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Introdução ao Estudo do

Direito

PROF.DR. SANDRO LÔBO


CONTROLE SOCIAL E
DIREITO
1) O DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL

1.1 O Direito é um fenômeno presente em todo tipo de


convivência humana.
1.2 O Direito atende a uma necessidade de ordem, de
regramentos.

Questionamento para reflexão e estudo:

### Precisamos realmente da presença do


Estado ou do Direito em nossas vidas para nos mantermos
cordiais, respeitosos e fraternos uns com os outros?###
A)NOÇÃO ELEMENTAR DE DIREITO:
- Conceito baseado no senso comum: Lei e Ordem;
- Direito : mínimo de ordem para uma convivência ordenada;
- Direção, ligação e obrigatoriedade de comportamentos;
- Ciência que tem como objetivo explicar o direito e construir os
conceitos jurídicos fundamentais;

B) MULTIPLICIDADE E UNIDADE DO DIREITO:


- O Direito analisado como um fato social e histórico apresenta-se
sob múltiplas formas e campos de interesse.  distintas estruturas
normativas;
- Conjunto de disciplinas jurídicas (sistema de princípios e regras a
que os homens devem se ater em sua conduta – limites);
- Grande divisão das disciplinas jurídicas: DIREITO PÚBLICO X
DIREITO PRIVADO;
- As experiências do cotidiano e sua inclusão no mundo jurídico;
- Cada disciplina jurídica possui várias espécies de normas do
mesmo gênero;
1. A DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

A) - Disciplina autônoma das demais, desempenhando função exclusiva.


B) - Caráter  disciplina propedêutica, de base, introdutória do
acadêmico no curso de Direito.
C) Principal intuito: definir o objeto de estudo, bem como
proporcionar as noções, conceitos básicos e princípios
jurídicos fundamentais. + noções sociológicas, históricas,
filosóficas necessárias à compreensão do Direito (Ciência do
Direito sentido amplo) em todos os seus aspectos.
D) Objetos da disciplina:
1) conceitos gerais do Direito (ex.: Direito; fato jurídico; relação
jurídica, justiça);
2) visão de conjunto e unicidade do Direito;
3) lineamentos da técnica jurídica.
 2. O DIREITO COMO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO
SOCIAL

 2.1 O Direito auxilia e contribui para uma adaptação à vida


em sociedade.
 2.2 Sem nos adaptarmos à vida em sociedade, poderemos
ferir direito dos outros e poderemos estar condenados ao
isolamento social.
3. NOÇÕES INICIAIS DE DIREITO

DIREITO ARCAICO
• Clãs e tribos. Parentesco;
• Regras X Deuses (fenômenos da natureza, sanções religiosas e ira
dos Deuses);
• Conflitos – sociedades primitivas;
• Direito, fato social, religião e moral.
• Costumes primitivos. Direito Costumeiro período mais longo da
humanidade – dezenas ou até mesmo centenas de anos
• Fatores de produção das regras do Direito arcaico: força e
procedimentos religiosos ou mágicos.
• Em épocas remotas – homens em cavernas trabalhando de forma
ordenada para fabricação de machados neolíticos.
• Código de Hamurabi (Lei de Talião) cerca de 2.000 a. C.
NOÇÕES INICIAIS DE DIREITO

DIREITO ARCAICO
• O Direito arcaico, primitivo não era legislado, as
populações não conheciam seu aspecto formal e se
conservava pela tradição.
• Cada organização social possuía um direito único, cada
comunidade tinha suas próprias regras, tendo autonomia e
pouco contato com outros povos.
• Grande diversidade dos direitos não escritos,
especificidade dos costumes jurídicos.
• Profunda influência religiosa.
• Uso da Lei de Talião ou Lex Tallionis, na qual temos a
proporcionalidade entre os crimes.
• Vingança privada: lei do mais forte ou autotutela, na qual
as pessoas resolvem suas diferenças fisicamente.
NOÇÕES INICIAIS DE DIREITO
DIREITO GREGO
 Inexistência de um conjunto de leis escritas.
 Fragmentado e difuso.
 Transição entre o homem e o mito. O direito deixa de ser divino e
passa a ser feito pelo homem - o homem é visto como o
protagonista do direito.
 Nas cidades gregas, nas Pólis as discussões acerca da vida pública
se dava em praça pública, para possibilitar o debate.
 Poder da Oratória. Legisladores:
• Dracon – 600 a. C. Missão pra codificar leis orais, praticadas pelos
juízes – leis rígidas. Vingança privada  estatal. Pena de morte
para diversos crimes.
• Sólon - 500 a. C. Fim da prisão pro dívidas. Criação da segunda
corte. Leis mais sociais.
NOÇÕES INICIAIS DE DIREITO

• DIREITO ROMANO: os costumes vão cedendo espaço à jurisdição ou ao


Direito jurisprudencial.
• Lei das XII Tábuas – 451 a. C. Primeiro código escrito do Direito
Romano. Regras costumeiras.
• Atividade dos juízes e dos pretores que os romanos  jus civile, primeiro,
privativo dos romanos, e o jus gentiun, de caráter mais amplo (Direito
Costumeiro Internacional).
• Intérpretes do direito: sacerdotes  peritos leigos (aristocracia intelectual)
• Invasões Bárbaras: desintegração do Império Romano. Codex e
Pandectas.
• Costumes germânicos + romanos. Direito Medieval( direito costumeiro e
local), com influência do Cristianismo.
• Século XI: volta à cientificidade romana com a reelaboração perseve­rante e
meticulosa de redescobertos textos do Direito Romano, o que é feito
através da obra de alguns analistas do Direito GLOSADORES.
• -Renascimento: cultura e filosofia humanista. Visão racionalista do Direito.
NOÇÕES INICIAIS DE DIREITO

• Renascimento – razão humana. Descoberta de


novos continentes.
• Desenvolvi­mento da indústria, da técnica, do
comércio (primórdios do capitalismo) o Direito
costumeiro não bastava.
• Reis – ordenar as leis dispersas e direito
costumeiro vigente. Primeiras consolidações e
normas consuetudinárias. Ordenações
francesas e espanholas.
• Ordenações portuguesas - Afonsinas(1446);
Manuelinas (1512-1521); Filipinas (1603) -
Direito Civil brasileiro até o Código Civil de
1916.
4. Questionamento para reflexão e
estudo:

 Como você conceituaria Direito?


4.1 OS SENTIDOS DA PALAVRA: DIREITO
1 – Justo.
2 - O poder de se exercer uma faculdade.
3 - O estudo de um aspecto da norma jurídica.
4 – Algo que designa o próprio saber jurídico.

- Etimologia: o termo "direito" pode ser ligado ao vocábulo latino


"rectum" que quer dizer aquilo que é reto; por outro lado a
expressão "jus" quer significar dizer, mandar, ordenar.

Direito - é o ramo das ciências sociais aplicadas que tem como


objeto de estudo o conjunto de todas as normas coercitivas que
regulamentam as relações sociais, ou seja, são normas que
disciplinam as relações entre os indivíduos, desses para com o
Estado e do Estado para com seus cidadãos, por meio de normas
que permitam solucionar os conflitos. (MIGUEL REALE)
4.2 CONCEPÇÕES:

1. O direito como ciência  ao conjunto de regras próprias


utilizadas pela ciência do direito;
2. O direito como norma jurídica leis, decretos, resoluções medidas
provisórias, pela Constituição;
3. O direito enquanto poder ou prerrogativa;
4. O direito tomado como fato social  existência regras vivas existentes
dispersas no meio da sociedade (meio social – usos e costumes);
5. O direito no sentido da Justiça quando afirmamos que determinada
situação é direito, porque é justa, porque é o certo, porque é o bom senso.
-Mutabilidade. Exs;
-Sociedades primitivas X início da Ciência do Direito: regras jurídicas
adquirindo estrutura, valores próprios, separadas de normas de cunho
religioso, costumeiras, etc;
-Direito como um fato social: não se pode conceber qualquer atividade social
sem formas e garantias jurídicas, muito menos qualquer regra jurídica que
não seja referentes à sociedade;
4.3 ESTUDO DE CASO:
AS DIVERSAS ACEPÇÕES DA PALAVRA DIREITO

 O direito à vida (1) e à saúde é sancionado no Direito (2) brasileiro e


cabe ao Estado cuidar da saúde e da assistência pública. Com base nesses
argumentos, José teve reconhecido o direito (3) a receber
medicamentos do Estado para tratamento de uma doença que contraíra.
Realmente, não parece direito (4) deixar um cidadão direito (5)
desassistido. Mas nem sempre foi assim: apenas com o passar do tempo,
o estudo do direito (6) reconheceu esses direitos (7) sociais,
transformando-os em direitos (8).

 A) Identifique as diversas acepções da palavra direito no texto acima,


estabelecendo correspondência com os diversos significados: direito
subjetivo, direito objetivo, direito positivo, justo, correto, e ciência jurídica.
 B) Diferencie direito positivo de direito objetivo
 C) Quando nos referimos ao direito de uma pessoa ou de muitas, estamos
nos referindo a que tipo de direito? Conceitue-o.
 D) Qual a diferença entre direito e justiça?
4.4. LINGUAGEM JURÍDICA

 Linguagem jurídica e significados da palavra direito (Conceitos


jurídicos fundamentais)
- O direito como linguagem: os limites da linguagem e os limites do direito.
- O Direito, tecnologia social e a necessidade de resolução de problemas;

- Importância da linguagem: diferença entre o Homem e os outros


animais.
- Linguagem é "instrumento graças ao qual o homem modela seu
pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua
vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é
influenciado, a base mais profunda da sociedade humana"(obra citada).
- Linguagem - expressão e comunicação. "Linguagem é forma
propriamente humana da comunicação, da relação com o mundo e com
os outros, da vida social e política, do pensamento e das artes"(obra
citada).
4.1.LINGUAGEM JURÍDICA

 Linguagem jurídica e significados da palavra direito (Conceitos


jurídicos fundamentais)
- Direito Romano: códigos – decisões judiciais, linguagem solene de
fórmulas conhecidas pelo árbitro e reconhecidas pelas partes conflitantes
em juízo;
- Características da linguagem, nos conceitos acima podemos extrair as
seguintes afirmações:
a) linguagem é sistema - um todo estruturado com princípios próprios;
b) linguagem é sistema de signos ou sinais – signos são objetos que indicam outros
objetos, designam outros objetos ou representam outros objetos;
c) linguagem indica coisas - palavras têm função de apontar coisas que elas significam –
função indicativa ou denotativa;
d) linguagem tem uma função comunicativa – mediante palavras estabelecemos relações
com os outros seres humanos;
e) linguagem exprime pensamentos, sentimentos e valores – função conotativa, ou de
conhecimento e expressão.
4.1 LINGUAGEM JURÍDICA

 Linguagem jurídica e significados da palavra direito (Conceitos


jurídicos fundamentais)
- No Direito - linguagem conceitual (denotativa, dissertativa, racional,
possui a tendência a se fixar ou também apoiar em conceitos, leis e
também princípios). A estrutura do discurso judicial determina o uso da
linguagem conceitual.
- No âmbito do processo de conhecimento, verificamos que o autor
formula uma tese e o réu apresenta a antítese, cabendo ao órgão
judicial formular a síntese.
- Atos processuais (demanda e contestação) são discursos que se
contrapõem como tese e antítese, respectivamente. Os atos das partes
consistem em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, visando à
produção dos efeitos de constituir, modificar ou extinguir direitos
processuais
- Síntese: decisão judicial – sentenças, despachos e decisões
interlocutórias.
5.RELAÇÃO DO DIREITO COM OUTRAS
NORMAS DE CONDUTA
Direito, moral e normas de trato social
Instrumentos de controle social
Normas éticas
 Religião
 Costumes
 Moral
 Regras sociais

- A natureza humana, rege-se pelas leis naturais.


- Mutáveis, variáveis, constituídas de valor(importantes e
relevantes).
Direito, moral e normas de trato social

5.1 Norma técnica Direito


- Fórmulas de fazer (meios para atingir o resultado)

- Antes do direito as normas eram homogêneas, indefinidas


e incoerentes (determinavam o agir social).
- Toda norma jurídica é uma limitação da liberdade
individual. Por esse motivo há um limite no raio de ação do
direito, para não se tornar dogmático e uma máquina de
despersonalizar o homem.
- Ex.: o avanço científico acompanha ao avanço tecnológico.
(medicina e textos legislativos) A técnica jurídica.
5.2 Distinção entre direito e moral
A vida social só é possível se presente regras determinadas.
Essas regras de cunho ético emanam da moral e do direito .
Ambas são regras de conduta. Assim, quem pratica um estupro
viola ao mesmo tempo uma norma jurídica e moral. Entretanto
existem ações que interessam apenas ao direito , por exemplo,
formalidades de título de crédito, interessam apenas ao direito.

Outras questões que ao direito são indiferentes, mas que a


moral procura disciplinar, exemplo é a prostituição.
Diferenças entre DIREITO e MORAL
Norma Jurídica Norma Moral
Campo mais restrito: Fatos da vida. Campo mais amplo/A subjetividade.

Adesão Espontânea do espírito à


Obrigatória/Estado impõe; regra/Liberalidade, Faculdade do
indivíduo, qto à obrigação moral.
Exterior/Atitudes externalizadas Interior/influi na consciência p/ evitar
externalização condutas erradas.
Coercível/Obediência por sanções Incoercível/ N/autoriza lesado coagir p/
prefixadas. Lesado pode coagir p/ ter alcançar reparações. Sanções difusas.
reparação.
Autônoma, Pq a fonte é a natureza
Heterônoma/A norma é posta por
humana. O Querer Espontâneo,
terceiros/É querer alheio/A Vontade
individualizado, o sujeito é auto-legis-
da Lei se impõe à dos obrigados.
lador, o imperativo é da consciência.

Bilateral (se dirige a 2 pessoas).


Unilateral – é só imperativa (impõe
É imperativa – impõe dever à parte;
dever qto ao culto a valores). N/ é
É autorizante- dá poder coativo à
autorizante.
outra p/ q/ exija o dever da primeira.
Direito, moral e normas de trato social
5.3 Direito e Religião

- Na Antiguidade a falta de conhecimento científico era


suprida pela fé.
- Direito expressado como a vontade divina. O sacerdote
recebia de Deus as leis e códigos. Ex.: (Moisés e o
Decálogo)
- A religião visa estabelecer o caminho a ser seguido pelos
homens, definindo valores para a sua conduta, que é a
tradução do bem.
Direito, moral e normas de trato social
5.4 Direito e Religião
- Há vários pontos de convergência entre direito e religião. A
convivência do bem.
- Hugo Gróis (XVII) defensor da laicização do direito pregava
a desvinculação de Deus do direito natural. Principalmente,
após a Revolução Francesa. Ex.: Assistência pública,
ensino, estado civil.
5.5 Cumprimento das regras sociais
 Espontâneas – adesão do espírito (consciência) ao
conteúdo da regra
 Obrigatórias – fruto da coação
Ex.: Alimentos para os
Direito, moral e normas de trato social

 5.6 REGRAS DE TRATO SOCIAL

“São padrões de conduta social, elaboradas pela


sociedade e que, não resguardando os interesses
de segurança do homem, visam a tornar o
ambiente social mais ameno, sob pressão da
própria sociedade. Regras de cortesia, etiqueta,
moda, linguagem, educação, etc”. (Paulo Nader)
6. Teoria Tridimensional do Direito
(Miguel Reale)

Na base do fenômeno jurídico, três elementos/dimensões:

ACONTECIMENTO SOCIAL, DE ORIGEM


NATURAL OU HUMANA, ECON., GEO.,
FATO JURÍDICO DEMOG., TÉC., HISTÓRICO, QUE GERE
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS.

Q/ RELACIONA O FATO AO
VALOR E DETERMINA O
COMPORTAMENTO SOCIAL
VALOR NORMA PADRÃO QUE O ESTADO
IMPÕE ÀS PESSOAS. É A
DOGMÁTICA JURÍDICA.
ELEMENTO MORAL DO DIREITO. O FATO
TEM DETERMINADO SIGNIFICADO P/ A O Q/ É JUSTO/INJUSTO,
SOCIEDADE, A SER PRESERVADO. CERTO/ERRADO...
• NORMA – INSTRUMENTO PRÁTICO DO DIREITO;

regulando um FATO JURÍDICO RELEVANTE

em função de determinado VALOR,


q/ se pretenda dedicar ou adotar ou dimensionar,
para tal FATO JURÍDICO RELEVANTE.
TEORIA DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS OU DO MÍNIMO
ÉTICO – Jeremmy Bentham e Georg Jellinek (séc.
Direito
XVIII/XIX). O DIREITO totalmente inserido na MORAL.
MORAL
TEORIA DOS CÍRCULOS SECANTES – Claude Du
Pasquier. “Há assuntos e valores que têm
interseção, ou pertencem, simultaneamente, ao
Direito MORAL
Direito e à Moral; outros só ao Direito; outros só à
Moral.

VISÃO KELSENIANA e THOMASIUS –


Direito MORAL
Desvincula Direito de Moral; a Norma é
o único Elm essencial do Direito. Não há
pontos de relação ou interseção
necessários entre ambos os campos!

Melhor Hipótese para a doutrina – TEORIA DOS CÍRCULOS SECANTES


Direito, moral e normas de trato social
6. Teoria do mínimo ético

MORAL

MORAL DIREITO
DIREITO

Hans Kelsen
Jeremy Benthan

MORAL DIREITO

Du Pasquier
Direito, moral e normas de trato social
6.1 Teoria do mínimo ético
- Direito não é algo diverso da moral, mas é parte desta.
- Nem tudo que passa pelo mundo jurídico é ditado por
motivos de ordem moral.
Ex.: Direção de circulação no trânsito, Prazo para recorrer.
- Há, portanto, um campo da moral que não se confunde
com o campo jurídico. O direito tutela muita coisa que não
é moral.
- Direito representa apenas o mínimo de moral declarado
obrigatório para que a sociedade possa sobreviver.
- A moral é cumprida de maneira espontânea, mas sempre
há violações.
Direito, moral e normas de trato social
7. Direito e Coação
 O cumprimento de uma sentença satisfaz o mundo jurídico,
mas continua alheio ao campo da moral.
MORAL É INCOERCÍVEL
DIREITO É COERCÍVEL
 A distinção é justamente a CORERCITIBILIDAE.
 O Direito com efetiva expressão da força – Teoria da
Coação
 Jhering Direito = norma + coação (Themis)
 Direito é a ordenação coercitiva da conduta humana.
 Compatibilidade do direito com a força e que pode ser
também potencial.
Direito, moral e normas de trato social

8. Direito e heteronomia
 Tomasius defendia que o direito deveria cuidar da ação
humana depois de exteriorizada, já a moral se processa no
plano da consciência.
 Podemos criticar as leis que discordamos, mas temos que
segui-las.
 Moral autônoma e direito heterônomo (posto por terceiros)
Kant
 Direito é a ordenação heterônoma e coercível da conduta
humana.
Direito, moral e normas de trato social
8.1 Direito e heteronomia
 Conceito moderno de direito é explicado através da
bilateralidade atributiva. Proporção intersubjetiva, na qual
dois sujeitos de uma relação ficam autorizados ou
obrigados a efetuar prestações recíprocas.
 A importância de estabelecer a diferença entre direito e
moral serve para delimitar o poder de influência o Estado
(poder público)
 O direito é concebido multiforma: sentido ético, poliítico,
econômico, etc.
 O direito surege de necessidade, e sua finalidade é
preencher o que a moral não consegue coagir. O direito só
se preocupa com os valores relevantes para a sociedade.
Quadro-resumo: Direito, Moral e Regras de Trato Social

REGRAS DE
DIREITO MORAL
TRATO SOCIAL
BILATERAL UNILATERAL UNILATERAIS
HETERÔNOMO AUTÔNOMA HETERÔNOMAS
EXTERIOR INTERIOR EXTERIORES
COERCÍVEL INCOERCÍVEL INCOERCÍVEIS
SANÇÃO SANÇÃO DIFUSA SANÇÃO DIFUSA
PREFIXADA
“A FINALIDADE DOS MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL É O
APRIMORAMENTO DAS RELAÇÕES SOCIAIS.
“APENAS O DIREITO DETÉM A CARACTERÍSTICA DA
COERCIBILIDADE”.
9. Relação entre a JUSTIÇA e o DIREITO

...conceituar JUSTIÇA é permanente desafio aos


filósofos do DIREITO;

... JUSTIÇA é desafio para o legislador que,


movido por interesse de ordem prática, busca
consagrá-la nas normas de DIREITO” (Paulo
Nader, 2006).
Relação entre a JUSTIÇA e o DIREITO

Na acepção de RUI BARBOSA

 “ [...]ser justo é tratar com desigualdade,


pessoas que são desiguais, na justa medida
das suas desigualdades...”.
10. Relação entre a JUSTIÇA e a
Segurança

“[...] Justiça pressupõe o valor segurança;


depende dela para produzir os seus efeitos, na
vida social [...]” (Nader)

“[...] Como chegar à justiça, se não existir,


preliminarmente, um Estado organizado, uma
ordem jurídica definida? [...]” (Goethe)
• LEGALIDADE • LEGITIMIDADE
- quando tem a força - quando tem a força da
aceitação do grupo social;
ou o amparo de lei; -porque se coaduna com
- lei que considerou a princípios e valores morais
vontade de grupo restrito que o grupo cultua.
de pessoas -se a lei ambiental só
“...é legal...” maximiza interesses do
agronegócio; “...se não traz
benefícios ambientais...”
“...é ilegítima...”
Em suma...

ATO LEGAL – se respeita a lei;


ATO LEGÍTIMO – se aceito
socialmente; se resulta em
justiça

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