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Universidade de Rio Verde – UNIRV

Curso de Odontologia
Disciplina: Semiologia

O processo do diagnóstico

Autor:
Thiago Victor Oliveira Lago

Prof. Ms. Carlos Deyver

Rio Verde, GO
Setembro, 2022

Saúde de Doença
O grande objetivo deste, é apresentar o diagnóstico e os diferentes
métodos clínicos e elaboração mental, dos mais complexos, e relata a sua real
importância, permitindo a identificação de uma doença e a melhora do
paciente.
A Patologia Bucal tem como estudo dos aspectos histopatológicos das
alterações do complexo buco-maxilo-facial e estruturas anexas, visando ao
diagnóstico final e ao prognóstico dessas alterações, e se imaginarmos um
indivíduo sadio, sem nenhuma patologia clinicamente detectável, não podemos
saber se em algum órgão ou estrutura já não existem alterações, pré-
patogênico ou pré-clínico da doença. Ficando, assim, difícil de detectar o
instante em que vai haver uma restauração a saúde. Assim, partimos desde os
primeiros sinais ou sintomas clínicos de alteração até a reabilitação do
paciente.
No período pré-patogênico de uma doença, ocorrem interações do
agente, hospedeiro e ambiente, que vão dar início ao processo mórbido sem
que surjam quaisquer manifestações perceptíveis pelo indivíduo ou por um
profissional, isto é, um estágio subclínico da doença. O período patogênico é
caracterizado, no início, pelo aparecimento dos primeiros sinais e sintomas do
processo, já agora perceptíveis e que irão evoluir de acordo com o tipo de
doença, condições do paciente e diversos outros fatores, para a cura total da
doença com ou sem sequelas ou para a morte. Deixando claro que todo
profissional de saúde desejaria identificar a doença em seu período pré-
patogênico, podendo ter a chance de cura total; no entanto, devido à ausência
de manifestações perceptíveis, isso se torna, na prática, impossível. Tendo
assim, a melhor oportunidade de detecção de um mal ser a fase mais precoce
de seu período patogênico, como na grande maioria dos casos, a recuperação
total do paciente.

Sinais e Sintomas
Sinais são manifestações clínicas da doença, que podem ser percebidas
por meio dos sentidos naturais do homem. Como por exemplo, mudanças de
coloração de um dente ou mucosa, aumento de volume ou temperatura da
face, pequenas elevações nos lábios, que, se não forem visíveis, poderão ser
percebidas pelo tato quando o pressionamos entre os dedos, ulcerações,
edemas e inúmeras outras manifestações anormais constituem-se em sinais.
Sintomas correspondem a desvios do normal percebidos apenas pelo
paciente. O mais clássico exemplo de sintoma é a dor. A dor deve ser
analisada quando à sua intensidade, constância ou intermitência, duração,
localização, fenômenos que a desencadeiam ou amainam, irradiação,
fenômenos correlatos, época de origem etc.
Um quadro clínico é o conjunto de manifestações da doença, são seus
sinais e sintomas que, segundo Torres, constituem a menor parcela do
diagnóstico clínico e, como tal, são irredutíveis e indecomponíveis.
Da agressão ao diagnóstico e proservação.
A doença somente pode ocorrer quando existe uma agressão ao
quadrinômio biopsicossociocultural em que mente e corpo constituem um todo.
Além do mais, a agressão é sempre um complexo que atinge o homem e
produz a doença. Seguindo assim uma linha lógica de um quadro clínico, esta,
por sua vez, vai relatar por sinais e sintomas que o levarão a procurar um
profissional da saúde para a eliminação de seu mal. O retorno do profissional
junto ao paciente na coleta de dados clínicos que irão compor não apenas o
quadro sintomatológico da doença presente, mas todo seu panorama físico e
psíquico, passado e presente, é totalmente fundamentado no exame clínico.
Não só, serão fornecidos pelos exames laboratoriais. No entanto, a obtenção e
o registro dos sinais e sintomas, apesar de constituir uma ciência a
semiotécnica, que é uma verdadeira arte, respaldada no conhecimento e na
experiência profissional é apenas o primeiro passo com que se vai contar para
a elaboração do diagnóstico, consequente prognóstico, planejamento
terapêutico e proservação do paciente. O método consiste na capacidade de
atribuir valor clínico aos sinais e sintomas obtidos por meio de variadíssimos
processos de elaboração mental.
O diagnóstico formulado pelos dados obtidos do exame clínico ou em
conjunto com os exames complementares, em muitas ocasiões, gera a
necessidade da solicitação de novos dados laboratoriais para esclarecimento
mais abrangente da doença ou das condições gerais do paciente para uma
adequada formulação do prognóstico e planejamento terapêutico. Por exemplo,
quando se diagnostica um líquen plano de mucosa, com intensa
sintomatologia, este deverá ser tratado com corticoides, e a necessidade de
exames adicionais se impõe frente ao fato de que são contraindicações
absolutas a tal terapêutica a presença de úlcera gastroduodenal e tuberculose.
O mesmo ocorre em relação à paracoccidioidomicose quando as condições
cardíacas e renais do paciente, primordialmente, devem ser investigadas em
função das ações nefro e cardiotóxicas das drogas utilizadas em seu
tratamento.

Alimentação antecipada (feedforward)


A alimentação prévia ou antecipada é um processo derivado,
praticamente, da teoria cibernética é objetiva a previsão de eventuais erros e
seu controle, antes que ocorram. É um procedimento extremamente complexo
e de difícil aplicação em patologia clínica. As recomendações de Virchow ao
governo da Prússia e relativas a uma epidemia de tifo poderia ser considerada
um verdadeiro feedforward, pois estariam impedindo (se antecipando) a
interação de fatores produtores da doença. Contudo, se concluído o
diagnóstico e elaborado o prognóstico fosse possível prever todos os episódios
que podem ocorrer com certo organismo, haveria condições de se aplicar
adequadamente o feedforward antecipadamente, evitando a ocorrência de
complicações derivadas da própria doença ou do tratamento proposto. Para tal,
no entanto, seria necessário um conhecimento praticamente absoluto da
Biologia humana, todas suas variações funcionais e patológicas, bem como de
recursos apropriados a intervirem eficientemente, sempre que uma ou outra
variação (previsível) pudesse interferir na evolução do processo.
De qualquer maneira, se ainda não possuímos o conhecimento suficiente
para aplicar de maneira mais eficaz o feedforward, restam-nos o exame clínico
e os exames complementares minuciosos e a elaboração primorosa do
prognóstico, para que possamos evitar ao máximo a ocorrência de erros e
consequentes complicações e insucessos. Fica evidente que quanto maior o
domínio das ciências biológicas e, particularmente em nosso caso, da
fisiologia, patologia, clínica e terapêutica, maior a chance de levar a efeito de
maneira útil a alimentação antecipada.

Retroalimentação (feedback)
Ao contrário do feedforward, um circuito aberto, o feedback é um circuito
fechado, em que o efeito regula a causa; quer dizer, quando o efeito começa a
se afastar do desejado, a causa é informada e corrige o erro. O combustível
para a correção do erro é o próprio erro, o que faz demorar a providência
requerida. Mas a natureza ainda não encontrou melhor solução.
Em clínica, a proservação do paciente é a fonte de informações da
ocorrência de erros ou efeitos indesejáveis, que permitem ao profissional
retroalimentar o sistema, modificando o tratamento básico, introduzindo drogas
ou intervenções corretivas, alterando o prognóstico e até mesmo o diagnóstico.
Novo exame clínico pode ser necessário em decorrência de ou para a
execução de outros exames complementares. Portanto, deve-se assinalar que
uma das maiores falhas que ocorrem na Medicina e Odontologia é exatamente
na proservação. Não apenas por “descuido” profissional, mas principalmente
por incompreensão dos pacientes. Se todos fossem acompanhados
clinicamente por longos períodos de tempo, nosso conhecimento da história
natural das doenças seria enormemente ampliado, possibilitando-nos oferecer,
a cada dia, um serviço de saúde melhor. Contudo, não custa lembrar que a
maneira pela qual o indivíduo é induzido a voltar periodicamente à consulta é
decisiva.

O “olho clínico”
Os médicos, no decorrer de toda sua vida (e não só da profissional),
adquirem milhões de informações que podem ser mobilizadas repentina e
automaticamente para o diagnóstico, num processamento subliminar do qual a
consciência não se dá conta. Mas é um raciocínio tão feito de dados como o
consciente. Além disso, um relance visual pode carregar mais informações que
milhares de palavras explicativas. Os grandes mestres do xadrez ‘entendem’
uma posição intricada em um perspassar de olhos, sem fazer cálculos.
Podemos abordar na rua uma pessoa que nos pareceu alguém conhecido e
nem sabemos explicar o que nos orientou, pode ter sido um engano e teremos
de nos retratar. O ‘olho clínico’ também erra de vez em quando, mas só os
seus sucessos passam à história”.

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