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MONOGRAFIA
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MONOGRAFIA
Patos
Fevereiro de 2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
BANCA EXAMINADORA
A Deus, por nunca ter desistindo de mim e por me mostrar que tudo tem seu tempo e
aos seus ensinamentos diários mostrando que a fé e o amor é o melhor caminho;
Aos meus Pais, por serem minha inspiração e o motivo de nunca parar de lutar pelos
meus sonhos;
A minha família, que mesmo em momentos de sofrimento damos as mãos e superamos
tudo;
Dedico.
AGRADECIMENTOS
Obrigada, Vida!
SUMÁRIO
Pág.
LISTA DE QUADROS............................................................................................ 7
LISTA DE FIGURAS............................................................................................. 9
RESUMO.................................................................................................................. 10
ABSTRACT.............................................................................................................. 11
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 13
2.1 Fatores contribuintes para a enfermidade e epidemiologia................................. 13
2.2 Classificação da DTUIF..................................................................................... 15
2.3 Sinais Clínicos .................................................................................................... 17
2.4 Infecção bacteriana e isolamento........................................................................ 17
2.5 Diagnóstico......................................................................................................... 19
2.6 Tratamento.......................................................................................................... 20
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 21
3.1 Coletas de urina.................................................................................................. 22
3.2 Variáveis urinárias............................................................................................... 22
3.3 Análise microbiológica....................................................................................... 22
3.4 Análise estatística................................................................................................ 23
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 24
6 CONCLUSÃO........................................................................................................ 34
REFERÊNCIA .......................................................................................................... 35
9
LISTA DE QUADROS
Pág.
LISTA DE FIGURAS
Pág.
RESUMO
Objetivou-se com a realização deste estudo avaliar os principais achados clínicos e urinários
de gatos diagnosticados com Doença do Trato Urinário Inferior Felino obstrutiva, atendidos
na Clínica Médica de Pequenos Animais, do Hospital Veterinário da UFCG, Patos-PB, com
ênfase na investigação de contaminação bacteriana no trato urinário dos animais. Para tanto,
foram utilizados nove gatos, machos, sem raça e idade definidas, atendidos na rotina do
Hospital Veterinário da UFCG, com diagnóstico confirmado de DTUIF obstrutiva, obtido
com base na anamnese e exame físico. Destes animais foram colhidas cinco ml de urina da
primeira lavagem vesical, as quais foram encaminhadas ao Laboratório de Patologia Clínica e
Microbiologia, para a realização de urinálise e urocultura. Em seguida os felinos foram
submetidos à ultrassonografia abdominal. Os animais foram mantidos internados e após o
tratamento as sondas uretrais utilizadas foram encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia
para a realização de cultura e antibiograma. Pode-se observar que seis gatos dos nove animais
obteveram infecção bacteriana na urina e/ou na sonda uretral. As principais bactérias
encontradas foram Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Streptococcus
sp e Klebsiella pneumoniae. No antibiograma verificou-se que em cinco amostras analisadas
de urina e sonda, as mesmas apresentaram resistência aos antibióticos em análise. Deste
modo, o estudo demonstrou que o cuidado, vigilância e manejo correto com esses gatos, é de
importância significativa para a minimização de infecção bacteriana e que nenhuma etapa de
assepsia pode ser negligenciada, a fim de que o tratamento seja eficaz.
ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the main clinical and urinary findings of cats
diagnosed with Obstructive Feline Lower Urinary Tract Disease treated at the Small Animal
Medical Clinic of the UFCG Veterinary Hospital, Patos-PB, with emphasis on the
investigation of bacterial contamination in the urinary tract of animals. For this, nine cats,
male, unprocessed and defined age, attended in the routine of the Veterinary Hospital of the
UFCG, with confirmed diagnosis of obstructive STUD, obtained on the basis of anamnesis
and physical examination. Five ml of urine from the first bladder lavage were collected from
these animals, which were sent to the Laboratory of Clinical Pathology and Microbiology for
urinalysis and uroculture. Then the cats were submitted to abdominal ultrasonography. The
animals were kept hospitalized and after treatment the urethral catheters used were sent to the
Microbiology Laboratory for the culture and antibiogram. It can be observed that six cats of
the nine animals obtained bacterial infection in the urine and / or in the urethral catheter. The
main bacteria found were Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Proteus mirabilis,
Streptococcus sp and Klebsiella pneumoniae. In the antibiogram it was verified that in five
analyzed samples of urine and probe, they showed resistance to the antibiotics under analysis.
Thus, the study demonstrated that proper care, monitoring and management with these cats is
of significant importance for the minimization of bacterial infection and that no asepsis stage
can be neglected in order for the treatment to be effective
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
magnésio por quilocaloria que os alimentos enlatados ou semi-úmidos. Com isso, observa-se
que grande parte dos alimentos de constituição seca contêm alto teor de fibras, o que dificulta
a digestibilidade, em comparação aos alimentos semi-úmidos. Além do que, pode resultar
numa maior perda de água no volume fecal e consequentemente diminuir o volume urinário
(NELSON; COUTO, 2006).
Gerber (2008) citou que o fator de risco para a enfermidade idiopática, são os gatos
machos, com excesso de peso e que convivem com outro(s) gato(s) que possuem algum tipo
de conflito em casa. Com isso, demonstra-se que o estresse é um fator muito importante para
o desencadeamento da DTUIF. Associado a isso, animais que vivem dentro de casa,
sedentários e que se alimentam de ração prioritariamente seca, contribuem significativamente.
O autor mostrou que 27% dos gatos atingidos por DTUIF, foram alimentados com ração seca,
36% dos gatos tinham sedentarismo e excesso de peso e 73% viviam dentro das casas. De
acordo com Reche Junior; Hagiwara; Mamizuka (1998), para a ocorrência da doença, também
pode influenciar na obstrução, a idade, animais mais jovem tendem a ter maior probabilidade.
Quanto ao sexo, ocorre mais em machos que em fêmeas. Quanto à raça, os gatos persas tem
mais predisposição para a ocorrência. Em relação à castração, os animais tornam-se mais
sedentários e obesos, tornando-os susceptíveis.
Houston (2007) demonstrou que a maioria dos (Figura 1) urólitos vesicais são
constituídos por fosfato de amônio, magnésio ou por oxalato de cálcio. Houve uma
modificação, que consistiu numa prevalência do magnésio (estruvita) e de oxalato de cálcio
na alimentação felina. Essas modificações observadas em vários países incluem fatores, como
o clima e o modo de vida dos animais. Em estudo de Houston (2007), sobre urolitíase,
animais que permaneceram em ambientes fechados, que eram sedentários e tinham um
consumo de alimentos secos, estes fatores favoreceram para a ocorrência da doença.
Outro fator importante que contribui para a inflamação do trato urinário é o pH da
urina. De acordo com Gaskell (2006), o pH urinário é bem variável, mesmo que normalmente
seja ácido, essa instabilidade se dá pela composição da dieta. Em um animal que urina poucas
vezes e retêm na bexiga uma grande quantidade de urina, possuem um pH mais alcalino. A
infecção bacteriana no trato urinário inferior, pode associar-se significativamente com a
elevação do pH, por consequência da degradação da uréia na urina pelos microrganismos
produtores de uréase.
Observa-se em conformidade com Nelson e Couto (2006), que apesar da concentração
de magnésio, atuando na patogenia da cristalúria de estruvita seja importante, na
16
Segundo Santana et al., (2010) a DTUIF pode ser classificada como uropatia
obstrutiva ou não obstrutiva pela presença ou ausência de obstrução uretral (Figura 2),
respectivamente”. De acordo com Gaskell (2006), ocorre uma obstrução uretral devido a uma
mistura de cristais de estruvita e uma matriz proteica, que é mais prevalente em gatos machos
17
por fatores anatômicos da uretra e em gatos castrados. Observa-se cistite idiopática em ambos
os sexos. Essa obstrução nos machos faz com que haja um acúmulo de cristais de estruvita
(minerais), na extremidade externa da glândee ou nas glândulas bulbouretrais. A má
funcionalidade dos rins e no equilíbrio ácido-básico, com isso causa nos animais um efeito de
reduzir e interromper a filtração glomerular, causando acúmulo rápido de metabólitos
residuais na uretra.
Reche Junior e Camozzi (2015), demonstraram que as causas de DTUIF obstrutiva
mais relevantes são a cistite idiopática obstrutiva (29% a 53%), plugs uretrais (23% a 59%),
urólitos (10% a 18%) e outros associados a infecções bacterianas (2%). Afirma também que
os casos que DTUIF não obstrutiva apresenta caráter autolimitante, sendo assim a doença
tende a se resolver em um tempo de 5 a 10 dias. Os autores citaram que, 30 a 70% dos gatos
diagnosticados com a enfermidade apresentam recidivas dos sintomas. E estes animais
possuem uma taxa de mortalidade variável de 6 a 36%, verificando a maior ocorrência de
hiperpotassemia e uremia como causas de óbito.
Figura 2: Visualização do pênis do gato com obstrução uretral atendido no setor de Clínica
Médica de Pequenos Animais/HV/UFCG.
secundárias por bactérias são comuns em felinos com cateteres urinários permanentes,
recebendo fluidos intravenosos propiciando a diurese.
As bactérias não são normalmente encontradas em uma DTUIF, porém isto não exclui
seu grau de importância quando diagnosticadas secundariamente, e segundo Dorsch et al.,
(2016), em um estudo feito sobre infecções do trato urinário, em um grupo de gatos, foram
detectados por meio de cultura microbiana, um isolamento de bactérias Gram positivas e
Gram negativas em animais que tinham apenas uma doença isolada do trato urinário, ou
animais que passaram por cirurgia urogenital, ou aqueles que foram tratados com sondas
vesicais, dentre outros, que possam causar infecção bacteriana. Dentre elas observou-se que
houve crescimento de Escherichia coli em comorbidade sistêmica e Streptococcus spp. e
Staphylococcus spp. foram encontrados em gatos com comorbidades locais. Neste estudo
ainda foram observados os agentes antimicrobianos que auxiliam no combate dessas
bactérias, dentre eles a Amoxicilina-Clavulanato ácido e Sulfametoxazol + Trimetoprim
foram os que melhor surtiram efeitos em algumas afecções decorrentes da DTUIF e de
doenças crônicas. E segundo o autor, a escolha do agente antimicrobiano deverá ser
administrada mediante resultados de cultura antimicrobiana e teste de sensibilidade.
Em outro estudo feito por Dokuzeylül et al. (2015), determinou-se as espécies
bacterianas encontradas no trato urinário inferior e a susceptibilidade a um agente
antimicrobiano, a cefovecina in vitro. O estudo demonstrou a Escherichia coli nos gatos com
sinais clínicos de infecção do trato urinário. No entanto foram isolados também Proteus spp.,
Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Foi realizada a atividade antibicrobiana da
Cefovecina de sódio, em que consistiu um antibiótico para tratamento de infecção do trato
urinário, infecções de pele e tecidos moles e foi comprovada sua eficácia em administração
subcutânea (SC). A terapia feita com antibióticos de forma indevida ou excessiva pode
provocar efeitos negativos aos pacientes, tais como resistência do antibiótico em futuros
tratamentos.
O diagnóstico de DTUI com infecção bacteriana em gatos deve ser feito a partir da
urinálise e na cultura urinária quantitativa (OSBORNE et al., 2014). Segundo Nelson e Couto
(2006), a cistocentese é a maneira mais eficaz para a coleta de urina a ser encaminhada para a
realização da cultura bacteriana. Faz-se também cultura microbiana quantitativa quando a
urina é coletada por micção espontânea, no entanto os resultados devem ser interpretados com
cautela.
20
2.5 Diagnóstico
2.6 Tratamento
5 MATERIAL E MÉTODOS
Para análise microbiológica da urina, o material coletado foi semeado em placas com
em meios Agar sangue, Agar Mac Conkey e Agar BHI, pelo método quantitativo e incubados
a 37ºC , em aerobiose. As leituras foram realizadas nos períodos de 24h, 48h e 72 h. Das
colônias bacterianas observadas nas amostras avaliadas foram realizadas esfregaços em
lâminas e submetidas à coloração de Gram. A identificação das espécies foi baseada no
Manual de Microbiologia Clinica (MURRAY et al. 1999).
Para a realização do teste de susceptibilidade in vitro aos antimicrobianos, foi utilizado
o método de difusão de discos em placas, com os seguintes antimicrobianos: Ampicilina 30
mcg, Amoxacilina / ácido Clavulanico 30/10 mcg, Sulfazotrim 30 mcg, Tetraciclina 30 mcg,
, Ciprofloxacina 30 mcg, Penicilina 10 UI, Norfloxacina 10 mcg, Cefalotina 30 mcg,
Cefoxitina 30 mcg, Azitromicina 30 mcg, Gentamicina 30 mcg e Cefalexina 30 mcg. A
interpretação dos resultados foi realizada com a leitura dos halos de inibição. Para o teste de
controle de qualidade foi utilizada a cepa de Staphylococcus aureus ATCC 25923 e
Escherichia coli ATCC 25922 (WATTS, 2013).
24
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos achados da anamnese (Quadro 1), observou-se que dos animais atendidos, a
maioria apresentou vômito, sem ocorrência de diarreia, apresentavam também desidratação,
ingeriam pouca água e não urinavam.
Dentre os sinais clínicos observados correlacionados com a anamnese dos animais
com DTUIF obstrutiva, cita-se hematúria, apatia e disúria. A alimentação de 80% (7/9) desses
animais era ração seca de qualidade nutricional inadequada, apenas 10% (1/9) apresentou
diarreia, 60% (5/9) dos gatos não tinham uma boa disponibilidade de água em casa, 80% (7/9)
estavam com desidratação, achados estes também encontrados por Martins et al. (2013). Os
alimentos secos possuem quantidade de magnésio maior que os alimentos úmidos, estes
fatores podem agravar ainda mais o processo inflamatório, além de dificultar a absorção de
água pelo organismo, resultando numa menor excreção da urina (NELSON; COUTO, 2006).
Ainda pode constatar que na anamnese foi constatada que 90% (8/9) deles não eram
castrados. Sendo contrário, portanto a literatura informa que doença ocorre com mais
frequência em gatos machos castrados (GASKELL, 2006; COSTA, 2009 e MARTINS et
al,.2013). Tal discordância pode estar relacionada à quantidade de animais deste estudo (9),
que pode ter interferido neste fator de risco relacionado à castração.
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QUADRO 1 – Achados da anamnese de nove gatos (G1 a G9) atendidos no setor de Clínica
Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina
Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF obstrutiva.
ANIMAIS
ANAMNESE G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9
Alimentação Ração Ração Ração Ração Ração Ração Ração Ração Ração
Seca Seca Seca Seca Seca Seca Seca Seca Seca
Diarreia Não Sim Não Não Não Não Não Não Não
Ingestão de Não Sim Não Não Não Sim Sim Sim Não
Água (- +) (- +) (- +)
Sem urinar 2 3 2 3 1 3 1 1 2
(dias)
Castrado Não Não Sim Não Não Não Não Não Não
NI = não informado.
27
Dos casos avaliados (Quadro 2), em relação a sedimentoscopia da urina, essa foi
feita em oito animais, em virtude de uma amostra ter sido perdida no início do estudo. Em
90% (7/8) dos gatos foram observados achados de hematúria na lavagem vesical. De acordo
também com o estudo de (DIBARTOLA; WESTROPP e BARAL; LITTLE; BRYAN, 2015),
o exame laboratorial do sedimento urinário, indicou que as amostras devem ser avaliadas
quando frescas, pois os cilindros e elementos celulares da urina podem sofrer uma alteração
rapidamente quando em temperatura ambiente. Segundo estes, a presença de hemácias é
normal na avaliação da urina, no entanto, a quantidade em excesso é realmente associada a
enfermidades.
Nos exames dos gatos atendidos, 90% (7/8) tinham os valores de leucócitos acima
do referencial de 1 a 3 por campo. Segundo Dibartola; Westropp (2015), os leucócitos
encontrados na urina são normais quando contados em pouca quantidade. No entanto, um
número elevado (piúria), é indicativo de inflamação do trato urinário, infecção ou também ser
da contaminação do trato urogenital. De acordo com Costa (2009), quando na amostragem de
sedimento urinário houver presença de piúria, é necessário que se faça cultura microbiana e
antibiograma desta urina.
Na sedimentoscopia, as células epiteliais descamativas, foram encontradas em
pouca quantidade ou ausentes, cerca de 50% (5/8), as células túbulo renais 40% (4/8), células
de transição 30% (3/8). De acordo com Dibartola; Westropp (2015) e Martins et al., (2013), as
células epiteliais descamativas e células dos túbulos renais são consideradas normais no
achado de sendimentoscopia, com pouca significância no diagnóstico. Nos gatos com DTUI
obstrutiva foi pouco frequente. Assim como nos achados de células de transição, também
consideradas normais, quando elevadas podem ser significativo para infecção, irritação ou
neoplasia do trato urinário.
Na sedimentoscopia as bactérias encontradas podem ser associadas aos achados na
cultura microbiana da urina dos gatos. No estudo 40% (4/8) dos gatos apresentaram
moderados e raros cocos. Em relação à contaminação microbiana da urina, é válido ressaltar
que os microrganismos são muitas vezes difíceis de serem encontrados, pelo fato de que a
urina é considerada estéril e livre de bactérias. Animais que apresentem algum tipo de
contaminação externa seja por cateter ou obtidos por micção quando aparentes são
insuficientes para uma contagem correta. Mas se houver um grande número de bactérias na
urina observadas na sedimentoscopia, sugere uma infecção do trato urinário, e deve ser feito
analises concomitantes quanto à causa tais como, coleta, recipiente coletado, material de
análise e outros, pois pode resultar em um falso-positivo (DIBARTOLA; WESTROPP, 2015).
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Bactérias RC MC A MC A A A MC
Cilindros A A A A A A A IC
p/c = por campo; A = ausente; I = incontáveis; MC: moderados cocos; RC: raros cocos; EST
= estruvita; IC: incontáveis; ICL: inconclusivo; CGF: cilindro granular fino; IN: inúmeras por
campo
G1*: para o G1 não houve essa classificação, pois não foi solicitado o exame.
29
Nos achados dos sedimentos urinários, verificou-se que na amostra de urina dos
gatos, apenas 10% (1/8) dos gatos obtiveram incontáveis cilindros na sua composição. Como
afirmou Dibartola; Westropp (2015), os cilindros no sedimento urinário é um achado
incomum, e quando há a presença deles é indicativo de lesão patológica renal de caráter
localizador, ou seja, estes achados indicam uma má funcionalidade no rim.
Os cristais na urina dos gatos com DTUI obstrutiva também foram avaliados. Foram
constatados que 60% (5/8) dos felinos apresentaram na urina os cristais, dentre eles estruvita e
cilindro granular fino. Citam-se sobre a sedimentoscopia, Dibartola; Westropp (2015), que os
cristais são achados comumente encontrados na urina e que o tempo de armazenagem dessa
urina antes de ser realizado o exame, pode influenciar no exame, pois a quantidade tende a
aumentar, por isto ressalta-se a importância da urina ser fresca para o detalhamento do exame.
Nos casos de gatos com DTUI, é um achado comum e importante ao ser associados com os
outros resultados obtidos. E em outras espécies os cristais podem indicar doença renal ou
hepática.
Segundo (COSTA ,2009; STOCKHAM, 2011) , quando o sedimento urinário
apresenta cristais, pode não ser indicativo de doença caso o gato não apresentar tampão uretral
ou urólito, pois normalmente estes cristais não danificam o urotélio vesical. Os cristais são
condições normais da urina que podem ou não serem sugestivos de urólitos ou cálculo.
Portanto não é um achado para a confirmação da DTUIF.
Nos gatos com DTUI obstrutiva observou-se na urinálise (Quadro 3) que a média
realizada da densidade urinária em 90% (7/8) dos gatos foi de 1,021, portanto dentro da
normalidade (ROSA , 2010; MARTINS et al., 2013).
No que diz respeito ao PH urinário, apresentou um valor médio de 6,9, visto que a
menor foi de 6,0 e a maior de 8,0. (OSBORNE et al., 2014; DIBARTOLA; WESTROPP,
2015) , defendem que o valor normal do pH da urina de cães e gatos varia entre 5,0 a 7,5. O
pH da urina dos gatos é normalmente acido, mas quando há alguma infecção no trato urinário
o pH torna-se alcalino. Costa (2009) afirma que se deve ter cuidado na avaliação do pH
urinário, visto que ele se torna alcalino normalmente após as refeições. E que o pH é
constantemente ácido quando pacientes são diagnosticados com urolítiase por oxalato de
cálcio.
Na urinálise foram constatados também os valores de proteína, que em 70% (7/8)
dos gatos apresentou-se positiva para proteína. E segundo Dibartola; Westropp (2015), nos
animais que apontam proteinúria de leve a moderada na urina pode ser indicativo de doença
glomerular, doença renal inflamatória ou DTUIF.
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QUADRO 3- Principais achados da urinálise de nove gatos (G1 a G9) atendidos no setor de
Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de
Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF obstrutiva.
URINÁLISE ANIMAIS
Variável G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9
vasilha de água e comida. A sonda foi fixada no pênis no animal e foi colocada uma frauda
para evitar que esses animais tivessem o impulso de retira-la.
QUADRO 4 - Resultados das análises da cultura bacteriana da urina e sonda uretral de nove
gatos (G1 a G9) atendidos no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de
DTUIF obstrutiva.
BACTÉRIAS
Para os gatos com DTUI obstrutiva foram feitos os testes de sensibilidade aos
antibióticos (Quadro 5 e 6), de acordo com os resultados da cultura microbiana dos nove
gatos. No entanto foram observados infecções em apenas alguns animais. Em algumas
amostras a resistência foi de 100% para 13 tipos de antibióticos. E em outras amostras foram
satisfatórias para a sensibilidade dos tipos de antibióticos.
Walker (2009) sugeriu que os antibióticos como o grupo das Penicilinas
(amoxicilina, ampicilina, amoxicilina-clavulanato) ou Cefalosporinas (cefalexina, cefalotina,
cefazolina) podem ser administradas inicialmente no tratamento. E as Quinolonas
(levofloxacino) e Cefalosporinas (cefotaxima, ceftazidina) de terceira geração só poderão ser
usadas mediantes teste antimicrobiano.
No entanto Dibartola; Westropp (2015) citaram que a amoxicilina- ácido
clavulânico não é um fármaco indicado para tratamento urinário, devido a não necessidade do
clavulônico em associação. E afirma que a amoxicilina poderá ser usada, assim como a
enrofloxacina e cefovecina.
Os nove animais do estudo pareceram corresponder positivamente com a
antibióticoterapia empregada no internamento. A enrofloxacina foi empregada no tratamento
enquanto os animais ficaram internos. Mas vale ressalta que outros medicamentos foram
administrados e por isso auxiliado na recuperação do animais.
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QUADRO 5 - Resultados das análises do antibiograma da urina de quatro gatos (G1, G2, G6
e G9) atendidos no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da
Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF
obstrutiva.
ANIMAIS
ANTIBIÓTICOS G1 G2 G6 G9
Ampicila R S R S
Amoxicilina+ R S S S
Clavulanato
Cefalexina R S R S
Cefotaxima R S R S
Ceftazima R R S S
Norfloxacin R R - -
Penicilina G R S - -
Tetraciclina R S R -
Sulfametaxozol+ R S R S
Trimetoprim
Imipenem R S S -
Azitromicina R - R S
Doxiciclina R S - S
Enrofloxacina - - - S
R: resistente; S: sensível
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QUADRO 6 - Resultados das análises do antibiograma da sonda de gatos (G1, G2, G3, G4,
G6 e G9) atendidos no setor de Clínica Médica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário
da Universidade Federal de Campina Grande (HV/UFCG) com diagnóstico de DTUIF
obstrutiva.
ANIMAIS
ANTIBIÓTICOS G1 G2 G3 G4 G6 G9
Ampicila S R R - R R
Amoxicilina+ R R R S R R
Clavulanato
Cefalexina R R R R R R
Cefotaxima R R R S R R
Enrofloxacina S R - R - R
Imipenem S - R - S -
Sulfametaxozol+ R R R R R R
Trimetoprim
Tetraciclina S R R S R R
Penicilina G S R R S R R
Doxiciclina R R R S R R
Azitromicina S R R R R R
Cefazolima S R R - R -
Amicacina - - - S - -
R: resistente; S: sensível
36
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIA
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DYCE, K. M.. A pelve e os Orgãos Reprodutivos de cães e gatos. In: DYCE, K. M.; SACK, W. O.;
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