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Olá,

Tudo bem com vocês, “amorecos” meus?

Espero, de todo o meu coração saudoso, que sim. Vivemos um tempo


difícil, um período excepcional, em que eu espero que fique apenas
como fato histórico para nós, sem nos causar perdas maiores do que
as que já enxergamos.

O que posso dizer? Acreditem, sobreviveremos ao caos, e vamos


recomeçar, imbuídos de fé e esperança.

Não vejo a hora de poder abraçá-los!

Cuidem-se, cuidem dos seus, e assim, cuidaremos de todos, vocês são


muito importantes pra mim!

Bem, a que viemos? Se não podemos estar juntos em sala de aula, e não
sabemos por quanto tempo essa recessão irá perdurar, precisamos encontrar
outros meios de seguir nossa História.

Bem-vindos ao ambiente virtual de vocês, que foi sendo preparado com muito
cuidado e carinho. Vamos retomar por aqui.

A princípio, faremos uma revisão do conteúdo tratado até aqui, por meio desse
material apostilado, e questões que também disponibilizarei para vocês. São de
fixação, não se preocupem com notas por enquanto, isso também será tratado
ao longo do nosso caminho.

O importante é seguir para não enferrujar e para conseguir cumprir com todo
o protocolo anual.

O plano, a princípio, é que nos falemos semanalmente, por meio de conteúdo


disponível, tutoria (já tem dia e horário designado na área de apresentação da
disciplina), questões de fixação, entre outros.

Vocês podem falar comigo quando precisarem. Estarei aqui.

Por enquanto, é isso!!!

BORA???

Inicialmente, devemos entender a importância da história do direito no


estudo do direito como um todo, do direito no desenvolvimento das sociedades,
tendo como função precípua a de fazer o jurista observar que o direito
relaciona-se com o seu tempo e contexto (social, político e moral), e, que, por
consequência, o direito contemporâneo é fruto das relações presentes na
sociedade. Devendo o Direito ser interpretado não apenas como regras que
ditam determinadas condutas, mas como um conjunto de elementos que
norteiam a vida em sociedade, visando um ideal comum, viver em harmonia,
sem tirania, sem desigualdade, de modo justo.

Para compreender a evolução geral da história da humanidade, podemos


traçar uma linha do tempo:

Do mesmo modo, a história do Direito também segue a mesma divisão


histórica e cronológica:
PRÉ-HISTÓRIA IDADE ANTIGA IDADE MÉDIA IDADE MODERNA IDADE CONTEMPORÂNEA

DIREITO ARCAICO DIREITO ANTIGO DIREITO MEDIEVAL DIREITO MODERNO DIREITO CONTEMPORÂNEO

DIREITO ARCAICO E DIREITO ANTIGO

1 – DIREITO ARCAICO OU PRIMITIVO

Segundo os historiadores, o Direito surgiu nessa época, na Pré-História,


antes da escrita, antes da História propriamente dita, a partir da comunicação,
da fala, quando o ser humano passa a estabelecer a base do seu regramento.

Nessa época já tinham crenças organizadas, o homem já velava os seus


antepassados. Também havia pinturas rupestres identificando a compreensão e
exteriorização do abstrato. Os locais nas cavernas eram delimitados,
organizando a divisão social, e até de trabalho. Nesse período o homem já
cozinhava os alimentos, fazendo com que tivesse mais tempo para reflexão e
desenvolvimento, surgindo regras de convívio entre os grupos sociais formados.

Na maioria das sociedades remotas, a lei é parte do controle social,


enquanto elemento para prevenir, remediar ou castigar os desvios de regras
prescritas. No entanto, há um consenso em precisar que o surgimento dos
primeiros textos jurídicos só se deu com o aparecimento da escrita, antes disso
não se pode considerar a presença de um direito ordenado, propriamente dito,
mas sim de regras de controle social baseada em tradições e costumes, que
buscavam manter o grupo social coeso.

FORMAÇÃO DO DIREITO NAS SOCIEDADES PRITIMIVAS

O direito arcaico pode ser interpretado a partir da compreensão do tipo


de sociedade que o gerou.

 Se a Sociedade pré-histórica fundamenta-se no princípio do parentesco,


nada mais natural do que considerar que a base geradora do jurídico
encontra-se, nos laços de consanguinidade, nas práticas de convívio
familiar de um grupo social unido por crenças e tradições. Por exemplo,
a lei primitiva da propriedade e das sucessões teve em grande parte sua
origem na família.
 Fundamentava-se nas crenças religiosas; as práticas de controle eram
transmitidas oralmente, marcadas por revelações sagradas e divinas.

 O ilícito era visto como a quebra da tradição e com a infração ao que a


divindade havia proclamado por meio dos reis-legisladores.

 As sanções legais eram associadas às sanções rituais (havia receio de


vingança dos deuses), e apresentavam caráter repressivo (aplicado um
castigo ao responsável) e restritivo (reparar a pessoa injuriada).

CARACTERÍSTICAS E FONTES DO DIREITO ARCAÍCO (PRIMITIVO).

São 3 características básicas:

- TRADIÇÃO

- AUTONOMIA

- PLURALIDADE

- As regras de regulamentação mantinham-se e conservavam-se pela


TRADIÇÃO.

- Cada comunidade tinha suas próprias regras, vivendo com


AUTONOMIA.

- Multiplicidade de Direitos diante de uma gama de sociedades atuantes


– PLURALIDADE dos direitos não escritos.

- não era legislado.

- direito subordinado à imposição de crenças dos antepassados,


ritualismo simbólico e à força das divindades.

Quanto às fontes:

- COSTUMES: fonte mais importante e mais antiga do Direito. Trata-se


de expressão direta, cotidiana e habitual dos membros de um grupo.

A religião garante o rígido cumprimento dos costumes.

- PRECEITOS VERBAIS: proferidos por chefes de tribos ou de clãs, que


se impõem pela autoridade e pelo respeito que desfrutam.
- DECISÕES REITERADAS: são os PRECEDENTES, decisões dadas de
forma reiterada pelos chefes e anciãos das comunidades autóctones para
resolver conflitos do mesmo tipo.

Pronto, era o que precisávamos saber sobre Direito Primitivo. Agora vamos
avançar, temos escrita, comércio e cidades, o Direito passa a existir em
documentos, é o início da História, e também o início do Direito escrito, vamos
conhecer o Direito Antigo.

2 – DIREITO ANTIGO

No dizer de H. Summer Maine, o direito antigo compreende, claramente,


três grandes estágios de evolução:

 O direito que provém dos deuses (arcaico: sagrado/ritualizado);

 O direito confundido com os costumes (arcaico: consuetudinário, um


conjunto disperso de usos, práticas e costumes, reiterados por um longo
período de tempo e publicamente aceitos);

 E, finalmente, o direito identificado com as leis (codificado, a difusão da


técnica da escrita, somada à compilação de costumes tradicionais,
proporcionam os primeiros códigos da Antiguidade, como o de
Hamurabi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das Doze Tábuas).

Os dois primeiros modelos de Direito Antigo são aqueles verificados na


Mesopotâmia e no Egito, em decorrência de aspectos geográficos, políticos e
econômicos que serão abordados aqui.

ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO NA SOCIEDADE E NO DIREITO

Pode-se ilustrar a transição das formas arcaicas de sociedade para as


primeiras civilizações da Antiguidade mediante três fatores históricos:

1 – o surgimento das cidades;

2 – a invenção e domínio da escrita e


3 – o advento do comércio e, numa etapa posterior, da moeda metálica.

A síntese destes três elementos – cidades, escrita, comércio – representa


a derrocada de uma sociedade fechada, organizada em tribos ou clãs, com
pouca diferenciação de papéis sociais e fortemente influenciada, no plano das
mentalidades, por aspectos místicos ou religiosos. E, aos poucos, vai se
construindo uma nova sociedade – urbana, aberta a trocas materiais e
intercâmbio de experiências políticas, mais dinâmica e complexa -, que
demandará um novo Direito.

MESOPOTÂMIA (ATUAL REGIÃO DA SÍRIA, TURQUIA, IRAQUE)

Como é de consenso entre os historiadores, a fundação das primeiras


cidades, ocorreu na Mesopotâmia.

É também na Mesopotâmia que se manifesta a primeira escrita mais


complexa, com um maior número de sinais e com aspectos ideográficos e
fonéticos: a escrita cuneiforme.

LÍNGUA ACÁDICA DE ESCRITA CUNEIFORME.


Os mesopotâmicos e egípcios formaram suas civilizações em torno dos
rios Tigre, Eufrates e Nilo. Tal circunstância permite, por óbvio, a existência de
solo propício à agricultura, bem como a navegação fluvial, essencial para o
transporte de mercadorias e sofisticação do comércio. E todos esses fatores
contribuem para um crescimento mais acelerado da população dessas
sociedades, bem como um maior desenvolvimento político e econômico.

A experiência política na Mesopotâmia era diversa; desde seus


primórdios, essa civilização optou pela fundação de cidades – comumente
designadas cidades-estado – com alto grau de independência. Cada cidade
tinha seu governante, seus órgãos políticos, e, muitas vezes, seu próprio
exército. Logo, na região da Suméria havia as cidades de Ur, Uruk, Lagash e
Larsa, entre outras; na Babilônia, além da cidade do mesmo nome, podem ser
mencionadas Kutha, Kish, Borsipa, entre outras.

Na Mesopotâmia, o rei era, tão somente, um representante de deus (a


divindade escolhida pela cidade) na terra. E, nesse contexto, estava também
submetido a limitações e contingências típicas de qualquer ser humano.

Tá, prô, mas em que momento o Direito se inicia nessas sociedades


antigas????

Então, zamuris meus, essa abordagem quanto à economia, política,


localização, enfim, se faz necessária para que possamos entender o porquê
dessas sociedades terem iniciado esse novo estilo de direito, de forma escrita.

A aplicação do Direito nas cidades da Mesopotâmia se deu por meio de


códigos.

O primeiro desses Códigos surge entre 2140 e 2004 a.C., na região da


Suméria, promulgado pelo rei Ur-Nammu, o Código de Ur-Nammu.

Outros dois códigos surgem na Mesopotâmia em data anterior à célebre


legislação de Hammurabi. Na cidade de Esnunna, próxima ao rio Tigre, na
Acádia, foi descoberto um código editado numa data próxima a 1930 a.C. Na
cidade de Isin, foi encontrado o Código de Lipit-Ishtar, redigido possivelmente
em 1934-1924 a.C.

E, então, temos o Código de Hammurabi, descoberto na Pérsia, em


1901, por uma missão arqueológica francesa, o documento legal, gravado em
pedra negra, encontra-se hoje no Museu do Louvre. O Código foi promulgado,
aproximadamente, em 1964 a.C., no período de apogeu do império babilônico,
pelo rei Hammurabi.
O Código de Hammurabi

O Rei sumério, Hammurabi, fundou o Império Babilônico há


aproximadamente 4.000 anos na região da Mesopotâmia, onde hoje se localiza
o Iraque. Consolidou a tradição jurídica penal, civil e administrativa de seu
tempo em 282 preceitos, excluindo o de número 13, e mandou transcrevê-la
numa pedra negra.

O código foi feito “para implantar a justiça na terra, para destruir os


maus e o mal, para prevenir a opressão do fraco pelo forte... Para iluminar o
mundo e propiciar o bem-estar do povo...”.

Tinha como pontos principais:

 lei de talião (olho por olho, dente por dente). Ex.: Se João cegou
Antônio, João terá como pena o mesmo sofrimento que teve Antônio; ou
seja, João será cegado;

 falso testemunho;

 roubo e receptação;

 Estupro;

 Família;

 Escravos;

 ajuda de fugitivos.

EGITO

O Egito não nos transmitiu até agora nem códigos nem livros jurídicos;
mas foi a primeira civilização da humanidade que desenvolveu um sistema
jurídico que se pode chamar individualista.

No Egito, a aplicação do direito estava vinculado por um princípio de


justiça que é simbolizado pela figura de uma deusa, de nome Maat (verdade,
ordem, justiça, paz equilíbrio, solidariedade social e cósmica ).

O próprio faraó tinha atributos de divindade e a ele incumbia velar pela


vigência desse princípio de justiça (WOLKMER, 2012).

Apesar de nenhum Código de leis egípcias até hoje não ter sido
encontrado, os costumes parecem ter sido rapidamente superados pelo direito
escrito, promulgado pelos faraós, como a principal fonte de direito egípcio.
Já o Poder Judiciário, até pela origem “divina” dos faraós, concentrava-se
na classe sacerdotal, sendo que as principais cidades é que forneciam os juízes
para o tribunal supremo responsável pelo julgamento dos casos mais graves.

Os egípcios, apesar da não codificação escrita, tiveram um direito


bastante evoluído, assemelhando-se em vários pontos ao direito romano, que
surgirá mais de dois mil anos após.

O Direito Egípcio baseava-se em:

 Atos administrativos, civis e penais;

 Formalizavam contratos;

 Família: não há sinais de solidariedade clânica entre os egípcios, sendo


todos os habitantes considerados iguais perante o direito, sem
privilégios.

 Testamento: a liberdade de testar era total, salvo a reserva hereditária a


favor dos filhos.

 Coisas: todos os bens, imóveis e móveis, eram alienáveis. A pequena


propriedade predominava. Mobilidades de bens (recenseamentos
periódicos).

 Penal: não aparece de modo algum severo, em comparação com os


outros períodos da Antiguidade, apesar de também prever penas cruéis,
como trabalho forçado, chicotadas, abandono aos crocodilos.

Após a V Dinastia houve enorme retrocesso no Direito Egípcio, e,


somente no século XVI a.C., com a XVIII dinastia, o sistema jurídico voltou a se
assemelhar ao do Antigo Império.

MAPA DO ANTIGO EGITO


Bem, meus zamurinhos, é isso, tratamos do direito primitivo e do direito
antigo, pontuando características, transição e as particularidades do direito
nessas sociedades de referência.

Procurei detalhar e complementar o que vocês tinham no caderno.

Qualquer dúvida, enviem e-mail, whatsapp, ou pelo chat no dia marcado.

A atividade que eu enviei, não percebi que tinha colocado data de


entrega, então coloquei o prazo para o fim do mês, porque é uma atividade de
revisão mesmo, pra vocês lembrarem do que tratamos até aqui.

A partir de segunda, já terão acesso ao material do próximo conteúdo.

Vamos nos falando.

Espero mesmo que vocês e seus familiares estejam bem.

Se cuidem, por favor, vocês fazem falta no meu dia, tô com saudade!

Bjus da prô!

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