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Universidade de Rio Verde – UNIRV

Curso de Odontologia

Disciplina: Saúde Coletiva

Vigilância em Saúde:
Conhecendo melhor na
Odontologia

Autor: Thiago Victor Oliveira


Lago

Prof. Ms. Paula Andrea


Nascimento dos
Reys Magalhães

Rio Verde, GO

Novembro, 2022

INTRODUÇÃO

A vigilância à saúde é entendida contemporaneamente no Brasil como um


componente estrutural da maior importância na organização e gestão das práticas do
Sistema Único de Saúde (SUS). Esse entendimento foi confirmado com a criação do
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (SNVS). A iniciativa institucional brasileira
de implantação e desenvolvimento do SNVS se coaduna com uma visão predominante
na comunidade sanitária internacional, que progressivamente vem reconhecendo a
importância decisiva do reforço e consolidação dos sistemas nacionais de saúde,
abrangendo funções essenciais de saúde pública, dentre as quais a vigilância à saúde.

A vigilância à saúde constitui-se em um esforço para integrar a atuação do setor


saúde sobre as várias dimensões do processo saúde-doença, especialmente do ponto de
vista da sua determinação social. Com uma visão mais totalizadora, busca-se
desenvolver novas propostas de operacionalização dos sistemas de saúde, com a
premissa de uma imersão no contexto territorial das ações.

Portanto, a vigilância à saúde tem uma concepção mais abrangente, além da


simples análise de situação ou da integração institucional entre as vigilâncias sanitária,
ambiental e epidemiológica. Ela prevê a intervenção sobre problemas de saúde; a ênfase
em problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos; a operacionalização
do conceito de determinação social e sua implicação com fatores protetivos, fatores de
risco e prevenção de danos; a articulação de ações de promoção, prevenção e
assistência; a atuação intersetorial; as ações sobre o território; e a intervenção informada
pela evidência, sob a forma de operações que promovem a saúde.

OBJETIVO

O objetivo deste artigo foi identificar e conhecer os principais desafios


contemporâneos da Vigilância em Saúde voltada para área da Odontologia. Mostrando
de maneira específica e repartida como funciona, a Odontologia, em diferentes áreas de
atuação, permitindo, assim, conhecermos melhor o estudo de Vigilância em Saúde.

MATÉRIAS E MÉTODOS

Este presente artigo foi estruturado a partir da consulta a artigos de periódicos


científicos, a Vigilância em Saúde e Saúde bucal (Odontologia), nos permitindo
conhecer melhor sobre estes. O material foi utilizado como fonte de dados simples,
buscando nesses textos elementos históricos e conceituais referente ao tema abordado

para um aprofundamento no campo de Vigilância a Saúde e as diferentes áreas de


atuação voltada a Odontologia.

SISTEMA DE VIGILÂNCIA A SAÚDE BUCAL

A Coordenação Geral de Saúde Bucal desencadeou, a partir de agosto de 2004,


uma série de entendimentos com a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da
Saúde, com o objetivo da incorporação da saúde bucal nas práticas de vigilância.

Considerando a convergência de propósitos e características dos problemas de


saúde bucal, foi escolhida a Coordenação Geral de Vigilância de Agravos e Doenças não
Transmissíveis como lócus privilegiado para o estabelecimento de uma parceria. Essas
discussões foram originárias da perspectiva inicialmente traçada pelo Projeto SBBrasil,
outrora denominado SB 2000, que, apesar de representar o mais amplo e bem elaborado
diagnóstico das condições de saúde bucal da população brasileira, não colocou a saúde
bucal como parte da rotina de gestores, gerentes e técnicos da vigilância à saúde,
embora no seu escopo original já aventasse para essa necessidade.

De acordo com artigo, "Avanços e desafios à Política de Vigilância à Saúde Bucal


no Brasil", As justificativas para o desenvolvimento de uma nova estratégia de
vigilância à saúde bucal decorreram da insuficiente sistematização desse componente na
política nacional de saúde bucal em nível federal, com igual lacuna nos níveis estaduais
e municipais, com as seguintes dificuldades identificadas: 1º) Os levantamentos de
saúde bucal realizados pelo Ministério da Saúde e/ou com o seu apoio em 1986, 1996 e
o SBBrasil 2003 possuem uma heterogeneidade metodológica, com variação temporal
em relação à coleta de dados, grande concentração de esforços pontuais, foco
essencialmente em dados normativos (exceção do SB 2003) e, por último, não
estabeleceram a cultura desejada da vigilância à saúde em nível local; 2º)
Desarticulação e desintegração da saúde bucal perante os sistemas nacionais de
informação em saúde e de outros sistemas de vigilância em operação no País, com as
louvadas exceções do Sistema de Informação de Mortalidade, em relação à mortalidade
por câncer bucal; 3º) A ausência de informações de saúde bucal em outros sistemas
importantes, como o Sistema de Informação da Atenção Básica, tendo em vista que esse
é um sistema administrativo e não possui indicadores relevantes de saúde bucal; 4º) Os
dados de saúde bucal dentro do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS, que

também é um sistema administrativo, servem somente como referência para assistência,


ou seja, para a realização de procedimentos odontológicos.

VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

A área denominada Saúde do Trabalhador vem se desenvolvendo nas últimas


décadas deixando de ser compreendida apenas sob o aspecto ocupacional para ser
abordada de forma mais abrangente, com base nos paradigmas da promoção da saúde e
da qualidade de vida no trabalho, os quais têm como objetivo o bem-estar do
trabalhador.O objeto da saúde do trabalhador pode ser definido como o processo saúde-
doença dos grupos humanos em sua relação com o trabalho, sendo que enquanto prática
social, a saúde dos trabalhadores apresenta dimensões sociais, políticas e técnicas
indissociáveis.

O conceito de vigilância em saúde do trabalhador dimensiona a abrangência de


sua intervenção na articulação de ações voltadas para as dimensões individuais e
coletivas no campo da saúde pública em torno da relação entre processo de trabalho e
saúde.Portanto, vigilância é a ação em torno de um objeto, no caso da vigilância em
saúde do trabalhador, em torno de objetos que alteram, no sentido positivo, a relação
entre processo de trabalho e saúde. A informação é elemento deflagrador e de avaliação
das ações, sendo fundamento essencial à vigilância.

Com forme é dito no Artigo "A ODONTOLOGIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS


DE SAÚDE DO TRABALHADOR", podem ser destacadas algumas diferenças entre
prevenir doença e promover saúde nos locais de trabalho.Enquanto a primeira envolve o
como evitar riscos profissionais (prevenção primária), como tratar a doença ou reparar a
incapacidade (prevenção secundária), e por fim como atenuar as seqüelas ou
implicações da incapacidade para o trabalho (prevenção terciária), a segunda diz
respeito à maneira como o indivíduo realiza as suas potencialidades de saúde e responde
positivamente às exigências de um ambiente laboral em constante mutação. 17 Seu
objetivo principal é criar um ambiente suportivo, com ênfase no processo e nas boas
práticas.

Relacionando a Odontologia, o mesmo, define então a área de competência da


nova especialidade Odontologia do Trabalho, de acordo com a resolução do CFO nº. 25
de 28/05/2002 24 :

- Identificação, avaliação e vigilância dos fatores ambientais que possam


constituir risco à saúde bucal no local de trabalho, em qualquer das fases do processo
de produção;

- Assessoramento técnico e atenção em matéria de saúde, de segurança, de


ergonomia e de higiene no trabalho, assim como em matéria de equipamentos de
proteção individual, entendendo-se inserido na equipe interdisciplinar de saúde do
trabalho operante;

- Planejamento e implantação de campanhas e programas de duração permanente


para educação dos trabalhadores quanto a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais
e educação em saúde;

- Organização estatística de morbidade e mortalidade com causa bucal e


investigação de suas possíveis relações com as atividades laborais; e,

- Realização de exames odontológicos para fins trabalhistas.

Tais competências configuram a Odontologia doTrabalho como parte da atenção à


saúde do trabalhador, que trata de promover, preservar e recuperar a saúde bucal do
trabalhador, conseqüente dos agravos, afecções ou doenças do exercício profissional, e
que tem manifestações bucais, devendo ter sua ação voltada à prevenção de todos os
agravos laborais

VIGILÂNCIA EM SAÚDE E O SUS

Após a promulgação da Lei 8.080, foi criada a Fundação Nacional de Saúde


(Funasa), em 1991, contendo em sua estrutura dois órgãos singulares, sendo um deles o
Centro Nacional de Epidemiologia/CENEPI com atribuições voltadas para atender à
concepção plasmada na década de 1980, de que o sistema de saúde deveria ter uma área
de inteligência epidemiológica, separada das ações de controle e prevenção de doenças,
com competência para promover e disseminar o uso da epidemiologia em todas as
esferas do SUS, para apoiar a formulação e a implementação de políticas, bem como
estabelecer diretrizes para orientar a organização da rede do SUS. Ao Departamento de
Operações/DEOPE caberia a responsabilidade de coordenar as ações de prevenção e
controle de doenças, em articulação com as SES, SMS e as Diretorias Regionais da
Funasa.

Contudo, desde o início foi-se constatando que para conduzir a reorganização do


SNVE na perspectiva do SUS, ou seja um sistema de vigilância universal cuja base de

atuação deveria ser o nível local, dever-se-ia superar a referida dicotomia desde o nível
central até o local deste sistema. Assim, ao longo da década de 1990, foram sendo
adotadas estratégias que possibilitassem articulações entre os diferentes gestores e
atores, ainda fortemente influenciados pelas práticas estabelecidas e que defendiam a
manutenção do modelo piramidal vigente. Muitas iniciativas foram implementadas,
tanto ao interior da Funasa, como por estados e municípios, em particular aqueles cujos
gestores e ou/governantes apoiavam a implantação do SUS. Dentre elas, destaca-se o
incentivo para a formação dos Núcleos Estaduais de Epidemiologia com representações
da área de vigilância epidemiológica das SES, SMS e das Diretorias Regionais da
Funasa que continuavam desenvolvendo as ações de controle de endemias, antes sob a
responsabilidade da SUCAM. Estes núcleos deveriam buscar estabelecer pactos e
elaborar diretrizes e Planos Diretores que privilegiassem o processo de transferência das
atividades de vigilância e controle de doenças para os municípios; aproximar-se da
comunidade científica brasileira com vistas à estabelecer parcerias que possibilitassem a
capacitação dos profissionais da rede de serviços de saúde, principalmente no uso da
metodologia epidemiológica; aprimoramento e desenvolvimento dos sistemas de
informações de base epidemiológica, tendo como unidade de informação os municípios
de residência.

Este movimento inicial, fundamental para estabelecer as bases para a construção


da atual Vigilância em Saúde no SUS, culminou em uma grande reunião nacional que
envolveu dirigentes de epidemiologia das três esferas de governo, profissionais da rede
de serviços de saúde com reconhecido saber na área, epidemiologistas de instituições
acadêmicas, dentre outros. Balizados nos documentos base, o relatório final deste
Seminário estabeleceu as principais linhas mestras para a construção do Sistema
Nacional de Vigilância Epidemiológica no SUS, que se queria descentralizado e
abrangente, ou seja, que não se limitasse às doenças transmissíveis, ainda que sem
desvalorizar este componente da tradicional Saúde Pública. A estratégia sugerida foi
estabelecer articulação com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) para
construir um pacto intergovernamental envolvendo as três esferas de gestão do SUS, no
propósito de viabilizar a descentralização das ações de prevenção e controle de doenças
que já vinham sendo desenvolvidas no país, com a desejada rapidez, mas com
responsabilidade para que não houvesse interrupção de ações e possíveis prejuízos à
saúde da população, além de ampliação do escopo de atividades de vigilância. A ideia

foi reduzir a fragmentação das rotinas de vigilância, que em grande parte estavam
organizadas sob a forma de Programas Especiais nas SES e nas Diretorias Regionais da
Funasa e construir uma nova vigilância. Propunha-se também a integração das
atividades à rede de atenção à saúde, particularmente à atenção primária, visando
conferir maior capilaridade e melhor qualidade ao sistema.

No âmbito da vigilância epidemiológica, o serviço tem como objetivos detectar as


doenças transmissíveis e os agravos de importância nacional, estadual ou internacional;
detectar a alteração do padrão epidemiológico dos agravos; promover as medidas de
controle pertinentes, no seu nível de atuação; e atuar como unidade hospitalar de
referência para a Rede de Vigilância Epidemiológica Hospitalar de Interesse Nacional,
interagindo com todos os níveis hierárquicos da VE municipal, estadual e nacional. As
ações integradas começam pela interação com o Centro Municipal de Saúde e a Divisão
e Vigilância em Saúde (DVS) da Coordenadoria de Saúde da Área de Planejamento 1.0,
onde o hospital se insere. O serviço é responsável pelo monitoramento dos agravos de
notificação compulsória no HFSE; durante suas atividades interage com outras
comissões hospitalares de vigilância à saúde, sobretudo CCIH, Gerência de Risco,
Comissão de Revisão de Óbitos e Saúde do Trabalhador, e mais recentemente
Segurança do Paciente.

CONCLUSÃO

Portanto, por base neste artigo, tendo como uma fonte de pesquisa artigos
Científicos, percebemos a presença do conceito Vigilância em Saúde, mostrando o que
ela realmente é de fato e onde ela está integrada, não só, a o estudo da Odontologia/
Saúde Bucal em diferentes áreas relacionada a Vigilância em Saúde, mostrando os
principais pontos, positivos e negativos, esclarecendo aprendizado e um conhecimento,
sobre, tais coisas.

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