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C O N S U LTA -C O N J U N TA :

U M A E S T R AT É G I A D E
ATENÇÃO I N T E G R A L À
SAÚDE

PROFª: INDIRA SIEBRA


Sintonia com a s
necessidade s
formação
E m acordo c o m
a s d e m a n d a s de
profi ssional s aú d e

atuação Trabalho
integ rado

Consulta-Conjunta:
Originaria da Interconsulta, que visa integrar pessoas e
saberes no cotidiano dos serviços de saúde, objetivando
sensibilizar, mobilizar e capacitar para mudar concepções,
praticas e relações a fim de proporcionar cuidado integral à
saúde.
con s u l ta
compartilhada/conjunta

A consulta-conjunta, reúne, na m e s m a cena,


profi ssionais de diferentes categorias, o paciente e,
se necessário, a família deste.

A ação se faz a partir da solicitação de u m dos


profi ssionais para complementar e/ou elucidar
aspectos da situação de cuidado em andamento
que fujam ao entendimento do solicitante ao traçar
uma conduta terapêutica.
A l g u n s Objetivo:
• Aprimorar a tarefa assistencial no que diz respeito à qualificação profissional e
surge da necessidade viva de dar respostas resolutivas durante a dinâmica ág il
da a s s is tência à s aúde.

• Levar o profissional a compreender e identificar os diferentes aspectos


envolvidos no processo saúde e doença.

• Possibilitar ao s profi ssionais envolvidos entender a atuação clínica e terapêutica


de s eu colega, ampliando a consciência para s e u s limites e possibilidades.

• Promover u m a pratica integradora, visando à interdisciplinaridade, instituindo o


cuidado como eixo estruturante na pratica e m saúde.

• Possibilitar o suporte mútuo entre profi ssionais frente a u m a prática complexa e


repleta de dúvidas e ansiedade, para que p o s s a m exercê-la de forma resolutiva
e eficaz.
Ampliar a compreensão do processo
saúde- doença;
NO QUE
DIZ
Capacitar o médico a dar suporte psicológico a
R E S PEITO seus pacientes e a reconhecer o seu limite de
AOS atuação, favorecendo um encaminhamento
MÉDICOS adequado ao especialista em saúde mental,
quando necessário.

Compreender a importância da psicoterapia,


assim como o seu papel terapêutico junto ao
paciente. – Instrumentalizar o médico para ver
além do sintoma
Promover a compreensão da interação
corpo- - mente num contexto
biopsicossocial.

NO QUE S E Favorecer u ma abordagem psicoterápica ágil,


focal e criativa, adequada ao tempo e ao
R E F E R E AO setting, onde a consulta se desenrola.
P R O FIS S IO NAL Levar o profissional psi a atuar na consulta
PSI conjunta como facilitador da comunicação, por
meio da compreensão da dinâmica da relação
médico - paciente.
Auxiliar no diagnóstico e na prescrição de
condutas terapêuticas adequadas ao estilo de
vida do paciente
Desconhecimento
Difi culdades teórico e prático.
no Exercício Desconhecimento e/ou incompreensão do
da Consulta modelo de atenção biopsicossocial.
Conjunta - Desconhecimento da função do profissional
MÉDICOS psi, porque a prática deste profissional é
recente nas unidades de atenção à saúde.

Excesso de demanda de trabalho por


questões que vão desde o ordenamento da
porta de entrada do sistema de saúde ou até
m esm o pelo paradigm a predom inantem ente
curativo que tem norteado as ações em
saúde.
Desconhecimento desta prática, pois
são poucas as unidades de saúde que
utilizam esta metodologia.
Difi culdades
no exercício Equívoco de compreensão na sua formação
da Consulta profissional que facilita a identificação com o
paciente e propicia uma aliança “contra” o médico.
Conjunta -
P SICÓ LO GIA
Desconhecimento da biomedicina ou dos mecanismos biológicos das
doenças que direcionam a compreensão do processo saúde-doença,
com excessiva ênfase na subjetividade

Pouca valorização dos determinantes sociais na


etiologia das doenças. – Excesso de interpretação
subjetiva dos dados da realidade, fatos concretos.
BREVE HISTÓRICO

•L o c a l : Em m ead o s de 1997 - H o s p ital U n iv e rs itá r io C le m e n tino Fra g a Filh o

da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ),


•C o n t e x t o : u m in tern o d e m e d i c i n a solicita a t e n d i m e n t o a u m a p a c i e n t e c o m u m quadro
de asma brônquica refrataria
•P r o c e d i m e n t o : Re a l i z a ç ã o d e u m a e n t re v i s t a a três

Relato:
“Durante toda a experiência terapêutica vivida conjuntamente, eu
esclarecia detalhes da psicodinâmica da paciente, da técnica que
estava sendo empregada, e o interno me informava de sua
evolução clínico-medicamentosa.” (Julio de Mello Filho)
BRE VE
HISTÓRICO

•O tra b alh o d e co n s u lta -co njunta s e d e s e n v o lv e u m a is

nos s e r v i ç o s d e D i a b e t e , m e t a b o l o g i a ,

reumatologia, nefrologia.
INTERDISCIPLINARIDADE

•U m dos pontos essenciais da consulta-conjunta é q u e


cada u m dos participantes aprenda com o outro sobre
as técnicas de abordagem utilizadas, reconhecendo os
recursos terapêuticos presentes numa relação
favorável à produção de saúde.

•Deste modo, o clinico aprenderá com o profissional psi


e este aprenderá mais sobre aspectos clínicos das
enfermidades e m questão.
A INTEGRAÇÃO D E P E S S O A S E
SABERES
Para viabilizar a pratica da consulta-conjunta, tem-se utilizado
algumas estratégias para identificar e diluir pontos de resistência,
fomentar parcerias e integrar os profissionais:

- Discussão multidisciplinar de casos clínicos;

– Aproximação por temas afins nas discussões, seminários e


oficinas;

–Encaminhamentos e m que a devolução ou resposta de


parecer, ou da conduta traçada, se faz de forma presencial;

–Incentivo à produção conjunta para participação em eventos,


artigos e pesquisas.
Q U E PE RS O N AG E N S POD E M IN TEG RA R O G R UPO DE
PARTICIPANTES D E U M A CONSULTA CONJUNTA?

D a a t e n ç ã o p r i m ár i a à s a ú d e
médico de família e comunidade • enfermeiro • dentista• agente

comunitário de saúde

D a equipe de saúde mental


•psiquiatra• psicólogo • enfermeiro, • terapeuta ocupacional, •
assistente social • ou outro profissional de saúde de nível superior
com experiência e m saúde mental

D e u s u á r i o s d o se r v i ço d e s a ú d e
• pacientes• familiares• acompanhantes

O u t r o s p r o fi s s i o n a i s
• estudantes• estagiários• outras pessoas interessadas das
equipes
DESDOBRAMENTOS:

• Novas consultas e m parceria para melhorar o


diagnóstico;

• Responsabilidade do atendimento por u m dos profissionais


envolvidos, após discussão do caso se m a presença do
paciente;

• Encaminhamentos mais precisos para especialidades e/ou


locais que desenvolvam terapêuticas requeridas pela
situação e m questão;

• Trabalhos de grupo com pacientes sob a coordenação


conjunta dos profissionais.
ETAPAS D E U M A CONSULTA CONJUNTA D E
S A Ú D E M E N TA L N A ATENÇÃO P R I M Á R I A :

1. C o n t a t o prévio entre a s e q u i p e s

Inform a r à E S F o que s erá feito.


Compartilhar o planejamento da primeira
consulta conjunta.
Frisar a importância do caráter colaborativo e
não a ideia de somente “empurrar casos”.
Esclarecer que os matriciadores não irão
simplesmente atender e sim trabalhar juntos
E TA PA S D E U M A CONSULTA
CONJUNTA D E S A Ú D E
M E N TA L N A ATENÇÃO P R I M Á R I A :

2. D i s c u s s ã o a n t e s d o a t e n d i m e n t o

Discutir a situação em conjunto, de preferência



com todos os profissionais envolvidos
E TA PA S D E U M A CONSULTA
CONJUNTA D E S A Ú D E
M E N TA L N A ATENÇÃO P R I M Á R I A :

3. Explicação d o m o d e l o a o u s u á r i o

• U m membro da ESF, preferencialmente, deve


apresentar os matriciadores e dar as
explicações:
• Informar ao usuário o que está acontecendo
•Orientar para que a equipe de referência continue
a mesma
•Esclarecer sobre outras formas de cuidado que
podem ser recomendadas
E TA PA S D E U M A CONSULTA
CONJUNTA D E S A Ú D E
M E N TA L N A ATENÇÃO P R I M Á R I A :

4. Solicitação d e p e r m i s s ã o
Solicitar a autorização do usuário e demais

envolvidos para a realização da consulta conjunta
ETA PAS D E U M A CONSULTA CONJUNTA D E
S A Ú D E M E N TA L N A ATENÇÃO P R I M Á R I A :

5. Reali zação d a co n s u l t a

O s profissionais da ESF devem iniciar a consulta


e, se for o caso, posicionar-se fisicamente na sala
ou no consultório onde ficam os condutores de
u ma consulta
O s matriciadores começam a participar ou a
intervir paulatinamente, colocando-se mais como
interconsultores do que como condutores da
consulta
ETA PAS D E U M A CONSULTA CONJUNTA D E
S A Ú D E M E N TA L N A ATENÇÃO P R I M Á R I A :
6. D i s c u s s ã o d e u m a c o n d u t a c o m p a r t i l h a d a
Cuidar para nunca discutir o caso na frente do paciente.
O matriciador procura saber qual é o modelo explicativo do
matriciando para o problema e quais soluções ele vislumbra,
corrigindo posteriormente a s imperfeições que porventura surjam
na estratégia adotada.
A conduta não deve ser “prescrita” tão somente pelo matriciador,
m a s decidida dialogicamente por todos os envolvidos.
Quando a conduta do caso for proposta aos usuários, ela deve ser
informada pela equipe de referência, preferencialmente.
Discutir condutas não medicamentosas sempre, m e s m o quando
for indicada ou solicitada avaliação para u m tratamento
medicamentoso.
ETA PAS D E U M A CONSULTA CONJUNTA D E
S A Ú D E M E N TA L N A ATENÇÃO P R I M Á R I A :
7. O r g a n i z a ç ã o d a r e v i s ã o d o c a s o

• Normalmente, a maioria dos pacientes sóprecisa de


revisão e m caso de falha terapêutica

• Pacientes co m transtornos mentais mais graves, e que a


equipe deseja manter somente na APS, ou que se
recusam a serem tratados e m cuidados especializados,
dev em ter revisões mais constantes

• O encaminhamento de u m paciente à atenção


secundária não impede que o caso dele continue a ser
visto e discutido na A P S
Caso 01 – Shayane – 12
anos

ATIV ID A D E
Caso 02 – Wilson (13
PARA anos)
P R ÓX I M A
AULA
Casos 03 – Francisco (08
anos)

Apresentar o caso e o seu


desenrrolar
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
MELLO FILHO, Julio de; SILVEIRA, Lia Márcia Cruz da; BURD,
Miriam. Consulta-conjunta: u m a e s t r a t é gi a d e a t e n çã o
integral à s a ú d e , In: MELLO FILHO, Júlio de. Psicossomática
hoje. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

L E I T U R A C O M P L E M E N TA R :
CHIAVERINI, Dulce Helena. G u i a prático d e matriciamento
e m s a ú d e mental. Brasília, DF: Ministério da Saúde: Centro de
Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011.

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