Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Antiguidade clássica: os Gregos tiveram profunda fé baseada numa ordem natural, desta
forma, procuraram razãoes e direito para avaliar a justiça das instituições existentes. Surgem
assim determinado pensadores com o conceito de Justiça distinta que são:
• Heráclito definia a justiça a física necessidade que mantém cada coisa na própria
ordem e no próprio curso.
• Pitágoras definiu-a como harmonia do universo e das relações sociais. O direito com
Pitágoras se revela como conceito de relação, uma relação relativa entre as acções e
a lei positiva.
• Os Sofistas, conceitualizaram como a fé na existência e na inteligibilidade de uma
ordem natural é choque ao homem empírico elevado a medida das coisas, a origem
humana, convencional da lei.
• Sócrates se opõe ao direito como relação e como conceito. Ele não duvida da
existência de uma justiça natural; porém, mas do que afirmá-lo, é preciso entende-lo,
isto é, traduzi-lo em conceito, conhece-lo na sua nota universal e constante. Para
Sócrates, o problema da justiça se resolve no problema do conhecimento daquilo que
é justo em si, independentemente das várias opiniões humanas.
• Platão, o direito é uma realidade que o homem aprende através do intelecto e actua
o Estado. Justiça e Estado são para Platão termos que estão juntos necessariamente.
• Com Aristóteles trás uma dualidade de justiça, temos a Justiça Objectiva e a
Subjectiva, a Justiça Objectiva é actividade do espírito que se explica em ordem
para o bem e a felicidade comum, isto é possível só se a igualdade, entre os seres que
juntos convivem é respeitada, e garantida. Enquanto que a Justiça Subjectiva é
hábito de valores que realiza aquilo que o é justo opera nas relações entre outrem.
• Para os Estóicos, o conceito de natureza se confunde com a razão imanente nas
coisas; de consequência, viver segundo a natureza, é viver em conformidade com a
razão universal. O conceito de Justiça que é levantado pelos os Estóicos é a Justiça
Natural Objectiva portanto, um só direito, um só Estado, não circunscritos no
âmbito do limitado mais que se estende a todos os homens que se encontram na
Civitas omnium maxima, submetidos a mesma lei sem distinção de classes de
condições sociais, de nações. Nesta epóca singia-se muito em especulação, essas
especulação eram compromisso na qual um dos elementos caracterizador era o dogma
cristão, dos sistemas de filosofia jurídica herdada da antiguidade.
Na idade moderna: a fase moderna da filosofia do direito evolui com desenrolar filosófico
iniciado com Bacon Descartes; tende a resolver a realidade natural e sobrenatural em
realidade subjectiva.
Nesta epóca o problema filosófico que era abordado era sobre o jusnaturlismo que teve
como abordagem da procura do fundamento do direito nas tendências naturais e exigências
da natureza humana que retira desses o concurso da vontade e das convenções humanas a
ordem jurídica e política. Destacaram-se assim os seguintes pensadores desta epóca:
É por isto que se entende existir uma Filosofia do Direito propriamente ditana1 , e uma
Filosofia do Direito impropriamente dita2 que se encontra nos textos filosóficos escritos ao
longo da história da filosofia, cujos sentidos incidem mais ou menos em questões jurídico-
normativas.
Mas antes de Hegel não adveio daí nenhum sistema filosófico que concebesse o direito em
face da totalidade da sociedade (nem de um sistema lógico coerente com as outras ciências).
A ideia da codificação não era nova, uma vez que contava já em seu favor com experiências
em alguns Estados italianos, na Prússia, na Áustria e especialmente na França, cujo Código
Civil, preparado durante a revolução, teve o selo de Napoleão.
Não era por acaso que, depois da proclamação dos direitos do homem e do cidadão (1789),
passaram os homens da Revolução Francesa a se dedicarem à elaboração de normas do
direito privado, para reunidas na unidade sistemática do Código que, aprovado em 1804, é
ainda hoje vigente na França. O Código Napoleónico,tratava criar um Direto comum
adequado aos ideais da Revolução Francesa e às modificações que ela provocou na
sociedade, como por exemplo, o Código reduziu as diferenças de direitos entre o marido e a
mulher, libertando os filhos maiores da submissão jurídica aos pais, além de instituir a adooão
e o divórcio consensual.
1
Na filosofia propriamente dita, os atos e pensamentos são de pouca monta. no pensamento filosófico, o
pensar é questionado sem reflexão. no pensamento filosófico, é necessário justificar com a dimensão
argumentativa. na filosofia propriamente dita, o argumento é posto em causa prescindindo do ato de refletir
2
Cujos sentidos incidem mais ou menos em questões jurídico-normativas.
pode chamá-la uma aplicação particular dele no campo do direito.) Todo povo tem um
espírito, uma alma sua, que se reflecte numa numerosa série de manifestações que são: moral,
direito, arte, linguagem, são produtos espontâneos e imediatos, todos, desse espírito popular
(Volksgeist).
As leis, segundo o pensamento de Savigny, têm uma função de todo secundária, não fazem
nada que fixar (e quase imobilizar, cristalizar) os princípios já elaborados pela consciência
jurídica popular. Estudo do fato histórico do direito e induzir a considerar o surgir do direito
em relação às condições particulares de cada povo. Somente esta é a fonte autêntica e genuína
do direito. Daí a aversão de Savigny (e em geral da escola histórica) contra a codificação.
Sendo sínteses sistemáticas de leis, os códigos têm maior estabilidade e podem, a longo
prazo, até conter a evolução espontânea do direito.
O estudo do direito positivo, justamente propugnado pela escola histórica, não deve excluir
a especulação ideal da justiça. Se identificamos sistematicamente o real com o ideal, negamos
a possibilidade do progresso. Eis o ponto no qual permeia o erro de todo o historicismo 3 e
em que se revela, de outro lado, a superioridade das escolas racionais clássicas. O fato não
pode conter a noção do direito; antes, a escolha dos fatos pressupõe um intuito ideal, porque,
para recolher os fatos ou fenómenos jurídicos, devemos, antes de tudo, ter os critérios
distintivos do jurídico do não jurídico.
teoria da escola histórica tem, em suma, o defeito de ter dogmatizado a fase inferior do
desenvolvimento. Daí se poder dizer que aquela teoria recebe tanto o desmentido dos fatos,
quanto mais avançados são os estágios da civilização. Os juristas da escola histórica foram,
em geral, normalistas; consideravam o direito como protótipo de todos os direitos, válido de
certo modo para todos os povos. (Isso contrasta com a máxima da mesma escola, segundo a
3
É uma forma de abordagem dos fenômenos e culturas humanas que se centra na importância da história para
a compreensão destes.
qual todo povo teria um espírito próprio, e a todo espírito popular corresponderia um certo
direito).
Aqui, apropriando-se da herança das teorias do direito natural moderno (Thomas Hobbes,
John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant), Hegel rompe com os pressupostos
individualistas e o juridicismo dessa corrente em prol de uma abordagem dialética e
institucional do que ele chama de “espírito objetivo”, com o intuito de pensar a articulação
sistemática dos diferentes domínios (direito, moral, política) da filosofia prática.
Mas ele também leva em conta a herança dos seus predecessores, como dá a entender o
subtítulo da obra: “Direito natural e ciência do Estado no seu traçado fundamental”. Para
tanto, Hegel põe em operação, como ele próprio indica em vários momentos do livro, as
exigências especulativas expostas na Ciência da lógica (1812-1816) e na Enciclopédia das
ciências filosóficas (primeira edição de 1817). Isso lhe permite pensar de maneira unitária,
enquanto momentos sucessivos de um processo histórico de realização da liberdade, o
“direito abstrato” (o direito privado), a moralidade subjetiva e, enfim, o que ele chama de
eticidade – Sittlichkeit, vasto espaço das interações familiares, sociais e políticas, tais como
estas se estabeleceram e se transformaram nas sociedades modernas.
Uma das tarefas que Hegel confia, portanto, às instituições do Estado “racional” (pós-
revolucionário, constitucional) é a de gerir tanto quanto possível essas contradições
submetendo-as às exigências de um “viver-junto” político a ser sempre recriado. O Estado,
tal como Hegel o concebe, não é uma máquina opressora, porém muito mais “a união
enquanto tal” de cidadãos livres, aceitando se submeter às normas que constituem, para cada
um deles, não um obstáculo, mas uma condição de sua liberdade.
Hoje, para quem a examina com serenidade, é de todo modo indubitável que esta obra, que
carrega as marcas das profundas transformações pelas quais as sociedades europeias
passaram desde a Revolução Francesa, é uma reflexão sobre as condições e as formas de uma
liberdade moderna.