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#1 Relacionamento contínuo

Como já falamos, o discipulado não é uma tradição ou uma cerimônia que exige
formalidade e rigidez. Na realidade – e olhando para o exemplo de Cristo – o discipulado é
a prática do cristianismo em comunidade , o investimento de uma vida na vida de outro.

Nessa perspectiva, precisamos entender que a prática do discipulado envolve


relacionamento contínuo, e não apenas um encontro pontual na semana ou a cada 15 dias
(embora isso também seja importante, abordaremos a seguir).

Assim, o discipulador vai estar continuamente ao lado de seu discípulo de forma direta ou
indireta, em oração, mensagens de texto, ligações e na vida, no geral.

Além disso, cabe ao discipulador ensinar que seu discípulo deve perseverar, por exemplo,
mas conjuntamente a isso, tornar-se o exemplo desse ato, que será visível acontecendo em
sua vida, para que aconteça também na vida do discípulo.

“O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o


Deus de paz será convosco.” (Filipenses 4:9 – ACF).

#2 Encontros intencionais

Quanto aos encontros intencionais, podemos dizer que são igualmente válidos e
necessários, embora somente eles não sejam o discipulado em si, na plenitude do
ensinamento que Cristo deixou.

Em contrapartida, os encontros marcados são fundamentais, visto que são eles que
permitirão um momento maior de estudo da palavra – ou um livro cristão – e de oração
entre o discipulador e seu discípulo.

Além disso, essa dica é indispensável quando a igreja está recém iniciando na prática de
discipulado, considerando que é aqui que essa ferramenta começará a se tornar uma
cultura na igreja.

Nos encontros intencionais, inicie com uma conversa casual, e depois vá se aprofundando
em questões como a confissão de pecados e aquele momento de “abrir o coração”. Veja
alguns exemplos:

“Como você está?”“Como está o seu relacionamento com Deus? Sua vida
espiritual?”“Como está a sua família / trabalho / estudos?”“Como está a sua vida
ministerial?”

Nesse último tópico, é importante que você tente compreender como está o coração do seu
discípulo em relação ao ministério de Cristo. Ele se mostra animado? Disposto? Ou está
desanimado e não está priorizando isso?

Jesus, enquanto o maior discipulador que já passou por aqui, procurou preparar os seus
discípulos para que estes fizessem obras ainda maiores do que Ele fez. Por isso, invista na
vida dos seus discípulos para que cada um deles exerça seu ministério, e ainda comece a
discipular outro, a fim de que o ciclo se repita.

A partir daí, a conversa se desenrolará, e é aqui que você entra: procure ser simples em
suas palavras (ponto que abordaremos à frente), e mostre que você se importa
genuinamente com seu discípulo, e que ele é como você.

Inclusive, os encontros de discipulado não precisam ser na igreja ou algo do tipo, como uma
das celebrações do cronograma da congregação. Você pode escolher um lugar bacana
para levar seu discípulo para tomar café, por exemplo, ou convidá-lo a sua casa. Estamos
falando de…

#3 Uma mesa e um papo sobre a vida

São nos momentos de comunhão que o relacionamento entre discípulo e discipulador


começa a se desenvolver e se aprofundar.

É de extrema importância que se tenha momentos descontraídos no discipulado. Um


lanche, um cinema, jogar boliche ou sair ao ar livre para uma corrida, talvez, são alguns
exemplos bem legais de como realizar esses momentos.

Dizemos que isso é importante não só pela diversão ou pelo momento agradável, mas
também porque são esses momentos que possibilitam ao discípulo enxergar seu
discipulador como um amigo, alguém que é igual a ele e com quem ele pode contar sempre.

Assim, o discipulado irá se incorporar na vida do discípulo enquanto uma prática cotidiana
de quem caminha com Cristo em boa companhia, e não apenas como uma obrigação da
igreja com alguém que ele enxerga como “superior”, ou a alguém a quem ele deve prestar
contas.

Com o momento de mesa e papo sobre a vida, consequentemente as coisas irão fluir, e
ainda de forma agradável e muito gostosa.

#4 Oração contínua por seu discípulo

Nossa quarta dica sobre o que fazer no discipulado tem relação com cobertura espiritual e
cuidado.

Sem oração, o discipulado pode ser qualquer coisa, menos discipulado.

Lembre-se que, apesar dessa prática ser muitas vezes descontraída e leve, é em grande
parte sua responsabilidade fazer com que o discípulo tenha sua vida transformada por
Jesus, e isso não é possível sem oração.

Por isso, esteja sempre lembrando do seu discípulo em suas orações, pedindo que o
Espírito Santo o convença do pecado, da justiça e do juízo, e intercedendo pelas causas
expostas nas conversas e nos encontros de vocês.
Além disso, uma coisa muito importante: você, discipulador, precisa cultivar uma vida de
oração própria. Como falamos, não adianta nada você ensinar a alguém uma coisa que
você não pratica.

Considerando que o Evangelho é vida, ele precisa ser demonstrado no dia a dia através de
ações concretas.

#5 Ouça muito e fale com simplicidade

Nossa última dica sobre o que fazer no discipulado é: seja simples, tanto no falar, quanto no
viver.

Não procure “impressionar” seu discípulo com palavras difíceis ou conhecimentos


teológicos complexos. Antes disso, faça tudo com amor e com a postura humilde de um
servo que reconhece que é amado e deseja transmitir isso através do seu comportamento.

Lembre-se que o discipulado não é um culto, uma palestra ou um monólogo, mas um


diálogo entre duas pessoas que se encontram na mesma posição – nunca com
superioridade ou com julgamento.

Para isso, lembre-se sempre de Jesus, que embora sendo Deus, ajoelhou-se perante aos
seus discípulos para lavar-lhes os pés, ainda que soubesse que todos o abandonariam
poucas horas depois.

Em suma, se você nos perguntasse o que fazer no discipulado e nós pudéssemos resumir
todo esse artigo em uma frase, seria mais ou menos assim:

Olhe para Jesus.

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