradativamente pela carga das doenças crônicas não e de mortalidades específica e proporcional daqueles grupos de
me

transmissíveis (DCNT) e causas externas. doenças.

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TRANSIÇÃO TRANSIÇÃO
DEMOGRÁFICA EPIDEMIOLÓGICA

MUDANÇA NOS

Indicadores de

m
Indicadores
demográficos morbidade e

co
s. mortalidade

Figura 21. Transição demográfica x transição epidemiológica. Enquanto a transição demográfica interfere diretamente nos indicadores demográficos, a transição
epidemiológica interfere nos indicadores de morbimortalidade, como incidência, prevalência, mortalidades específica e proporcional.

Segundo a teoria de Omran, a transição epidemiológica caminha em sentido único, isto é, em FLUXO UNIDIRECIONAL, com a substituição

eo

irrevogável das doenças infectoparasitárias (DIP) e carenciais e afecções perinatais pelas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e causas
o

externas.
ub
ro
id
é

CAUSAS
DIP DCNT
o

EXTERNAS
a
dv
pi

me

fluxo unidirecional
INÍCIO
Figura 22. Fluxo unidirecional da transição epidemiológica proposto por Omran.

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A união das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) com as causas externas forma o conjunto conhecido como DANT:
doenças e agravos não transmissíveis. Portanto, podemos dizer que, durante a transição epidemiológica, há o aumento da incidência,
da prevalência e da mortalidade proporcional pelas DANT.

Para alguns autores, as transições demográfica e


ANTES DEPOIS epidemiológica fazem parte de uma transição maior, chamada
transição em saúde. Esse tipo de transição inclui também a
transição nutricional, a transição social e a transição sanitária.
→ Transição nutricional: mudança do estado nutricional

m
da população, que geralmente está em um perfil de desnutrição,
para a obesidade. Uma das principais causas dessa transição é a

co
DANT

mudança no padrão alimentar, uma vez que a sociedade passou a


consumir mais alimentos industrializados e processados, que, por
sua vez, são mais densos do ponto de vista calórico. Além disso,
s.
alguns autores reforçam que a entrada da mulher no mercado
de trabalho aumentou a escolha por alimentos de preparo mais
rápido (fast-foods), principalmente porque a mulher era a maior
responsável pelo preparo da alimentação no lar; agora, esse tempo

eo

Doenças infectoparasitárias de preparo está reduzido em razão de suas outras atividades. Tudo
o

isso, aliado ao sedentarismo, contribuiu para a mudança do estado


ub

Causas externas
nutricional.
ro

Doenças crônicas não transmissíveis


→ Transição social: corresponderia à mudança na estrutura
id
é

socioeconômica da população.
Figura 23. Mortalidade proporcional por causas antes e depois da
o

transição epidemiológica. Observe que antes da transição, as doenças → Transição em saúde: exige uma transição sanitária, que

infectoparasitárias agudas apresentam um elevado percentual de é a mudança do sistema de saúde para que este consiga responder
contribuição para a mortalidade. No entanto, após a transição, esse
a

às novas demandas de saúde e ao perfil de doenças crônicas.


dv

percentual diminui consideravelmente, dando lugar às DANT.


pi

A engenharia reversa detectou apenas questões sobre as transições demográfica, epidemiológica, nutricional e sanitária. A transição
me

social foi mencionada apenas nas alternativas de outras questões.

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2.3.1 TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA BRASILEIRA

Nem todas as nações vivenciam uma transição tão linear significativa das doenças infecciosas e parasitárias (DIP), o Brasil
como a proposta por Omran; muitas têm passado por uma transição mantém uma carga de morbimortalidade importante por esse
heterogênea, como é o caso do Brasil. O que isso quer dizer? grupo de doenças. Portanto, temos a coexistência de doenças
O nosso país vive uma transição epidemiológica com infecciosas e parasitárias, doenças crônicas não transmissíveis e
uma tripla carga de doenças. Ao invés de termos uma redução causas externas.

Segundo Medronho (et al., 2009), temos “uma agenda não superada de doenças infecciosas e carenciais, uma carga
significativa de causas externas (com morte precoce) e uma presença hegemônica marcante de condições crônicas”.

m
A sobreposição desses três grupos de causas é chamada de tripla carga de doenças.

DCNT

coo predomínio de doenças infectoparasitárias agudas, para o ponto


B, onde há o predomínio das doenças crônicas não transmissíveis.
s.
Observe como a porção ocupada pelas DCNT aumenta
consideravelmente no ponto B. O oposto também acontece para as
DIP, cuja porção é maior no ponto A. Espera-se uma caminhada em
sentido unidirecional (A → B).

eo

DIP
No entanto, a verdade é que a emergência e a reemergência
o

TRIPLA
ub

de doenças infecciosas por aqui fazem com que o país retroceda em


CARGA
ro

alguns momentos dessa caminhada, indo na direção oposta à que


se esperava e apresentando, novamente, aumento na proporção
id
é

das DIP. Esse fenômeno é conhecido como contratransição, uma


o

vez que se caminha na direção oposta (B → A).


Ainda, esse “vai e vem” faz com que a transição epidemiológica


a

leve mais tempo do que deveria, sendo prolongada. Para piorar,


dv
pi

CAUSAS o Brasil apresenta condições socioeconômicas e climáticas que


EXTERNAS diferem entre suas regiões. Logo, a emergência e a reemergência


Figura 24. A tripla carga de doenças no Brasil. Em vez de termos a diminuição de algumas infecções em regiões específicas (como o aumento da
significativa das doenças agudas transmissíveis, temos a coexistência dos três
me

grupos acima, gerando uma carga tripla. Legenda: DCNT = doenças crônicas febre amarela no litoral), associadas à desigualdade social de base,
não transmissíveis; DIP = doenças infectoparasitárias. fazem com que as doenças infectoparasitárias apresentem maior
Para você entender melhor essa tripla carga, considere a impacto em determinadas regiões do que em outras, levando a
imagem abaixo. Em teoria, o Brasil deveria sair do ponto A, onde há uma transição polarizada, isto é, contrastada.

Dessa forma, a transição epidemiológica do Brasil é do tipo polarizada prolongada.

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A TRANSIÇÃO CONTRA B
TRANSIÇÃO

DCNT

DCNT
TRIPLA CARGA

DIP
DIP

m
co
AE
AE

s.
Figura 25. A contratransição brasileira. Segundo a teoria de Omran, o Brasil deveria caminhar apenas do ponto A (predominância de doenças infectoparasitárias) para
o ponto B. No entanto, o processo de transição epidemiológica desenrola-se de maneira diferente, com alguns retrocessos (ou seja, em alguns momentos, o país
caminha no sentido de B para A e acaba vivenciando uma transição prolongada).

eo
o

É importante ressaltarmos que para Julio Frenk, infecciosa, mas aquelas de transmissão vetorial ou respiratória
ub

epidemiologista que estudou a tripla carga no México, a (dengue e H1N1, por exemplo). As doenças de veiculação hídrica,
ro

superposição ocorreria como “uma agenda não concluída de por exemplo, não contribuiriam para a tripla carga em razão das
id

infecções, desnutrição e problemas de saúde reprodutiva; o desafio melhorias na cobertura de esgotamento sanitário.
é

De igual forma, para essas questões, a tripla carga brasileira


o

das doenças crônicas e de seus fatores de riscos, como o tabagismo,


o sobrepeso e a obesidade, a inatividade física, o estresse e a não tem as doenças carenciais e as afecções perinatais como
alimentação inadequada; e o forte crescimento da violência e agentes de manutenção. Isso porque a transição nutricional
a
dv
pi

das causas externas” (FRENK, 2006). Portanto, veja que, segundo “tirou” a população do estado de desnutrição. Ainda, tivemos uma

o referido autor, a desnutrição e os problemas como afecções diminuição importante da mortalidade materna, embora ela ainda
perinatais persistiriam na sociedade, contribuindo para a carga da seja preocupantemente alta. E aí você vai me perguntar:
doença. — Mas, professora, de onde as bancas tiraram isso, se
me

No entanto, a engenharia reversa mostrou que as questões Frenk, um dos maiores estudiosos sobre esse assunto, definiu a
sobre esse tema excluem a desnutrição e as afecções perinatais tripla carga com a permanência das doenças carenciais e afecções
como problemas importantes na tripla carga brasileira. Em outras perinatais?
palavras, a nossa tripla carga seria mantida basicamente pelas Isso foi retirado de uma afirmação do próprio Ministério da
doenças infecciosas. Mesmo assim, não seria qualquer doença Saúde e que DESPENCA nas provas de Residência Médica:

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“A situação de saúde no Brasil, provocada pela transição demográfica e epidemiológica, exige que o
sistema de saúde brasileiro responda pela “tripla carga de doenças”. Esta é caracterizada por:
1. presença das doenças infecciosas e parasitárias: dengue, H1N1, malária, hanseníase, tuberculose;
2. aumento das doenças crônicas, pelo envelhecimento das pessoas e aumento dos fatores de risco
(fumo, sedentarismo, inatividade física, sobrepeso e má alimentação);
3. aumento da violência e morbimortalidade por causas externas.”
(Ministério da Saúde, CAB nº 35, 2014)

m
2. 4 ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE BRASILEIRA

co
A engenharia reversa mostrou que as e epidemiológica. Porém, tais questões são muito descritivas e
bancas têm apresentado preferência pelas você precisa saber o ranking das doenças no Brasil. Por isso, este
questões sobre a situação de saúde do Brasil. tópico do nosso resumo será essencialmente descritivo, mas não
s.
Não é à toa que elas correspondem a 35,2% desamine!!! O texto abaixo foi escrito para que você encontre uma
das questões sobre as transições demográfica lógica no nosso perfil de saúde e consiga memorizá-lo!

eo
o
ub
ro
id

2.4.1 PERFIL DE MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CAUSAS


é
o

Atualmente, o Brasil apresenta o seguinte perfil de mortalidade proporcional por causas (DATASUS, 2019):

a
dv
pi

1° lugar: doenças do aparelho circulatório, com mortalidade proporcional igual a 26,98%;


2° lugar: neoplasias, com mortalidade proporcional igual a 17,43%;


3° lugar: doenças do aparelho respiratório, com 12%; e
4° lugar: causas externas de morbidade e mortalidade, com 10,58% da totalidade dos óbitos.
me

(DATASUS, 2019)

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Agora, veja que interessante: o 1º e o 3º lugar são grupos que têm, basicamente, doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Por isso,
poderíamos reorganizar a lista acima da seguinte forma:

1° lugar: doenças crônico-degenerativas (doenças do aparelho circulatório + aparelho respiratório), com mortalidade
proporcional conjunta igual a 38,98%;
2° lugar: neoplasias, com mortalidade proporcional igual a 17,43%;
3° lugar: causas externas de morbidade e mortalidade, com 10,58% da totalidade dos óbitos.
(DATASUS, 2019)

m
Se considerarmos então que as neoplasias também são entanto, esses dados são de 2019. Provavelmente, esse perfil será

co
DCNT, verificaremos que mais da metade dos óbitos do Brasil excepcionalmente diferente para os anos de 2020 e 2021, pois
(38,98% + 17,43%) são em decorrência de doenças crônicas. houve um excesso de óbitos no nosso país em virtude da covid-19.
Além disso, as doenças infecciosas e parasitárias ocupam, Porém, esses dados ainda não foram divulgados.
atualmente, o 8º lugar na mortalidade proporcional brasileira. No
s.

eo

2.4.2 PERFIL DE MORTALIDADE ESPECÍFICA POR CAUSAS


o
ub

Segundo o documento Saúde Brasil, publicado pelo Ministério da Saúde, temos o seguinte perfil de mortalidade específica por causas:
ro
id
é
o

1° lugar: doença isquêmica do coração;


2° lugar: acidente vascular encefálico;
a
dv

3° lugar: Alzheimer e outras demências crônico-degenerativas;


pi

4° lugar: doença pulmonar obstrutiva crônica;


5° lugar: infecções respiratórias.


(Saúde Brasil, Ministério da Saúde, 2018)
me

Veja que curioso: a doença isquêmica cardíaca e as doenças mesmo padrão que foi visto para a mortalidade proporcional.
respiratórias (incluindo a doença pulmonar obstrutiva crônica e as A exceção é a doença de Alzheimer e as outras demências,
infecções pulmonares) ficaram entre os cinco primeiros lugares. que aparecem entre as cinco principais causas de mortalidade
Portanto, a mortalidade específica segue aproximadamente o específica, mas não aparecem na mortalidade proporcional.

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2.4.3 PERFIL DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT)

A engenharia reversa mostrou que as questões sobre a situação das doenças crônicas no Brasil concentram-se, basicamente,
em perguntas sobre as doenças cardiovasculares e as neoplasias.

Como vimos anteriormente, as doenças do aparelho circulatório, as neoplasias e as doenças do aparelho respiratório são os principais
grupos de mortalidades proporcional do país! Em outras palavras, são os cavaleiros do apocalipse.

m
co
s.
Figura 26. As três principais causas de morbimortalidade por doenças crônicas no Brasil. Em 1º lugar, temos as doenças do aparelho circulatório, seguidas das
neoplasias e das doenças crônicas respiratórias.

eo
o
ub

Mas, afinal, dentro desses grupos, quais são as doenças mama, de pulmão e de cólon e reto (INCA, 2020).
ro

predominantes? Em relação à distribuição da mortalidade proporcional por


Pois bem. Entre as doenças do aparelho circulatório, merecem neoplasias, o câncer de mama ocupa o 1º lugar entre as mulheres,
id
é

destaque o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular seguido do câncer de pulmão1 e dos tumores de cólon e reto (INCA,
o

encefálico (AVE), que são as duas principais causas absolutas de 2020). O câncer de ovário aparece em 10º lugar e o de útero, em

óbito no Brasil. O IAM ocupa o 1º lugar e o AVE, o 2º. 13º lugar.


a

Chama a atenção o fato de que essas morbidades também Entre os homens, o câncer de pulmão ocupa o 1º lugar,
dv
pi

são mais incidentes em locais e grupos de maior vulnerabilidade seguido pelos cânceres de próstata e de cólon e reto. Os demais

social, revelando assim que os determinantes sociais de saúde tipos de neoplasias apresentam percentuais mais baixos em ambos
fazem parte da gênese dessas doenças (MINISTÉRIO DA SAÚDE, os gêneros.
me

2020). Observe que, excetuando-se as neoplasias gênero-


Entre as neoplasias, o câncer de pele do tipo não melanoma dependentes, como mama e próstata, homens e mulheres
é o de maior incidência no Brasil, mas tem baixa letalidade. Outros compartilham basicamente as mesmas causas de mortalidade por
tumores com incidência elevada são os cânceres de próstata, de neoplasias (INCA, 2020).

1 “Câncer de pulmão” é usado aqui como um nome genérico para representar as neoplasias de origem em traqueia, brônquios e pulmões propriamente ditos.

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m
co
s.
Figura 27. Distribuição da mortalidade por neoplasias em homens e mulheres, exceto câncer de pele do tipo não melanoma. Imagem original extraída da cartilha
ABC do Câncer, do Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2020). Disponível em: <https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//livro-abc-6-
edicao-2020.pdf>, à página 35.

eo
o
ub

Quando se fala em óbitos por DCNT, os homens morrem principalmente de doenças cardiovasculares, enquanto as mulheres
ro

morrem principalmente por neoplasias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).


Ainda, as DCNT são a principal causa de morte a partir dos 50 anos, o que inclui os idosos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
id
é
o

a
dv
pi

2.4.4 PERFIL DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS

Quando falamos especificamente sobre a distribuição dos óbitos por causas externas, o DATASUS (2019) revela o seguinte ranking:
me

1° lugar: agressões, com 30,84% das causas externas;


2° lugar: acidentes de transporte, com 23,02% das causas externas;
3° lugar: outras causas externas de traumatismos acidentais (quedas, queimaduras, entre outros), com 22,31%;
4° lugar: lesões autoprovocadas (11,66%).
(DATASUS, 2019)

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Atenção: “acidentes de transporte” e “outras causas engenharia reversa mostrou que as questões costumam separar
externas de traumatismos acidentais” fazem parte do mesmo item essas categorias, de forma que as agressões assumem o 1º lugar. De
na Classificação Internacional das Doenças (CID-10), formando, qualquer forma, não deixe de resolver questões anteriores da sua
assim, o conjunto dos acidentes. Observe que, se eles forem banca de preferência para saber como ela trata esse assunto. A SES-
unificados, os acidentes passam a ser a principal categoria de morte DF, por exemplo, traz as categorias de acidentes de forma separada.
por causas externas (23,02% + 22,31% = 45,33%). No entanto, a

Os homens jovens e adultos (15 a 39 anos) são o principal grupo afetado pela mortalidade por causas externas.
Ainda, de forma geral, os adolescentes são o grupo cuja principal causa de morte é a violência (NETTO; DESLANDES, 2016).

m
Essa sobremortalidade masculina tem impacto direto na produtiva do país, gerando um alto custo para a sociedade,

co
expectativa de vida desse gênero (não é à toa que os homens vivem principalmente devido à carga de mortalidade prematura
7 anos a menos que as mulheres), mas também na capacidade (Ministério da Saúde, 2020; Saúde Brasil, 2017).
s.
2.4.5 PERFIL DAS DOENÇAS INFECTOPARASITÁRIAS
A contribuição das doenças infectoparasitárias na morbidade Nesse sentido, o Ministério da Saúde vem classificando as

eo

brasileira ainda é mais alta do que deveria ser; afinal, não é à toa doenças desse grupo em três grupos principais, dependendo da
o
ub

que afirmamos que temos uma “agenda não concluída de doenças tendência apresentada pelo coeficiente de incidência (MEDRONHO
ro

infectoparasitárias” por aqui. et al., 2009).


id
é
o

→ Tendência decrescente: são aquelas que apresentam diminuição importante do coeficiente de incidência nos últimos

anos. Esse grupo é composto basicamente das doenças imunopreveníveis, exceto o sarampo e a febre amarela, que apresentaram
a

reemergência nos últimos anos.


dv
pi

→ Tendência de persistência: são aquelas que ainda apresentam coeficientes de incidência elevados, porém em níveis

constantes.
→ Tendência de emergência ou reemergência: são doenças que outrora estavam controladas, mas que, por algum motivo,
me

reemergiram na população, ou doenças novas que emergiram (isto é, surgiram) na humanidade. O melhor exemplo de doença
reemergente é o sarampo, que reemergiu após queda na cobertura vacinal. E o melhor exemplo de doença emergente é a covid-19.

Veja como Roberto Medronho e colaboradores, que são uma das principais referências em Medicina Preventiva no país, classificam as
endemias brasileiras:

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Tendência decrescente Tendência de persistência Emergentes e reemergentes

Varíola (erradicada) Malária HIV/AIDS

Poliomielite (eliminada) Tuberculose Cólera

Rubéola (incluindo a congênita) Hanseníase Dengue

Leishmanioses visceral e tegumentar (com


Tétano (acidental e neonatal) Hantavirose
expansão em áreas urbanas)

m
Difteria Esquistossomose Febre maculosa

co
Coqueluche Febre amarela silvestre --------

Raiva (ciclo urbano) Hepatites virais (B e C) --------


s.
Doença de Chagas
Leptospirose --------
(exceto transmissão alimentar)

eo
o

Febre tifoide Meningite por Neisseria meningitidis B e C --------


ub
ro

Meningite por Haemophilus influenzae


Oncocercose --------
id

tipo B
é
o

Filariose linfática Animais peçonhentos --------


a
dv
pi

Peste -------- --------


Tabela 3. Classificação das doenças segundo seu perfil de tendência por Medronho e colaboradores (ano: 2009).
me

Agora, veja um detalhe muito importante: como dito é uma das principais referências bibliográficas utilizadas nas provas
anteriormente, a tabela acima é referente ao livro Epidemiologia – de acesso direto ao R1. No entanto, esse livro é de 2009 e ainda não
2ª edição, de autoria de Roberto Medronho e colaboradores. Essa existe uma nova edição.

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O grande problema é que essa edição já tem 12 anos. Portanto, cinco doenças já mudaram os seus perfis de tendência, enquanto
outras doenças novas surgiram nesse período.
Por exemplo, atualmente, a hanseníase, a tuberculose e a esquistossomose são consideradas doenças com perfil decrescente,
e não mais doenças persistentes (Ministério da Saúde, Guia de Vigilância Epidemiológica, 2019).
O sarampo, as leishmanioses e a febre amarela também mudaram suas classificações. No caso do sarampo, que era uma doença
eliminada no Brasil, agora é considerada emergente. O Brasil recebeu o certificado de livre do sarampo em 2016 pela Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS), mas perdeu o certificado em 2019, após um surto com mais de 10.000 casos. As leishmanioses
tegumentar e visceral, que eram consideradas persistentes, agora têm sido interpretadas como doenças reemergentes. E a febre
amarela silvestre avançou significativamente no país, ocupando praticamente toda a região do litoral brasileiro (Ministério da Saúde,
Guia de Vigilância Epidemiológica, 2019).

m
Ainda, outras doenças emergentes apareceram a partir de 2009, que foi o ano de publicação da referência supracitada: a gripe
H1N1, a Zika, a Chikungunya e a covid-19.

A engenharia reversa mostrou que não existem muitas


questões sobre as tendências das doenças infectocontagiosas – a
cocolaboradores. Por isso, fique atento(a) à bibliografia do concurso
e, principalmente, às alternativas, pois elas vão dar a pista; elas
s.
última, por exemplo, foi de 2018. No entanto, existem algumas vão informar se a banca está seguindo os dados atuais ou se está
questões que, mesmo com a alteração do perfil da doença após seguindo o livro supracitado, ainda que ele esteja desatualizado.
2009, ainda cobram a classificação proposta por Medronho e

eo
o
ub
ro

2.4.6 PERFIL DA MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL


id
é

Nos últimos anos, o Brasil apresentou uma redução por sua vez, diminuiu em decorrência dos componentes pós-
o

significativa da mortalidade na infância (menores de 5 anos).


neonatal e neonatal precoce.


Segundo o documento SAÚDE BRASIL 2017, essa redução foi Observe como foi a queda do coeficiente de mortalidade
a
dv

da ordem de 2/3, o que fez com que o Brasil atingisse a meta infantil no nosso país entre 1990 e 2015. Veja que o indicador
pi

estabelecida antes de 2015, ano em que expiraria o acordo apresenta, inicialmente, uma queda acelerada entre 1990 e 2000.

Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, feito com os países- Observe que houve uma desaceleração na queda do coeficiente
membros da (Ministério da Saúde, Saúde Brasil 2017). entre os anos 2000 e 2005 (perceba que há uma mudança no
me

A análise dos dados evidenciou que a mortalidade na infância ângulo da curva).


reduziu à custa do coeficiente de mortalidade infantil (CMI), que,

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m
co
Figura 28. Evolução do coeficiente de mortalidade infantil entre 1990 e 2015. Esses dados são do Ministério da Saúde e estão disponíveis na página 68 do seguinte link:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2017_analise_situacao_saude_desafios_objetivos_desenvolvimento_sustetantavel.pdf>.
s.
A redução da mortalidade infantil foi perceptível em todo o experimentaram uma redução tão acelerada, o que demonstra que
território nacional, mas foi mais acelerada na região Nordeste. O as modificações do coeficiente supracitado não vêm ocorrendo de

eo

estado com maior redução do CMI foi Alagoas. Outras regiões não forma homogênea no país.
o
ub
ro

Atualmente, os dados do IBGE referentes ao ano de 2019 apresentam o seguinte painel em relação à mortalidade em crianças
id
é

(IBGE, 2020):
o

→ o Brasil tem um coeficiente de mortalidade na infância (< 5 anos) igual a 14 óbitos NV‰;

→ atualmente, temos um coeficiente de mortalidade infantil de 11,9 óbitos por 1.000 nascidos vivos (dados de 2019), sendo o
componente predominante o neonatal precoce, o que já é um padrão de sociedades com melhores condições de saúde;
a
dv
pi

→ o CMI em meninos é um pouco maior do que em meninas (12,9 versus 11,0);


→ o Amapá é o estado com maior CMI (22,6 óbitos NV‰), enquanto o Espírito Santo é o que apresenta o menor valor desse
indicador no país (7,8 óbitos NV‰);
→ as regiões Sul e Sudeste são as que contêm os estados com menores coeficientes do país. Excetuando-se o Rio de Janeiro,
me

todos os estados apresentam CMI inferior a 10 óbitos por NV‰. Fora dessas regiões, apenas o Distrito Federal atingiu essa façanha.

No entanto, a mortalidade infantil ainda pode diminuir mais! O Brasil ainda está longe de países desenvolvidos, como Portugal e Japão,
que apresentam, respectivamente, 3 e 2 óbitos por 1.000 nascidos vivos, e de países latinos, como Argentina, que apresenta entre 7 e 8 óbitos
por NV‰. Um dia a gente chega lá!

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Para as provas de acesso direto ao R1, a engenharia reversa mostrou que as questões sobre o perfil da mortalidade infantil
brasileira têm maior incidência nas bancas de São Paulo e do Nordeste. Ainda, não foram detectadas especificamente questões sobre
esse assunto em 2021.

2.4.7 MORTALIDADE MATERNA

m
A razão de mortalidade materna (RMM) ainda é bem o Desenvolvimento de Século, um novo acordo firmado entre os
elevada no Brasil. O nosso país participou do acordo Objetivos países-membros que, além de outros fatores, tem como meta a

co
do Desenvolvimento do Milênio e tinha como meta a redução marca de 30 mortes maternas por 100.000 NV até 2030.
desse indicador em 75% em um prazo de 15 anos (1990-2015). No Atualmente, temos uma RMM de 59,1 óbitos por 100.000
entanto, reduziu apenas em 55%. nascidos (20182), quando o limite aceitável pela Organização
Como muitos países também falharam nessa redução, Mundial da Saúde (OMS) é de 20 óbitos para cada 100.000 nascidos
s.
a Organização das Nações Unidas (ONU) incluiu novamente a vivos (NV).
redução da mortalidade materna como pauta dos Objetivos para

eo

No entanto, temos uma quantidade considerável de óbitos maternos subnotificados e sub-registrados, o que nos leva a crer
o
ub

que os valores da RMM são ainda mais elevados.


ro
id
é
o

a
dv
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me

2 Os últimos dados disponíveis são de 2018.

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Veja a seguir como foi a evolução da RMM no Brasil nos últimos 15 anos.

m
co
Figura 29. Razão de mortalidade materna (RMM) no Brasil entre 1990 e 2018. Observe que a RMM apresentou tendência de queda entre 1990 e 2000, quando
s.
então houve uma tendência de redução na queda ou estabilização do indicador. Os dados acima são do Ministério da Saúde e foram compilados pelo Instituto
Fernandes Figueira (Fundação Oswaldo Cruz) no seguinte link: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/mortalidade-materna-no-brasil-boletim-
epidemiologico-n-o-20-ms-maio-2020/>.

Observe que o indicador apresentou uma queda acelerada do óbito materno a partir de 2009. Como a vigilância permite

eo

entre 1995 e 2000, porém praticamente estabilizou a partir desse a investigação de óbitos por causas mal definidas em mulheres
o
ub

último ano, apresentando um leve aumento em 2009 em virtude em idade fértil, reclassificando-os como óbitos maternos quando
ro

da pandemia de H1N1. Essa redução na tendência de queda, necessário, pode ser que essa estabilização e esses repiques sejam
isto é, essa estabilização do indicador, com “repiques” em alguns devidos à redução das causas mal definidas, o que aumenta a RMM.
id
é

momentos, pode ser um reflexo da implantação da vigilância


o

a

A engenharia reversa mostrou que as bancas querem saber por que o Brasil falhou na redução da mortalidade materna. Essa
dv
pi

falha não é explicada por um único fator, e sim por uma série de fatores, a saber:

me

→ Implantação da vigilância do óbito materno a partir a qualidade da atenção prestada durante o pré-natal, parto e
de 2009. Bom, esse não é exatamente um fator de falha, e sim puerpério. Portanto, a má qualidade do atendimento inclui pré-
uma situação que pode explicar por que a razão de mortalidade natal insuficiente, equipes sem treinamento adequado e realização
materna (RMM) diminuiu a sua tendência de queda, conforme já de intervenções desnecessárias. Nesse sentido, o Ministério da
falamos acima (reclassificação de óbitos mal definidos como óbitos Saúde tem investido em ampliar a cobertura do pré-natal, incluindo
maternos). o número mínimo de 7 consultas por gestante. Ainda, existe o
→ Fatores ligados à qualidade do pré-natal e assistência ao investimento no treinamento de equipes, de forma a tornar o
parto. Como vimos no livro anterior, a RMM reflete diretamente manejo mais adequado nos quadros de complicações obstétricas.

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→ Ilegalidade do aborto. Apesar de ser comum no Brasil, o → Excesso de cesarianas. Segundo a Organização Mundial da
aborto não é legalizado em nosso país. Essa proibição impede, de Saúde, a taxa de cesáreas ideal para um país varia entre 10 e 15% do
certa forma, que seja elaborada uma política pública de saúde que total de partos (OMS, 2015). Entretanto, o Brasil apresentava uma
contribua para a diminuição da mortalidade materna por essa causa. das maiores taxas do mundo, variando entre 45 e 55%, dependendo
Isso porque, como a prática é clandestina, não é possível conhecer do estudo. Com o objetivo de diminuir esse quantitativo, a Agência
o número exato de mulheres que se submetem ao procedimento Nacional de Saúde (ANS) e o Conselho Federal de Medicina (CFM)
nem mapear com precisão os locais de maior incidência, o que publicaram recomendações para a realização do procedimento.
impede a elaboração de um planejamento de saúde adequado e A ANS publicou a Resolução Normativa nº 368 (6/1/2015)
a implantação das medidas preventivas pertinentes. Ademais, a solicitando que toda gestante submetida à cesárea eletiva fosse
maioria dos abortos são realizados em condições inadequadas, informada sobre os riscos do procedimento e assinasse um termo
principalmente em clínicas clandestinas, o que faz com que o de consentimento livre e esclarecido. Já o CFM publicou uma

m
número de infecções uterinas por ausência de higiene aumente de resolução recomendando que a cesariana eletiva seja realizada
forma considerável (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). apenas a partir da 39ª semana:

co
Resolução CFM nº 2.144/2016 (17/03/2016): “Art. 2º Para garantir a segurança do feto, a cesariana a pedido da gestante, nas
situações de risco habitual, somente poderá ser realizada a partir da 39ª semana de gestação, devendo haver o registro em prontuário”.
s.
Já vimos as principais causas de óbitos maternos no resumo anterior, mas não custa relembrar!

eo
o
ub

“As principais causas de morte materna são a hipertensão, seguida de hemorragias, infecção puerperal, aborto e doenças
ro

cardiovasculares que complicam na gestação, parto e puerpério.”


id

(Saúde Brasil 2018 – Ministério da Saúde, Saúde Brasil, 2019)


é
o

a
dv
pi

2.4.8 MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE PREFERENCIAL PARA A SITUAÇÃO DO BRASIL

A atual tripla carga de doenças gera uma pressão caráter preventivo (como uma determinada imunização ou alguma
me

assistencial muito grande para os serviços de saúde do nosso país, orientação para prevenir uma doença, e assim por diante).
principalmente porque, ao longo dos anos, o Brasil construiu um Um sistema de saúde é considerado fragmentado quando
sistema de saúde fragmentado, ao invés de um sistema integrativo. ele não atende a todas as necessidades da população. Em outras
Uma população apresenta indivíduos com necessidades de palavras, o foco do sistema está voltado apenas para um tipo de
saúde diferentes. Por exemplo, alguns vão precisar de atividades demanda, esquecendo-se de que a população apresenta outras.
com caráter assistencial (como uma consulta médica ou um Em contrapartida, um sistema de saúde integrado contempla todas
tratamento específico), mas outros vão precisar de atividades de as necessidades de saúde apresentadas, encarando a população

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com integralidade. morbimortalidade. Em outras palavras: a transição epidemiológica


A história da saúde no Brasil revela que o modelo construído avançou e as doenças crônicas aumentaram, mas o sistema de
por aqui é do tipo fragmentado, sendo reativo apenas para saúde não acompanhou essa evolução. Por isso, atualmente
situações agudas. No entanto, a resposta ainda é lenta e falha para temos capacidade para atender com efetividade apenas uma parte
as doenças crônicas não transmissíveis. E olhe só o tamanho do da tripla carga existente.
problema: as DCNT são, atualmente, a nossa principal causa de

A solução é reorganizarmos o sistema segundo o modelo das redes de atenção à saúde (RAS), que tem como porta de
entrada preferencial a atenção básica ou atenção primária à saúde (conhecida carinhosamente como APS).
Esse modelo permite o acompanhamento longitudinal dos indivíduos com DCNT, reduzindo assim as suas complicações e

m
a mortalidade (prevenção terciária), bem como o acompanhamento da população em geral, estimulando a promoção da saúde e
prevenindo novos casos de DCNT (prevenção primária).

co
Neste modelo, temos diversos pontos de atenção que estão dispostos de forma poliárquica em vez da clássica organização piramidal:
s.

eo
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Figura 30. Sistema de saúde organizado de forma piramidal x sistema de saúde organizado de forma poliárquica (redes de atenção à saúde – RAS). Atualmente, as RAS
a
dv
pi

têm a APS como uma de suas portas de entrada. Por sua vez, a APS encaminha o paciente para os outros pontos de atenção, mas sempre o recebe de volta, já que ela
é a coordenadora do cuidado.

RESUMINDO: o nosso sistema de saúde foi organizado com que as transições demográfica e epidemiológica tiveram início na
me

foco nas doenças agudas (urgências e emergências), mas é preciso metade do século XX (entre 1940 e 1950), mas apenas no final do
reorientar o sistema para que haja longitudinalidade, já que a nossa século XX e início o século XXI é que os gestores em saúde iniciaram
maior demanda é de doenças crônicas (que duram muito tempo). a reorientação do sistema para um modelo mais integrativo
Por isso, é preciso organizar o sistema segundo as RAS, que têm (1986, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS); 1993, com
a APS como porta de entrada, ordenadora e coordenadora do a implantação do Programa de Saúde da Família; e 2006, com a
cuidado do sistema. Estratégia de Saúde da Família).
Estamos atrasados em nossa transição sanitária, uma vez

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CAPÍTULO

4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Veja abaixo a lista de referências bibliográficas utilizadas para a escrita deste livro digital integrado.
1. Medronho, R.A.; Bloch, K.V.; Luiz, R.R. e Werneck, G.L. Epidemiologia & Saúde – 2ª edição. Capítulo n° 3. Editora Atheneu, 2009.
2. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico especial. Boletim epidemiológico de HIV/AIDS. 01 de
dezembro de 2020. Brasília, DF. Disponível em: < http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-epidemiologico-hivaids-2020>. Acesso em
04/02/2021.
3. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico especial. Boletim epidemiológico de hepatites virais. Julho
de 2020. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2020/boletim-epidemiologico-hepatites-virais-2020>. Acesso em
04/02/2021.

m
4. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil em Síntese. Disponível em https://brasilemsintese.ibge.gov.br/educacao/taxa-de-
analfabetismo-das-pessoas-de-15-anos-ou-mais.html. Acesso em 29/03/2021.

co
5. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD contínua. Educação 2018. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2018.
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101657_informativo.pdf. Acesso em 29/03/2021.
6. Costa, M.A. et al. Vulnerabilidade social no Brasil: conceitos, métodos e primeiros resultados para municípios e regiões metropolitanas
brasileiras. Texto para discussão. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Brasília, 2018. Disponível em https://www.ipea.gov.br/
s.
portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2364b.pdf. Acesso em 22/03/2021.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços.
Guia de Vigilância em Saúde: volume único [recurso eletrônico]/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral
de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

eo

8. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Indicadores de condições de vida – disponível em e-disciplinas https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
o
ub

php/3134987/mod_resource/content/1/HEP0173_indic_sinteticos.pdf
ro

9. Franchi, J.V.O. et al. Acesso aos cuidados no trabalho de parto e parto e a segurança para a saúde materna. Revista Latino-Americana
id

de Enfermagem. Volume 28: e3292, 2020. Disponível em https://www.scielo.br/pdf/rlae/v28/pt_0104-1169-rlae-28-e3292.pdf. Acesso em


é

28/03/2021.
o

10. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com
doença crônica/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
a
dv
pi

162 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 35).


11. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Disponível em https://www.

br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0.html. Acesso em 25/03/2021.


12. United Nations Development Programme. Human development reports. Disponível em: http://hdr.undp.org/en/content/2019-human-
me

development-index-ranking. Acesso em 25/03/2021.


13. IBGE 2020. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/3097/tcmb_2019.pdf
14. Frenk, J. Bridging the Divide: Comprehensive Reform to Improve Health in Mexico. Commission on Social Determinants of Health. Nairobi,
Kenya June 29, 2006. Disponível em: https://www.who.int/social_determinants/resources/frenk.pdf. Acesso em 29/03/2020.
15. Vasconcelos, A.M.N & Gomes, M.M.F. Transição demográfica: a experiência brasileira. Epidemiologia e Serviços de Saúde v.21 n.4 Brasília
dez. 2012.

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16. Organização Mundial da Saúde (OMS). Declaração da OMS sobre Taxas de Cesáreas. Abril de 2015. Disponível em https://apps.who.int/
iris/bitstream/handle/10665/161442/WHO_RHR_15.02_por.pdf;jsessionid=16DB3F2949AAE48C8CB08F2CB7D0C762?sequence=3. Acesso
em 25/03/2021.
17. Netto, M.F.V. & Deslandes, S.F. As Estratégias de Saúde da Família no enfrentamento das violências envolvendo adolescentes. Ciência &
Saúde Coletiva, 21(5):1583-1595, 2016. Disponível em https://www.scielosp.org/pdf/csc/2016.v21n5/1583-1596/pt. Acesso em 21/03/2021.
18. Conselho Federal de Medicina (CFM). Resolução 2144/2016 de 17 de março de 2016. Disponível em https://portaldeboaspraticas.iff.
fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/08/res21442016.pdf. Acesso em 20/03/2021.

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CAPÍTULO

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Estrategista, parabéns por ter concluído mais um resumo!!! Sem dúvidas, agora você está mais perto da sua vaga! Se você ficou com
qualquer dúvida, pode me mandar mensagem. Estou à sua disposição! O meu perfil no Instagram é @prof.barbaradalegria.
Em nosso próximo resumo, vamos conversar sobre os processos endêmicos e epidêmicos, um tema muito atual e que certamente
aparecerá nas provas!
Então, vamos juntos!
Forte abraço,
Bárbara D’Alegria.

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