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O Direito, como o conhecemos hoje, é o resultado de um processo evolutivo

histórico de milhares de anos, desde o surgimento da espécie humana. A importância de


seu estudo desde suas raízes é conhecer os avatares, mudanças, diversidade e legados
em diferentes épocas e civilizações que enriqueceram o conglomerado do Direito
Moderno.

Destarte, os costumes e tradição são fatores comuns nas sociedades primitivas


(Mesopotâmia, Índia e Egito) e, em parte, nas primeiras civilizações clássicas
(Grécia); onde, por meio do peso das necessidades e da adaptação aos contextos em que
são desenvolvidas, decide-se capturar e fixar costumes e tradições, tornando-os
normativos de caráter imperativo que, concomitantemente, adquirem força de lei e de
natureza obrigatória. É assim que os assentamentos humanos plurais começam a moldar
e fixar esses costumes em codificações, sendo em muitos casos, vastos códigos que
refletem a vida cotidiana: cerimonial, religião, pertencimento, comida, trabalho, guerra,
etc.

Esse fenômeno é de grande importância para a história do Direito, pois empurra


o Direito Consuetudinário, um direito escrito, menos propenso à transgressão de leis
estabelecidas e à quase supressão da prática interpretativa das leis.

Os grandes códigos que a história registra transcendem em grau superlativo na


formação progressiva do Estado de Direito, embora dificilmente em princípio, devido às
formas fortes e comuns de governos autocráticos e absolutistas que repetidamente
obviavam a legitimidade da lei. No entanto, esses monumentos codificados (Hamurabi,
Eshnunna, Manu etc.) simbolizam a abertura da grande marcha triunfal da consolidação
histórica dos povos que nos precederam e, consequentemente, dos nossos.

À vista disso, o direito moderno tem algumas características diferentes do


sistema de regras que governa as relações dentro de uma sociedade primitiva. A
primeira característica distintiva é que elas não são necessariamente o resultado de um
senso de conveniência compartilhado espontaneamente e amplamente dentro do
grupo. A lei moderna tem a possibilidade de que as regras sejam ditadas, para que o
conteúdo das regras legais possa ser absolutamente aleatório. O que é válido hoje pode
deixar de ser válido amanhã.
 Haja visto que, numa sociedade primitiva, essa fungibilidade das obrigações
legais é inconcebível. Dessa forma, nesta sociedade não existem autoridades que
possam alterar os regulamentos em vigor.  As regras são válidas desde que
correspondam a noções generalizadas de dever. Em outras palavras, a noção de que
existe uma autoridade com poderes para promulgar leis é de origem muito
recente. Numa sociedade primitiva, o conteúdo da lei não difere substancialmente do
conteúdo da moralidade reconhecido pela comunidade.
Portanto, uma outra característica transformada, está relacionada com uso de
sistemas jurídicos codificados, ou seja, ele passa a ser extremamente mais formal,
apoiadas por um aparato coercitivo externo organizado, diferentemente das
comunidades gentílicas. Por fim, essas codificações ocorrem simplesmente para regular
uma sociedade mais complexa, com diversos conflitos.

Contudo, à medida que o nacionalismo crescia nos séculos 18 e 19, a lex


mercatoria foi incorporada à lei local dos países sob novos códigos civis. Destes,
o código napoleônico francês foi o que mais se tornou influentes.
Nos primeiros tempos o poder do saber do direito se concentrava nas mãos dos
sacerdotes. Os primeiros juízes daquela época, pois eles guardavam para si as regras
jurídicas, depois dos sacerdotes começou a decisões do conselho dos mais velhos, nesse
tempo não existiam códigos ou artigos, os sacerdotes e os mais velhos que tinha
conhecimento e saber, o direito era algo secreto naquele tempo, os sacerdotes e os mais
velhos se tornavam pessoas de muito respeito e saber, eles ganhavam posições sociais e
privilégios, pouco tempo depois aquelas regras que eram guardadas pelos senhores de
saber acabaram se tornado costumeiro, assim começa a surgir a sentença do costume
jurídico, depois de tempos essas leis que eram protegidas pelos juízes foram reveladas.
Então dessas sentenças acabou surgindo leis e códigos.

Nos primórdios, denominados como direito de mitos, as crenças eram levados em


conta para as decisões jurídicas dado que o direito primitivo era religiosamente
interpretado; o direito foi usado como método de dominação dos mais fortes sobre os
mais fracos citamos o direito romano, a principio só os chefes de família tinham
direitos.

O direito egípcio já sofreu a influência do elemento religioso, seu estudo é difícil


pela precariedade de fontes. Os documentos jurídicos egípcios desafiaram os séculos em
papiros, que o clima seco do Egito conservou até nós, e que são provas reais que atos
jurídicos e decisões judiciais eram comuns como exemplo o contrato de compra e venda
de terras, doações de bens e moveis a outrem. Nos tribunais eram julgados, casos em
nome do faraó, como: furtos e adultérios e determinadas penas pessoais que variavam
de mutilações a lançamentos na fogueira.

Código de Hamurabe, não é o mais antigo do mundo, mas, é o mais famoso.


Tratando-se de ordenamento jurídico da cidade que abrange: organização jurídica,
direito penal, processual, contratos, casamentos, família, sucessões, os códigos civis,
penal, processual entre outros. É uma coletânea de julgamentos e é marcado pelo
casuísmo. Os artigos são acompanhados de um caso concreto seguido de sua punição.

Direito Grego Classico: Direito de exclusividade aristocrata, a partir do século VI


passou a ser estabelecido livremente pelo povo em assembleias e depois debates,
resultavam, pois da vontade popular. O direito grego evoluiu e criou –se o Dracon e
após o Sólon eram codificações mais moderadas e justas que atendiam as duas classes
evitando conflitos.

Devemos aos gregos partes de nossa terminologia jurídica, que passou para os romanos
e é empregada até hoje.

Direito Romano – Roma teve a vocação jurídica e distinguiu o direito da moral e


da religião, o direito acompanhou a historia romana se atualizando sem perder suas
características principais que era a religião e os costumes prevaleceu em Roma o
principio da territorialidade do direito, segmentando romanos e estrangeiros ao direito
O direito era respeitado religiosamente, pois as igrejas diziam que foi deus que
criou as leis, e se os seres humanos descumprissem essas leis os deuses iriam punir os
seres humanos.

O formalismo do direito arcaico é caracterizado pela vida social das


sociedades antigas, segundo Henri Lévy-Bruhl é o regime que predomina a forma
sobre o fundo, sendo suficiente a observância de formalidade preestabelecidas para
a produção de efeitos jurídicos, independente da intenção do autor do ato com o
tempo, a palavra e as formulas perderam o significado arcaico sendo mantidas
pelo uso. Mais tarde o homem delas se libertou em parte, pois até hoje, algumas
formulas e formas são usadas em atos legislativos e em certos atos e negócios
jurídicos. Um exemplo é o compromisso no casamento ou a forma (escritura
pública) na compra e venda de um imóvel.
O mundo jurídico atual nos leva a acreditar que o Direito é uma criação
recente. Na verdade, as primeiras manifestações do Direito ocorrem nos tempos pré-
históricos, principalmente na maneira como nossos ancestrais afirmavam seus direitos;
exemplos disso são sociedades governadas por parentesco ou o mandato dos anciãos de
uma tribo. Na história das civilizações, houve um esforço permanente para basear as
regras e com o poder do legislador de promulgar leis e sancionar a violação delas. A lei se
origina de uma relação de força entre pessoas desiguais.

Historicamente, ideias socialmente emergentes de princípios legais, muitas vezes


de acordo com a natureza da realidade, ocorreram antes de serem adotadas pelas
autoridades políticas. Formas voluntárias de governança, por meio de leis particulares
consuetudinárias, preexistiam as leis estaduais e efetivamente ordenavam os assuntos
humanos. A lei surgiu como uma ordem espontânea - algo a ser descoberto em vez de
promulgado. O direito é um processo sistêmico evolutivo que envolve as experiências
de um grande número de pessoas.

A evolução da lei começou antes que a história fosse registrada com leis
construídas uma a uma à medida que as disputas eram resolvidas. De fato, o
desenvolvimento de regras na sociedade é anterior aos tribunais e à lei escrita. Por
milhares de anos, apenas os sistemas legais consuetudinário e privado ordenaram
atividades humanas. O poder do direito consuetudinário é encontrado no fato de que se
reflete na conduta das pessoas em relação umas às outras. Quanto mais a sociedade se
afasta dos sistemas de direito consuetudinário e privado, maior a necessidade de leis
coercivamente aplicadas pelo Estado.  

A lei é essencialmente descoberta, não feita. O direito é um processo sistêmico de


descoberta que envolve experiências históricas de gerações sucessivas. A lei reflete e

incorpora as experiências de todos os homens que já viveram.  

O direito consuetudinário envolve regras espontaneamente desenvolvidas, emergentes


por meio de adjudicação de disputas. O direito consuetudinário fornece um processo bastante
confiável para descobrir o direito natural, uma vez que um costume evoluído espontaneamente
e seguido voluntariamente tem mais probabilidade de resultar em vantagens mútuas para as
partes envolvidas do que em uma regra imposta por um grupo poderoso. A lei natural é o
padrão imutável ao qual as leis criadas pelo homem devem corresponder para serem
legítimas. A lei natural é o conjunto geral de regras de conduta e justiça corretas, comuns a
todos os homens. Analogamente, um sistema de direito comum no qual o direito surge via
precedente judicial é melhor do que um sistema no qual tribunais e juízes apenas aplicam leis
positivas promulgadas por um órgão legislativo.

Em retrospecto, a maioria dos estados-nação modernos evoluiu de instituições


extorsionistas não-estatistas. Houve uma progressão natural quando os chefes de guerra
tribais se tornaram reis e reinos desenvolvidos em nações. O estado coercitivo é, portanto,
visto como a fonte de toda lei. A existência de instituições e regras coercitivas sufoca o
crescimento das relações de confiança voluntárias. Além disso, o prazo para honrar os

compromissos muda para evitar punições por parte do Estado soberano.  

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