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Aula nº 00 - Introdução à matéria

aduaneira
Legislação Aduaneira p/ Analista-Tributário da
Receita Federal
Prof. Rodrigo Mineiro
Prof. Rodrigo Mineiro
Legislação Aduaneira p/Analista-Tributário da Receita Federal
Aula 00

Sumário

Apresentação ...........................................................................................................................................3

Direção inicial .......................................................................................................................................... 5

Introdução à matéria aduaneira............................................................................................................... 9


1. NOTAS INTRODUTÓRIAS SOBRE O DIREITO ADUANEIRO ............................................................................................. 9
1.1. Direito aduaneiro e comércio internacional ................................................................................................. 9
1.2. Elementos essenciais do direito aduaneiro ................................................................................................ 16
1.3. Funções aduaneiras ................................................................................................................................. 19
2. LEGISLAÇÃO ADUANEIRA BRASILEIRA ................................................................................................................... 22
2.1. Disposições constitucionais relativas ao comércio exterior ......................................................................... 22
2.2. Disposições legais e regulamentares ........................................................................................................ 23
2.3. Legislação aduaneira aplicável ao MERCOSUL e sua internalização .......................................................... 24
3. ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA ............................................................................................................................. 28
4. SISTEMAS DE CONTROLE DO COMÉRCIO EXTERIOR .................................................................................................. 36
4.1. SISCOMEX .............................................................................................................................................. 36
4.2. SISCOSERV ............................................................................................................................................ 40

Questões de prova comentadas .............................................................................................................43

Lista de questões................................................................................................................................... 56
Gabarito ................................................................................................................................................ 65

Resumo direcionado.............................................................................................................................. 66

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Apresentação
Bom dia, boa tarde e boa noite!

Meu nome é Rodrigo Mineiro e sou seu professor de Legislação Aduaneira no nosso curso
preparatório para o concurso da Receita Federal.

Estaremos juntos nessa grande empreitada rumo à aprovação!

Já estive em sua posição e sei como esse momento é tenso e intenso, mas o resultado
compensa todos os esforços! Nessa foto estou na ESAF, a escola que os futuros servidores da Receita Federal
farão o curso de formação quando aprovados.

Inicialmente, gostaria de me apresentar:

Sou Auditor-Fiscal da Receita desde 1999 (concurso AFTN de 1998) e Conselheiro do CARF (Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais) em meu segundo mandato.

Como eu cheguei até aqui?


Como muitos de vocês, eu tinha me formado em Economia e trabalhava em uma empresa que fechou.
Como o mercado estava ruim, resolvi ouvir os conselhos de meu pai: “Rodrigo, faça concurso público!”.
Comecei a estudar duro para o concurso de Agente Fiscal de Tributos Estaduais, em Minas e fui aprovado em
2º lugar!

Trabalhei por 3 anos no fisco mineiro e vivi uma situação que parece com a atual: atraso no pagamento
do salário. Como já tinha um filho pequeno e muitas contas para pagar em dia, resolvi estudar para a Receita.
Mais um sucesso! Passei no concurso de 1998 e tomei posse em 1999, longe de casa.
Passei 3 anos longe de Minas e depois consegui a esperada remoção para minha terra. Aí se passaram 10
anos atuando na fiscalização aduaneira e resolvi mudar de ares. Participei de um processo seletivo interno para
integrar os quadros do CARF, como Conselheiro, e fui selecionado com base em meu currículo e experiência.
Fui para a lista tríplice e posteriormente escolhido. Hoje estou em meu segundo mandato.

Um detalhe para aqueles que não conhecem o CARF: é um órgão fora da Receita, mas pertencente ao
Ministério da Fazenda, no qual são julgados os processos administrativos fiscais em segunda instância; é um
órgão paritário, onde cada turma julgadora é dividida entre os 4 representantes dos contribuintes e 4
representantes da Fazenda, todos Conselheiros. Cada sessão de julgamento é uma aula, dada a amplitude das
discussões, complexidade dos casos analisados, e decisões.

Muito legal, não é mesmo?

Aqui está um ponto que considero os concursos da Receita como os mais interessantes em nosso país: a
diversidade de atuação do servidor, que pode atuar na fiscalização ostensiva, no apoio, na administração
tributária em geral, no setor de tecnologia da informação, no atendimento ao contribuinte, em estudos e
pesquisas, e na tributação. Não precisamos mudar de cargo e fazer outro concurso para mudarmos de ares e
de localidade. Basta nos habilitarmos para a nova atribuição do mesmo cargo, e candidatarmos para tal função
ou localidade. Considero isso fantástico, especialmente porque passamos mais de 30 anos como servidores
públicos!

Mas uma coisa é certa: temos que estudar sempre e cada vez mais!

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Esqueci de dizer também que sou professor de cursos de pós-graduação em matéria aduaneira e
tributária, além de instrutor da ESAF em cursos internos na Receita em matéria aduaneira. A foto de meu perfil,
acima reproduzida, foi tirada na ESAF em Brasília, seu destino próximo no curso de formação da Receita! Sou
mestre em Direito Público pela PUC Minas. Também sou autor de 2 livros em matéria aduaneira, inclusive um
publicado recentemente: Introdução ao Direito Aduaneiro.

Neste material você terá:

Curso completo em VÍDEO


teoria e exercícios resolvidos sobre TODOS os pontos do edital

Curso completo escrito (PDF)


teoria e MAIS exercícios resolvidos sobre TODOS os pontos do edital

Testes de direção

Fórum de dúvidas
para você sanar suas dúvidas DIRETAMENTE conosco sempre que precisar

Vamos estudar juntos com muita dedicação para a aprovação nesse importante concurso público.
Espero encontra-los em breve como colega na Receita Federal do Brasil!

Sucesso!

Grande abraço!

Rodrigo Mineiro

E-mail: prof.rodrigomineiro@gmail.com

Instagram: @professor_rodrigomineiro

LinkedIn: linkedin.com/in/rodrigomineiro

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Direção inicial
O último concurso de Analista-Tributário teve 15 questões de Legislação Aduaneira. Destaca-se que essa
prova teve peso 2 na pontuação final. Além disso, há a possibilidade de termos questões discursivas tratando
de temas de Legislação Aduaneira.

O nosso curso tem uma consistente base teórica a partir das previsões regulamentares e legais, mas seu
foco principal é na prática de exercícios, com especial ênfase naqueles tópicos que efetivamente caem na prova,
com destaque para as questões de provas anteriores. Dessa forma, estudaremos especialmente aquilo que
costuma cair, concentrando nossos esforços em tópicos relevantes.

Os tópicos cobrados foram os seguintes:

Concurso público para provimento de cargos de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil


Escola de Administração Fazendária - Edital ESAF nº 23, DE 06/07/2012

Disciplina: Legislação Aduaneira


Conteúdo:
1. Jurisdição Aduaneira. 1.1. Território Aduaneiro. 1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados. 1.2.1.
Alfandegamento. 1.3. Recintos Alfandegados. 1.4. Administração Aduaneira. 2. Controle Aduaneiro de Veículos. 3.
Tributos Incidentes sobre o Comércio Exterior. 3.1. Regramento Constitucional e Legislação Específica. 3.2. Produtos, Bens
e Mercadorias. 3.3. Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais, Nacionalizados e Desnacionalizados. 4. Imposto de
Importação. 4.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 4.2. Incidência. 4.3. Fato Gerador. 4.4. Base de Cálculo. 4.5. Alíquotas. 4.6.
Regime de Tributação Simplificada. 4.7. Regime de Tributação Especial. 4.8. Regime de Tributação Unificada. 4.9.
Pagamento do Imposto. 4.10. Imunidades do Imposto de Importação e Controle exercido pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil. 5. Imposto de Exportação. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2. Incidência. 5.3. Fato Gerador. 5.4. Base de
Cálculo. 5.5. Alíquotas. 5.6. Pagamento. 6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado à Importação. 6.1. Sujeitos
Ativo e Passivo. 6.2. Incidência e Fato Gerador. 6.3. Base de Cálculo. 6.4. Imunidades. 7. Contribuição para o PIS/PASEP
Importação e COFINS Importação. 7.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. Incidência e Fato Gerador. 7.3. 14 Base de Cálculo. 7.4.
Alíquotas. 8. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação vinculado à Importação. 8.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 8.2. Fato Gerador.
8.3 Alíquotas. 8.4. Isenções e Imunidades. 8.5. Pagamento do Imposto e Controle pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil. 9. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação. 9.1. Atividades Relacionadas aos Serviços Aduaneiros.
9.2. Despacho Aduaneiro de Importação e Despacho Aduaneiro de Exportação. 9.2.1. Disposições Gerais. 9.2.2.
Modalidades. 9.2.3. Documentos que os Instruem. 9.2.4. Casos Especiais de Importação e de Exportação Previstos na
Legislação. 9.3. Espécies de Declaração de Importação e de Declaração de Exportação. 9.4. Declaração de Importação.
9.5. Conferência e Desembaraço na Importação e na Exportação. 9.6. Cancelamento da Declaração de Importação e da
Declaração de Exportação. 9.7. SISCOMEX. 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas
Especiais. 10.1. Disposições Gerais e Específicas de cada Regime e de cada Área. 11. Bagagem e Regime Aduaneiro de
Bagagem no MERCOSUL. 12. Mercadoria Abandonada. 13. Mercadoria Avariada e Extraviada. 13.1. Definição. 13.2.
Vistoria Aduaneira. 14. Termo de Responsabilidade. 15. Infrações e Penalidades previstas na Legislação Aduaneira. 16.
Pena de Perdimento. 16.1. Natureza Jurídica. 16.2. Hipóteses de Aplicação. 16.3. Limites. 16.4. Processo/Procedimento de
Perdimento. 16.5. Processo de Aplicação de Penalidades pelo Transporte Rodoviário de Mercadoria Sujeita a Pena de
Perdimento. 17. Aplicação de Multas na Importação e na Exportação. 18. Intervenientes nas Operações de Comércio
Exterior. 19. Sanções Administrativas a que estão sujeitos os Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior e o
Processo de sua Aplicação. 20. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro. 21. Destinação de Mercadorias. 22.
Subfaturamento e Retenção de Mercadorias. 23. Legislação Aduaneira aplicável ao MERCOSUL. 24. Disposições
Constitucionais Relativas à Administração e Controle sobre Comércio Exterior. 25. SISCOSERV (Lei nº 12.546, de 14 de
dezembro de 2011).

Para cobrir este edital integralmente, o nosso curso está organizado da seguinte forma:

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Número da
Assunto da aula
aula
00- Introdução à matéria aduaneira: Administração
Aduaneira. Legislação Aduaneira aplicável ao MERCOSUL.
Internalização da Legislação Aduaneira Aplicável ao
00
MERCOSUL. Disposições Constitucionais Relativas à
Administração e Controle sobre Comércio Exterior.
SISCOSERV e SISCOMEX.
01- Controle Aduaneiro parte I: Jurisdição Aduaneira.
Território Aduaneiro. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira
01
Alfandegados. Alfandegamento. Recintos Alfandegados.
Controle Aduaneiro de Veículos. Habilitação. Licenciamento.
02 Teste a sua direção
02- Controle Aduaneiro parte II: Procedimentos Gerais de
Importação. Atividades Relacionadas aos Serviços
Aduaneiros. Despacho Aduaneiro de Importação. Disposições
Gerais. Modalidades. Documentos que os instruem. Espécies
03
de Declaração de Importação. Declaração de Importação.
Conferência e Desembaraço na Importação. Cancelamento da
Declaração de Importação. Lançamento dos Impostos
Incidentes sobre a Importação. Novo processo de importação.
03- Controle Aduaneiro parte III: Procedimentos Gerais
de Exportação. Atividades Relacionadas aos Serviços
Aduaneiros. Despacho Aduaneiro de Exportação. Disposições
Gerais. Modalidades. Documentos que os instruem. Casos
Especiais de Importação e Exportação Previstos na Legislação.
04 Espécies de Declaração de Declaração de Exportação.
Conferência e Desembaraço na Exportação. Cancelamento da
Declaração de Exportação. Bagagem e Regime Aduaneiro de
Bagagem no MERCOSUL. Mercadoria Abandonada. Avaria,
Extravio e Acréscimo de Mercadorias. Responsabilidade Fiscal
pelo Extravio. Declaração Única de Exportação (DU-E).
05 Teste a sua direção
04- Tributação Aduaneira parte I: Tributos Incidentes
sobre o Comércio Exterior. Regramento Constitucional e
Legislação Específica. Produtos, Bens e Mercadorias. Produtos
Estrangeiros, Produtos Nacionais, Nacionalizados e
Desnacionalizados. Imposto de Importação. Sujeitos Ativo e
Passivo. Incidência. Fato Gerador. Base de Cálculo. Alíquotas.
06
Tributação de Mercadorias não Identificadas. Regime de
Tributação Simplificada. Regime de Tributação Especial.
Regime de Tributação Unificada. Pagamento, Restituição e
Compensação. Isenções e Reduções do Imposto de
Importação. Imunidades do Imposto de Importação e
Controle exercido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

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05- Tributação Aduaneira parte II: Imposto de


Exportação. Sujeitos Ativo e Passivo. Incidência. Fato
Gerador. Base de Cálculo. Alíquotas. Pagamento. Incentivos
Fiscais na Exportação. Imposto Sobre Produtos
Industrializados vinculado à Importação. Sujeitos Ativo e
Passivo. Incidência e Fato Gerador. Base de Cálculo e
Alíquotas. Isenções. Imunidades. Contribuição para o
07 PIS/PASEP Importação e COFINS Importação. Sujeitos Ativo
e Passivo. Incidência e Fato Gerador. Base de Cálculo.
Isenções. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação vinculado à
Importação. Sujeitos Ativo e Passivo. Fato Gerador. Alíquotas.
Isenções e Imunidades. Pagamento do Imposto e Controle
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
08 Teste a sua direção
06- Regimes Aduaneiros Especiais parte I: Regimes
Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em
Áreas Especiais. Disposições Gerais e Específicas de cada
09
Regime e de cada Área. Termo de Responsabilidade. Trânsito
Aduaneiro. Admissão Temporária. Exportação Temporária.
Loja Franca. Depósito Especial. Repetro.
07- Regimes Aduaneiros Especiais parte II: Regimes
Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em
Áreas Especiais. Disposições Gerais e Específicas de cada
10 Regime e de cada Área. Termo de Responsabilidade.
Drawback. RECOF. Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas
Especiais. Áreas de Livre Comércio. Zonas de Processamento
de Exportação.
11 Teste a sua direção
08- Sanções Aduaneiras parte I: Infrações e Penalidades
previstas na Legislação Aduaneira. Pena de Perdimento.
Natureza Jurídica. Hipóteses de Aplicação. Limites.
Processo/Procedimento de Perdimento. Processo de Aplicação
12 de Penalidades pelo Transporte Rodoviário de Mercadoria
Sujeita a Pena de Perdimento. Procedimentos Especiais de
Controle Aduaneiro. Destinação de Mercadorias.
Subfaturamento e Retenção de Mercadorias. Denúncia
espontânea.
09- Sanções Aduaneiras parte II: Aplicação de Multas na
Importação e na Exportação. Intervenientes nas Operações de
13 Comércio Exterior. Sanções Administrativas a que estão
sujeitos os Intervenientes nas Operações de Comércio
Exterior e o Processo de sua Aplicação.
14 Teste a sua direção
15 10- Simulado.

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Veja que dividi o conteúdo da matéria um pouco diferente da forma como constam nos editais
anteriores, de forma mais didática, visando facilitar o aprendizado daqueles iniciantes na matéria,
sem prejuízo aos demais. Segue o padrão internacional que divide a matéria em 4 grandes tópicos:
Controle, Tributação, Regimes e Sanções.

A lógica é simples: o controle aduaneiro é a principal função da Aduana e toda a legislação aduaneira toma
como base os procedimentos de controle, especialmente os procedimentos do despacho aduaneiro; a
tributação aduaneira e o controle aduaneiro são a base para entendermos os regimes aduaneiros especiais; e
as sanções aduaneiras fecham a matéria a partir do conhecimentos dos procedimentos de controle, tributação
e regimes.

Convido-o(a) a iniciarmos imediatamente os estudos de Legislação Aduaneira, pois a nossa matéria tem
um grande peso na nota final da prova, além de ser um grande diferencial para o candidato competitivo. É
aquela matéria que ninguém estudou na faculdade e não tem como resolver as questões sem seu estudo
completo. Sem querer assustar, o Regulamento Aduaneiro, que é a base da prova, tem 820 artigos! Por incrível
que pareça, é uma boa notícia, porque os candidatos curiosos, aqueles que não estudam ou tentam resolver as
questões pelo conhecimento geral, ou aqueles que são especialistas em outras matérias do direito ou da
contabilidade, não conseguirão resolver as questões de forma satisfatória, a não ser que estudem a matéria
com afinco.

É minha função traduzir os 820 artigos do Regulamento Aduaneiro, bem como de outras
normas, em uma linguagem compatível com todas as formações acadêmicas, de forma a
preparar os alunos para responder as questões da prova. Destacaremos os pontos que
costumam cair nas provas e também aqueles que entendemos serem relevantes, dado o
contexto atual da Aduana brasileira e mundial.

Vamos juntos!
Mãos à obra!

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Introdução à matéria aduaneira


1. Notas introdutórias sobre o direito aduaneiro1
Vamos começar nosso curso demonstrando que a matéria aduaneira não faz parte, necessariamente, do
Direito Tributário. Muitos alunos e profissionais fazem essa confusão teórica.
Destaco que a compreensão da distinção entre a matéria aduaneira e a matéria tributária nos permite
compreender toda a lógica da Legislação Aduaneira, nos ajudando a assimilar melhor essa extensa e
importante matéria.

Mas, o que seria, então, o Direito Aduaneiro?

1.1. Direito aduaneiro e comércio internacional


A atividade aduaneira possui uma estreita vinculação com a comercialização de mercadorias entre
diferentes territórios, observada até mesmo em antigas civilizações. A vigilância das fronteiras do território
(cidade-estado, reino, império, feudo, tribo), com o controle do tráfego externo de mercadorias, refletia o
poder do ente controlador do território e era exercido por alguma espécie de autoridade aduaneira. A aplicação
de restrições à importação e à exportação de mercadorias é tão antiga quanto o comércio entre os territórios,
como forma de proteção à economia interna (ainda que de forma primitiva) e à segurança, além de propiciar o
reconhecimento da autoridade do ente controlador do território e a soberania territorial, influenciada pela
corrente econômica dominante em cada época.

O professor argentino Ricardo Xavier Basaldúa, em seu clássico estudo sobre o Direito Aduaneiro,
apresenta uma investigação histórica sobre a presença da Aduana em diversas civilizações (Egito, Grécia,
Roma, Idade Média, Veneza, Gênova, Bizâncio, França, Espanha e América pré-colonial)2. O autor reporta a
presença de alguma atividade aduaneira nessas civilizações, através do controle exercido na entrada e saída de
mercadorias de seu território, de forma a impedir esse fluxo ou aplicar-lhe alguma espécie de gravame na
operação comercial. Ricardo Basaldúa apresenta interessantes exemplos de aplicação de restrições à
importação e à exportação em sua investigação histórica:

→ a proibição de exportar trigo no Egito antigo


→ a proibição de exportar grãos e figos na Grécia antiga
→ a proibição de exportar trigo, sal e armas no Império Romano
→ a proibição de exportar ouro, ferramentas e armas no Império Bizantino
→ a proibição de exportar cavalos na Espanha de Alfonso, o Sábio
→ a proibição de exportar cereais, ouro e prata na França medieval

1
Conteúdo adaptado de FERNANDES, Rodrigo Mineiro. Introdução ao direito aduaneiro. São Paulo: Intelecto, 2018.
2
BASALDÚA, Ricardo Xavier. Introducción al Derecho Aduanero. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, 1988.

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Buscava-se, assim, desde o início, a proteção da economia local. De acordo com a abundância ou a
escassez de uma determinada mercadoria em outras regiões, estabeleciam-se cotas maiores ou menores de
importação e exportação, definindo como fator de restrição, os gravames.

Então a Aduana existe desde o surgimento do comércio entre os territórios?

Sim, podemos afirmar que existe um “aduaneiro” desde que algum poder soberano decidiu que alguma
coisa poderia entrar ou sair de seu território e necessitava ser controlada!

Com o início da Revolução Comercial, a consequente desintegração do feudalismo, a consolidação do


absolutismo e a formação dos Estados Nacionais, a atividade aduaneira passou a exercer um outro papel
fundamental dentro da doutrina mercantilista: a arrecadação de tributos ou direitos aduaneiros sobre a entrada
ou saída de mercadorias do território, constituindo uma importante fonte de recurso ao tesouro do Estado
Nacional, além de instrumento para a prática de medidas protecionistas3. A prática mercantilista proporcionava
um resultado positivo na balança comercial do Estado, com o acesso às reservas de metais preciosos e o
desenvolvimento de suas manufaturas.
Durante o mercantilismo, o comércio internacional passou por um processo de regulamentação, de forma
a disciplinar as operações internacionais e resguardar os interesses dos agentes de comércio e dos Estados
Nacionais. A evolução da atividade aduaneira, como responsável pela aplicação de restrições à importação e à
exportação de mercadorias e pela arrecadação de tributos ou direitos aduaneiros, também foi refletida através
de uma evolução legislativa, de forma a assegurar, mediante um conjunto de normas, uma maior eficácia no
cumprimento das funções aduaneiras4.

Atenção !! Este tema já caiu em prova!

ESAF – AFRF – 2002


a expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias e serviços de todos os tipos entre
diferentes países em tudo o que for ligado à sua execução, incluindo transporte e pagamento.

RESOLUÇÃO:

3
Cf. BASALDÚA, 1988.
4
Cf. BASALDÚA, 1988.

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Sim, quando nos referimos à expressão “Comércio Internacional” não estamos nos referindo à operação
comercial executada dentro de um território, mas aquela realizada entre agentes de diferentes países. Também
não se trata apenas do comércio de mercadorias, mas também de serviços. Inclui-se tudo aquilo que estiver
vinculado à operação comercial, como o transporte, seguro e pagamento.

Gabarito: alternativa certa

ESAF – AFRF – 2002

As instituições aduaneiras têm por funções primordiais o controle do fluxo de mercadorias que ingressam ou
saem do país em caráter definitivo ou temporário em decorrência das operações de comércio internacional e a
aplicação de tarifa aduaneira sobre tais operações.
RESOLUÇÃO:

A Aduana atua especialmente no controle das mercadorias que entram e saem de um território (aduaneiro),
independentemente se importadas ou exportadas a título definitivo ou não, e na aplicação da tarifa aduaneira
(tributação aduaneira).
Gabarito: alternativa certa

Remonta-se ao ano de 1687, durante o reinado de Luiz XIV, na França absolutista, aquele que é
considerado como o primeiro código aduaneiro5. A codificação de 1687 era constituída por cento e sessenta e
dois artigos agrupados em quatorze títulos, com disposições administrativas, penais, tributárias e processuais,
além de apresentar princípios e regras próprias, refletidas posteriormente em outros dispositivos aduaneiros.
Significativa mudança no papel aduaneiro ocorreu no século XX, no pós-guerra. Com a economia
europeia bastante debilitada, o comércio internacional se tornou sujeito a uma crescente variedade de
restrições, com a implantação de medidas protecionistas que visavam a proteção dos respectivos mercados
internos no reduzido mercado mundial, prolongando o quadro recessivo das economias e diminuindo ainda
mais o mercado mundial.

Diante desse quadro, as potências aliadas concluíram pela necessidade de reconstrução da economia
mundial, fundando uma nova ordem econômica baseada em três instituições: o Fundo Monetário Internacional
(FMI), o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e a tentativa de criação da
Organização Internacional de Comércio (OIC). Entre as medidas propostas, encontrava-se aquela de
construção de uma nova ordem jurídica que garantisse a tutela jurisdicional em tribunais internacionais e
nacionais. Em 1947, foi instituído o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement of Tariffs and
Trade - GATT), com o objetivo de reconstrução do comércio internacional e sua regulamentação.

5
ALAIS, Horácio Félix. Los principios del Derecho aduanero. Buenos Aires: Marcial Pons Argentina, 2008.

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Apesar de ter sido instituído em caráter provisório, o GATT colaborou com a liberalização do comércio
internacional no pós-guerra. Entretanto, somente em 01/01/1995, após a Rodada Uruguai de negociações, foi
instituída a Organização Mundial do Comércio (OMC), como uma organização supranacional, responsável pela
regulação do comércio de mercadorias, serviços e propriedades intelectuais, além da estruturação de um
sistema de solução de controvérsias.

A busca pela simplificação e harmonização dos procedimentos entre os diferentes países motivou a
criação do Conselho de Cooperação Aduaneira (atual Organização Mundial de Aduanas), em 1952, com o fim
de aumentar a eficácia e a efetividade das administrações aduaneiras de seus membros. Desde sua criação, a
exportação mundial saiu de quase zero para quase 18 trilhões de dólares em 2011, refletindo uma efetiva
mudança no comércio internacional6. Novos mercados consumidores foram abertos; empresas transnacionais
ocuparam grande parte do planeta, com produção em diversos continentes; países em desenvolvimento
passaram a participar de forma mais efetiva do comércio, refletindo uma pequena parcela de desenvolvimento
econômico.

Já na segunda década do século XXI, novos modelos de operações transnacionais estão sendo
desenvolvidos, representando um desafio para os Estados modernos, tanto no fomento de suas economias,
quanto na regulação das atividades operacionais, como, por exemplo, as cadeias globais de valores. Nesse
modelo de negócio internacional, as empresas transnacionais fragmentam suas etapas de produção,
distribuídas pelo mundo conforme vantagens de custos, insumos e logística.

Restrições impostas pela administração aduaneira de um país tendem a reduzir a capacidade deste país
de participar dessa rede de investimento, visto que as empresas transnacionais que participam dessa cadeia
tendem a se instalar em países com menor restrição aduaneira. A competitividade da operação e,
consequentemente, a busca por maior lucratividade está na possibilidade de se importar insumos com a menor
incidência tarifária, para fabricação e posterior fornecimento de partes, peças ou bens finais às grandes
empresas de cadeias globais. A atividade aduaneira será determinante para a implantação e o sucesso desse
modelo de comércio internacional em cada país.

A importância do comércio internacional e as perspectivas para o futuro foram objeto de estudo de um


grupo de trabalho coordenado pelo então Diretor Geral da OMC, Pascal Lamy7, demonstrando as razões pela
qual se entende que a abertura do comércio contribui para o bem-estar social e para o desenvolvimento. Os
pesquisadores concluíram que o comércio e o investimento encontram-se interligados, incentivando o
desenvolvimento e a criação de empregos, e reduzindo a desigualdade. Por fim, apontaram a necessidade de
estabelecimento de regras e princípios para regular as complexas estruturas comerciais da atualidade, dentre
as quais se encontra a normativa aduaneira.

6
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a partir de dados da Organização Mundial de
Comércio (OMC). Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_133795 2119.xls>. Acesso em: 27
ago. 2012.
7
LAMY, Pascal. El futuro del comercio: los retos de la convergência. Informe del grupo de reflexión sobre el futuro del
comercio convocado por el Director General de la OMC. Disponível em
<https://www.wto.org/spanish/thewto_s/dg_s/dft_panel_s/future_of_trade_report_s.pdf>. Acesso em: 15 maio 2018.

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A literatura econômica afirma, com base em argumentos teóricos e empíricos, que o comércio internacional
confere importantes estímulos ao crescimento econômico. Entre os fatores que explicam o efeito positivo do
comércio sobre o crescimento destacam-se:

a crescente importância das exportações para o Produto Interno dos países; a importância das importações
para o aumento da competitividade; e o melhor aproveitamento de economias de escala.

RESOLUÇÃO:

Há estudos científicos que concluíram que o comércio internacional e o investimento encontram-se


interligados, incentivando o desenvolvimento e a criação de empregos, e reduzindo a desigualdade. Com o
aumento das exportações, a economia do país exportador tende a se desenvolver, aproveitando do volume de
produção (escala), com a geração de empregos. Já as importações tendem a favorecer a redução de custos,
tanto na importação de insumos que serão utilizados em processos produtivos nacionais, quanto na importação
de bens de consumo, na redução do preço ao consumidor final.

Gabarito: alternativa certa

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O comércio de bens manufaturados vem crescendo significativamente desde a Segunda Guerra Mundial,
inclusive com crescente participação de países em desenvolvimento. Entre os fatores que têm concorrido para
a expansão do comércio de bens industrializados encontram-se:
os investimentos diretos, a internacionalização da produção e o comércio intra-firmas.

RESOLUÇÃO:

O desenvolvimento do comércio internacional e a internacionalização do investimento, proporcionou a


abertura de novos mercados consumidores, a internacionalização da produção, a disseminação de empresas
transnacionais que passaram a ocuparam grande parte do planeta, com produção em diversos continentes.
Dessa forma, países em desenvolvimento passaram a participar de forma mais efetiva do comércio, refletindo
uma pequena parcela de desenvolvimento econômico.

Gabarito: alternativa certa

Mas, o que isso tem a ver com a nossa matéria?

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Tudo a ver! Nossa matéria está diretamente relacionada ao estudo do Comércio


Internacional! É uma das ferramentas de sua regulação.
A regulação do comércio internacional pode ser entendida como o estabelecimento de regras para o
funcionamento da atividade comercial entre os países, direcionando o comportamento dos agentes
econômicos envolvidos nas operações comerciais internacionais e dos agentes públicos. O Direito Aduaneiro
também se encaixa neste conceito.

Definido por Ricardo Xavier Basaldúa como um conjunto de normas jurídicas cujo objeto é a regulação
do tráfego internacional de mercadorias8, o Direito Aduaneiro ainda é considerado como uma disciplina
jurídica em desenvolvimento, de caráter multidisciplinar e intervencionista. Seu objeto de estudo é o comércio
internacional, considerado como seu antecedente, e a relação aduaneira, como seu consequente9. Já Rosaldo
Trevisan define o Direito Aduaneiro como um conjunto de proposições jurídico-normativas que disciplinam
as relações entre a Aduana e os intervenientes nas operações de comércio exterior10.

A administração aduaneira, responsável pelas atividades aduaneiras, é normalmente designada como


aduana (customs, douane), e a repartição pública na qual normalmente ficam lotados os funcionários
aduaneiros é designada como alfândega. Trata-se de um órgão estatal encarregado de controlar as operações
de comércio exterior do país.

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Sobre a natureza e o papel das alfandegas no comércio internacional, é correto afirmar que:
estão vinculadas aos governos e são responsáveis pela arrecadação dos direitos e taxas que incidem sobre as
exportações e importações, bem como pela administração de leis e regulamentos relativos à importação, ao
trânsito e à exportação de mercadorias.

RESOLUÇÃO:

Tanto a arrecadação dos tributos incidentes sobre as exportações e importações, bem como a administração
de leis e regulamentos relativos ao comércio exterior são atribuições aduaneiras. Mas não podemos nos
esquecer do controle aduaneiro!

Gabarito: alternativa certa

8
BASALDÚA, Ricardo Xavier. Tributos al comercio exterior. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, 2011.
9
CARLUCI, José Lence. Uma introdução ao direito aduaneiro. 2. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001.
10
TREVISAN, Rosaldo. O imposto de importação e o direito aduaneiro internacional. São Paulo: Lex Editora, 2018.

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Sobre a natureza e o papel das alfandegas no comércio internacional, é correto afirmar que:

são órgãos governamentais responsáveis pela fiscalização da entrada, saída e movimentação de cargas e de
pessoas estrangeiras no território aduaneiro e pela arrecadação de tributos e taxas federais e estaduais.

RESOLUÇÃO:

As Alfândegas são as repartições pública na qual normalmente ficam lotados os funcionários aduaneiros, que
são responsáveis pelo controle aduaneiro e pela arrecadação de tributos incidentes nas operações de comércio
exterior. Entretanto, as alfândegas não controlam a entrada e saída de pessoas estrangeiras no território
aduaneiro (função da Polícia Federal) e pela arrecadação de tributos e taxas estaduais (função dos colegas da
fiscalização estadual), nem de outros tributos federais, como o IRPJ (função de outras unidades da RFB, que
não as aduaneiras).

Gabarito: alternativa errada

Nos próximos tópicos apresentaremos mais algumas características da matéria aduaneira, OK?

O Direito Aduaneiro se integra com uma pluralidade de normas que podem ser classificadas como
tributárias, penais, administrativas, comerciais, processuais e constitucionais, de acordo com o objetivo da
classificação. Entretanto, não se trata meramente de um subsistema desses ramos do direito, podendo ser
considerado como um ramo específico, ainda que em desenvolvimento.
Podemos destacar algumas características que nos permite apontar a possibilidade de autonomia da
matéria:

→ a especificidade da matéria aduaneira, de caráter multidisciplinar, derivada da complexidade das relações jurídicas
decorrentes do comércio internacional, e da diversidade dos intervenientes nas operações de comércio exterior;

→ os princípios e institutos específicos, como, por exemplo, o princípio da universalidade do controle aduaneiro, não
encontrados em outros ramos do direito, inclusive o tributário;

→ a legislação aduaneira, específica, tanto nacional quanto internacional;

→ a sua natureza intervencionista, reproduzindo o princípio da soberania nacional e do controle aduaneiro;

→ a sua natureza regulatória, tanto a nível doméstico, quanto a nível internacional, também com base na soberania
nacional, reproduzindo o intervencionismo estatal no intercâmbio comercial internacional, inclusive com a aplicação
dos tratados internacionais.

Agora, não podemos mais confundir a matéria aduaneira com a tributária, ok? Depois veremos os
pontos em comum entre essas duas matérias!

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Alguns autores admitem em tese a existência de um Direito Aduaneiro, apoiando esse posicionamento nos
seguintes fatores:

- o intervencionismo estatal no intercâmbio comercial internacional; o complexo de relações jurídicas


consequentes das relações comerciais internacionais; princípios e institutos específicos (exações aduaneiras de
competência exclusiva do Poder Central, controle aduaneiro sobre todas as mercadorias intercambiadas com
o exterior; regimes aduaneiros especiais e atípicos etc.); especificidade (origem consuetudinária, técnica
específica, acelerado dinamismo, importância do fator econômico, preponderância dos tratados
internacionais).

RESOLUÇÃO:

A matéria aduaneira vai muito além daquela meramente tributária (tributação aduaneira). O Direito Aduaneiro
se fundamenta, por exemplo, na especificidade da matéria aduaneira, na existência de princípios, regras e
institutos específicos, como, por exemplo, o princípio da universalidade do controle aduaneiro, em sua natureza
intervencionista, reproduzindo o princípio da soberania nacional e do controle aduaneiro, e em sua natureza
regulatória.

Gabarito: alternativa certa

1.2. Elementos essenciais do direito aduaneiro


Agora que já sabemos que a matéria aduaneira pode ser considerada como uma matéria autônoma, sem
necessariamente fazer parte de outro ramo jurídico, devemos conhecer seus elementos essenciais.
Vamos pensar em duas situações hipotética para extrairmos quais são esses elementos:
▪ Um produtor rural mineiro vende 100kg de queijo para um supermercado baiano
▪ Um produtor rural uruguaio vende 100kg de carne para um supermercado gaúcho
Qual dessas operações será relevante para a Aduana?

Resposta fácil: apenas aquela feita entre o produtor uruguaio e o comerciante brasileiro. A outra operação
é uma operação comercial interna, sem relevância para a Aduana.

Para caracterizarmos uma operação comercial como internacional, ela deve transpor o limite territorial
de um ente soberano. Caso contrário, o que ocorre é uma operação de comércio interno, onde as normas
aplicadas deverão ser exclusivamente de direito interno. Já naquelas, a operação comercial sujeita-se às
normas aduaneiras.

Já podemos extrair os pressupostos básicos para denominarmos uma matéria como aduaneira: a
existência de um território aduaneiro, a existência de uma mercadoria e seu fluxo (entrada ou saída =
importação ou exportação).

O primeiro elemento essencial do Direito Aduaneiro é o território.

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Vamos a outro exemplo:

→ Um produtor rural francês vende 100kg de queijo para um supermercado espanhol.


Essa operação será relevante para a Aduana?

Resposta não tão fácil: não, pois ela é efetuada dentro do território aduaneiro europeu.

Não se trata daquele conceito geográfico ou político de território, mas sua conotação aduaneira: o
território aduaneiro. A Convenção de Quioto Revisada11 define o território aduaneiro como sendo o território
onde se aplica a legislação aduaneira de uma Parte Contratante. Trata-se de um território delimitado por uma
fronteira aduaneira. Na Europa é assim (ao menos nos países que fazem parte da União Europeia)!

Diferente do conceito de território político, no qual a soberania é elemento determinante, no conceito


aduaneiro, o território pode estar compreendido na comunhão de vários entes soberanos, como no caso de
uniões aduaneiras, ou mesmo dentro de um território político e geográfico.

Apenas nos casos em que a operação comercial é feita transpondo a fronteira do território, no caso
aduaneiro, a operação pode ser caracterizada como uma operação de comércio exterior, do ponto de vista
específico de um país, com sua conotação aduaneira.

Outro elemento essencial para o Direito Aduaneiro é a mercadoria, dentro do conceito mercantil internacional como
todo objeto suscetível de tráfego internacional e passível de controle 12.

A individualização da mercadoria, por meio de sua codificação, permite o controle por parte das
autoridades aduaneiras e a imposição de restrições ao tráfego e a sua tributação. Sem o conhecimento da
mercadoria objeto do comércio internacional, a autoridade aduaneira não poderia exercer sua função.

Mas nenhuma repercussão teria para a Aduana se a mercadoria ficasse parada ou se fosse comercializada
dentro do território aduaneiro.

Sendo assim, temos os elementos dinâmicos do Direito Aduaneiro: a importação e a exportação. Sem
essas operações comerciais, a mercadoria não terá relevância para o Direito Aduaneiro. Apenas quando
ocorrem as operações de importação e exportação, em suas diversas etapas e procedimentos, iniciam-se os
fatos que terão repercussão aduaneira. O movimento da mercadoria, na entrada e saída de um determinado
território aduaneiro, configura esse terceiro elemento essencial do Direito Aduaneiro.

O termo importação, no ordenamento jurídico brasileiro, refere-se à introdução no território aduaneiro


de bens trazidos do exterior. Não se trata de trazer algo exclusivamente para o consumo, mas toda e qualquer

11
A Convenção Internacional para a simplificação e a harmonização dos Regimes Aduaneiros, também denominada de
Convenção de Quioto Revisada é um instrumento reconhecido pela Organização Mundial das Aduanas (OMA) como um
compêndio de práticas aduaneiras ideais e necessárias para um comércio global legítimo, simplificado e harmonizado.
12
BASALDÚA, Ricardo Xavier. Tributos al comercio exterior. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, 2011; CARRERO, Germán
Pardo. Tributación Aduanera. Bogotá: Legis Editores, 2009; FÉLIX ALAIS, 2008.

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entrada de produto estrangeiro no País13. Trata-se da adoção, pelo legislador brasileiro, da teoria da
transposição física, que tem como grande vantagem sua objetividade.
Assim também é disposto no Glossário de Termos Aduaneiros Internacionais da Organização Mundial das
Aduanas (OMA), no termo “importação”: “ação de introduzir em um território aduaneiro uma mercadoria
qualquer”.

Já o termo exportação significa a saída de mercadoria do território aduaneiro.

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Leia com atenção as frases abaixo:


"Vendas no estrangeiro de bens e serviços produzidos em um país".

"Entrada de mercadorias e serviços estrangeiros em um país".


Os conceitos acima mencionados referem-se respectivamente a:

exportação, importação

RESOLUÇÃO:

Exportação significa a saída de mercadoria do território aduaneiro e importação significa a entrada de


mercadorias estrangeiras no território aduaneiro.
Gabarito: alternativa certa

TERRITÓRIO
ADUANEIRO

IMPORTAÇÃO

MERCADORIA
EXPORTAÇÃO

13
MEIRA, Liziane Angelotti. Tributos sobre o comércio exterior. São Paulo: Saraiva, 2012, p.317.

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1.3. Funções aduaneiras


Uma pergunta básica e fácil: para que serve a Aduana?

Resposta direta e correta: para controlar as mercadorias que entram e saem do território aduaneiro, e as
operações correlatas!

Segundo Ricardo Xavier Basaldúa, a função essencial da Aduana, cuja ausência a descaracterizaria, é o controle que
deve ser exercido sobre as mercadorias objeto do tráfego internacional, ou seja, sobre as importações ou
exportações14. Trata-se do princípio da universalidade do controle aduaneiro, sem o qual não existiria função
aduaneira, que retrata a soberania do território.

A Convenção de Quioto Revisada define controle aduaneiro como “o conjunto de medidas tomadas pelas
Alfândegas com vista a assegurar a aplicação da legislação aduaneira”. Para Rosaldo Trevisan, o exercício do
controle aduaneiro sobre as mercadorias procedentes ou destinadas ao exterior é o papel essencial da Aduana,
ou seja, “regular o fluxo de comércio exterior, estabelecendo incentivos ou restrições, e fiscalizando-os, para
garantir sua correta aplicação”15. A Convenção de Quioto Revisada prevê, no seu Anexo Geral, Norma 6.1, que
todos os bens que sejam introduzidos no território aduaneiro ou dele saiam estão sujeitos ao controle
aduaneiro.

O controle pode ser exercido em três momentos:


▪ antes da chegada da mercadoria;
▪ no momento da apresentação da mercadoria às autoridades aduaneiras; e
▪ após o desembaraço aduaneiro das mercadorias.

Não se trata de uma verificação absoluta de toda mercadoria importada ou exportada, visto que tal
verificação é efetuada por amostragem, mas sim a sujeição de todas as mercadorias ao controle, ou seja, a
possibilidade de que, em algum momento, as mercadorias poderão ser verificadas e as operações efetivamente
controladas.

Verificação das mercadorias significa a operação pela qual as Alfândegas procedem ao exame físico das mercadorias a
fim de se assegurarem que a sua natureza, origem, estado, quantidade e valor estão em conformidade com os dados da
declaração de mercadorias, segundo definição da Convenção de Quioto Revisada.

Está claro que a Aduana existe para controlar, não é?

14
BASALDÚA, Ricardo Xavier. La Aduana: Concepto y funciones esenciales y contingentes. In: Revista de Estudios
Aduaneros – v.18. Buenos Aires: Instituto Argentino de Estudios Aduaneros, 2007.
15
TREVISAN, Rosaldo. A Revisão Aduaneira de Classificação de Mercadorias na Importação e a Segurança Jurídica:
uma análise sistemática. In: BRANCO; Paulo Gonet; MEIRA, Liziane Angelotti; CORREIA NETO, Celso de Barros. (Org.).
Tributação e direitos fundamentais. São Paulo: Saraiva, 2012.

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Podemos considerar o “Controle Aduaneiro” como o bem jurídico tutelado pelo Direito Aduaneiro, representando o
poder soberano do Estado e seu poder de polícia, atuando na proteção da sociedade e da economia.

Reflete também outra característica do Direito Aduaneiro: a formalidade requerida nos atos praticados
junto à administração aduaneira, não como mera obrigação acessória e burocrática, mas como medida de
controle e segurança dos atos aduaneiros praticados.
Na normativa brasileira, encontra-se a previsão do controle aduaneiro no Regulamento Aduaneiro,
aprovado pelo Decreto nº 6.759/2009, que dispõe sobre o exercício da administração aduaneira,
compreendendo a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses
fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro.

Também consta do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), aprovado pela
Portaria MF nº 430, de 9 de outubro de 2017, a competência da administração tributária federal e aduaneira,
bem como a direção, supervisão, orientação, coordenação e execução dos serviços de administração,
fiscalização e controle aduaneiros.

Conforme explicitado no parágrafo único do artigo 5º da Lei nº 13.464, de 10 de julho de 2017, os ocupantes do cargo de
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil são as autoridades aduaneiras da União.

Dentro da função de controle, encontramos a aplicação de restrições e proibições à importação e à


exportação, na qual a Aduana é utilizada como uma ferramenta da política econômica do governo. Essa função
aproxima o Direito Aduaneiro do Direito Econômico, como instrumento de política aduaneira, que define a
forma e o grau de interação comercial do Estado com o resto do mundo, e as prioridades da política econômica
traçadas pelo governo, com base nas demandas econômicas e sociais do país.

Vamos detalhar um pouco mais essa importante forma de atuação da Aduana:

❖ A abertura comercial do país, derivada da globalização e internacionalização da economia, tende a ser


direcionada pela política econômica, na qual a política aduaneira está incluída, com a definição do grau
de abertura dos setores econômicos que serão impactados, considerando seus reflexos sociais e
econômicos. A implantação de medidas de protecionismo comercial (proibições e restrições à
importação) é o extremo dessa função aduaneira. Mas há medidas microeconômicas, como restrições
a itens específicos, destinados a determinados setores que apresentam problemas concorrenciais ou
mesmo de preço, de forma temporária. Tratam-se de medidas aduaneiras de proteção à economia.
Entre os instrumentos de restrição, destacam-se os direitos aduaneiros (antidumping e
compensatórios), que visam combater as práticas desleais de competição internacional em matéria de
preços (mercadorias importadas com preços inferiores aos normais de mercado), e os contingentes.
− Os direitos antidumping têm por objetivo complementar as quantias a pagar pela importação
de mercadorias.
− Os direitos compensatórios atacam o subsídio, compensando a subvenção ou subsídio
concedido pelas autoridades do país de origem ou de exportação, mesmo que indiretamente.
− Os contingentes são instrumentos de restrição aduaneira que fixam um direito para a
importação de uma quantidade limitada de determinadas mercadorias (volume do
contingente), por determinado período.
❖ A atuação da Aduana na proteção da sociedade é encontrada no estabelecimento e controle de
restrições e proibições de importações de mercadorias que poderiam causar graves prejuízos sociais, à

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saúde, ao meio ambiente e à segurança, e no combate ao tráfico de drogas, de armas e lavagem de


dinheiro.

A outra função clássica da Aduana é a tributação aduaneira, mediante a arrecadação e fiscalização dos
tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior. Tratam-se, em sua essência, de tributos
extrafiscais. As medidas tarifárias representam uma atuação estatal regulatória por indução, mediante a
possibilidade de alteração da alíquota do Imposto de Importação incidente sobre os produtos importados,
quando necessário para atender aos objetivos da política econômica nacional, juntamente com a criação de
benefícios fiscais e instituição de regimes aduaneiros especiais16.

Os impostos extrafiscais são aqueles previstos na ordem constitucional cuja função principal não é a
obtenção de recursos ao erário público, mas servir como instrumento de política social e econômica, na qual
também se inserem as políticas de comércio exterior.

Claro está que os impostos extrafiscais não perdem seu caráter tributário: continuam sendo tributos.

Entretanto, a finalidade de sua instituição e regulação não é, necessariamente, arrecadação de recursos


ao erário público, mas intervenção estatal na vida econômica e social da nação.

Em resumo, temos as duas clássicas funções aduaneiras:

Funções da
Aduana

Controle Tributação
Aduaneiro Aduaneira

16
Os Regimes Aduaneiros Especiais serão estudados nas aulas 06 e 07 do presente curso.

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2. Legislação aduaneira brasileira

2.1. Disposições constitucionais relativas ao comércio exterior


A Constituição Federal de 1988 determina a competência privativa da União para legislar sobre comércio
exterior.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...]

VIII - comércio exterior e interestadual;

Essa disposição constitucional nos parece óbvia, não é?


Isso porque a soberania, no federalismo, é atributo do Estado Federal e não dos Estados-Membros ou
municípios. Dessa forma, a União detém o poder de soberania internacional, sendo competente para legislar
sobre questões de comércio exterior. Imaginem se cada Estado-Membro fosse soberano e pudesse legislar
sobre o comércio exterior? Seria caótico! Uma guerra fiscal que só prejudicaria a economia brasileira!
Quanto ao aspecto tributário, já aprendemos em Direito Tributário que a Constituição Federal não
institui tributos, mas outorga a competência para o Ente da Federação instituir a tributação, não é mesmo?
Sendo assim, a Constituição Federal de 1988 determinou a competência privativa da União para instituir
o imposto de importação sobre produtos estrangeiros e de exportação.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;

Dessa forma, a União instituiu os referidos impostos através de legislação específica, que veremos a
seguir.

Também se relaciona à matéria aduaneira o artigo 170 da Constituição de 1988, que estabelece os
princípios gerais da atividade econômica, na qual a atividade aduaneira também está inserida.

Entretanto, o artigo que reproduz toda a preocupação do constituinte com o Direito Aduaneiro é o artigo
237, com a expressa referência ao Controle Aduaneiro:

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior,


essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro, que é exercido pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Como já vimos, o controle aduaneiro não tem finalidade meramente arrecadatória, mas visa a proteção
da sociedade e da economia nacional, além de refletir o poder soberano do Estado.

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Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior, atividades
administrativas consideradas essenciais aos interesses fazendários nacionais.
RESOLUÇÃO:

Expressamente, o artigo 237 da CF dispõe que compete ao Ministério da Fazenda o exercício da fiscalização e
do controle sobre o comércio exterior, e que tais atividades são consideradas essenciais à defesa dos interesses
fazendários nacionais. Esse artigo é a base de toda a normativa aduaneira que destaca a importância da função
de controle exercida pela Aduana.

Gabarito: alternativa certa

2.2. Disposições legais e regulamentares


Infelizmente, o Brasil ainda não possui um Código Aduaneiro, que poderia definir normas gerais sobre a
matéria e propiciar um ambiente de segurança jurídica, tanto para os operadores do comércio exterior, quanto
para a administração aduaneira.

A nossa “Lei Aduaneira”, conforme denominação sugerida por Rosaldo Trevisan, é o Decreto-lei nº 37, de 18/11/1966
(DL37/66), que procurou consolidar as normas aduaneiras existentes à época, embora expressamente restrita ao Imposto
de Importação e à organização dos serviços aduaneiros. Trata-se da norma que instituiu o Imposto de Importação vigente.

O DL 37/66, em suas “outras providências”, tratou também de diversos dispositivos inseridos na temática
aduaneira, como o despacho aduaneiro e o controle aduaneiro. Segundo o legislador à época de sua edição, as
normas procedimentais ficariam para sua regulamentação posterior.

Entretanto, apenas em 1985, com a edição do Decreto nº 91.030, entrou em vigor o Regulamento
Aduaneiro (RA/85), consolidando as normas aduaneiras e regulamentando o Decreto-lei nº 37/66.
Posteriormente, foram editados os Regulamentos Aduaneiros de 2002 (Decreto nº 4.543, de 26/12/2002), que
revogou o RA/85, e o Regulamento Aduaneiro de 2009 (Decreto nº 6.759, de 05/02/2009), que revogou o
anterior e está atualmente em vigor.
O Regulamento Aduaneiro reproduz diversos dispositivos legais, com o objetivo de consolidar a
legislação aduaneira em um único ato regulamentar, procurando suprir a ausência de um código aduaneiro e
facilitando a consulta dos interessados na matéria aduaneira. Mas ainda assim existem outras normas
específicas que são de conhecimento obrigatório por parte dos operadores aduaneiros. Destaca-se que o RA é
uma norma hierarquicamente inferior à Lei, e não pode criar previsões específicas sem o amparo legal, inclusive
nova incidência tributária e sanções não previstas em lei.

Ficaremos bem íntimo do RA, visto que ele é a base utilizada pela ESAF em suas provas.

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Outras normas aduaneiras de destaque foram editadas posteriormente ao Decreto-lei nº 37/66: o


Decreto-lei nº 288/67, que dispõe sobre a Zona Franca de Manaus, o Decreto-lei nº 1.455/76, que dispõe sobre
bagagem, isenções, entreposto aduaneiro, aplicação da pena de perdimento e destinação de bens apreendidos
pela Aduana, e o Decreto-lei nº 1.578/77, que dispõe sobre o Imposto de Exportação, instituindo esse tributo.

2.3. Legislação aduaneira aplicável ao MERCOSUL e sua internalização


O MERCOSUL foi criado a partir da assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991, pela
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de integração dos quatro Estados Parte através das
seguintes ações:

❖ livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da eliminação dos
direitos alfandegários e restrições não-tarifárias à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito
equivalente;

❖ estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros
Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e
internacionais;

❖ coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes - de comércio exterior, agrícola,
industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras
que se acordem -, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência entre os Estados Partes; e

❖ compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento
do processo de integração.

Em dezembro de 1994, foi aprovado o Protocolo de Ouro Preto, que estabeleceu a estrutura institucional
do MERCOSUL, dotando-o de personalidade jurídica internacional.

Os críticos do MERCOSUL apontam que apenas dois objetivos foram cumpridos, ainda assim
parcialmente: eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias no comércio entre os países membros e a
adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC). Constata-se que desde o início da implantação da TEC foram
admitidas as Listas de Exceções, que compreendem uma lista de códigos NCM como exceções à TEC que cada
Estado Parte pode manter. Atualmente, o Brasil está autorizado a manter uma lista de 100 códigos NCM,
conforme dispõe a Decisão CMC nº 26/2015.

Também se constata que o Mercosul não atingiu, de forma efetiva, os demais objetivos: coordenação de
políticas macroeconômicas, a liberalização do comércio de serviços, e a livre circulação de mão-de-obra e de
capitais.

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ESAF – AFRF – 2002.2

A partir de dezembro de 1994, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) instituiu uma área de livre comércio e uma
união aduaneira que ainda carecem de aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim:
eliminar barreiras não-tarifárias ainda existentes, promover a liberalização do comércio de serviços e a
incorporar à tarifa externa comum produtos mantidos à margem da mesma.

RESOLUÇÃO:
Ainda não foram atingidos todos objetivos do MERCOSUL, como a eliminação de barreiras não-tarifárias
existentes, o livre comércio de serviços, a livre circulação de mão-de-obra, e a extinção das Listas de Exceções
à TEC.

Gabarito: alternativa certa

A internalização da legislação aduaneira aplicável ao MERCOSUL foi objeto de manifestação do Supremo


Tribunal Federal, no Agravo Regimental na Carta Rogatória - CR 8279 AgR, de relatoria do Ministro Celso de
Mello:

E M E N T A:

MERCOSUL - CARTA ROGATÓRIA PASSIVA - DENEGAÇÃO DE EXEQUATUR - PROTOCOLO DE MEDIDAS


CAUTELARES (OURO PRET0/MG) - INAPLICABILIDADE, POR RAZÕES DE ORDEM CIRCUNSTANCIAL - ATO
INTERNACIONAL CUJO CICLO DE INCORPORAÇÃO, AO DIREITO INTERNO DO BRASIL, AINDA NÃO SE ACHAVA
CONCLUÍDO À DATA DA DECISÃO DENEGATÓRIA DO EXEQUATUR, PROFERIDA PELO PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL - RELAÇÕES ENTRE O DIREITO INTERNACIONAL, O DIREITO COMUNITÁRIO E O DIREITO
NACIONAL DO BRASIL - PRINCÍPIOS DO EFEITO DIRETO E DA APLICABILIDADE IMEDIATA - AUSÊNCIA DE SUA
PREVISÃO NO SISTEMA CONSTITUCIONAL BRASILEIRO - INEXISTÊNCIA DE CLÁUSULA GERAL DE RECEPÇÃO PLENA
E AUTOMÁTICA DE ATOS INTERNACIONAIS, MESMO DAQUELES FUNDADOS EM TRATADOS DE INTEGRAÇÃO -
RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. A RECEPÇÃO DOS TRATADOS OU CONVENÇÕES INTERNACIONAIS EM GERAL
E DOS ACORDOS CELEBRADOS NO ÂMBITO DO MERCOSUL ESTÁ SUJEITA À DISCIPLINA FIXADA NA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA.

- A recepção de acordos celebrados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL está sujeita à mesma disciplina constitucional
que rege o processo de incorporação, à ordem positiva interna brasileira, dos tratados ou convenções internacionais em
geral. É, pois, na Constituição da República, e não em instrumentos normativos de caráter internacional, que reside a
definição do iter procedimental pertinente à transposição, para o plano do direito positivo interno do Brasil, dos tratados,
convenções ou acordos - inclusive daqueles celebrados no contexto regional do MERCOSUL - concluídos pelo Estado
brasileiro. Precedente: ADI 1.480-DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO.

- Embora desejável a adoção de mecanismos constitucionais diferenciados, cuja instituição privilegie o processo de
recepção dos atos, acordos, protocolos ou tratados celebrados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL, esse é um tema que
depende, essencialmente, quanto à sua solução, de reforma do texto da Constituição brasileira, reclamando, em
conseqüência, modificações de jure constituendo. Enquanto não sobrevier essa necessária reforma constitucional, a
questão da vigência doméstica dos acordos celebrados sob a égide do MERCOSUL continuará sujeita ao mesmo
tratamento normativo que a Constituição brasileira dispensa aos tratados internacionais em geral.

PROCEDIMENTO CONSTITUCIONAL DE INCORPORAÇÃO DE CONVENÇÕES INTERNACIONAIS EM GERAL E DE


TRATADOS DE INTEGRAÇÃO (MERCOSUL).

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- A recepção dos tratados internacionais em geral e dos acordos celebrados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL depende,
para efeito de sua ulterior execução no plano interno, de uma sucessão causal e ordenada de atos revestidos de caráter
político-jurídico, assim definidos: (a) aprovação, pelo Congresso Nacional, mediante decreto legislativo, de tais
convenções; (b) ratificação desses atos internacionais, pelo Chefe de Estado, mediante depósito do respectivo
instrumento; (c) promulgação de tais acordos ou tratados, pelo Presidente da República, mediante decreto, em ordem a
viabilizar a produção dos seguintes efeitos básicos, essenciais à sua vigência doméstica: (1) publicação oficial do texto do
tratado e (2) executoriedade do ato de direito internacional público, que passa, então - e somente então - a vincular e a
obrigar no plano do direito positivo interno. Precedentes.

O SISTEMA CONSTITUCIONAL BRASILEIRO NÃO CONSAGRA O PRINCÍPIO DO EFEITO DIRETO E NEM O POSTULADO
DA APLICABILIDADE IMEDIATA DOS TRATADOS OU CONVENÇÕES INTERNACIONAIS.

- A Constituição brasileira não consagrou, em tema de convenções internacionais ou de tratados de integração, nem o
princípio do efeito direto, nem o postulado da aplicabilidade imediata. Isso significa, de jure constituto, que, enquanto não
se concluir o ciclo de sua transposição, para o direito interno, os tratados internacionais e os acordos de integração, além
de não poderem ser invocados, desde logo, pelos particulares, no que se refere aos direitos e obrigações neles fundados
(princípio do efeito direto), também não poderão ser aplicados, imediatamente, no âmbito doméstico do Estado brasileiro
(postulado da aplicabilidade imediata).

- O princípio do efeito direto (aptidão de a norma internacional repercutir, desde logo, em matéria de direitos e obrigações,
na esfera jurídica dos particulares) e o postulado da aplicabilidade imediata (que diz respeito à vigência automática da
norma internacional na ordem jurídica interna) traduzem diretrizes que não se acham consagradas e nem positivadas no
texto da Constituição da República, motivo pelo qual tais princípios não podem ser invocados para legitimar a incidência,
no plano do ordenamento doméstico brasileiro, de qualquer convenção internacional, ainda que se cuide de tratado de
integração, enquanto não se concluírem os diversos ciclos que compõem o seu processo de incorporação ao sistema de
direito interno do Brasil. Magistério da doutrina.

- Sob a égide do modelo constitucional brasileiro, mesmo cuidando-se de tratados de integração, ainda subsistem os
clássicos mecanismos institucionais de recepção das convenções internacionais em geral, não bastando, para afastá-los,
a existência da norma inscrita no art. 4º, parágrafo único, da Constituição da República, que possui conteúdo meramente
programático e cujo sentido não torna dispensável a atuação dos instrumentos constitucionais de transposição, para a
ordem jurídica doméstica, dos acordos, protocolos e convenções celebrados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL.

Portanto, o procedimento de incorporação de tratado celebrado se dá com a expressa manifestação do


Congresso Nacional, mediante decreto legislativo, e do Presidente da República, mediante decreto, que
resulta na promulgação do tratado internacional. Apenas após a publicação do decreto editado, ocorre a
executoriedade do ato internacional.

Para o STF, no sistema jurídico brasileiro, os atos internacionais não dispõem de primazia hierárquica
sobre as normas de direito interno. Qualquer precedência somente se dará quando aplicado o critério
cronológico (lei posterior revoga lei anterior) ou o critério da especialidade. (ADI 1.480-DF, Rel. Min. CELSO DE
MELLO).

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ESAF – AFRFB – 2012

Acerca das isenções do Imposto de Importação, e sobre a internalização da legislação aduaneira aplicável ao
MERCOSUL:

segundo o Supremo Tribunal Federal, sob a égide do modelo constitucional brasileiro, mesmo cuidando-se de
tratados de integração, ainda subsistem os clássicos mecanismos institucionais de recepção das convenções
internacionais em geral, não bastando, para afastá-los, a existência da norma inscrita no art. 4º, parágrafo
único, da Constituição da República, que possui conteúdo meramente programático e cujo sentido não torna
dispensável a atuação dos instrumentos constitucionais de transposição, para a ordem jurídica doméstica, dos
acordos, protocolos e convenções celebrados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL.

RESOLUÇÃO:

A ESAF transcreveu literalmente o trecho da decisão do STF, com especial relevância para a necessidade de
seguir os trâmites constitucionais para a internalização de tratados celebrados pelo país, inclusive aqueles no
âmbito do MERCOSUL.

Gabarito: afirmativa certa

Com o objetivo de avançar no processo de integração regional com a adoção de uma legislação aduaneira
comum, foi aprovado, em 2 de agosto de 2010, pelo Conselho do Mercado Comum, através da Decisão nº 27,
em San Juan, Argentina, o Código Aduaneiro do Mercosul (CAM).
Essa codificação permitirá uma uniformização de conceitos e o disciplinamento dos institutos que
regulam a matéria aduaneira no âmbito do MERCOSUL, tendo sido elaborada no contexto das normas e das
realidades locais e regionais, de diretrizes previamente esboçadas, tomando por base os principais atos legais
aduaneiros dos Estados Partes e considerando as disposições do Código Aduaneiro Europeu, bem como a
Convenção de Quioto Revisada.

O CAM sofreu correções formais que resultaram na Fé de Erratas de 3 de março de 2011 e, atualmente,
está em processo de internalização aos ordenamentos jurídicos dos Estados Partes. Em 5 de setembro de 2018,
o Plenário do Senado Federal aprovou o texto do CAM, que resultou no Decreto Legislativo nº 149, de 10 de
setembro de 2018. Para sua entrada em vigor, o Código Aduaneiro do Mercosul terá que ser aprovado pelos
Parlamentos dos quatro países.

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3. Administração Aduaneira
Agora vamos estudar um assunto que nos interessa diretamente: a administração aduaneira.

No Brasil, a administração aduaneira é exercida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, que também
é a responsável pela administração tributária. Em alguns países do mundo essas atribuições são executadas por
diferentes órgãos, ao contrário daqui.

Vejam como a nossa carreira é importante e relevante para o país!

A estrutura, competência, denominação, sede e jurisdição das unidades da Secretaria da Receita Federal
do Brasil que desempenham as atividades aduaneiras são reguladas em ato do Ministro de Estado da Fazenda.
Atualmente encontra-se em vigor a Portaria MF nº 430, de 9 de outubro de 2017, que aprova o Regimento
Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

A nível nacional, a administração aduaneira atua diretamente através da SUBSECRETARIA DE


ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA (SUANA), e de suas coordenações vinculadas: COORDENAÇÃO ESPECIAL DE
INFRAESTRUTURA E TÉCNICA ADUANEIRA (COTAD), COORDENAÇÃO-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
ADUANEIRA (COANA) e COORDENAÇÃO-GERAL DE COMBATE AO CONTRABANDO E DESCAMINHO
(COREP).

A nível regional, temos as Divisões de Administração Aduaneira (DIANA) para cada região fiscal, as
DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL (DRF), a DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO
BRASIL DE FISCALIZAÇÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR (DELEX), a DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA
FEDERAL DO BRASIL DE COMÉRCIO EXTERIOR (DECEX), as ALFÂNDEGAS DA RECEITA FEDERAL DO
BRASIL (ALF) e as INSPETORIAS DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL (IRF). O Regimento Interno da Receita
determina as competências de cada unidade e divisão.

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ESAF – ADA – 2012

As Unidades da Receita Federal do Brasil que podem ter competência para proceder ao despacho aduaneiro de
mercadorias e outros bens são as relacionadas abaixo:

Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ).

RESOLUÇÃO:

As Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) não são unidades aduaneiras, não detendo
competência para proceder ao despacho aduaneiro. Tratam-se de unidades julgadoras.
Gabarito: afirmativa errada

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ESAF – ADA – 2014

À Coordenação-Geral de Administração Aduaneira - Coana compete, julgar, em primeira instância, recursos


administrativos referentes ao crédito tributário constituído nos procedimentos fiscais instaurados pela
fiscalização aduaneira das unidades descentralizadas.

RESOLUÇÃO:

A competência para julgar, em primeira instância, recursos administrativos referentes ao crédito tributário é
das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ).

Gabarito: afirmativa errada

O Regulamento Aduaneiro traz diversos dispositivos que tratam da administração aduaneira, a partir
daquela importante previsão constitucional do controle aduaneiro: “o exercício da administração aduaneira
compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses
fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro (Constituição, art. 237).”

A Lei no 11.457, de 16 de março de 2007, com a redação dada pela Lei nº 13.464, de 10 de julho de 2017,
dispôs sobre o caráter essencial e indelegável das atividades da administração tributária e aduaneira da União,
que são exercidas pelos servidores dos quadros funcionais da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Destaca-
se, também, a dispositivo que prevê que os cargos em comissão e as funções de confiança da administração
aduaneira são privativos de servidores ocupantes de cargos efetivos da Secretaria da Receita Federal do Brasil
ou que tenham obtido aposentadoria nessa condição, excetuando aquelas situações em vigor à época da edição
do ato.

A Lei nº 13.464, de 10 de julho de 2017 também deixou expresso que os ocupantes do cargo de Auditor-
Fiscal da Receita Federal do Brasil, no exercício de suas atribuições privativas, são autoridades tributárias e
aduaneiras da União.

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ESAF – AFRFB – 2009


No contexto do comércio exterior brasileiro, são atribuições da Receita Federal do Brasil:

exercer a fiscalização aduaneira das mercadorias, produtos e bens que ingressam no território aduaneiro do
país e esclarecer dúvidas sobre a classificação aduaneira de mercadorias.
RESOLUÇÃO:

Além da competência para fiscalizar mercadorias, bens e produtos que ingressam no território aduaneiro,
também é atribuição da RFB esclarecer dúvidas sobre a classificação fiscal das mercadorias.

Gabarito: afirmativa certa

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As atividades de fiscalização de tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior serão


supervisionadas e executadas por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. As demais atividades
relacionadas ao controle aduananeiro, desde que não privativas do cargo de Auditor-Fiscal, poderão ser
executadas pelo Analista-Tributário da Receita Federal, cuja atuação é de fundamental importância para a
Aduana brasileira.

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ESAF – AFTN – 1998

A atuação da Secretaria da Receita Federal, no que se refere ao comércio exterior, envolve atividades de
tributação, arrecadação e fiscalização aduaneira.
RESOLUÇÃO:

A RFB atua também nas atividades de tributação aduaneira, e na arrecadação e fiscalização dos tributos
incidentes nas operações de comércio exterior. Gabarito: alternativa certa

Vamos nos concentrar nas atividades tipicamente aduaneiras:


A legislação aduaneira estabelece que a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários
determinados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados. O ideal
seria o funcionamento de forma ininterrupta, não é mesmo? Mas, na grande maioria dos casos, a Aduana não
tem mão-de-obra suficiente para realizar suas atividades de forma contínua, por isso ela poderá determinar os
horários e as condições de realização dos serviços aduaneiros nos locais alfandegados.

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ESAF – ATRFB – 2012

A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual, nos portos,
aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados.

RESOLUÇÃO:

Conforme já vimos, a fiscalização aduaneira poderá ser realizada de forma contínua ou eventual. Essa questão
reproduziu literalmente a disposição contida no Regulamento Aduaneiro!

Gabarito: alternativa certa

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Outro ponto muito importante e interessante para os Auditores-Fiscais da Receita Federal (os atuais e os
futuros!) é sua precedência sobre as demais autoridades no exercício de suas atribuições legais aduaneiras.
Mas, o que seria essa precedência?

→ a obrigação, por parte das demais autoridades, de prestar auxílio imediato, sempre que requisitado
pela autoridade aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalações necessários à ação
fiscal; e
→ a competência da autoridade aduaneira, sem prejuízo das atribuições de outras autoridades, para
disciplinar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos, unidades de carga
e mercadorias nos locais referidos no caput, no que interessar à Fazenda Nacional.
Interessante, não é mesmo?

Portanto, temos sempre que lembrar que, nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque
e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem
precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições. Inclusive na zona de vigilância aduaneira,
devendo as demais autoridades prestar à autoridade aduaneira a colaboração que for solicitada. Na próxima
aula veremos o que é essa zona de vigilância.

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ESAF – ADA – 2017

Com relação às atribuições e prerrogativas da autoridade aduaneira no exercício de suas funções, assinale a
opção incorreta.

Compete à administração aduaneira estabelecer critérios de distribuição, administrar e controlar cotas


tarifárias e não tarifárias de importação e exportação.

RESOLUÇÃO:
Não compete à administração aduaneira estabelecer critério, administrar e controlar cotas na importação e
exportação. Tal atribuição compete à SECEX, conforme disposto no art.18, XXIII, do Decreto nº 9.260, de 29
de dezembro de 2017.

Gabarito: afirmativa certa (por estar incorreta, conforme enunciado)

ESAF – AFRF – 2003

No Porto de Santos encontra-se uma carga de grãos, vinda da Argentina. Tem precedência para análise dessa
carga:

A Receita Federal, visando a apurar a regularidade da importação.

RESOLUÇÃO:

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Aula 00

A autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições nas áreas de portos,
aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados.
Gabarito: afirmativa correta

A autoridade aduaneira terá livre acesso, logicamente quando estiver exercendo suas atribuções, a
quaisquer dependências do porto e às embarcações, atracadas ou não, e aos locais onde se encontrem
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. Esse livre acesso é fundamental para o pleno
exercício do controle aduaneiro! Ela também poderá requisitar papéis, livros e outros documentos, bem como
o apoio de força pública federal, estadual ou municipal, quando julgar necessário. Sempre que estiver em
perigo, ou mesmo numa situação de risco eminente, a seu critério, ela poderá chamar a força policial.

Destacamos, ainda, que o importador, o exportador ou o adquirente de mercadoria importada por sua
conta e ordem têm a obrigação de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos às transações
que realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na legislação tributária a que estão submetidos, e de
apresentá-los à fiscalização aduaneira quando exigidos.
Já afirmamos nessa aula que o controle aduaneiro é a principal função aduaneira, sem a qual não existiria
a Aduana. Veremos como a Receita Federal trata desse tema dentro de sua cadeia de valor17.

17
Segundo o site da RFB, a “Cadeia de Valor é a representação gráfica de como são organizados e agrupados os processos
de trabalho da instituição, a fim de que ela cumpra sua missão e gere valor para seus clientes. A partir de sua Cadeia de
Valor, a RFB implementou a Gestão por Processos, que, alinhada ao Planejamento Estratégico, propicia a tomada de
decisão mais assertiva com relação à priorização das iniciativas de melhoria e inovação, orientando a Receita Federal no
alcance de sua Visão de Futuro.” Disponível em <http://idg.receita.fazenda.gov.br/sobre/institucional/cadeia-de-valor-
1/controle-aduaneiro>. Acesso em 23/09/2018.

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Aula 00

A RFB apresenta, dentre os denominados “macroprocessos finalísticos”, ou seja, aqueles ligados à


essência do funcionamento e aos objetivos da organização, o macroprocesso “Controle Aduaneiro”, cujo valor
a ser entregue é a “eficiência do controle do comércio exterior e proteção à sociedade”.

Esse macroprocesso consiste em “realizar o controle e a fiscalização da entrada e saída de mercadorias de origem
estrangeira no país, o acompanhamento do despacho aduaneiro, a verificação da correta informação da base de cálculo
de incidência dos tributos devidos na operação e o controle da aplicação de medidas de defesa comercial”.

Quais seriam esses processos?

CONTROLAR PROCESSOS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

•Contempla o controle e a fiscalização dos processos de importação, exportação e controle


de carga nos modais marítimo, aéreo e terrestre.

REALIZAR AUDITORIAS DE CONFORMIDADE ADUANEIRA E FISCAL

•Consiste na realização de auditoria de conformidade aduaneira e fiscal.

CONTROLAR PROCESSOS ADUANEIROS DIFERENCIADOS

•Consiste no controle dos processos aduaneiros diferenciados, incluindo remessa postal,


remessa expressa, controle de bagagem e de veículos.

GERENCIAR RISCOS OPERACIONAIS ADUANEIROS

•Refere-se ao gerenciamento dos riscos operacionais aduaneiros em todos os processos de


exportação, importação e trânsito, bem como a realização de pesquisa e seleção para
auditoria fiscal, visando obter o aumento do grau de eficácia na seleção e a efetividade da
atuação no combate às irregularidades nas operações.

AUTORIZAR INTERVENIENTES

•Consiste na habilitação de pessoas jurídicas e pessoas físicas, e de seus representantes,


para atuar no comércio exterior.

CONTROLAR REGIMES ADUANEIROS

•Envolve as atividades de fiscalização e controle das operações efetuadas ao amparo dos


regimes aduaneiros especiais, entre outros, de admissão temporária, trânsito aduaneiro,
Repetro.

Recentemente, foi noticiada uma apreensão de dinheiro e outros bens de uma alta autoridade de um país
africano que estava em trânsito pelo Brasil. As autoridades diplomáticas desse país alegaram a violação de
imunidade e privilégios de autoridades diplomáticas por parte da autoridade aduaneira e policial brasileira, que
não poderiam ter procedido com a busca e na apreensão dos itens e dinheiro.

Como a legislação aduaneira trata desse tema?

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Aula 00

Nos termos do art. 27 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (CVRD) 18 e do art. 35 da Convenção de Viena
sobre Relações Consulares (CVRC)19, constitui mala diplomática ou consular o volume que contenha:

→ documentos diplomáticos ou consulares, apresentados sob qualquer meio físico; ou

→ materiais, objetos e equipamentos destinados a uso oficial da representação do Estado acreditante, tais como papel
timbrado, envelopes, selos, carimbos, caderneta de passaporte, insígnias de condecorações, equipamentos de
informática e de comunicação.

A mala diplomática ou consular não poderá ser aberta ou retida.

A mala diplomática ou consular está dispensada do despacho aduaneiro de importação e de exportação


e será liberada pela autoridade aduaneira em procedimento sumário. Entretanto, deverão ser apresentados os
seguintes elementos de identificação ostensiva, de forma a deixar claro que se trata de mala diplomática:

▪ documento emitido pelo Estado acreditante que indique a condição de correio diplomático ou
consular e o número de volumes que a constituem, quando conduzida como bagagem acompanhada;
▪ documento emitido pelo Estado acreditante que indique o número de volumes que a constituem,
quando confiada a comandante da aeronave; ou
▪ conhecimento de carga ou documento equivalente consignado à Missão diplomática ou à Repartição
consular, quando enviada como carga.

A autoridade aduaneira poderá solicitar a abertura dos volumes pelo representante autorizado do Estado
que a envia, em casos de denúncia ou de suspeita fundada de uso da mala consular para a importação ou a
exportação irregular de bens e mercadorias. Caso a autoridade estrangeira se recuse, a mala consular será
devolvida à origem.

Portanto, as operações promovidas por Missões diplomáticas ou Repartições consulares que não se
enquadrem no conceito de mala diplomática ou consular serão regularmente submetidas a despacho
aduaneiro.

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18
Promulgada pelo Decreto nº 56.435, de 11 de junho de 1965.
19
Promulgada pelo Decreto nº 61.078, de 26 de julho de 1967.

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ESAF – ADA – 2013

A fiscalização aduaneira recebe denúncia de que a bagagem de integrante de missão diplomática contém 23
kg de cocaína. No caso, deve tomar uma das seguintes providências:
verificar os volumes na presença do agente diplomático ou do seu representante autorizado, apreendendo os
bens de importação proibida e liberando os demais, salvo se o viajante identificar-se como correio diplomático
e o volume estiver identificado como mala diplomática.
RESOLUÇÃO:

Correto! A autoridade aduaneira poderá solicitar a abertura dos volumes pelo representante autorizado do
Estado que a envia, em casos de denúncia ou de suspeita fundada de uso da mala consular para a importação
ou a exportação irregular de bens e mercadorias. Se a pessoa se identificar como correio diplomático e o volume
estiver identificado como mala diplomática, o volume será liberado pela autoridade aduaneira em
procedimento sumário.

Gabarito: afirmativa certa

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4. Sistemas de controle do comércio exterior


Imagina controlar todo o comércio exterior brasileiro sem o auxílio da tecnologia da informação?

Essa situação ocorria em nosso país até o início dos anos 90!

O grande salto para a modernização do controle aduaneiro ocorreu com o desenvolvimento e a


implantação do SISCOMEX.

Já na década de 10 do século XXI, devido ao desenvolvimento e complexidade do comércio internacional


de serviços, foi desenvolvido e implementado em nosso país o SISCOSERV, sistema que registra e permite o
controle do comércio exterior de serviços, intangíveis e outras operações similares.

Apresento cada um desses sistemas:

4.1. SISCOMEX
Agora vamos estudar o famoso SISCOMEX, cuja implantação foi uma verdadeira revolução na Aduana,
permitindo a modernização do controle aduaneiro nos anos 90!

O Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX foi instituído pelo Decreto nº 660/1992, como
uma ferramenta eletrônica que permitiu a integração do controle aduaneiro e a interface eletrônica entre os
exportadores e os diversos órgãos atuantes na operação.

Inicialmente, foi desenvolvido o módulo que controlava as exportações. Em 1997 foi ampliado para as
operações de importação.
Com base na definição do Decreto 660, podemos conceituar o SISCOMEX como um sistema
informatizado (instrumento administrativo) responsável por integrar as atividades de registro,
acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, através de um fluxo único e automatizado
de informações, por meio do qual é exercido o controle aduaneiro. O SISCOMEX permite a interação das
atividades de todos os órgãos gestores do comércio exterior, otimizando os procedimentos.

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ESAF – ATRFB – 2012

O SISCOMEX é o instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e


controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.

RESOLUÇÃO:

O artigo 2º do Decreto nº 660/1992 dispõe literalmente que o SISCOMEX “é o instrumento administrativo que
integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, mediante
fluxo único, computadorizado, de informações”.

Gabarito: afirmativa certa

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Aula 00

Conforme explica a Receita Federal, o SISCOMEX permite acompanhar tempestivamente a saída e o


ingresso de mercadorias no país, uma vez que os órgãos de governo intervenientes no comércio exterior
podem, em diversos níveis de acesso, controlar e interferir no processamento de operações para uma melhor
gestão de processos.
Por intermédio do próprio Sistema, o exportador (ou o importador) troca informações com os órgãos
responsáveis pela autorização e fiscalização.

Resumidamente, destacam-se as seguintes vantagens do Sistema, segundo consta do sítio da Secretaria


da Receita Federal:

Harmonização de conceitos e uniformização de códigos e nomenclaturas

Ampliação dos pontos do atendimento

Eliminação de coexistências de controles e sistemas paralelos de coleta de dados

Simplificação e padronização de documentos

Diminuição significativa do volume de documentos

Agilidade na coleta e processamento de informações por meio eletrônico

Redução de custos administrativos para todos os envolvidos no Sistema

Crítica de dados utilizados na elaboração das estatísticas de comércio exterior

Os órgãos governamentais intervenientes no Siscomex classificam-se como órgãos gestores e órgãos


anuentes:

Órgãos gestores Órgãos anuentes


•Responsáveis pela administração, •Responsáveis pela autorização do processo
manutenção e aprimoramento do Sistema de importação/exportação na etapa
dentro de suas respectivas áreas de administrativa/comercial, de determinados
competência. bens*.
→Secretaria da Receita Federal do Brasil •Ex: MAPA, MCT, DNPM, etc.
(RFB), responsável pelas áreas
aduaneira e tributária
→Secretaria de Comércio Exterior
(SECEX), responsável pela área
administrativa

*Veremos um pouco mais sobre os órgãos anuentes na próxima aula, ok?

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Afinal, quem seriam os principais usuários do SISCOMEX?

RFB

Transportador SECEX

Depositário
Siscomex Órgãos
anuentes

Transportador Importador

Exportador

▪ Aduana: Auditores Fiscais da RFB, Analistas Tributários da RFB e outros servidores aduaneiros
▪ Secex e anuentes: controle administrativo
▪ Bacen: controle cambial
▪ Importador: registro e acompanhamento da importação
▪ Exportador: registro e acompanhamento da exportação
▪ Depositário: responsável pelo Recinto Alfandegado, fiel depositário das cargas sob controle aduaneiro
▪ Transportador: transportador de cargas do percurso internacional e/ou transportador de trânsito
aduaneiro

Com a evolução do controle aduaneiro e com o aumento da complexidade das operações de comércio
exterior, novas necessidades foram surgindo, demandando novos sistemas de controle. Dentro desse contexto,
foram sendo criados e integrados ao SISCOMEX novos módulos, permitindo a diversificação e modernização
do controle aduaneiro:

→ SISCOMEX MANTRA - controle de cargas aéreas

→ SISCOMEX Carga - controle de embarcações e cargas movimentadas em portos brasileiros, bem como de entrada de
carga pelo depositário

→ SISCOMEX Trânsito - controle de mercadorias submetidas ao regime aduaneiro especial de trânsito aduaneiro

→ SISCOMEX Internação ZFM - controle das mercadorias que saem da Zona Franca de Manaus com destino ao restante
do território nacional

→ SISCOMEX Drawback Web - concessão dos regimes especiais de drawback

→ SISCOMEX Importação Web - controle administrativo e aduaneiro das operações de importação em ambiente web

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→ SISCOMEX Exportação Web – Módulo Aduaneiro - controle administrativo e aduaneiro das operações de
exportação em ambiente web. Desligado em setembro de 2018, substituído pela DU-E no Portal Único de Comércio
Exterior, que veremos a seguir.

→ SISCOMEX Exportação Web – Módulo Comercial (NOVOEX) - controle administrativo das exportações, por meio
dos Registros de Exportação (REs). Desligado em setembro de 2018, substituído pela DU-E no Portal Único de
Comércio Exterior, que veremos a seguir.

Já o Sistema Mercante permite o controle e arrecadação do AFRMM, desde o registro do Conhecimento


de Embarque (CE) até o efetivo crédito nas contas vinculadas ao Fundo da Marinha Mercante (FMM). Em nossa
aula 5 veremos com maior detalhe o Adicional de Frete para renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

Atenção !! Este tema já caiu em prova!

ESAF – ADA – 2014


O controle aduaneiro de saída e entrada de embarcações e de movimentações de cargas e unidade de cargas
nos portos, bem como de entrada de carga pelo depositário, serão processados pelo sistema denominado:

Siscomex Carga.
RESOLUÇÃO:

O controle de embarcações e cargas movimentadas em portos brasileiros, bem como de entrada de carga pelo
depositário é efetuado no módulo SISCOMEX CARGA.

Gabarito: afirmativa certa

ESAF – ADA – 2013

Assinale o sistema responsável pelo controle de carga aérea de importação, utilizado pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, nos aeroportos brasileiros.

SISCOMEX Mantra.

RESOLUÇÃO:
O controle de cargas aéreas é efetuado no módulo SISCOMEX Mantra.

Gabarito: afirmativa certa

Ainda que a implantação do SISCOMEX, na década de 1990, tenha representado uma grande evolução
no controle aduaneiro, fazendo com que o nosso país estivesse na vanguarda mundial em desenvolvimento de
sistemas de comércio exterior, a evolução da tecnologia e das operações de comércio exterior demandaram a
criação de novos sistemas e ferramentas de controle.

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Com base nesse contexto, o governo federal desenvolveu o programa Portal Único de Comércio
Exterior, que foi lançado com o objetivo de atender a demanda de controle do comércio exterior brasileiro
associado às demandas de facilitação comercial.

O Programa Portal Único de Comércio Exterior encaixa-se no modelo de Single Window proposto pela Organização
Mundial das Aduanas (OMA), como uma das medidas de Facilitação Comercial, de forma a racionalizar o comércio
internacional e reduzir os custos de operação e insegurança no processo.

O Portal procura centralizar um uma única plataforma, no ambiente web, todo o contato entre os órgãos
do Governo e os operadores de comércio exterior. Trata-se de uma grande evolução nos processos de
importação, exportação e trânsito aduaneiro.

Através do portal único, o importador e o exportador prestarão aos órgãos de controle todas as informações necessárias
ao controle das operações, através da DU-E (Declaração única de exportação), na exportação, e da DUIMP (Declaração
única de importação), na importação, em um único ambiente.

Essa nova ferramenta eliminará a múltipla prestação de informações e apresentação de documentos a


órgãos diversos. Com o portal, as informações e documentos são prestadas uma única vez, com a
disponibilização dos mesmos aos diversos órgãos intervenientes. Todo o trâmite será feito através do portal,
inclusive os resultados das análises efetuadas pelos órgãos.
Mas nem tudo já está funcionando! É um programa que está sendo implementado aos poucos!

A funcionalidade “Anexação de Documentos Digitalizados” já está disponível, e permite ao


importador/exportador apresentar aos órgãos intervenientes no comércio exterior documentos de forma
digitalizada. A Anexação de documentos digitais é autenticada via certificado digital, e os originais deverão ser
mantidos em poder do importador/exportador pelo prazo previsto na legislação.

A RFB disponibilizou o “Manual de Utilização Sistema Visão Integrada e módulo Anexação Eletrônica de
Documentos” que trata dos detalhes de utilização do sistema e anexação dos documentos.

O importador ou seu representante legal deverá estar no Siscomex, e deverá vincular o dossiê eletrônico
com os documentos digitalizados à Declaração de Importação (DI). Conforme disposto no artigo 1º, em caso
de DI parametrizada para o canal verde de conferência aduaneira, a vinculação de dossiê eletrônico com
documentos instrutivos da DI não é necessária. Veremos na aula 1 a habilitação no Siscomex e na aula 2 os
canais de conferência aduaneira!

4.2. SISCOSERV
E o comércio exterior de serviços? Algum órgão controla?

Durante muito tempo o comércio exterior de serviços foi relegado a um segundo plano pelos órgãos de
controle.
Entretanto, com a evolução do volume das operações internacionais de serviços e sua complexidade, os
órgãos de controle, incluindo a Aduana, viram a necessidade de aprimorar o controle.

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Nesse contexto foi instituído, através da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, a obrigação de prestar informações
para fins econômico-comerciais ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio de sistema
eletrônico a ser disponibilizado na rede mundial de computadores, relativas às transações entre residentes ou domiciliados
no País e residentes ou domiciliados no exterior. Tratam-se das informações relativas a serviços, intangíveis e outras
operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes
despersonalizados. Não se trata de operações de compra e venda efetuadas exclusivamente com mercadorias, operações
estas que já são controladas através do SISCOMEX.

A referida lei previu que as informações serão utilizadas pelo MDIC na sistemática de coleta, tratamento
e divulgação de estatísticas, no auxílio à gestão e ao acompanhamento dos mecanismos de apoio ao comércio
exterior de serviços, intangíveis e às demais operações, instituídos no âmbito da administração pública, bem
como no exercício das demais atribuições legais

A partir desse ato legal, foi criado o SISCOSERV - Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços,
Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio.

O SISCOSERV é um sistema informatizado, desenvolvido pelo Governo Federal como ferramenta de controle do
comércio internacional de serviços, intangíveis e outras operações (exceto aquelas relacionadas exclusivamente ao
comércio internacional de mercadorias), e para o aprimoramento das ações de estímulo, formulação,
acompanhamento e aferição das políticas públicas relacionadas a serviços e intangíveis, bem como para a orientação
de estratégias empresariais de comércio exterior de serviços e intangíveis.

O Siscoserv guarda conformidade com as diretrizes do Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (GATS)
da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A Lei 12546 delegou competência ao Ministério da Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior para edição de normas complementares para o cumprimento de tal obrigação.

❖ De acordo com o disposto na Instrução Normativa RFB nº 1277, de 28 de junho de 2012, estão dispensadas
da obrigação de prestar as informações no SISCOSERV, nas operações que não tenham utilizado
mecanismos de apoio ao comércio exterior de serviços, de intangíveis e demais operações:
− as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional e o Microempreendedor Individual (MEI); e
− as pessoas físicas residentes no País que, em nome individual, não explorem, habitual e
profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim
especulativo de lucro, desde que não realizem operações em valor superior a US$ 30.000,00, ou o
equivalente em outra moeda, no mês.
O Siscoserv conta com dois Módulos: Venda e Aquisição.
→ No Módulo Venda devem ser registrados os serviços, intangíveis e outras operações que produzam
variações no patrimônio, vendidos por residentes ou domiciliados no País a residentes ou
domiciliados no exterior.
o Este módulo abrange também o registro das operações realizadas por meio de presença
comercial no exterior.
→ No Módulo Aquisição devem ser registrados os serviços, intangíveis e outras operações que
produzam variações no patrimônio, adquiridos por residentes ou domiciliados no País, de residentes
ou domiciliados no exterior.
Estão obrigados a efetuar registro no Módulo Venda do Siscoserv:

→ O prestador do serviço residente ou domiciliado no Brasil;

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→ A pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no Brasil, que transfere o intangível, inclusive
os direitos de propriedade intelectual, por meio de cessão, concessão, licenciamento ou por
quaisquer outros meios admitidos em direito; e
→ A pessoa física ou jurídica ou o responsável legal do ente despersonalizado, residente ou
domiciliado no Brasil, que realize outras operações que produzam variações no patrimônio.
Estão obrigados a efetuar registro no Módulo Aquisição do Siscoserv:

→ O tomador do serviço residente ou domiciliado no Brasil;


→ A pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no Brasil, que adquire o intangível, inclusive os
direitos de propriedade intelectual, por meio de cessão, concessão, licenciamento ou por quaisquer
outros meios admitidos em direito; e
→ A pessoa física ou jurídica ou o responsável legal do ente despersonalizado, residente ou
domiciliado no Brasil, que realize outras operações que produzam variações no patrimônio.

Atenção !! Este tema já caiu em prova!

ESAF – ATRFB – 2012


A prestação das informações de que trata o caput do art. 25 da lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011,
também compreende as operações de compra e venda efetuadas exclusivamente com mercadorias e será
efetuada por meio de sistema eletrônico a ser disponibilizado na rede mundial de computadores.
RESOLUÇÃO:

As operações de compra e venda efetuadas exclusivamente com mercadorias são registradas e controladas no
SISCOMEX, não no SISCOSERV.

Gabarito: afirmativa errada

ESAF – ATRFB – 2012

O art. 25 da Lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011, instituiu a obrigação de prestação de informações para
fins econômico-comerciais ao ministério do desenvolvimento, indústria e comércio exterior relativas às
transações entre residentes ou domiciliados no país e residentes ou domiciliados no exterior que compreendam
serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas
jurídicas ou dos entes despersonalizados.

RESOLUÇÃO:

Trata-se da previsão legal que possibilitou a implantação do SISCOSERV como a ferramenta para o controle do
controle do comércio internacional de serviços, intangíveis e outras operações (exceto aquelas relacionadas
exclusivamente ao comércio internacional de mercadorias).

Gabarito: afirmativa certa

Terminamos a parte teórica da aula. Agora vamos resolver algumas questões prova!

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Questões de prova comentadas


1. ESAF – ADA - 2017

A funcionalidade “Anexação de Documentos Digitalizados” está disponível no Portal Único de Comércio


Exterior, no endereço eletrônico http://www.portalsiscomex.gov.br, a qual permite ao importador/exportador
e seus representantes legais perante o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) apresentar aos
órgãos intervenientes no comércio exterior documentos de forma digitalizada. Sobre a anexação de
documentos em formato digital, de acordo com as normas vigentes, é incorreto afirmar que:

a) a Anexação de documentos digitais é autenticada via certificado digital, emitido por autoridade certificadora
credenciada.

b) os importadores e seus representantes podem anexar documentos digitais, por meio da funcionalidade
Anexação de Documentos Digitalizados, se habilitados no Siscomex para operações de importação.

c) a recepção automática dos documentos no sistema Siscomex Importação ocorre após a vinculação do dossiê
com os documentos instrutivos do despacho à Declaração de Importação (DI).
d) o importador deve vincular o dossiê eletrônico à DI, com os documentos instrutivos digitalizados,
independente do canal direcionado para conferência.

e) os originais dos documentos instrutivos à DI, anexados digitalmente ao Dossiê vinculado à declaração,
devem ser mantidos em poder do importador pelo prazo previsto na legislação.
RESOLUÇÃO:

a) Os documentos digitalizados apresentados no Portal Único são autenticados via certificação digital.

b) A anexação de documentos digitalizados está disponível ao importador, que deverá estar habilitado a
operar no Siscomex. Sem a devida habilitação, não é possível utilizar o sistema.
c) O importador deverá vincular o dossiê eletrônico com os documentos digitalizados à Declaração de
Importação.

d) Alternativa errada. Exceção: canal verde.

e) Os originais dos documentos digitalizados apresentados no Portal Único deverão ser mantidos em
poder do importador pelo prazo previsto na legislação.

Gabarito: D

2. ESAF - AFRF - 2002.1


A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais,
serão exercidos pelo Ministério da Fazenda. (Constituição Federal 1988, art.237). Com base no enunciado
acima, assinale a opção correta.
a) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle somente quando as operações de comércio
exterior sejam definidas como essenciais aos interesses fazendários nacionais.

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b) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior, atividades
administrativas consideradas essenciais aos interesses fazendários nacionais.
c) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior relativas a
bens ingressados no país, tendo em vista serem as importações essenciais aos interesses fazendários nacionais.

d) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior relativas a
bens saídos do país, tendo em vista serem as exportações essenciais aos interesses fazendários nacionais.

e) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior


relativamente às obrigações do País frente aos seus compromissos internacionais.

RESOLUÇÃO:
Expressamente, o artigo 237 da CF dispõe que compete ao Ministério da Fazenda o exercício da
fiscalização e do controle sobre o comércio exterior, e que tais atividades são consideradas essenciais à defesa
dos interesses fazendários nacionais. Esse artigo é a base de toda a normativa aduaneira que destaca a
importância da função de controle exercida pela Aduana.

a) O controle aduaneiro é amplo e alcança todas as operações de importação e exportação. Atenção ao


“somente” do texto.
b) O controle aduaneiro é considerado como uma atividade essencial aos interesses nacionais.
c) As importações não são consideradas essenciais aos interesses nacionais, mas sim todo o controle
aduaneiro.
d) As exportações não são consideradas essenciais aos interesses nacionais, mas sim todo o controle
aduaneiro.

e) O controle aduaneiro refere-se às operações de importação e exportação, e não alcança aquelas de


natureza financeira.
Gabarito: B

3. INÉDITA

Sobre as disposições Constitucionais relativas à administração e controle sobre comércio exterior, é incorreto
afirmar:
a) Compete privativamente à União legislar sobre comércio exterior;

b) Compete à União instituir impostos sobre importação de produtos estrangeiros;


c) Compete à União instituir impostos sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados;

d) A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

e) Compete à União instituir impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro.

RESOLUÇÃO:

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a) Art.22, CF.

b) Art. 153, I, CF.


c) Art. 153, II, CF.

d) Art. 237, CF.

e) Apesar de estar correta a afirmação, não se trata de uma disposição Constitucional relativa à
administração e controle sobre comércio exterior!

Gabarito: E

4. ESAF – ATRFB - 2012

Sobre o Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX, e o Sistema Integrado de Comércio Exterior de
Serviços, Intangíveis e outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio – SISCOSERV, analise os itens
a seguir, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção adequada às suas
respostas.

I. O art. 25 da Lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011, instituiu a obrigação de prestação de informações para
fins econômico-comerciais ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior relativas às
transações entre residentes ou domiciliados no País e residentes ou domiciliados no exterior que compreendam
serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas
jurídicas ou dos entes despersonalizados.

II. A prestação das informações de que trata o caput do art. 25 da Lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011,
também compreende as operações de compra e venda efetuadas exclusivamente com mercadorias e será
efetuada por meio de sistema eletrônico a ser disponibilizado na rede mundial de computadores.

III. O SISCOMEX é o instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e


controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.
IV. No Brasil, em regra, o despacho aduaneiro é processado no SISCOMEX.

a) Estão corretos somente os itens I e III.

b) Estão corretos somente os itens I, II e III.

c) Estão corretos somente os itens I, III e IV.


d) Estão corretos somente os itens II e IV.

e) Todos os itens estão corretos.

RESOLUÇÃO:

Item I – Alternativa correta. Trata-se da previsão legal que possibilitou a implantação do SISCOSERV
como a ferramenta para o controle do controle do comércio internacional de serviços, intangíveis e outras
operações (exceto aquelas relacionadas exclusivamente ao comércio internacional de mercadorias).
Item II – Alternativa errada. As operações relacionadas ao comércio internacional de mercadorias não são
controladas através do SISCOSERV. Elas são registradas e controladas no SISCOMEX

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Item III – Alternativa correta. O artigo 2º do Decreto nº 660/1992 dispõe literalmente que o SISCOMEX “é
o instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações
de comércio exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações”.

Item IV – Alternativa correta: O despacho aduaneiro é processado no SISCOMEX, em regra geral. O


regulamento aduaneiro relaciona as exceções.

a) Além dos itens I e III, o item IV também está correto.

b) O item II está errado.

c) Estão corretos os itens I, III e IV.

d) O item II está errado.

e) O item II está errado.

Gabarito: C

5. ESAF - AFRFB - 2012

Acerca das isenções do Imposto de Importação, e sobre a internalização da legislação aduaneira aplicável ao
MERCOSUL:

segundo o Supremo Tribunal Federal, sob a égide do modelo constitucional brasileiro, mesmo cuidando-se de
tratados de integração, ainda subsistem os clássicos mecanismos institucionais de recepção das convenções
internacionais em geral, não bastando, para afastá-los, a existência da norma inscrita no art. 4º, parágrafo
único, da Constituição da República, que possui conteúdo meramente programático e cujo sentido não torna
dispensável a atuação dos instrumentos constitucionais de transposição, para a ordem jurídica doméstica, dos
acordos, protocolos e convenções celebrados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL.

RESOLUÇÃO:
A ESAF transcreveu literalmente o trecho da decisão do STF, com especial relevância para a necessidade
de seguir os trâmites constitucionais para a internalização de tratados celebrados pelo país, inclusive aqueles
no âmbito do MERCOSUL.

Gabarito: CERTA

6. ESAF – AFRF – 2002.2

Alguns autores admitem em tese a existência de um Direito Aduaneiro, apoiando esse posicionamento nos
seguintes fatores:
a) incidência dos impostos de importação, de exportação e sobre produtos industrializados; existência de
órgãos especializados de controle e arrecadação (Alfândegas); existência de um Sistema Integrado de
Comércio Exterior (SISCOMEX); natureza extrafiscal do imposto de importação; isenções e reduções tributárias
em maior proporção na área aduaneira.

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b) função protecionista do imposto de importação; alíquotas do imposto de importação mais elevadas


para os produtos supérfluos; órgãos especializados de fiscalização e controle; rito diferenciado para o
julgamento do contencioso tributário aduaneiro (II,IPI,IE e penalidades pecuniárias); afinidade com o Direito
Comunitário.

c) existência de regimes especiais; pagamento antecipado dos impostos de importação e sobre produtos
industrializados (II e IPI); os fatos geradores dos tributos incidentes sobre as mercadorias decorrem de
operações de comércio exterior; utilização frequente dos institutos de direito privado (comercial, civil, penal )
(art. 109, do CTN).

d) a precedência da autoridade aduaneira sobre as demais, na zona primária (CF, art. 37, XVIII, DL nº 37/66,
art. 35, RA art.10); a competência do Ministério da Fazenda, através das Alfândegas da Receita Federal para a
fiscalização e o controle sobre o comércio exterior (CF art. 237); a importância dos tributos aduaneiros como
instrumento do desenvolvimento industrial do País e da manutenção das reservas cambiais; alto grau de
discricionariedade dos órgãos aduaneiros.

e) o intervencionismo estatal no intercâmbio comercial internacional; o complexo de relações jurídicas


consequentes das relações comerciais internacionais; princípios e institutos específicos (exações aduaneiras de
competência exclusiva do Poder Central, controle aduaneiro sobre todas as mercadorias intercambiadas com
o exterior; regimes aduaneiros especiais e atípicos etc.); especificidade (origem consuetudinária, técnica
específica, acelerado dinamismo, importância do fator econômico, preponderância dos tratados
internacionais).

RESOLUÇÃO:

A alternativa “e” é aquela que traz o melhor fundamento da referida autonomia do direito aduaneiro, no
sentido que a matéria aduaneira vai muito além daquela meramente tributária (tributação aduaneira). O Direito
Aduaneiro se fundamenta, por exemplo, na especificidade da matéria aduaneira, na existência de princípios,
regras e institutos específicos, como, por exemplo, o princípio da universalidade do controle aduaneiro, em sua
natureza intervencionista, reproduzindo o princípio da soberania nacional e do controle aduaneiro, e em sua
natureza regulatória. Justificativas com base em questões tributárias, ou seja, dos tributos aduaneiros, não são
fundamentos para diferenciar o sistema aduaneiro do tributário, mas indicam pontos em comum entre os
sistemas (alternativas a, b, c, d). A Existência do Siscomex também não é fundamento. Não há,
necessariamente, afinidade com o Direito Comunitário. Também não pode ser considerado como fundamento
para a questão da precedência da autoridade aduaneira sobre as demais.
Gabarito: E

7. ESAF – AFRF – 2002.2


Sobre a natureza e o papel das alfandegas no comércio internacional, é correto afirmar que:

a) são autarquias que zelam pela observância das leis e regulamentos comerciais, particularmente no que
concerne ao recolhimento de tributos federais aplicáveis à entrada, à saída e à movimentação de bens no
território aduaneiro.

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b) estão vinculadas aos governos e são responsáveis pela arrecadação dos direitos e taxas que incidem
sobre as exportações e importações, bem como pela administração de leis e regulamentos relativos à
importação, ao trânsito e à exportação de mercadorias.

c) são instituições governamentais responsáveis pelo recolhimento de tributos que incidem sobre a
circulação de bens no território aduaneiro.

d) são repartições vinculadas aos órgãos governamentais que zelam pela segurança de instalações
portuárias e das áreas de passo fronteiriço.

e) são órgãos governamentais responsáveis pela fiscalização da entrada, saída e movimentação de cargas
e de pessoas estrangeiras no território aduaneiro e pela arrecadação de tributos e taxas federais e estaduais.

RESOLUÇÃO:

a) O correto seria a observância de leis e regulamentos aduaneiros ou administrativos, não comerciais,


que tem uma abrangência distinta.

b) Tanto a arrecadação dos tributos incidentes sobre as exportações e importações, bem como a
administração de leis e regulamentos relativos ao comércio exterior são atribuições aduaneiras. Mas não
podemos nos esquecer do controle aduaneiro!
c) As Alfândegas não são responsáveis pelo controle de tributos que incidem sobre a circulação de bens
dentro do território aduaneiro.

d) As Alfândegas não são responsáveis pela segurança das instalações portuárias e áreas de passo
fronteiriço, mas atuam nessas áreas.
e) As Alfândegas não controlam a entrada e saída de pessoas estrangeiras no território aduaneiro (função
da Polícia Federal) e pela arrecadação de tributos e taxas estaduais (função dos colegas da fiscalização
estadual), nem de outros tributos federais, como o IRPJ (função de outras unidades da RFB, que não as
aduaneiras).

Gabarito: B

8. ESAF – AFRF – 2002

As instituições aduaneiras têm por funções primordiais:


a) o recolhimento de impostos associados a operações comerciais bem como de outras atividades de
natureza não econômica.

b) a vigilância das áreas de fronteira e o controle de pessoas e passaportes nas mesmas.

c) o recolhimento de tributos que incidem sobre as importações e a circulação de mercadorias.

d) o controle e a fiscalização dos veículos transportadores nas áreas de fronteiras.

e) o controle do fluxo de mercadorias que ingressam ou saem do país em caráter definitivo ou temporário
em decorrência das operações de comércio internacional e a aplicação de tarifa aduaneira sobre tais operações.

RESOLUÇÃO:

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a) A Aduana controla apenas os tributos vinculados às operações de importação e exportação.

b) O controle de pessoas e passaporte não é atribuição da Aduana.


c) O controle do recolhimento dos tributos incidentes na circulação de mercadorias não é atribuição da
Aduana.

d) O controle aduaneiro de veículos com mercadorias é atribuição aduaneira apenas quando vinculados
às operações de importação e exportação.

e) A Aduana atua especialmente no controle das mercadorias que entram e saem de um território
(aduaneiro), independentemente se importadas ou exportadas a título definitivo ou não, e na aplicação da
tarifa aduaneira (tributação aduaneira).

Gabarito: E

9. ESAF – AFRF – 2002


Assinale a opção que melhor define "Comércio Internacional".

a) A expressão "Comércio Internacional" designa, unicamente, a troca de mercadorias entre diferentes


países, não abrangendo serviços nem aspectos ligados à sua execução, como o transporte e o pagamento.
b) A expressão "Comércio Internacional", refere-se às trocas de mercadorias entre diferentes países
exclusivamente por compra e venda internacional e abrange tudo o que for ligado à sua execução, incluindo
transporte e pagamento.

c) A expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias e serviços entre os países


signatários do GATT.
d) A expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias entre o Brasil e os países do
Mercosul.
e) A expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias e serviços de todos os tipos entre
diferentes países em tudo o que for ligado à sua execução, incluindo transporte e pagamento.

RESOLUÇÃO:

Quando nos referimos à expressão “Comércio Internacional” não estamos nos referindo à operação
comercial executada dentro de um território, mas aquela realizada entre agentes de diferentes países, não
apenas entre aqueles signatários do GATT ou do Mercosul. Também não se trata apenas do comércio de
mercadorias, mas também de serviços. Inclui-se tudo aquilo que estiver vinculado à operação comercial, como
o transporte, seguro e pagamento.

Gabarito: E

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10. ESAF – AFRF – 2002.2


O comércio de bens manufaturados vem crescendo significativamente desde a Segunda Guerra Mundial,
inclusive com crescente participação de países em desenvolvimento. Entre os fatores que têm concorrido para
a expansão do comércio de bens industrializados encontram-se:

a) os investimentos diretos, a internacionalização da produção e o comércio intra-firmas.

b) a concentração da produção, da geração de tecnologias e da renda nos países desenvolvidos.

c) o menor custo da mão-de-obra, a maior oferta de matérias-primas e a concentração de investimentos diretos


nos países emergentes.

d) as disparidades de renda e as diferenças quanto à estrutura da demanda entre os países desenvolvidos e os


países em desenvolvimento.

e) a diminuição da demanda por commodities no mercado mundial, a disseminação de tecnologias aplicadas e


a atuação das empresas transnacionais.

RESOLUÇÃO:
O desenvolvimento do comércio internacional e a internacionalização do investimento, proporcionou a
abertura de novos mercados consumidores, a internacionalização da produção, a disseminação de empresas
transnacionais que passaram a ocuparam grande parte do planeta, com produção em diversos continentes.
Dessa forma, países em desenvolvimento passaram a participar de forma mais efetiva do comércio, refletindo
uma pequena parcela de desenvolvimento econômico. A alternativa “a” melhor retrata os fatores que têm
concorrido para a expansão do comércio de bens industrializados.

Gabarito: A

11.ESAF – ADA – 2014


Consideram-se módulos administrativos do Siscomex aqueles relativos ao registro, ao acompanhamento e ao
controle pela Secretaria de Comércio Exterior – SECEX dos seguintes documentos gerados pelo Sistema,
exceto:

a) Licenças de Importação.
b) Declarações de Importação.

c) Registros de Exportação.

d) Registros de Crédito.

e) Atos Concessórios de Drawback.

RESOLUÇÃO:
As licenças de importação, os registros de exportação, os registros de crédito e os atos concessórios de
drawback são de competência da SECEX. As declarações de importação são de competência da RFB.

Gabarito: B

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12. ESAF – ADA – 2014

O controle aduaneiro de saída e entrada de embarcações e de movimentações de cargas e unidade de cargas


nos portos, bem como de entrada de carga pelo depositário, serão processados pelo sistema denominado:

a) Siscomex Carga.

b) Sistema Mercante.

c) Siscomex Mantra.

d) Siscoserv.
e) Siscomex Importação / Exportação.
RESOLUÇÃO:

O controle de embarcações e cargas movimentadas em portos brasileiros, bem como de entrada de carga
pelo depositário é efetuado no módulo SISCOMEX CARGA.
Gabarito: A

13.ESAF – ADA – 2013


Assinale o sistema responsável pelo controle de carga aérea de importação, utilizado pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, nos aeroportos brasileiros.
a) SISCOMEX Mantra.

b) SISCOMEX Carga.
c) SISCOMEX Trânsito Aduaneiro.

d) SISCOMEX Importação.

e) SISCOMEX Mercante.

RESOLUÇÃO:
O controle de cargas aéreas é efetuado no módulo SISCOMEX Mantra.
Gabarito: A

14. ESAF – ADA - 2017


Com relação às atribuições e prerrogativas da autoridade aduaneira no exercício de suas funções, assinale a
opção incorreta.

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a) Nas áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante,
procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali
exerçam suas atribuições.

b) No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso aos locais onde se encontrem
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.

c) O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior.

d) Compete à administração aduaneira estabelecer critérios de distribuição, administrar e controlar cotas


tarifárias e não tarifárias de importação e exportação.

e) Para o desempenho de suas atribuições, a autoridade aduaneira poderá requisitar o apoio de força pública
federal, estadual ou municipal, quando julgar necessário.

RESOLUÇÃO:
Não compete à administração aduaneira estabelecer critério, administrar e controlar cotas na importação
e exportação. Tal atribuição compete à SECEX, conforme disposto no art.18, XXIII, do Decreto nº 9.260, de 29
de dezembro de 2017. As demais atribuições e prerrogativas competem à autoridade aduaneira.

Gabarito: D

15.INÉDITA
Quanto à administração aduaneira, é incorreto afirmar:

a) Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras áreas
nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes
do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas
atribuições;
b) A precedência implica a obrigação, por parte das demais autoridades, de prestar auxílio imediato, sempre
que requisitado pela autoridade aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalações necessários
à ação fiscal;

c) A precedência implica a competência da autoridade aduaneira para disciplinar a entrada, a permanência, a


movimentação e a saída de pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias nas áreas de portos, aeroportos,
pontos de fronteira e recintos alfandegados, no que interessar à Fazenda Nacional, com prejuízo das
atribuições de outras autoridades;

d) a precedência aplica-se igualmente à zona de vigilância aduaneira, devendo as demais autoridades prestar à
autoridade aduaneira a colaboração que for solicitada;

e) No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso a quaisquer dependências do porto
e às embarcações, atracadas ou não e aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas.

RESOLUÇÃO:

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A precedência da autoridade aduaneira, corretamente descrita nas alternativas “a”, “b”, “d” e “e”, não
significa o prejuízo das atribuições das outras autoridades públicas no exercício de suas atribuições legais.
Gabarito: C

16. ESAF – ADA– 2014

À Coordenação-Geral de Administração Aduaneira - Coana compete, exceto:

a) gerenciar as atividades relativas à administração aduaneira.

b) executar as investigações sobre origem de mercadorias.

c) julgar, em primeira instância, recursos administrativos referentes ao crédito tributário constituído nos
procedimentos fiscais instaurados pela fiscalização aduaneira das unidades descentralizadas.

d) gerenciar as atividades de fiscalização dos tributos e direitos comerciais incidentes no comércio exterior, de
aplicação de procedimentos e rotinas fiscais na habilitação de importadores e exportadores para operar no
Siscomex, de controle de internação de mercadorias de áreas aduaneiras especiais e de controles domiciliares
de regimes aduaneiros especiais.

e) coordenar e supervisionar as atividades relativas à classificação fiscal de mercadorias, inclusive quanto ao


desenvolvimento e implementação de nomenclaturas que tenham por base o Sistema Harmonizado de
Designação e de Codificação de Mercadorias.

RESOLUÇÃO:

A competência para julgar, em primeira instância, recursos administrativos referentes ao crédito


tributário é das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ).
Gabarito: C

17.ESAF – ADA – 2013


A fiscalização aduaneira recebe denúncia de que a bagagem de integrante de missão diplomática contém 23
kg de cocaína. No caso, deve tomar uma das seguintes providências:

a) reter os volumes e encaminhá-los à Polícia Federal, comunicando a ocorrência à Administração Central, para
informação ao Ministério das Relações Exteriores.

b) liberar os volumes, pois a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas impede sua verificação,
comunicando os fatos à Administração Central para informação ao Ministério das Relações Exteriores e à
Polícia Federal.
c) verificar os volumes na presença do agente diplomático ou do seu representante autorizado, apreendendo
os bens de importação proibida e liberando os demais, salvo se o viajante identificar-se como correio
diplomático e o volume estiver identificado como mala diplomática.

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d) apreender os volumes, para aplicação da pena de perdimento aos bens de importação proibida, requisitando
a representante do Ministério das Relações Exteriores a separação dos demais bens, para entrega ao diplomata.
e) verificar os volumes na presença de representante do Ministério das Relações Exteriores e do agente
diplomático ou do seu representante legal, lavrando Termo de Constatação Fiscal (TCF), a ser encaminhado ao
governo estrangeiro.

RESOLUÇÃO:

A autoridade aduaneira poderá solicitar a abertura dos volumes pelo representante autorizado do Estado
que a envia, em casos de denúncia ou de suspeita fundada de uso da mala consular para a importação ou a
exportação irregular de bens e mercadorias. Se a pessoa se identificar como correio diplomático e o volume
estiver identificado como mala diplomática, o volume será liberado pela autoridade aduaneira em
procedimento sumário.
Gabarito: C

18. ESAF – ADA – 2012

As Unidades da Receita Federal do Brasil que podem ter competência para proceder ao despacho aduaneiro de
mercadorias e outros bens são as relacionadas abaixo, exceto:

a) Delegacias da Receita Federal do Brasil (DRF).

b) Inspetorias da Receita Federal do Brasil (IRF).

c) Alfândegas da Receita Federal do Brasil (ALF).


d) Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ).
e) Inspetorias da Receita Federal do Brasil, Classe Especial B (IRF).

RESOLUÇÃO:
As Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) não são unidades aduaneiras, não
detendo competência para proceder ao despacho aduaneiro. Tratam-se de unidades julgadoras.

Gabarito: D

19. ESAF – AFRFB – 2009

No contexto do comércio exterior brasileiro, são atribuições da Receita Federal do Brasil:

a) exercer a fiscalização aduaneira das mercadorias, produtos e bens que ingressam no território aduaneiro do
país e esclarecer dúvidas sobre a classificação aduaneira de mercadorias.
b) gerir e executar os serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiro e reprimir os diferentes tipos
de ilícitos comerciais.

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c) subsidiar a formulação da política de comércio exterior em matérias tributária e aduaneira e atuar, em nome
do Ministério da Fazenda, nas instâncias do Mercosul em questões relativas à aplicação da Tarifa Externa
Comum.

d) negociar e implementar acordos internacionais em matéria aduaneira; supervisionar a aplicação da receita


aduaneira em programas de incentivo ao comércio exterior.

e) cobrar direitos aduaneiros que incidem nas operações de comércio exterior e orientar os operadores do
comércio exterior quanto ao emprego dos Termos Internacionais de Comércio.

RESOLUÇÃO:

Apenas a alternativa “a” trata de atribuições da RFB. Destaca-se que, além da competência para fiscalizar
mercadorias, bens e produtos que ingressam no território aduaneiro, também é atribuição da RFB esclarecer
dúvidas sobre a classificação fiscal das mercadorias.
Gabarito: A

20. ESAF – AFRF – 2003

No Porto de Santos encontra-se uma carga de grãos, vinda da Argentina. Tem precedência para análise dessa
carga:

a) A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, visando a impedir a entrada, no Brasil, de


produtos agrícolas com fungos.

b) O IBAMA, visando a impedir a entrada de produtos transgênicos no País.


c) A Receita Federal, visando a apurar a regularidade da importação.
d) A Polícia Federal, se houver indícios de crime de contrabando ou de descaminho.

e) Não existe ordem de precedência nesse caso, mas, apenas, conveniência administrativa, de acordo com as
disponibilidades dos servidores dos órgãos envolvidos.
RESOLUÇÃO:

A autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições nas áreas de portos,
aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados.

Gabarito: C

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Lista de questões
1. ESAF – ADA - 2017

A funcionalidade “Anexação de Documentos Digitalizados” está disponível no Portal Único de Comércio


Exterior, no endereço eletrônico http://www.portalsiscomex.gov.br, a qual permite ao importador/exportador
e seus representantes legais perante o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) apresentar aos
órgãos intervenientes no comércio exterior documentos de forma digitalizada. Sobre a anexação de
documentos em formato digital, de acordo com as normas vigentes, é incorreto afirmar que:

a) a Anexação de documentos digitais é autenticada via certificado digital, emitido por autoridade certificadora
credenciada.

b) os importadores e seus representantes podem anexar documentos digitais, por meio da funcionalidade
Anexação de Documentos Digitalizados, se habilitados no Siscomex para operações de importação.

c) a recepção automática dos documentos no sistema Siscomex Importação ocorre após a vinculação do dossiê
com os documentos instrutivos do despacho à Declaração de Importação (DI).
d) o importador deve vincular o dossiê eletrônico à DI, com os documentos instrutivos digitalizados,
independente do canal direcionado para conferência.

e) os originais dos documentos instrutivos à DI, anexados digitalmente ao Dossiê vinculado à declaração,
devem ser mantidos em poder do importador pelo prazo previsto na legislação.

2. ESAF - AFRF - 2002.1

A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais,
serão exercidos pelo Ministério da Fazenda. (Constituição Federal 1988, art.237). Com base no enunciado
acima, assinale a opção correta.
a) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle somente quando as operações de comércio
exterior sejam definidas como essenciais aos interesses fazendários nacionais.

b) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior, atividades
administrativas consideradas essenciais aos interesses fazendários nacionais.

c) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior relativas a
bens ingressados no país, tendo em vista serem as importações essenciais aos interesses fazendários nacionais.

d) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior relativas a
bens saídos do país, tendo em vista serem as exportações essenciais aos interesses fazendários nacionais.

e) Compete ao Ministério da Fazenda a fiscalização e o controle das operações de comércio exterior


relativamente às obrigações do País frente aos seus compromissos internacionais.

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3. INÉDITA
Sobre as disposições Constitucionais relativas à administração e controle sobre comércio exterior, é incorreto
afirmar:

a) Compete privativamente à União legislar sobre comércio exterior;

b) Compete à União instituir impostos sobre importação de produtos estrangeiros;

c) Compete à União instituir impostos sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados;

d) A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.
e) Compete à União instituir impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro.

4. ESAF – ATRFB - 2012

Sobre o Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX, e o Sistema Integrado de Comércio Exterior de
Serviços, Intangíveis e outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio – SISCOSERV, analise os itens
a seguir, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção adequada às suas
respostas.

I. O art. 25 da Lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011, instituiu a obrigação de prestação de informações para
fins econômico-comerciais ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior relativas às
transações entre residentes ou domiciliados no País e residentes ou domiciliados no exterior que compreendam
serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas
jurídicas ou dos entes despersonalizados.
II. A prestação das informações de que trata o caput do art. 25 da Lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011,
também compreende as operações de compra e venda efetuadas exclusivamente com mercadorias e será
efetuada por meio de sistema eletrônico a ser disponibilizado na rede mundial de computadores.
III. O SISCOMEX é o instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e
controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.

IV. No Brasil, em regra, o despacho aduaneiro é processado no SISCOMEX.

a) Estão corretos somente os itens I e III.


b) Estão corretos somente os itens I, II e III.

c) Estão corretos somente os itens I, III e IV.

d) Estão corretos somente os itens II e IV.

e) Todos os itens estão corretos.

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5. ESAF - AFRFB - 2012


Acerca das isenções do Imposto de Importação, e sobre a internalização da legislação aduaneira aplicável ao
MERCOSUL:

segundo o Supremo Tribunal Federal, sob a égide do modelo constitucional brasileiro, mesmo cuidando-se de
tratados de integração, ainda subsistem os clássicos mecanismos institucionais de recepção das convenções
internacionais em geral, não bastando, para afastá-los, a existência da norma inscrita no art. 4º, parágrafo
único, da Constituição da República, que possui conteúdo meramente programático e cujo sentido não torna
dispensável a atuação dos instrumentos constitucionais de transposição, para a ordem jurídica doméstica, dos
acordos, protocolos e convenções celebrados pelo Brasil no âmbito do MERCOSUL.

6. ESAF – AFRF – 2002.2

Alguns autores admitem em tese a existência de um Direito Aduaneiro, apoiando esse posicionamento nos
seguintes fatores:
a) incidência dos impostos de importação, de exportação e sobre produtos industrializados; existência de
órgãos especializados de controle e arrecadação (Alfândegas); existência de um Sistema Integrado de
Comércio Exterior (SISCOMEX); natureza extrafiscal do imposto de importação; isenções e reduções tributárias
em maior proporção na área aduaneira.

b) função protecionista do imposto de importação; alíquotas do imposto de importação mais elevadas


para os produtos supérfluos; órgãos especializados de fiscalização e controle; rito diferenciado para o
julgamento do contencioso tributário aduaneiro (II,IPI,IE e penalidades pecuniárias); afinidade com o Direito
Comunitário.
c) existência de regimes especiais; pagamento antecipado dos impostos de importação e sobre produtos
industrializados (II e IPI); os fatos geradores dos tributos incidentes sobre as mercadorias decorrem de
operações de comércio exterior; utilização frequente dos institutos de direito privado (comercial, civil, penal )
(art. 109, do CTN).

d) a precedência da autoridade aduaneira sobre as demais, na zona primária (CF, art. 37, XVIII, DL nº 37/66,
art. 35, RA art.10); a competência do Ministério da Fazenda, através das Alfândegas da Receita Federal para a
fiscalização e o controle sobre o comércio exterior (CF art. 237); a importância dos tributos aduaneiros como
instrumento do desenvolvimento industrial do País e da manutenção das reservas cambiais; alto grau de
discricionariedade dos órgãos aduaneiros.

e) o intervencionismo estatal no intercâmbio comercial internacional; o complexo de relações jurídicas


consequentes das relações comerciais internacionais; princípios e institutos específicos (exações aduaneiras de
competência exclusiva do Poder Central, controle aduaneiro sobre todas as mercadorias intercambiadas com
o exterior; regimes aduaneiros especiais e atípicos etc.); especificidade (origem consuetudinária, técnica
específica, acelerado dinamismo, importância do fator econômico, preponderância dos tratados
internacionais).

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7. ESAF – AFRF – 2002.2


Sobre a natureza e o papel das alfandegas no comércio internacional, é correto afirmar que:

a) são autarquias que zelam pela observância das leis e regulamentos comerciais, particularmente no que
concerne ao recolhimento de tributos federais aplicáveis à entrada, à saída e à movimentação de bens no
território aduaneiro.

b) estão vinculadas aos governos e são responsáveis pela arrecadação dos direitos e taxas que incidem
sobre as exportações e importações, bem como pela administração de leis e regulamentos relativos à
importação, ao trânsito e à exportação de mercadorias.
c) são instituições governamentais responsáveis pelo recolhimento de tributos que incidem sobre a
circulação de bens no território aduaneiro.

d) são repartições vinculadas aos órgãos governamentais que zelam pela segurança de instalações
portuárias e das áreas de passo fronteiriço.

e) são órgãos governamentais responsáveis pela fiscalização da entrada, saída e movimentação de cargas
e de pessoas estrangeiras no território aduaneiro e pela arrecadação de tributos e taxas federais e estaduais.

8. ESAF – AFRF – 2002

As instituições aduaneiras têm por funções primordiais:


a) o recolhimento de impostos associados a operações comerciais bem como de outras atividades de
natureza não econômica.

b) a vigilância das áreas de fronteira e o controle de pessoas e passaportes nas mesmas.

c) o recolhimento de tributos que incidem sobre as importações e a circulação de mercadorias.


d) o controle e a fiscalização dos veículos transportadores nas áreas de fronteiras.

e) o controle do fluxo de mercadorias que ingressam ou saem do país em caráter definitivo ou temporário
em decorrência das operações de comércio internacional e a aplicação de tarifa aduaneira sobre tais operações.

9. ESAF – AFRF – 2002

Assinale a opção que melhor define "Comércio Internacional".

a) A expressão "Comércio Internacional" designa, unicamente, a troca de mercadorias entre diferentes


países, não abrangendo serviços nem aspectos ligados à sua execução, como o transporte e o pagamento.

b) A expressão "Comércio Internacional", refere-se às trocas de mercadorias entre diferentes países


exclusivamente por compra e venda internacional e abrange tudo o que for ligado à sua execução, incluindo
transporte e pagamento.

c) A expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias e serviços entre os países


signatários do GATT.

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d) A expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias entre o Brasil e os países do


Mercosul.
e) A expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias e serviços de todos os tipos entre
diferentes países em tudo o que for ligado à sua execução, incluindo transporte e pagamento.

10. ESAF – AFRF – 2002.2

O comércio de bens manufaturados vem crescendo significativamente desde a Segunda Guerra Mundial,
inclusive com crescente participação de países em desenvolvimento. Entre os fatores que têm concorrido para
a expansão do comércio de bens industrializados encontram-se:
a) os investimentos diretos, a internacionalização da produção e o comércio intra-firmas.

b) a concentração da produção, da geração de tecnologias e da renda nos países desenvolvidos.

c) o menor custo da mão-de-obra, a maior oferta de matérias-primas e a concentração de investimentos diretos


nos países emergentes.
d) as disparidades de renda e as diferenças quanto à estrutura da demanda entre os países desenvolvidos e os
países em desenvolvimento.
e) a diminuição da demanda por commodities no mercado mundial, a disseminação de tecnologias aplicadas e
a atuação das empresas transnacionais.

11.ESAF – ADA – 2014


Consideram-se módulos administrativos do Siscomex aqueles relativos ao registro, ao acompanhamento e ao
controle pela Secretaria de Comércio Exterior – SECEX dos seguintes documentos gerados pelo Sistema,
exceto:

a) Licenças de Importação.

b) Declarações de Importação.

c) Registros de Exportação.

d) Registros de Crédito.

e) Atos Concessórios de Drawback.

12. ESAF – ADA – 2014

O controle aduaneiro de saída e entrada de embarcações e de movimentações de cargas e unidade de cargas


nos portos, bem como de entrada de carga pelo depositário, serão processados pelo sistema denominado:

a) Siscomex Carga.

b) Sistema Mercante.

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c) Siscomex Mantra.

d) Siscoserv.
e) Siscomex Importação / Exportação.

13.ESAF – ADA – 2013


Assinale o sistema responsável pelo controle de carga aérea de importação, utilizado pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, nos aeroportos brasileiros.

a) SISCOMEX Mantra.
b) SISCOMEX Carga.
c) SISCOMEX Trânsito Aduaneiro.

d) SISCOMEX Importação.

e) SISCOMEX Mercante.

14. ESAF – ADA - 2017

Com relação às atribuições e prerrogativas da autoridade aduaneira no exercício de suas funções, assinale a
opção incorreta.

a) Nas áreas nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante,
procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali
exerçam suas atribuições.

b) No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso aos locais onde se encontrem
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.

c) O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior.

d) Compete à administração aduaneira estabelecer critérios de distribuição, administrar e controlar cotas


tarifárias e não tarifárias de importação e exportação.
e) Para o desempenho de suas atribuições, a autoridade aduaneira poderá requisitar o apoio de força pública
federal, estadual ou municipal, quando julgar necessário.

15.INÉDITA
Quanto à administração aduaneira, é incorreto afirmar:

a) Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras áreas
nas quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes
do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas
atribuições;

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b) A precedência implica a obrigação, por parte das demais autoridades, de prestar auxílio imediato, sempre
que requisitado pela autoridade aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalações necessários
à ação fiscal;

c) A precedência implica a competência da autoridade aduaneira para disciplinar a entrada, a permanência, a


movimentação e a saída de pessoas, veículos, unidades de carga e mercadorias nas áreas de portos, aeroportos,
pontos de fronteira e recintos alfandegados, no que interessar à Fazenda Nacional, com prejuízo das
atribuições de outras autoridades;

d) a precedência aplica-se igualmente à zona de vigilância aduaneira, devendo as demais autoridades prestar à
autoridade aduaneira a colaboração que for solicitada;

e) No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira terá livre acesso a quaisquer dependências do porto
e às embarcações, atracadas ou não e aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas.

16. ESAF – ADA– 2014

À Coordenação-Geral de Administração Aduaneira - Coana compete, exceto:


a) gerenciar as atividades relativas à administração aduaneira.
b) executar as investigações sobre origem de mercadorias.

c) julgar, em primeira instância, recursos administrativos referentes ao crédito tributário constituído nos
procedimentos fiscais instaurados pela fiscalização aduaneira das unidades descentralizadas.

d) gerenciar as atividades de fiscalização dos tributos e direitos comerciais incidentes no comércio exterior, de
aplicação de procedimentos e rotinas fiscais na habilitação de importadores e exportadores para operar no
Siscomex, de controle de internação de mercadorias de áreas aduaneiras especiais e de controles domiciliares
de regimes aduaneiros especiais.
e) coordenar e supervisionar as atividades relativas à classificação fiscal de mercadorias, inclusive quanto ao
desenvolvimento e implementação de nomenclaturas que tenham por base o Sistema Harmonizado de
Designação e de Codificação de Mercadorias.

17.ESAF – ADA – 2013


A fiscalização aduaneira recebe denúncia de que a bagagem de integrante de missão diplomática contém 23
kg de cocaína. No caso, deve tomar uma das seguintes providências:

a) reter os volumes e encaminhá-los à Polícia Federal, comunicando a ocorrência à Administração Central, para
informação ao Ministério das Relações Exteriores.

b) liberar os volumes, pois a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas impede sua verificação,
comunicando os fatos à Administração Central para informação ao Ministério das Relações Exteriores e à
Polícia Federal.

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c) verificar os volumes na presença do agente diplomático ou do seu representante autorizado, apreendendo


os bens de importação proibida e liberando os demais, salvo se o viajante identificar-se como correio
diplomático e o volume estiver identificado como mala diplomática.

d) apreender os volumes, para aplicação da pena de perdimento aos bens de importação proibida, requisitando
a representante do Ministério das Relações Exteriores a separação dos demais bens, para entrega ao diplomata.

e) verificar os volumes na presença de representante do Ministério das Relações Exteriores e do agente


diplomático ou do seu representante legal, lavrando Termo de Constatação Fiscal (TCF), a ser encaminhado ao
governo estrangeiro.

18. ESAF – ADA – 2012

As Unidades da Receita Federal do Brasil que podem ter competência para proceder ao despacho aduaneiro de
mercadorias e outros bens são as relacionadas abaixo, exceto:

a) Delegacias da Receita Federal do Brasil (DRF).


b) Inspetorias da Receita Federal do Brasil (IRF).

c) Alfândegas da Receita Federal do Brasil (ALF).


d) Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ).

e) Inspetorias da Receita Federal do Brasil, Classe Especial B (IRF).

19. ESAF – AFRFB – 2009


No contexto do comércio exterior brasileiro, são atribuições da Receita Federal do Brasil:

a) exercer a fiscalização aduaneira das mercadorias, produtos e bens que ingressam no território aduaneiro do
país e esclarecer dúvidas sobre a classificação aduaneira de mercadorias.

b) gerir e executar os serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiro e reprimir os diferentes tipos
de ilícitos comerciais.
c) subsidiar a formulação da política de comércio exterior em matérias tributária e aduaneira e atuar, em nome
do Ministério da Fazenda, nas instâncias do Mercosul em questões relativas à aplicação da Tarifa Externa
Comum.

d) negociar e implementar acordos internacionais em matéria aduaneira; supervisionar a aplicação da receita


aduaneira em programas de incentivo ao comércio exterior.

e) cobrar direitos aduaneiros que incidem nas operações de comércio exterior e orientar os operadores do
comércio exterior quanto ao emprego dos Termos Internacionais de Comércio.

20. ESAF – AFRF – 2003

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No Porto de Santos encontra-se uma carga de grãos, vinda da Argentina. Tem precedência para análise dessa
carga:
a) A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, visando a impedir a entrada, no Brasil, de
produtos agrícolas com fungos.

b) O IBAMA, visando a impedir a entrada de produtos transgênicos no País.

c) A Receita Federal, visando a apurar a regularidade da importação.

d) A Polícia Federal, se houver indícios de crime de contrabando ou de descaminho.

e) Não existe ordem de precedência nesse caso, mas, apenas, conveniência administrativa, de acordo com as
disponibilidades dos servidores dos órgãos envolvidos.

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Gabarito
1. D 11. B
2. B 12. A
3. E 13. A
4. C 14. D
5. C 15. C
6. E 16. C
7. B 17. C
8. E 18. D
9. E 19. A
10. A 20. C

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Resumo direcionado
Direito aduaneiro e comércio internacional

• Conjunto de normas jurídicas cujo objeto é a regulação do tráfego internacional de mercadorias


(Ricardo Basaldúa)
• Conjunto de proposições jurídico-normativas que disciplinam as relações entre a Aduana e os
intervenientes nas operações de comércio exterior (Rosaldo Trevisan)
Alfândega - repartição pública na qual normalmente ficam lotados os funcionários aduaneiros é
designada como alfândega

Direito Aduaneiro <> comércio internacional

❖ Objetivo da atuação da Aduana ao longo da história: proteção da economia local


• Autonomia do Direito Aduaneiro:
→ a especificidade da matéria aduaneira, de caráter multidisciplinar, derivada da complexidade
das relações jurídicas decorrentes do comércio internacional, e da diversidade dos
intervenientes nas operações de comércio exterior;
→ os princípios e institutos específicos, como, por exemplo, o princípio da universalidade do
controle aduaneiro, não encontrados em outros ramos do direito, inclusive o tributário;
→ a legislação aduaneira, específica, tanto nacional quanto internacional;
→ a sua natureza intervencionista, reproduzindo o princípio da soberania nacional e do controle
aduaneiro;
→ a sua natureza regulatória, tanto a nível doméstico, quanto a nível internacional, também com
base na soberania nacional, reproduzindo o intervencionismo estatal no intercâmbio comercial
internacional, inclusive com a aplicação dos tratados internacionais.

Elementos essenciais do direito aduaneiro

Território aduaneiro - território onde se aplica a legislação aduaneira de uma Parte Contratante.

Mercadoria - todo objeto suscetível de tráfego internacional e passível de controle

Importação e Exportação - a mercadoria entrando e saindo do território aduaneiro

Importação - ação de introduzir em um território aduaneiro uma mercadoria qualquer

Exportação - saída de mercadoria do território aduaneiro

Funções aduaneiras

Controle aduaneiro - controle que deve ser exercido sobre as mercadorias objeto do tráfego
internacional, ou seja, sobre as importações ou exportações

❖ Função essencial

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❖ Todos os bens que sejam introduzidos no território aduaneiro ou dele saiam estão sujeitos ao controle
aduaneiro
→ Aplicação de restrições e proibições à importação e à exportação
→ Defesa da sociedade e da economia
Tributação aduaneira - arrecadação e fiscalização dos tributos incidentes sobre as operações de
comércio exterior

❖ Tributos extrafiscais
❖ Atuação estatal regulatória por indução

Disposições constitucionais relativas ao comércio exterior

→ Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] VIII - comércio exterior e interestadual
→ Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros
→ Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] II - exportação, para o exterior, de produtos
nacionais ou nacionalizados
→ Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda

Legislação aduaneira aplicável ao MERCOSUL e sua internalização

Procedimento de incorporação de tratado celebrado:


→ Expressa manifestação do Congresso Nacional, mediante decreto legislativo
→ Expressa manifestação do Presidente da República, mediante decreto, que resulta na promulgação
do tratado internacional
→ Apenas após a publicação do decreto editado, ocorre a executoriedade do ato internacional
❖ Para o STF, no sistema jurídico brasileiro, os atos internacionais não dispõem de primazia hierárquica
sobre as normas de direito interno
❖ Qualquer precedência somente se dará quando aplicado o critério cronológico (lei posterior revoga lei
anterior) ou o critério da especialidade
Código Aduaneiro do Mercosul (CAM)
→ Uniformização de conceitos e o disciplinamento dos institutos que regulam a matéria aduaneira no
âmbito do MERCOSUL
→ Aprovado, em 2 de agosto de 2010, pelo Conselho do Mercado Comum, através da Decisão nº 27, em
San Juan, Argentina
→ Aprovado pelo Plenário do Senado Federal, em 5 de setembro de 2018, que resultou no Decreto
Legislativo nº 149, de 10 de setembro de 2018
→ Para sua entrada em vigor, o Código Aduaneiro do Mercosul terá que ser aprovado pelos Parlamentos
dos quatro países

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Administração Aduaneira

No Brasil, a administração aduaneira é exercida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, que também
é a responsável pela administração tributária

❖ “o exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio


exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro”
(artigo 15 do Regulamento Aduaneiro, com base no art. 237 da CF)
❖ A Lei no 11.457, de 16 de março de 2007, com a redação dada pela Lei nº 13.464, de 10 de julho de
2017, dispôs sobre o caráter essencial e indelegável das atividades da administração tributária e
aduaneira da União, que são exercidas pelos servidores dos quadros funcionais da Secretaria da Receita
Federal do Brasil.
❖ A Lei nº 13.464, de 10 de julho de 2017 expressamente dispôs que os ocupantes do cargo de
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, no exercício de suas atribuições privativas, são
autoridades tributárias e aduaneiras da União
• A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual, nos portos,
aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados
• Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, bem como em outras áreas nas
quais se autorize carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante, procedentes do
exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas
atribuições
→ a obrigação, por parte das demais autoridades, de prestar auxílio imediato, sempre que requisitado
pela autoridade aduaneira, disponibilizando pessoas, equipamentos ou instalações necessários à ação
fiscal; e
→ a competência da autoridade aduaneira, sem prejuízo das atribuições de outras autoridades, para
disciplinar a entrada, a permanência, a movimentação e a saída de pessoas, veículos, unidades de carga
e mercadorias nos locais referidos no caput, no que interessar à Fazenda Nacional.
• A autoridade aduaneira terá livre acesso, logicamente quando estiver exercendo suas atribuções, a
quaisquer dependências do porto e às embarcações, atracadas ou não, e aos locais onde se encontrem
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas.

Sistemas de Controle

• Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX - sistema informatizado (instrumento


administrativo) responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento e controle das
operações de comércio exterior, através de um fluxo único e automatizado de informações, por meio do
qual é exercido o controle aduaneiro
❖ Gestores: responsáveis pela administração, manutenção e aprimoramento do Sistema dentro de suas
respectivas áreas de competência.
→ Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB, responsável pelas áreas aduaneira e tributária
→ Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, responsável pela área administrativa
❖ Anuentes: responsáveis pela autorização do processo de importação/exportação na etapa
administrativa/comercial, de determinados bens.
❖ Usuários: Servidores aduaneiros, Secex e anuentes, Bacen, Importador, Exportador, Depositário e
Transportador

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→ Módulos: SISCOMEX MANTRA, SISCOMEX Carga, SISCOMEX Trânsito, SISCOMEX Internação ZFM,
SISCOMEX Drawback Web, SISCOMEX Importação Web, Sistema Mercante
• Portal Único de Comércio Exterior
❖ O Programa Portal Único de Comércio Exterior encaixa-se no modelo de Single Window proposto pela
Organização Mundial das Aduanas (OMA), como uma das medidas de Facilitação Comercial, de forma
a racionalizar o comércio internacional e reduzir os custos de operação e insegurança no processo
❖ O Portal procura centralizar um uma única plataforma, no ambiente web, todo o contato entre os
órgãos do Governo e os operadores de comércio exterior
• Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam
Variações no Patrimônio – SISCOSERV - sistema informatizado, desenvolvido pelo Governo Federal
como ferramenta de controle do comércio internacional de serviços, intangíveis e outras operações (exceto
aquelas relacionadas exclusivamente ao comércio internacional de mercadorias), e para o aprimoramento
das ações de estímulo, formulação, acompanhamento e aferição das políticas públicas relacionadas a
serviços e intangíveis, bem como para a orientação de estratégias empresariais de comércio exterior de
serviços e intangíveis.

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