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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO –

CAMPUS UNIVERSITARIO DE RONDONOPOLIS – CURSO DE


CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EDMARA MARIA PEREIRA SOARES

GRAZIELE JANICE DE LARA AMORIM

VALÉCIA RIBEIRO DA CONCEIÇÃO

ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO


INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO

RONDONÓPOLIS - MT

2015
EDMARA MARIA PEREIRA SOARES

GRAZIELE JANICE DE LARA AMORIM

VALÉCIA RIBEIRO DA CONCEIÇÃO

ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO


INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO

Resumo do livro Introdução à Teoria


Geral da Administração apresentado
no curso de Ciências Contábeis, 1º
Ano do período matutino na
Universidade Federal de Mato Grosso
– Rondonópolis.
Disciplina: Administração e
Planejamento Estratégico.

Orientador: Emilton Ramos V. Júnior.

Rondonópolis – MT

2015

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ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO

ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO

A antiga filosofia discutia muito sobre administração, desde Sócrates, Platão,


Aristóteles, etc. Porém com o tempo, a moderna filosofia, a administração parou de
obter influência pois o campo filosófico se afastou dos problemas organizacionais.

A organização da Igreja Católica também serviu de modelo para muitas


organizações que incorporavam os princípios e normas administrativas e
eclesiásticas.

A Administração obteve também influência das organizações militares, pois as


mesmas tinham como princípio organização e planejamento.

A Revolução Industrial influenciou o campo administrativo, com o


desenvolvimento de novas formas de organização capitalista, chamada de
capitalismo financeiro.

O liberalismo de certa maneira tentou influenciar, porém com a chegada do


novo capitalismo perdeu o foco.

A INFLUÊNCIA DOS PIONEIROS E EMPREENDEDORES

Os empresários tinham a visão de que era melhor ampliar a produção do que


organizá-la, foi assim que esse modelo de estrutura parou de funcionar e entrou em
ação a empresa multi-departamental.

ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

A abordagem clássica da administração possui duas orientações diferentes:

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1- Administração Científica criada por Taylor nos Estados Unidos que tinha
como principal característica a ênfase nas tarefas, o estudo do trabalho
humano.
2- A Teoria Clássica, desenvolvida na França, onde a preocupação era
aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos
departamentos da empresa e suas inter-relações estruturais.

ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

A abordagem da Administração Científica é o estudo do trabalho humano.


Teve início no começo do século XX pelo engenheiro americano Frederick w. Taylor.

1. PRIMEIRO PERÍODO DE TAYLOR

O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação de seu livro


Shop Managent (Administração de Oficinas, em 1903, em seu livro Taylor diz que:

1- O objetivo da Administração é pagar salários melhores e reduzir custos


unitários de produção.
2- A Administração deve aplicar métodos científicos e estabelecer
processos padronizados que permitam o controle das operações.
3- Os empregados devem ser selecionados e colocados em seus postos
com condições de trabalho adequadas para que as normas possam
ser cumpridas.
4- Os empregados devem ser treinados para aperfeiçoas suas aptidões e
executar as tarefas, a fim de cumprir uma produção normal.
5- Deve haver uma atmosfera de cooperação entre Administração e
trabalhadores, para garantir um ambiente psicológico adequado.

2. SEGUNDO PERÍODO DE TAYLOR

Para Taylor, as indústrias da época padeciam de três males:

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1- Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção para
manter seus salários.
2- Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo
necessário para sua realização.
3- Falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho.

ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA

Entende-se que Taylor inovou fazendo a análise completa do trabalho e da


organização das empresas.

ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO

Para Taylor a organização racional do trabalho se baseia em:

1- Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos;


2- Estudo da fadiga humana;
3- Divisão do trabalho e especialização do operário;
4- Desenhos de cargos e de tarefas;
5- Incentivos salariais e prêmios de produção;
6- Conceito de homo economicus;
7- Condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto;
8- Padronização de métodos e de máquinas;
9- Supervisão funcional.

1. ANÁLISE DO TRABALHO E ESTUDO DOS TEMPOS E MOVIMENTOS

Os objetivos do estudo dos tempos e movimentos são:

1 – Eliminação de todo o desperdício de esforço humano.


2 – Adaptação dos operários.
3 – Treinamento dos operários.
4 – Especialização do operário.
5 – Estabelecimento de normas de execução do trabalho.
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Frank B. Gilbreth foi um engenheiro americano que acompanhou Taylor no
estudo dos tempos e movimentos e concluiu que todo trabalho manual pode ser
reduzido a movimentos elementares necessários à execução de qualquer tarefa.

2. ESTUDO DA FADIGA HUMANA

Para reduzir a fadiga, Gilbreth propôs alguns princípios de economia de


movimentos relativos ao uso do corpo humano, ao arranjo material do local de
trabalho e às ferramentas e equipamentos.

3. DIVISÃO DO TRABALHO E ESPECIALIZAÇÃO DO OPERÁRIO

Cada operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa ou


de tarefas simples e elementares, para ajustar-se aos padrões descritos e as
normas de desempenho estabelecidas pelo método.

A ideia de especialização do operário era que ele realizasse a mesma operação


durante toda jornada de trabalho.

4. DESENHO DE CARGOS E TAREFAS

O desenho de cargos na administração científica permitiu minimização de custos,


redução de erros, vários fatores. A ênfase sobre as tarefas levou os engenheiros a
simplificar os cargos no intuito de especializar cada trabalhador.

5. INCENTIVOS SALARIAIS E PRÊMIOS DE PRODUÇÃO

Com o plano de incentivo salarial, Taylor procurava conciliar os interesses da


empresa em obter um custo de produção cada vez mais reduzido e,
consequentemente, maior produtividade e maior rendimento, com os interesses dos
operários em obter salários mais elevados.

6. CONCEITO DE HOMO ECONOMICUS

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Segundo esse conceito o homem procura o trabalho não porque gosta dele,
mas como meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona.

7. CONDIÇÕES DE TRABALHO

As principais condições de trabalho são:

a) Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e de equipamentos


de produção para minimizar o esforço do operador e a perda de tempo na
execução da tarefa;
b) Arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da
produção;
c) Melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, a
ventilação, a iluminação e o conforto no trabalho não reduzam a eficiência
do trabalhador;
d) Projeto de instrumentos e equipamentos especiais, como transportadores,
seguidores, contadores e utensílios para reduzir movimentos
desnecessários.

8. PADRONIZAÇÃO

A padronização tem como objetivo reduzir a variabilidade e a diversidade no


processo produtivo e, daí, eliminar o desperdício e aumentar a eficiência.

9. SUPERVISÃO FUNCIONAL

Taylor propôs com a supervisão funcional que existissem diversos supervisores,


cada qual especializado em determinada área e que tem autoridade sobre os
mesmos subordinados.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

1 . PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA DE TAYLOR

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Para Taylor, a gerência deve seguir quatro princípios a saber:

1 – Princípio de planejamento
2 – Princípio de preparo
3 – Princípio do Controle
4 – Princípio da execução

2. PRINCÍPIOS DE EFICIÊNCIA DE EMERSON

Os princípios de rendimento preconizados por Emerson são:

1. Traçar um plano definido, de acordo com os objetivos a alcançar.


2. Estabelecer o predomínio do bom senso.
3. Oferecer orientação e supervisão competentes.
4. Manter disciplina.
5. Honestidade nos acordos, ou seja, justiça social no trabalho.
6. Manter registros precisos, imediatos e adequados.
7. Oferecer remuneração proporcional ao trabalho.
8. Fixar normas padronizadas para as condições de trabalho.
9. Fixar normas padronizadas para o trabalho em si.
10. Fixar normas padronizadas para as operações.
11. Estabelecer instruções precisas.
12. Oferecer incentivos ao maior rendimento e à eficiência.

3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FORD

Ford adotou três princípios básicos a saber:

1. Princípio de intensificação;
2. Princípio de economicidade;
3. Princípio de produtividade.

4. PRINCÍPIO DA EXCEÇÃO

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Segundo o princípio da exceção, as decisões frequentes devem reduzir-se a
rotinas e delegadas aos subordinados, deixando os problemas mais sérios e
importantes para os superiores.

APRECIAÇÃO CRÍTICA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

1. MECANICISMO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

A administração científica deu pouca atenção ao elemento humano,


colaborando com a idéia de que o homem seria instrumento de trabalho, isso gerou
revolta total da classe operária, que reclamava dos inconvenientes morais, e
psicológicos, de um sistema baseado apenas no rendimento e na eficiência, os
operários não conseguiam trabalhar dentro do ritmo de tempo padrão. O trabalho
superespecializado passou a ser considerado humilhante e degradante, pois exigia a
diminuição de raciocínio, e os movimentos repetitivos.

2. SUPERESPECIALIZAÇÃO DO OPERÁRIO

A proposição de Taylor de que “a eficiência administrativa aumenta com a


especialização do trabalhador” não encontrou amparo nos resultados de pesquisa
posteriores: qualquer aumento na especialização não redunda necessariamente em
um aumento de eficiência.

3. VISÃO MICROSCÓPICA DO HOMEM

A visão de Taylor sobre o trabalho humano seria de que as pessoas são


preguiçosas e ineficientes. O seu esquema implica o trabalho desqualificado que
existe com a estrutura administrativa monocrática, alienante na qual a principal
virtude é a obediência às ordens.

4. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA

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Os engenheiros americanos utilizaram pouquíssima pesquisa e
experimentação científica para comprovar as suas teses. O método utilizado é um
método empírico e concreto, no qual o conhecimento é alcançado pela evidência e
não pela abstração: baseia-se em dados singulares e observáveis pelo analista de
tempos e movimentos.

5. ABORDAGEM INCOMPLETA DA ORGANIZAÇÃO

A Administração Científica é criticada por limitar-se os problemas da fábrica,


omitindo as demais áreas e partes da organização.

6. LIMITAÇÃO DO CAMPO DE APLICAÇÃO

Os princípios e métodos de Taylor carecem de complementação mais ampla


pois eles não consideram os demais aspectos de uma empresa, como financeiros,
comerciais, etc.

7. ABORDAGEM PRESCRITIVA E NORMATIVA

A abordagem prescritiva e normativa padroniza situações para poder


padronizar a maneira como elas deverão ser administradas.

8. ABORDAGEM DE SISTEMA FECHADO

Caracteriza-se pelo fato de visualizar somente aquilo que acontece dentro de


uma organização, sem se levar em conta o meio ambiente em que ela está situada.

TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

Fundada por Henri fayol a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na


estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente.

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1. AS FUNÇÕES BÁSICAS DA EMPRESA

Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber:

1. Funções técnicas
2. Funções comerciais
3. Funções financeiras
4. Funções de segurança
5. Funções contábeis
6. Funções administrativas

2. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO

Para esclarecer as funções administrativas, Fayol define o ato de administrar


como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.

3. PROPORCIONALIDADE DAS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

Para Fayol existe uma proporcionalidade da função administrativa, isto é, ela se


reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta
cúpula.
Na medida em que se desce na escala hierárquica, mais aumenta a proporção
das outras funções da empresa, e na medida em que se sobe na escala hierárquica,
mais aumenta a extensão e o volume das funções administrativas.

4. DIFERENÇA ENTRE A ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO

Para Fayol, Administração é um todo do qual a organização é uma das partes.

5. PRINCÍPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO PARA FAYOL


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Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol são:

1. Divisão do trabalho
2. Autoridade e responsabilidade
3. Disciplina
4. Unidade de comando
5. Unidade de direção
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais
7. Remuneração do pessoal
8. Centralização
9. Cadeia escalar
10. Ordem
11. Equidade
12. Estabilidade do pessoal
13. Iniciativa
14. Espírito de equipe

TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO

1. ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA

Fayol afirmava a necessidade de um ensino organizado e metódico da


administração para formar administradores.

2. TEORIA DA ORGANIZAÇÃO

Na Teoria Clássica a organização constitui uma cadeia escalar( princípo da


unidade de comando) que significa que cada empegado deve se reportar a um só
superior.

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3. DIVISÃO DO TRABALHO E ESPECIALIZAÇÃO

A ideia básica era a de que as organizações com maior divisão de trabalho


seriam mais eficientes do que aquelas com pouca divisão do trabalho.

Para a Teoria Clássica, a divisão do trabalho pode dar-se em duas direções,a


saber:

a) Verticalmente, segundo os níveis de autoridade e responsabilidade.


b) Horizontalmente, segundo as diferentes atividades da organização.

4. COORDENAÇÃO

Para Fayol, a coordenação é a reunião, a unificação e a harmonização de toda a


atividade e esforço. A coordenação indica que há um alvo ou objetivo a alcançar e
que deve guiar os atos de todos.

5. CONCEITO DE LINHA E DE STAFF

Fayol se interessou pela organização linear, que constitui um tipo simples de


organização. A organização linear se baseia nos princípios de:

a) Unidade de comando ou supervisão única.


b) Centralização da autoridade.
c) Cadeia escalar.

A organização linear apresenta um formato piramidal. Nela ocorre autoridade


linear, baseada na unidade de comando.

Para que os órgãos de linha possam se dedicar exclusivamente às suas


atividades especializadas, tornam-se necessários os órgãos de staff, que fornecem

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aos órgãos de linha serviços, conselhos, recomendações, assessoria e consultoria,
que esses órgãos não têm condições de prover por si próprios.

ELEMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO

Ao definir Administração, Fayol implicitamente definiu os elementos que a


compõem: previsão, organização, comando, coordenação e controle.

1. ELEMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PARA URWICK

Os elementos da Administração, segundo Urwick, são sete: investigação,


previsão, planejamento, organização, coordenação, comando e controle.

2. ELEMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PARA GULICK

Luther Gulick, propõe sete elementos da administração:

a) Planejamento.
b) Organização
c) Assessoria
d) Direção
e) Coordenação
f) Informação
g) Orçamento

PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO

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O administrador deve seguir certas normas ou regras de comportamento, isto
é, a princípios gerais que permitem desempenhar suas funções de planejar,
organizar, dirigir, coordenar e controlar.

PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO PARA URWICK

Urwick propõe quatro princípios de Administração:

a) Princípio da especialização
b) Princípio de autoridade
c) Princípio da amplitude administrativa
d) Princípio da definição

ABORDAGEM HUMANÍSTICA DA ADMINISTRAÇÃO

A Abordagem Humanística surgiu na primeira década do século XX e estava


voltada para dois assuntos básicos:

a) A análise do trabalhador e adaptação do trabalhador ao trabalho.


b) A adaptação do trabalho ao trabalhador.

A Abordagem Humanística da Administração começou logo após a morte de


Taylor, porém, apenas a partir da década de 1930 encontrou enorme aceitação nos
Estados Unidos, principalmente pelas suas características democráticas.

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

A Teoria das Relações Humanas nasceu da necessidade de corrigir a


tendência à desumanização do trabalho surgida com a aplicação de métodos
rigorosos, científicos e precisos, aos quais os trabalhadores tinham de se submeter.

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ORIGEM DA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

As origens da Teoria das Relações Humanas decorrem de:

1. A necessidade de humanizar e democratizar a Administração


2. O desenvolvimento das ciências humanas
3. As idéias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de
Kurt Lewin.
4. As conclusões da Experiência de Hawthorne

A EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE

A experiência foi solicitada de início para entender a correlação entre


iluminação e eficiência dos operários. A pesquisa foi prolongada até 1932, pois as
variáveis da natureza psicológica prejudicaram os resultados.

Na primeira fase da experiência concluiu-se que os operários reagiam de


acordo com as suas suposições pessoais, eles se julgavam na obrigação de
produzir mais quando a intensidade de iluminação aumentava, e o contrário
diminuía.

Na segunda fase da experiência conclui-se que o fator que determinava o


desempenho das moças durante o período de trabalho eram as relações humanas,
pois no grupo de observação, elas eram supervisionadas por um orientador que
pedia para que trabalhassem à vontade, e no grupo de controle sentiam-se
pressionadas por um supervisor vigilante e constrangedor.

As conclusões da Experiência de Hawthorne, incluíram novas variáveis para


Administração: a integração social, o comportamento dos empregados, e as
necessidades psicológicas e sociais e a atenção para novas formas de
recompensas, o estudo dos grupos formais e da organização informal, o despertar
para as relações humanas dentro das organizações, a ênfase nos aspectos

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emocionais do comportamento pessoal e a importância do conteúdo do cargo que
realizam as pessoas.

A CIVILIZAÇÃO INDUSTRIALIZADA E O HOMEM

Mayo defende os seguintes pontos de vista em relação à Teoria das Relações


Humanas:

1. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal


2. O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um
grupo social.
3. A tarefa básica da Administração é formar, uma elite capaz de compreender e
de comunicar, com chefes democráticos, persuasivos e simpáticos a todo o
pessoal.
4. A pessoa humana é motivada pela necessidade de “estar junto”, de “ser
reconhecida”, de receber adequada comunicação.
5. A civilização industrializada traz como consequência a desintegração dos
grupos primários da sociedade.

Havia um conflito social na sociedade industrial, pois a preocupação das


empresas era a eficiência do trabalhador, não se preocupando com os objetivos
individuais de cada operário.

FUNÇÕES BÁSICAS DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL

Para Roethlisberger e Dickson a organização industrial tem duas funções


principais: produzir bens ou serviços e distribuir satisfações entre seus
participantes, antecipando-se às atuais preocupações com a responsabilidade
social das organizações.

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DECORRÊNCIA DA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Com a Teoria das Relações Humanas fala-se agora em: motivação, liderança,
comunicação, organização informal e dinâmica de grupos, etc.

A ênfase nas tarefas e na estrutura foi substituída pela ênfase nas pessoas.

Com a Teoria das Relações Humanas surgiu uma nova concepção sobre o
homem, o homem social, que seria:

1. Os trabalhadores são criaturas sociais complexas dotados de sentimentos,


desejos e temores.
2. As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas
satisfações por meio dos grupos sociais com quem interagem.
3. O comportamento dos grupos sociais é influenciado pelo estilo de supervisão
e liderança.
4. As normas sociais do grupo funcionam como mecanismos reguladores do
comportamento dos membros.

INFLUÊNCIA DA MOTIVAÇÃO HUMANA

1. TEORIA DE CAMPO DE LEWIN

A Teoria de campo de Kurt Lewin se baseia em duas suposições


fundamentais:
a) Comportamento humano é derivado da totalidade de fatos coexistentes;
b) Esses fatos coexistentes têm o caráter de um campo dinâmico, no qual
cada parte do campo depende de uma inter-relação com as demais outras
partes.

Para Lewin toda necessidade cria um campo de tensão no indivíduo, uma


predisposição à ação, sem nenhuma direção específica.

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2. NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

A Teoria das Relações Humanas constatou a existência das


necessidades humanas básicas.
Os três níveis de motivação correspondem ás necessidades
fisiológicas, psicologias e de auto realização.

3. CICLO MOTIVACIONAL

A partir da Teoria das Relações Humanas, o comportamento humano é


motivado, daí o conceito de ciclo motivacional: o organismo humano
permanece em estado de equilíbrio psicológico, até que um estímulo o rompa
e crie uma necessidade.

4. FRUSTAÇÃO E COMPENSAÇÃO

A frustração cria uma barreira que faz com que o trabalhador crie um
bloqueio no seu ciclo motivacional de trabalho. Já a compensação e alia ao
equilíbrio que faz com que a pessoa crie uma motivação a mais para executar
bem as tarefas.

5. MORAL E CLIMA ORGANIZACIONAL

Do conceito de moral decorre o conceito de clima organizacional, que é


o ambiente psicológico e social que existe em uma organização e que
condiciona o comportamento dos seus membros. O moral elevado conduz a
um clima receptivo, amigável, quente e agradável, enquanto o moral baixo
quase sempre provoca um clima negativo, adverso, frio e desagradável.

LIDERANÇA

CONCEITO DE LIDERANÇA

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A liderança é necessária em todos os tipos de organizações humanas,
principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos. A
liderança pode ser visualizada de diversos ângulos, a saber:

1. Liderança como um fenômeno de influência interpessoal;


2. Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo;
3. Liderança como uma relação funcional entre líder e subordinados;
4. Liderança como um processo em função do líder, dos seguidores e de
variáveis da situação;

TEORIAS SOBRE LIDERANÇA

Várias teorias foram desenvolvidas e podem ser classificadas em três grupos:

a) Teorias de Traço de Personalidade


Segundo essas teorias, o líder é aquele que possui alguns traços específicos
de personalidade que o distinguem das demais pessoas.

b) Teoria sobre estilos de liderança


São as teorias que estudam os possíveis estilos de comportaento do líder em
relação aos subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder orienta sua
conduta.

c) Teorias Situacionais da Liderança

As teorias situacionais aumentam as opções e possibilidades de mudar a


situação para adequá-las a um modelo de liderança ou então mudar o modelo de
liderança para adequá-lo a situação.

COMUNICAÇÃO

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Para a Teoria das Relações Humanas, a comunicação é importante no
relacionamento entre as pessoas e na explicação aos participantes das razões das
orientações tomadas. A comunicação em duas vias é importante pois:

 A pessoa trabalha melhor quando conhece os padrões do seu trabalho;


 A organização opera mais eficientemente quando a pessoa e seu chefe
têm um entendimento comum das suas responsabilidades e padrões de
desempenho que a empresa espera obter deles;
 Cada pessoa pode ser auxiliada a dar a máxima contribuição à
organização e a utilizar ao máximo as suas habilidades e capacidades.

ORGANIZAÇÃO INFORMAL

A Organização Informal traduz-se por meio de atitudes e disposições


baseadas na opinião e no sentimento.

CARACTERÍSTICAS DA ORGANIZAÇÃO INFORMAL

A organização informal apresenta as seguintes características:

a) Relação de coesão ou de antagonismo


b) Status
c) Colaboração espontânea
d) A possibilidade da oposição à organização informal
e) Padrões de reações e atitudes
f) Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais
g) A organização informal transcende a organização formal.
h) Padrões de desempenho nos grupos informais

ORIGENS DA ORGANIZAÇÃO INFORMAL

a) Os “interesses comuns” das pessoas e que, através deles, passam a se


sintonizar mais intimamente.
b) A interação provocada pela própria organização formal

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c) A flutuação do pessoal dentro da empresa provoca a alteração dos grupos
sociais informais.
d) Os períodos de lazer.

DINÂMICA DE GRUPO

Dinâmica de grupo é a “soma de interesses” dos componentes do grupo e que pode


ser “ativada” por meio de estímulos e motivações, no sentido de facilitar a harmonia
e melhor relacionamento humano.

Essa teoria apresentou profundas distorções e limitações dos problemas de ralações


industriais, limitação no campo experimental e parcialidade nas conclusões levaram
gradativamente essa teoria a um certo descrédito. A idéia ingênua e romântica do
operário e a ênfase exagerada nos grupos informais colaboraram rapidamente para
que a teoria fosse reanalisada.

Decorrências da Teoria Neoclássica: Tipos de Organização

Racionalismo da Organização Formal

A característica mais importante da organização formal é o racionalismo, o


princípio básico é que seus membros se comportarão de acordo com as normas de
comportamento prescritas para cada um deles. Apresentando cinco características
básicas:

 Divisão do trabalho;
 Especialização;
 Hierarquia;
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 Amplitude administrativa;
 Racionalismo da organização.

Para atender a essas características estrutura-se em três tipos:

 Linear – baseia-se no princípio da unidade de comando, tem como


característica: autoridade única, linhas formais de comunicação, centralização
das decisões e aspecto piramidal. Tendo como vantagens: estrutura simples
e de fácil compreensão, clara delimitação das responsabilidades, facilidade
de implantação e estabilidade. Tendo como desvantagens: estabilidade e
constância das relações formais, autoridade baseada no comando único e
direto, exagera na função de chefia e comando que não se especializa.
 Funcional – aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das
funções que separa, distingue e especializa, tem como característica:
autoridade funcional ou dividida, linhas diretas de comunicação,
descentralização das decisões e ênfase na especialização. Tendo como
vantagens: proporciona o máximo de especialização nos diversos órgãos ou
cargos da organização, permite a melhor supervisão técnica possível,
desenvolve comunicações diretas, separa as funções de planejamento e
controle das funções. Tendo como desvantagens: diluição e consequente
perda e autoridade de comando, subordinação múltipla, concorrência entre os
especialistas, tensões e conflitos dentro da organização.
 Linha-Staff – resultado da combinação da linha linear e funcional que busca
incrementar as vantagens desses dois tipos e reduzir suas desvantagens.

Comissões

Também denominada comitês, juntas, conselhos, grupos de trabalho. É um


grupo de pessoas a quem se dá um assunto para estudar e chegar a um parecer
comum. Não constitui um órgão da estrutura organizacional. Assumem tipos
diferentes podendo ser: formais, informais, temporais e relativamente permanentes.
Estão assentadas em princípios básicos. Tendo como vantagens: tomada de
decisão e julgamentos grupais, coordenação, transmissão de informações, restrição
a delegação de autoridade, consolidação de autoridade. Tendo como desvantagens:
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perda de tempo na tomada de decisão, custo em tempo e dinheiro, substituição do
administrador, absorve tempo de vários participantes, divisão da responsabilidade,
exigência de um coordenador eficiente.

Decorrência da Teoria Neoclássica: Departamentalização

Tipos de Departamentalização

 Por Funções: consiste no agrupamento das atividades e tarefas de acordo


com as funções principais desenvolvidas dentro da empresa, indicada para
circunstancias estáveis que requeiram desempenho constante de tarefas
rotineiras. Tendo como vantagens: o agrupamento de vários especialistas sob
uma única chefia, garantia da utilização das habilidades técnicas das
pessoas, permite economia de escala pela utilização integrada de pessoas,
orienta para uma especifica atividade concentrando competência de maneira
eficaz, reflete nível de auto orientação e introversão administrativa por parte
da organização. Tendo como desvantagens: redução a cooperação
interdepartamental, inequação quando a tecnologia e circunstância externas
são mutáveis ou imprevisíveis, dificuldade de adaptação e flexibilidade a
mudanças externas.
 Por Produtos ou Serviços: todas as atividades requeridas para suprir um
produto ou serviço são agrupadas no mesmo departamento, indicada para
circunstâncias estáveis e mutáveis, pois reduz a cooperação entre
especialistas e a coordenação de esforços para um melhor desempenho do
produto/serviço. Tendo como vantagens: fixar a responsabilidade dos
departamentos para um produto, linha de produto ou serviço, facilitar a
coordenação interdepartamental, facilitar a inovação que requer cooperação e
comunicação de vários grupos contribuintes para o produto, permite
flexibilidade. Tendo como desvantagens: dispersão em subgrupos para
diferentes produtos provocando duplicação de recursos e de órgãos com
aumento de recursos operacionais, provoca problemas humanos de temores
e ansiedade, enfatiza a coordenação em detrimento da especialização.

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 Geográfica: denominada também territorial ou regional, o agrupamento das
atividades dar-se de acordo com a localização onde o trabalho será
desempenhado ou uma área de mercado a ser servida, típica da área
mercadológica de produção ou operações, fazendo com que as demais áreas
da empresa tornam secundárias. Tendo como vantagens: o sucesso da
organização depende particularmente do seu ajustamento as condições e
necessidades locais ou regionais, permite fixar a responsabilidade de lucro
por produto, o desempenho organizacional pode acompanha as variações
regionais e locais. Tendo como desvantagens: o enfoque territorial deixa em
segundo plano a coordenação de planejamento, execução ou controle como
um todo, ocorre principalmente nas áreas de marketing e produção.
 Por Clientela: envolve os agrupamentos das atividades de acordo com o tipo
de pessoa (as) para quem o trabalho é executado, as características dos
clientes constituem a base para esse tipo de departamentalização. Tendo
como vantagens: o cliente é mais importante que os produto e serviços que
devem ser adaptados a eles, predispõem todos os participantes da
organização a tarefa de satisfazer as necessidades dos clientes, permite
concentrar conhecimentos sobre as necessidades e exigências dos canais
mercadológicos. Tendo como desvantagens: as demais atividades da
organização tornam-se secundárias ou acessórias, os demais objetivos
podem ser deixados de lado em função da satisfação do cliente.
 Por Processo: também denominada por fases do processo, por
processamento ou por equipamento é utilizada nas empresas industriais, a
diferenciação e agrupamento se fazem por meio de sequência do processo
produtivo ou operacional, é uma variável que depende da tecnologia
empregada para produzir um dado produto/serviço. Tendo como vantagem: a
tecnologia passa a ser o foco e o ponto de referência para o agrupamento de
unidades e posições. Tendo como desvantagem: a tecnologia passa por
intenso desenvolvimento e mudanças que alteram o processo produtivo.
 Por Projetos: envolve a diferenciação e agrupamento das atividades de
acordo com as saídas e resultados relativos aos projetos da empresa, a
principal tarefa é reunir um grupo de especialistas em diversos campos de
atividades. Tendo como vantagem: a enorme concentração de diferentes

25
recursos em uma atividade complexa que exige pontos definidos de início e
término. Tendo como desvantagem: cada projeto é único, sendo que, quando
termina um projeto a empresa pode ser obrigada a dispensar pessoal,
paralisar maquinas e equipamentos se não tiver outro projeto em vista.

Administração Por Objetivos (APO)

Seu aparecimento ocorreu em 1954, quando Peter F. Druker publicou um livro


sobre a administração por objetivos. Mostrando um esquema de trabalho onde:

 Gerentes e subordinados se reúnem, discutem, negociam e em conjunto


formulam os objetivos, metas e resultados;
 O gerente cobra resultados e garante meios e recursos para que os
subordinados possam alcançá-los;
 Periodicamente gerentes e subordinados reúnem-se para avaliação dos
resultados e objetivos.

Trazendo características como:

 Interação entre superior e subordinado;


 Superior e subordinado negociam entre si e fixam objetivos a alcançar,
determinam critérios de avaliação e desempenho;
 Ênfase no presente e no futuro, no resultado e não nos meios;
 Retroação frequente e contínua;
 Redefinição periódica de objetivos, de critérios de avaliação e de
desempenho;
 Objetivos relacionados com o trabalho atual e com a carreira futura do
subordinado;
 Ênfase na mensuração e controle.

A Teoria Neoclássica marca forte ênfase no planejamento estratégico.


Escolhidos e fixados os objetivos o próximo passo é estabelecer a estratégia
empresarial a ser utilizada para alcançar os objetivos escolhendo as táticas que
melhor implementará a estratégia adotada.

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A APO envolve um processo cíclico de forma que o resultado de um ciclo
permite correções no ciclo seguinte, o ciclo da APO corresponde ao exercício fiscal
da empresa. Como a APO envolve um processo político (definição política dos
propósitos), um processo de planejamento (estratégico e tático) e um processo de
direção (envolvendo a supervisão e a execução) é comum que um ou mais desses
três processos não funcionem bem.

Modelo Burocrático de Organização

A Teoria da Burocracia desenvolveu-se por volta de 1940 em função dos


aspectos:

 Fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações


Humanas;
 Necessidade de um modelo de organização racional;
 Crescente tamanho e complexidade das empresas;
 Ressurgimento da da Sociologia da Burocracia.

Max Weber aponta três tipos de autoridade:

 Autoridade Tradicional: quando os subordinados aceitam as ordens dos


superiores.
 Autoridade Carismática: quando os subordinados aceitam as ordens por
causa da influência, da personalidade e liderança do superior.
 Autoridade Legal, Racional ou Burocrática: quando os subordinados
aceitam as ordens porque concordam com certos preceitos e normas que
consideram legítimos.

Para Max Weber a burocracia é a organização eficiente por excelência, tendo as


seguintes características:

 Caráter legal das normas e regulamentos, formal das comunicações, racional


e divisão do trabalho;
 Impessoalidade nas relações;
 Hierarquia de autoridade;
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 Rotinas e procedimentos padronizados;
 Competência técnica e meritocracia;
 Especialização da administração e profissionalização dos participantes;
 Completa previsibilidade do funcionamento.

Para Max Weber as vantagens da burocracia são:

 Precisão na definição do cargo, na operação e rapidez nas decisões;


 Uniformidade de rotinas e procedimentos;
 Continuidade da organização;
 Redução do atrito entre as pessoas, Constância de decisão, confiabilidade e
benefícios para as pessoas.

Segundo Merton são as consequências imprevistas (ou não desejadas) que


levam à ineficiência e imperfeições, ou seja, disfunções da burocracia como:

 Previsibilidade do comportamento, rigidez de comportamento e defesa mútua


na organização;
 Grau de dificuldade com os clientes;
 Sentimento de defesa da ação individual.

Weber ao formular o modelo burocrático de organização não preveu a


possibilidade de flexibilidade da burocracia para atender as circunstancias de
adaptação às exigências externas dos clientes e adaptação as exigências internas
dos participantes.

Para W. Gouldiner não há um único modelo de burocracia, mas uma


variedade de graus, onde o processo burocrático é um ciclo instável que busca
instabilidade e equilíbrio, mas provoca tensões e conflitos interpessoais, variando
dentro de um continuo, que vai desde o processo de burocratização até a ausência
da burocracia.

Apesar de todas as suas limitações e restrições, a burocracia é talvez uma


das melhores alternativas de organização. O mais importante é que a Teoria da
Burocracia deixou de lado a abordagem normativa e prescritiva para dedicar-se a
uma abordagem descritiva e explicativa.

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Teoria Estruturalista da Administração

A Teoria Estruturalista surgiu por volta da década de 1950, suas origens foram as
seguintes:

 A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a das Relações Humanas;


 A necessidade de visualizar a organização como uma unidade social;
 A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no
estudo das organizações;
 Novo conceito de estrutura.

Para os estruturalistas a sociedade moderna e organizada é uma sociedade de


organizações das quais o homem passa a depender, sendo que, as organizações
passaram por um processo de desenvolvimento ao longo das etapas de: natureza,
trabalho, capital e organização.

A análise das organizações do ponto de vista estruturalista é feita a partir de uma


abordagem múltipla que leva em conta simultaneamente os fundamentos da Teoria
Clássica, da Teoria das Relações Humanas e da Teoria da Burocracia envolvendo:

 Tanto a organização formal como a informal, as recompensas salariais e


materiais como as sociais e simbólicas;
 Todos os diferentes níveis hierárquicos de uma organização e os diferentes
tipos de organização;
 A analise intra-organizacional e a analise inte-organizacional.

As classificações ou Taxonomias denominadas Tipologias das Organizações


permitem uma análise comparativa das organizações por meio de uma característica
comum ou de uma variável relevante.

Os objetivos organizacionais é uma imagem que a organização pretende para o


seu futuro, tendo como função:

 Apresentação de uma situação futura;


 Fonte de legitimidade;

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 Servem como padrões e como unidade de medida.

Existindo cinco categorias de objetivos organizacionais: objetivos da sociedade,


de produção, de sistemas, de produtos e de derivados.

Para os estruturalistas o ambiente é constituído pelas outras organizações que


formam a sociedade. Tendo como conceito de estratégia organizacional a maneira
pela qual uma organização lida com o seu ambiente para atingir seus objetivos.
Sendo que, os conflitos são elementos geradores das mudanças e da inovação, pois
significa a existência de ideias, sentimentos, atitudes ou interesses antagônicos e
colidentes que podem se chocar.

A Teoria Estruturalista é eminentemente crítica e algumas sátiras à organização


são citadas e comentadas por:

 Parkinson: procura demonstrar que um trabalho sempre se prolonga de


maneira a tomar todo o tempo que para ele se tem disponível.
 Peter: em uma hierarquia todo empregado tende a subir até chegar ao seu
nível de incompetência.
 Thompson: defende a tese de que nas organizações existe um forte
desequilíbrio entre o direito de decidir e o poder de realizar.
 Jay: produz a estratégia de visualizar macroscopicamente as situações e
ponderar os riscos e benefícios de cada decisão.

Conclui-se que essa é uma teoria de transição em direção à Teoria de Sistemas.

Teoria comportamental da Administração;

A teoria comportamental tem como ênfase as pessoas, porém dentro de um


contexto organizacional.

Origina-se com as oposições da teoria das relações humanas, que dava uma
profunda ênfase nas pessoas, e com a teoria clássica, com sua profunda ênfase nas

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tarefas e nas estruturas organizacionais. Redefiniu conceitos administrativos, ao
criticar as teorias anteriores.

Fundamenta-se no comportamento individual das pessoas. Um dos temas


fundamentais é a motivação humana, da qual Maslow apresentou a Hierarquia das
necessidades, muito comumente chamada de teoria das necessidades de Maslow, o
qual alega que existem níveis de necessidades nos seres humanos, começando
com as necessidades fisiológicas (fome, repouso), e no topo as necessidades mais
elevadas, como por exemplo, auto realização.

A teoria de Maslow é apresentada como: necessidades fisiológicas,


necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de estima, e
necessidades de auto realização.

Maslow acreditava que somente quando um nível de hierarquia estivesse


satisfeito é que o nível mais elevado surgiria no comportamento da pessoa. Alegava
também que nem todas as pessoas iriam conseguir chegar ao topo da pirâmide, e
que algumas iriam ficar preocupadas com algumas, sem conseguir satisfazer
nenhuma totalmente.

Frederick Herzberg criou a teoria dos dois fatores, com o intuito de explicar o
comportamento das pessoas em situações de trabalho. Para ele, existem dois
fatores que orientam o comportamento das pessoas:

1- Fatores higiênicos, ou extrínsecos, pois fazem parte do ambiente externo,


como por exemplo, salário, benefícios sociais, tipo de chefia, condições
físicas do ambiente de trabalho, políticas e diretrizes da empresa,
regulamentos internos, etc. Herzberg alega que quando os fatores higiênicos
são precários, eles provocam insatisfação dos empregados.

2- Fatores motivacionais, ou intrínsecos, pois estão relacionados com o cargo


que a pessoa ocupa, e com a natureza das tarefas que a pessoa executa, ou
seja, estão sobe o controle do indivíduo, e são relacionadas com aquilo que
ele faz na empresa. Envolvem sentimentos de crescimento profissional,
valorização. Quando os fatores motivacionais são ótimos, eles provocam

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satisfação nas pessoas. O oposto não é insatisfação, mas sim, ausência de
satisfação.

Teoria X e teoria Y de MacGregor

1- A Teoria X, baseia-se em convicções errôneas e incorretas sobre o


comportamento humano, dizendo que:

 O homem é preguiçoso por natureza, evita o trabalho, ou trabalha o


mínimo possível em troca de recompensas salariais,

 Falta-lhe ambição,

 O homem é egocêntrico, e seus objetivos pessoais opõem-se, em


geral aos objetivos da organização,

 Resistente a mudanças,

 Dependente, ele precisa ser dirigido e controlado pela


administração.

Esses exemplos refletem um estilo de administração duro, que faz as pessoas


trabalharem dentro de padrões bem definidos pela organização, onde as pessoas
são apenas recursos no processo produtivo. A teoria X representa o estilo de
administração das teorias de Taylor, Fayol e Weber.

2- A teoria Y tem como base as concepções atuais a respeito da natureza


humana, a saber:

 O trabalho pode ser uma fonte de satisfação,

 As pessoas não são resistentes as necessidades das empresas:


elas podem tornar-se assim, como resultado de sua experiência
profissional negativa em outras empresas,

 As pessoas têm motivação,

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 O homem aprende a aceitar e a procurar responsabilidade. A fuga a
responsabilidade, é consequência da experiência insatisfatória de
cada pessoa. Esse comportamento é efeito de alguma experiência
negativa em alguma empresa.

 A capacidade criativa na solução de problemas é distribuída entre


as pessoas.

A teoria Y reflete um estilo de administração aberto, dinâmico, no qual


administrar torna-se um processo de criar oportunidades, encorajar o crescimento
individual, visando a satisfação dos profissionais.

Sistemas de Administração

Likert propõe um sistema de administração composto de quatro perfis


organizacionais, conforme abaixo:

Sistema 1: “Autoritário Coercitivo”, é um sistema administrativo autocrático,


forte, que controla rigidamente tudo o que ocorre na organização.

Sistema 2: “Autoritário Benevolente”, é um sistema autoritário mais


condescendente e menos rígido.

Sistema 3: “ Consultivo, pende mais para o lado participativo, consultivo,


envolve comunicação vertical.

Sistema 4: “ Participativo”, é o sistema mais aberto de todos. Democrático,


onde a comunicação flui em todos os sentidos, as decisões são delegadas
aos níveis organizacionais, é descentralizada.

Teoria das Decisões

Para a teoria comportamental não é somente o administrador quem toma as


decisões, e sim todas as pessoas na organização, em todos os níveis hierárquicos
estão continuamente tomando decisões relacionadas ou não com o trabalho. A

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decisão envolve seis elementos: tomador de decisões, objetivos, preferências,
estratégia, situação e o resultado.

Comportamento organizacional é o estudo da dinâmica das organizações e de


como os grupos e indivíduos se comportam dentro delas.

Teoria do Equilíbrio Organizacional

A teoria do equilíbrio emocional identifica os principais participantes da


organização, e os fatores que afetam suas decisões quanto à participação.

Teoria do desenvolvimento Organizacional

A cultura organizacional das empresas, não é estática, nem permanente,


deve ser flexível, pois sobre alterações e possíveis mudanças ao longo da vida da
empresa. A única maneira de mudar uma organização é mudar sua cultura, ou seja,
os sistemas dentro dos quais as pessoas vivem e trabalham.

O clima organizacional é algo que está ligado ao moral e satisfação das


necessidades dos funcionários, e pode ser saudável ou ruim, satisfatório ou
insatisfatório, dependendo de como os participantes se sentem em relação à
organização.

O desenvolvimento organizacional surgiu da Teoria Comportamental, em


função das mudanças no mundo das organizações e em função da falta de
adequação das estruturas organizacionais a essas novas circunstâncias.

O desenvolvimento organizacional tem como foco mudar as pessoas e a


natureza e qualidade de suas relações de trabalho. A ênfase principal está na
cultura da organização, ou seja, o desenvolvimento organizacional é uma mudança
organizacional planejada. Essa mudança envolve todos os níveis da empresa,
fazendo mudanças no clima organizacional e mudando a cultura da empresa.
Derrubando paredes, e diminuindo hierarquias, aproximando pessoas e trazendo
mais bem estar entre os colaboradores.

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Cibernética e Administração

A Cibernética surgiu como uma ciência para relacionar as várias ciências e


preencher os vazios ainda não pesquisados.

Cibernética é a ciência que oferece sistemas de organização e de


processamento de informações e controles que auxiliam as outras ciências. É
também a teoria dos sistemas de controle baseada na comunicação, transferência
de informações, entre o sistema e o meio.

A cibernética trouxe para a administração a automação e a informática e os


sistemas de informação.

Com a revolução industrial, as máquinas passaram a substituir muitos trabalhos


de homens. Porém, com a automação provocada pela Cibernética, muitas tarefas
que cabiam no cérebro humano passaram para as máquinas. A cibernética trouxe
essa mudança para as organizações. Os computadores já substituem os homens
em diversas tarefas, facilitando a vida das organizações.

Teoria Matemática da Administração

A Teoria Matemática surgiu na Administração a partir de quatro causas básicas:


o trabalho clássico sobre teorias de jogos de Von Neumann e Morgenstern(1947), os
estudos do processo decisório de Herbert Simon, a existência de decisões
programáveis e o desenvolvimento do computador.

A teoria Matemática desloca a ênfase na ação para a ênfase na decisão que a


antecede. O processo decisório é a sequência de etapas que formam uma decisão.
A tomada de decisão é o foco da teoria Matemática, e é estudada sob duas
perspectivas: a do processo e a do problema.

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Modelos Matemáticos em Administração

A teoria Matemática desenvolve modelos matemáticos para simular situações


reais na empresa. O modelo é usado como simulação de situações futuras e a
avaliação da probabilidade de sua ocorrência. O modelo delimita a área de ação de
forma a proporcionar o alcance de uma situação futura com uma razoável esperança
de ocorrência.

Os modelos proporcionam um instrumento valioso para a administração lidar


com problemas. Os problemas podem ser classificados como: estruturado ou não
estruturado. Os estruturados podem ser subclassificados como: decisões sob
certeza, decisões sob riscos e decisões sob incerteza.

O problema não estruturado não pode ser claramente definido, pois uma ou
mais variáveis não é conhecida, ou definida.

Pesquisa Operacional adota o método cientifico como estrutura para a solução


de problemas, dando mais ênfase ao julgamento objetivo. A Pesquisa Operacional
utiliza meios científicos, matemáticos ou lógicos para resolver problemas que se
apresentam quando o executivo procura um raciocínio eficaz para enfrentar seus
problemas de decisão.

As principais técnicas de PO são: teoria dos jogos, teoria das filas de espera,
teoria da decisão, teoria dos grafos, programação linear, probabilidade e estatística
matemática e a programação linear.

Teoria de Sistemas

A palavra sistema denota um conjunto de elementos interdependentes e


interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo
organizado, ou seja, sistema é um conjunto de coisas ou partes, formando um todo
complexo ou unitário. Os sistemas apresentam características próprias.

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Os componentes necessários à operação de um sistema são os subsistemas,
que são formados pela reunião de novos subsistemas menores. O enfoque do
sistema é uma série de atividades menores fazendo parte de um todo maior. A ideia
de sistemas lembra conectividade, integração e totalidade. Em suma a teoria dos
sistemas permite reconceituar os fenômenos dentro de uma abordagem global,
permitindo uma relação e integração de assuntos que são de natureza
completamente diferente.

Teoria da contingência

A teoria da contingência enfatiza que não há nada absoluto nas organizações,


tudo depende tudo é relativo. As variáveis ambientais são variáveis independentes,
e as técnicas administrativas dependem do sistema onde estão interligadas.

Chandler realizou pesquisa sobre estratégia e estrutura e concluiu que a


estrutura organizacional das grandes empresas Américas foi sendo gradativamente
determinada pela sua estratégia mercadológica. E que as diferentes espécies de
estrutura organizacional foram necessárias para gerir e diferentes estratégias e
enfrentar diferentes problemas.

De acordo com a teoria da contingencia não existe uma única maneira melhor
de organizar uma empresa. A teoria conclui que as organizações precisam ser
sistematicamente ajustadas às condições ambientais, apresentando os seguintes
aspectos básicos: a organização é um sistema aberto, as características
organizacionais apresentam uma interação entre si e com o ambiente, as
características ambientais são as variáveis independentes, enquanto as
características organizacionais são variáveis dependentes do ambiente.

A teoria da contingência focaliza o desenho das organizações dentro da


abordagem de sistemas abertos. Quanto maior a incerteza do ambiente, maior será
a necessidade de flexibilidade da estrutura organizacional.

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A estrutura matricial combina duas formas de departamentalização, na mesma
estrutura organizacional.

O desenho matricial é usado em duas dimensões: gerentes funcionais e os


gerentes de produtos ou de projetos.

A organização por equipes é a criação de grupos participativos com o intuito de


delegar autoridade e dispersar a responsabilidade em todos os níveis da empresa. A
abordagem de equipes torna as organizações mais flexíveis e ágeis ao ambiente
global e competitivo.

Existem dois tipos de equipes: a funcional cruzada e a permanente.

A equipe funcional cruzada é composta de pessoas de vários departamentos


funcionais que resolvem problemas mútuos. Cada pessoa reporta-se ao seu
departamento e também resolve problemas da equipe. Cada equipe tem um líder.

Nas equipes permanentes constituem-se departamentos formais nas


organizações. Os participantes trabalham juntos e reportam-se ao mesmo gerente
para resolver problemas de interesse comum.

Na abordagem em redes a organização desagrega suas funções principais e as


transfere para empresas separadas que são interligadas através de uma pequena
organização coordenadora. As empresas multinacionais adotam a organização em
rede, para facilitar a produção de diversos componentes em vários países.

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CONCLUSÃO

Neste trabalho abordamos os vários momentos e situações de um


administrador, bem como reagir diante de circunstancias e na tomada de decisões
no momento adequado.

Concluímos que o objetivo principal da Administração é colher dados, analisar


dados, sintetizar dados.
Também aprendemos que há a uma necessidade de a administração impor
regras e condições para seus operários, com objetivo de organizar e facilitar o
processo racional do trabalho, treinando e também tendo um plano de incentivo
salarial e visando melhorias nas condições de trabalho. Também dá dicas de
liderança, comunicação e mostrar a importância da inter-relação dos colaboradores,
dinamizar o grupo, enfim há vários sistemas de administração com os mais variados
perfis organizacionais.
Seguindo a ordem seremos excelentes administradores sempre mantendo o
equilíbrio.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA;

Chiavenato, Idalberto,

Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna


administração das organizações / Idalberto Chiavenato – 7. Ed. Ver. E atual, - Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003 – 6ª reimpressão.

Inclui bibliografia

ISBN 85-352-1348-1

1. Administração. I. Titulo.

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