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TEORIA GERAL DA

NORMA
- Direito, lei e ciência jurídica: questionamentos críticos.
- Direito: origem, significados, funções.
- Ciência jurídica e ciências afins

- Indicar leitura do Capítulo II.3 - Caráter problemático


do tema “ciência jurídica”, do livro Compêndio de
Introdução à Ciência do Direito, de Maria Helena Diniz.
Direito, moral, ética e ciência jurídica.
“A maior dificuldade, numa apresentação do Direito, não será mostrar o
que ele é, mas dissolver as imagens falsas ou distorcidas que muita
gente aceita como retrato fiel” ( “O que é Direito?”, do Roberto Lyra
Filho).

- Direito # Moral;
- Direito # Lei ou Normas jurídicas;
- Direito # Justiça (é assim em algumas vezes, mas não deveria ser. E,
afinal, o que é Justiça?).
Moral
• Conceito complicado, mas há de se partir do princípio de que ele é
relativo. Suas características são as seguintes (GUSMÃO, Paulo Dourado;
Introdução ao estudo do Direito):

Autônomo: Origina-se do próprio indivíduo, e só a ele importa.

Não-coercibilidade: Não passível de constrangimento físico, apenas moral.

Unilateralidade: Prescrevem apenas deveres, obrigações.

Objeto interno: Disciplinam motivos, intenções, propósitos etc.


Quid ius? (O que é o Direito?)
• Conceito igualmente difícil, porém quando comparado aos anteriores,
fica mais fácil compreendê-lo, porque são os exatos opostos.

Heterônomo: Que provém de fontes externas; feita por vontade de outro.

Coercibilidade: Passível de coerção (constrangimento legal).

Bilateralidade: Enlaça pretensões de uns com deveres dos outros.

Objeto externo: Disciplina ações externas, manifestações de vontade.


O Direito como ciência ético-normativa
Como visto, nem só de leis é feito o Direito, porque nele também se encontra
a aplicação coercitiva destas leis, a subsunção das normas à realidade fática,
os reflexos bilaterais em sociedade...

“A finalidade do direito é dirigir a conduta humana na vida social. É ordenar a convivência


de pessoas humanas. É dar norma ao agir, para que cada pessoa tenha o que lhe é devido.
É, em suma, dirigir a liberdade no sentido da justiça [BEM COMUM]. Insere-se, portanto,
na categoria das ciências normativas do agir, também denominadas ciências éticas ou
morais em sentido amplo.” (MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do direito).

ÉTICA (ou moral em sentido amplo) è Moral (sentido estrito); Direito;


Política; Pedagogia; Sociologia; Filosofia etc (são disciplinas normativas).
SER & DEVER-SER
Sendo o Direito uma ciência ética e, portanto, normativa... Ele encontra-se
no mundo do DEVER-SER, em contraposição ao mundo do SER.

- Mundo do SER: mundo natural, regido pelo princípio da causalidade (Se A


é à Então, B é), com premissas de verdadeiro/falso.
- Mundo do DEVER-SER: mundo das disciplinas normativas, regido pela
ética, (Se A é à Então, deve ser B), com premissas de válido/inválido.

Porém, o que difere o Direito das outras normas éticas?


- COERCIBILIDADE = Dever-ser objetivo (Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito),
quando há possibilidade de exigir do outro uma conduta. Se há dever-ser
subjetivo, há apenas o desejo que o outro aja como quero. A noção de
coercibilidade (coerção # coação), porém, é histórica.
HISTÓRICO DO DIREITO (com noção de coerção)
• Direito grego clássico (séc. VIII a.C – 146 a.C): deusas Thémis (jusnatural) e
Diké (juspositivo), mas sem um caráter científico (sem metodologia, objeto
ou função próprias).
• Direito romano (146 a.C – 476 d.C): jurisprudencial em torno da tríade
religião, autoridade e tradição.
• Direito medieval (476 – 1789): elevado, de vez, ao patamar de ciência (torna-
se uma disciplina nas universidades!), com a noção de soberania como seu
elemento fundador (e possibilitando a coerção). Primeiro, a soberania do
senhor territorial (feudos) e depois do Rei (Estado Moderno, ainda
absolutista). O Direito é Dogma.
• Direito positivado (1789 – 1945): Estado de Direito, Estado liberal. Direito é
sistêmico, e a tarefa do jurista é tipicamente dogmática.
• Direito na atualidade (1945 – hoje): Estado Democrático de Direito.
Igualdade substancial e dignidade da pessoa humana. Força normativa dos
princípios.
BIBLIOGRAFIA
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do Direito.
Saraiva.

FERRAZ JR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do Direito. Atlas.

LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito. Editora Brasiliense.

MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. Revista dos


Tribunais.

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