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REPERTÓRIO CULTURAL “CORINGA”

IBITURUNA TOP

MONITORIA DE
REDAÇÃO
Professora Raquel Solange Pinto
Declaração do Milênio (Organização das Nações Unidas):
“As 17 metas do milênio”.
Meta 1 - Erradicação da pobreza:
Meta 2 - Fome zero e agricultura sustentável:
Meta 3 - Saúde e bem-estar:
Meta 4 - Educação de qualidade:
Meta 5 - Igualdade de gênero:
Meta 6 - Água potável e saneamento:
Meta 7 - Energia acessível e limpa:
Meta 8 - Trabalho decente e crescimento econômico:
Meta 9 - Indústria, inovação e infraestrutura:
Meta 10 - Redução das desigualdades:
Meta 11 - Cidades e comunidades sustentáveis:
Meta 12 - Consumo e produção responsáveis:
Meta 13 – Ação contra a mudança global do clima:
Meta 14 - Vida na água:
Meta 15 - Vida terrestre:
Meta 16 – Paz, justiça e instituições eficazes:
Meta 17 – Parcerias e meios de implementação:
Depois, essas metas foram reduzidas a 8:

1 - Acabar com a fome e a miséria


2 - Oferecer educação básica de qualidade para todos
3 - Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
4 - Reduzir a mortalidade infantil
5 - Melhorar a saúde das gestantes
6 - Combater a Aids, a malária e outras doenças
7 - Garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente
8 - Estabelecer parcerias para o desenvolvimento

Fica a dica!!!! Empregue a “Declaração do Milênio” como um repertório cultural na introdução,


contextualizando um assunto. Vejamos:

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“A Declaração do Milênio, elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU), estabeleceu uma
série de metas que objetivam melhorar o padrão de vida da população mundial, sendo uma delas
(INSERIR UMA DAS METAS). Entretanto, esse objetivo ainda não foi plenamente atingido, sendo um
entrave para a promoção dos mais vulneráveis. Com isso, surge a problemática (INSERIR O
PROBLEMA), cujas causas se concentram no(a) (CAUSA 1) e no(a) (CAUSA 2), cenário que precisa
ser revertido.”

2. A Revolução dos Bichos (romance de George Orwell)

A frase “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”
foi extraída do livro satírico “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, sendo
uma crítica ao discurso dissonante dos que defendem a justiça social, mas, na
prática, reforçam a estratificação. Fora da ficção, esse cenário de exclusão se
materializa pelos desafios que marcam o déficit habitacional no Brasil
(PROBLEMA), cujas causas da problemática se concentram no (a) (CAUSA 1)
e no(a) (CAUSA 2), cenário que precisa ser revertido.

3. Música: “Que país é esse?” (Legião Urbana)


Na música “Que país é esse?”, o grupo Legião Urbana denuncia as
contradições sociais que aprofundam a pobreza e dificultam a promoção da
dignidade humana, principalmente dos grupos mais vulneráveis. Inúmeras são as demandas, no
Brasil contemporâneo, que provocam a indignação do compositor,
sendo uma delas (INSERIR O PROBLEMA), causada por fatores
diversos, como o(a) (CAUSA 1) e o(a) (CAUSA 2), cenário que precisa
ser revertido.

4. Música: “Brasil” (Cazuza)


Na música “Brasil”, o compositor Cazuza
reforça a necessidade de o país mostrar a
sua cara, ou seja, urge exibir o Brasil
profundo, marcado por inúmeras
adversidades que o impedem de atingir a harmonia social. Sem dúvida,
diversas são as demandas que, extrapolando a letra dessa canção, poderiam
provocar a indignação do compositor, sendo uma delas (INSERIR
O PROBLEMA), causada por fatores diversos, como o(a) (CAUSA 1) e o(a) (CAUSA 2), cenário que
precisa ser revertido.

5. A construção do ser social (sociólogo Émile Durkheim)

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“De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico”
por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse
organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos.
Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXI as mulheres ainda são alvos de violência.
Esse quadro de persistência de maus tratos com esse setor é fruto, principalmente, de uma cultura de
valorização do sexo masculino e de punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo.”
(INTRODUÇÃO coringa - Anna Beatriz Alvares Simões Wreden)

6. “Os figurantes mudos da história” (Sérgio Buarque de Holanda)


“De acordo com Sérgio Buarque de Holanda,
algumas pessoas vivem às margens das benesses
sociais. Ele as designa como figurantes mudos, pois
sofrem com suas dificuldades e lutas ignoradas ao
longo da história. Ao se observar o caráter
excludente da pobreza menstrual, é indubitável que
essa demanda não tem sido considerada no país.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a desigualdade
social e a opressão social agravam essa situação,
cenário que precisa
ser revertido.”

(Luiza Mel Rodrigues Pena)

7. “A era do vazio” (Gilles Lipovetsky)

“Ademais, para o filósofo Gilles Lipovetsky, a supervalorização do “ego” (do


“eu sou”, “eu faço”, “eu posso tudo”) é extrema na contemporaneidade,
associada ao consumo exacerbado e mudanças intensas e urgentes, tudo
em movimento frenético e veloz. Todavia, a pandemia, de súbito, rompeu
com o ritmo hipermoderno, enquanto a mente humana sofre os efeitos desse
choque significativo entre a cultura do excesso e a imposta necessidade de
moderação, de frear a vida individualista, de isolar-se. No entanto, os
estigmas associados às doenças mentais reverberam a dificuldade nas
oportunidades de emprego, ou até mesmo a reabilitação noconvívio social
e familiar de quem apresenta transtornos psiquiátricos, substanciando e
hiperbolizando cada vez mais a questão segregacionista junto aos doentes
mentais.”

(Rodrigo Noronha)
8. O fetiche da mercadoria (Karl Marx)
“Outrossim, o filósofo Karl Marx desenvolveu o
termo “Fetichismo de Mercadorias”- o produto
torna-se objeto de adoração. Nesse contexto, o
vocábulo pode ser associado ao carro, já que
esse automóvel é visto pela cultura verde-
amarela como algo ligado ao status e ao sucesso,
o que gera um alto índice de compras desse
produto. Tal prática torna-se um empecilho à
mobilidade urbana, uma vez que o excesso de
carros nas ruas favorece o
individualismo e provoca trânsito caótico. Dessa forma, enquanto não houver investimentos em
alternativas para o deslocamento, essa infortúnia realidade será mantida.”
(Plataforma Redação Online)
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9. Violência simbólica (PIERRE BOURDIEU)

“Além disso, a continuidade de práticas violentas contra a mulher é favorecida pelo que o pensador
Pierre Bourdieu definiu como violência simbólica. Nesse tipo de violência, a sociedade passa a aceitar
como natural as imposições de um segmento social hegemônico, neste caso, o gênero masculino,
causando a legitimação da violação de direitos e/ou da desigualdade. Nesse contexto, urge a tomada
de medidas que visem mitigar a crença de que as mulheres são inferiores. Para isso, cabe à sociedade
civil organizada, o terceiro setor, a realização de palestras que instruam acerca da igualdade entre os
gêneros. Ao poder público, cabe instituir a obrigatoriedade de participação masculina em fóruns,
palestras e seminários que discorram acerca da importância do respeito às mulheres.” (Laiane da Silva
Carvalho)

10. O conceito de “precariat” (precariado): a vulnerabilidade no âmbito


trabalhista (Zygmunt Bauman)
“Zygmunt Bauman conceitua “precariat” como um sentimento de vulnerabilidade no universo do
trabalho. Tal conceito é extremamente aplicável no contexto atual vivido pelo jovem brasileiro, que
enfrenta centenas de desafios para se inserir e se manter no mercado de trabalho. Essas adversidades
estão, muitas vezes, associadas ao fato de o público jovem ser mais vulnerável, posto que possui
pouca experiência e, em grande parte dos casos, baixa escolaridade, fatores alarmantes e que
merecem uma atenção especial do poder público.”

(Maria Eduarda Cunha Nick)


11. Cidadania de papel: o cidadão usufrui de uma cidadania aparente, a
verdadeira democracia implica a conquista e a efetividade dos direitos
constitucionais – direitos sociais, políticos e civis. (Gilberto Dimenstein)

“Na tese "cidadão de papel", desenvolvida pelo jornalista brasileiro Gilberto


Dimenstein, o autor denomina o termo como um indivíduo que, apesar de
possuir direitos na legislação, não os usufrui devido à desinformação ou à
subtração destes pela máquina governamental. Ao se observar o contexto do
analfabetismo digital, é cabível fazer uma analogia à tese do jornalista, uma
vez que por conta da ausência do Estado no incentivo à inclusão digital e à
baixa condição financeira de grande parte da população, os indivíduos têm
seus direitos de educação e igualdade subtraídos, tornando a inclusão digital
uma realidade distante.”
(Projeto Redação Nota Mil)

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12. Constituição Federal de 1988 (Constituição Cidadã): artigos 5º e 6º -
Direitos Fundamentais (Direitos Sociais).
“Ademais, cabe apontar a péssima qualidade financeira de grande parcela da população como um
impulsionador do analfabetismo digital. O artigo 5° da Constituição Federal - documento jurídico de
maior importância do país -, prevê a igualdade como direito inerente a qualquer cidadão brasileiro.
Entretanto, quando é observada a dificuldade do acesso à tecnologia pela população pobre, constata-
se que a prerrogativa prevista pela Constituição não tem se reverberado. Por conta do baixosalário
mínimo e do alto custo dos aparelhos digitais - proveniente de altos valores de impostos - a parcela
mais carente da sociedade se distancia da inclusão digital. Logo, é inadmissível que este cenário
continue a perdurar.”

(Projeto Redação Nota Mil)


“Primordialmente, é necessário destacar a forma como parte do Estado costuma lidar com a saúde mental
no Brasil. Isso porque, como afirmou Gilberto Dimenstein, em sua obra “Cidadão de Papel”, a legislação
brasileira é ineficaz, visto que, embora aparente ser completa na teoria, muitas vezes, não se concretiza na
prática. Prova disso é a escassez de políticas públicas satisfatórias voltadas para a aplicação do artigo 6º
da “Constituição Cidadã”, que garante, entre tantos direitos, a saúde. Isso é perceptível seja pela pequena
campanha de conscientização acerca da necessidade da saúde mental, seja pelo pouco espaço destinado
ao tratamento das doenças mentais nos hospitais. Assim, infere-se que nem mesmo o princípio jurídico foi
capazde garantiro combate ao estigma relativo a doençaspsíquicas.”
(Aécio Fernandes)

13. O Mito da Caverna (Platão).


“Em segundo lugar, ressalta-se que há, no Brasil, uma evidente falta de
informações sobre os transtornos mentais, fomentando grande preconceito e
estranhamento com essas doenças. Nesse sentido, é lícito referenciar o filósofo
grego Platão, que em sua obra "A República" narrou o intitulado "Mito da
Caverna", no qual homens, acorrentados em uma caverna, viam somente
sombras na parede, acreditando, portanto, que aquilo era a realidade das
coisas. Dessa forma, é notório, que, em situação análoga à metáfora abordada,
os brasileiros, sem acesso aos conhecimentos acerca dos transtornos mentais,
vivem na escuridão, isto é, ignorância disseminando atitudes preconceituosas.
Logo, é evidente a grande importância das informações, haja vista que a falta
delas aumenta o estigma relacionado às doenças mentais, prejudicando a
qualidade de vida das pessoas que sofremcomtaistranstornos.”

14. Instituições zumbis (Zygmunt Bauman)


“Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos da mente, é válido retomaro aspecto supracitado
quanto àomissão estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país que
apresenta o maiornúmero de casos de depressão da América Latina e, mesmo diante desse cenárioalarmante,
os tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos, não são, na maioria
das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de investimento público em
centros especializados no cuidado paracom essas condições.
Consequentemente, muitos portadores, sobretudo aqueles de menor renda,
não são devidamente tratados, contribuindo para sua progressiva
marginalização perante o corpo social. Esse quadro de inoperância das
esferas de poder exemplificaa teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo
Zygmunt Bauman, queas descreve como presentes na sociedade, mas que
não cumpremseu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que,
para arefutação da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja
revertida.” (JúliaVieira)
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15. Modernidade Líquida (Zygmunt Bauman)

16. Livro “Ensaio sobre a cegueira”, a alegoria cegueira branca remete à


insensibilidade das pessoas em relação à dor do outro, a perda do
ALTRUÍSMO (José Saramago).
“Outrossim, o desinteresse do povo quanto à
displicência da administração superior do país,
a qual não investe no EaD, é um óbice. Nesse
sentido, enxerga-se que o livro “Ensaio sobre a
cegueira”, de José Saramago, estabelece
relação com essa problemática, quando narra
uma inexplicável epidemia de “cegueira
branca”, a qual atinge uma cidade, pois
compreende-se que a doença mencionada
representa não só a impossibilidade física de
se ver, mas também a alienação da sociedade no tocante à reivindicação dos seus direitos,
ou seja, mesmo a Constituição Federal de 1988 assegurando o direito de aprender, o
Governo não tem investido nesse novo formato de educação, e a população alienada e cega
fortalece, com esse comportamento, a falta de reivindicação desse investimento
negligenciado. Assim, nota-se que a despreocupação do corpo social sobre a ineficiência da
governança brasileira em investir neste modo de ensino é uma barreira ao EAD.”
(Projeto Redação Nota Mil)
17. Livro “Cegueira moral” (Zygmunt Bauman)
“Em segundo lugar, deve-se levar em conta que a violência escolar
é uma realidade em todo o território nacional. Zygmunt Bauman
vaticinou numa de suas últimas obras, "Cegueira Moral", que a
modernidade líquida se caracteriza pela banalização de princípios
que são essenciais para o fortalecimento do pacto social. No Brasil,
isso se torna evidente sobretudo nos massacresque acontecem no
País há algum tempo, como a chacina que ocorreu em Realengo,
em 2011, deixando 12 pessoas mortas e 18 feridas. Portanto,
entende-se que o ensino no país enfrenta grandes desafios,
exigindo políticas públicas que revertam esse cenário.”
(Projeto Redação Nota Mil)

“Outrossim, questões sociais estão intimamente ligadas ao controle


de informações na internet. Nesse âmbito, a cegueira moral,
fenômeno exposto por José Saramago em sua obra “Ensaio sobre
cegueira”, caracteriza a alienação da sociedade frente às demais
realidades sociais, a qual é fomentada pela restrição do pleno
acesso à informação pelos meios de comunicação. Dessa feita, as
redes sociais propiciam a formação de “bolhas sociais”, de modo a manipular o comportamento do
indivíduo, além de restringir sua ideia acerca da conjuntura vivida.”

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18. “Atitude blasé”, sociólogo George Simmel.
“Blasé” é uma palavra de origem francesa que significa indiferença. Na teoria sociológica de George
Simmel, ela se caracteriza pela omissão diante das diversas demandas sociais que marcam a
sociedade hodierna.

“O sociólogo alemão Georg Simmel propõe o termo "Atitude Blasé" para designar o indivíduo que passa
a agir com indiferença em meio a situações às quais ele deveria dar atenção. Nesse sentido, arealidade
brasileira caracteriza-se com essa problemática, visto que a falta de integração social de pessoas com
síndrome de down está sendo cada vez mais banalizada. Dessa forma, configura-se a consolidação
de um problema que possui raízes amargas no país, que persiste tanto pela ausência de atuação
governamental, quanto pela base educacional lacunar.”

(Projeto Redação Nota Mil)


 Exemplo de introdução CORINGA.

19. Teoria do Bem-Estar Social e a Teoria do Contrato Social (os


contratualistas, John Locke)

Paralelo a isso, a imperícia social vinculada ao déficit em letramento digital fomenta a perpetuação do
impasse. Nesse viés, as instituições educacionais ainda não são eficazes na educação tecnológica, por
não contarem com estrutura profissional e material voltado ao tema. Ademais, a formação deindivíduos
vulneráveis possibilita a ação do mecanismo que pode transformar comportamentos, tornando-os
passíveis de alienação. Essa conjuntura contraria o Estado proposto pelo filósofo John Locke -
assegurador de liberdade -, gerando falsa sensação de autonomia e expondo internautas a umambiente
não transparente, em que decisões são previamente programadas por outrem.

20. As virtudes éticas em Aristóteles (as virtudes não são inatas, elas são
construídas pela educação).
"Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a importância do conhecimento para a
obtenção da plenitude da essência humana. Para o filósofo, sem a cultura e a sabedoria, nada separa
a espécie humana do restante dos animais. Nesse contexto, destaca-se a importância do cinema,
desde a sua criação, no século XIX, até a atualidade, para a construção de uma sociedade mais culta.
No entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem a democratização do acesso a esse recurso no
Brasil, centrados na elitização do espaço público e causadores da insuficiência intelectual presente na
sociedade. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o acesso pleno ao
cinema para todos os cidadãos brasileiros.”

21. Os conceitos da tábula rasa (John Locke).


“Entretanto, essa tendência pode ser revertida se somada à instrução adequada do público-alvo do
mercado publicitário infantil. Segundo a tábula rasa de John Locke, nascemos como uma folha em
branco, sem conhecimento, e o adquirimos por meio da experiência. A partir desse pensamento, é
possível entender que é função dos pais educar as crianças, haja vista que estas são influenciadas
pelo meio em que vivem. Com o apoio da base familiar, somada à escolar, cria-se o senso crítico,

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que possibilita a gradativa menor influência da linguagem publicitária. Desse modo, evidencia-se que
o poder de persuasão do mercado apelativo não é absoluto.”

22. Citação: “Toda nova tecnologia cria seus excluídos” (Pierre Lévy).
“Decerto, o processo de urbanização brasileiro ocorreu de forma acelerada e desorganizada,
provocando o surgimento de aglomerados no entorno dos centros urbanos. Diante dessa conjuntura,
essas periferias sofrem, de modo geral, históricas negligências governamentais, como a escassez de
infraestrutura básica, de escolas e de hospitais. Não obstante, tais regiões também carecem de
espaços de lazer, como os cinemas, que, majoritariamente, concentram-se nas áreas centrais e de alta
renda das cidades. Assim, corrobora-se a teoria descrita pelo filósofo francês Pierre Lévy de que “toda
nova tecnologia gera seus excluídos”. Portanto, o cinema, sendo uma inovação técnica, promove a
segregação dos indivíduos marginalizados geograficamente.”
(Luisa Mello)

23. “O direito à cidade”, Henri Lefebvre: o direito às benesses da vida urbana.


“Tendo em vista a realidade supracitada, destaca-se a crescente discrepância entre as classes sociais
nos grandes centros habitacionais, o que leva a modificações no espaço. Essa visão condiz com as
ideias de Henri Lefebvre, uma vez que, para o sociólogo, o meio urbano é a manifestação de conflitos,
o que pode ser relacionado à evidente segregação socioespacial dos cinemas. Nesse viés, a
concentração de salas de exibição em áreas nobres está vinculada às desigualdades sociais e
configura a elitização do acesso aos filmes em locais públicos em função do encarecimento dos
serviços ao longo dos anos. Dessa forma, para uma grande parte dos brasileiros, o entretenimento e o
aprendizado por meio das obras cinematográficas, como visto no início do século XX, tornam-se
inviáveis, restringindo o contato com novos ideais e inibindo a mobilização da sociedade em prol de
seus valores.”

(Eduarda Duarte)

24. A banalidade do mal – “a naturalização das situações” (Hannah Arendt): trata-se de


um mal cuja prática se tornou comum, nascendo, muitas vezes, da omissão.diante de um fato
que deveria indignar o outro.
Hannah Arendt foi chamada para assistir e escrever
sobre o julgamento de Adolf Eichmann, um dos
responsáveis pelas atrocidades cometidas pelos
nazistas. Foi nesse grande momento que ela escreveu
sobre a Banalidade do mal, o mal banal do indivíduo.
A filósofa chegou à conclusão sobre o mal de Eichmann.
O mal que ele praticava não era um mal demoníaco, mas
era um mal constante que fazia parte
da rotina dos oficiais nazistas como instrumento de trab lho. Ou seja, banalid e do mal é um mal que
virou comum de ser praticado.

- Como empregar Hannah Arendt na introdução.

A filósofa judia Hannah Arendt, em sua obra “Eichmann em Jerusalém”, desenvolveu o conceito
acerca da “banalidade do mal”, que consiste na indiferença das pessoas diante de problemas que, ao longo
do tempo, são naturalizados, tornando-se aparentemente irrelevantes. Assim, segundo ela, o mal perdura e
se intensifica. Nesse sentido, é possível comparar a atual situação dos empregados domésticos à teoria da
pensadora, pois parte da sociedade hodierna ignora o fato de a PEC das domésticas não ser efetivamente
respeitada, dificultando, portanto, a materialização de importantes conquistas sociais. Isso ocorre devido à

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perpetuação do racismo estrutural e à ineficácia do Poder Público, que não é, de fato, pressionado a agir em
defesa dessa causa.

Tese: a PEC das domésticas não é efetivamente respeita.

- Como empregar Hannah Arendt no desenvolvimento.


EXEMPLO 1

Inicialmente, um entrave para a resolução desse revés é a mentalidade de parte da população, que
age com preconceito em relação aos ciganos. De fato, tal atitude se relaciona ao conceito de “banalidade do
mal”, trazido pela filósofa Hannah Arendt, defensora da tese de que quando uma ação agressiva ocorre
constantemente, as pessoas param de vê-la como errada. Um exemplo disso é a associação dessa
comunidade a atos como roubos, sequestro de criança, violência, ociosidade, pensamento naturalizado em
diversos grupos sociais. Nessa situação, a estigmatização, que pode ser praticada por qualquer um,
possivelmente, dificulta a construção de uma sociedade agregadora, mantendo esses indivíduos à margem
de seus direitos, fato tão grave e excludente quanto a criminalização sofrida pelos ciganos ao longo da
história.

EXEMPLO 2

Inicialmente, um entrave para a resolução desse revés é a mentalidade retrógada de parte da


população que, pautada por um conhecimento superficial do assunto, age com preconceito em relação aos
portadores de HIV. De fato, tal atitude se relaciona ao conceito de “banalidade do mal”, trazido pela filósofa
Hannah Arendt, defensora da tese de que quando uma ação agressiva ocorre constantemente, as pessoas
param de vê-la como errada. Um exemplo disso é a existência de muitos mitos sobre o HIV, sendo tratado,
inclusive, como a “doença dos gays”, fortalecendo-se a ideia de que apenas esse grupo seria o responsável
por sua transmissão ou contágio, dificultando, assim, a construção de uma sociedade agregadora, mantendo
esses indivíduos às margens de seus direitos essenciais (manutenção do emprego, respeito e tratamento
médico). Portanto, a estigmatização sofrida por essa comunidade é tão grave e excludente quanto as outras
formas explícitas de violência praticadas contra tal segmento.

25. A obra “O Bem-Amado”, de Dias Gomes (a


face ineficaz do Poder Público):

O Bem-Amado foi uma peça escrita por Dias Gomes (1922-


1999) no ano de 1962 (primeira versão). O texto foi encenado
no teatro profissional somente oito anos mais tarde, por volta
de 1970. A escrita faz um perspicaz retrato e uma
crítica social do funcionamento da política brasileira. O
protagonista, prefeito Odorico Paraguaçu, é um político
demagogo e corrupto que ilude o povo simplório da pequena
Sucupira, no litoral baiano, com seus discursos inflamados e
verborrágicos. Sua única meta – inaugurar o cemitério público
da cidade – representa a pouca preocupação do Poder
Estatal em atendar as demandas sociais da população,
oferecendo, para tanto, saneamento básico, saúde, educação
de qualidade, lazer e cultura.

- Como empregar “O Bem-Amado” na introdução.

O livro “O Bem-Amado”, de Dias Gomes, retrata a trajetória política de Odorico Paraguaçu, prefeito de
Sucupira, um demagogo e corrupto, que ilude o povo do litoral baiano com seus discursos verborrágicos.

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Nesse âmbito, pode-se dizer que o Brasil hodierno assemelha-se a essa narrativa, visto ainda haver abusos
do aparato estatal para com os indivíduos, cerceando os direitos básicos do cidadão. Logo, é indiscutível
existirem, ainda, desafios para que o Estado democrático de direitos demonstre sua eficiência, nesse caso,
combater a pobreza menstrual. Dentre as causas geradoras dessa mazela social, destacam-se o
preconceito, que atinge o público feminino, e a inércia do Poder Público, cenário a ser combatido.
(INTRODUÇÃO CORINGA)

A obra cinematográfica “O Bem-Amado”, de Dias Gomes, retrata a trajetória política do corrupto prefeito
Odorico Paraguaçu que, com seus discursos inflamados e verborrágicos, ilude o simplório povo da cidade
que administra. Esse contexto se faz presente na sociedade contemporânea à medida que o vigente
aparelho governamental tem se mostrado ineficiente e incoerente perante os seus compromissos com a
população. Logo, é indiscutível que os principais desafios para a eficácia do Estado democrático de direito
são a corrupção e a extrema burocracia.

26. A série “Retirantes”, de Cândido Portinari (“os figurantes mudos da história”):

PORTINARI, Candido. Enterro na rede, da série Retirantes.

PORTINARI, Candido. Retirantes, da série Retirantes.

PORTINARI, Candido. Criança Morta, da série Retirantes.

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- Como empregar a tela “Retirantes”, de Cândido Portinari no desenvolvimento.

Vale destacar, a princípio, que uma das causas para a não segurança alimentar, no Brasil, é a falta de
igualdade social. Levando-se em conta tal cenário, a obra “Retirantes”, de Cândido Portinari, faz uma crítica
à fome, que ainda atinge uma significativa parcela da população. Tal pintura gerou um grande impacto na
sociedade brasileira, fazendo com que a população refletisse melhor sobre e elitização dos alimentos, pois
uma alimentação básica tornou-se escassa para muitas famílias. Prova disso são os altos índices de inflação
que ajudam a elevar o preço de itens, como o arroz e o feijão. Logo, urge estabelecer políticas públicas que
melhorem a condição de vida do cidadão brasileiro, oportunizando a aquisição de alimentos necessários
para se atingir uma condição de vida saudável e produtiva.

27. Tarsila do Amaral. Telas “Operários” e “Primeira Classe”

AMARAL, Tarsila do. “Operários” (1933)

AMARAL, Tarsila do. “Segunda Classe” (1933)

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Na tela “Segunda Classe”, a artista plástica Tarsila do Amaral apresenta, em primeiro plano, uma humilde
família que, tendo ao fundo um trem, esboça, por meio da expressão corporal, o semblante triste dos
marginalizados. São cidadãos figurativamente vistos como de segunda classe, tal qual o vagão em que
viajaram. Fora desse cenário distópico, diversas são as demandas de pessoas como as retratadas pela
pintura, sendo uma delas os desafios enfrentados pelos trabalhadores domésticos, no Brasil contemporâneo
(TESE), merecendo destaque o preconceito, que ainda marca essa atividade laboral, e a não efetivação dos
direitos trabalhistas conquistados recentemente por esse grupo, cenário que precisa ser revertido.

28. “Cidadanias mutiladas”, geógrafo Milton Santos

Milton Santos criou o conceito de cidadania


mutilada: segundo o geógrafo, não há uma
integralidade na cidadania brasileira, por conta de
um processo político e econômico que não
permite construir uma lógica de direitos, mas que
é subvertida por uma lógica econômica e
consumista.

- Como empregar a alegoria “cidadanias


mutiladas“ no desenvolvimento.
EXEMPLO 1

“De início, é notório o caráter indispensável do registro civil na promoção da cidadania, em especial, de
indivíduos à margem da sociedade e da atuação do poder público, possibilitando sua ascensão social.
Segundo o geógrafo Milton Santos, o Brasil vive um cenário de cidadanias mutiladas, em que, embora a
Constituição preveja, de forma universal e indistinta, o acesso a prerrogativas, estas não são efetivamente
consubstanciadas na prática, engendrando disparidades sociais baseadas, principalmente, no poder
econômico dos membros da sociedade. Nesse contexto, pessoas em uma posição inferior de pirâmide social
têm seus direitos renegados, em uma estrutura baseada no capital, restando ao Estado o dever de, ainda
que parcialmente, complementar a iniciativa privada na oferta de serviços e de prerrogativas mercantilizadas,
em busca de uma conjuntura de maior equidade social. Dessa forma, o registro civil, ao estabelecer a
conexão indivíduo-poder público, permite que este atue de forma localizada e eficiente sobre comunidades
ou cidadãos, com o fito de promover sua ascensão social, tendo o documento papel primordial nesse
intermédio.”
(Pedro Henrique Rezende Machado – redação no mil – ENEM 2021)

EXEMPLO 2

“Nessa perspectiva, a cultura é imprescindível para a identidade de um povo e, indubitavelmente, o cinema é uma
fundamental ferramenta de inclusão e de propagação de valores sociais. Entretanto, de acordo com o geógrafo
Milton Santos, no texto “Cidadanias Mutiladas”, a democracia, extremamente necessária para a
fundamentação cultural do indivíduo, só é efetiva quando atinge a totalidade do corpo social, ou seja, na
medida em que os direitos são universais e desfrutados por todos os cidadãos. Dessa maneira, a concentração
das salas de cinemas em áreas com alto desenvolvimento econômico e o alheamento de milhares de pessoas a
esse serviço provam que não há democratização do acesso à cultura cinematográfica no Brasil,
marginalizando grande parcela da sociedade desprovida de recursosfinanceiros.”

(Amanda Rocha, redação nota mil – ENEM 2021)

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29. Filósofa Nancy Fraser – “O compromisso com a justiça social”, “A justiça social na
globalização”: a visibilidade de um grupo ou indivíduo para a sociedade e para o poder público está
associada ao conceito de justiça social.

- Como empregar uma teoria de Nancy Fraser no desenvolvimento.

Para a filósofa estadunidense Nancy Fraser, o conceito de justiça social funde-se em duas frentes, sendo
uma delas a do reconhecimento, referente à existência e à visibilidade de um determinado grupo ou indivíduo
perante o poder público e a sociedade. Nesse viés, a fim do efetivo asseguramento da cidadania de seus
indivíduos, o corpo estatal exige a materialização do existir de seus cidadãos mediante documentos oficiais,
os quais proporcionam o acesso a prerrogativas e serviços que lhes cabem aos indivíduos registrados. No
entanto, não raras são as ocasiões em que não há tais registros, o que levanta debates acerca da importância
dos documentos civis e da devida regularização dos cidadãos à garantia de acesso à cidadaniaplena e,
portanto, à visibilidade, no Brasil, embasados, sobretudo, na oportunidade de indivíduos alijados à sociedade
ascenderem de condições de vida, somada à possibilidade de estes construírem ser verdadeiro "eu". Tendo
isso em vista, o Estado deve agir visando à facilitação e à democratização de tal processo civil.

(Pedro Henrique Rezende Machado, Redação nota mil, ENEM 2021)

30. Livro “Olhos D´água”, de Conceição Evaristo: nos contos, que compõem o livro, a autora
mineira transforma uma realidade marginalizada em literatura, denunciando as consequências da
exclusão e da discriminação, sem deixar morrer a esperança de que um dia isso seja diferente.

- Como empregar um conto de Conceição Evaristo na introdução.

No conto “Maria”, do livro “Olhos D´água”, de Conceição Evaristo, descortinam-se as diversas formas de
violência sofridas por mulheres negras e pobres nos mais diversos contextos sociais. Nesse caso, a
personagem é vítima duas vezes, sendo seus direitos trabalhistas, como empregada doméstica,
negligenciados e se torna alvo da violência urbana no transporte público, resquícios de uma sociedade
escravocrata. Fora da ficção, o legado da escravidão ainda marca o Brasil hodierno, merecendo destaque a
segregação étnico-racial e o preconceito, cenário que precisa ser revertido.

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