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REPERTÓRIO CULTURAL “CORINGA”

CAT Abílio Rodrigues Patto

REDAÇÃO

Professora Raquel Solange Pinto


A Declaração do Milênio (Organização das Nações Unidas):
“As 17 metas do milênio”.
Meta 1 - Erradicação da pobreza:
Meta 2 - Fome zero e agricultura sustentável:
Meta 3 - Saúde e bem-estar:
Meta 4 - Educação de qualidade:
Meta 5 - Igualdade de gênero:
Meta 6 - Água potável e saneamento:
Meta 7 - Energia acessível e limpa:
Meta 8 - Trabalho decente e crescimento econômico:
Meta 9 - Indústria, inovação e infraestrutura:
Meta 10 - Redução das desigualdades:
Meta 11 - Cidades e comunidades sustentáveis:
Meta 12 - Consumo e produção responsáveis:
Meta 13 – Ação contra a mudança global do clima:
Meta 14 - Vida na água:
Meta 15 - Vida terrestre:
Meta 16 – Paz, justiça e instituições eficazes:
Meta 17 – Parcerias e meios de implementação:

Depois, essas metas foram reduzidas a 8:

1 - Acabar com a fome e a miséria


2 - Oferecer educação básica de qualidade para todos
3 - Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
4 - Reduzir a mortalidade infantil
5 - Melhorar a saúde das gestantes
6 - Combater a Aids, a malária e outras doenças
7 - Garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente
8 - Estabelecer parcerias para o desenvolvimento

Fica a dica!!!! Empregue a “Declaração do Milênio” como um repertório cultural na introdução,


contextualizando um assunto. Vejamos:
“A Declaração do Milênio, elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU), estabeleceu uma
série de metas que objetivam melhorar o padrão de vida da população mundial, sendo uma delas
(INSERIR UMA DAS METAS). Entretanto, esse objetivo ainda não foi plenamente atingido, sendo um
entrave para a promoção dos mais vulneráveis. Com isso, surge a problemática (INSERIR O
PROBLEMA), cujas causas se concentram no(a) (CAUSA 1) e no(a) (CAUSA 2), cenário que
precisa ser revertido.”

2. A Revolução dos Bichos (romance de George Orwell)

A frase “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”
foi extraída do livro satírico “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell,
sendo uma crítica ao discurso dissonante dos que defendem a justiça social,
mas, na prática, reforçam a estratificação. Fora da ficção, esse cenário de
exclusão se materializa pelos desafios que marcam o déficit habitacional no
Brasil (PROBLEMA), cujas causas da problemática se concentram no (a)
(CAUSA 1) e no(a) (CAUSA 2), cenário que precisa ser revertido.

3. Música: “Que país é esse?” (Legião Urbana)


Na música “Que país é esse?”, o grupo Legião Urbana denuncia as
contradições sociais que aprofundam a pobreza e dificultam a promoção da
dignidade humana, principalmente dos grupos mais vulneráveis. Inúmeras são as demandas, no
Brasil contemporâneo, que provocam a indignação do compositor,
sendo uma delas (INSERIR O PROBLEMA), causada por fatores
diversos, como o(a) (CAUSA 1) e o(a) (CAUSA 2), cenário que
precisa ser revertido.

4. Música: “Brasil” (Cazuza)


Na música “Brasil”, o compositor Cazuza
reforça a necessidade de o país mostrar a
sua cara, ou seja, urge exibir o Brasil
profundo, marcado por inúmeras
adversidades que o impedem de atingir a harmonia social. Sem dúvida,
diversas são as demandas que, extrapolando a letra dessa canção,
poderiam provocar a indignação do compositor, sendo uma delas (INSERIR
O PROBLEMA), causada por fatores diversos, como o(a) (CAUSA 1) e o(a) (CAUSA 2), cenário que
precisa ser revertido.

5. A construção do ser social (sociólogo Émile Durkheim)


“De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo
biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para
que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam
garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXI as mulheres ainda são
alvos de violência. Esse quadro de persistência de maus tratos com esse setor é fruto,
principalmente, de uma cultura de valorização do sexo masculino e de punições lentas e pouco
eficientes por parte do Governo.”
(INTRODUÇÃO coringa - Anna Beatriz Alvares Simões Wreden)

6. “Os figurantes mudos da história” (Sérgio Buarque de Holanda)


“De acordo com Sérgio Buarque de Holanda,
algumas pessoas vivem às margens das benesses
sociais. Ele as designa como figurantes mudos,
pois sofrem com suas dificuldades e lutas
ignoradas ao longo da história. Ao se observar o
caráter excludente da pobreza menstrual, é
indubitável que essa demanda não tem sido
considerada no país. Nesse sentido, pode-se
afirmar que a desigualdade social e a opressão
social agravam essa situação, cenário que precisa
ser revertido.”
(Luiza Mel Rodrigues Pena)

7. “A era do vazio” (Gilles Lipovetsky)


“Ademais, para o filósofo Gilles Lipovetsky, a supervalorização do “ego”
(do “eu sou”, “eu faço”, “eu posso tudo”) é extrema na contemporaneidade,
associada ao consumo exacerbado e mudanças intensas e urgentes, tudo
em movimento frenético e veloz. Todavia, a pandemia, de súbito, rompeu
com o ritmo hipermoderno, enquanto a mente humana sofre os efeitos
desse choque significativo entre a cultura do excesso e a imposta
necessidade de moderação, de frear a vida individualista, de isolar-se. No
entanto, os estigmas associados às doenças mentais reverberam a
dificuldade nas oportunidades de emprego, ou até mesmo a reabilitação no
convívio social e familiar de quem apresenta transtornos psiquiátricos,
substanciando e hiperbolizando cada vez mais a questão segregacionista
junto aos doentes mentais.”

(Rodrigo Noronha)
8. O fetiche da mercadoria (Karl Marx)
“Outrossim, o filósofo Karl Marx desenvolveu o
termo “Fetichismo de Mercadorias”- o produto
torna-se objeto de adoração. Nesse contexto, o
vocábulo pode ser associado ao carro, já que
esse automóvel é visto pela cultura verde-
amarela como algo ligado ao status e ao
sucesso, o que gera um alto índice de compras
desse produto. Tal prática torna-se um
empecilho à mobilidade urbana, uma vez que o
excesso de carros nas ruas favorece o
individualismo e provoca trânsito caótico. Dessa forma, enquanto não houver investimentos em
alternativas para o deslocamento, essa infortúnia realidade será mantida.”
(Plataforma Redação Online)
9. Violência simbólica (PIERRE BOURDIEU)

“Além disso, a continuidade de práticas violentas contra a mulher é favorecida pelo que o pensador
Pierre Bourdieu definiu como violência simbólica. Nesse tipo de violência, a sociedade passa a
aceitar como natural as imposições de um segmento social hegemônico, neste caso, o gênero
masculino, causando a legitimação da violação de direitos e/ou da desigualdade. Nesse contexto,
urge a tomada de medidas que visem mitigar a crença de que as mulheres são inferiores. Para isso,
cabe à sociedade civil organizada, o terceiro setor, a realização de palestras que instruam acerca da
igualdade entre os gêneros. Ao poder público, cabe instituir a obrigatoriedade de participação
masculina em fóruns, palestras e seminários que discorram acerca da importância do respeito às
mulheres.” (Laiane da Silva Carvalho)

10. O conceito de “precariat” (precariado): a vulnerabilidade no âmbito


trabalhista (Zygmunt Bauman)
“Zygmunt Bauman conceitua “precariat” como um sentimento de vulnerabilidade no universo do
trabalho. Tal conceito é extremamente aplicável no contexto atual vivido pelo jovem brasileiro, que
enfrenta centenas de desafios para se inserir e se manter no mercado de trabalho. Essas
adversidades estão, muitas vezes, associadas ao fato de o público jovem ser mais vulnerável, posto
que possui pouca experiência e, em grande parte dos casos, baixa escolaridade, fatores alarmantes
e que merecem uma atenção especial do poder público.”

(Maria Eduarda Cunha Nick)


11. Cidadania de papel: o cidadão usufrui de uma cidadania aparente, a
verdadeira democracia implica a conquista e a efetividade dos direitos
constitucionais – direitos sociais, políticos e civis. (Gilberto Dimenstein)

“Na tese "cidadão de papel", desenvolvida pelo jornalista brasileiro Gilberto


Dimenstein, o autor denomina o termo como um indivíduo que, apesar de
possuir direitos na legislação, não os usufrui devido à desinformação ou à
subtração destes pela máquina governamental. Ao se observar o contexto
do analfabetismo digital, é cabível fazer uma analogia à tese do jornalista,
uma vez que por conta da ausência do Estado no incentivo à inclusão digital
e à baixa condição financeira de grande parte da população, os indivíduos
têm seus direitos de educação e igualdade subtraídos, tornando a inclusão
digital uma realidade distante.”
(Projeto Redação Nota Mil)
12. Constituição Federal de 1988 (Constituição Cidadã): artigos 5º e 6º -
Direitos Fundamentais (Direitos Sociais).
“Ademais, cabe apontar a péssima qualidade financeira de grande parcela da população como um
impulsionador do analfabetismo digital. O artigo 5° da Constituição Federal - documento jurídico de
maior importância do país -, prevê a igualdade como direito inerente a qualquer cidadão brasileiro.
Entretanto, quando é observada a dificuldade do acesso à tecnologia pela população pobre,
constata-se que a prerrogativa prevista pela Constituição não tem se reverberado. Por conta do baixo
salário mínimo e do alto custo dos aparelhos digitais - proveniente de altos valores de impostos - a
parcela mais carente da sociedade se distancia da inclusão digital. Logo, é inadmissível que este
cenário continue a perdurar.”

(Projeto Redação Nota Mil)


“Primordialmente, é necessário destacar a forma como parte do Estado costuma lidar com a saúde mental
no Brasil. Isso porque, como afirmou Gilberto Dimenstein, em sua obra “Cidadão de Papel”, a legislação
brasileira é ineficaz, visto que, embora aparente ser completa na teoria, muitas vezes, não se concretiza na
prática. Prova disso é a escassez de políticas públicas satisfatórias voltadas para a aplicação do artigo 6º
da “Constituição Cidadã”, que garante, entre tantos direitos, a saúde. Isso é perceptível seja pela pequena
campanha de conscientização acerca da necessidade da saúde mental, seja pelo pouco espaço destinado
ao tratamento das doenças mentais nos hospitais. Assim, infere-se que nem mesmo o princípio jurídico foi
capaz de garantir o combate ao estigma relativo a doenças psíquicas.”
(Aécio Fernandes)

13. O Mito da Caverna (Platão).


“Em segundo lugar, ressalta-se que há, no Brasil, uma evidente falta de
informações sobre os transtornos mentais, fomentando grande preconceito e
estranhamento com essas doenças. Nesse sentido, é lícito referenciar o filósofo
grego Platão, que em sua obra "A República" narrou o intitulado "Mito da
Caverna", no qual homens, acorrentados em uma caverna, viam somente
sombras na parede, acreditando, portanto, que aquilo era a realidade das
coisas. Dessa forma, é notório, que, em situação análoga à metáfora abordada,
os brasileiros, sem acesso aos conhecimentos acerca dos transtornos mentais,
vivem na escuridão, isto é, ignorância disseminando atitudes preconceituosas.
Logo, é evidente a grande importância das informações, haja vista que a falta
delas aumenta o estigma relacionado às doenças mentais, prejudicando a
qualidade de vida das pessoas que sofrem com tais transtornos.”
14. Instituições zumbis (Zygmunt Bauman) “Nessa perspectiva,
acerca da lógica referente aos transtornos da mente, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à
omissão estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país que
apresenta o maior número de casos de depressão da América Latina e, mesmo diante desse cenário
alarmante, os tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos, não são, na maioria das vezes,
eficazes. Isso acontece pela falta de investimento público em centros especializados no cuidado para
com essas condições. Consequentemente, muitos portadores,
sobretudo aqueles de menor renda, não são devidamente tratados,
contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo
social. Esse quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica
a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que
as descreve como presentes na sociedade, mas que não cumprem
seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que, para a
refutação da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja
revertida.”
(Júlia
Vieira)
15. Modernidade Líquida (Zygmunt Bauman)

16. Livro “Ensaio sobre a cegueira”, a alegoria cegueira branca remete à


insensibilidade das pessoas em relação à dor do outro, a perda do
ALTRUÍSMO (José Saramago).
“Outrossim, o desinteresse do povo quanto à
displicência da administração superior do país,
a qual não investe no EaD, é um óbice. Nesse
sentido, enxerga-se que o livro “Ensaio sobre a
cegueira”, de José Saramago, estabelece
relação com essa problemática, quando narra
uma inexplicável epidemia de “cegueira
branca”, a qual atinge uma cidade, pois
compreende-se que a doença mencionada
representa não só a impossibilidade física de
se ver, mas também a alienação da sociedade no tocante à reivindicação dos seus direitos,
ou seja, mesmo a Constituição Federal de 1988 assegurando o direito de aprender, o
Governo não tem investido nesse novo formato de educação, e a população alienada e cega
fortalece, com esse comportamento, a falta de reivindicação desse investimento
negligenciado. Assim, nota-se que a despreocupação do corpo social sobre a ineficiência da
governança brasileira em investir neste modo de ensino é uma barreira ao EAD.”
(Projeto Redação Nota Mil)
17. Livro “Cegueira moral” (Zygmunt Bauman)
“Em segundo lugar, deve-se levar em conta que a violência
escolar é uma realidade em todo o território nacional. Zygmunt
Bauman vaticinou numa de suas últimas obras, "Cegueira Moral",
que a modernidade líquida se caracteriza pela banalização de
princípios que são essenciais para o fortalecimento do pacto
social. No Brasil, isso se torna evidente sobretudo nos massacres
que acontecem no País há algum tempo, como a chacina que
ocorreu em Realengo, em 2011, deixando 12 pessoas mortas e
18 feridas. Portanto, entende-se que o ensino no país enfrenta
grandes desafios, exigindo políticas públicas que revertam esse
cenário.”
(Projeto Redação Nota Mil)

“Outrossim, questões sociais estão intimamente ligadas ao controle


de informações na internet. Nesse âmbito, a cegueira moral,
fenômeno exposto por José Saramago em sua obra “Ensaio sobre
cegueira”, caracteriza a alienação da sociedade frente às demais
realidades sociais, a qual é fomentada pela restrição do pleno
acesso à informação pelos meios de comunicação. Dessa feita, as
redes sociais propiciam a formação de “bolhas sociais”, de modo a manipular o comportamento do
indivíduo, além de restringir sua ideia acerca da conjuntura vivida.”
18. “Atitude blasé”, sociólogo George Simmel.
“Blasé” é uma palavra de origem francesa que significa indiferença. Na teoria sociológica de George
Simmel, ela se caracteriza pela omissão diante das diversas demandas sociais que marcam a
sociedade hodierna.

“O sociólogo alemão Georg Simmel propõe o termo "Atitude Blasé" para designar o indivíduo que
passa a agir com indiferença em meio a situações às quais ele deveria dar atenção. Nesse sentido, a
realidade brasileira caracteriza-se com essa problemática, visto que a falta de integração social de
pessoas com síndrome de down está sendo cada vez mais banalizada. Dessa forma, configura-se a
consolidação de um problema que possui raízes amargas no país, que persiste tanto pela ausência
de atuação governamental, quanto pela base educacional lacunar.”

(Projeto Redação Nota Mil)


 Exemplo de introdução CORINGA.

19. Teoria do Bem-Estar Social e a Teoria do Contrato Social (os


contratualistas, John Locke)

Paralelo a isso, a imperícia social vinculada ao déficit em letramento digital fomenta a perpetuação do
impasse. Nesse viés, as instituições educacionais ainda não são eficazes na educação tecnológica, por
não contarem com estrutura profissional e material voltado ao tema. Ademais, a formação de
indivíduos vulneráveis possibilita a ação do mecanismo que pode transformar comportamentos,
tornando-os passíveis de alienação. Essa conjuntura contraria o Estado proposto pelo filósofo John
Locke - assegurador de liberdade -, gerando falsa sensação de autonomia e expondo internautas a um
ambiente não transparente, em que decisões são previamente programadas por outrem.

20. As virtudes éticas em Aristóteles (as virtudes não são inatas, elas são
construídas pela educação).
"Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a importância do conhecimento para a
obtenção da plenitude da essência humana. Para o filósofo, sem a cultura e a sabedoria, nada separa
a espécie humana do restante dos animais. Nesse contexto, destaca-se a importância do cinema,
desde a sua criação, no século XIX, até a atualidade, para a construção de uma sociedade mais culta.
No entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem a democratização do acesso a esse recurso no
Brasil, centrados na elitização do espaço público e causadores da insuficiência intelectual presente na
sociedade. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o acesso pleno ao
cinema para todos os cidadãos brasileiros.”

21. Os conceitos da tábula rasa (John Locke).


“Entretanto, essa tendência pode ser revertida se somada à instrução adequada do público-alvo do
mercado publicitário infantil. Segundo a tábula rasa de John Locke, nascemos como uma folha em
branco, sem conhecimento, e o adquirimos por meio da experiência. A partir desse pensamento, é
possível entender que é função dos pais educar as crianças, haja vista que estas são influenciadas
pelo meio em que vivem. Com o apoio da base familiar, somada à escolar, cria-se o senso crítico,
que possibilita a gradativa menor influência da linguagem publicitária. Desse modo, evidencia-se que
o poder de persuasão do mercado apelativo não é absoluto.”

22. Citação: “Toda nova tecnologia cria seus excluídos” (Pierre Lévy).
“Decerto, o processo de urbanização brasileiro ocorreu de forma acelerada e desorganizada,
provocando o surgimento de aglomerados no entorno dos centros urbanos. Diante dessa conjuntura,
essas periferias sofrem, de modo geral, históricas negligências governamentais, como a escassez de
infraestrutura básica, de escolas e de hospitais. Não obstante, tais regiões também carecem de
espaços de lazer, como os cinemas, que, majoritariamente, concentram-se nas áreas centrais e de alta
renda das cidades. Assim, corrobora-se a teoria descrita pelo filósofo francês Pierre Lévy de que “toda
nova tecnologia gera seus excluídos”. Portanto, o cinema, sendo uma inovação técnica, promove a
segregação dos indivíduos marginalizados geograficamente.”
(Luisa Mello)

23. “O direito à cidade”, Henri Lefebvre: o direito às benesses da vida urbana.


“Tendo em vista a realidade supracitada, destaca-se a crescente discrepância entre as classes sociais
nos grandes centros habitacionais, o que leva a modificações no espaço. Essa visão condiz com as
ideias de Henri Lefebvre, uma vez que, para o sociólogo, o meio urbano é a manifestação de conflitos,
o que pode ser relacionado à evidente segregação socioespacial dos cinemas. Nesse viés, a
concentração de salas de exibição em áreas nobres está vinculada às desigualdades sociais e
configura a elitização do acesso aos filmes em locais públicos em função do encarecimento dos
serviços ao longo dos anos. Dessa forma, para uma grande parte dos brasileiros, o entretenimento e o
aprendizado por meio das obras cinematográficas, como visto no início do século XX, tornam-se
inviáveis, restringindo o contato com novos ideais e inibindo a mobilização da sociedade em prol de
seus valores.”

(Eduarda Duarte)

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