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- Psicofarmacologia Clínica.
- Neurobiologia da Depressão
- Transtorno Afetivo Bipolar
- Transtorno da Personalidade Borderline
- Transtorno do Espectro do Autismo
- Transtorno de Compulsão alimentar
- Sistema Endocanabinóide e suas aplicações na prática
clínica.
- Psicopatologia clínica: Módulo 1 e módulo 2.
- Transtornos Ansiosos.
- Transtornos Sexuais.
Conflitos de interesse
Conteúdo da aula
• Transtornos alimentares (TA)
• Apresentação e conceitos
• Etiologia
• Histórico dos conceitos
• Epidemiologia
• Diagnóstico e quadro clínico
• Evolução e prognóstico
• Tratamento
Objetivos da aula
• Apresentar os dados disponíveis na literatura
médica atual sobre os TA e obesidade. Revisar
conceitos psicopatológicos.
• Importância do tema: Os TA apresentam altas
taxas de mortalidade (0,3 a 3% na BN e 5 a 20% na
AN) e a maior taxa de complicações clínicas entre os
transtornos psiquiátricos.
• A obesidade possui enorme impacto social e
econômico, tornando-se problema epidêmico,
mundialmente.
Índice de Massa Corporal (IMC)
DSM 5:
• Anorexia Nervosa (AN)
• Bulimia Nervosa (BN)
• Transtorno da Compulsão Alimentar (BED ou TCA) • Pica
• Transtorno da Ruminação
• Transtornos da Evitação/ Restrição da Ingesta Alimentar
(ARFID)
• Transtornos Alimentares Não Especificados (TANE)
• Outros TA (Transtornos ligados a quadros clínicos,
vômitos psicogênicos)
Etiologia dos TAs
Especificar:
• Em remissão parcial
• Em remissão total
• Incidência:
✓13 / 100.000 mulheres
✓0,5 / 100.000 homens
• Prevalência:
✓1 a 4% (90%♀)
• Prevalência:
✓2% na população geral
✓30% dos obesos
✓50% dos pacientes de cirurgia bariátrica
• 1,5 vezes mais comum em mulheres do que em
homens.
• Curso é crônico, com início, em geral, no fim da
adolescência.
• Comum após dieta com perda significativa de peso e
em indivíduos que passaram por privação alimentar.
DIAGNÓSTICO DO TCA no DSM 5
Especificar se:
• Em remissão parcial
• Em remissão total
(APA, 2000)
Comorbidades
✓ Equipe multidisciplinar:
➢nutricionistas, psicólogos, médicos, enfermagem, assistente
social, educador físico, terapeuta ocupacional, etc.
✓ A escolha da medicação
➢ O uso de antidepressivos pode ser muito
benéfico na BN e TCA. Lembrar dos riscos dos
ADT, sendo preferíveis os ISRS. Os IMAOs e a
bupropiona também devem ser evitados.
➢ O horário de administração das medicações
pode fazer muita diferença no efeito, assim
como o número de tomadas, devido a
comportamentos purgativos e restritivos.
Tratamento farmacológico dos TA
✓ A escolha da medicação
➢ Os ISRS são a primeira escolha no tratamento de
comorbidades afetivas e ansiosas nos TA.
➢ Há efeito anticompulsivo dos ISRS, sendo esta a classe
de escolha como tratamento da BN e do TCA (as doses
tendem a ser mais altas que as usadas em depressão).
➢ Há pouca evidência de benefício do usos de tais
medicações na AN “pura”.
➢ Os BZD podem ser utilizados para reduzir a ansiedade
pré-prandial, assim como sintomas fóbicoansiosos.
Tratamento farmacológico dos TA
• Especificar se em remissão
TRANSTORNO DA EVITAÇÃO/ RESTRIÇÃO
DA INGESTA ALIMENTAR
• Esse transtorno substitui e estende o diagnóstico de
Transtorno Alimentar da Infância do DSM-4.
• A característica principal desse transtorno é a evitação/
restrição da ingesta alimentar, manifestada pela falha em
manter uma nutrição adequada ou uma ingesta calórica
insuficiente pela alimentação oral.
• Uma ou mais das características podem estar presentes:
perda de peso significativa, deficiências nutricionais,
dependência de nutrição enteral ou suplementos
nutricionais ou grande interferência com o
funcionamento psicossocial.
DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DA EVITAÇÃO/
RESTRIÇÃO DA INGESTA ALIMENTAR- DSM-5
Queixa principal
“Tenho medo de ficar mais gorda do que já
sou”.
Historia da moléstia atual
C. foi obesa na infância e adolescência. Durante este
período sofreu muito com tal fato, sendo especialmente
sensível a críticas e brincadeiras em relação ao seu peso.
Alimentava-se de forma desregrada, tendo episódios
compulsivos por doces, diariamente. Nesta época seu
IMC chegou a 31Kg/m2.
Aos 15 anos resolveu iniciar dieta rigorosa, quando
restringiu muito a alimentação e iniciou atividades físicas
intensas. Perdeu 23 Kg em 3 meses. Ainda que
apresentasse grande perda de peso, não ficava satisfeita
com seu corpo, restringindo, cada vez mais, sua
alimentação.
Iniciou atendimento no AMBULIM em junho de 2004,
apresentando importante distorção da imagem corporal,
restrição alimentar, exercícios físicos excessivos e
amenorréia há 6 meses. Nesta época seu IMC era de 17
Kg/m2 e C. já apresentava dificuldades escolares. Seguiu
em tratamento ambulatorial sem resposta satisfatória.
Em novembro de 2005 foi internada no IPQHCFMUSP por
tentativa de suicídio. Apresentava sintomatologia
depressiva, sendo tratada com ISRS. Apresentou
resposta parcial ao tratamento, com melhora da volição,
energia, humor e esperança. Mantinha baixa autoestima
e idéias de menos valia e inutilidade. Manteve distorção
de imagem corporal. Recebeu alta em janeiro de 2006,
em uso de Fluoxetina 40 mg/dia.
Historia
Em duas semanas voltou a restringir sua
alimentação, esconder alimentos e dizer que os
comia. No início de 2006 procurou outro serviço,
também sem resposta ao tratamento. Perdeu peso
e alcançou IMC de 17Kg/m2. Retornou ao
acompanhamento no IPQ, decidindo-se em agosto
de 2006 por nova internação.
Recebeu alta em janeiro de 2007 em uso de
Fluoxetina 80mg/dia. Seu IMC era de 19Kg/m2.
Rapidamente, retomou padrões alimentares
disfuncionais, sintomas depressivos e
psicopatologia anoréxica importante.
Exames complementares
✓ Exames hematimétricos: sem alterações.
✓TC crânio: pequena atrofia cortical difusa
inespecífica.
✓ Neuropsicológico: inteligência normal,
pequenos déficits em funções executivas.
Imaturidade emocional.
✓ ECG: bradicardia sinusal (em remissão).
No início de 2007 tornou-se necessária outra internação. Na alta
optou-se por adotar regime de hospital-dia no acompanhamento de
C., pois o seguimento ambulatorial mostrou-se insuficiente.
Respondeu parcialmente à terapêutica antidepressiva, permanecendo
sintomática também do quadro alimentar. Condições familiares e
ocupacionais agravaram e perpetuaram o quadro. Relacionamento
amoroso conturbado desencadeou piora da sintomatologia psíquica,
com oscilação da qualidade de vida e funcionalidade até o início de
2008. Em fevereiro de 2008 C. foi incluída no programa de
atendimento intensivo em distúrbios alimentares (PRADA) do
AMBULIM.
A terapia farmacológica foi mantida (Fluoxetina 80mg/dia), com
associação de medicações adjuvantes, quando necessário. O
atendimento passou a ser semanal. Houve intervenção da assistência
social, no sentido de auxílio profissional para a paciente e seu pai.
Terapia familiar foi instaurada, assim como terapia individual, em
grupo, e atendimento nutricional, semanalmente. TO e fisioterapia
foram oferecidas.
Após 3 meses de intervenção intensiva, a
paciente mostra-se mais funcional, trabalhando
e estudando. Desenvolveu autonomia e
apresenta melhora importante na desenvoltura
social. Manteve baixa auto-estima e medo
mórbido de engordar, mas adere ao tratamento
e não perdeu peso. A sintomatologia depressiva
remitiu, ainda que a paciente seja muito
susceptível a estressores psíquicos.
Agradecimentos