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DISCIPLINA: EVANGELISMO

PROFESSOR: PR. FELIPE SILVA DE OLIVEIRA - (21) 99866-2705 / felipe.silva.oliveira@gmail.com

DISCIPULADO
O QUE É DISCIPULADO?
A palavra discípulo no original grego é matetés (μαθητής), que significa aluno e se refere aos seguidores de um
pensamento ou grupo. Ser discípulo é reconhecer-se como aprendiz e seguidor. Os personagens principais deste
projeto são as pessoas e não uma estrutura hierárquica religiosa.
O discipulado é o chamado cristão para seguir ao Mestre Jesus Cristo. Primeiro os discípulos devem “estar” com
Jesus e viver com Ele (Marcos 3.14).
Para começar um projeto de discipulado, primeiramente é preciso tomar tempo buscando a presença do Mestre
Jesus e também cuidando de pessoas.
Se você quer ser um discipulador, primeiro precisa ser discípulo de Jesus e também de algum líder espiritual, que
te conduza a imitar os passos de Cristo (Efésios 5.1). Depois você precisa procurar pessoas e leva-las para conhecer
a Jesus (João 1.40-45).
Como discípulos, somos irmãos e devemos caminhar juntos na presença do Senhor. O discipulado não pode
acontecer sozinho, sendo preciso a companhia do próximo para aprender e ensinar os princípios do Evangelho.

QUAL IMPORTÂNCIA DO DISCIPULADO?


Que importante pergunta! Discipulado é crucial para o nosso crescimento cristão enquanto indivíduos, assim
como para tornar o evangelho visível em nossa vida comunitária como igreja. Assim, nós fazemos todo o possível
para cultivar uma cultura de discipulado em nossa igreja.

1. O que queremos dizer por “discipulado”?


Em certo sentido, quase tudo o que fazemos como igreja local é sobre ser e fazer discípulos. Os cânticos cantados,
as orações oradas e, certamente, os sermões pregados todos almejam nos edificar para sermos discípulos que
glorifiquem a Deus.
Mas, temos algo mais específico em mente ao usarmos a palavra “discipulado”. Estamos pensando
particularmente em relacionamentos individuais. Mais formalmente, estamos falando sobre o encorajamento
intencional e o treinamento de discípulos de Jesus com base em relacionamentos deliberadamente amorosos.
Jesus nos diz para acompanharmos uns aos outros deste modo: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns
aos outros, assim como eu vos amei” (João 15.12). Como Jesus amou os seus discípulos de maneiras que possam
ser imitadas? Ele os amou intencional, proposital, humilde, alegre e normalmente. Vamos pensar nessas
descrições:

Intencional: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros […]” (João
15.16a). Jesus não simplesmente esbarrou em seus discípulos; ele tomou uma amorosa iniciativa. Ele os escolheu.
O amor semelhante ao de Cristo não é passivo; ele toma iniciativa. Amar outros cristãos como Cristo nos amou
significa tomar a iniciativa.

Proposital: “e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15.16b). O amor de
Cristo por seus discípulos é proposital. Ele os chamou a darem fruto para a glória de Deus. Em outras palavras, o
seu amor não é meramente sentimental, mas tem o compromisso maravilhoso de glorificar a Deus. Se havemos
de amar uns aos outros como Cristo nos amou, certamente iremos compartilhar os objetivos de Jesus para
conosco, isto é, o bem espiritual dos nossos amigos e a glória de Deus por meio da alegria deles no evangelho.
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Humilde: Jesus diz: “Como o Pai me amou, também eu vos amei” (João 15.9) e “Já não vos chamo servos, […] mas
tenho-vos chamado amigos” (João 15.15a). Jesus condescende em ser nosso amigo, muito embora esteja ele
infinitamente acima e além de nós em majestade, santidade e honra. Certamente, então, nós devemos nos
relacionar com toda a humildade com nossos irmãos e irmãs com quem compartilhamos a queda. Nós os
tratamos como amigos a quem amamos, não como “projetos” ou “inferiores”. Nós não nos colocamos por cima,
antes honramos e cuidamos.

Alegre: “Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós” (João 15.11, ARC). Jesus nos ordena a
amarmos uns aos outros a fim de conhecermos a sua alegria. Cuidar de outros cristãos e encorajar o seu
crescimento na graça pode ser trabalho árduo. Mas é um trabalho maravilhoso e Jesus diz que é um trabalho que
traz alegria!

Normal: Jesus torna esse tipo de discipulado amoroso o seu mandamento básico para todo o seu povo e, assim,
algo normal para todos os cristãos. Ouça novamente: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei”. Não é surpreendente que você encontre essa conversa sobre o discipulado cristão
básico ao longo da Palavra de Deus:
● “Exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja
endurecido pelo engano do pecado” (Hebreus 3.13).
● “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”
(Romanos 12.10).
● “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo” (1
Tessalonicenses 5.11).
O Novo Testamento está cheio de tais exortações. Jesus e os apóstolos não desejavam que o discipulado entre
cristãos fosse excepcional, e sim normal.
Como cristão, Jesus deseja que você seja:
● intencional,
● proposital,
● humilde,
● alegre
● e normal.
à medida que nós trabalhamos juntos para tornar normal esse tipo de relacionamento entre indivíduos.
Faça isso deixando que as pessoas o conheçam. Faça isso trabalhando para conhecê-las. De fato, todo o nosso
trabalho consiste em cultivar uma cultura de discipulado.

2. O que queremos dizer por uma “cultura de discipulado”?


A maioria dos dicionários define “cultura” mais ou menos como “os valores, objetivos e práticas compartilhados
que caracterizam um grupo”. É basicamente isso o que temos em mente no que se refere ao discipulado. Nós não
queremos apenas uma igreja de programa, queremos que o amor e o encorajamento mútuos sejam um valor, um
objetivo e uma prática que caracterizem cada um de nós de maneira crescente.
Programas formais não são necessariamente ruins, mas nós queremos ter certeza de que não nos desviamos do
ideal bíblico. E o ideal bíblico, como dissemos, é tornar a igreja um lugar em que seja normal tomar a iniciativa de
fazer o bem espiritual uns aos outros. Nós não precisamos nos inscrever em nada nem obter permissão alguma
para começarmos a amar todas as pessoas dessa maneira. Tampouco você deseja uma igreja na qual o discipulado
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ocorre apenas quando sustentado pela liderança. Essa não é uma igreja saudável! Não, o desejo de Deus é que
todo cristão ore e pense em como pode se envolver.

3. O que eu devo fazer em um relacionamento de discipulado?


O aspecto mais significativo de qualquer relacionamento de discipulado, com frequência, não é exatamente o que
vocês fazem ao se encontrarem, mas o fato de vocês edificarem um relacionamento que tenha a verdade bíblica
em seu âmago. Desse modo, não há um “programa estabelecido” para relacionamentos de discipulado. Os
cristãos maduros fazem uma variedade de coisas:
● Reúnem-se semanalmente para conversar e meditar sobre o sermão de domingo, um livro cristão ou um
livro da Bíblia.
● Participam de atividades de crescimento e desenvolvimento cristão;
● Convidam outras familias para se juntarem às devoções familiares;
● Ajudam pessoas em processo de crescimento cristão a desenvolverem tarefas e atividades;

O que é importante, de novo, é que você busque uma ocasião na qual tenha tempo para se relacionar com outro
membro com o alvo intencional de encorajar e ser encorajado pela verdade da Palavra de Deus.
Então, seja criativo! Mas seja intencional com respeito a amar uns aos outros do melhor modo, o mais elevado e
mais bíblico – almejando fazer o bem espiritual a outra pessoa.

CINCO ATITUDES IMPORTANTES NO DISCIPULADO


O discipulado de Jesus Cristo tem muito mais do que cinco pontos importantes, mas estes que cito aqui são
aqueles que movem a alma de uma pessoa para ensinar à alma de outra pessoa.
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século. Mateus 28.19-20

1. Disposição
A pessoa que quer ensinar outra a ser seguidora de Jesus Cristo tem que ter disposição convicta em sua vida de
que está fazendo um serviço para seu Senhor e Salvador e que investir sua vida em outra vida é um dom precioso
que o Espírito Santo nos concede em sua maravilhosa graça.
A disposição vai te tirar da cama mais cedo para orar pela nova ovelha. Deus vai te dar disposição para sacrifícios
de tempo. Vai te dar energia para se relacionar fazendo concessões.
Disposição importa porque é o dínamo que te impulsionará a seguir em frente mesmo quando não puder
vislumbrar o resultado de seu discipulado.

2. Compromisso
Esta é a parte onde você abre sua agenda pessoal para dar um importante espaço para um encontro especial com
aquela pessoa que você quer ver moldada à imagem de Jesus Cristo. Então, esteja chovendo ou não, esteja alegre
ou triste, aquele dia e horário são dedicados àquele encontro com a pessoa que o Senhor designou para você
cuidar. Portanto, faça isso com zelo. A pessoa que está aprendendo sobre como se tornar uma cristã está ansiosa
para ter sua vida transformada, e você é o instrumento que Deus está usando para que isso seja realizado.
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3. Amor
Amor é a essência de tudo. Deus é amor. É por amor que você discípula alguém. Primeiro você mesmo é amada
pelo Senhor e, porque ele te amou e morreu em seu lugar, você pode amá-lo e viver para ele. Agora você quer que
outras pessoas o amem, o sigam e sejam como ele. Então Deus faz brotar em seu coração o amor pelo próximo, e
esse amor é o motor do discipulado. O amor não é aquele sentimento cor-de-rosa que suscita fortes emoções e
suspiros profundos. O amor é sacrifício, dedicação, ação e transpiração. É o amor que faz a roda do discipulado
girar. Sem amor nada somos, nem seremos.
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. João 15.13

4. Intenção
Você pode andar com uma irmão da igreja, ir a sua casa, comer em sua mesa, conhecer sua família, seus
relacionamentos, conversar com ele sobre teologia e doutrina, falar sobre como deve ser a vida cristã, mas nada
disso é discipulado se não houver intenção de tornar essa pessoa seguidora de Jesus Cristo. Ah, não entendi?! A
instrução, correção, educação, exortação têm que ter o propósito explícito de tornar alguém uma seguidora de
Jesus Cristo, tem que haver aliança, compromisso de ambas as partes, um selo. Sem intenção não há discipulado,
há apenas uma conversa sem objetivos.

5. Misericórdia
Esta é a parte onde temos que perdoar setenta vezes sete. Os nossos pecados, geralmente, se voltam para quem
está mais próximo e assim será no discipulado. Quem discipula será alvo certo do aprendiz. As imperfeições de
quem aprende se manifestarão no convívio, na proximidade e na convivência entre discipulador e discípulo. Então,
haja misericórdia para perdoar assim como Jesus nos perdoou.
Para finalizar estes pontos, quero lembrá-la de que, em todas as coisas que realizamos, é o Senhor que nos
concede graça, e no discipulado ele faz isso claramente e em abundância. Portanto, não hesite em praticar aquilo
que o Senhor nos ordena fazer, pois ele mesmo nos sustentará, como ele já prometeu fazer, todos os dias de
nossas vidas.

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