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● A Teoria Burocrática surge por volta de 1940, para superar a fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e das
Relações Humanas, ambas extremistas e contraditórias; vem ainda da necessidade de um modelo organizacional
capaz de envolver todas as variáveis estruturais, bem como o comportamento dos membros participantes, e
aplicável não apenas a fábrica; devido o crescimento e a complexidade das organizações, que passou a exigir
modelos organizacionais mais complexos e bem definidos.
● Baseia-se na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos pretendidos, a fim de garantir a máxima
eficiência possível no alcance desses objetivos.
● Tem como principal teórico, Max Weber.
● Tipos de Autoridade
○ Tradicional
■ Quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque sempre foi a
maneira pela qual as coisas foram feitas.
■ O domínio patriarcal e do despotismo real representa o tipo mais puro de autoridade tradicional.
■ O poder tradicional não é racional, pode ser transmitido por herança e é extremamente conservador.
■ Toda mudança social implica rompimento mais ou menos violento das tradições.
■ A legitimação do poder tradicional provém da crença no passado eterno, na justiça e na maneira
tradicional de agir.
■ A dominação tradicional quando envolve grande número de pessoas e um vasto território, pode
assumir duas formas de aparato administrativo para garantir sua sobrevivência:
● Forma patrimonial: na qual os funcionários preservam a dominação tradicional são os
servidores pessoais do senhor e são em geral dependentes economicamente dele.
● Forma feudal: na qual o aparato administrativo apresenta maior grau de autonomia com
relação ao senhor.
○ Carismática
■ Quando os subordinados aceitam as ordens do superior como justificadas por causa da influência da
personalidade e da liderança do superior com qual se identificam.
■ O poder carismático é um poder sem base racional, é instável e adquire facilmente características
revolucionárias, não pode ser delegado, nem transmitido por herança.
■ A legitimação da autoridade carismática provém das características pessoais carismáticas do líder e
da devoção e arrebatamento que aos seguidores.
■ O aparato administrativo envolve um grande número de seguidores, discípulos e subordinados leais
e devotados para desempenharem o papel de intermediários entre o líder carismático e a massa;
esse aparato é inconsciente e instável.
○ Legal, Racional ou Burocrática
■ Quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam
com um conjunto de preceitos ou normas que consideram legítimos e dos quais deriva o comando. É
o tipo de autoridade técnica, meritocracia e administrada.
■ A legitimidade do poder racionais e legais se baseia em normas legais racionalmente definidas.
■ Na dominação legal, q crença na justiça da lei é bom sustentáculo da legitimação.
■ O aparato administrativo que corresponde às dominação legal é a burocracia. Tem seu fundamento
nas leis e na ordem legal.
■ A burocracia é a organização típica da sociedade moderna democrática e das grandes empresas e
existe na moderna estrutura do Estado, nas organizações não estatais e nas grandes empresas.
● Características da Burocracia
o Caráter Legal das Normas e regulamentos
A burocracia é uma organização ligada por normas e regulamentos previamente estabelecidos por escrito, é uma
organização baseada em uma legislação própria que define antecipadamente como a organização deverá funcionar, essas
normas e regulamentos são escritos, também são exaustivos por cobrirem faixas as áreas da organização, a fim de prever
todas as ocorrências e enquadrá-las dentro de um esquema capaz de regular tudo o que ocorre dentro da organização.
o Caráter Formal das Comunicações
A burocracia é uma organização ligada por comunicações escritas. As regras, decisões e ações administrativas são
formuladas e registradas por escrito. Daí o caráter formal da burocracia. Todas as ações e procedimentos são feitos para
proporcionar comprovação e documentação adequadas, bem como assegurar a interpretação única das comunicações.
o Caráter Racional e Divisão do Trabalho
A burocracia é uma organização que se caracteriza por uma sistemática divisão do trabalho, essa divisão atende a uma
racionalidade, isto é, ela é adequada aos objetivos a serem atingidos: a eficiência da organização. Há uma divisão
sistemática do trabalho e do poder, estabelecendo as atribuições de cada participante.
o Impessoalidade nas Relações
A distribuição das atividades é feita impessoalmente, ou seja, em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas.
o Hierarquia da Autoridade
Cada cargo inferior deve estar sob o controle e supervisão de um posto superior, nenhum cargo fica sem controle ou
supervisão. Daí a necessidade de hierarquia da autoridade para definir as chefias nos vários escalões de autoridade.
o Rotinas e Procedimentos Padronizados
A burocracia é uma organização que fiz as regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo. O ocupante do
cargo não faz o que quer, mas o que a burocracia impõe que ele faça, as regras e normas técnicas regulam a conduta do
ocupante de cada cargo, cujas atividades são executadas de acordo com as rotinas e os procedimentos.
o Competência Técnica e Meritocracia
A escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não nas preferências pessoais. Admissão,
transferência e promoção dos funcionários são baseadas em critérios válidos para toda a organização, de avaliação e
classificação, e não em critérios particulares e arbitrários.
o Especialização da Administração
A burocracia é uma organização que se baseia na separação entre a propriedade e a administração. Os membros do corpo
administrativo estão separados da propriedade dos meios de produção. Com a burocracia surge o profissional que se
especializa em gerir a organização, daí o afastamento do capitalista da gestão dos negócios, que passa a diversificar suas
aplicações financeiras de capital.
o Profissionalização dos Participantes
A burocracia é uma organização que se caracteriza pela profissionalização dos participantes. Cada funcionário é um
profissional, pois: é um especialista, é assalariado, é ocupante de um cargo, e nomeado pelo superior hierárquico, seu
mandato é por tempo indeterminado, segue carreira dentro da organização, não possui a propriedade dos meios de produção
e administração, é fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos da empresa, o administrador profissional tende a controlar
cada vez mais as burocracias.
o Completa Previsibilidade do Funcionamento
O modelo burocrático de Weber parte da pressuposição de que o comportamento dos membros da organização é
perfeitamente previsível: todos os funcionários deverão comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da
organização, a fim de que esta atinja a máxima eficiência possível.
● Vantagens da Burocracia
○ Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento exato dos deveres.
○ Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve ser feito e por quem e as ordens e papéis
tramitam através de canais preestabelecidos.
○ Unicidade de interpretação, garantida pela regulamentação específica e escrita.
○ Uniformidade de rotinas e procedimentos, que favorecem a padronização, redução de custos e erros,
pois as rotinas são definidas por escrito.
○ Continuidade da organização, através da substituição do pessoal que é afetado, pois os critérios de
seleção e escolha de pessoal baseiam-se na capacidade e na competência técnica.
○ Redução do artigo entre as pessoas, pois cada funcionário conhece o que é exigido dele e quais os limites
entre suas responsabilidades e as dos outros.
○ Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias.
○ Confiabilidade, pois o negócio é conduzido através de regras conhecidas, e os casos similares são
metodicamente tratados dentro da mesma maneira sistemática.
○ Benefícios para as pessoas na organização, pois a hierarquia é formalizada, o trabalho é dividido entre as
pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se tornarem especialistas, podendo
encarreirar-se na organização em função de seu mérito pessoal e competência técnica.
● Disfunções da Burocracia
● Os autores estruturalistas criticaram a previsibilidade da burocracia, ao estudar as consequências previstas
que conduzem a máxima eficiência, Merton notou a presença de consequências imprevistas, e que levam à
ineficiência e às imperfeições. Estas serão descritas a seguir:
○ Internalização das Regras e Apego aos Regulamentos, as diretrizes da burocracia, emanadas
através de normas e regulamentos para atingir os objetivos da organização, tendem a adquirir um
valor positivo, próprio e importante, independentemente daqueles objetivos, passando a substituí-los
gradativamente. As normas e regulamentos passam a se transformar de meios em objetivos.
○ Excesso de Formalismo e de Papelório, devido a necessidade de documentar e formalizar todas
as comunicações dentro da burocracia a fim de que tudo possa ser devidamente documentado e
testemunhado por escrito.
○ Resistência a Mudanças, como tudo é rotinizado, padronizado e previsto com antecipação, o
funcionário se acostuma a uma permanência, estabilidade e repetição daquilo que faz, o que passa
a lhe proporcionar total segurança a respeito de seu futuro na burocracia, assim quando surge
alguma mudança, essa tende a ser interpretada pelo funcionário como algo que ele desconhece, e
portanto passa a oferecer perigo à sua permanência, segurança e tranquilidade.
○ Despersonalização do Relacionamento, é característico da burocracia a impessoalidade no
relacionamento entre os funcionários, as pessoas trabalham como ocupantes de cargos, daí o seu
caráter impessoal, pois ela enfatiza os cargos e não as pessoas que os ocupam.
○ Superconformidade às rotinas e aos Procedimentos, a burocracia se baseia em rotinas e
procedimentos como meio para garantir que as pessoas façam exatamente aquilo que delas se
espera, todavia, com o tempo as regras e as rotinas tornam-se sagradas para os funcionários. O
impacto dessas exigências burocráticas sobre a pessoa provoca profunda limitação em sua
liberdade e espontaneidade pessoal, além da crescente incapacidade de compreender os
significados de suas próprias tarefas e atividades dentro da organização como um todo.
○ Dificuldade no Atendimento a Clientes, como o funcionário está voltado para dentro da
organização, seus normas e regulamentos internos, para suas rotinas e procedimentos, acaba
criando conflitos com os clientes da organização, pois todos são atendidos de forma padronizada,
estritamente de acordo com regulamentos e rotinas internas, fazendo que o público se irrite com a
pouca atenção e descaso com seus problemas particulares de pessoais.
● Críticas
○ Excesso de Racionalismo
■ Katz e Kahn salientam que a organização burocrática não leva em conta as condições
circunjacentes do ambiente, assim ele só sobrevive e é eficiente quando:
● As tarefas individuais são mínimas em requisitos criativos; as exigências do ambiente sobre
a organização são claras, de modo que a informação é redundante e a organização não
precisa usar todos os processadores de informação entre seus membros; a rapidez na
tomada de decisão é importante desde que cada pessoa envolvida no processo decisório
representa custos e riscos organizacionais; o modelo se aproxima do sistema fechado, com
requisitos mínimos de mudança do meio ambiente.
○ Alto Conservadorismo
■ A burocracia não leva em conta o crescimento pessoal e o desenvolvimento da personalidade
madura das pessoas.
■ Ela desenvolve a conformidade e o espírito corporativista.
■ Não considera a organização informal, bem como os problemas emergentes, não previstos.
■ Seu sistema de controle está irremediavelmente ultrapassado.
■ Não possui meios adequados para resolver conflitos e diferenças entre classes e grupos funcionais.
■ As comunicações são bloqueadas ou distorcidas por causa das divisões hierárquicas.
■ Os recursos humanos não são plenamente utilizados por causa da desconfiança, do medo de
represálias.
■ Não pode assimilar o influxo de novas tecnologias que ingressam na organização.
■ Pode modificar negativamente a estrutura de personalidade de certas pessoas sujeitas a influências
externas.
○ Falta de Informalidade.
○ Falta de Adaptação às Transformações e Exigências.
TEORIA COMPORTAMENTAL
A Teoria Comportamental da Administração ou Teoria Behaviorista surge no final da década de 40 com
uma redefinição dos conceitos anteriores e uma forte crítica à Teoria das Relações Humanas. A publicação de “O
Comportamento Administrativo” por Herbert Alexander Simon (EUA), em 1945, marca o início da Teoria
Comportamental, que dá ênfase ao comportamento das pessoas dentro do contexto organizacional.
A Teoria Comportamental representa um desdobramento da Teoria das Relações Humanas, porém
reformula alguns conceitos dos quais discordavam. Para a Teoria Comportamental, o Administrador deve
conhecer as necessidades das pessoas, compreender o comportamento humano e motivar os funcionários.
Introduz ainda a ideia do Homem Administrativo, um homem que procura uma maneira possível para fazer
algo e não a maneira ideal, excelente.
Conceito
Homem Administrativo: procura a maneira satisfatória de realizar as atividades e não a maneira ótima;
contenta-se com aquilo que está ao seu alcance, o que pode ser feito, dentro de suas possibilidades. Ao
tomar uma decisão, o Homem Administrativo não procura a melhor decisão, mas sim aquela adequada
para o momento.
Teoria das necessidades de Maslow
Abraham H. Maslow, psicólogo e consultor americano, apresentou uma teoria da motivação segundo a qual as
necessidades humanas estão dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e influência. Nessa
Hierarquia das Necessidades (Pirâmide de Maslow), encontram-se cinco níveis de necessidades.
Conheça mais detalhadamente cada uma dessas necessidades:
o » Necessidades Fisiológicas: Relacionadas com alimentação, sono e repouso, de abrigo e
outras. Esse grupo de necessidades tem a ver com a sobrevivência do indivíduo e com a
preservação da espécie.
o » Necessidades de Segurança: Como o próprio nome diz, relacionadas à segurança,
estabilidade, busca de proteção contra a ameaça ou privação, e fuga do perigo.
o » Necessidades Sociais: Relacionadas à associação, participação, aceitação por parte dos
companheiros, à troca, amizade, ao afeto e amor.
o » Necessidades de Estima: Relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se
avalia. Envolvem a auto apreciação, autoconfiança, necessidade de aprovação social e
respeito, de status, prestígio e consideração.
o » Necessidades de Auto realização: Relacionadas às necessidades humanas mais
elevadas que estão no topo da hierarquia; necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio
potencial e de autodesenvolver-se continuamente (ser constantemente mais do que é ou vir a
ser tudo o que pode ser).
Essa teoria de Maslow pressupõe os seguintes aspectos:
√ Somente quando um nível inferior de necessidades está satisfeito ou adequadamente atendido é que
o nível imediatamente mais elevado surge no comportamento.
√ Nem todas as pessoas conseguem chegar ao topo da Pirâmide de Necessidades.
√ Quando as necessidades mais baixas estão razoavelmente satisfeitas, as necessidades localizadas
nos níveis mais elevados começam a dominar o comportamento. Contudo, quando uma necessidade de
nível mais baixo deixa de ser satisfeita, ela volta a predominar no comportamento, gerando tensão no
organismo.
√ Cada pessoa possui sempre mais de uma motivação. Toda necessidade está intimamente ligada com
o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. Seu efeito sobre o organismo é sempre
global e nunca isolado.
√ Qualquer comportamento motivado é um canal pelo qual muitas necessidades fundamentais podem
ser expressas ou satisfeitas conjuntamente.
√ Qualquer frustração ou possibilidade de frustração de certas necessidades passa a ser considerada
ameaça psicológica. Essa ameaça é que produz as reações gerais de emergência no comportamento
humano.
Críticas
Várias pesquisas não chegaram a provar cientificamente a teoria de Maslow e algumas delas até a
invalidaram. Contudo, a teoria de Maslow é suficientemente bem estruturada para poder oferecer um
esquema orientador e útil para o comportamento das pessoas.
Teoria de Herzberg
Frederick Herzberg formulou a Teoria dos Dois Fatores para explicar o comportamento das pessoas
no trabalho. Para esse pesquisador, existem dois fatores que orientam o comportamento das
pessoas nesse ambiente. Conheça alguns exemplos de cada um deles, conforme QUADRO 1.
QUADRO 1
FATORES MOTIVACIONAIS
FATORES HIGIÊNICOS OU EXTRÍNSECOS
OU INTRÍNSECOS
CONTEXTO DO CARGO CONTEÚDO DO CARGO
(Tem a ver com como o empregado se sente em relação à empresa) (Tema ver com como empregado se sente em relação ao cargo)
Teorias de McGregor
Teoria X
Reflete um estilo de administração duro, rígido e autocrático, que muito se aproxima do estilo da
Administração Científica:
» Faz as pessoas trabalharem dentro de padrões previamente planejados e organizados pela direção;
»Visa ao alcance dos objetivos da organização;
» Acredita que as pessoas são motivadas exclusivamente por incentivos econômicos, e utiliza da
remuneração como recompensa ou punição;
» As pessoas são meros recursos de produção.
A Teoria X força as pessoas a fazerem o que a empresa espera delas, independente de suas opiniões
ou objetivos pessoais. Quando o Administrador impõe de cima para baixo um esquema de trabalho e
controla o comportamento dos subordinados, ele está agindo de acordo com a Teoria X.
O fato de o Administrador impor de forma autocrática ou suave seu desejo ou vontade, não faz diferença: ambas
são maneiras de se fazer a Teoria X (CHIAVENATO, 2004, p.271).
Teoria Y
Propõe um estilo de administração participativo e baseado em valores humanos e sociais. Segundo essa
teoria, administrar é um processo de criar oportunidades, liberar potenciais, remover obstáculos e encorajar o
crescimentoindividual.
A Teoria Y é aplicada por meio de um estilo de direção baseado em medidas inovadoras e
humanistas, com as seguintes características:
»Descentralizaçãodasdecisõese delegação de responsabilidades;
» Ampliação das atividades do funcionário para que seu trabalho tenha mais significado;
» Ofuncionáriotemparticipaçãonasdecisões e administração consultiva;
» Auto avaliação do desempenho.
A Teoria Y é a administração por objetivos que realça a iniciativa individual e valoriza as relações de
participação, trabalho em equipe e desempenho. Para essa teoria, o Administrador deve criar
condições para que as pessoas possam atingir seus objetivos pessoais, dirigindo seus esforços
em direção aos objetivos da empresa.
Teoria das decisões de Simon
A Teoria das Decisões nasceu com Herbert Simon, que a utilizou como base para explicar o comportamento
humano nas organizações. Nesse sistema, cada pessoa participa racional e conscientemente, escolhendo e
tomando decisões individuais a respeito de alternativas racionais de comportamento. Assim, a organização está
permeada de decisões e de ações. Para a Teoria Comportamental não é somente o administrador quem toma as
decisões. Todas as pessoas na organização, em todas as áreas de atividades e níveis hierárquicos e em todas
as situações estão continuamente tomando decisões relacionadas ou não com o seu trabalho. A organização é
um complexo sistema de decisões.
Decisão é o processo de análise e escolha entre as alternativas disponíveis de cursos de ação que a pessoa
deverá seguir tomador de decisão está inserido em uma situação, pretende alcançar objetivos, tem preferências
pessoais e segue estratégias (cursos de ação) para alcançar resultados. A decisão envolve uma opção. Para a
pessoa seguir um curso de ação, ela deve abandonar outros cursos que surjam como alternativas. Há sempre
um processo de seleção, isto é, de escolha de alternativas. O processo de seleção pode ser uma ação reflexa
condicionada (como digitar as teclas do computador) ou produto de raciocínio, planejamento ou projeção para o
futuro. Todo curso de ação é orientado no sentido de um objetivo a ser alcançado e segue uma racionalidade. O
tomador de decisão escolhe uma alternativa entre outras: se ele escolhe os meios apropriados para alcançar um
determinado objetivo, sua decisão é racional.
O processo decisorial é complexo e depende das características pessoais do tomador de decisões, da situação
em que está envolvido e da maneira como percebe a situação. O processo decisorial exige sete etapas, a saber:
1. Percepção da situação que envolve algum problema.
2. Análise e definição do problema.
3. Definição dos objetivos.
4. Procura de alternativas de solução ou de cursos de ação.
5. Escolha (seleção) da alternativa mais adequada ao alcance dos objetivos.
6. Avaliação e comparação das alternativas.
7. Implementação da alternativa escolhida.
Homem administrativo
Para abastecer o processo decisório, a organização precisa coletar e processar uma enorme variedade
de informações para permitir a escolha de alternativas, em situações que nunca revelam todas as opções
disponíveis, nem os possíveis resultados dessas alternativas. A capacidade da organização de coletar e
processar tais informações para proporcionar às pessoas que decidem, no tempo hábil, as bases para que
possam ser bem-sucedidas na escolha é limitada. Assim, o tomador de decisão não tem condição de analisar
todas as situações nem de procurar todas as alternativas possíveis. Muito menos de buscar a melhor alternativa
ou a alternativa mais adequada entre todas. Assim, o comportamento administrativo não é otimizante nem
procura a melhor maneira, mas satisfaciente, pois procura a maneira satisfatória entre aquelas que conseguiu
comparar. Cada pessoa é um indivíduo que se contenta (um "satisficer"): para sua satisfação não precisa do
máximo absoluto, mas sim do suficiente para se contentar dentro das possibilidades da situação. O termo
"satisficer" foi introduzido por Simon para significar que o homem considera suas satisfações contentando-se
com o que está ao seu alcance, mesmo que seja um mínimo, mas que na situação ou no momento, representa
para ele o máximo. Com isso, atenua-se o conceito do "homem econômico", cujas aspirações são objetivas e
materiais, procurando sempre a maximização absoluta ou a melhor maneira de fazer algo.
Processo decisório típico do homem administrativo:
1. O tomador de decisões evita a incerteza e segue as regras padronizadas da organização para tomar suas
decisões.
2. Ele mantém inalteradas as regras e as redefine somente quando sob pressão ou crise.
3. Quando o ambiente muda subitamente e novas situações afloram ao processo decisório, a organização é
lenta no ajustamento. Ela tenta utilizar o seu modelo atual para lidar com as condições modificadas.
EM SÍNTESE
A Teoria Comportamental (Behaviorista) da Administração, que aborda a ciência do comportamento, traz as
perspectivas da Pirâmide de Necessidades de Maslow, os Fatores de Herzrberg, a Teoria dos Dois Fatores de McGregor
e as contribuições de Simon.
A Teoria Comportamental se preocupa com os processos organizacionais, com o comportamento das pessoas na
organização e com o comportamento organizacional como um todo. O Administrador deve conhecer as
necessidades humanas para compreender o comportamento humano e utilizar a motivação como meio para melhorar
a qualidade de vida nas organizações.
» Necessidades de Maslow
• Elas podem ser dividas em:
– Necessidades Primárias: Necessidades fisiológicas e necessidades de segurança.
– Necessidades Secundárias: Necessidades sociais, necessidade de estima e necessidades de auto
realização.
• É importante lembrar que, de acordo com a Pirâmide das Necessidades de Maslow, somente quando
um nível inferior de necessidades está satisfeito é que o nível imediatamente mais elevado surge no
comportamento.
• Cada pessoa possui sempre mais de uma motivação. Toda necessidade está intimamente ligada ao
estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades.
» Fatores de Herzberg
• Fatores Higiênicos ou Extrínsecos:
– Estão relacionados ao ambiente ou condições de trabalho controlados pela empresa, e não pelo indivíduo.
– Quandoótimos,evitamainsatisfação,masnãosãosuficientesparacausarsatisfação por muito tempo.
Exemplo: Salários, estilos de chefia, condições físicas de trabalho, política e diretrizes da empresa, Clima
Organizacional e outros fatores.
• Fatores Motivacionais ou Intrínsecos:
– Estão relacionados com o que o indivíduo faz ou desempenha, portanto, aquilo que está sob seu controle.
– Quanto ótimos, provocam satisfação.
– Quando precários, inibem a satisfação.
– Envolvem sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e auto realização.
Exemplo: Desejo de conquistar um cargo de direção, uma promoção ou até mesmo um reconhecimento
do gestor.
» Teoria da decisão de Simon
• As organizações estão permeadas de decisões e ações;
• O processo decisório é complexo e depende tanto das características pessoais do tomador de
decisões, quanto da situação em que está envolvida e da maneira como percebe essa situação;
• O homem administrativo.
- O homem sempre considera suas situações contendo-se com o que está a seu alcance;
- Procura a maneira satisfatória e não a melhor maneira de fazer o trabalho.
TEORIA ESTRUTURALISTA
A origem da Teoria Estruturalista na Administração surgiu a partir:
• A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas – incompatíveis entre si -
tornou necessária uma posição mais ampla e compreensiva que integrasse os aspectos considerados por uma e
omitidos pela outra e vice-versa. A Teoria Estruturalista pretende ser uma síntese delas, inspirando-se na
abordagem de Max Weber.
• A necessidade de visualizar "a organização como uma unidade social complexa na qual interagem grupos
sociais" que compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade econômica da organização),
mas podem se opor a outros (como a maneira de distribuir os lucros). Seu maior diálogo foi com a Teoria das
Relações Humanas.
• A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo das organizações. O
estruturalismo influenciou a Filosofia, a Psicologia (com a Gestalt), a Antropologia (com Claude Lévi-Strauss), a
Matemática (com N. Bourbaki), a Lingüística, chegando até a teoria das organizações· com Thompson, Etzioni e
Blau. Na teoria administrativa, o estruturalismo se concentra nas organizações sociais.
• Novo conceito de estrutura. O conceito de estrutura é antigo. Heráclito; nos primórdios da história da Filosofia,
concebia o "logos" como uma unidade estrutural que domina o fluxo ininterrupto do devir e o torna inteligível. É a
estrutura que permite reconhecer o mesmo rio, embora suas águas jamais sejam as mesmas devido à contínua
mudança das coisas. Estrutura é o conjunto formal de dois ou mais elementos e que permanece inalterado seja
na mudança, seja na diversidade de conteúdo, isto é, a estrutura mantém-se mesmo com a alteração de um dos
seus elementos ou relações. A mesma estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, e a compreensão das
estruturas fundamentais em alguns campos de atividade permite o reconhecimento das mesmas estruturas em
outros campos.
O estruturalismo está voltado para o todo e com o relacionamento das partes na constituição do todo. A
totalidade, a interdependência das partes e o fato de o todo ser maior do que a soma das partes são as
características do estruturalismo.
A Sociedade de Organizações
A sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de organizações das quais o homem passa a depender
para nascer, viver e morrer. As organizações são diferenciadas e requerem de seus membros certas
características de personalidade que permitem a participação simultânea das pessoas em várias organizações
nas quais os papéis variam. O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais - Teoria
das Relações Humanas - para o estudo das interações entre as organizações sociais. Da mesma forma como os
grupos sociais interagem entre si, também interagem entre si as organizações. As organizações passaram por
um processo de desenvolvimento, a saber:
1. Etapa da natureza. É a etapa na qual os fatores naturais - elementos da natureza – constituíam a base única
de subsistência da humanidade. O papel do capital e do trabalho é irrelevante nessa etapa da história.
2. Etapa do trabalho. Surge um fator perturbador que inicia uma revolução no desenvolvimento da humanidade:
o trabalho. Os elementos da natureza são transformados por meio do trabalho, o qual conquista o primeiro plano
entre os elementos que concorrem para a vida da humanidade. O trabalho passa a condicionar as formas de
organização da sociedade.
3. Etapa do capital. É a terceira etapa na qual o capital prepondera sobre a natureza e o trabalho, tornando-se
um dos fatores básicos da vida social.
4. Etapa da organização. A natureza, o trabalho e o capital se submetem à organização. Esta, sob uma forma
rudimentar, já existia desde o início da evolução humana, do mesmo modo que o capital existira antes da fase
capitalista, pois desde quando surgiram os instrumentos de trabalho o capital ali estava presente. A organização
tem um caráter independente da natureza, do trabalho e do capital e utiliza-se deles para alcançar seus
objetivos.
O homem organizacional
Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o homem econômico e a Teoria das Relações Humanas "o homem
social", a Teoria Estruturalista focaliza o "homem organizacional", a pessoa que desempenha diferentes papéis
em várias organizações. Na sociedade de organizações, moderna e industrializada, avulta a figura do homem
organizacional que participa de várias organizações. O homem moderno, ou seja, o homem organizacional, para
ser bem-sucedido em todas as organizações, precisa ter as seguintes características de personalidade:
•Flexibilidade, em face das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna e da diversidade de papéis
desempenhados nas organizações.
•Tolerância às frustrações para evitar o desgaste emocional decorrente do conflito entre necessidades
organizacionais e necessidades individuais, cuja mediação é feita através de normas racionais, escritas e
exaustivas.
•Capacidade de adiar as recompensas e poder de compensar o trabalho rotineiro na organização em detrimento
de preferências pessoais.
•Permanente desejo de realização para garantir cooperação e conformidade com as normas organizacionais
para obter recompensas sociais e materiais.
As organizações sociais são consequências da necessidade que as pessoas têm de relacionar-se e juntar-se
com outras a fim de poder realizar seus objetivos. Dentro da organização social, as pessoas ocupam certos
papéis. Papel significa um conjunto de comportamentos solicitados a uma pessoa; é a expectativa de
desempenho por parte do grupo social e consequente internalização dos valores e normas que o grupo, explícita
ou implicitamente, prescreve para o indivíduo. O papel prescrito para o indivíduo é reforçado pela sua própria
motivação em desempenhá-lo eficazmente. Cada pessoa pertence a vários grupos e organizações, e
desempenha diversos papéis, ocupa muitas posições e suporta grande número de normas e regras diferentes.
Análise das Organizações
O estudo das organizações requer uma análise organizacional mais ampla que as teorias anteriores, pois os
estruturalistas pretendem conciliar a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas baseando-se na Teoria
da Burocracia. A análise das organizações é feita a partir de uma abordagem múltipla que leva em conta os
fundamentos da Teoria Clássica, da Teoria das Relações Humanas e da Teoria da Burocracia. Vejamos a seguir
os aspectos dessa abordagem múltipla.
Abordagem múltipla: organização formal e informal
Os estruturalistas estudam o relacionamento entre a organização formal e a informal dentro de uma abordagem
múltipla. O estruturalismo é uma síntese da Teoria Clássica (formal) e da Teoria das Relações Humanas
(informal): "Encontrar equilíbrio entre os elementos racionais e não-racionais do comportamento humano
constitui o ponto principal da vida, da sociedade e do pensamento moderno. Constitui o problema central da
Teoria das Organizações". Essa perspectiva ampla e equilibrada que inclui a organização formal e a organização
informal conjuntamente encoraja o desenvolvimento de um estudo não-valorativo - nem a favor da administração
nem a favor do operário - e amplia o seu campo a fim de incluir todos os elementos da organização.
Críticas
Convergência de várias abordagens: integra as teorias Clássica, das Relações Humanas e Burocracia,
ampliando seus conceitos;
Teoria da crise: tem mais a dizer sobre os problemas e patologias das organizações complexas do que com sua
normalidade.