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Filosofo-Rei (PLATÃO)- Na obra “A Republica” de Platão pode-se encontrar o coração do

pensamento platónico. Para se chegar a filoso-rei o individuo precisa de educação (paideia),


pois só assim possuirá a ciência (episteme). Ele chegara à ideia de bem e aplicará na polis o
seu conhecimento para garantir uma polis bem conduzida- este é o homem virtuoso por
excelência. Para Platão a cidade é dividida em classes, uma classe de artesoes e agricultores,
para provirem à subsistência deles e dos demais, uma classe de guardiões que tem o papel de
defensores da cidade e por fim o filoso-rei que governava a cidade. Para ele quando cada um
faz aquilo que lhe compete a cidade é justa.

“Nomos” e “Physis” (SÓCRATES E OS SOFISTAS)- Nomos: na mitologia grega considerado um


daemon das leis, visto como um deus-Plano das Leis. Physis: plano da Natureza. Alguns
pensadores gregos, essencialmente sofistas, entendiam que a physis estava relacionada com a
natureza e que o nomos tinha relação com o que era adquirido pelo costume. Ora, o que
pertencia ao domínio do nomos, no caso a lei escrita, seria suscetível de ser transgredido, já
que era algo imposto, fruto de uma convenção. Neste aspeto a physis, na qual se insere o
direito natural, deve prevalecer quando for divergente da lei escrita. Portanto, percebe-se que
a escrita possui inúmeros aspetos positivos para a civilização humana, mais especificamente
no direito apresenta algumas deficiências, já que, por ser objeto de convenção, não é capaz de
realizar uma justiça perfeita. Os sofistas defendiam Nomos, ou seja, que a lei seria então um
dado convencional, sendo assim é o homem e não a natureza o principio e causa de si mesmo,
para eles a justiça seria puramente convencional sem nenhum fundamento natural.

Legitimidade ético-jurídica da escravatura(ARISTOTELES)- Aristóteles quer definir e justificar a


escravidão mas também distinguir e preservar o espaço da liberdade dos cidadãos, os quais
não podiam ser governados como se fossem escravos. Na sua obra a Politica apresenta duas
formas de escravidão por lei e por natureza, a primeira realiza-se a partir de um contrato lega.
a escravidão por natureza realiza-se sem o recurso à força e à violência porque a própria
natureza se encarrega de distinguir homens livres de não livres, sem intervenção da lei.
Aristóteles fala também da necessidade de haver escravos para o trabalho manual, porque a
natureza reserva o ócio e a reflexão para os homens livres, anota que uns são livres e outros
escravos, relata e analisa criticamente a sociedade em que vive.

“Virtudes naturais” (ARISTOTELES/TOMÁS DE AQUINO)-O tratado das virtudes de Tomás de


Aquino, tendo como base a ética de Aristóteles que é um verdadeiro tratado sobre moral e a
tradição cristã, tem como objetivo esclarecer qual a finalidade do homem em suas ações. No
tratado das virtudes, Tomás faz uma distinção entre virtudes morais e virtudes intelectuais.
Segundo ele, as virtudes intelectuais aperfeiçoam o intelecto especulativo e prático, enquanto
que as virtudes morais aperfeiçoam a potência apetitiva. Ambas funcionam como motores
com a função de aperfeiçoar o homem. Tomás define como principais as virtudes morais,
juntamente com a virtude intelectual da Prudência, sendo que exigem a retidão do apetite.
Mas não bastam ao homem somente os princípios naturais pelos quais o homem consegue
agir bem de acordo com suas possibilidades. De acordo com Tomás, é necessário que lhes
sejam acrescentados por Deus certos princípios pelos quais ele se ordene a bem-aventurança
sobrenatural que se chamam virtudes teologais, porque tais virtudes são transmitidas
unicamente pela revelação divina, através da sagrada escritura. Trabalhamos aqui com a
hipótese de que Tomás, a exemplo da virtude teologal da caridade, tenha considerado
também a virtude da prudência como excelência. A virtude natural, inata e constitutiva, não é
a virtude em sentido próprio. Se fosse, a ética aristotélica seria um naturalismo ético. A ética
aristotélica não é um naturalismo porque não propõe ser o que já se é. Portanto, não é nem
por natureza nem contrariamente à natureza que nascem em nós as virtudes, mas a natureza
nos deu a capacidade de as receber e esta capacidade é realizada pelo hábito. Tomas abraçou
as ideias de Aristóteles e tentou sintetizar a filosofia aristotélica com os princípios do
Cristianismo.
“Lei eterna, lei divina e lei natural” (TOMÁS DE AQUINO)-Lei Eterna – é a lei promulgada para
Deus, que tudo ordena, que em tudo está, tudo nega.Trata-se do plano de Deus, para o
governo de suas criaturas. É uma consequência da divina providência. Em cada criatura
encontramos uma lei própria de sua natureza, consequência de um lugar designado por Deus
em seu projeto divino. A lei eterna é o arquétipo de todas as demais coisas. Lei Natural – trata-
se de uma lei comum a todos os homens e animais. Para o filosofo a finalidade do ser humano
era buscar o Sumo Bem finalidade definida por Deus, este seria o bem que a todos agradaria, o
bem comum. Lei Divina - É impossível ao homem proibir e castigar todos os males. Para estes,
acrescenta-se a lei divina, onde são proibidos todos os pecados. A lei divina positiva emana da
lei natural por revelação, tanto o Antigo como no Novo Testamento. Para ele a natureza é uma
criação divina: a lei divina exprime-se na lei da natureza: teocentrismo. A justiça/injustiça das
leis jurídicas depende do seu acordo com a inteligência/ vontade do Deus bíblico judaico-
cristão

Justiça divina (AGOSTINHO DE HIPONEMA)- a justiça para agostinho era dividida em duas: a
justiça humana e a divina. A primeira seria estabelecida pela leis humanas, feitas pelo homem
e portanto é considerada temporal e mutável, quanto à finalidade a paz social é o objetivo
desta justiça. Já a justiça divina, seria estabelecida por Deus e seria consequentemente,
perfeita, eterna e imutável e a paz espiritual é a finalidade desta justiça. Deus é a bondade
absoluta e por meio de fé ele concede graça aos homens. Santo Agostinho deixa claro que o
homem deve viver em harmonia com a verdade absoluta que é Deus, ele relaciona o bem e o
mal com a aceitação ou a rejeição da proposta de Deus.

“Ética utilitarista” (BENTHAM)-A teoria do utilitarismo visa a maior felicidade, não do próprio
agente, mas a maior felicidade ao maior número de pessoas envolvidas .Bentham afirma que
as ações são boas quando tendem a promover a felicidade e mas quando tendem a promover
o oposto

“Reino dos Fins”(KANT) -Uma maneira possível de entender a discussão de Kant sobre o Reino
dos Fins é enquanto um esforço maior, ou mais completo, de explicar a conexão entre a
fórmula da autonomia, por um lado, e as fórmulas da universalidade e da humanidade, por
outro. Neste sentido, talvez não deva ser compreendido como uma nova formulação do
Imperativo Categórico. Ao invés disso, trata-se mais de uma tentativa de Kant em captar
melhor o que quis dizer na fórmula da autonomia. Kant considera que para honrar plenamente
as exigências da moralidade, devemos conceber a nos mesmos, e os nossos companheiros
agentes racionais, como legisladores de uma possível comunidade, cada membro da qual é um
fim objetivo (um fim em si mesmo) dotado de fins pessoais particulares ou subjetivos. Além
disso, devemos concebe-la como uma comunidade na qual somos governados por leis feitas
por nos mesmos, que refletem o nosso status mútuo do Fim. Por outras palavras, no reino dois
fins, a pessoa tem autonomia, logo, tem um fim em si mesmo. Este reino é uma comunidade
de pessoas que se tratam reciprocamente. Para Kant, as leis determinam os fins segundo a
validade universal, desta forma existe uma submissão por parte dos seres racionais a esta lei
que permite e que tratam os outros como fim em si mesmo. Neste reino está presente a ideia
de liberdade máxima quando temos uma comunidade onde todos se tratam como
pessoas.Com o imperativo hipotético vs imperativo categórico - o imperativo hipotético é
condicional, na medida em que subordina o imperativo a um determinado fim, e so tem valor
se procurarmos atingir esse fim em particular. Por isso o imperativo hipotético é apenas um
meio para atingir um fim. Mas o imperativo categórico e o dever de toda a gente agor
conforme os principios dos quais considera que seriam benéficos caso fosse seguidos por
todos os seres humanos .Com o imperativo categórico, Kant distingue autonomia e
heteronomia. Autonomia: Liberdade da Razão auto-legisladora que regula a ação. Imperativo
categórico: lei prática, vontade boa, vontade determinada pela razão, vontade livre de desejo,
forma do universal (“Age de tal modo que a máxima da tua ação possa valer como lei
universal!”; “Age de tal modo como se a máxima da tua ação fosse estabelecida pela vontade
como lei universal da natureza!”; “Age de tal modo que a pessoa seja tratada em ti próprio e
nos outros como fim-em-si-mesmo e não como meio”!)Heteronomia: determinação
patológica/passional/sensível da vontade; ausência de liberdade/racionalidade; ausência de
universalidade; obediência ao particular, ao interesse ou à exceção
individual/empírica/subjetiva. Imperativo hipotético: orientado para o bem-estar,
felicidade.Segundo Kant, a “Paz Perpétua” exige um Estado Republicano Mundial-Paz exige
liberdade: nenhuma guerra será benéfica para os interesses de todos. Nunca haverá acordo
universal para declarar guerra. Republicanismo enquanto liberdade universal igual produz
paz.Paz Perpétua entre Estados exige relações “republicanas” entre Estados com Constituições
republicanas que formem uma Sociedade das Nações (não necessariamente um Estado
Mundial único). o direito cosmopolita é um avanço proposto por Kant em relação ao já
tradicional direito das gentes. Nao se trata apenas de analisar o direito que e dado a cada
cidadão a partir do Estado, trata-se do direito do cidadão numa sociedade internacional. O
direito cosmopolita aponta ao mesmo tempo para os Estados e os indivíduos. Kant considera
que o direito cosmopolita deve-se limitar as condições de hospitalidade universal, desta forma
para Kant o colonialismo e o imperialismo é para kant abominável visto que apenas esta
patente uma ideia de relacao de hospitalidade (cidadão de x pais – estrangeiro). Hospitalidade
cosmopolita - a hospitalidade kantiana tem limites, mas esta inserida dentro de uma reflexão
maior: por um lado, no âmbito da legislação da liberdade interna e do respeito ao imperativo
categórico, por outro lado, no âmbito da legislação da liberdade externa e do respeito á lei
juridica.
Moralidade objetiva (HEGEL) - a moralidade objetiva é a ideia da liberdade
enquanto vivente bem, que na autoconsciência tem o seu saber e o seu querer e que, pela
ação desta consciência, tem o seu saber e o seu querer e que, pela ação desta consciência, tem
a sua realidade. Assim como esta ação tem no ser ético a sua base em si e para si, e seu fim
motor o concito de liberdade que se converteu em mundo existente e adquiriu a natureza da
autoconsciência. A lógica hegeliana em relação a determinação do conceito nao é a eliminação
dos momentos anteriores, mas a exposição por meio da superação da indeterminaçao da
unilateralidade em prol do alcance da totalidade de determinação. Para Hegel o ético
(sittlichkeit), apesar de aparecer como realização de todos os momentos anteriores nao os
elimina apenas os limita. Essa passagem para sittlichekeit é tambem a busca por uma
sittlichekeit efetiva, com base num conteúdo substancial (as leis e as instituições). Moralidade
objetiva -Tem uma ideia dialéctica de todos os processos, sejam lógicos, históricos ou
biológicos. Ou seja, tudo o que existe, existe dialeticamente.  Assim, a liberdade subjetiva de
Kant não é a realidade de liberdade, pois esta é um processo dialético e a liberdade de Kant é
apenas um momento do processo dialético Para Hegel não é possível compreender o conceito
de liberdade sem se pensar nas instituições Logo, a liberdade manifesta-se através das
instituições (família, escola, etc) Só há liberdade com a concretização do exercício objectivado
institucionalmente Isto significa que a liberdade esta relacionada com as alterações
consequentes da evolução histórica e das diversas instituições que esta evolução consagra.

Veu da ignorância(RAWLS)- é um método para determinar a moralidade dos problemas. A


vantagem do véu de ignorância é a criação de uma barreira contra interesses individuais, onde
obriga os indivíduos á imparcialidade e á cooperação. Sob o véu de ignorância, os indivíduos,
colocados em situações de igualdade, agem apenas em função do que é racional escolher.
Desconhecem todas as características naturais e condições sociais e económicas em que se
encontram ou virão a encontrar-se e vão, por isso procurar proteger os seus próprios
interesses que são afinal, nestas circunstancias, os de todos e os de cada um. O véu de
ignorância garante assim equidade e universalidade. Por outras palavras os indivíduos
desconhecem todos os aspetos que dizem respeito as suas circunstâncias especificas, tais
como as suas capacidades, a organização da sociedade onde vivem e o estado social e
económico que possuem. Véu de ignorância ou posição original implica “Auto-ignorância”:
neutralização das particularidades dos indivíduos e dos seus respetivos interesses, perspetiva
de universalidade e de desinteresse recíproco universal.Contrato social fundado na
“consideração do universal” permite acordo sobre os princípios de justiça: prioridade da
liberdade, subordinação da igualdade (política compensatória, Estado redistribuidor, princípio
“maxmin”) Entre J. Rawls e R. Nozick, há conceções qualitativamente distintas da
responsabilidade do Estado para a promoção da Justiça. Estabeleça os devidos contrastes e
analogias..- Contrato social baseado no “véu de ignorância” garante uma posição consensual
sobre a ordenação hierárquica dos valores: 1o Liberdade, 2o Igualdade (subordinação da
Igualdade à Liberdade; somente a Liberdade pode limitar a Liberdade) Justificação das
desigualdades: explicitar a origem meritocrática e democrática das desigualdades justas ou
legítimas: relação com funções que são “Open to all” e “To everyone’s advantage”, em
contraste com as desigualdades ilegítimas ou injustas derivadas de privilégios “aristocráticos”
que o Estado deverá promover a “igualdade de oportunidades” e corrigir as desigualdades
com tributação proporcional e distribuição/redistribuição compensatória segundo o princípio
maxmin Especificidade de Nozick:-Liberalismo Radical que recusa a Anarquia (Ausência de
Estado), mas que defende o ideal quasi-anárquico de um Estado Mínimo. A existência do
Estado justifica-se somente pela maximização ou optimização da liberdade dos indivíduos. O
Estado deve proporcionar as condições óptimas para o exercício das liberdades: segurança
física e jurídica. Portanto, só é legítima a tributação mínima e não-intervenção económica

Norma Fundamental (grundmorm)(KELSEN)- a norma fundamental é um conceito da teórica


do direito desenvolvida por Hans Kelsen, no âmbito da sua teoria pura do direito. Para Kelsen,
a norma fundamental é uma norma pressuposta no plano lógico juridico, sendo fundamento
ultimo de validade do ordenamento jurídico. Com base na teoria pura do direito kelsen não
reconhece qualquer regra moral ou lei natural como critério de validade de uma norma
positiva, motivo pelo qual rejeitou considerações moralistas a respeito da validade da norma
fundamental. Para kelsen, a norma fundamental de uma ordem juridica nao é uma norma
material, sendo sim puramente formal. A teoria pura do direito refere-se ao direito positivo,
intitucionalizado pelo estado, de ordem juridica e obrigatorio em determinado lugar e tempo.
O principal objetivo desta teoria era estabelecer a ciência do direito como ciência autónoma,
independente de outras áreas do conhecimento. Esta teoria pretende-se pura porque assume
como postolado metodológico fundamental de nao fazer quaisquer considerações que nao
sejam estritamente juridicas, nem tomam nada como objeto de estudo senão as normas
juridicas .A Teoria Pura do Direito (Teoria de KELSEN)-Positivismo Jurídico Empírico.Limita-se
ao positivamente dado, e sobretudo banir a metafísica, concebe o Direito como um facto da
realidade sensível Considera-se como a verdadeira ciência do direito e pelo facto de proceder
empiricamente, ou seja, do mesmo modo que as ciências da natureza (ao contrário da
jurisprudência dogmática que procede de modo normativo) A teoria pura do direito é a mais
importante expressão do positivismo normativista, para Kelsen era a teoria do positivismo
jurídico Ocupa-se apenas de factos.Tem por objeto estruturas formais das normas
jurídicas.Para Kelsen, a justiça é um belo sonho da humanidade pois não sabemos nem nunca
saberemos o que ela é.Tem a ver com o Dever.Tem a ver com o puro dever jurídico.Tem a ver
com a pureza do método.Estabelece que deve ocorrer o ato de coerção nesta ordem jurídica
positiva.Trata-se do “mínimo de metafisica”, ou seja, de direito natural
Natureza preformativa do género (BUTLER)- a preformativa de género é sem dúvida a ideia
pela qual Butler é mais conhecida. Por outras palavras, atos, gestos, e desejo produzem o
efeito de um núcleo ou substancia interna, mas o produzem na superfície do corpo, por meio
do jogo de ausências significantes, que surgem, mas nunca revelam, o principio organizador da
identidade como causa. Esses atos, gestos e atuações, entendidos em termos gerais, sao
performativos, no sentido de que a ausência ou identidade que por outro lado pretendem
expressar sao fabricaçoes manufaturadas e sustentadas. O facto do corpo género ser marcado
pelo performativo sugere que ele nao tem status ontológico separado. 

Compare a conceção de contrato social de Hobbes e Rousseau, analisando a ordem civil que
tal contrato produz Hobbes-A liberdade em Hobbes implica o Direito Natural de “fazer tudo”
para preservar e expandir a existência individual, provocando hostilidade universal entre
indivíduos. Daí, a necessidade de abdicação do Direito Natural por parte de todo os indivíduos,
mediante Contrato/Pacto de “transferência total”. Hobbes é o mais vigoroso defensor teórico
do Absolutismo que seu tempo viu produzir, justamente porque assim o faz já liberto da
tradição teológica que fundamentava o poder do soberano num direito divino. Hobbes é
absolutista mas já com uma visão filosófica moderna,racional.Para Hobbes,os seres humanos
possuem uma tendência natural à violência. Daí, sua célebre frase:”O homem é o lobo do
homem.”Por conta de seu intelecto, os seres humanos dominam a natureza, mas encontram
em outros seres humanos os seus grandes rivais, seus verdadeiros predadores naturais.Os
desejos dos indivíduos em estado de natureza gerariam disputas que poderiam levar à morte
de uma das partes do conflito.Pela necessidade de segurança e, principalmente, por receio de
uma morte violenta, os indivíduos preferem abrir mão de seu direito à liberdade e igualdade
dados pela natureza.Sendo assim, celebram um pacto ou contrato social no qual passam a
estar submetidos a um governo que possa, através das leis, garantir-lhes uma vida segura.Os
seres humanos abandonam o Estado de Natureza e dão origem ao Estado Civil por meio do
contrato social.Hobbes sustenta o seu Leviatã na ideia de contrato social. A necessidade
natural do Leviatã: “Direito Natural” é poder ilimitado de auto- preservação e guerra universal.
Contrato social: pacto de “união/ transferência de poder e liberdade: criação do corpo político,
passagem do estado de natureza para a Ordem Civil.

Locke – Locke afirma que a função do estado é interferir o mínimo possível na vida dos
indivíduos, atuando apenas na mediação de conflitos e na defesa do direito à
propriedade.Locke, por sua vez, é o mais destacado pensador dos interesses da burguesia
ascendente na Europa. Seu pensamento, que dá as bases ao liberalismo, é totalmente
aproveitado pela lógica burguesa.Locke foi um filósofo inglês, considerado o "pai do
liberalismo". Isso se deve fundamentalmente por sua conceção da propriedade como um
direito natural dos seres humanos.Diferente do pensamento hobbesiano, Locke afirma que os
seres humanos em estado de natureza não vivem em guerra, tendem a uma vida pacífica por
sua condição de liberdade e igualdade.Para ele, os indivíduos ao nascer receberiam da
natureza, o direito à vida, à liberdade e aos bens que tornam possíveis os dois primeiros. Isto
é, o direito à propriedade privada.Entretanto, o indivíduo em estado de natureza, por seus
desejos e por sua liberdade, acabaria entrando em litígio (disputa) com outros indivíduos.
Como cada uma das partes defenderia seu próprio interesse, tornou-se necessária a criação de
um poder mediador ao qual todos se submetessem.Sendo assim, o indivíduo abandona o
estado de natureza, celebrando o contrato social. Com isso, o Estado deve desempenhar o
papel de árbitro nos conflitos, evitando injustiças e, consequentemente, a vingança daquele
que se sentiu injustiçado. Tendo em vista sempre, a garantia do direito natural à
propriedade.Locke: naturalismo liberal: liberdade é o valor primordial: Princípio da Liberdade
Universal Igual de todos os indivíduos e do Consentimento Condicional de todos os indivíduos.
Justiça do Sistema-Direito e Legitimidade das instituições políticas depende da conformidade
com o Princípio da Prioridade axiológica da Liberdade individual: direito à desobediência e à
rebelião.Locke concebe a “desobediência civil” e o “direito à rebelião/revolução” como
derivando do Princípio da Igualdade. Locke: naturalismo liberal: liberdade é o valor
primordial: Princípio da Liberdade Universal Igual de todos os indivíduos e do Consentimento
Condicional de todos os indivíduos. Justiça do Sistema-Direito e Legitimidade das instituições
políticas depende da conformidade com o Princípio da Prioridade axiológica da Liberdade
individual: direito à desobediência e à rebelião.
“Apelar para o Céu” (Locke)- John Locke diz que o povo dispor duma lei que precede todas as
leis positivas dos homens,que é predominantemente quando não haja possibilidade de estes,
na Terra, solucionarem os seus diferendos ou saírem de situações criticas. Nestas ocasiões, o
povo deve “apelar ao céu”.Com esta ideia, esta procura de soluções não imaginadas esta
insurreição intelectual, Locke, para alem de nos dizer que por vezes há que encontrar soluções
pouco ortodoxas. Para Locke em certas circunstancias, a única solução é mesmo apelar ao céu.

Rousseau- Rousseau afirma que o ser humano é naturalmente bom. Em estado de natureza,
viveria uma vida isolada dos demais, plenamente livre e feliz. O indivíduo seria o "bom
selvagem" inocente e incapaz de praticar o mal, como os outros animais.Entretanto, esse
estado termina quando por algum motivo particular, um indivíduo cerca um pedaço de terra e
o classifica como seu. O surgimento da propriedade privada é o motor gerador de
desigualdades e violência.Surge o estado de sociedade onde os possuidores (aqueles que
detém a posse de algo) lutam contra aqueles que não possuem bens.Pela extinção dessa
insegurança, o contrato social faz com que os indivíduos abandonem o estado de natureza e
assumam a liberdade civil. Vivam sob o controle de um Estado que deve realizar estritamente
a vontade geral. Estado de natureza-A fim de tratar do estado de natureza, Rousseau começa
por defini-la sem os vícios da civilização. O homem em natureza não se vale dos engenhos, não
necessitando de ferramentas ou técnicas, nem da palavra, nem da residência, nem da guerra,
nem do vínculo com os seus semelhantes. Trata-se de uma diferença substancial em relação à
vida em sociedade, porque não apresenta vícios nem necessidades artificiais criadas em
civilização. Rousseau inicia o Discurso estabelecendo uma distinção entre duas ordens de
desigualdades entre os homens: aquelas que são naturais e físicas, isto é, estabelecidas pela
natureza – diferenças de idade, saúde, corpos e qualidades do espírito e da alma –, e aquelas
que são morais e políticas, quer dizer, as que são meramente convencionais e não naturais,
originárias do consentimento humano – a riqueza, a reverência, o poder e a obediência são
desse tipo. Das desigualdades morais ou políticas é que tratará Rousseau. Para a investigação
do estado de natureza, Rousseau, na base de comparações, trata da diferença dos homens
para com os animais e, além disso, trata também dos aspectos metafísicos e morais do
homem. Assim sendo, o homem natural, para Rousseau, é muito mais um bom selvagem do
que propriamente o lobo do próprio homem, como afirmava o pensamento de Hobbes. A
desigualdade que reina entre os homens, nesse momento, não se apresenta na sua relação
social nem na moral. Para Rousseau, o que instaurou a vida em sociedade não foi uma mera
deliberação de vontade de todos. Há uma série de fatos que, com o tempo, consolidam-se na
direção de dividir os homens e fazê-los preocupados uns com os outros, no sentido da
competição. Na vida natural, a apropriação dos bens da natureza revelava-se possível a todos
os homens. Pescar, talhar, fazer cabanas, eram atos nos quais todos eram suficientes, e davam
aos homens liberdade e felicidade. Mas a associação dos homens, com a metalurgia e a
agricultura – conhecimentos que alguns passaram a ter e outros não –, e a consequente
divisão do trabalho fazem com que haja soberba, poder de uns sobre os outros, e a partir daí
os bens da natureza passam a ser propriedade de alguns. Nesse momento, vê-se germinar a
escravidão e a miséria. Por conta dessa longa trajetória histórica da apropriação dos bens, do
exercício da vaidade e da hierarquização entre os homens, chega-se a um momento na vida
humana em que o conflito se instaura. Para Rousseau, passa a haver ambição, avareza e
maldade entre os homens. Disso resultam combates e assassínios. Mas as facilidades da
divisão do trabalho, a propriedade que subjuga e as aquisições dela provenientes não
permitem aos homens que renunciem a tal estado de vida social. A guerra passa a destruir o
gênero humano, colocando-o à beira de sua ruína. Com um estado de guerra instaurado a
partir da propriedade privada e da competição entre os homens em sociedade, os próprios
ricos pensam então em ludibriar os pobres, dando-lhes a promessa de que instituições seriam
construídas para dar garantias a todos. O Estado e o direito daí então se levantam, como
enganação coletiva possibilitada por um contrato social feito em face da guerra que arruinava
os homens.
Rousseau, concluindo quanto ao sentido da evolução do homem, saindo do estado de
natureza para a vida social, revela-se pessimista. No estado natural, o homem vivia em calma
com suas paixões. Na vida social, está em busca de poder e reputação, explora e é explorado,
apropria-se dos bens e sofre para preservá-los de outrem. O contrato que os ricos fazem os
pobres concordarem é para garantir a ordem jurídica e política da própria exploração.
Contrato Social-Para Rousseau, a grande dificuldade que se impõe para enfrentar as forças que
prejudicam a conservação dos homens reside no fato de que a liberdade de cada homem é o
seu primeiro instrumento de autoconservação, e uma associação poderia representar o fim
dessa mesma liberdade. A forma de resolução do problema da associação entre os homens e
da manutenção da liberdade de cada indivíduo mesmo quando da associação é, no
pensamento de Rousseau, muito original e, ao mesmo tempo, muito exigente. O contrato
social permitirá que todos os homens constituam um corpo no qual sua força individual passa
a ser a força dessa coletividade. Ao mesmo tempo, ainda que fundada uma coletividade, a
liberdade individual está mantida, porque sua vontade está dentro desse todo, e ninguém há
de arrogar um poder extraído desse todo em favor do seu interesse pessoal. Assim sendo,
somente o bem comum é a diretriz da coletividade que se institui, e ela é o bem do indivíduo
que se associou. Rousseau enxerga o indivíduo como membro ativo da comunidade. Trata-se
de um súdito das leis do Estado, mas, ao mesmo tempo, de um cidadão, que participa
ativamente da autoridade soberana.

Alexy- Para Robert Alexy “a dogmática jurídica é uma disciplina plurimencional” por entender
que mescla três atividades, ou seja: descreve o direito vigente, a sua análise sistemática e
conceitual e ainda elabora propostas para a solução de casos jurídico-problemáticos.
Observamos que, para este autor, os conteúdos normativos não podem ser alcançados
exclusivamente por meio de estruturas lógicas. É justamente aí que Robert Alexy se afasta do
legalismo proposto por Kelsen, transferindo o elemento medular da dogmática jurídica para a
jurisprudência. Neste contexto, Alexy reconhece a necessidade de se recorrer a outros fatores
extrajurídicos para melhor interpretar e aplicar a norma, acentuando a necessidade de integrar
o sistema jurídico nos casos de lacuna ou omissão do legislador. Para Alexy, o campo
normativo está aberto para debates de questões valorativas, partindo de critérios que possam
ser fundamentados racionalmente. Outro importante aspecto que se evidencia na Teoria de
Alexy é a fundamentação, ou seja, a força do melhor argumento que sempre prevalece.
Considerando mais alguns elementos da sua teoria, Alexy reconhece a importância de
relacionar o campo do Direito com a Moral. Este intuito pode ser muito bem observado na sua
obra Teoria dos Direitos Fundamentais, na qual o autor parte identificando princípio e valor. O
autor afirma que “a teoria dos princípios oferece um ponto de partida adequado para atacar as
teses positivistas de separação entre Direito e Moral”. O fundamento da construção teórica de
Alexy é a Racionalidade Jurídica. Assim, todo o esforço do autor se volta para a demonstração
de que é possível encontrar embasamento jurídico para todas as questões, até mesmo aquelas
que envolvem apreciação de valores. Para este autor o conjunto normativo é representado por
um conjunto de regras e princípios. Alexy aponta que as regras são criadas pelas técnicas da
prática legislativa, ao passo que os princípios, são normas que ordenam a realização de algo na
maior e melhor medida possível. Na definição de Alexy, os princípios são recepcionados pelo
sistema como uma norma que seja a mais eficaz possível. Assim, o autor caracteriza os
princípios como mandado de otimização, pois enunciam como os mandados que algo deve ser
feito, sempre condicionado pelas possibilidades jurídicas reais. Outro aspecto que o autor
esclarece é que as regras contêm determinações, portanto, se forem válidas, devem ser
cumpridas diferentemente dos princípios que, se forem válidos, devem ser aplicados levando-
se em conta a ponderação dos graus. Neste sentido, o autor aponta que os princípios devem
ser cumpridos em graus de ponderação, ao passo que as regras, quando conflituosas, uma será
eliminada. Assim, pela teoria Alexyana, diferencia-se a forma de solucionar os conflitos das
regras e dos princípios. Conforme já foi mencionado, o conflito de regras resolve-se com a
questão da validade jurídica, pois esta não comporta graduação. Entretanto, quando a questão
referir-se à colisão de princípios, prima-se pela prevalência do princípio que tenha maior peso,
por isto, é relevante analisar suas circunstâncias fáticas e jurídicas. Desta forma, em certas
circunstâncias, um princípio deve preceder sobre o outro. Observa-se que a teoria de Robert
Alexy é extremamente complexa. O trabalho realizado em face dos direitos fundamentais
carrega uma magnífica amplitude conceitual envolvida por um sistema fundado em regras e
princípios, a apreciação destes princípios é estabelecida por uma ordem em que devem ser
ponderados os valores determinados por critérios morais. Assim, o autor solidifica sua teoria,
demonstrando a possibilidade de incorporar questões valorativas no campo jurídico,
trabalhando com os critérios de fundamentação racional.

Sen- Pela crítica que faz ao que designa de teorias transcendentalistas de justiça distributiva
(como entende ser a de Rawls) e pela defesa que apresenta da abordagem à justiça centrada
em comparações, pode concluir-se que Sen está mais interessado em minorar a injustiça do
que em encontrar um conceito de justiça sobre o qual seja possível as pessoas porem-se de
acordo e que forneça enquadramento teórico à ação política; ora isto, em certo sentido,
significa uma atitude de desistência logo no ponto de partida. Parece assim plausível afirmar
que não é enquanto filósofo político - que procuradelimitar o conceito e estabelecer os
princípios de uma sociedade justa - que Sen escreve sobre a justiça, mas enquanto reformador
social, perturbado e preocupado com o problema da pobreza , muitas vezes extrema, em que
vive boa parte da população mundial. Esta perspetiva, obviamente meritória, tem, todavia, o
inconveniente de se centrar nos remédios para atacar os sintomas, mas não na causa da
doença. Para quem procura conhecer as propostas de Sen, o problema é que afinal ele não
está focado na questão da justiça, está focado na questão da pobreza e, embora estaseja um
caso grave de injustiça , é redutor limitar a injustiça à pobreza; porque mesmo que,
hipoteticamente falando, fosse possível eliminar esta, tal não significaria acabar
automaticamente com aquela. Claro que a pobreza extrema em que vive grande parte da
população mundial é uma flagrante situação de injustiça social; claro que preocupar-se em
minorá-la conferindo às pessoas possibilidades concretas para desenvolverem as suas
capacidades pode ser uma boa estratégia, mas não repõe a justiça, apenas remedeia a
injustiça. Querer acabar com a miséria não é o mesmo que querer um mundo justo, é só
querer um mundo menos injusto. Feita esta crítica de fundo, analisemos agora algumas
situações pontuais igualmente suscetíveis de reparo.

Interprete o existencialismo crítico da “essência eterna do feminino”: «Não se nasce mulher,


torna-se mulher» (S. de BEAVOUIR)-Feminismo: Crítica a todos os essencialismos: contra o
“mito/ideologia” da “essência eterna do feminino”. O feminino (tal como o masculino e sua
oposição binária) não é um facto natural, mas uma construção ideológica, histórica, cultural,
contingente, arbitrária, instável. Cada sociedade “inventa” a “essência” do feminino no seu
contexto histórico e cultural. Portanto, o Feminismo exige uma crítica da cultura (normas,
valores, crenças, comportamentos). Conceção existencialista do “Feminino” (Beauvoir em
sintonia com Sartre): não há essência feminina (ninguém nasce mulher), mas somente
existência que se define como tal (torna-se mulher), reinventando o significado de ser mulher
com liberdade, intencionalidade, responsabilidade no sentido ético, político e jurídico.

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