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FOCADOS EM

JESUS
EBD - Escola Bíblica Discipuladora

Elaborado e organizado por Marcos Davi e Juliana Kerske

4º trimestre de 2018
Focados em Jesus

Jesus é o assunto principal de toda Bíblia. Ele dividiu a


história humana em antes e depois dele. Ele é o Cabeça da Igreja.
O Alfa e o Ômega. O principio e o fim. Tudo é Dele, são feitas
por meio Dele e são para Ele. Ele é o caminho, a verdade e a
vida!!
O melhor de Deus não está por vir, já veio, está entre nós e
se chama Jesus.
Focar em Jesus é torna-lo nosso assunto principal, nossa
conversa do dia a dia e o propósito de todos os nossos
movimentos, sonhos e planos.
Quando descobrimos que a nossa fé precisa estar
fundamentada em Cristo e nada mais, mergulhamos
profundamente na essência do verdadeiro evangelho. Ele é o
nosso referencial de amor, de graça e de justiça. Seus
relacionamentos nos inspiram. Suas palavras nos transformam.
Sua compaixão nos constrange.
Nestas próximas lições olharemos para Ele como razão da
nossa vida. Como Senhor da nossa história e nosso Bendito
Salvador.

“Para quem iremos nós Senhor.”


João 6:68

Pr. Marcos Davi

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LIÇÃO 1
PARA ONDE VOCÊ
ESTÁ INDO?

“Quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve.”


Lewis Carrol

Q
ual será a importância de termos uma visão? Visão é onde
queremos chegar. É o propósito que nos dará ânimo e coragem
para levantarmos todos para
alcançá-lo. Visão é onde
queremos chegar. É o
Eis a razão porque a propósito que nos
maioria
das instituições definem dará ânimo e coragem uma
visão. Elas querem pra levantarmos alcançar
uma excelência através do todos os dias para foco no
propósito para o qual elas alcança-lo. existem.
Por exemplo: “Ser o melhor do mundo na experiência de restaurante
de serviço rápido.” Essa é a visão da empresa McDonald’s.
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Mas e quando tratamos do reino? Daquilo que é espiritual. Será


que podemos também aplicar este conceito? Com certeza e você
perceberá isso nas próximas linhas.

1. A VISÃO DE DEUS FOI CRIAR O HOMEM PARA O


LOUVOR DE SUA GLÓRIA
“Tragam todos que me reconhecem como seu Deus, pois eu os criei
para minha glória; fui eu quem os formou.” (Isaias 43.7)

Este foi o propósito da criação. Fomos criados para Deus ser


glorificado através de nossas vidas. Na eternidade o Criador
estabeleceu uma visão que o moveria com graça e justiça para cumprir
pelo tempo necessário este propósito.

2. O FILHO DE DEUS TINHA UMA VISÃO E FOI


CAPAZ DE VIVE-LA ATÉ A MORTE
“Devemos prosseguir para outras cidades e lá também anunciar
minha mensagem. Foi para isso que vim.” (Marcos 1.38)
Sabemos que Jesus tinha um foco, uma visão, e seu propósito era
pregar o evangelho aos judeus e manifestar seu poder através de
milagres. Para a mulher Siro-Fenícia Ele disse que não podia tirar da
mesa dos filhos e dar aos cães (Mateus 15.26). O que o Mestre estava
ensinando é que havia uma visão a ser cumprida sobre os judeus.

3. A FALTA DE VISÃO GERA CONFUSÃO


Jesus disse aos seus discípulos: “Vocês sabem para onde eu estou
indo. Não sabemos para onde o Senhor vai, disse Tomé.” (João
14.4,5) – Quando não temos uma clareza sobre a visão, ficamos não
só confusos, mas tomados de medo e desespero.
Pense nisso agora e aplique à sua casa. Seus filhos sabem com clareza
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para onde você e seu cônjuge estão dirigindo a família? Pense agora
na empresa ou ainda melhor, pense na Igreja. Você sabe qual é a visão
da liderança pastoral?
Esta é a visão da ibaji:
“QUEREMOS SER COMO JESUS, ACOLHENDO E AMANDO
PESSOAS, PARA TRANSFORMAR VIDAS E RELACIONAMENTOS.”

Este é o propósito pelo qual nos movemos. Nossos recursos servem a


esta visão.

4. A VISÃO POSSUI VERBOS PORQUE ELA EXIGE


AÇÃO
Toda visão precisa ser mensurável e atingível. Nenhum de nós
desejará chegar em Marte. Uma visão precisa ser possível, ainda que
aparentemente difícil. Por isso é importante que compreendamos os
verbos que a declaração de visão nos propõe.
 Queremos - É um esforço de todos.
 Acolher – É mais que receber, é abraçar.
 Amar – É o que conecta as pessoas a Deus.
 Transformar – É a finalidade maior.
Uma visão deve nos tirar da nossa zona de conforto, porque aponta
um destino, uma jornada e um propósito.

Conclusão
Descobrir uma declaração de visão para nossa vida é extremamente
importante porque nos auxilia a focarmos nossos recursos e tempo
para o alcance dela. Jesus possuía uma visão bem clara e definida
para sua missão – buscar e salvar o que se havia perdido. Portanto é
imprescindível que seus seguidores também compreendam a
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necessidade de estabelecer uma visão que seja compatível com a do


Mestre. Nossa visão enquanto Igreja nos ajudará a concentrarmos
nossos esforços para o seu cumprimento para a glória de Deus.

COMO PODEMOS COLOCAR EM PRÁTICA O


APRENDIZADO DESTA LIÇÃO?

 Observe particularmente se sua família possui uma visão de


propósito e procure construir uma em conjunto.
 Atente para a necessidade de viver a mesma visão de Jesus
sendo seu discípulo.
 Envolva-se com a visão da Igreja que você pertence. Sirva
com integridade a missão de sua empresa e também da escola
em que você estuda.

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LIÇÃO 2
DIGNO DE SER IMITADO

Q “As mãos que fazem, valem mais que os lábios que oram.”
Madre Tereza de Calcutá
uerer ser como Jesus é uma disposição aguardada por Deus, porque
Ele espera que sejamos santos e perfeitos como Ele é. (1ª. Pedro 1.16
e Mateus 5.48) É evidente que uma vez que Deus deseje isso de cada
um de nós, haverá também de nos capacitar para alcançarmos isso. E
este é o segredo da vida cristã. Não somos quem deveríamos ser,
mas estamos longe de sermos quem éramos. Isso é significativo,
porque se percebemos que Deus nos tem transformado, é bem
provável que também creiamos que Ele nos tornará semelhantes ao
seu Filho.
É isso que o evangelista Lucas nos propõe nesta narrativa preciosa
do comissionamento do apóstolo Pedro.

Texto base: Lucas 5.1-11

1. FOMOS CHAMADOS A SENTIR O QUE JESUS SENTIA


Ele está cansado. Possivelmente já estava a ensinar por horas. A multidão
sedenta por suas palavras avança lentamente em sua direção na esperança
de poder tê-lo mais perto. Mas para que todos pudessem ouvi-lo Jesus
recua na estratégia de poder falar a todos até que se dá conta de que as
ondas da praia estão batendo em sua canela.

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O que Ele faz? Dispensa a multidão? Manda todos para casa e encerra o
sermão? NÃO. Ele pede o barco emprestado a Pedro e de lá, sentado,
continuar a ministrar.

Você sabe o que o estimulou a fazer isso? A compaixão.


É isto o que Jesus sentia. Uma empatia pelo outro. Outros evitariam a
multidão, mas não Ele. Seu coração é incapaz de dispensar ouvidos tão
carentes de uma palavra de encorajamento e de esperança.
Nos tornamos semelhantes a Jesus quando nos importamos com o outro
também. Quando dispensamos atenção e carinho aos que cruzam o nosso
caminho.

Isto é optar pelo que é mais difícil. Mas Jesus nunca disse que seria fácil.

Ele se compadeceu da mulher samaritana

2. FOMOS CHAMADOS PARA CRER COMO JESUS CRIA

Não existe apenas uma multidão faminta para ser alimentada, existe
também homens que retornam de uma pescaria frustrada. “Não pegamos
nada...” disse Pedro a Jesus.

Quantos de nós já não experimentou a frustração da incompetência? Um


casamento frustrado. Uma relação com filhos frustrada. Uma administração
financeira dos recursos frustrada. Sonhos frustrados. Isto é de nos fazer
literalmente arrastar pelo chão. É assim que Pedro e seus sócios se sentiam.

Jesus viu isso. Nós também vemos isso todos os dias em amigos, irmãos da
Igreja e familiares.

Jesus viu, e resolveu crer.

Por isto ele ordenou a Pedro: Volte ao mar e lance novamente as redes. É
lindo demais isto em Jesus, porque sua compaixão o movia a crer numa
intervenção divina para a realidade daquele que cruzava o seu caminho.

Pens nisso agora!!

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Existem muitos Pedro’s recolhendo as redes de uma pescaria frustrada bem


debaixo do nosso nariz e ao invés de desafiá-los a crer, simplesmente
reforçamos ainda mais a frustração com frases do tipo:

- Eu acho que esta não é a sua profissão hein! Melhor tentar outra coisa.
- De novo não pegou nada!!
- Acho melhor fechar de vez essa sociedade. Ele nunca irá pra frente.
Deus nos chamou para viver pela fé e não pelo que vemos.
Se Ele quer que vivamos assim, também deseja que encorajemos outros a
viverem assim também.
Jesus era assim. Sejamos assim como Ele.
Pedro acredita e retorna ao mar crendo na palavra de Jesus.

3. FOMOS CHAMADOS PARA VER COMO JESUS VIA

Tão logo as redes se recolhem ao barco cheias de peixes, cai a ficha


de Pedro e ele se dá conta diante de quem está. Ele fixa os olhos no
Mestre, reflete e conclui: “Senhor afaste-se de mim porque sou um
pecador.” Pedro estava tomando por um grande temor a Deus e seu
coração foi quebrantado diante de Jesus.
Cada vez que encorajamos alguém a crer é isto o que acontece.

Jesus poderia ter dito: Você está certo, vou me afastar de você,
porque sou santo, mas como Deus que é, preferiu responder dizendo:
NÃO TENHA MEDO.

É o medo que nos impede a viver uma vida totalmente entregue e


rendida a Deus.
É o medo que nos faz críticos pra nos defendermos, ou orgulhosos e
prepotentes para resistirmos a dependência que Ele espera que
tenhamos Dele.
É por isso que o apóstolo João nos lembra que o perfeito amor que
vem do Pai, lança fora todo medo.

“De agora em diante Pedro, você será um pescador de homens.”

O que foi que Jesus viu em Pedro?


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Talvez ninguém até aquele momento tinha enxergado este potencial


nele. Por isto é que nossos olhos também precisam ser como os de
Jesus.
Quero enxergar com o Filho de Deus enxergava as pessoas.

 Muitos viam a mulher samaritana como uma fracassada


afetivamente, mas Jesus a via como a primeira missionaria
em seu ministério.
 Muitos viam o endemoninhado Geraseno como o monstro do
cemitério, mas Jesus o via como o pregador de decápolis.

É preciso desejar os olhos de Jesus para ver como Ele via.

Conclusão
Jesus é a nossa referencia de comportamento, pensamentos
e intenções. Desejar ser como Ele é, é um ponto de partida
importante para todo aquele que decidiu segui-lo. Afinal é
incoerente sermos discípulos Dele sem sermos parecido nas
atitudes. Sentir, crer e ver como Jesus é transformar nossos
relacionamentos em palco de graça, bondade e amor. Procure
fazer isso nos ambientes em que vive no dia a dia. Sinta
compaixão pelo outro e lhe ofereça atenção. Encoraje aqueles que
estão frustrados e exerça a sua fé sobre as tragédias nas vidas dos
que te cercam.

COMO PODEMOS COLOCAR EM PRÁTICA


O APRENDIZADO DESTA LIÇÃO?
 Tem gente sedenta muito próximo a você – dedique tempo para
ministrar em seus corações.
 A incredulidade pode ser vencida pela fé. Portanto espalhe para
todos os que cruzarem o seu caminho a certeza de possuirmos um
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Deus que pode todas as coisas.


 Olhe com carinho e graça aqueles que estão o tempo todo diante
de você, a começar de casa. Procure ver com os olhos de Deus o
potencial de cada pessoa, mesmo aquelas que parecem ser as mais
problemáticas.

LIÇÃO 3
UM AMOR CHEIO DE JUSTIÇA

TEXTO BASE: João 8:1-11

O
erro mais comum que cometemos em nossas relações é o de amar
sem nenhum confronto para com o erro, ou confrontarmos o erro
sem nenhum amor.
Geralmente somos passivos por causa do amor, pelo medo de que
aquele a quem deveríamos confrontar pode se ofender e se retirar
da nossa vida, ou no mínimo se magoar conosco. Parece um bem
enorme evitar a sinceridade para preservar a relação, mas não é.
Este é o jeito simples de torna-la superficial, apática e virtual.
O outro extremo é nos posicionarmos como fariseus julgando um
erro cometido como se nós mesmos jamais tivéssemos cometido
um também.
Jesus Cristo lidou com um evento em seu ministério que colocou
exatamente esta possibilidade linda e equilibrada de oferecer um
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amor encharcado de justiça a quem cruzar o nosso caminho.


1. NÃO SE PRECIPITE EM JULGAR UMA SITUAÇÃO
Trouxeram uma mulher pega em adultério e a colocaram diante
de Jesus. Acredito, embora o texto bíblico não diga, que a
primeira avaliação que Ele deve ter feito foi a da falta do adultero.
Porque só a adultera foi trazida.
Nosso erro é emitir juízos sem termos feito as perguntas corretas e
as análises necessárias.
Quantas sentenças como estas não seriam evitadas se julgássemos
com mais critério. Se ouvíssemos mais. Se a leitura da
circunstancia fosse mais completa e não superficial.
O próprio Jesus, foi julgado inúmeras vezes por este processo
farisaico de confronto sem amor. Esta é uma justiça
comprometida com o medo, com a ira, com o orgulho e com o
mal. Eis a razão porque ela se torna Injustiça.
A palavra “precipitar” tem a ver com precipício. E via de regra é
exatamente o que ocorre quando julgamos precipitadamente, ou
empurramos alguém para o abismo ou somos nós mesmos que
caímos nele.
2. O ESFORÇO QUE FAZEMOS PARA PEGARMOS EM
PEDRAS E EXECUTARMOS UMA SENTENÇA É O
MESMO PARA ERGUERMOS ALGUÉM
Os fariseus e testemunhas presentes naquela cena, tiveram que se
abaixar, estender a mão e pegar uma pedra. Este movimento era
suficiente para levantar aquela mulher caída.
O amor é assim, nos faz tomar o lugar do outro. Nos faz enxergar
outras opções além de somente condenar, matar ou destruir.
Parece sempre mais fácil apedrejar do que ajudar. Isto pode ser
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explicado pela simples razão não sabermos conviver com os


nossos próprios erros, e porque não podemos nos martirizar,
preferimos fazer isto com os outros.
Não podemos de maneira alguma ignorar a atitude de Jesus. Ele
se abaixou para escrever na areia.
Quem sabe Ele não estava indicando com esta ação que a lei que
eles estavam reclamando pra ser cumprida, havia sido escrita por
Suas próprias mãos naquelas pedras talhadas do Sinai?
Quem sabe Ele não estava tentando faze-los se lembrarem das
mãos que trouxeram uma declaração de juízo sobre o rei
Beltessazar na Babilônia?
Não é difícil imaginarmos que Jesus esteja sempre muito perto de
cada um de nós em situações semelhantes a estas, abaixado, e
escrevendo na areia, bem diante dos nossos olhos.
“Aquele que não tem pecado, atire a primeira pedra.”
Que desafio pesado Jesus propôs. Os mais velhos tinham a
prerrogativa de iniciar a execução de um apedrejamento. O texto
porem diz que um a um foram se retirando. Nenhuma autojustiça
sobrevive diante do JUSTO JUIZ.
Ainda persistem em nosso tempo muitas pessoas que não
suportam ler 1ª. João 1 que declara sermos todos nós pecadores e
carentes das misericórdias do nosso Deus e que se não
conseguimos amar a quem vemos, não poderíamos também
afirmar que amamos a Deus, a quem não vemos.

3. O AMOR PERDOA, MAS ADVERTE E CONFRONTA


Quando o ultimo acusador se retirou, Jesus levantou os olhos,
observou ao seu redor e perguntou a mulher, para onde eles
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Escola Bíblica Discipuladora – FOCADOS EM JESUS

haviam ido. É como se Ele dissesse pra ela, você está livre e
salva, porque o único que poderia realmente te condenar, não fará
isso.
O alivio de ter sido liberta de um apedrejamento trouxe com
certeza uma surpresa arrebatadora para o coração daquela mulher.
O único que poderia condenar, preferiu amar. Dar uma segunda
chance. Perdoar.
O amor verdadeiro corrija as injustiças. Foi isto o que Paulo
escreveu aos Coríntios em seu hino tão famoso sobre a excelência
do amor: “O AMOR NÃO FOLGA COM A INJUSTIÇA.” (1ª.
Coríntios 13.6)
O amor faz as pedras da condenação caírem.
Mas tanto quanto este amor surpreendente de Jesus, esta história
revela sua justiça que confronta o mal, e aponta o caminho correto
a seguir.
“VÁ E NÃO PEQUES MAIS.”
Esta ordem é muito mais do que um conselho. É o confronto para
a necessidade de mudança. De abandono do pecado. Pra nascer de
novo. Pra segui-lo.
Jesus ama, mas não faz vista grossa ao pecado do homem.
Ele confrontou a impetuosidade de Pedro, a incredulidade de
Tomé, a ignorância de Nicodemos, e isto de imediato significa
que amor e justiça se fundem na perspectiva do evangelho para as
relações. Precisamos amor sim, mas também confrontar o erro.
Porque afinal quem ama confronta, mas quem confronta deve
fazê-lo em amor.
Era muito comum no Antigo Testamento encontrar algumas
pedras amontoadas a beira da estrada ou em um lugar ermo. O
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significado disto era simples: alguém teve uma experiência com


Deus. É como se quisessem marcar o lugar em que Deus tenha se
revelado ou aparecido. Era um memorial. De alguma forma no dia
seguinte pela manhã, quando as pessoas passaram por aquele
local, perceberam pedras amontoadas e muito provavelmente
alguém tenha perguntado – Você sabe o que significa isso? É um
memorial do amor. Ontem Deus manifestou o seu poder e a sua
justiça neste lugar.
Que nossas intervenções em favor de alguém que sofre uma
possível injustiça seja assim, um memorial do amor e da justiça
de Deus, para que Ele seja exaltado e glorificado por meio de
nossas vidas.

Conclusão
Aprendemos neste estudo sobre o coração de Jesus. Ele é
encharcado de amor, mas também de justiça. Há tanto amor na
justiça de Deus, quanto justiça em seu amor. Jesus não se precipitava
em julgar alguém, porque sua missão era salvar e não condenar. Ele
arriscou sua reputação e até mesmo sua integridade física pra
defender uma mulher que havia sido pega em adultério. Vimos neste
texto que a graça perdoa, mas também confronta. Isto é importante.
Quem ama adverte. Jesus não legitimou o erro daquela mulher, pelo
contrario, em amor instruiu que abandonasse aquela vida de pecado.

COMO PODEMOS COLOCAR EM PRÁTICA


O APRENDIZADO DESTA LIÇÃO?
 Busque ter uma fome e sede por Justiça. Vença a omissão. A
indiferença e a apatia. Defenda a causa do outro. Levante-se e aja.
 Confronte esse sistema de avaliação precipitada e interpretação
conveniente da lei. Lembre-se que a voz do povo não é a voz de
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Escola Bíblica Discipuladora – FOCADOS EM JESUS

Deus.
 Ame sim, e de todo o seu coração, mas não deixe de confrontar o
erro. Jamais compactue com o pecado. Denuncie. E não se
esqueça de fazer isso em amor.

LIÇÃO 4
COMO VOCÊ REAGE
DIANTE DA PRESSÃO ?

“Se você quiser por a prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.”


Abraham Lincoln

S ubmeta alguém à uma pressão e você o conhecerá. Pressione-o


até o limite de suas forças e ele se revelará. Todos nós somos
assim. Por mais pacatos que alguém seja, mexa em seus direitos e ela
se manifestará. Perceba como as pessoas reagem na demissão, em
um diagnostico fatal ou em uma crise conjugal? Observe os
jogadores antes e durante uma partida de futebol – você se
surpreenderá. A pressão externa da torcida e do técnico e as
exigências internas por uma alta performance o transformarão em
um “animal”. O que será que ocorreu com Jesus quando Ele foi
submetido a níveis de pressão fora do comum.

Texto base: Mateus 26.36-42

1. JESUS PREFERIU CONTAR COM AMIGOS


É admirável a atitude de Jesus diante da pressão. Ao invés de se
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Escola Bíblica Discipuladora – FOCADOS EM JESUS

proteger, Ele se abre. No lugar de se reservar, Ele convida os


apóstolos para dividirem com eles aquele peso de angustia.
Geralmente nos isolamos diante da pressão, do aperto e da
angustia. Nós não gostamos de transparecer nossa fragilidade ou
expor nossas necessidades.
Diante da pressão sempre acreditamos que damos conta
sozinhos. Isto é autossuficiência. E é exatamente isto o que me
constrange em Cristo. Ele é suficiente em si mesmo, mas prefere
contar com a amigos para a hora da dor.
Ser iguais a Jesus, exigirá de cada um de nós, uma humildade
para reconhecermos nossas limitações e carências. E erramos quando
pensamos ser isso uma fraqueza. Na verdade, é uma virtude preciosa.
Porque quando somos fracos, é que nos tornamos fortes. (2ª.
Coríntios 12.7-10)
É impressionante percebermos a construção das relações de Jesus
em seu grupo apostólico. Da multidão ele separou 12, e dos 12, ele
separou 3 e muitos acreditam que dos 3, ele investiu muito mais em
1 – Pedro. Investir nos relacionamentos era uma prioridade para
Jesus. Durante 3 anos, Jesus divide sua vida com eles. Não há medo
em compartilhar o seu conhecimento e muito menos de reconhecer
sede, cansaço e fome. Jesus desnudou a sua alma diante dos seus
amigos. Ele soou gotas de sangue. Isto diz muito. Queremos
aprofundar nossas relações, mas somos superficiais. Escondemos
nossos erros, nossas carências e só compartilhamos nossas virtudes e
acertos. Por isto é que o sábio Salomão escreveu: “Em todo tempo
ama o amigo e na angustia nasce um irmão.” (Provérbios 17.17)

2. JESUS PREFERIU SE RENDER AO INVÉS DE


DETERMINAR

Incline seus ouvidos para o Jardim Getsemani e você ouvirá a oração


mais poderosa do universo – “Seja feito a sua vontade e não a
minha.” Você não ouvirá: Eu determino que me livres. Eu te ordeno
que destruas Roma. Ahhh como aprendo com Jesus. O único que
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Escola Bíblica Discipuladora – FOCADOS EM JESUS

realmente podia determinar, preferiu se render e se humilhar.


Vivemos tempos difíceis para a teologia bíblica porque os
pregadores televisivos jamais visitaram o monte das oliveiras. Nunca
prestaram atenção na reação do Filho de Deus. Por isto ordenam ao
Deus que sirva os pecadores.
Rendição é uma expressão de adoração a Deus. Nos rendemos ao seu
caráter. Deus é bom e nada pode mudar isso. Ele é imutável. O Filho
nos ensina não há nada errado em expormos ao Pai os nossos desejos
e sentimentos, mas que devemos sempre priorizar a Vontade Dele. O
silencio da resposta do Pai a oração do Filho, deixou claro pra Jesus
que seria necessário sua entrega total na cruz do calvário.
Ser como Jesus, é abrir mão de sua própria vontade pra viver a
vontade do Pai. Você seria capaz de abrir mão de qualquer vontade
por amor a Ele?
Nem sempre ouviremos o Pai nos dizer sim. Para a oração de Paulo a
respeito de seu espinho na carne, por 3 vezes Deus lhe disse não – a
minha graça te basta. (2ª. Coríntios 12.8-10)
Se o Filho de Deus não obteve uma resposta positiva a sua oração
porque deveríamos pensar que Ele se sujeitaria a uma determinação
nossa?

3. A MAIORIA DE NOSSAS PRESSÕES SERÃO


VIVIDAS SOLITARIAMENTE APESAR DE
DESEJARMOS A COMPANHIA DE ALGUÉM

Se estivéssemos no lugar de Jesus teríamos com certeza rompido


com os apóstolos que não puderam orar conosco nem por uma hora.
Mas a gente não observa esta postura no Mestre. Ele confronta os
amigos, mas compreende que aquele momento era Seu e de mais
ninguém.

Existem desertos que teremos de enfrenta-los sozinhos. Existem


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Escola Bíblica Discipuladora – FOCADOS EM JESUS

tentações como as que Jesus enfrentou por 40 dias no deserto que


serão vencidas sozinho.
Deus sempre estará conosco, apesar da experiência do
enfrentamento solitário de uma dor ou angustia. A permissão de
Deus para que vivamos circunstancias assim não pode ser explicada
facilmente. Concordamos que seus pensamentos são sempre mais
altos que os nossos e que, portanto, num primeiro momento, não
seremos capazes de perceber todos os propósitos para a pressão que
enfrentamos, porem mais tarde como Jesus mesmo ensinou aos
apóstolos, muitas coisas farão sentido. (João 13.7)
José foi lançado num poço e depois na prisão e nestas duas
ocasiões não havia um erro de sua parte que justificasse essa
disciplina.
As vezes como Jesus, sofreremos sozinhos debaixo de uma
pressão enorme afim de que nos rendamos a vontade do Pai, ainda
que estejamos inocentes. Lembre-se: Filho nunca mereceu a cruz.
Com Jesus aprendemos a confiar no dia mau, mesmo que não
vejamos nenhum motivo justo para estarmos vivendo esta crise. O
apostolo Paulo escrevendo a Igreja de Corinto propõe algo fantástico
a respeito das pressões que enfrentamos:
“De todos os lados somos pressionados por aflições, mas não
esmagados. Ficamos perplexos, mas não desesperados. Somos
perseguidos, mas não abandonados. Somos derrubados, mas não
destruídos. Pelo sofrimento, nosso corpo continua a participar da morte
de Jesus, para que a vida de Jesus também se manifeste em nosso corpo.”
(2ª. Coríntios 4.8-10)

Conclusão
Quando focamos Jesus em seu momento mais difícil no
ministério, percebemos seu caráter aprovado diante do Pai e dos
homens. Ele nos ensina a contarmos com pessoas próximas para nos
apoiarem e nos encorajarem. Isto significa humildade para
reconhecermos que precisamos uns dos outros. É na pressão diante
de um direito impedido, ou de uma difamação que apuramos nossas
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Escola Bíblica Discipuladora – FOCADOS EM JESUS

orações, porque deixaremos nítida a nossa submissão a vontade de


Deus ou não. Ele preferiu se render ao invés de afrontar o Pai ou
determinar algo para que Ele fizesse em seu favor. E a última lição
deste texto é que algumas experiências serão só nossas. Algumas
batalhas serão enfrentadas apenas com a ajuda de Deus e de ninguém
mais. Isto é extremamente importante porque na pressão não
enxergamos a necessidade de vivermos determinadas experiências
que nos deixarão muito mais fortes e maduros.

COMO PODEMOS COLOCAR EM PRÁTICA O


APRENDIZADO DESTA LIÇÃO?
 Procure cercar-se com amigos leais e verdadeiros. Conte com a
sua família para o enfrentamento de suas dores e angustias.
 Ore e confie na vontade de Deus para sua vida. Descubra na
relação com Ele o caminho precioso da rendição verdadeira e
plena.
 Existem situações que são suas e você terá que as enfrentar com
ou sem a companhia de outros. Não se decepcione com aqueles
que você convidar pra dividir este momento se eles não
compreenderem a implicação do seu pedido.

BIBLIOGRAFIA

Sugestões de livros para aprofundar seu conhecimento sobre este


assunto.
1. Simplesmente como Jesus – Max Lucado
2. Em seus passos o que faria Jesus? – Charles M.Sheldon
3. Semelhantes a Jesus – Charles Swindoll
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Escola Bíblica Discipuladora – FOCADOS EM JESUS

4. Uma vida perfeita – John MacArthur


5. O que Jesus espera de seus seguidores – John Piper
6.

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