Você está na página 1de 31

GESTÃO / PLANEAMENTO DE UM SERVIÇO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Sofia Moura, nº

Oliveira Azeméis, 2022


GESTÃO / PLANEAMENTO DE UM SERVIÇO DE SAÚDE OCUPACIONAL

GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE OCUPACIONAL

Alunos:
Sofia Moura, nº
ÍNDICE

LISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO
1. ENQUADRAMENTO DO PROJETO
1.1. JUSTIFICAÇÃO E PERTINÊNCIA DO PROJETO À LUZ DOS REFERENCIAIS DA PROFISSÃO DE
ENFERMAGEM
1.2. CARATERIZAÇÃO DA EMPRESA
1.3. RESULTADOS ESPERADOS OU PRODUTOS MENSURÁVEIS COM ESTE PROJETO (previsão das
alterações organizacionais/melhorias/ ganhos em saúde)
2. PLANEAMENTO DO PROJETO
2.1. MODALIDADE DE ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE OCUPACIONAL (SSO)
2.2. INFORMAÇÕES PARA A CONTRATAÇÃO DO SSO
2.3. POPULAÇÃO ALVO
2.4. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES
2.5. OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR
2.6. RECURSOS HUMANOS DO SSO
2.7. ATIVIDADES A DESENVOLVER PELO SSO
2.7.1. Gestão do risco profissional
2.7.2. Vigilância da Saúde dos Trabalhadores
2.7.3. Promoção da Saúde
2.7.4. Vacinação dos Trabalhadores
2.7.5. Primeiros socorros e Emergência no local de trabalho
2.8. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SSO
2.8.1. Política do SSO
2.8.2. Objetivos do SSO
2.8.3. Instalações, equipamentos e instrumentos
2.8.4. Procedimentos do SSO
2.8.5. Recursos humanos – Intervenção do Enfermeiro do Trabalho
2.8.6. Cronograma de implementação
2.8.7. Proposta de Indicadores para acompanhamento e avaliação do projeto
2.9. DOENÇAS PROFISSIONAIS E ACIDENTES DE TRABALHO
2.10. SISTEMA CERTIFICAÇÃO SAUDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
3. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

APSEI – Associação Portuguesa de Segurança


DGS – Direção Geral de Saúde
ILO -
RJPSST - Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho
SSO – Serviço de Saúde Ocupacional
SST – Segurança e Saúde no Trabalho
WHO - World Health Organization

SO – Saúde Ocupacional

FALTA COMPLETAR
INTRODUÇÃO
O presente trabalho enquadra-se no âmbito da Unidade Curricular de Gestão e Organização
dos Serviços de Saúde Ocupacional, inserida no 8º Curso de Pós-Graduação em Enfermagem
do Trabalho da Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de
Azeméis.
Tem como objetivo a elaboração de um projeto de implementação e organização de um
Serviço de Saúde Ocupacional (SSO), neste caso numa empresa fictícia, com base nas normas,
legislação existente e informação técnica da Direção Geral de Saúde (DGS).

1. ENQUADRAMENTO DO PROJETO
Ao nível do trabalho, tem-se vindo a constatar que demasiados trabalhadores estão expostos a
níveis inaceitáveis de riscos ocupacionais, acabando vítimas de acidentes de trabalho e
doenças profissionais, com perda da capacidade de trabalho (WHO, 2006) e que a carga global
de acidentes e de doenças profissionais continua inaceitavelmente alta (ILO, 2011), realidade
que ocorre de forma semelhante em Portugal (DGS, 2013).
Naturalmente esta não é uma situação desejável, visto que a população de trabalhadores é a
principal contribuinte para o desenvolvimento económico e social dos países (WHO, 2007). A
promoção de ambientes de trabalho saudáveis revela-se assim fundamental, uma vez que o
trabalho é uma componente importante na vida de todos, pois com ele despende-se muito
tempo e esforço da vida adulta (WHO, 2001b).
Segundo a DGS (2012) o acesso a cuidados de saúde de qualidade, continuamente e a todos os
níveis, é um direito fundamental do cidadão. Desta forma, para que haja qualidade na
prestação de cuidados é necessário que haja o melhor desempenho possível e uma adequação
dos cuidados de saúde às necessidades e expectativas do cidadão (DGS, 2012).
Especificamente ao nível do contexto laboral, é responsabilidade das instituições públicas e
privadas a promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, clientes e da sociedade em geral
(DGS, 2012).
O direito de todos/as os/as trabalhadores/as à prestação do trabalho em condições de
Segurança e Saúde encontra-se consagrado na Constituição da República e regulamentado na
Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, que aprova o Regime Jurídico da Promoção da Segurança
e Saúde no Trabalho, com a redação conferida pela Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro (Guia para
a Participação dos Trabalhadores e seus Representantes na Segurança e Saúde no Trabalho).
À luz da legislação existente e de acordo com a Associação Portuguesa de Segurança (APSEI)
(s.d.), todas as entidades empregadoras estão obrigadas a organizar os seus serviços de
Segurança e Saúde no Trabalho (SST), com o objetivo de promover a saúde e bem-estar físicos,
mentais e sociais dos trabalhadores e salvaguardar a sua segurança e proteção, num processo
que implica o envolvimento dos mesmos e de várias áreas. A gestão abrangente da saúde no
trabalho é um processo que envolve todas as partes que trabalham para o objetivo comum,
dentro e fora da Instituição. Destina-se a capacitá-las no sentido de tomarem o controlo da sua
própria saúde e dos seus colaboradores, considerando determinantes ambientais, do estilo de
vida, ocupacionais e sociais da saúde e a qualidade dos cuidados de saúde. Baseia-se nos
princípios de promoção da saúde, ambiente e segurança no trabalho e coloca um enorme
desafio aos profissionais de saúde, que disponibilizam serviços, aconselhamento, informação e
educação aos parceiros sociais no local de trabalho.

1.1. JUSTIFICAÇÃO E PERTINÊNCIA DO PROJETO À LUZ DOS REFERENCIAIS DA PROFISSÃO DE


ENFERMAGEM
De acordo com a DGS (2014), a Saúde Ocupacional corresponde a um conjunto de
intervenções realizadas por profissionais especializados em várias áreas, cujo objetivo comum
é a prevenção dos riscos profissionais, a proteção e promoção da saúde dos trabalhadores, a
salvaguarda da segurança, bem-estar, conforto e integridade dos mesmos e o incentivo de
ambientes de trabalho saudáveis.
Os enfermeiros são o principal grupo de profissionais de saúde que providenciam cuidados a
todos os níveis e estabelecem a ligação entre indivíduos, famílias e comunidades com o
restante sistema de saúde (International Council of Nurses (ICN), 2007). Transpondo esta
realidade para o Enfermeiro do Trabalho, interveniente da Saúde Ocupacional, o exercício
profissional deste foca-se, assim, em conceitos e princípios como a prevenção, capacitação e
manutenção da saúde e o controlo e eliminação dos riscos para a saúde no local de trabalho
(WHO, 2001b).
O exercício de Enfermagem do Trabalho é, desta forma, determinante para assegurar o
suporte efetivo e integral à pessoa, enquanto trabalhador, a nível ocupacional e no local de
trabalho, no âmbito da promoção e proteção da sua saúde, do seu bem-estar e da prevenção
na exposição aos riscos/acidentes de trabalho, num papel de gestão de cuidados, participação
na investigação e integrado na equipa de saúde.
Ao longo do tempo, a prática da profissão de enfermagem no contexto da saúde ocupacional
tem vindo a alcançar um elevado nível de especificidade, sendo a ênfase dada à promoção da
saúde e à prevenção da doença e de acidentes de trabalho, bem como ao desenvolvimento do
seu papel no ensino clínico, na gestão e na investigação (WHO, 2001b) e constitui-se como
componente efetiva para obtenção de ganhos em saúde, nomeadamente a gestão do risco
profissional, da taxa de acidentes de trabalho e de doenças profissionais.

DÚVIDA - DGS,2014 e WHO, 2001b o que é o a e o b?


2014 é a norma que coloquei já na bibliografia, como who (b) também é identificação de
diferentes artigos who que também já coloquei na bibliografia
1.2. CARATERIZAÇÃO DA EMPRESA
Empresa do setor de serviços, na área da informática (programação) com instalações próprias
no mesmo local, na cidade de Lisboa.
A população trabalhadora é constituída por 480 elementos, com idades compreendidas entre
os 23 e os 45 anos, que labora nas instalações da empresa.
A Empresa é responsável pela Política de Saúde Ocupacional/Política de Saúde e Segurança do
Trabalho, expressa formalmente pela mesma, divulgada aos trabalhadores e outras partes
interessadas e atualizada sempre que necessário e constará posteriormente do presente
projeto.

1.3. RESULTADOS ESPERADOS OU PRODUTOS MENSURÁVEIS COM ESTE PROJETO (previsão das
alterações organizacionais/melhorias/ganhos em saúde)
ESTÁ POR REVER!! REVI, MAS LEIAM A VER SE CONCORDAM…
A qualidade de vida no trabalho, conducente à realização pessoal e profissional, tem de se
inserir numa matriz de desenvolvimento que integra como pilar fundamental as adequadas
condições de segurança e saúde nos locais de trabalho.
O comité conjunto OIT/O.M.S. definiu, em 1950 e reviu em 1995, o conceito de saúde
ocupacional, considerando que deve aspirar a: promoção e manutenção do mais elevado nível
de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as profissões, prevenir toda a
alteração de saúde destes pelas condições de trabalho, protegê-los no seu emprego contra os
riscos para a saúde, colocar e manter o trabalhador num posto que convenha às suas aptidões
fisiológicas e psicológicas. Em suma adaptar o trabalho ao homem e o homem ao trabalho.
Há três componentes-chave da gestão em Saúde Ocupacional e que se pretende implementar
na empresa.
1. Manter e promover a saúde e capacidade de trabalho dos trabalhadores;
2. Melhorar o ambiente de trabalho e o trabalho de modo a que conduza para a segurança e
saúde;
3. Melhorar a organização e cultura de trabalho, de modo a suportar a saúde e segurança no
trabalho e, ao fazer tal, também promova um clima social positivo e aumente a produtividade
das empresas.
Nas últimas duas décadas a sociedade europeia assistiu a significativas mudanças e
desenvolvimento com repercussões importantes em matéria de saúde no trabalho,
conhecimento e atuação dos profissionais de saúde ocupacional (O.M.S., 2002).
Recomenda-se que o serviço de saúde ocupacional deve cobrir a saúde dos colaboradores, a
organização, legislação em segurança e higiene, identificação, controlo e gestão de risco no
local de trabalho e monitorizar o absentismo e promover a saúde (CHAMBERS, 1997).
Há quatro formas em que as atividades de saúde e segurança no trabalho podem influenciar a
saúde dos colaboradores:
 Dar atenção a riscos de saúde e segurança prevenindo doenças e acidentes de trabalho;
 Providenciar serviços de reabilitação com o objetivo de ajudar o trabalhador acidentado ou
doente para recuperar das suas queixas, adaptando-se ao local de trabalho;
 Criar um serviço de reabilitação que procure integrar pessoas com deficiência no local de
trabalho, pela primeira vez;
 Providenciar promoção de saúde no local de trabalho de modo a melhorar a saúde dos
colaboradores (A.E.S.S.T., 2001).
O aumento da saúde do trabalhador tem efeitos positivos nos lucros das empresas e no
controlo do absentismo, para além de ser parte integrante da responsabilidade social das
empresas (PEREIRA, 1991).
A melhoria da segurança e saúde na empresa traduz-se geralmente numa melhoria de
qualidade das condições de trabalho, da qualidade do serviço prestado, e portanto, da
satisfação do cliente (C.E., 1996).
O trabalho tem impacto na saúde das pessoas, apesar do seu efeito variar entre cada um
(THIRION et al, 2007), porém esse impacto pode ser atenuado de acordo com medidas que
pretendemos implementar com o serviço de saúde ocupacional, são elas:
 Muitas das doenças que os colaboradores padecem advêm de causas preveníeis;
 Fatores de risco de saúde modificáveis são precursores de grande parte dessas doenças;
 Fatores de risco de saúde modificáveis estão associados com o aumento dos custos de saúde
e diminuição da produtividade num curto espaço de tempo;
 Fatores de risco de saúde modificáveis podem ser melhorados através de programas de
promoção de saúde no local de trabalho e prevenção de doença;
 Programas de promoção de saúde e prevenção de doença bem desenhados e
implementados podem poupar dinheiro às empresas
(GOETZEL, 2006).
O tratamento das questões no âmbito da segurança e saúde no trabalho oferece
oportunidades para melhorar a eficiência da empresa, bem como para proteger os
trabalhadores. (GOETZEL, 2006).

2. PLANEAMENTO DO PROJETO
A Empresa como entidade empregadora, é responsável pela saúde e segurança de todos os
seus colaboradores, daí ser indispensável que a organização e o SSO, se articulem de forma a
garantir a adequada implementação do Regime jurídico da promoção da segurança e saúde do
trabalho, designadamente a cobertura de cuidados de saúde ocupacional dos colaboradores.
A chefia de topo manifesta um conjunto de intenções, de forma a dotar o SSO de uma política
de Saúde Ocupacional que evidencia o reconhecimento e a importância demonstrada pela
Empresa à Saúde Ocupacional, bem como de forma a fornecer um enquadramento de suporte
à organização do SSO e definição dos seus objetivos (institucionais e dos trabalhadores) nesta
matéria.
São sectores de atividade da Saúde Ocupacional na Empresa
- Medicina do Trabalho – Exames Médicos de Admissão, Periódicos e Ocasionais;
- Programas de Vacinação adequado ás caraterísticas do trabalhador
- Avaliações de Risco e Postos de Trabalho;
- Análise, Vigilância E Prevenção dos Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais;
Os objetivos gerais da Saúde Ocupacional são:
- Proteger e promover a saúde e prevenir a doença nos trabalhadores;
- Prevenir e controlar os riscos profissionais, as doenças profissionais e os acidentes de
trabalho;
- Melhorar as condições de trabalho e de segurança, de modo a criar um ambiente de trabalho
são e seguro;
- Desenvolver uma cultura de Prevenção e de Promoção da Saúde na Organização.
O Serviço de Saúde Ocupacional tem por missão a prevenção dos riscos profissionais e a
proteção e promoção da saúde de todos os colaboradores do. Esta missão será cumprida
através da implementação de estratégias de prevenção dos riscos profissionais e acidentes de
trabalho, e da manutenção do mais elevado nível de saúde e bem-estar e da capacidade de
trabalho dos seus colaboradores.

2.1. MODALIDADE DE ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE OCUPACIONAL (SSO)


Tendo em conta o número de trabalhadores da Empresa, o Serviço Interno faz parte,
obrigatoriamente, da estrutura organizacional da empresa e funcionar na dependência da
Gestão de Topo (Conselho de Administração/ patrão), conforme artigo 78.º da Lei n.º
102/2009, de 10 de setembro, e suas alterações, devendo este aspeto ser evidente e
contemplado na estrutura orgânica.
Para efeitos da organização de serviço interno de saúde ocupacional, as empresas devem
garantir o cumprimento dos seguintes requisitos:
- Qualidade técnica dos procedimentos, nomeadamente para avaliação das condições de
segurança e de saúde e planeamento das atividades;
- Capacidade para o exercício das atividades previstas, sem prejuízo do recurso a
subcontratação apenas para a execução de outras tarefas de elevada complexidade ou pouco
frequentes;
- Garantias suficientes em relação às medidas de segurança técnica e de organização dos
tratamentos de dados pessoais a efetuar.
Esta empresa de prestação de serviços na área da programação

2.2. INFORMAÇÕES PARA A CONTRATAÇÃO DO SSO


NÃO SE APLICA? ACHO QUE NÃO POIS NÃO VAMOS CONTRATAR EMPRESA EXTERNA. DAÍ NÃO
TERMOS DE FAZER CADERNO DE ENCARGOS

2.3. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES e POPULAÇÃO ALVO (juntava este dois itens, pois são tão
pequenos)
O serviço interno é instituído pelo empregador e faz parte da estrutura da empresa, funciona
sob a sua dependência e enquadramento hierárquico e abrange exclusivamente os
trabalhadores que nela prestam serviço e que são da sua responsabilidade.

2.4. OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR


De acordo com o Guia de Apoio à Organização dos Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho
(APSEI, s.d.), o serviço de Saúde ocupacional de uma empresa tem por objetivo garantir que
são disponibilizadas as devidas condições de segurança e saúde aos seus trabalhadores. Neste
aspeto, o empregador está obrigado a assegurar o seguinte (artigo 15.º da Lei n.º 102/2009 de
10 de setembro):
- Identificação dos riscos previsíveis nas atividades da empresa, estabelecimento ou serviços,
na construção de instalações, de locais e processos de trabalho, bem como na seleção de
equipamentos, substâncias e produtos, com vista à sua mitigação ou redução;
- Integração da avaliação dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores nas atividades,
estabelecimentos ou serviços da empresa;
- Prevenção de riscos, tendo por base a evolução técnica, a organização e as condições do
trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais;
- Combate dos riscos na origem, com o objetivo de eliminar ou reduzir a exposição dos
trabalhadores e aumentar os níveis de proteção;
- Assegurar que os níveis de exposição aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos fatores
psicossociais nos locais de trabalho não constituem risco para a segurança e saúde do
trabalhador;
- Adaptar o trabalho ao homem, no referente à conceção dos postos de trabalho e à seleção
dos equipamentos e métodos de trabalho;
- Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
- Priorização das medidas de proteção coletivas em detrimento das medidas de proteção
individuais;
- Elaboração de instruções de trabalho compreensíveis por parte do trabalhador.
O conjunto de medidas de prevenção que for estabelecido pelo empregador deve ter por base
uma correta e permanente avaliação de riscos e deve corresponder aos resultados das
avaliações efetuadas, de modo a garantir níveis eficazes de proteção da segurança e saúde dos
trabalhadores.
Qualquer abordagem preventiva só pode dar frutos se for apoiada pelo Concelho se
administração/patrão. Na prática, isto significa que:
- A chefia de topo assume a segurança e saúde no trabalho como um valor central da
organização, comunicando-o aos trabalhadores;
- Os diretores têm uma visão muito precisa do perfil de risco da organização;
- A direção lidera através do exemplo e demonstra integridade nessa liderança,
nomeadamente, cumprindo sempre todas as normas em matéria de segurança e saúde no
trabalho;
- Os papéis e a responsabilidade dos diferentes atores na prevenção e na gestão dos riscos
para a segurança e saúde no trabalho encontram-se claramente definidos e são planeados e
monitorizados proativamente;
- A SST pode figurar na estratégia de sustentabilidade e/ou de responsabilidade social da
empresa e pode ser incentivada ao longo de toda a cadeia de abastecimento.
O empregador deve assegurar ainda a proteção da segurança e saúde, dentro ou fora das suas
instalações, a:
- Trabalhadores com contrato de trabalho sem termo;
- Trabalhadores com contrato de trabalho a termo certo ou incerto;
- Prestadores de serviços cuja mão-de-obra utilize:
- Trabalhadores cedidos;
- Trabalhadores temporários;
- Estagiários, aprendizes e tirocinantes.
As normas legais determinam ainda como responsabilidades do empregador:
- Definir que, em caso de perigo grave e iminente que não possa ser tecnicamente evitado, o
trabalhador deve cessar a sua atividade ou afastar- se imediatamente do local de trabalho,
sem que possa retomar a atividade enquanto persistir esse perigo, salvo em casos excecionais
e desde que assegurada a proteção adequada.
- Na organização dos meios de prevenção, ter em conta para além dos trabalhadores, outros
indivíduos que possam ser afetados pelos riscos da realização dos trabalhos, quer nas
instalações quer no exterior.
- Assegurar a vigilância da saúde do trabalhador em função dos riscos a que estiver
potencialmente exposto no local de trabalho.
- Garantir a existência de uma estrutura interna que assegure as atividades de emergência e
primeiros socorros, de evacuação de trabalhadores e de combate a incêndio e, sempre que
aplicável, o resgate de trabalhadores em situação de sinistro.
- Organizar os serviços adequados, na aplicação das medidas de prevenção, mobilizando os
meios necessários (atividades técnicas de prevenção, da formação e da informação e
equipamento de proteção necessário).
- Suportar os encargos com a organização e o funcionamento do serviço de segurança e de
saúde no trabalho e demais medidas de prevenção (exames, avaliações de exposições, testes e
outras ações dos riscos profissionais) e vigilância da saúde, sem qualquer encargo financeiro
para os trabalhadores.
- Cooperar com outras empresas, que exerçam atividades no mesmo local de trabalho, na
promoção da SST.
- Ter em conta os conhecimentos e aptidões dos trabalhadores na atribuição de tarefas, sendo
da responsabilidade do empregador a formação e informação necessária ao desenvolvimento
da atividade com garantia das condições de segurança e saúde. Da mesma forma, as atividades
que impliquem aceder a zonas de elevado risco, devem ser confiadas a trabalhadores com
formação e aptidão adequadas e pelo tempo mínimo necessário.
2.5. RECURSOS HUMANOS DO SSO
No SSO trabalham em permanência, de acordo com a legislação, uma equipa multidisciplinar
composta por médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de saúde e segurança no
trabalho, assistente técnico outros profissionais que possam vir a ser essenciais para a boa
prática do SSO.
Tendo em conta as características da Empresa e as recomendações legais, o SSO será
constituído por:
- Médico do trabalho (autorização da DGS): 1 hora por mês por cada grupo de 20
trabalhadores, num total de 24 horas mensais (artigo 105º da Lei nº 102/2009).
- Enfermeiro do trabalho (autorização da DGS): deverá integrar a equipa de profissionais
sempre que a empresa possua mais de 250 trabalhadores, por um tempo não inferior ao
número de horas do médico do trabalho (Pergunta frequente nº 09/2010 da DGS).
- Técnicos de segurança e saúde no trabalho (autorização ACT): dois, sendo pelo menos um
técnico superior (acima de 50 trabalhadores, dois técnicos por cada 3000 trabalhadores (artigo
10.º da Lei nº 102/2009, de 10 de setembro)).
- Um assistente administrativo

2.6. ATIVIDADES A DESENVOLVER PELO SSO


A ação dos SSO realiza-se com o envolvimento e participação dos trabalhadores e
administração na organização dos meios para a saúde e segurança no trabalho e nos objetivos
e soluções de prevenção. O envolvimento da administração é essencial para o sucesso da
intervenção em Saúde Ocupacional, sendo a liderança e o comprometimento respetivos,
fundamentais para a efetividade dos programas de segurança e saúde para além das consultas
de medicina do Trabalho padrão.
O cuidar da saúde dos trabalhadores implica uma atuação interdisciplinar e interprofissional,
em que a enfermagem contribui de modo importante para a preservação e programação da
saúde no trabalho (CARVALHO, 2001).
É exigida colaboração estreita entre o enfermeiro e os restantes elementos da equipa de saúde
ocupacional de modo a prestar uma atenção integral ao meio laboral (FURIÓ, 1993).
De acordo com a Lei 102º/2009, de 10 de setembro (Artigo 98º), SSO tem como atividades
principais:
- Planear a prevenção, integrando, a todos os níveis e para o conjunto das atividades da
empresa, a avaliação dos riscos e as respetivas medidas de prevenção.
- Proceder à avaliação dos riscos, elaborando os respetivos relatórios.
- Elaborar o plano de prevenção de riscos profissionais e planos detalhados de prevenção e
proteção exigidos por legislação específica em vigor.
- Participar na elaboração do plano de emergência interno: plano de combate a incêndio;
plano de evacuação e plano de primeiros socorros.
- Colaborar na conceção de locais, métodos e organização do trabalho e na escolha e na
manutenção de equipamentos de trabalho.
- Supervisionar o aprovisionamento, a validade e a conservação dos EPI, bem como a
instalação e a manutenção da sinalização de segurança.
- Realizar exames de vigilância da saúde, elaborando os relatórios e as fichas, bem como
organizar e manter atualizados os registos clínicos e outros elementos informativos relativos
ao trabalhador.
- Desenvolver atividades de promoção da saúde.
- Coordenar as medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente.
- Vigiar as condições de trabalho de trabalhadores em situações mais vulneráveis.
- Conceber e desenvolver um programa de informação interna de forma a promover a
integração das medidas de prevenção nos sistemas de informação e comunicação da empresa.
- Conceber e desenvolver o programa de formação para a promoção da SST.
- Apoiar as atividades de informação e consulta dos representantes dos trabalhadores para a
SST ou, na sua falta, dos próprios trabalhadores.
- Assegurar ou acompanhar a execução das medidas de prevenção, promovendo a sua
eficiência e operacionalidade.
- organizar os elementos necessários às notificações obrigatórias.
- Elaborar as participações obrigatórias em caso de acidente de trabalho ou doença
profissional;
- Analisar as causas de acidentes de trabalho ou da ocorrência de doenças profissionais e
elaborar os respetivos relatórios.
- Coordenar ou acompanhar auditorias e inspeções internas.
- Recolher e organizar elementos estatísticos relativos à segurança e à saúde no trabalho.
- Manter atualizados, para efeitos de consulta, os seguintes elementos: resultados das
avaliações de riscos profissionais; lista de medidas propostas, ou recomendações, formuladas
pelos serviços de segurança e saúde no trabalho; lista e relatórios de acidentes de trabalho;
lista das situações de doenças profissionais participadas.
2.6.1. Gestão do risco profissional acrescentei esta parte toda tendo em conta o IGAS
O SSO deverá ter definidas instruções/procedimentos relativo à cooperação na identificação,
avaliação e controlo dos riscos profissionais (artigo 98º (3)) - em estreita articulação com o
domínio da Segurança do Trabalho (orientação 008/2014 da DGS).
Importa antes de mais fazer a destrinça entre perigo e risco.
O conceito de perigo reporta-se à ideia de " propriedade intrínseca de uma instalação,
atividade, equipamento, um agente ou outro componente material de trabalho com potencial
para provocar dano" (Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro).
Por outro lado, e também de acordo com a Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro, um risco é
"(…) a probabilidade de concretização do dano em função das condições de utilização,
exposição ou interação do componente material do trabalho que apresente perigo".
A definição de perigo e de risco faz referência a um dano, a um efeito negativo com uma
certa gravidade. (Igas,2018)
Na maioria dos casos, os perigos são parte integrante do local de trabalho a que todos os
ali intervenientes (trabalhadores, chefias, fornecedores, público…) estão sujeitos. Não é
difícil imaginar locais de trabalho onde todos, nos mais variados papeis, estejamos
expostos a químicos, a máquinas, sem proteção, que produzem demasiado ruído, a
variações extremas de temperatura, a pisos escorregadios, onde a prevenção de incêndios
é inexistente ou inadequada, onde a sinalética é deficiente ou nem sequer existe uma
caixa de primeiros socorros.
A atitude correta perante a segurança e saúde no trabalho consiste em garantir que o
trabalho seja realizado de forma mais segura, através da modificação do local de trabalho
e de qualquer processo de trabalho perigoso. O que significa que a solução consiste em
eliminar os riscos, e não tentar fazer com que os colaboradores se adaptem às condições
perigosas. Exigir que os trabalhadores utilizem vestuário protetor, que possa não ser o
adequado ou por exemplo estar mal concebido para o clima da sua região, é um exemplo
de uma tentativa de forçar os trabalhadores a adaptarem-se a condições perigosas,
transferindo igualmente a responsabilidade dos órgãos de gestão para o trabalhador.
(Igas,2018)
A Diretiva-Quadro 89/391/CEE, de 12 de junho, é o diploma nuclear para a União Europeia
da política de Segurança e Saúde no Trabalho e de proteção dos trabalhadores, bem como
do ambiente de trabalho, e veio ao encontro da necessidade de combater os fatores de
riscos de exposição dos trabalhadores a acidentes de trabalho e a doenças profissionais.
Esta Diretiva esquematiza os princípios gerais de prevenção do risco da seguinte forma:
Avaliação, planificação, controlo/medidas de proteção, comunicação e eliminação do
risco.

2.6.2. Vigilância da Saúde dos Trabalhadores


De acordo com a lei 102/2009 – Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no
Trabalho (RJPSST) e Guia Técnico nº 3 da DGS, a vigilância da saúde do trabalhador (da
responsabilidade técnica do médico do trabalho (artigo 107.º)) deve ser realizada em função
dos riscos a que o trabalhador “estiver potencialmente exposto no local de trabalho” (ponto 8,
artigo 15.º).
No âmbito da vigilância da saúde a realização de exames de saúde tem como objetivo
“comprovar e avaliar a aptidão física e psíquica do trabalhador para o exercício da atividade,
bem como a repercussão desta e das condições em que é prestada na saúde do mesmo ”
(ponto 1, artigo 108.º do RJPSST). Assim os exames de saúde permitem avaliar e decidir quanto
à aptidão para o trabalho e estabelecer as medidas preventivas e de aconselhamento aos
trabalhadores que evitem ou minimizem os riscos profissionais. Para o efeito deve ser
selecionado o exame de saúde mais adequado à situação profissional do trabalhador, a saber
(ponto 3, artigo 108.º do RJPSST): exame de admissão, exame periódico ou exame ocasional
(Quadro seguinte). O médico do trabalho, face ao estado de saúde do trabalhador e aos
resultados da prevenção dos riscos profissionais pode aumentar ou reduzir a periodicidade dos
exames indicados anteriormente (n.º 4, artigo 108.º do RJPSST).

Tipo de exame de saúde realizado para efeitos de aptidão para o trabalho

TIPO DE
MOMENTO DE REALIZAÇÃO NOTAS ADICIONAIS
EXAMES
Exames de Realizados “antes do início da Este exame pode ser dispensado nos
admissão prestação de trabalho ou, se a seguintes casos:
urgência da admissão o justificar, a) “Haja transferência da titularidade da
nos 15 dias seguintes” (n.º 3, artigo relação laboral, desde que o trabalhador
108.º RJPSST). se mantenha no mesmo posto de
trabalho e não haja alterações
substanciais nas componentes materiais
de trabalho que possam ter repercussão
nociva na saúde do trabalhador” (n.º 6,
artigo 108.º RJPSST);
b) “O trabalha dor seja contratado, por
um período não superior a 45 dias, para
um trabalho idêntico, esteja exposto aos
mesmos riscos e não seja conhecida
qualquer inaptidão desde o último exame
médico efetuado nos dois anos
anteriores, devendo a ficha clínica desse
mesmo exame ser do conhecimento do
médico do trabalho” (n.º 6, artigo 108.º
RJPSST).
Este exame é anual para os trabalhadores
Realizados anualmente “para os noturnos: “o empregador deve assegurar
menores e para os trabalhadores exames de saúde gratuitos e sigilosos ao
Exames com idade superior a 50 anos”; trabalhador noturno destinados a avaliar
periódicos Realizados “de 2 em 2 anos para os o seu estado de saúde, antes da sua
restantes trabalhadores”. (n.º 3, colocação e posteriormente a intervalos
artigo 108.º RJPSST) regulares e no mínimo anualmente” (n.º
1, artigo 225.º Código do Trabalho).
Realizados “sempre que haja
Este exame é realizado ainda nas
alterações substanciais nos
seguintes situações:
componentes materiais de trabalho
 Por mudança de função (Portaria
que possam ter repercussão nociva
n.º 71/2015);
Exames na saúde do trabalhador, bem como
 A pedido do trabalhador (Portaria
ocasionais no caso de regresso ao trabalho
n.º 71/2015);
depois de uma ausência superior a
 A pedido do Serviço (Portaria n.º
30 dias por motivo de doença ou
71/2015).
acidente” (n.º 3, artigo 108.º RJPSST
e Portaria n.º 71/2015)

2.6.3. Promoção da Saúde


Conforme indicação da DGS, a Empresa deve definir instruções relativas à promoção da saúde
dos trabalhadores, quer através da definição de práticas de trabalho saudáveis (identificação
de práticas de trabalho positivas e negativas e metodologias de reforço das boas práticas e
melhoria dos aspetos menos positivos), quer pela definição de estilos de vida saudáveis
(identificação dos estilos de vida positivos e negativos e metodologias para reforçar os estilos
de vida mais benéficos e evitar os estilos de vida que conduzem a situações adversas para a
saúde).

2.6.4. Vacinação dos Trabalhadores


A vacinação tem como objetivo prevenir a transmissão de agentes biológicos que poderão
conduzir a infeções e/ou a doenças infeciosas, com repercussões na saúde do trabalhador
e/ou na sua capacidade de trabalho e, consequentemente, na produtividade e competitividade
da empresa.
Segundo a DGS, a empresa deve ter definidas orientações sobre vacinação dos trabalhadores
(critérios de vacinação adotados, os grupos profissionais prioritários para vacinação, o
processo de informação ao trabalhador sobre a vacinação e o processo de registo de dados de
vacinação).
De acordo com Decreto-Lei nº 84/97 de 16 de Abril, Artigo 13 - Vacinação dos trabalhadores:
- Se existirem vacinas eficazes contra os agentes biológicos a que os trabalhadores estão ou
podem estar expostos, a vigilância da saúde deve prever a vacinação gratuita dos
trabalhadores não imunizados.
Acrescentava: a empresa em questão, sendo uma empresa de prestação de serviços na área da
informática, não está sujeita a riscos relacionados com agentes biológicos, logo mantém como
politica da empresa a atualização do Plano Nacional de Vacinação em vigor pela DGS com a
obrigatoriedade no caso da população adulta a vacinação contra o tétano atualizada de 20 em
20 anos.
Retirava: - O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam informados das
vantagens e dos inconvenientes da vacinação e da falta de vacinação.
- A vacinação deve obedecer às recomendações da Direcção-Geral da Saúde, ser anotada na
ficha médica do trabalhador e registada no seu boletim individual de saúde.
Os encargos devem ser suportados pelo empregador, de acordo com o disposto no artigo 15º,
ponto 12A da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro.

2.6.5. Primeiros socorros e Emergência no local de trabalho


A Informação técnica nº1 e 2 /2010 da DGS, contempla alguns princípios básicos de orientação
relativamente a este ponto, omisso na Lei nº 102/2009 no que respeita aos procedimentos a
adotar em caso de emergência (não obstante serem da responsabilidade da empresa) e refere
que:
- Compete ao SSO participar na elaboração do plano de emergência interna (planos específicos
de primeiros socorros e de emergência médica), nomeadamente na formação e informação
dos trabalhadores designados para esse efeito. A equipa de SSO deve assegurar o plano de
formação dos trabalhadores, definindo o tipo de formação, a periodicidade e a carga mínima
de acordo com as condições de trabalho e as características da população trabalhadora.
- Na elaboração do plano de emergência interno, deve ser tido em conta: o manual de
procedimentos e primeiros socorros e emergência de acordo com as boas práticas, o
equipamento mínimo de suporte vital de vida e de emergência do gabinete
médico/enfermagem (Circular Normativa n.º 6/DSPPS/DGS de 31.03.2010) e o conteúdo
mínimo da caixa de primeiros socorros (explicitada no último ponto).
- Compete aos SSO a decisão sobre o conteúdo da mala de primeiros socorros, bem como o
seu número e respetiva localização (de acordo com número de trabalhadores, dispersão dos
mesmos, área da empresa, tipo de atividade e fatores de risco profissional).
- O SSO deve incentivar a administração da empresa no sentido de proporcionar formação em
primeiros socorros básicos aos seus trabalhadores e enquadra-los no plano de ação.
- A localização da mala de primeiros socorros deve ser conhecida pela maioria dos
trabalhadores e estar devidamente sinalizada e em local acessível, com procedimento escritos
junto da mesma.
- O conteúdo da mala de primeiros socorros é da responsabilidade dos profissionais da Equipa
de SO, devendo estar devidamente listado e ser revisto periodicamente (conteúdo mínimo:
compressas de diferentes dimensões; pensos rápidos; rolo adesivo; ligadura não elástica;
solução anti-séptica (unidose); álcool etílico 70% (unidose); soro fisiológico; (unidose); tesoura
de pontas rombas; pinça; luvas descartáveis em latex).
- O equipamento mínimo de suporte básico de vida e de emergência.
Acrescentava: nesta empresa existem caixas de primeiros socorros na receção, copa/refeitório,
e no corredor de acesso às salas de trabalho, estando estas devidamente identificadas e
seladas, para além de que o gabinete de saúde ocupacional possui uma sala de tratamento
com enfermeiro para atuar em situações de primeiros socorros.

2.7. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SSO


Na Empresa, o SSO encontra-se junto às instalações dos recursos humanos, sendo constituído
por gabinetes de competência técnica e científica autónomas, tais como Medicina do Trabalho,
Segurança do Trabalho e Enfermagem do Trabalho, e o seu funcionamento deverá ser
articulado através de mecanismos de comunicação horizontais a efetuar pelo Enfermeiro do
Trabalho.
Funcionamento do serviço: nesta empresa o SSO funciona 24 horas por mês repartidas por seis
horas por semana concentradas no mesmo dia da semana para o médico do trabalho.
Neste período de tempo são efetuadas as consultas de medicina do trabalho e as visitas aos
locais de trabalho.
Com uma carga horaria integral encontra-se o enfermeiro do trabalho que organiza a
preparação e execução de exames complementares de diagnóstico necessários para a consulta
de medicina do trabalho, e realiza o acompanhamento de todos os trabalhadores em relação é
sua saúde profissional, sinalizando fatores de risco detetados ou comunicados e
acompanhamento de acidentes em curso/doenças profissionais para além de prestar cuidados
imediatos em situações de primeiros socorros e de emergência
Os Técnicos de Segurança e saúde que também se encontram em horário integral de forma a
poderem estar presentes na avaliação constante dos riscos, sua prevenção e consequente
minimização.
Um assistente administrativo a tempo integral de apoio a toda organização administrativa do
serviço.
ACHO QUE ESTE TIPO DE PROCEDIMENTO DEVE CONSTAR NO TRABALHO, POIS NO FUNDO É A
ADAPTAÇÃO DA LEGISLAÇÃO Á REALIDADE DA EMPRESA QUE ESCOLHEMOS. NÃO DEVEMOS
SÓ DEBITAR OS CONCEITOS PÇOIS TEMOS DE FALAR DO SERVIÇO QUE ESTAMOS A CRIAR. QUE
ACHAM?

2.7.1. Política do SSO


De acordo com o Programa Nacional de Saúde Ocupacional 2º Ciclo - 2013/2017 da DGS, a
Política de Saúde Ocupacional/Política de Saúde e Segurança do Trabalho é da
responsabilidade da empresa e consiste num conjunto de intenções, formalmente expressas
pela Gestão de Topo, que evidenciam o reconhecimento e a importância prestados pela
empresa à saúde e segurança do trabalho e o compromisso em fornecer um enquadramento
de suporte à organização e atuação do Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho e ao
estabelecimento de objetivos (institucionais e dos trabalhadores) nesta matéria (Norma
Portuguesa NP 4397/2008, relativa aos Sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho).
A DGS acrescenta ainda, que a Política de Saúde Ocupacional deverá ser definida com a
participação dos trabalhadores, divulgada aos mesmos, e outras partes interessadas, e
atualizada sempre que necessário.
ACRESCENTAVA: A politica de saúde deste empresa centra-se na saúde e bem estra de todos
os seus trabalhadores, como tal pretende adoptar medidas de minimização de riscos e
doenças profissionais. Para tal

2.7.2. Objetivos do SSO


De acordo com o Programa Nacional de Saúde Ocupacional 2º Ciclo - 2013/2017 da DGS, a
Política de Saúde Ocupacional deve assegurar, entre outras coisas, o compromisso por parte
da Empresa relativamente a:
- Garantir de um ambiente de trabalho seguro e saudável a todos os trabalhadores,
designadamente pelo cumprimento do quadro legal neste âmbito.
- Aplicar as necessárias medidas de prevenção e proteção que evitem/minimizem os danos
para a saúde dos trabalhadores, tendo por base a avaliação e gestão dos riscos profissionais.
- Adequar organização do Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho, designadamente pela
disponibilização dos recursos essenciais ao funcionamento do Serviço.
- Disponibilizar, a todos os trabalhadores, da informação e formação necessárias ao
incremento da cultura de segurança do trabalho e da promoção da saúde dos trabalhadores.
- Melhorar contínua da gestão da saúde e segurança do trabalho da Empresa.
Assim, tendo por base o programa Nacional de Saúde Ocupacional são objetivos deste SSO
1. Promover a vigilância da saúde dos trabalhadores mediante o/a:
 Acompanhamento ativo e contínuo da saúde dos trabalhadores com vista à prevenção
dos riscos profissionais;
 Deteção precoce da repercussão na saúde do trabalhador resultante de exposição
profissional face às condições de trabalho particulares e à suscetibilidade individual do
trabalhador.
2. Fomentar a organização e qualidade dos Serviços de SSO através do:
 Estabelecimento de critérios de garantam a qualidade das atividades prestadas pelos
SSO;
 Reforço da organização dos Serviços de SSO na empresa visando o acesso de todos os
trabalhadores a estes Serviços.
3. Impulsionar a promoção da saúde no local de trabalho mediante o:
 Fomento de práticas de trabalho e de estilos de vida saudáveis em dentro e fora da
empresa

2.7.3. Instalações, equipamentos e instrumentos


O SSO da empresa é dotado de um espaço físico constituído por:
- Uma receção com sala de espera onde desempenha funções o assistente administrativo.
- Sala de Tratamentos/Procedimentos de Enfermagem
- Gabinete de Enfermagem partilhado sempre que necessário com outros elementos da
Equipa multidisciplinar que se desloquem ao local (Ex: Consultas de Apoio Psicológico,
Nutrição), onde trabalha em permanência um enfermeiro
- Gabinete Médico,
- Um Gabinete de Segurança no Trabalho
- Um wc, um arquivo clinico.
Em termos de recursos Humanos fazem parte do SSO:
- Um médico a tempo parcial, com 24 Horas mensais distribuídas por 4 dias por mês (um dia
por semana)
- Um Enfermeiro do Trabalho com competências acrescidas a tempo integral
- Um Técnico superior de Saúde e Segurança no Trabalho e um Técnico de Saúde e Segurança
no Trabalho a tempo integral que dividem o espaço físico
- um Assistente Técnico a tempo integral
Estes profissionais desempenham funções inerentes à sua atividade profissional com
autonomia técnica em dois principais domínios: Saúde do trabalho e Segurança do trabalho.
Relativamente aos equipamentos/utensílios, estes devem respeitar o preconizado na Circular
Normativa nº 06/DSPPS/DCVAE de 31/03/2010:
- Gabinete Médico e de Enfermagem
- Mobiliário: cadeira giratória de 5 pernas; cadeira simples; mesa de trabalho com, pelo
menos 1.00 x 0.50 m, com gavetas; banco rotativo; cesto para papéis; candeeiro rodado de
haste flexível.
- Gabinete de Tratamento de Enfermagem
- Mobiliário: cadeira giratória de 5 pernas; cadeira simples; mesa de trabalho com, pelo
menos 1.00x0.50m, com gavetas; banco rotativo; bancada de trabalho em inox; armário para
acondicionar material; marquesa.
- Equipamento/utensílios: recipientes para acondicionar resíduos hospitalares
(contentores para material cortante e perfurante e balde em inox com tampa acionada por
pedal); balança para adultos com craveira; material farmacêutico (incluindo vacinas) e
frigorífico em conformidade.
Equipamento de rastreio da visão (ex: ”visioteste” ou “titmus”); negatoscópio simples;
estetofonendoscópio; esfigmomanómetro; espirómetro, eletrocardiógrafo, “mini-set”
oftalmoscópio e otoscópio; equipamento de suporte básico de vida e de emergência.
Embora na legislação conste como fazendo parte do gabinete médico, todos os equipamentos
de exames complementares de diagnóstico e de rastreio encontram-se na sala de tratamento
de enfermagem

- Gabinete Técnico
- Mobiliário: cadeira giratória de 5 pernas; cadeira simples; mesa de trabalho com, pelo
menos 1.00 x 0.50 m, com gavetas; cesto para papéis.
- Equipamentos/utensílios: de avaliação de fatores de risco físicos (ex: ruído, iluminação,
temperatura/humidade), químicos, biológicos e outros de acordo com as atividades a
desempenhar, bem como equipamento de proteção individual.
A receção onde trabalha o assistente administrativo do serviço de SSO deve ser dotado de
equipamento informático com software adequado às atividades a desenvolver que permita a
sua utilização em rede, em todos os pontos do sistema, com garantia de confidencialidade.

2.7.4. Procedimentos do SSO


ESTÁ POR REVER Revi e alterei algumas coisas, vejam se concordam
A empresa está obrigada a promover a realização de exames de saúde adequados, pelo
médico do trabalho devidamente autorizado para o efeito, de modo a comprovar e avaliar a
aptidão física e psíquica dos colaboradores para o exercício das suas atividades. Ao médico do
trabalho compete:
Os exames de saúde a realizar e a sua periodicidade estão definidos no artigo 108º da Lei n.º
102/2009, de 10 de setembro:
- Exames de admissão antes do início da prestação de trabalho ou, se a urgência da admissão o
justificar, nos 15 dias seguintes.
- Exames periódicos anuais para os colaboradores com idade superior a 50 anos, e de 2 em 2
anos para os restantes trabalhadores.
- Exames ocasionais: sempre que haja alterações substanciais nos componentes materiais de
trabalho que possam ter repercussão nociva na saúde do colaborador, bem como no caso de
regresso ao trabalho depois de uma ausência superior a 30 dias por motivo de doença ou
acidente.
Face ao resultado dos exames de saúde realizados, o colaborador pode ser considerado apto;
apto condicionado ou inapto para a realização das atividades laborais.
Face à inaptidão, ou aptidão parcial para o trabalho, o médico do trabalho deve indicar, sendo
caso disso, outras funções que o colaborador possa desempenhar.
Para cada uma das atividades clínicas são definidos diferentes processos, procurando assim
otimizar a eficiência dos procedimentos e serviços prestados para as diferentes áreas de
atuação.
Área Administrativa:
 Elaborar, atualizar e organizar as agendas. Tem como objetivo criar as condições mais
favoráveis para que o médico e enfermeiro, no início de cada período de consultas,
acedam à listagem de utentes de forma rápida, fácil e intuitiva.
 Elaborar, programar e atualizar as agendas dos especialistas de acordo com os
horários definidos. As agendas encontram-se, em formato eletrónico, numa pasta
partilhada do serviço, podendo facilmente ser acedidas por todos os colaboradores
dos Serviços de Saúde. Estão classificadas por médico/ enfermeiro ou TST e contêm o
número máximo de vagas considerando o período de consultas definido. Tem como
objetivo evitar sobreposições de horários e tempos de espera.
 As consultas médicas da medicina do trabalho realizam-se uma vez por semana á
quarta feira com dois períodos de atendimento entre as 09h00 e as 12h00 de manhã, e
entre as 14h00 e as 17h00 no período da tarde. Atendendo à necessária gestão de
agenda, a marcação de consultas, deve ser realizada com antecedência,
telefonicamente, por correio eletrónico ou presencialmente. As marcações são
efetuadas com um intervalo de 15 minutos, procurando não exceder um máximo de
18 consultas/dia. Disponibiliza-se 1,5 horas semanais para visitas aos locais de
trabalho.
 Registo dos utentes no sistema de informação informático, com o objetivo de
centralizara a informação dos processos clínicos, garantindo a consulta de toda a
informação clínica, histórico e dados pessoais dos utentes. Toda a informação é
documentada em tempo real e organizada por utente.
 Para além das atividades inerentes ao trabalhador, existe toda uma gestão
administrativa através da manutenção, verificação, atualização e gestão de material de
consumo clínico e equipamento médico, essenciais e imprescindíveis ao bom
funcionamento do serviço. Através da aquisição, manuseamento, armazenamento e
distribuição de medicamentos, material de consumo clínico e equipamento médico.
 A Organização do Arquivo clínico que permite assegurar a boa gestão do arquivo e
documentação, mantendo os processos devidamente organizados, sistematizados,
integrados e acessíveis garantindo a confidencialidade dos dados clínicos e o controlo
da sua consulta e utilização; A restante documentação rececionada pelo serviço é
processada é devidamente acondicionada por temática e alocada em função das
necessidades de utilização.
 Promover a qualidade do serviço de atendimento ao Trabalhador, desburocratizando
os processos e garantido o reencaminhamento e satisfação das necessidades dos
mesmos
Área médica, enfermagem e técnica:

 Exames de Medicina do Trabalho de forma a garantir ao coletivo de trabalhadores a


melhoria contínua das condições de saúde, nas dimensões física e mental, em
particularmente, no seu ambiente de trabalho, assegurando o controlo da regular
periodicidade dos exames periódicos e emitindo a ficha de aptidão individual do
trabalhador a qual deve seguir de imediato para a chefia de topo e dado conhecimento
à chefia intermédia do trabalhador.
 O registo dos episódios clínicos dos utentes bem como a sua consulta são da exclusiva
utilização e responsabilidade do médico, enfermeiro ou técnico, visando a organização
da informação de modo a permitir aos utilizadores um acesso rápido e eficaz assim
como o registo de toda a informação clínica e histórico do utente acautelando a
confidencialidade dos processos.
 Consulta de enfermagem onde é realizada a avaliação periódica, a execução dos
exames complementares de diagnóstico prévios à consulta de medicina do trabalho
avaliação do estado de saúde do trabalhador, acompanhamento de acidentes/doenças
profissionais e apoio na reintegração dos colaboradores na empresa
Todos os trabalhadores estão obrigados a cumprir a politica de saúde Ocupacional,
comparecerem sempre que forem convocados pela saúde ocupacional.

Estas atividades foram escritas tendo por base a organização aqui do meu serviço, logo
não estão descritas na legislação, mas no fundo são uma forma de operacionalização da
lei. Acho que deve fazer parte do trabalho esta operacionalização na empresa para a qual
estamos a criar o SSO.

Criar um Manual de Procedimentos que identifique e caracterize as principais atividades que


preconiza prestar, ou já presta, e os procedimentos estabelecidos para a boa execução/boa
prática. Tem de seguir os seguintes pontos:
- Avaliação integrada e prevenção dos riscos profissionais
- Vigilância da saúde dos trabalhadores (exames de saúde e sua caraterização, circuito
processual do exame de saúde, exames complementares de diagnóstico, doença profissional,
acidente de trabalho e vacinação dos trabalhadores)
- Promoção da saúde no local de trabalho
- Formação e informação em Saúde do Trabalho
- Análise estatística de Saúde do Trabalho

Ver página 8 manual de procedimentos em ST

2.7.5. Recursos humanos – Intervenção do Enfermeiro do Trabalho


Como já foi referenciado neste trabalho o SSO possui um médico do Trabalho, um enfermeiro
com competências acrescidas, dois técnicos de segurança e saúde no trabalho, sendo um deles
técnico superior e um assistente técnico.
Em Articulação com a consulta de medicina do trabalho e os Técnicos de Segurança e Saúde
no Trabalho, a enfermagem do trabalho centra as suas atividades em três grandes áreas:
• Avaliação e gestão do risco profissional em conjunto com os TSST previnem, detetam e
minimizam os riscos profissionais inerentes à empresa, nomeadamente nas áreas da lesões
musculo-esqueléticas que no caso de uma empresa de prestação de serviço de informática são
90 % dos riscos encontrados.
• Vigilância da saúde dos colaboradores:
- Exames de saúde (de admissão, periódicos e ocasionais) e respetivos critérios para a sua
realização e periodicidade incluindo marcação de consultas com os colaboradores.
- Encaminhamento sequente do colaborador após o exame de saúde (ex. para exames
complementares de saúde, para consulta de especialidade médica, para acompanhamento
pelo médico assistente do centro de saúde ou outro médico indicado pelo trabalhador;
- Organização E atualização dos registos clínicos e outros elementos informativos relativos ao
colaborador;
- Análise e participação de suspeita de doença profissional e respetivo acompanhamento
quanto à adequação do colaborador à função profissional, designadamente no âmbito da
reintegração profissional e da readaptação do trabalho (artigo 98º).
• Promoção da Saúde:
- Práticas de trabalho saudáveis organizando pausas para ginástica laboral e relaxamento
muscular, de forma a prevenir as lesões músculo esqueléticas dos trabalhadores.
- Estilos de vida saudáveis – Identificar e organizar sessões de esclarecimento para estilos de
vida positivos da população trabalhadora nomeadamente na alimentação, exercício físico,
convívio social saudável (sem excessos) demostrando quais os estilos de vida mais benéficos e
evitar os estilos de vida que conduzem a situações adversas para a saúde.

2.7.6. Cronograma de implementação


O SSO estando implementado nas instalações da empresa, defende-se um mês para
definir com a chefia de topo qual a sua política de atuação e intervenção, dois meses para a
contratação e seleção dos recursos humanos e serviços contratualizados estando em pleno
funcionamento ao fim de 3 meses da decisão de implementação. (será que estou a ser muito
rápida???????????) isto foi inventado por mi, pois sendo um serviço interno não vejo nada que
refira cromograma de implementação como no serviço externo

2.7.7. Proposta de Indicadores para acompanhamento e avaliação do projeto


A empresa está obrigada a garantir que os colaboradores da sua organização recebem
formação, no domínio da SST, adequada ao seu posto de trabalho e ao exercício de atividades
de risco elevado. Se os colaboradores exercerem atividades específicas de SST, a empresa deve
ainda assegurar que estes trabalhadores recebem formação permanente para o exercício das
funções em causa. É importante a reciclagem da formação dos trabalhadores para atualização
das competências. Na admissão do colaborador deve ser ministrada formação inicial sobre SST
tendo como objetivo a aquisição de conhecimentos genéricos de SST e de aspetos relevantes
para o exercício da atividade a desempenhar. A empresa deve informar os colaboradores
sobre os riscos existentes no local de trabalho, medidas de ação adequadas e reforçar sempre
que haja introdução ou alteração dos elementos inerentes à tarefa. Deverá ainda informar
sobre as medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente, primeiros socorros e
evacuação dos colaboradores.
Reforçando os conhecimentos e competências específicas do trabalhador, a formação
periódica/contínua em SST, permite a especialização, reciclagem ou mesmo aperfeiçoamento
dos colaboradores. Não obstante, sempre que o trabalhador muda de posto de trabalho ou
são verificadas alterações relevantes na atividade que desenvolve, deve ser proporcionada
formação (ocasional).

VER PENÚLTIMA PÁGINA DO PDF pnsoc_extensão enviado pelo Professor – ele referiu que os
critérios estão aí.
2.8. DOENÇAS PROFISSIONAIS E ACIDENTES DE TRABALHO
A prevenção da exposição a fatores de risco compreende os agentes físicos, químicos,
microbiológicos e a prevenção do risco de lesão músculo – esquelética.
Deverão ser organizados programas para cada grupo de fatores de risco específicos que
englobem:
- A identificação e caracterização das situações de trabalho com risco de exposição;
- A caracterização dos profissionais expostos (socio-demográfica e de factores de
susceptibilidade individual);
- Caracterização das tarefas que envolvem maior risco;
- Caracterização dos níveis de risco por serviço ou posto de trabalho;
- Elaboração de um mapa de riscos por serviço;
- Formulação de recomendações, medidas corretivas e preventivas;
- Implementação das recomendações e medidas.
- Monitorização dos resultados e avaliação contínua.
- Vigilância específica da saúde individual.

2.9. SISTEMA CERTIFICAÇÃO SAUDE E SEGURANÇA DO TRABALHO


Aqui tenho duvidas mas acho que devemos falar na norma ISO pois são estas as normas de
certificação certo?

O grande foco da ISO 45001 é o contexto organizacional organização deve determinar quem
são as pessoas relevantes para o seu GSO e estabelecer os requisitos pertinentes para as
partes interessadas.
A intenção da ISO 45001 é fornecer à organização um alto nível de compreensão das questões
que podem afetar (positiva ou negativamente) a forma como esta gere as suas
responsabilidades de saúde e segurança ocupacional em relação aos seus colaboradores.
A administração também deve contribuir para a eficácia do GSO atuando ativamente na sua
orientação, suporte e comunicação com os colaboradores, promovendo e liderando a cultura
organizacional de Saúde Ocupacional.
Esta nova norma define claramente os requisitos de responsabilidade da administração em
relação à gestão da saúde e segurança ocupacional. Isso serve para assegurar que a
responsabilidade máxima não seja unicamente delegada para os responsáveis de saúde e
segurança ou outras áreas da organização.
A norma exige que a administração da organização incentive a consulta e a participação de
colaboradores e seus representantes, pois eles são fatores essenciais para a gestão de SSO. A
consulta implica uma comunicação transversal e envolve o fornecimento pontual de
informações que os colaboradores e os seus representantes necessitam antes que a
organização possa tomar uma decisão.
O sistema de gestão de SSO depende da participação dos colaboradores. Isto permitirá que
contribuam no processo de tomada de decisões sobre o desempenho de SSO e ofereçam
feedback sobre as mudanças propostas.
A organização deve incentivar os colaboradores de todos os níveis a comunicar situações
perigosas para que seja possível adotar medidas preventivas e ações corretivas. Os
colaboradores também devem ser capazes de comunicar e sugerir áreas de melhoria sem
medo de represálias.

3. CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGENCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA E SAUDE NO TRABALHO. Occupational safety and
health and employabelity programmes, practices and experiences. Serviço de Publicações
Oficiais das Comunidades Europeias, Luxemburgo, 2001.

CARVALHO, Geraldo – Enfermagem do Trabalho. São Paulo : Editora Pedagógica e


Universitária, 2001

CHAMBERS, R. [et al] - Exploring the need for an occupational health servisse for those working
in primary care. Occupational Medicine. Great Britain. Vol 47, p. 485-490, 1997
CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Resolução do Conselho sobre uma nova estratégia
comunitária de saúde e segurança no trabalho (2007-2012). Jornal Oficial da União Europeia,
p. C145/1 – C145/4, Junho 2007

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Melhorar a qualidade e a produtividade do


trabalho: estratégia comunitária para a saúde e a segurança no trabalho 2007-20012.
Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e
Social Europeu e ao Comité das Regiões. Bruxelas, 2007

Diário da Repúbli8ca. Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro Micro site da Saúde Ocupacional.


http:__//www.dgs.pt/saúde-ocupacional.aspx

FURIÓ, Elena [et al] – Actuación Enfermera En Salud Laboral. Revista Enfermeria ROL. Madrid.
Ano XVI, nº173, p. 22-25, Janeiro 1993

Guia para a Participação dos Trabalhadores e seus Representantes na Segurança e Saúde no


Trabalho

GOETZEL, Ron [et al] – What’s holding you back: Why should (or shouldn’t) Employers Invest in
Health Promotion Programs for Their Workers? North Carolina Medical Journal. Durham. Vol.
67, Nº 6, p. 428-430, 2006

IGAS: Inspeção geral das atividades em saúde; Manual de Segurança e Saúde no


Trabalho, DRG/2018:
https://www.igas.min-saude.pt/wp-content/uploads/2017/04/Manual_Seguranca_e_saud
e_no_trabalho.pdf

ISO 45001: SISTEMAS DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAIS:


https://www.sgs.pt/pt-pt/health-safety/quality-health-safety-and-environment/health-and-
safety/health-safety-and-environment-management/iso-45001-occupational-health-and-
safety-management-systems-ohsm

LUCAS, Alexandre – Processo de Enfermagem do Trabalho : A sistematização da assistência de


enfermagem em saúde ocupacional. 1ª Edição. São Paulo : Iátria, 2004.
Instituto Superior Técnico- Manual de procedimentos 2018
https://aqai.tecnico.ulisboa.pt/files/sites/27/nucleo-de-servicos-de-saude-do-ist-2018-pdf-
373kb.pdf

Orientação da Direção Geral da Saúde n 008/2014 de 21/05/2014: https://www.igas.min-


saude.pt/wp-content/uploads/2017/04/Manual_Seguranca_e_saude_no_trabalho.pdf

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAUDE – Regional Office for Europe. Good practice in


Occupational health services: A contribution to workplace health. Copenhaga, 2002

PEREIRA, Henrique – O enfermeiro e os principais domínios da prevenção na saúde


ocupacional. Divulgação. Porto. Nº 19 (Julho 1991), p. 33-36
THIRION, Agnés[et al] – Fourth European Working Conditions Survey. European Foundation for
the Improvement of Living and Working Conditions. Luxemburgo, 2007

WHO (B). Declaration on Workers Health - approved at the Seventh Meeting of WHO
Collaborating Centers for Occupational Health. Stresa, Italia: World Health Organization, 8-9 de
Junho 2006.
WHO (C). Healthy workplaces: a model for action. Geneva: World Health Organization, 2010.
ISBN 978 92 4 159931 3.
WHO (C). Healthy workplaces: a model for action. Geneva: World Health Organization, 2010.
ISBN 978 92 4 159931 3.

ZOBOLI, Elma – A bioética e a enfermagem do trabalho. In “Enfermagem do Trabalho”. São


Paulo: Geraldo Carvalho, 2001

Você também pode gostar