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Psicopatologia

Texto 5: DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos


transtornos mentais. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. (Cap. 34 -
Síndromes relacionadas ao comportamento alimentar).
Você é o que você come?
Transtornos Alimentares
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Fonte da Imagem: Pixabay


TRANSTORNOS ALIMENTARES

O comportamento alimentar, apesar de sua aparente


banalidade na vida cotidiana, é um fenômeno humano
complexo e de importância central nas sociedades humanas
e na experiência subjetiva das pessoas.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Dimensão fisiológico-nutritiva. Relaciona-se a aspectos


metabólicos, endócrinos, neuroquímicos e neuronais, que
regulam os mecanismos de fome e saciedade, a demanda e
a satisfação das necessidades nutricionais.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Dimensão afetiva e relacional. A fome e a


alimentação vinculam-se à satisfação e ao prazer.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Dimensão social e cultural. Ao longo da história da


humanidade, todas as sociedades e culturas estabelecem
regras, tabus e rituais em relação aos alimentos e aos
comportamentos alimentares.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

No Brasil, os transtornos do comportamento


alimentar são frequentes e cada vez mais
reconhecidos como um problema de saúde pública.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Vigorexia
A adicção ou dependência ao exercício, chamada de Vigorexia ou
Overtraining, obsessão é por um corpo esbelto e musculoso. A pessoa
com vigorexia possui uma visão deformada de sua aparência.
Transtorno Dismórfico Corporal
TRANSTORNOS ALIMENTARES

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TRANSTORNOS ALIMENTARES

Ortorexia
A ortorexia, ou ortorexia nervosa, acontece quando o hábito
de alimentação saudável se torna obsessão.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

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TRANSTORNOS ALIMENTARES

DSM-5
Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa, Pica, Transtorno de
Ruminação, Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo,
Transtorno de Compulsão Alimentar.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Fonte da Imagem: https://bit.ly/3kmzpv4


TRANSTORNOS ALIMENTARES

A anorexia nervosa caracteriza-se pela presença de peso muito baixo


em relação à altura devido à restrição de ingesta calórica em relação às
necessidades, o que leva à perda de peso autoinduzida. Tal perda se dá,
portanto, por abstenção de alimentos que engordam ou por
comportamentos como vômitos e/ou purgação autoinduzidos, exercício
excessivo e uso de anorexígenos e/ou laxantes e diuréticos.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Do ponto de vista psicopatológico, é característica da anorexia nervosa a


distorção da imagem corporal: apesar de muito emagrecida, a paciente
percebe-se gorda, sente que algumas partes de seu corpo, como o
abdome, as coxas e as nádegas, estão “muito gordas”. O pavor de
engordar persiste como uma ideia permanente, mesmo que a paciente
esteja com o peso bem abaixo do normal. Essa distorção da imagem
corporal é uma ideia prevalente, típica, mas não obrigatória, na anorexia
nervosa.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

O DSM-5 reconhece dois subtipos de anorexia nervosa: o tipo restritivo,


no qual a paciente se torna e permanece anorética pela restrição de
alimentos, podendo apresentar ou não sintomas obsessivo-compulsivos,
e o tipo compulsão alimentar purgativa, no qual, além de evitar ingerir
alimentos calóricos, a pessoa tem comportamentos ativos de perda de
calorias, como vômitos autoinduzidos, exercícios excessivos e uso de
laxantes, diuréticos e enemas.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

A bulimia nervosa (BN) caracteriza-se por preocupação persistente com


o comer e desejo irresistível de se alimentar, com o paciente
sucumbindo a repetidos episódios de hiperfagia, ou binge eating
(“ataques” à geladeira, à despensa, com sensação de perda do controle
no comer). Caracteriza-se, ainda, por preocupação excessiva com
controle do peso corporal, que leva o paciente a tomar medidas
extremas, como vômitos autoinduzidos, purgação, enemas e siuréticos.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

O DSM-5 indica quatro níveis de gravidade da BN:


1. leve, com média de 1 a 3 episódios de bulimia e comportamentos
compensatórios inapropriados (vômitos autoinduzidos, uso de laxantes,
diuréticos, entre outros) por semana;
2. moderada, com 4 a 7 episódios semanais;
3. grave, com 8 a 13 episódios por semana;
4. extrema, com mais de 14 episódios semanais.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

O transtorno de compulsão alimentar se caracteriza por episódios


frequentes e recorrentes de comer compulsivo (binge eating), pelo
menos uma vez por semana, por vários meses. O indivíduo tem a
sensação subjetiva de perda do controle em comer, não consegue, na
compulsão, parar de comer. Sente muito sofrimento com isso,
acompanhado de sentimentos de culpa e repulsa de seus
comportamentos. Entretanto, nesse caso, diferentemente da BN, não há
comportamentos purgativos após a compulsão alimentar.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

O transtorno denominado “pica”, já descrito por Hipócrates, 400 anos


antes de Cristo (que a descreveu como “ânsia por comer terra devido a
uma alteração sanguínea”), caracteriza-se pela ingestão persistente e
regular de substâncias não alimentares, muitas vezes bizarras, como
geofagia (comer argila, terra) ou comer reboco, giz, gesso, plástico,
metal, papel ou, ainda, ingredientes crus dos alimentos (como grande
quantidade de sal ou farinha), durante o período mínimo de um mês.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

A pica é um transtorno observado com maior frequência em crianças


pequenas, gestantes, lactantes, pessoas com deficiência intelectual,
autismo ou esquizofrenia.
Alguns autores sugerem incluir a coprofagia (comer fezes) e a
potomania (ingerir grandes quantidades de água) como variantes desse
transtorno.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

No transtorno de ruminação, há o comportamento repetido e


intencional de regurgitar (do estômago para a boca novamente) o
alimento ingerido. O alimento regurgitado pode ser remastigado e
reengolido ou pode simplesmente ser cuspido, ejetado para fora da
boca (não como vômito). Para esse diagnóstico, o comportamento deve
ocorrer com frequência, em geral várias vezes por semana, durante pelo
menos um mês.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Embora a obesidade não seja classificada como um transtorno do


comportamento alimentar, será abordada aqui devido a sua frequência
e grande importância para a saúde física e mental.
A obesidade é mais frequente em indivíduos de baixo nível
socioeconômico e do sexo feminino e em sociedades industrializadas e
urbanas, bem como culturas nas quais a atividade física não é
predominante.
TRANSTORNOS ALIMENTARES

A pandemia da obesidade, que cresce a cada ano em muitos países, tem


tido marcante impacto na vida contemporânea.
Um dos pontos fundamentais da obesidade é a disfunção dos
mecanismos de saciedade do indivíduo.
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Prof. Marcelo Franco
www.lordemarcelo.com.br
@lordemarcelo

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