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1º Ano
FE E RAZÃO
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.............................................................................................................2
1. PATRÍSTICA.........................................................................................................3
2. FUNDAMENTOS DA FÉ..................................................................................3
3. RAZÃO...............................................................................................................5
CONCLUSÃO...............................................................................................................9
BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................10
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INTRODUÇÃO
Neste trabalho abordam-se conteúdos que tem a ver com a fé e a razão. Importa referir
que esse tema foi muito debatido na idade média, onde o objectivo principal era
correlacionar estes dois conceitos. Alguns pensadores da época afirmaram a existência
da relação entre os dois conceitos, ou pelo menos buscavam ter alguma relação entre
eles e os outros não quiseram admitir a sua relação achando desse modo que esses dois
conceitos, mais do que distintos são irreconciliáveis, falamos nesse caso dos padres da
igreja na idade medieval, ou seja, os padres que faziam parte da patrística.
O nosso maior objectivo neste trabalho não é responder a questão se entre fé e a razão
pode haver alguma interligação porem é de reflectirmos a cerca do que nos é
apresentado (o que diz respeito aos pensamentos dos autores citados) e nós mesmos, na
nossa consciência descobrirmos a diferença e a semelhança (se é que existe) e deste
modo concluirmos se há ou não relação entre os dois conceitos.
Um trabalho como esse precisa de muito tempo, um largo espaço e condições adequadas
para a sua investigação pois, muitos pensadores da idade média apresentaram a sua tese
sobre estes dois conceitos, uns contradizendo os outros e outros concordando entre si.
Por isso, para investigação desse tema usam-se obras e artigos científicos sem esquecer
também da Bíblia sagrada que faz parte da investigação deste tema. As obras
recomendadas para a confirmação dos conteúdos desse trabalho são de Reale e Antiseri,
Nicola Abbagnano, José Mora, João Paulo segundo e a nossa bíblia sagrada como
poderemos ver detalhadamente na bibliografia do trabalho.
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1. PATRÍSTICA
A patrística surge no âmbito em que havia uma grande necessidade de defender a fé de
tal modo que os cristãos não perdessem a credibilidade nos dogmas da igreja católica.
Neste sentido, segundo Manoel Vasconcellos (2014, p. 12), o nome patrística designa a
reflexão compreendida pelos padres da igreja, isto é, os pais, os fundadores do
pensamento cristão.
Se vamos ler Reale e Antiseri, poderemos compreender que uma das principais tarefas
dos homens da patrística foi a selecção de alguns escritos relacionados com a vida de
jesus cristo na terra, pois segundo eles, não apresentavam as necessárias garantias de
credibilidade histórica.
Ainda segundo Reale e Antiseri (2005, p. 402), na metade do século I pode se destacar
um percursor conhecido como Fílon de Alexandria que pela primeira vez tentou uma
fusão entre a filosofia grega e a teologia mosaica usando o método da alegorese fazendo
com que nascesse desso modo a filosofia mosaica. No pensamento de Fílon de
Alexandria, podemos encontrar dois significados da Bíblia: literal e oculto.
2. FUNDAMENTOS DA FÉ
Quando ouvimos a palavra “fé”, a primeira coisa que nos vem na mente é a ideia de crer
em Deus (criador de todas as coisas) sem questionamento. A fé é uma forma de crer
recomendada para os cristãos que consiste em crer em alguma coisa (neste caso em
Deus) sem questionar as razões pelas quais se deve crer. Neste sentido, a partir do
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momento em que o homem se dá por consciente de que não pode ser por acaso que ele
existe, ele entende a necessidade de explicar a sua existência assim como a existência de
todas as coisas que se podem encontrar no seu meio.
Pode-se dizer que para explicar a existência de todas as coisas e nesse caso para a
satisfação da alma humana, o homem encontrou uma solução que lhe era mais viável e
mais explicadora do que o que se pode encontrar nas reflexões racionais que quase
nunca tem uma resposta no concreto. Desse modo, o Homem deve acreditar em alguma
coisa que seja a causa da sua existência e que sem a qual não haveria alguma
possibilidade de existir. Acreditar em Deus foi o melhor caminho para a resposta dessa
questão.
Numa perspectiva filosófica, podemos encontrar na ideia de Mora que nos afirma
inicialmente que no contexto filosófico os conceitos fé e crença são utilizados quase da
mesma maneira (cf. MORA, 2005, p. 1006). Neste sentido, em Mora a fé pode ser
compreendida de diferentes maneiras:
É neste sentido que em pascal encontramos a ideia de que a fé que envolve todos os
aspectos do homem até as suas raízes. Assim, as actividades do homem devem se
realizar na busca de realizar a fé e mediante a fé. Isto é, a actividade humana deve
totalmente se centralizar na fé.
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Com o versículo acima citado, percebemos o convite que Deus faz ao seu povo para que
vá até ele e desse modo conseguir a salvação. É neste e nos outros fundamento em que
os cristãos sustentam as sua maneira de crer, que objectivo principal não é explicar a sua
existência porque o próprio Deus já explicou a cerca disso no Géneses 2, 26-27 “Deus
disse: façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine
sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos
os répteis que rastejam sobre a terra. Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à
imagem de Deus, ele criou o homem e a mulher”.
3. RAZÃO
“Chama-se razão, uma faculdade atribuída ao ser humano e por meio do qual ele se
distinguiu dos de mais membros da série animal. Essa faculdade é definida usualmente
como a capacidade de alcançar conhecimento do universal…” (MORA, 2004, p. 2455).
Neste sentido, percebemos que a razão é uma componente própria do Homem, esta, que
lhe faz ser diferente dos outros animais que são conhecidos como “animais irracionais”.
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Locke não é único que se encontra fora da ideia de descartes sobre a razão omnipotente
ou como seja algo que não tenha limites, aliás, Pascal vê na razão alguns pontos que lhe
limitam pois, segundo ele, fora da razão encontra-se “o mundo propriamente humano, a
vida moral, social e religiosa do homem” (ABBAGNANO, 1994, p. 130).
a) A experiencia que não é entendida como um simples método para avaliar o que é
ou não verdadeiro mas também como um ponto de partida para as explicações
racionais.
b) A impossibilidade de deduzir os primeiros princípios.
Por um lado encontramos a ideia dos pensadores greco romanos que afirmava que a
physis e o mundo natural eram a fonte da lei, da harmonia e da ordem racional. No outro
lado, nesse caso dos pensadores da patrística, pode-se encontrar a ideia de que os
evangelhos são a fonte do conhecimento sobre o homem, porem, a ordem natural é a
ordem divina, isto é, que vem de Deus.
Antes de crer, a razão é necessária para dar razão o ato do crer, para
entender os conteúdos da fé. Assim o exprime santo Doutor: « a
autoridade [ da revelação] exige a fé e encaminha o homem para a
razão. A razão leva o homem ao entendimento consciente. Por outro
lado, nem mesmo a autoridade pode ser considerada desprovida de um
fundamento racional, desde que se considere [pela razão] a quem se
devota a fé» (COUTINHO, 2008, p. 45).
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Cf. ABBAGNANO, 1994, P. 131
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Segundo a ideia de João Paulo II, as ideias racionalistas afirmavam a não existência de
qualquer conhecimento que não fosse das capacidades naturais da razão, porem, João
Paulo II afirma também que essas ideias apesar de serem muito difundidas são ideias
erradas. Essa ideia racionalista, obrigou os padres no concílio vaticano I, a reafirmarem
a ideia de que além desse pensamento racional, existe também o pensamento próprio da
fé.
Neste sentido, a máxima dos padres que participaram no concílio vaticano II, nos leva a
ideia de que a fé e a razão apesar de serem conceitos distintos, podem ser relacionados,
por isso mesmo, segundo João Paulo segundo, este concílio nos ajuda a intender
primeiro que, a verdade racional e a verdade da fé são inconfundíveis porem nem uma
faz com que a outra se torne mais supérflua.
Mas para além do que relacionam a fé e a razão como dois conceitos que se podem unir
e formar um só conhecimento “verdadeiro”, encontramos os que se distanciam da ideia
de que estes dois conceitos por algum motivo podem ser unidos e formarem um só
conhecimento até porque em são João Paulo II encontramos também a ideia de que o
pensamento que surge a partir da razão e o pensamento que surge a partir da fé, apesar
de poder-se correlacionar cada uma se distingue da outra na sua forma de se elaborar
apesar de que mesmo assim nenhuma torna a outra mais fundamental.
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sentido, no que diz respeito a superioridade da validade de um conhecimento
distinguindo do outro, a fé tem a superioridade no que diz respeito a adesão e a razão
possui superioridade no que diz respeito a especulação. (cf. ABBANHANO, 1992, p.
261).
Quando estávamos a falar da razão, destacamos descartes como o pensador que defende
a razão como uma forca única, infalível e omnipotente. Neste caso, em Malebranche
(apud, Abbagnano 1992, p. 102) encontramos a mesma ideia sobre a razão, defende ele,
que a razão é infalível, imutável e incorruptível. Neste sentido, em Malebranche
podemos perceber que os lamentos sobre a corrupção da razão humana baseiam-se num
equívoco, pelo facto de não nos habituarmos em distinguir a luz das trevas ou a luz das
falsas luzes, isto é, reconhecer a verdadeira razão.
Se voltamos na carta encíclica de João Paulo II, poderemos no entanto encontrar a ideia
que fundamenta a correlação entre a fé e a razão. Diz ele que as sagradas escrituras
apresentam como sábio aquele que ama e busca a verdade e acrescenta dizendo que
“para o autor inspirado, como se vê, é uma característica comum a todos os homens.
Graças à inteligência, todos crentes e descrentes têm a possibilidade de saciarem se nas
águas profundas do conhecimento” (PAULO II, 1998, p. 28).
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CONCLUSÃO
Uma vez que chegamos a fim da nossa investigação, recordemos que a patrística foi um
movimento filosófico que fundou as reflexões religiosas. Neste movimento faziam parte
os padres da igreja. Do outro lado, recordemos que a razão pode ser entendida como um
elemento fundamental o qual distingue os homens dos animais irracionais. Mas para
além disso, no homem, a razão é dada a actividade de reflectir (questionando) em
relação a realidade.
Recordemos também que falamos sobre os fundamentos da fé, onde dissemos que ela
pode ser entendida no sentido de que é um sinónimo de crença e também pode ser
entendido como a fonte do conhecimento supra-sensível. No âmbito cristão, a fé é vista
como uma fonte de salvação da humanidade (uma forma de ganhar a vida eterna).
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BIBLIOGRAFIA
REALE, Giovanni & ANTISERI, Dario. Historia da filosofia. 9ª ed., são Paulo, paulus,
2005, III V.
REALE, Giovanni & ANTISERI, Dario. Historia da filosofia. 9ª ed., são Paulo, paulus,
2005, I V.
ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia. 4ª ed., Lisboa, editorial presença, 1994,
III V.
ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia. 4ª ed., Lisboa, editorial presença, 1994,
VII V.
ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia. 4ª ed., Lisboa, editorial presença, 1994,
VI V.
MORA, J. Ferrater. Dicionário de filosofia. 2ª ed., São Paulo, Brasil, edições loyola,
2004, II V.
PAULO II, João. A fé e a razão. 2ª ed., Lisboa, Paulinas, 1998.
VASCONCELLOS, Manoel. Filosofia medieval – uma breve introdução. 1ª ed., S. L.,
dissertatio incipiens.
Bíblia sagrada. João 14, 6; Isaías 45, 22; Géneses 2, 26-27;
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