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HISTÓRIA DO DIREITO

PROFESSOR MS WESLEY
TOMASZEWSKI
HISTÓRIA DO
DIREITO
Geral e Brasil

WESLEY TOMASZEWSKI
ESPECIALISTA EM
DIREITO CIVIL E
PROCESSO CIVIL
MESTRE EM DIREITO
NEGOCIAL
ADVOGADO
EMENTA
 
Fundamentos de Direito. História e fontes
da cultura jurídica ocidental. O Direito na
Grécia antiga. O Direito Romano:
principais institutos e influência no Direito
brasileiro. Direito na Idade Média. Direito
Canônico. Formação do Estado e do
Direito. Evolução do Direito Positivo
Moderno. Direito na América Indígena.
História do Direito brasileiro. Direções do
pensamento jurídico contemporâneo.
 
1. História do Direito: objeto, linhas de estudo. Planos
de conhecimento da realidade jurídica. A missão da
história do direito moderno. 2. O começo. O Direito nas
sociedades primitivas 3. O Direito na antiguidade
oriental: Direitos Cuneiformes. O Direito Sumério. O
Direito Babilônico: O Código de Hamurábi. O Direito
Assírio. O Direito Fenício. O Direito no Egito Antigo. 4.
O Direito Greco-Romano. Direito Privado na
antiguidade: Crenças antigas: crenças sobre a alma e a
morte; o culto dos mortos; o fogo sagrado; a religião
doméstica. A família: a religião como princípio
constitutivo; o casamento; a continuidade da família;
adoção e emancipação; parentesco (agnação),
autoridade, sucessão. Direito Romano: fundamentos,
princípios, a concreção de fato, valor e norma no direito
romano clássico.
 
5. O Direito Privado na Idade Média. O Direito nos
reinos bárbaros; o Direito Costumeiro dos bárbaros; o
Direito Romano dos bárbaros. 6. Os Concílios e a
Igreja: a importância dos Concílios para a formação da
dogmática medieval. O Direito Medieval Feudal: a
propriedade da terra; o Direito inglês e sua origem
feudal. 7. A Reforma Gregoriana e a querela das
investiduras. A formação do Corpus Iuris Canonici. 8.
As regras de competência e jurisdição: a formação e a
racionalização do processo; o processo inquisitorial. 9.
A Universidade Medieval e a recuperação da cultura
clássica: a Escolástica e o Direito Natural.10. O Direito
na América Indígena.
 
11. Aspectos gerais das sociedades pré-colombianas:
os maias, astecas e incas. 12. Organização político-
administrativa das sociedades pré-colombianas. 13.
Aspectos jurídicos das sociedades pré-colombianas.14.
Os tupis e guaranis e o Direito nas sociedades sem
escrita. 15. Direito na modernidade. Evolução e
construção do conceito de Direito Moderno. 16. O
monismo como projeto da modernidade burguês-
capitalista. 17. Direito Estatal: formação, ciclos
históricos e caracterização. 15. Histórico das
codificações modernas (Francês e Alemão) 16. História
do Direito no Brasil. evolução. 17. O Culturalismo na
“escola do recife” e seus reflexos no atual Código Civil.
19. Das Constituições. 20. Crise do paradigma do
Direito Moderno. 21. Pensamento jurídico crítico no
Brasil.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

FUSTEL DE COULANGES, Numa Denis. A cidade antiga:


estudos sobre o culto, o Direito e as instituições da Grécia e
Roma.Trad. Edson Bini. São Paulo: Bauru, 2001.
LOPES, José Reinaldo de Lima. O Direito na história. Lições
introdutórias. São Paulo: Max Limonad, 2000.
WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo jurídico –
Fundamentos de uma nova cultura no Direito. 3. ed.; Ed.
Alfa-Omega, 2001.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

HESPANA, Antonio M. A história do Direito na história social.


Lisboa: Livros Horizontes, s/d.
SHAKESPEARE, William. O mercador de Veneza. Editor:
Victor Civita, 1981.
WIEACKER, Franz. História do Direito privado moderno. 2.
ed.; Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1967
LINHAS DE ESTUDO DA HISTÓRIA DO DIREITO

HISTÓRIA DAS FONTES


É O ALINHAMENTO DAS LEIS, NORMAS, CÓDIGOS,
ORDENAMENTOS, APENAS EM UMA ORDEM
CRONOLÓGICA
CULTURAS JURÍDICAS
DAS FORMAS COMO ELAS SE APRESENTARAM PARA
OS DIVERSOS POVOS AO LONGO DA HISTÓRIA
A PARTIR DAS INSTITUIÇÕES
É A QUE FAZ A ANÁLISE E O ESTUDO DA EVOLUÇÃO
DOS MECANISMOS QUE FORAM UTILIZADOS PARA
RESOLVER OS PROBLEMAS CONCRETOS DO DIA-A-
DIA DOS HOMENS. A BUSCA DA SOLUÇÃO DOS
CONFLITOS E DAS CONTROVÉRSIAS GEROU A
CRIAÇÃO DE INSTITUTOS ORIGINAIS, EM SUA
MAIORIA, EXTREMAMENTE ADEQUADOS PARA SEU
MOMENTO
ESTUDO DO DIREITO EM PLANOS

METODOLOGIA EMPREGADA

3º PLANO. APLICAÇÃO-CONCRETUDE
APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA AOS CASOS
CONCRETOS, SEJA VOLUNTARIAMENTE OU
COERCITIVAMENTE
2º PLANO. DOGMÁTICO
FORMALIZAÇÃO, ESTRUTURA DO ORDENAMENTO
JURÍDICO
1º PLANO. JURÍDICO-FILOSÓFICO
MATÉRIA PRIMA
RAÍZES COM FUNÇÃO DE SUSTENTAÇÃO
HISTÓRIA DO DIREITO

A HISTÓRIA DO DIREITO É UMA DISCIPLINA


JURÍDICA QUE TEM POR ESCOPO A
PESQUISA E ANÁLISE DOS INSTITUTOS
JURÍDICOS DO PASSADO

“NOVOS INSTITUTOS NÃO SURGEM


REPENTINAMENTE, MAS SE DESENVOLVEM
GRADUALMENTE SOBRE O TRONCO DE
VELHOS INSTITUTOS QUE VÊM AOS POUCOS
RENOVANDO E CUMPRINDO NOVOS
OBJETIVOS”
TULLIO ASCARELLI
HISTÓRIA DO DIREITO
IMPORTÂNCIA

ALGUNS ACHAM QUE FALTA AO NOSSO ENSINO


ALGO DE FUNDAMENTAL. NÃO SABEMOS BEM O
QUE ENCONTRAREMOS, NEM EM QUE SE
FUNDAM NOSSOS CONHECIMENTOS; PARA
ONDE VAMOS E DE ONDE PARTIMOS. FALTAM O
FIM E OS PRINCÍPIOS. É COMO SE NOS
EXPLICASSEM O GUIA DAS ESTRADAS DE
FERRO SEM NADA DIZER DO DESTINO DA
VIAGEM, NEM DA ESTAÇÃO DE PARTIDA.

MICHEL VILLEY
Noções Introdutórias
“A vida em sociedade é o modo natural da existência
da espécie humana. Os estudos de arqueologia pré-
histórica e de etnologia dos povos primitivos têm
mostrado que quanto menor é o domínio do homem
sobre a Natureza que o rodeia (isto é, quanto mais
rudimentar é a civilização), mais ele carece de estar
amparado pelos seus semelhantes em grupos
fortemente coesos. A solidariedade nas tribos
selvagens é tão intensa que o indivíduo não goza
nelas de personalidade, não se destacando do grupo
em que está confundido. É o grupo que regula
estritamente todos os passos dos que o compõem,
dispõe das suas vidas e é senhor de todos os bens”
MARCELLO CAETANO
Manual de Ciência Política e Direito Constitucional, tomo I, 6ª ed. Livraria
Almedina, Coimbra, Portugal, 1998, pág. 1
Noções Introdutórias

E, como todos, os grupos organizados, sem


exceção, precisam de disciplina, criam normas
jurídicas que formam o Direito...
Noções Introdutórias
“Ora, se isso é verdadeiro, também não se pode negar,
certamente, que o Direito caminhará por novos
rumos. À proporção que a realidade social se
modifica, assume novas formas, incorpora outros
valores, se adapta a fatos do meio físico, cumpre o
processo histórico, as normas que regulam a sua
existência vão se alterando. O direito é, por isso
mesmo, mutável, sociologicamente provisório,
manifestação de superestrutura, cujas fontes se
encontram naquela realidade social que lhe é
subjacente e que o inspira e alimenta”

Miranda Rosa
Noções Introdutórias

“Nossa evolução institucional não foi


endógena”
BASTOS DE ÁVILA
NASCIMENTO
ESTADO E DIREITO
“A vida em “sociedade” depende de um conjunto de normas com
poderes determinantes inclusive o de punir, conhecido pelo
nome de Direito — Através deste conjunto de direitos e de
obrigações é que o Estado assegura a vida de todos aqueles
que vivem “dentro” dele em sociedade. Segundo a melhor
interpretação não há Direito sem Estado. Não há dúvida, mas,
também, não se pode conceber um Estado sem Direito, ou
seja, uma sociedade sem regras definidas que rejam seus atos
e atividades normais às vidas em comum. Se pessoas não se
juntassem para estabelecer um esforço comum de ajuda mútua
em todos os sentidos, não poderia existir o que se
convencionou cognominar de Estado.”
DIREITO
Higiene Epistemológica
ETIMOLOGIA
A palavra "direito" vem do latim directus, a,
um, "que segue regras pré-determinadas
ou um dado preceito", do particípio
passado do verbo dirigere. O termo
evoluiu em português da forma "directo"
(1277) a "dereyto" (1292) até chegar à
grafia atual (documentada no século XIII)
DIREITO
Higiene Epistemológica
ETIMOLOGIA

a palavra faz referência à deusa romana da


justiça, Justitia, que segurava em suas
mãos uma balança com fiel. Dizia-se que
havia justiça quando o fiel estava
absolutamente perpendicular em relação
ao solo: de rectum.
JUSTIÇA
Higiene Epistemológica

Themis, a deusa grega da Justiça, filha de Urano e Gaia, sem venda, era
representada portando uma balança na mão direita e uma cornucópia na esquerda.
Símbolo da ordem e do Direito divino, costumava-se invocá-la nos juramentos
perante os magistrados. Por isso, consideravam-na a Deusa da Justiça.
JUSTIÇA
Higiene Epistemológica

CORNUCÓPIA – VASO EM FORMA DE CHIFRE, COM FLORES E FRUTAS QUE


DELE EXTRAVASAM PROFUNDAMENTE, ANTIGO SÍMBOLO DA FERTILIDADE,
RIQUEZA, ABUNDÂNCIA, E QUE HOJE SIMBOLIZA A AGRICULTURA E O
COMÉRCIO.
DIREITO
Higiene Epistemológica
A palavra direito possui mais de um
significado:
*sistema de normas de conduta imposto por
um conjunto de instituições para regular as
relações sociais, com características de
heteronomia e coercibilidade.
(direito objetivo)

Este significado da palavra pode ter outras


ramificações:
DIREITO
Higiene Epistemológica
* como o sistema ou conjunto de normas jurídicas
de um determinado país ou jurisdição.
* como o conjunto de normas jurídicas de um
determinado ramo do direito.
* faculdade concedida a uma pessoa para mover a
ordem jurídica a favor de seus interesses.
(direito subjetivo)
* ramo das ciências sociais que estuda o sistema
de normas que regulam as relações sociais: o
que os juristas chamam de ciência do direito
DIREITO
Higiene Epistemológica
Apesar da existência milenar do direito nas
sociedades humanas e de sua estreita
relação com a civilização há um grande
debate entre os filósofos do direito acerca
do seu conceito e de sua natureza. Mas,
qualquer que sejam estes últimos, o
direito é essencial à vida em sociedade,
ao definir direitos e obrigações entre as
pessoas e ao resolver os conflitos de
interesse.
DIREITO
Higiene Epistemológica
Enfim...
“onde está a sociedade, ali está o direito”

“O Direito não acompanha a sociedade mas


a persegue...”
DIREITO
QUANTO A ORIGEM
ORIGEM DIVINA
Egito, mesopotâmia, índia, judaísmo e
islamismo

ORIGEM SOCIAL
Grécia e Roma
O COMEÇO

“há quatro mil anos, um semicírculo


formado ao redor do Deserto da
Arábia — denominado Crescente
Fértil — abrigava grande número de
culturas e civilizações, ligadas umas
às outras como pérolas de cintilante
colar. Delas irradiou luz clara para a
Humanidade. Aí foi o centro da
civilização desde a idade da pedra
até à idade do ouro da cultura
greco-romana”
O COMEÇO
“Nova York — Uma cidade e uma mina de
estanho da Idade do Bronze foram descobertas
no sul da Turquia por arqueólogos da
Universidade de Chicago. A descoberta
revoluciona o conhecimento que se tinha até
agora dos antigos povos mediterrâneos e
mostra que uma civilização muito mais
avançada do que se supunha existiu na região
em torno do Mediterrâneo entre 3.000 e 1.100
anos antes da era cristã. Os arqueólogos
acreditam que as ruínas sejam do ano 2870 a.
C.
O COMEÇO
Tudo começou com a descoberta de um
túmulo real em UR, no ano de 1927, pelo
arqueólogo Leonard Wooley. Ali estava a
prova da existência de uma civilização
deveras evoluída há milhares de anos —
a dos SUMÉRIOS. Antes dessa
descoberta os historiadores pensavam
que nessa região do achado, a
Mesopotâmia, tivessem existido somente
duas grandes civilizações, que eram a dos
assírios e a dos babilônios.
O COMEÇO
Era um povo provavelmente indo-europeu,
mas não se pôde, até hoje, confirmar essa
hipótese. Sabe-se, contudo, que eram
cognominados os cabeças negras e
tinham feições orientais. Esse povo viveu
uma época de lutas incessantes, até ser
dominado pelo povo babilônico, que se
apropriou de grande parte de sua cultura,
inclusive de suas práticas “científicas” e
“comerciais”.
O COMEÇO
Todos os autores são unânimes em descrever
esse povo (bem como o povo hitita) como
altamente “civilizado”, com a agricultura
desenvolvida e tida como sua principal atividade
econômica. Fazia comércio com povos vizinhos,
envolvendo escambo de metais, madeira e
produtos agrícolas. Utilizava-se, nesse
comércio, de DOCUMENTOS COMERCIAIS
QUE LEMBRAM FATURAS, CARTAS DE
CRÉDITO E RECIBOS. Pagavam suas
obrigações com moedas, barras de ouro ou de
prata, cuja unidade-padrão era o ciclo de prata.
Os sumérios tinham excelentes conhecimentos
de matemática, desenvolvendo cálculos de
multiplicação, divisão, raiz quadrada e cúbica
O COMEÇO
“disse Guilherme Alague, arqueólogo
especializado no estudo da Mesopotâmia,
da Universidade de San Diego. Um dos
achados mais impressionante foi o de
esqueletos de crianças. Por causa de seu
tamanho reduzido, elas eram usadas na
escavação de novos túneis e na extração
do minério nas estreitas galerias.”
O COMEÇO
segundo Werner, “Por volta do ano 2000
a.C., quanto mais o olhar se afasta do
Crescente Fértil, mais esparsos são os
vestígios de vida civilizada e de cultura.
Dir-se-ia que os povos dos outros
continentes dormiam como crianças
prestes a despertar.”
O COMEÇO
“Na Ásia Menor, no coração da atual
Turquia, lançam se os fundamentos do
poderoso reino dos antigos hititas. Na
Mesopotâmia, entre o Eufrates e o Tigre,
dominam os reis da Suméria e de Acad
que têm como tributários os reinos
menores desde o golfo Pérsico às
nascentes do Eufrates”
Direitos Cuneiformes
Escrita cuneiforme foi desenvolvida
pelos sumérios e é a designação
geral dada a certos tipos de
escrita feitas com auxílio de
objetos em formato de cunha. É,
juntamente com os hieróglifos
egípcios, o mais antigo tipo
conhecido de escrita, tendo sido
criado pelos sumérios por volta
de 3500 a.C. Inicialmente a
escrita representava formas do
mundo (pictogramas), mas por
praticidade as formas foram se
tornando mais simples e
abstratas.
Direitos Cuneiformes
• São aqueles ordenamentos da maior parte dos
povos do Oriente, próximo da antigüidade, cuja
escrita, particularmente ideográfica, era
efetuada através de uma cunha ou prego, em
tabletes de argila.
• Os primeiros vestígios de uma sociedade
organizada encontram-se nas cidades-templos
sumérias, que eram principados independentes
em que o poder se concentrava nas
assembléias de sacerdotes.
• O auge da evolução jurídica desses
ordenamentos se dá na época de Hammurabi,
com a consolidação do poder da Babilônia.
Direitos Cuneiformes
características
• Direitos Cuneiformes eram eminentemente
ligados à noção de sagrado.
• Regra processual era pouquíssima
desenvolvida, com absoluta improvisação.
• Sob o aspecto formal, a estrutura dos direitos
cuneiformes em geral, é composta por um
prólogo, o corpo de leis e o epílogo. É
justamente o caso de Ur-Nammu, Lipit-Ishtar e
Hamurábi.
Direitos Cuneiformes
características
• Direito Penal foi o ramo por excelência a se
materializar com maior evidência entre os povos
do passado.
• Penas: mutilação, decapitação, crucificação, a
morte na fogueira ou na forca,
apedrejamento,banimento...
• Direito Civil inúmeros contratos das mais
variadas naturezas e objetos.
• Exemplos: locação, empréstimo, a doação,a
compra e venda, o arrendamento, o penhor.
“A nação suméria foi invadida pelos semitas e no
decorrer dos séculos estes povos se
misturaram, a ponto de se transformarem em
uma só nação, que ficou conhecida pelo nome
de sua capital: a BABILÔNIA. Dois legados que
chegaram até nós são considerados como os
mais marcantes frutos dessa civilização. São um
elaborado sistema de leis que veio a ficar
conhecido como o CÓDIGO DO REI
HAMURÁBI (que é o que mais interessa neste
relato) e os jardins suspensos da Babilônia,
mandados construir séculos depois pelo rei
Nabucodonosor ”
AS PRIMEIRAS CODIFICAÇÕES
“O CÓDIGO DO REI HAMURÁBI,
encontrado numa placa de pedra (estela)
na cidade de Susa, continha leis
compiladas pelo rei Hamurábi mas,
segundo a maioria dos historiadores e
pesquisadores, nada mais era senão uma
revisão do código sumeriano de Dungi,
que serviu de base para o Direito exercido
pelos povos babilônicos, assírios, caldeus
e hebreus ”
AS PRIMEIRAS CODIFICAÇÕES

Dentre os primeiros esforços da


humanidade em formular regras de
Direitos, podemos destacar:
• as leis de Ur-Nammu ( a.C.);
• as leis de Lipit-Istar (a.C.);
• as leis de Eshnunna (a.C.);
• o “Código” de Hammurabi (a.C.).
• As datas são inexatas
A PRIMEIRA CODIFICAÇÃO
“em 1955 a.C. — 1913 a.C. o Rei HAMURÁBI, com a
vitória que obteve sobre Rim-Sim, consegue unir
toda a Babilônia sob seu cetro e desenvolve a
cultura, que também sob sua regência alcança o
apogeu. Com Hamurábi são consolidadas Leis que
compõem uma coleção formando um verdadeiro
código desenvolvendo leis civis, comerciais e
penais, a par com leis canônicas, a exemplo do que
vai ocorrer com a Roma dos Césares e dos príncipes
até a Idade das Trevas, Média e Alta com seqüência
alternativa até o nosso século XX para o século
XXI.”
A PRIMEIRA CODIFICAÇÃO
“No alto da pedra onde as leis de Hamurábi
foram gravadas está o Rei reverenciando
Shamash, o qual segura os símbolos da
justiça. No epílogo, Hamurábi diz: “Eu sou o
rei mais importante entre reis, minhas
palavras são escolhidas, minha habilidade
não tem igual. Por ordem de Shamash, o
grande juiz do Céu e da Terra, possa minha
justiça prevalecer na Terra; pela palavra de
Marduk, meu senhor, nunca exista alguém
que a mude.”
“Khammu-rabi”
recebendo a insígnia
do reinado e da
justiça de Shamash,
deus dos oráculos.
O texto de 281 preceitos
(indo de 1 a 282 mas
excluindo a cláusula 13 por
superstições da época) foi
reencontrado sob as ruínas
de Susa por uma delegação
francesa na Pérsia e
transportado para o Museu
do Louvre, Paris. Consiste
em um monumento talhado
em dura pedra negra e
cilíndrica de diorito. O tronco
de pedra possui 2,25m de
altura, 1,60m de
circunferência na parte
superior e 1,90m na base.
O código apresenta,
dispostas em 46 colunas de
3.600 linhas, a jurisprudência
de seu tempo, um
agrupamento de disposições
casuísticas, de ordem civil,
penal e administrativa.
Mesmo havendo sido
formulado a cerca de 4000
anos, o Código de Hamurabi
apresenta algumas tentativas
primeiras de garantias dos
direitos humanos
Em síntese, o código definia a sua justiça em
termos de olho por olho, dente por dente, etc. A
vítima levava seu ofensor a um tribunal que,
segundo consta, poderia ter sido no templo
consagrado aos deuses ou nas suas
proximidades ... LEI DE TALIÃO ...
HODIERNAMERNTE ... BUSCA-SE O SATUS
QUO ANTE ... REPARAÇÃO ... INDENIZAÇÃO
OS JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA
OS JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA
TORRE DE BABEL

(em acadiano, é “bab ilu” que significa “Porta de Deus”)


TORRE DE BABEL
É mencionado no livro do Gênesis como uma
torre enorme construída pelos descendentes
de Noé. Seria Nimrod, filho de Cus, que teria
mandado construir a torre-templo, com a
finalidade de tocar os céus. Deus irritado com a
ousadia humana, teria feito com que todos os
trabalhadores da obra começassem a falar
idiomas diferentes, de modo que não se
pudessem entender e assim abandonaram a
sua construção. Segundo a Bíblia (Gênesis
10;10; 11;1-9) , foi este episódio que explica a
origem dos idiomas da humanidade.
TORRE DE BABEL
Não se sabe se realmente foi construído. Os
arqueólogos acreditam que a Torre de Babel
teria sido o Templo de Etemenanki, (E-teme-
nan-ki, que significa em sumério, “Casa da
fundação dos céus e da terra”) e teria sido um
edificio com cerca de 7 pisos. È o maior dos
zigurates encontrados na região e uma das
maiores construções efectuadas pelo homem
na Antiguidade. A Torre de Babel era do
conhecimento dos povos do Crescente Fértil.
PARALELO
1.Se alguém enganar a
outrem, difamando esta
pessoa, e este outrem não
puder provar, então que
aquele que enganou deve
ser condenado à morte.
1. Se alguém enganar a outrem, difamando esta
pessoa, e este outrem não puder provar, então que
aquele que enganou deve ser condenado à morte.
ELEMENTOS: ESTELIONATO, CALÚNIA, INJÚRIA E
DIFAMAÇÃO, ALÉM DO ÔNUS DA PROVA E A PENA
Vide: CÓDIGO PENAL
Das Penas – Capítulo I das espécies de Pena.
Art. 32. As penas são:
I – privativa de liberdade
II – restritiva de direitos
III – de multa
Estelionato. Art. 171 do CP “Obter, para si
ou para outrem, vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil,
ou qualquer outro meio fraudulento:
pena – reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.
Calúnia. Art. 138. CP fato definido como
crime
Difamação. Art. 139. CP ofensa a
reputação
Injúria. Art. 140. CP palavras vagas e
imprecisas
Código de Processo Civil
Do ônus da Prova
O ônus da prova consiste na conduta processual exigida
da parte para que a verdade dos fatos por ela aduzidos
seja reconhecida pelo magistrado. Assim, em geral, o
ônus da prova dependerá da posição processual que a
parte sustentar na lide: o autor caberá comprovar os
fatos constitutivos do seu direito, enquanto ao réu
competirá comprovar os fatos impeditivos, modificativos
ou extintivos do direito do autor.
Porém, em certas situações e desde que preenchidos
determinados requisitos, a legislação inverte o ônus da
prova, com o escopo de facilitar a defesa de direito de
uma das partes. Exemplo disso é o Código de Defesa
do Consumidor.
2. Se alguém fizer uma acusação a
outrem, e o acusado for ao rio e pular
neste rio, se ele afundar, seu acusador
deverá tomar posse da casa do
culpado, e se ele escapar sem
ferimentos, o acusado não será
culpado, e então aquele que fez a
acusação deverá ser condenado à
morte, enquanto que aquele que pulou
no rio deve tomar posse da casa que
pertencia a seu acusador.
3. Se alguém trouxer uma acusação de um crime frente
aos anciões, e este alguém não trouxer provas, se
for pena capital, este alguém deverá ser condenado
à morte.
(...)

5. Um juiz deve julgar um caso, alcançar um veredicto e


apresentá-lo por escrito. Se erro posterior aparecer
na decisão do juiz, e tal juiz for culpado, então ele
deverá pagar doze vezes a pena que ele mesmo
instituiu para o caso, sendo publicamente destituído
de sua posição de juiz, e jamais sentar-se novamente
para efetuar julgamentos.
RESPONSABILIDADE DO JUIZ

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


CAPÍTULO IV
DO JUIZ
SEÇÃO I
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA
RESPONSABILIDADE DO JUIZ
ARTIGO 125 E SS
6. Se alguém roubar a propriedade de um templo ou
corte, ele deve ser condenado à morte, e também
aquele que receber o produto do roubo do ladrão
deve ser igualmente condenado à morte.

ROUBO, RECEPTAÇÃO...
VIDE CÓDIGO PENAL

FURTO ART. 155. CP


ROUBO ART. 157 CP
RECEPTAÇÃO ART. 180 CP
7. Se alguém comprar o filho ou o escravo de outro
homem sem testemunhas ou um contrato, prata ou
ouro, um escravo ou escrava, um boi ou ovelha, uma
cabra ou seja o que for, se ele tomar este bem, este
alguém será considerado um ladrão e deverá ser
condenado à morte.

Redução a condução análoga à de escravo. Art. 149 CP


JÁ SE FALAVA EM FORMA DOS CONTRATOS E
SEGURANÇA JURÍDICA
Art. 104. Código Civil Brasileiro
Art. 107. Código Civil Brasileiro
Art. 108. Código Civil Brasileiro
Art. 227. Código Civil Brasileiro
9. Se alguém perder algo e encontrar este objeto na posse
de outro: se a pessoa em cuja posse estiver o objeto
disser " um mercador vendeu isto para mim, eu paguei
por este objeto na frente de testemunhas" e se o
proprietário disse" eu trarei testemunhas para que
conhecem minha propriedade" , então o comprador
deverá trazer o mercador de quem comprou o objeto e
as testemunhas que o viram fazer isto, e o proprietário
deverá trazer testemunhas que possam identificar sua
propriedade. O juiz deve examinar os testemunhos dos
dois lados, inclusive o das testemunhas. Se o mercador
for considerado pelas provas ser um ladrão, ele deverá
ser condenado à morte. O dono do artigo perdido recebe
então sua propriedade e aquele que a comprou recebe o
dinheiro pago por ela das posses do mercador.
PROCESSO E PROCEDIMENTO
PROCESSO É MÉTODO, “ISTO É, O SISTEMA DE
COMPOR A LIDE EM JUÍZO ATRAVÉS DE UMA
RELAÇÃO VINCULATIVA DE DIREITO PÚBLICO”,
ENQUANTO PROCEDIMENTO “É A FORMA
MATERIAL COM QUE O PROCESSO SE REALIZA EM
CADA CASO CONCRETO”. O PROCEDIMENTO DÁ A
EXTERIORIDADE AO PROCESSO, OU À RELAÇÃO
PROCESSUAL, REVELANDO-LHE O MODUS
FACIENDI COM QUE SE VAI ATINGIR O ESCOPO DA
TUTELA JURISDICIONAL. EM OUTRAS PALAVRAS, É
O PROCEDIMENTO QUE, NOS DIFERENTES TIPOS
DE DEMANDA, DEFINE E ORDENA OS DIVERSOS
ATOS PROCESSUAIS NECESSÁRIOS”.
HUMBERTO THEODORO JÚNIOR
VIDE ART. 270 CPC
10. Se o comprador não trouxer o mercador e
testemunhas ante quem ele comprou o artigo,
mas seu proprietário trouxer testemunhas para
identificar o objeto, então o comprador é o
ladrão e deve ser condenado à morte, sendo
que o proprietário recebe a propriedade perdida.

Paralelo com a Justiça do Trabalho

PROVA TESTEMUNHAL – COMPARECIMENTO


ESPONTÂNEO E INTIMAÇÃO – NÚMERO DE
TESTEMUNHAS
PROVA TESTEMUNHAL – COMPARECIMENTO
ESPONTÂNEO E INTIMAÇÃO – NÚMERO DE
TESTEMUNHAS
VIDE
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS – CLT

ART. 821
ART. 825. e PARÁGRAFO ÚNICO
ART. 829
11. Se o proprietário não trouxer testemunhas para
identificar o artigo perdido, então ele está mal-
intencionado, e deve ser condenado à morte.

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
VIDE CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
SEÇÃO II
DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO
PROCESSUAL
ART. 16 e ss
12. Se as testemunhas não estiverem disponíveis,
então o juiz deve estabelecer um limite, que se
expire em seis meses. Se suas testemunhas
não aparecerem dentro de seis meses, o juiz
estará agindo de má fé e deverá pagar a multa
do caso pendente.
VIDE CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
CAPÍTULO III
DOS PRAZOS
ART. 177 e ss
[Nota: não há 13ªLei no Código, 13 provavelmente sendo
considerado um número de azar ou então sacro]
21. Se alguém arrombar uma casa, ele deverá ser
condenado à morte na frente do local do arrombamento
e ser enterrado.

22. Se estiver cometendo um roubo e for pego em


flagrante, então ele deverá ser condenado à morte.

VIDE
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL
A PRISÃO EM FLAGRANTE E A PRISÃO PREVENTIVA
VIII – A PRISÃO EM FLAGRANTE E A PRISÃO
PREVENTIVA SÃO DEFINIDAS COM MAIS LATITUDE
DO QUE A LEGISLAÇÃO EM VIGOR. O CLAMOR
PÚBLICO DEIXA DE SER CONDIÇÃO NECESSÁRIA
PARA QUE SE EQUIPARE AO ESTADO DE
FLAGRÂNCIA O CASO EM QUE O CRIMINOSO, APÓS
A PRÁTICA DO CRIME, ESTÁ A FUGIR. BASTA QUE,
VINDO DE COMETER O CRIME, O FUGITIVO SEJA
PERSEGUIDO “PELA AUTORIDADE, PELO OFENDIDO
OU POR QUALQUER PESSOA, EM SITUAÇÃO QUE
FAÇA PRESUMIR SER AUTOR DA INFRAÇÃO”:
PRESO EM TAIS CONDIÇÕES, ENTENDE-SE PRESO
EM FLAGRANTE DELITO. CONSIDERA-SE,
IGUALMENTE, EM ESTADO DE FLAGRÂNCIA O
INDIVÍDUO QUE, LOGO EM SEGUIDA À
PERPETRAÇÃO DO CRIME, É ENCONTRADO “COM O
INSTRUMENTO, ARMAS, OBJETOS OU PAPÉIS QUE
FAÇAM PRESUMIR SER AUTOR DA INFRAÇÃO”.
48 - Se alguém tem um débito a juros, e uma
tempestade devasta o seu campo ou destrói a
colheita, ou por falta d'água não cresce o trigo
no campo, ele não deverá nesse ano dar trigo
ao credor, deverá modificar sua tábua de
contrato e não pagar juros por esse ano.

EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR


51 - Se não tem dinheiro para entregar,
deverá dar ao negociante trigo ou
sésamo pela importância do dinheiro,
que recebeu do negociante e os juros
conforme a taxa real.

DAÇÃO EM PAGAMENTO
116. Se o prisioneiro morrer na prisão por mau tratamento,
o chefe da prisão deverá condenar o mercador frente ao
juiz. Caso o prisioneiro seja um homem livre, o filho do
mercador deverá ser condenado à morte; se ele era um
escravo, ele deverá pagar 1/3 de uma mina em outro, e
o chefe de prisão deve pagar pela negligência.
RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA E SUBJETIVA
PRESSUPOSTOS
DANO – CULPA – NEXO DE CAUSALIDADE
DA CULPA
NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA E IMPERÍCIA
120 - Se alguém deposita o seu trigo na casa de
outro e no monte de trigo se produz um dano
ou o proprietário da casa abre o celeiro e
subtrai o trigo ou nega, enfim, que na sua casa
tenha sido depositado o trigo, o dono do trigo
deverá perante Deus reclamar o seu trigo e o
proprietário da casa deverá restituir o trigo que
tomou, sem diminuição, ao seu dono.

CONTRATO DE DEPÓSITO
125 - Se alguém dá em depósito os seus bens e
aí por infração ou roubo os seus bens se
perdem com os do proprietário da casa, o dono
desta, que suporta o peso da negligência,
deverá indenizar tudo que lhe foi consignado
em depósito e que ele deixou perder. Mas, o
dono da casa poderá procurar os seus bens
perdidos e retomá-los do
Ladrão.

INDENIZAÇÃO
PERDAS E DANOS
128. Se um homem tomar uma mulher
como esposa, mas não tiver relações
com ela, esta mulher não será esposa
dele.

DO CASAMENTO

ART. 1511 DO CÓDIGO CIVIL


ART. 1556 e ss DO CÓDIGO CIVIL
129. Se a esposa de alguém for surpreendida em flagrante
com outro homem, ambos devem ser amarrados e jogados
dentro d'água, mas o marido pode perdoar a sua esposa,
assim como o rei perdoa a seus escravos.

ADULTÉRIO

Art. 240 do Código Penal


Revogado pela Lei 11.106/2005

Historicamente a prática de adultério era criminalmente mais grave


quando praticado pela mulher em relação ao homem. Hoje em dia, embora
tal discriminação não exista nas leis dos países ocidentais, ou tenha
perdido sua eficácia sociológica, na prática do dia a dia a conduta
continua a ser visto de forma diferenciada, dependendo do gênero de
quem realiza o adultério.
No direito medieval, os praxistas formularam gradação segundo a
gravidade como as figuras nudus cum nuda im oedem lectum (nu com
nua na cama) como modalidade mais grave e o solus cum sola im
solitudine (ele só com ela) como modalidade menos grave
Nos tempos atuais, esta violação ainda é punível severamente,
inclusive com pena de morte, em algumas partes do mundo,
geralmente nos países muçulmanos e, em outros locais,
notadamente na civilização ocidental, a punição se dá muito mais
brandamente embora ainda se constitua em causa eficiente para o
divórcio ou rescisão do casamento. Porém, os relacionamentos
com terceiros, eventualmente, são aceitos em algumas
circunstâncias como o demonstram as práticas cada vez mais
assumidas publica e socialmente de swing.

No Brasil, a prática do adultério já foi capitulada como crime pelo


Código Penal, tendo sido revogado em 2005 pela Lei 11.106.

A maioria das legislações contém gradação da gravidade da


prática do adultério, algumas reservam penas mais severas
quando, por exemplo, ele é praticado com parentes do cônjuge
vitimado.
ADULTÉRIO NA BÍBLIA

ANTIGO TESTAMENTO – POLIGAMIA MASCULINA – DEUTERONÔMIO 24:1


NOVO TESTAMENTO – PRÁTICA PROIBIDA
130. Se um homem violar a esposa (prometida ou
esposa-criança) de outro homem, o violador deverá ser
condenado à morte, mas a esposa estará isenta de
qualquer culpa.

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
Estupro
Art. 213. Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave
ameaça
Atentado violento ao pudor
Art. 214. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar
ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal
Posse sexual mediante fraude
Art. 215. Ter conjunção carnal com mulher, mediante fraude
Assédio sexual
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função."
138. Se um homem quiser se separar de sua esposa que
lhe deu filhos, ele deve dar a ela a quantia do preço que
pagou por ela e o dote que ela trouxe da casa de seu pai, e
deixá-la partir.

148. Se um homem tomar uma esposa, e ela adoecer, se


ele então desejar tomar uma Segunda esposa, ele não
deverá abandonar sua primeira esposa que foi atacada por
uma doença, devendo mantê-la em casa e sustentá-la na
casa que construiu para ela enquanto esta mulher viver.

ALIMENTOS
LEI 5478 DE JULHO DE 1968
185. Se um homem adotar uma criança e der seu nome a
ela como filho, criando-o, este filho crescido não poderá ser
reclamado por outrém.

186. Se um homem adotar uma criança e esta criança ferir


seu pai ou mãe adotivos, então esta criança adotada
deverá ser devolvida à casa de seu pai.

190. Se um homem não sustentar a criança que adotou


como filho e criá-lo com outras crianças, então o filho
adotivo pode retornar à casa de seu pai.

ADOÇÃO – CÓDIGO CIVIL – ART. 1618


191. Se um homem, que tenha adotado e criado
um filho, fundado um lar e tido filhos, desejar
desistir de seu filho adotivo, este filho não
deve simplesmente desistir de seus direitos.
Seu pai adotivo deve dar-lhe parte da legítima,
e só então o filho adotivo poderá partir, se
quiser. Ele não deve dar, porém, campo, jardim
ou casa a este filho.

DA SUCESSÃO LEGÍTIMA

ART. 1789 CÓDIGO CIVIL

ART. 1829. CÓDIGO CIVIL


DELITOS E PENAS
(LESÕES CORPORAIS, TALIÃO, INDENIZAÇÃO
E COMPOSIÇÃO)

196 - Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe


deverá arrancar o olho.
197 - Se ele quebra o osso a um outro, se lhe
deverá quebrar o osso.
200 - Se alguém parte os dentes de um outro, de
igual condição, deverá ter partidos os seus dentes.
206 - Se alguém bate um outro em rixa e lhe faz
uma ferida, ele deverá jurar : "eu não o bati de
propósito", e pagar o médico.
DELITOS E PENAS
(LESÕES CORPORAIS, TALIÃO, INDENIZAÇÃO
E COMPOSIÇÃO)

229 - Se um arquiteto constrói para alguém e não


o faz solidamente e a casa que ele construiu cai e
fere de morte o proprietário, esse arquiteto deverá
ser morto.
230 - Se fere de morte o filho do proprietário,
deverá ser morto o filho do arquiteto.
235 - Se um bateleiro constrói para
alguém um barco e não o faz
solidamente, se no mesmo ano o barco é
expedido e sofre avaria, o bateleiro
deverá desfazer o barco e refazê-lo
solidamente à sua custa; o barco sólido
ele deverá dá-lo ao proprietário.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


(...)

“...Para que o forte não prejudique o mais


fraco, afim de proteger as viúvas e os órfãos,
ergui a Babilônia...para falar de justiça a toda a
terra, para resolver todas as disputas e sanar
todos os ferimentos, elaborei estas palavras
preciosas...” (retirado do Epílogo do Código
de Hamurabi)
A Babilônia, do mesmo modo que foi unificada com a
miscigenação dos povos que naquela terra habitavam em
determinada época (século XVIII a.C.), dividiu-se formando
dois estados. O Novo Estado tomou o nome de Assíria, que
queria dizer “terra do deus Ashur”. Esse era um povo
extremamente guerreiro que foi reconquistado pela
Babilônia em 612 a.C. Mais tarde surge o Império Persa
formado pela Ásia Menor, Babilônia, Afeganistão e, depois
do falecimento do grande rei persa, Ciro, o Egito. Durante o
reinado de Dario (522 — 486 a.C.) foi composto um código
abrangendo todos os aspectos legais do Império Persa
formado pelos países a que já me referi acima. Mas nessa
época já existia Roma (ano 753 a.C.) e o último dos três
reis etruscos, Tarquínio, o Soberbo, foi deposto em 509
a.C., o que transformou Roma em uma república. Porém,
vamos retornar aos alhures da civilização para nos
determos no Egito
DIREITO EGIPCIO

DIREITO NO EGITO
O Egito surgiu como estado soberano e
unificado entre 5000 e 3000 a.C. Todavia,
antes, o reino era dividido em dois: o Alto e o
Baixo Egito. Por volta do ano 3000 houve a
reunificação definitiva, passando a haver um
só Egito. Esta façanha é creditada a Menés,
que construiu a capital do “novo” estado,
batizada de Mênfis. Também foi mais ou
menos nessa época que foi criada a escrita
dos hieróglifos. O Antigo Império do Egito foi
um estado teocrático governado por um “rei
divino”. O Egito foi decaindo até ser
invadido, perdendo o delta do rio Nilo (e a
Mesopotâmia) para os Hicsos, que
dominaram o Egito por mais de cem anos.
Mais tarde o Egito se tornou outra vez pujante
e Tutmés I (1506 —1494 a.C.) conquistou
toda a Palestina e a Síria. Ramsés II,
sabiamente, faz a paz com os hititas (1290 —
1224 a.C.), casando-se com uma princesa
hitita. Passa-se o tempo e para nós, a fase
que mais nos interessa é a que ocorre em
meados do I século a.C. quando Roma volta
a alterar o poder no Egito. Todavia, foi só
depois da derrota de Cleópatra na batalha
naval de Ácio, em 31 a.C., que Roma
apodera-se de fato e de direito do Egito .
CRENÇAS

KA (CORPO)
RA (ALMA)

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
E ADMINISTRATIVA
- Monarquia centralizada
- Divisão administrativa em
42 nomos
SOCIEDADE
A sociedade egípcia era heterogênea, dos quais se
destacam 3 ordens principais:
• Faraó e sua família;
• Nobreza (detentora real das terras), Escribas
(burocratas) e o Clero (sacerdotes);
• Felás (camponeses, trabalham presos a terra e
em obras públicas);
Cabe ressaltar que entre a segunda e a terceira
camada, havia ainda pequenos artesãos,
militares, o baixo clero, e comerciantes
incipientes que não bem representavam uma
nova camada, mas indivíduos sem ordenação
política, dependente dos superiores.
Ocorrem escravos, mas em número não relevante
CLASSES SOCIAIS
O faraó era um rei todo-
poderoso, proprietário de
todo o território. Os campos,
os desertos, as minas, os
rios, os homens, as
mulheres, o gado e todos os
animais – tudo lhe pertencia.
Ele era ao mesmo tempo
rei, juiz, sacerdote,
tesoureiro, general. Era ele
que decidia e dirigia tudo,
mas, não podendo estar em
todos os lugares, distribuía
obrigações para centenas
de funcionários que o
auxiliavam na administração
do Egito
CLASSES SOCIAIS

Os sacerdotes tinham enorme prestígio e


poder, tanto espiritual como material, pois
administrava as riquezas e os bens dos
grandes e ricos templos. Eram também os
sábios do Egito, guardadores do segredos
das ciências e dos mistérios religiosos com
seus inúmeros deuses.
CLASSES SOCIAIS

Dos altos funcionários, o mais importante


era o vizir, responsável pela administração
do império. Ele controlava a arrecadação de
impostos, chefiava a policia, fiscalizava as
construções e as obras públicas, além de
presidir o mais alto tribunal de justiça e ser
o comandante-em-chefe das tropas
CLASSES SOCIAIS

Os nomarcas eram administradores das


províncias ou nomos. Assumiam funções
importantes em suas províncias, como as
de juizes e chefe político e militar, mas
estavam subordinados ao poder de faraó
CLASSES SOCIAIS

• Os guerreiros defendiam o reino e


auxiliavam na manutenção de paz. Eram
respeitados pelo faraó e pela sociedade.

• Os escribas, provenientes das famílias


ricas e poderosas, aprendiam a ler e a
escrever e se dedicavam a registrar,
documentar e contabilizar documentos e
atividades da vida no Egito.
RELIGIÃO

• Zoomorfismo: Feições ou formas de


animais;
• Antropomorfismo: Caracterização de
Deus com aspectos humanos;
• Antropozoomorfimos: Fusão das
anteriores;
RELIGIÃO

A representação habitual de
Rá era na forma de um
homem com cabeça de
falcão encimada pelo disco
solar e pelo uraeus
(serpente sagrada que
cuspia fogo, destruindo
desta forma os inimigos do
deus), segurando nas mãos
o ankh e o ceptro uase.
PAGANISMO

Egito Antigo, que diz que "o que


está acima é como o que está
abaixo e o que está abaixo é
como o que está acima",
compreendemos que esta
asserção busca nos dizer que a
natureza dos Criadores é a
mesma de suas criaturas. Os
pagãos buscam, dessa feita,
compreender "o que está acima" -
seus deuses - conhecendo "o que
está abaixo" - a Natureza e seus
semelhantes
ANÚBIS

Anúbis, também conhecido como Anupu,


ou Anupo e cujo nome hieroglífico é
traduzido mais propriamente como
Anpu, é o antigo deus egípcio da morte
e dos moribundos, por vezes também
considerado deus do submundo.
Conhecido como deus do
embalsamamento, presidia às
mumificações e era também o guardião
das necrópoles, das tumbas, e o juiz
dos mortos. Os egípcios acreditavam
que no julgamento de um morto era
pesado seu coração e a pena da
verdade(como podemos ver em muitas
gravuras egípcias). Era quem guiava a
alma dos mortos no Além.
Cultura e Técnicas
*Domínio do cobre
*Utilizam a roda oleiro - produzem cerâmica utilitária
*Uso da pedra na estatuária e na construção
*Descoberta do papiro
*Descoberta e desenvolvimento da escrita e do
cálculo. Cálculo decimal. Medidas lineares e de
capacidade.
*Heliópolis - local de grande desenvolvimento dos
conhecimentos astronômicos. Desenvolvimento
de um calendário de 12 meses e 30 dias
*Culto dos mortos e mumificação
MUMIFICAÇÃO
Para eles, no momento da morte, a alma (Rá)
deixava o corpo (Ká), mas ela podia
continuar a viver no reino de Osíris ou de
Amon-Rá. Isso seria possível somente se
fosse conservado o corpo que devia
sustentá-la. Daí vinha a importância de
embalsamar ou mumificar o corpo para
impedir que o mesmo se descompusesse.
Para assegurar a sobrevivência da alma,
caso a múmia fosse destruída, colocava-se
no túmulo estatuetas do morto.
MUMIFICAÇÃO
O processo de mumificação
acontecia da seguinte
maneira: o sacerdote abria o
corpo do morto ao meio
tirando seus órgãos moles (os
órgãos que apodrecem
rápido). Depois cortava o
nariz de forma que pudesse
retirar o cérebro com um
gancho especializado. O
sacerdote colocava dentro do
corpo do morto alguns
medicamentos. Após todo o
ritual, o sacerdote amarrava
uma espécie de pano que
ajudava a conservar o corpo.
CURIOSIDADE
menina cadaver
Isso não é uma escultura. É um
cadáver mesmo. Trata-se do
corpo de Rosalia Lombardo,
uma menina de dois anos de
idade que morreu de pneumonia
na Itália em 1920. Rosalia
Lombardo é a mais famosa
múmia descoberta numa
catacumba de um monastério
Siciliano em Palermo. Os
monges apelidaram o corpo de
“beleza adormecida
.
Só recentemente uma equipe de especialistas da National Geographic Magazine
teve acesso ao corpo e usando métodos científicos conseguiu determinar a
formulação desenvolvida por Alfredo Salafia, um taxidermista que preparou o corpo
da menina para que nunca perdesse sua beleza.
Descobriu-se que o preparador do corpo havia injetado na menina uma mistura de
formol, sais de zinco, álcool e acredite se quiser: ASPIRINA, além de glicerina.
ARQUITETURA
• Mastabas: As mastabas eram
túmulos recobertos com lajes de
pedra ou de tijolo especial. Tinham
uma capela, a câmara do morto e
outros compartimentos.
• Hipogeus: Túmulos escavados nas
rochas, próximo às barrancas do
Nilo. O hipogeu mais famoso foi
Tutancâmon, situado no Vale dos
Reis.
• Esfinge: As esfinges eram as
guardiãs dos templos e das
pirâmides. A esfinge diante da
pirâmide de Quéfren tem cabeça de
gente e corpo de leão.
• Obelisco: Monumento feito de uma
só pedra em forma de agulha para
marcar algum fato ou realização.
Representa também um raio do
Deus Sol.
CASAMENTO NO EGITO
O casamento no Antigo Egito era um acto do foro privado, a concretização do
desejo de viver em conjunto, sem qualquer tipo de enquadramento jurídico e sem
necessidade de sanção religiosa
A língua egípcia não possuía uma palavra para "casamento". Apesar disso, os
textos da literatura sapiencial, como o Ensinamento de Ptah-hotep, recomendam
o homem a casar e a fundar uma família assim que as suas condições materiais o
permitam. Nestes mesmos textos o homem é aconselhado a amar e a procurar
agradar a sua esposa. A arte egípcia fez também eco da valorização do
casamento, como atestam as esculturas e as pinturas nos túmulos nas quais o
homem surge acompanhado pela sua esposa, que o abraça carinhosamente.
CASAMENTO NO EGITO
• A aprovação paterna era condição obrigatória para a realização do casamento, sendo concedida após as negociações com a
família do pretendente. O noivado concretizava-se com a troca de presentes entre as famílias.
• O casamento entre primos foi freqüente, registrando-se também um número significativo de casamentos entre tios paternos e
sobrinhas e tias paternas e sobrinhos. O casamento entre irmãos existiu apenas na família real e tinha como objetivo fomentar
a coesão; mesmo assim, deve ser referido que se tratava frequentemente de meios-irmãos.
• Uma vez casados o casal instalava-se na sua casa, que era em princípio proporcionada pela família do homem. Esta também
deveria fornecer terras e outros bens materiais necessários à vida em comum.
• A autoridade máxima da casa residia no homem. A mulher casada precedia o seu nome com o título de "nebet-per", o que
significa "a dona da casa".
POLIGAMIA E CONCUBINATO
• O casamento entre os antigos egípcios era monogâmico, mas nos casos em que a condição econômica o permitisse
o homem poderia ter concubinas. Contudo, o estatuto destas era inferior à da esposa legítima. As concubinas
poderiam viver na casa dos seus amantes, mas estavam sujeitas à vontade deste: se o homem deixasse de se sentir
interessado por ela poderia expulsá-la. Os filhos que esta tivesse poderiam depois ser adotados pelo pai.
• A poligamia foi comum entre os faraós. Para além da esposa principal (a "grande esposa real"), os faraós tinham um
harém integrado por várias mulheres. Os haréns possuíam uma estrutura hierarquizada, ocupando a "grande esposa
real" o topo (esta estava presente nas cerimônias oficiais junto com o faraó, sendo em princípio o seu filho
primogênito que sucederia ao faraó). O harém era de certa forma um prolongamento da vida política e diplomática, já
que servia para cimentar alianças, quer fosse com as forças políticas que existiam no país (casamento do faraó com
filhas dos governadores das províncias, por exemplo) ou com os países vizinhos
EGITO

DIVÓRCIO

O divórcio encontrava-se previsto em casos como o adultério ou a esterilidade. O adultério


recriminado era o feminino. À semelhança do casamento não se verificava qualquer tipo de
intervenção por parte da lei ou da religião.
EGITO

Direito criminal consubstanciado por Penas Bizarras

Diversos procedimentos eram adotados pelas autoridades em caso de aplicação da flagelação.


Uso de varas e tortura para “arrancar confissões”
No que concerne à pena de morte, as execuções podiam incluir “o abandono do condenado à voracidade dos crocodilos”,
o “estrangulamento”, a “decapitação”, a “fogueira”, o “embalsamento em vida” e, até mesmo, a “empalação”.
EGITO

Contribuição para o Direito Internacional

Celebração de

TRATADOS INTERNACIONAIS

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