Você está na página 1de 83

Faculdade de Nutrição

Disciplina: Dietoterapia II

Profº.: Valtemir Paula de Oliveira Junior


Obesidade
Diagnóstico e Classificação
Índice de Massa Corporal = Peso
Altura2

IMC < 18,5 Kg/m2:


Magreza 18,5-24,9
Kg/m2 : Normal 25-29,9
Kg/m2 : Sobrepeso
30-34,9 Kg/m2 : Obesidade Grau I 35-
39,9 Kg/m2 : Obesidade Grau II
> 40 Kg/m2 : Obesidade Grau III
Obesidade
Doenças Associadas
• HAS
• Diabetes
• Dislipidemia
• Apnéia do Sono
• Doenças Cardiovasculares
• Artropatias
• Colecistopatias
• Câncer
Epidemiologia da Obesidade

OMS:
Estimativa de 300 milhões de pessoas em todo o
mundo obesas e outras 750 milhões acima do peso
ideal.

Tendência de aumento em países ricos


e em desenvolvimento
Epidemiologia da Obesidade
USA
Austrália
Inglatdrra
Mauritius

Brasil

Projeção da prevalência da obesidade em adultos para 2025


Fonte: www.iotf.org
Dietoterapia na Obesidade

• Avaliar a ingestão alimentar

• Estabelecer necessidades nutricionais

• Plano alimentar hipocalórico


OBESIDAD
E E
ATIVIDADE
FÍSICA
Exercício e Perda de Peso

Para manter-se sempre


magro: assumir o
compromisso de fazer
exercícios regulares
durante toda a vida...

Objetivo:
aumentar a taxa
Exercício e Perda de Peso

60 a 70kcal/hora Até 1000kcal/hora

Objetivo: aumentar a taxa metabólica


Quanto mais obeso,
maior o gasto
energético durante a
atividade física
Programas de Exercício para a
Perda de Peso

Não há necessidade de aparelho


ou programa especial

Exercícios aeróbios? Pois aumenta a


beta oxidação de lipídios

Em pessoas inativas ou obesas


com DM, a AF aeróbia  proteólise
Programas de Exercício para a
Perda de Peso

Deve envolver grupos de grandes


músculos (ex. pernas e braços)

Caminhada, corrida, subir escadas,


andar de bicicleta, remar, pular corda
Programas de exercício para a
Perda de Peso
Várias sessões de 10 minutos =
uma sessão de 40 minutos

Freqüência de exercício (3 a 4
vezes por semana)

6 a 7 vezes quase dobra o gasto


calórico

 Treinamento de força ajuda a



MOMENTO NUTRICIONAL COMPLEXO

OBESIDADE

INSEGURANÇA ALIMENTAR

FOME OCULTA

TRANSTORNOS ALIMENTARES
TRANSTORNOS ALIMENTARES

• Qualquer estatística não reflete adequadamente a realidade.

• Muitas pessoas tem comportamentos de TA


sem considerarem que estes são “anormais” ou patológicos
• Não há notificação de atendimentos

• Sistema de saúde “não sabe” reconhecer e tratar.


TRANSTORNOS
ALIMENTARES
(eating
desorders)

• Doenças de interesse específico da psiquiatria.

• Precisam de análise cuidadosa no que diz respeito à aspectos


e cuidados nutricionais.
TRANSTORNOS
ALIMENTARES

• Início cada vez mais precoce

• Aumento da prevalência

• Observar sinais de risco – comer desordenado

• Ter postura de prevenção em relação ao problema


HISTÓRICO ANOREXIA NERVOSA

• Anorexia falta de apetite/falta de desejo – grego “an-”,


deficiência ou ausência de, e “orexis”, apetite//
Alemão:
pubertaetsmagerrsucht = adolescentes em busca de magreza.
• Idade média – jejum religioso – “anorexia santa”
(santas jejuadoras”
• Primeira descrição médica = (1694)
HISTÓRICO ANOREXIA NERVOSA

• Diferentes nomes: doença da consunção; delírio hipocindríaco


de dispepsia por recusar alimentar, sitophopia = intenso terror
de comida.

Cordás et al – IN: Philippi & Alvarenga, 2004.


HISTÓRICO DA BULIMIA NERVOSA

• Bulimia (grego): Bous (boi) Limus (fome)

• Séc. XV-XVII: Bolismus, bulismus, bolisme, hiporexia nervosa,


bulivomia....
• Questão histórica: “ vomitorium”.

• Marlene Boskind-White (1976): bulimarexia – 1º observação


de BN sem TA.

Cordás et al – IN: Philippi & Alvarenga, 2004.


HISTÓRICO DO TCAP
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica

• Descrito pela primeira vez em 1959 por Stunkard

• Categoria diagnóstica apenas ocorreu = 1994, incluíndo


no apêndice B do DSM IV.
DIAGNÓSTICOS

• Código Internacional Doenças – CID 10 – OMS

• Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM IV


– Americam Psychiatry Association – (APA).
• Anorexia Nervosa (AN)

• Bulimia Nervosa (BN)

• Binge Eating Disorder: Transtorno do comer


compulsivo, transtorno da compulsão alimentar periódica
(TCAP) – DSM IV
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Anorexia Nervosa

• DSM – IV • CID 10
• Recusa em manter o peso dentro ou acima • Há perda de Peso ou, em crianças, falta
do mínimo normal, levando a manutenção de ganho de peso e peso corporal é
do peso corporal abaixo de 85% do mantido em pelo menos 15% abaixo do
esperado, ou fracasso em ter o peso esperado.
esperado durante o período de • A perda de peso é auto-induzida pela
crescimento. evitação de alimentos que engordam.
• Medo intenso do ganho de peso ou de se
tornar gordo, mesmo com peso inferior. • Há uma distorção na
• Pertubação no modo de vivenciar o peso, imagem
tamanho ou forma corporais corporal na específica
psicopatologia forma dede uma
pavor de engordar. um
• Subtipos purgativos e restritivos.
• Umtranstorno endócrino
generalizado envolvendo o eixo
hipotalâmico-hipofisário-gonodal.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Bulimia Nervosa
• CID 10
• DSM – IV • Episódios de hiperfagia,
• Episódios recorrentes do comer quantidades grandes de
compulsivo. consumidas
alimento
• Comportamento compenstórios
são em
s recorrentes.
curto períodos
• Frequência 2x/ sem por 3 de
mínima: meses. tempo (pelo menos 2x/ sem 3 meses).
• Prejuízos na auto-avaliação em função • Preocupação persistente com o comer e
de peso e forma corporal. forte desejo ou sentimento de compulsão a
• Subtipos: Purgativos Não-purgativos. comer.
• O paciente tenta neutralizar os efeitos “de
engordar” por meio de vômitos auto-
induzidos, purgação auto-induzida,
períodos de alteração de inanição, uso de
drogas tais como anorexígenos, preparados
tireoideanos ou diuréticos.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica DSM-IV

A compulsão alimentar não está associada ao uso regular de


comportamentos compensatórios inadequados (por exemplo,
purgação, jejuns e exercícios excessivos), nem ocorre durante o
curso de AN e BN.
• Os transtornos alimentares são enfermidades
psiquiátricas caracterizadas por alterações graves do
comportamento alimentar.

• Existem duas categorias diagnósticas principais:


TRANSTORNOS ALIMENTARES

• Na AN a recusa em manter um peso corporal mínimo aceitável para a idade é


uma das características essenciais da síndrome.
• O aspecto central da BN é o episódio de compulsão alimentar (ingestão de
uma grande quantidade de comida num curto intervalo de tempo), seguidos por
comportamentos inapropriados como os vômitos auto- induzidos.
• Entretanto, a alteração na percepção que as pacientes tem da sua

forma e do seu peso corporal têm sido considerada como a


característica psicopatológica a todos os transtornos
alimentares. comum
ANOREXIA NERVOSA
• O quadro geralmente se inicia de forma típica em mulheres
jovens, geralmente na infância ou na adolescência.

• O início da doença é marcado por uma restrição dietética


progressiva com a eliminação de alimentos considerados
“engordantes” como os carboidratos.

• Reclamam que se sentem obesas apesar de muitas vezes se


encontrarem até emagrecidas.

• Elas ficam apavoradas com a idéia de ganhar algum peso.


ANOREXIA NERVOSA

• De forma gradativa as pacientes passam a viver exclusivamente em função da


dieta, comida, peso e forma corporal.

• O curso da doença é caracterizado por uma perda de peso progressiva


e continuada.

• Podemos observar diversos graus de alterações da imagem corporal, o que faz


com que a pessoa se sinta gorda apesar de sua magreza evidente.

• Há uma ausência completa de inquietação com a condição e as pacientes se


recusam a reconhecer o seu estado corporal atual, o que leva ao gradativo
isolamento social da paciente.
ANOREXIA NERVOSA

• A AN é um transtorno que por


definição cursa com baixo peso.
BULIMIA NERVOSA

• O termo bulimia deriva do grego (“bous” = boi e “limos” =


fome) e significa uma fome tão grande que a pessoa poderia
comer um boi.

• Foi GERALD RUSSEL em 1979 que fez a descrição conceitual


da síndrome bulímica como a conhecemos atualmente.
BULIMIA NERVOSA

• Na descrição do quadro RUSSEL destacava 3


aspectos básicos:

1. Um impulso forte e intratável para comer demais,

2. Medo de se sentir empanzinado com os alimentos


expresso através dos vômitos, abuso de agentes
purgativos ou ambos,

3. O medo mórbido de ficar gordo.


BULIMIA
• Epidemiologia: NERVOSA
 O transtorno é característico das mulheres jovens.

 A prevalência da BN em adolescentes ou mulheres jovens é de 1 a 3%.

 A bulimia nervosa também é rara em homens e a sua ocorrência é de


aproximadamente 1/10 daquela observada nas mulheres.

 A sua incidência em serviços de atenção primária parece ser 11.4 por


100.000 habitantes por ano.

 O início do sintomas tende a ocorrer em torno dos 15 a 18 anos.

 Normalmente existe um retardo na procura de tratamento médico e a paciente


tende a procurar os clínicos gerais e os endocrinologistas primeiro.
BULIMIA NERVOSA
• Etiologia:

 O modelo multidimensional parece o mais adequado


para dar
conta da complexidade da síndrome bulímica.

 Dentro desta perspectiva, vários fatores biológicos, psicológicos e sociais


desempenham um importante papel na determinação da BN.

 Uma das hipóteses mais promissoras no campo da fisiopatologia dos


transtornos alimentares é de que a diminuição da atividade
serotoninérgica central poderia ser um fator predisponente para o
desenvolvimento da BN e também para os episódios de comer
compulsivo do Transtorno do Comer Compulsivo.
BULIMIA NERVOSA
• Quadro Clínico:

 O episódio de compulsão alimentar é a característica principal do transtorno.

 Estes episódios ocorrem às escondidas, na grande maioria das vezes e são


acompanhados de sentimentos de vergonha, culpa e desejos de autopunição.

 Outras características fazem parte destes episódios como o fato da paciente comer
geralmente sem prestar atenção ao gosto dos alimentos, comer apressadamente, comer
sem estar com fome, preferir alimentos com elevado teor calórico como os carboidratos
(doces, sorvetes, biscoitos, etc.).

 A quantidade de calorias ingerida por episódio pode variar enormemente, muito


embora em média oscilem entre 2 mil a 5 mil calorias.
BULIMIA NERVOSA
• Algumas bulímicas mais graves, com vários episódios de vômitos por dia podem
apresentar até ulcerações no dorso da mão pela uso da mesma para induzir a êmese,
chamado de sinal de RUSSEL.

• Com a evolução do transtorno a paciente aprende a vomitar sem necessitar mais de


estimulação mecânica, bastando para tanto inclinar-se ou pressionar o abdome.

• Outros mecanismos utilizados pelas bulímicas para controle do peso após uma
ingestão exagerada são: o uso inadequado (sem prescrição médica) de medicamentos
do tipo laxativos, diuréticos, hormônios tireoidianos, agentes anorexígenos.

• Manobras do tipo o uso de jejuns prolongados, exercícios físicos exagerados são


também formas de controle do peso, mas geralmente geram menos complicações
clínicas do que as técnicas purgativas descritas acima.
BULIMIA NERVOSA
• Na BN a paciente também apresenta uma perturbação da sua auto-avaliação, mantendo
uma preocupação excessiva com a forma e o peso corporal.

• A paciente normalmente sente-se feia e gorda apesar de estar com o peso normal
ou até discretamente abaixo do mínimo para a idade.

• As complicações médicas da BN são, em geral, conseqüências dos episódios de


ingestão alimentar excessiva ou das práticas compensatórias utilizadas.

• Devido ao fato das pacientes tentarem manter seu comportamento bulímico em segredo
muitas vezes é através das complicações médicas do quadro que iremos fazer o seu
diagnóstico.

• O alargamento bilateral das glândulas parótidas, o já descrito sinal de RUSSEL e as cáries


ou abrasões do esmalte dentário aparecem em pacientes com alta freqüência de vômitos e
auxiliam o reconhecimento de um caso de BN.

BULIMIA NERVOSA
Tratamento:

 Os pacientes com bulimia nervosa não complicada, em estágios inciais, evidenciam


redução sintomática substancial com psicoterapia individual ou de grupo,
aconselhamento nutricional, e técnicas comportamentais simples como planejamento
dietético.

 O tratamento hospitalar para Bulimia Nervosa não complicada, raramente é


necessário, e estes pacientes devem ser tratadas em regime extra-hospitalar.

 Os antidepressivos podem reduzir os sintomas de ataques de comer ou comportamento


purgativo independentes da presença de depressão.

 A psicoterapia deve ser empregada devido as perturbações do comportamento


alimentar e em função das altas taxas de comorbidade com depressão, ansiedade,
transtornos de personalidade, conflitos não-resolvidos.
Episódios recorrentes do
comer compulsivo

⚫ A) Ingestão em um período limitado de tempo (por exemplo, dentro


de um período de 2 horas) de uma quantidade de alimentos
definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria
durante um período similar e sob circunstancias similares;
⚫ B) Um sentimento de falta de controle sobre o comportamento
alimentar durante o episódio ( por exemplo, um sentimento de
incapacidade de parar de comer ou de controlar o que ou quanto está
comendo).
Critérios Diagnósticos
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica – DSM - IV

⚫ A compulsão alimentar não está associada ao uso regular de comportamentos


compensatórios inadequados (por exemplo, purgação, e exercícios
jejuns excessivos), nem ocorre durante o curso de NA e BN.
⚫ Pelo menos 2 dias por semana durante 6 meses
⚫ Associado a 3 ou mais critérios:
⚫ comer mais e rapidamente que o normal
⚫ comer até sentir-se repleto
⚫ comer grandes quantidades de alimentos sem estar com fome
⚫ comer sozinho devido ao embaraço da quantidade que consome
⚫ sentir repulsa por si mesmo, depressão de culpa.
TRANSTORNO ALIMENTAR NÃO ESPECIFICADO – DSM –
IV (APA)
⚫ Para mulheres, todos os critérios para NA, exceto pela presença de
ciclos menstruais regulares.
⚫ Todos os critérios para a NA exceto que apesar de significantes perda de peso, o
indivíduo ainda tem peso atual dentro da faixa normal.
⚫ Todos os critérios para BN, exceto que episódios do comer compulsivo e
comportamentos purgativos ocorrem em freqüência menor do que duas vezes por
semana ou com duração menor do que três meses.
⚫ Uso regular de comportamentos purgativos pelo indivíduo de peso normal,
depois de comer quantidades pequenas de alimentos.
⚫ Ruminação repetida: o indivíduo mastiga grandes quantidades de alimento sem
engolir.
OUTROS TRANSTORNOS ASSOCIADOS À
ALIMENTAÇÃO
( AINDA NÃO CONSTAM NO DSM-IV
Disordered eating
COMER DESORDENADO

• Disordered eating inclui todo espectro dos problemas relacionados à


alimentação da simples dieta aos transtornos alimentares clínicos (ADA,
2006).
• Pode ser definido como comportamentos alimentares problemáticos, como
práticas purgativas, compulsões, restrição alimentar, e outros métodos
inadequados para perder ou controlar o peso que ocorrem menos
freqüentemente ou de forma menos severa do que o exigido pelos critérios
diagnósticos de TA (Kelly et al., 2005).
COMER DESORDENADO

• Desejo de ser mais magro do que é

• Grande insatisfação com seu corpo e peso

• Medo exagerado de engordar

• Relação inadequada com alimento

• Mania de fazer dieta

• Uso de qualquer tipo de recurso para tentar emagrecer

• Valorizar peso e corpo mais do que outras coisas da vida.


OUTROS TRANSTORNOS RELACIONADOS À
ALIMENTAÇÃO

• Exercício Físico Excessivo

• Dismorfia Muscular (vigorexia)

• Tríade da Mulher Atleta

• Síndrome alimentar noturna (SAN)


ORTOREXIA NERVOSA

• Preocupação obsessiva por seguir uma alimentação saudável , os aspectos


psicológicos e sociais da alimentação são extremamente negligenciados.
• Características principais:
• FIXAÇÃO EM ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
• DEFINIÇÃO BASTANTE RÍGIDA DO QUE É SAUDÁVEL
• FONTES DO QUE É SAUDÁVEL (vegetarianismo, dietas pobres em lipídeos) ;
• NO GERAL AGROTÓXICOS, CONSERVANTES SÃO VISTOS COMO QUÍMICAS QUE
FAZEM MAL A SAÚDE.
Fisiopatologia
ANOREXIA NERVOSA

• Mortalidade:

• 0,56% em 1 ano, 5,6% em 1 década ( 54% complicações NA, 27%


suicídio, 19% outras
• 15 – 20% longo prazo

• Desnutrição protéico - calórica


FISIOPATOLOGIA
ANOREXIA NERVOSA

• Osteopenia e osteoporose

• Altos níveis de colesterol

• Dificuldade para engravidar (mesmo em pós recuperação)

• Complicações gestacionais e de parto de puerpério

• Dificuldades nos cuidados de alimentação de seus filhos (restrição


calórica para os bebês, ou superalimentação).
FISIOPATOLOGIA
BULIMIA NERVOSA

• Mortalidade: 3%

• Grande variação de peso, maior porcentagem de gordura


corpórea mesmo peso normal.
FISIOPATOLOGIA
BULIMIA NERVOSA

• “Sinal de RUSSELL”: Lesão do dorso da mão

• Depleção do sistema imune.


ETIOLOGIA
Etiologia Multidimensional

⚫ Aspectos Biológicos (Negrão, 2004)


⚫ Aspectos psicológicos (Araújo, 2004)
⚫ Aspectos familiares (Cobelo, 2004)
⚫ Aspectos sócio-culturais:
1- Mudanças conceito de belo;
2 - Mudança padrão de corpo “ideal”
3- Supervalorização da magreza 4 -
Hábito de “fazer dietas”
5 - Medo de ficar gordo é
central na cultura de dietas
restritivas
ETIOLOGIA

• Fatores de predisposição

• Fatores precipitantes (Cordás et al, 2004):

• Separação e perda

• Alterações na dinâmica familiar

• Expectativas irreais na escola, trabalho, vida pessoal;

• Proximidade da Menarca (AN);

• Dieta
DIETAS E TRANSTORNOS ALIMENTARES
DIETAS E TRANSTORNOS ALIMENTARES

• HETHERINGTON, 2000

• Dietas restritivas severas aumentam em 18 vezes a


probabilidade de desenvolver TA.
• Dietas restritivas: precursora da doença

• Esforços para perder peso não são restritivos aos adultos jovens
e obesos: “auto-inanição”, promovida pela mídia, aceita pela
família, recomendada por profissionais.
ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NOS
TA.

• CONSUMO: Ingestão de alimentos, energia, macro e micro nutrientes.

• ESTRUTURA: Estrutura da alimentação, seus horários, tipo de refeições e


regularidade.

• ATITUDE: Atitudes alimentares são crenças, pensamentos, sentimentos,


comportamentos e relacionamento com os alimentos (Alvarenga et al., 2010).
NUTRICIONISTA & TRANSTORNOS ALIMENTARES

TER UMA VISÃO AMPLA SOBRE O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO


PARA O SER HUMANO: FISIOLÓGICA, SOCIAL E
EMOCIONAL
FUNÇÃO DA COMIDA

• O Alimento tem funções simbólica tão importantes quanto às


funções nutricionais.

• É papel do nutricionista defender que as necessidades nutricionais devem ser


atingidas juntamente com as necessidades culturais e simbólicas.

• Obter os nutrientes sem atender às necessidades culturais e simbólicas


(emocionais) não é saudável.
ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
ANOREXIA NERVOSA

Restrição dietética auto-imposta


•A doença inicia com um jejum progressivo: 1º
- Alimentos calóricos
2º- Outros tipos de alimentos não deve ser
(Comportamento
generalizado)
•Associado ao quadro: presença de atividades física excessiva e
utilização de métodos purgativos.
ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
ANOREXIA NERVOSA

Horários- Regularidades- Freqüência


• Refeições irregularidades (<3 refeições/dia)
• Habito de jejuar
• Duração maior das refeições
• Maior número de pausas durante as refeições
• Regras individuais de horários e ordem particular de se alimentar
ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
ANOREXIA NERVOSA

• PREFERÊNCIAS ALIMENTARES:
• Saladas
• Frutas
• Produtos diet e light
• AVERSÕES ALIMENTARES (“ alimentos proibidos”):
• Carnes (comum vegetarianismo)
• Doces e sobremesas
• Massas, pães e arroz
• Gorduras
ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES
NA ANOREXIA NERVOSA

⚫ ATITUDES OBSESSIVAS

⚫ Definir alimentos “bons” x “ruins”; “seguro” x “proibido”

⚫ Visão perfeccionista e distorcida sobre alimentação saudável

⚫ A existência de um problema relacionado ao alimento é usualmente negada; fobia a


alimento e gordura

⚫ Cortar os alimentos em pequenos pedaços e remexe-los no fundo do prato antes


de comer

⚫ Evitar comer na frente de outras pessoas

⚫ Observar curiosamente as refeições alheias e insistir para que os outros coma


tudo

⚫ Mastigar lentamente pequena quantidade, podendo até cuspir.


ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES
NA ANOREXIA NERVOSA

⚫ ATITUDES OBSESSIVAS
⚫ Esconder alimentos nos armários, banheiros, roupas ou jogar fora, dizendo que
consumiu os alimentos
⚫ Não comer muito tarde pois acreditam que a gordura se deposita no corpo durante a
noite
⚫ Preparar alimentos nos pratos para os outros sem provar
⚫ Interessar-se por tudo relacionado a culinária e dietas: Matérias em revistas, receitas
⚫ Ter grande conhecimento de calorias de alimentos, dietas da moda e informações sobre
nutrição
⚫ Fiscalizar a cozinha e despensa, fazendo compra de supermercado
⚫ Ser incapaz de se alimentar fora de casa, em locais onde não há controle sobre o preparo
dos alimentos.
ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
ANOREXIA NERVOSA

• MEDOS IRRACIONAS
• As calorias podem passar durante um a conversa no telefone, fotos, através de
comerciais na TV
• Não utilizar talheres usados, acreditando que ainda restam calorias
dos alimentos consumidos anteriormente
• Acreditar que a gordura consumida se transforma imediatamente em gordura
corporal.
ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
BULIMIA NERVOSA

• CICLO: DIETA – COMPULSÃO- PURGAÇÃO


• Padrão alimentar descrito como “caótico-bizarro”
• Restrição tem papel fundamental no inicio e perpetuação do quadro
• Compulsão desencadeada por restrição e fatores emocionais
• Purgação: eliminar excesso ingerido, sensação de
alívio, “purificação”, catarse.
ESTRUTURA, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
BULIMIA NERVOSA

• PADRÃO ALIMENTAR
• Ingestão de energia e nutrientes depende da fase – restritiva
ou
compensatória
• Grande variabilidade na ingestão alimentar
• Refeições irregulares
PADRÃO, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
BULIMIA NERVOSA

⚫ COMPULSÕES
⚫ Osalimentos da compulsão são aqueles considerados
tabus-
proibidos durante as refeições não compulsivas.
⚫ Clássicas: qualquer coisa
⚫ Planejadas: Alimentos “proibidos”
⚫ Alimentos mais freqüentes dos episódios: Biscoitos, doces em geral,
massas, pães, líquidos em quantidades.
PADRÃO, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
BULIMIA NERVOSA

ATITUDES ALIMENTARES
• Restrição alimentar persistente

• Visão dicotômica dos alimentos (Tudo ou Nada)

• Expressiva repugnância pelos alimentos, relação de culpa, repulsa, ódio e


incompetência para lidar com o alimento
• Raiva de sentir fome, negação das necessidades fisiológicas

• Disfunção nas sensações de fome, apetite e saciedade

• Dificuldade em selecionar o que comer

• Perda de controle em situações com alimento em abundância.


PADRÃO, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
BULIMIA NERVOSA

ATITUDES ALIMENTARES
• Série de cognições errôneas sobre conceitos nutricionais: mitos e
crenças sobre alimentos e alimentação
• Reconhece que alimentação é anormal (mas muitas vezes
não
acredita que possa mudar)
• Preocupação permanente com o peso

• Busca do alimento para resolver problemas e


compensar frustrações.
PADRÃO, CONSUMO E ATITUDES ALIMENTARES NA
BULIMIA NERVOSA

COMPORTAMENTOS E PENSAMENTOS BIZARROS


• “Lavar estômago várias vezes;

• Pesar-se antes e depois de comer, antes e depois de vomitar

• Não suportar a sensação do alimento dentro do estômago

• Gostar da sensação de estômago vazio

• Preferir os alimentos líquidos por sentir que mais


passam rapidamente pelo estômago.
DIÁRIO
ALIMENTAR
• Instrumento de avaliação do padrão, consumo e algumas atitudes
alimentares
• Técnica comportamental de auto-monitoração

• Recomendado no tratamento dietético dos transtornos alimentares


(bom resultado)
• Simboliza relação entre o terapeuta nutricional e o paciente

• Possibilita controle, disciplina e avaliação constante


DIÁRIO
ALIMENTAR
• Data
• Hora
• O que comeu e quanto?
• Compulsivo? Sim ou não
• Purgação? O quê?
• Fome nota de 0 a 10
• Duração da refeição (em minutos)
• Satisfação? Sim ou não
• Onde estava e com quem?
• Sentimentos?
TRATAMENTO

AVALIAÇÃO FÍSICA E LABORATORIAL

TRATAMENTO COM EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

TRATAMENTO NUTRICIONAL
ABORDAGEM NUTRICIONAL DOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

• Promover orientação alimentar para estabelecimento


de padrões nutricionais adequados.

• O nutricionista que trabalha com transtornos alimentares


deve relacionar aspectos psicológicos e nutricionais.
OBJETIVOS DA
DIETOTERAPIA
• ANOREXIA NERVOSA

• Restabelecer o estado nutricional;

• Adequar o peso;

• Eliminar as práticas alimentares inadequadas;

• Reintroduzir os alimentos excluídos da alimentação;

• Estabelecer uma relação adequada com o alimento e o peso.


DIETOTERAPIA AN

• Preferir trabalhar com alimento real 2001).Suplementos


(ADA, hipercalóricos via oral – se necessário;
• Progredir de acordo com a aceitação do paciente;

• Respeitar preferências do paciente, se possível;

• Trabalhar escolhas e opções aliementares.


OBJETIVOS DA
DIETOTERAPIA
• BULIMIA NERVOSA

• Interromper o ciclo de restrição – compulsão – purgação;

• Zerar purgação, zerar compulsão;

• Eliminar as práticas alimentares inadequadas;

• Estabelecer um padrão alimentar inadequado;

• Modificar atitudes para com o alimento, peso e a alimentação.


DIETOTERAPIA BN

• Avaliar necessidades de aumento da ingestão energética

• Controle dos comportamentos purgativos

• Normalização do padrão alimentar;

• Adequação da dieta, reintrodução de alimentos “proibidos”;

• “Normalização” do peso.
OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA

• TCAP
• Eliminar episódios compulsivos;
• Eliminar as práticas alimentares inadequadas;
• Oferecer tratamento intensivo e individualizado (não é tratamento de
emagrecimento);
• Estabelecer uma alimentação regular e equilibrada.
• Possibilidade: propiciar – talvez- perda de peso gradual e efetiva 9 não é
objetivo).
• Importância de explicar ao paciente que ele tem um
Transtorno Alimentar.
PREVENÇÃO DO TRANSTORNO ALIMENTAR

• Comportamento e padrão
alimentar inadequado
•Insatisfação corporal
MODELO IDEAL DE PREVENÇÃO

• Mudança na sociedade

• Programas nacionais de controle (emagrecedores)

• Programas educacionais
• Grupos de risco

• Orientação individual
INTEGRAÇÃO DE PREVENÇÃO DE TA E
OBESIDADE
• Crianças e adolescentes podem receber mensagens muito confusas e
conflitivas sobre alimento e peso – da família e sociedade – enquanto são
encorajados a manter um corpo magro e ao mesmo tempo expostos à
inúmeras oportunidades de comer em excesso.
• Estudos transversais e prospectivos indicam que pode ser inadequado ver a
obesidade e os TA como problemas conceitualmente distintos: na verdade
eles podem ocorrer ao mesmo tempo e indivíduos podem “migrar” de um
problema alimentar para outro.
OBRIGADO!

Você também pode gostar