Performance status é uma medida relacionada à tentativa de quantificar o bem-
estar geral dos pacientes. Pode ser utilizada para determinação da possibilidade de receber quimioterapia, da necessidade de ajuste de doses destas medicações, entre outras finalidades.
AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE:
O performance status de Karnofsky é um sistema de escore que, dentre outros,
classifica os pacientes em uma escala de 0 a 100, onde 100 corresponderia à "saúde perfeita" e 0 à morte.
Por necessidade de avaliação e resposta ao tratamento, foram criados
instrumentos de avaliação para mensurar a qualidade de vida do paciente a partir de parâmetros importantes como nível de atividade física, sintomas da doença e grau de assistência necessária. Além disso, essas avaliações permitem ao profissional da oncologia uma avaliação da tolerância e da resposta ao tratamento e auxiliam na definição e no aprazamento da terapêutica empregada, que desempenham várias funções para proporcionar o melhor atendimento das necessidades do paciente e de sua família, estabelecendo o contato com os mesmos para o esclarecimento de dúvidas e a elaboração de intervenções. Esses dados são de suma importância quando se planeja um tratamento, revisando o diagnóstico e o prognóstico da doença. Os instrumentos ou escalas mais utilizados são o Índice de Karnofsky e a escala de desempenho ECOG (Eastern Cooperative Oncologic Group) ou Performance de Zubrod. O índice de Karnofsky descreve os níveis crescentes de atividade e independência com valores que variam de 0 a 100. Zero indica morte e 100, o nível normal de desempenho físico e aptidão para realizar atividades normais. É o instrumento mais utilizado no prognóstico da terapia de câncer por tratar-se de medida do rendimento para classificação da habilidade de uma pessoa para desempenhar atividades, avaliando o progresso do paciente após um procedimento terapêutico e determinando sua capacidade para terapia. Outro instrumento utilizado é a escala de desempenho ECOG, que estabelece escores de 0 a 5. O escore de 0 indica que o paciente é completamente ativo e capaz de realizar atividades normais e 5 é atribuído ao paciente morto. Conhecida também como “Performance de Zubrod”, sendo um instrumento mais recente e simplificado de medir a qualidade de vida de um paciente oncológico. Foi elaborada pelo ECOG dos Estados Unidos e validada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A principal função da escala ECOG é a de objetivar o resultado do tratamento oncológico, levando em conta a qualidade de vida do paciente. A evolução das capacidades do paciente em sua vida diária é avaliada, mantendo ao máximo sua autonomia. Os pacientes que se mostram completamente ativos e apresentam sintomas discretos respondem melhor ao tratamento e sobrevivem mais tempo do que aqueles que são menos ativos ou que se mostram gravemente sintomáticos. Um objetivo claro das escalas de performance seria a distribuição desses pacientes em grupos de estudo clínico-terapêutico, criando uma comparação entre os diferentes protocolos de quimioterapia e na determinação da eficácia dos tratamentos utilizados.
MUCOSITE ORAL
A mucosite oral é um dano da mucosa oral e do trato gastrointestinal devido aos
efeitos colaterais do tratamento quimioterápico ou radioterápico. Essa alteração nas mucosas orais apresenta-se inicialmente em graus de eritema, podendo evoluir para úlcera. Dos pacientes com tumores de cabeça e pescoço tratados com radioterapia e quimioterapia, 90 a 97% são diagnosticados com mucosite oral durante o tratamento, sendo o acometimento da mucosite oral pós-tratamentos antineoplásicos também comum, por isso a necessidade de acompanhamento odontológico hospitalar. A radioterapia na região de cabeça e pescoço potencializa o efeito da mucosite oral, uma vez que a radioterapia provoca efeitos ionizantes e deletérios sobre o DNA, o que compromete as mucosas orais a partir da dose de 1800 cGy. A radioterapia associada à quimioterapia aumenta as chances do acometimento por mucosite oral. A mucosite oral é uma complicação que pode ser um fator limitante no tratamento oncológico em decorrência de dor. Essa complicação, associada a outros eventos adversos, como a xerostomia e a disgeusia, pode significar a interrupção do tratamento, reduzindo ou impedindo o controle do tumor e reduzindo a sobrevida do paciente. Como consequência da mucosite oral, além do quadro doloroso, a mucosa oral em processo de descamação ou na presença da úlcera expõe o tecido conjuntivo, aumentando a adesividade de fungos e colonização de bactérias, o que aumenta o quadro de dor e risco de sepse ao paciente. O diagnóstico clínico da mucosite oral foi referenciado primeiramente por equipes hospitalares multidisciplinares que também definiram as formas de avaliação da severidade da mucosite oral em escalas que variam de 0 a 4. As principais escalas utilizadas são a do National Cancer Institute (NCI), World Health Organization (WHO). Uma das alternativas terapêuticas para a mucosite oral é a laserterapia, que tem sido investigada por ensaios clínicos há 27 anos. Seu mecanismo é a foto estimulação dos cromóforos que induzem o aumento de produção de adenosina trifosfatonas mitocondriais das células da mucosa oral, aumentando assim o metabolismo celular. É um tipo de tratamento não invasivo, em que se pode modular a densidade de energia ou fluência. A escala de diagnóstico clínico da mucosite oral mais citada foi a da WHO: mucosite grau zero é considerada mucosas normais; mucosite grau 1 - mucosas eritematosas; mucosite grau 2 - acometimento de úlceras e dificuldade na alimentação sólida; mucosite grau 3 - presença de úlcera extensa e alimentação do paciente é de consistência líquida; mucosite grau 4 - o paciente além da úlcera faz alimentação somente líquida por dispositivos do tipo sonda. A segunda escala mais associada a este trabalho foi a da NCI, na qual em grau zero as mucosas apresentam-se íntegras, em grau 1 as mucosas são eritematosas, no grau 2 presença de úlcera até 1,5 cm no maior diâmetro, no grau 3 presença de úlcera maior que 1,5 cm de diâmetro ou coalescentes, no grau 4 presença de úlceras múltiplas maiores que 1,5 cm de diâmetro, possíveis focos hemorrágicos e pontos necróticos.