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DIREITO ROMANO E PENINSULAR – 1ª FREQUENCIA

Ius romano:

O Direito Romano é um conjunto de normas ou regras de carácter social. Em sentido normativo, “ius” (direito) é a norma
jurídica ou o conjunto de normas jurídicas que determina o modo de ser ou de funcionar de uma comunidade social. Em
sentido subjetivo, “ius” (direito) é a situação jurídica, poder ou faculdade moral que alguém tem de exigir ou possuir. Em
sentido objetivo, “ius” (direito) significa a própria coisa justa, a realidade justa.
● A palavra direito surge apenas no século 4 a.c vem da palavra derectum ou directum. A palavra direito é daqui que vem.
Durante mil anos os romanos só falavam em IUS. IUS é directum tem o mesmo significado.

● Normas no sentido subjetivo:


É a situação jurídica, o poder ou a faculdade moral alguém tem que exigir/fazer/ reter/ possuir, obter alguma.
○ Objetivo - iustum
○ Realidade de justa

● Na quinta ascensão, o ius significa o saber, o jurídico e o saber jurídico é uma técnica do bom equitativo.
● Na sexta ascensão, significa património ( ativo ou pacífico) de uma pessoa. Ius é tudo aquilo que tem especiais atinentes
com o iustum ( justo ). Justo, exato, devido.

Objetivo: colocar ordem na sociedade, através da criação de normas e regras de comportamento social.

Norma Jurídica ou Regra Jurídica - princípios da vida, ou seja, regras da vida em sociedade.

● Normas sociais - não são coercivas


● Normas jurídicas: característica de coercibilidade
○ regras que podem ser impostas pela força legitima do Estado - podem ser impostas contra a vontade do homem:

Exp. Aquele que se casa, fica sujeito aos Direitos do

1. Casamento

2. Desobediência = sujeito a castigo.

Uma característica que difere as normas/ regras jurídicas das normas sociais é a coercibilidade (possibilidade de uma norma
de direito seja imposta contra a nossa vontade através da força pública do estado. Algo que é imposto à força, em
determinadas circunstâncias.)

Regra imperativa: imposta a todos, independente da sua vontade - as regras jurídicas nem sempre são obrigatórias ou
comandos imperativos.Por vezes impõem-se apenas àqueles que se dispõe a elas:
Exp. casamento, compra e venda, etc.
● Nem todas as normas são imperativas, ex: contratos de compra e venda, casamento âmbito de direito civil e de trabalho,
apenas a nossa vontade determina.

Duas divisões do direito: Público e Privado

Direito Público – normas de direito que regulam as várias relações de direito público (instituídas pelo poder público soberano)
exemplo normas de natureza tributária.

Direito Privado – não são totalmente imperativas exemplo: casamento (depois de sermos submetidos somos obrigados a
cumprir as normas jurídicas) princípio da autonomia da vontade.

"Fontes de Direito" - utilizada no meio jurídico para se referir aos componentes utilizados no processo de composição do
direito, enquanto conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica próprios, disciplinador da realidade social de um
estado. Em outras palavras, fontes são as origens do direito, ou seja, a matéria prima da qual nasce o direito.

Normas são gerais e abstratas. As regras são aplicadas de forma equitativa.

Resumindo:
Em sentido normativo, “ius” (direito) é a norma jurídica ou o conjunto de normas jurídicas que determina o modo de ser ou
de funcionar de uma comunidade social.
Em sentido subjetivo, “ius” (direito) é a situação jurídica, poder ou faculdade moral que alguém tem de exigir ou possuir.
Em sentido objetivo, “ius” (direito) significa a própria coisa justa, a realidade justa.

❖ Fontes de direito (lei, costume, doutrina, jurisprudência)

1. A lei
É uma fonte de direito, a única, é um processo voluntário ou intencional de criação de normas de direito que é
responsabilidade de um órgão de soberania.

Lei como instrumento ao serviço do poder dos reis, centralização de poder. A principal fonte de poder durante muitos anos foi
o costume (a fonte mais importante do direito poder), 1669 deixa de ser fonte de direito.

● Começa a criar o estado moderno

2. Costume
É um processo espontâneo, quase acidental, processo lento que tem de ser sedimentado pelo tempo, comunitário.
- Criado de uma forma evolutiva, não intencional.
Nota: Em Portugal, 10 anos para transformar um costume em norma jurídica.

Definição: prática reiterada, ou seja, uma prática repetida no tempo durante um certo período findo o qual ou durante o qual se
gera convicção da sua autoridade.

Para se formar ... há dois elementos essenciais:


- Elemento material (corpus) - repetição do uso social para resolver uma determinada situação. Começaram a usar
práticas para enfrentar questões jurídicas de forma a dar importância às questões pessoais de direito, evoluindo de forma a que
os procedimentos fossem a consequência de determinados atos na sociedade, gerando-se a convicção de uso social e norma de
direito.

Nota: Costumes contrários à lei - 40 anos

- Elemento psicológico (animus): Critérios de aferição, para que o costume possa ser usado:Procurava-se a existência de
duas/ três sentenças judiciais. A partir do momento em que o tribunal utiliza pelo menos 2 vezes, entende-se que a
comunidade e que está espelhada no tribunal assume aquela forma de solução efetivamente como uma norma de direito, não
aplicam uso sociais quando o aplicam mais de uma mas o juiz deve estar convencido que não é já um uso social.

3. Doutrina
Processo de criação de normas de direito através de alguns trabalhos de alguns juristas.

- Doutrina pode ser uma fonte mediata, pois não é uma fonte de direito hoje em dia

● Legislador é o órgão que faz a lei, se o assunto for importante pede opiniões, socorre-se de juristas especializados em
determinada matéria, mas nunca usar de forma direita obras de autores

● Parecer escrito - Advogados usam para argumentar em tribunal, pedem a juristas para escreverem um parecer para
conveniência do caso do advogado

● Doutrina religiosa - Fonte de direito dos países islâmicos é o alcorão, usam-no para julgar.

4. Jurisprudência
Conhecimento profundo e rigoroso Jus/Direito.
É a ciência do direito, responsabilidade dos juristas. Corresponde ao conceito atual de doutrina.
• É a criação de normas de direito através de sentenças dos tribunais.

Épocas:
Arcaica (753 – 130 a.C) – É o período em que o direito romano é muito rudimentar, muito ligado à religião, mas já se vai
dissociando da religião;

Clássica (130 a.C – 230 d.C) – É o período mais importante. Onde o direito foi mais bem-criado, é a época dos grandes
juristas romanos, época mais criativa no direito romano. Último jurista clássico – Ulpiano;

Pós-clássica (230 – 530 d.C) – É uma época sem uma individualidade própria, é definido pela época anterior, o direito passa
a ser pouco produtivo;

Época Justinianeia (530 - 575 d.C) – Foi feito o Corpus Juris Civilis à mão do imperador Justiniano.
Vida do “Ius Romanum” e a vida do “Imperium”
O Direito Romano apresenta-se como uma expressão do poderio politico de Roma. De facto, a sua vigência só
atinge períodos de grandeza ou vitalidade quando protegido pelo imperium;
○ é um direito imperial.

A época clássica central, período de esplendor, coincidiu com o auge do poderio romano e as oscilações da sua grandeza são
cedidas e acompanhadas de oscilações similares do poder político de Roma.

Depois da compilação justinianeia, a vigência e o estudo do Direito Romano no Ocidente entram em profunda crise.

O império Ocidental caiu em 476 e, no século XII, o Ocidente surge de novo com vitalidade.

No século XV, no Oriente, o Direito Romano inicia uma enorme decadência e, em 1453, desaparece o império oriental.

“Ius” e "auctoritas"
A razão de ser da conexão entre Ius Romanum e imperium radica na própria noção-fundamento de “ius”.

A princípio, os jurisconsultos romanos tinham autoridade social proveniente da sua linhagem, era uma autoridade aristocrática.
Depois, com Augusto, que chamou a cargos importantes pessoas de classe média e lhes concedeu ius publice respondendi,
possuíam autoridade de carácter político. Adriano avançou mais um pouco concedendo aos jurisconsultos autoridade de caráter
burocrático.
○ É o triunfo do funcionalismo sobre a aristocracia. Por último surge o imperador como fonte única das leis.
Assim, já não há ius mas unicamente leges. Direito e Política em Roma.

A conexão entre o direito e a política em Roma é bastante clara a partir de Augusto, tornando-se evidente no baixo-
império.

A iurisprudentia, fonte principal do ius, não era uma simples profissão mas um ministério reservado inicialmente aos pontífices
e à nobreza romana. Dar respostas, orientar e aconselhar a vida das pessoas em casos de litígio era próprio da aristocracia.

Logo, os jurisprudentes, certos nobres, exerciam influência profunda sobre os seus clientes. Estes, de forma a recompensar os
grandes favores dos conselhos recebidos, prestavam o serviço de apoiar o seu jurisconsulto nas lutas eleitorais. Deste modo, os
nobres adquiriram prestígio em todo o âmbito social e o seu carácter jurídico produzia vantagens políticas.

A grande finalidade da política romana é manter firme o ordenamento jurídico.

FORMAS POLÍTICAS DE ROMA

1. Monarquia (753 a.C. - 510 a.C.)


Roma nasce como um estado-cidade e assim continua durante a república até ao dominado.
Nos primeiros tempos, Roma foi governada pela realeza.
No regime monárquico de Roma, o poder político (soberania) está repartido por três órgãos:
○ Rei:

É o sumo sacerdote, chefe do exército, juiz supremo e o diretor da civitas. O seu cargo é vitalício mas não hereditário apesar
de cada rei poder designar o seu sucessor. Só era considerado rei depois de investido pelo povo reunido no comício das cúrias.

Lex curiata D’ Imperium.

○ Senado

o Rex era assistido principalmente pelo senado.

Este foi constituído pelos patres das gentes fundadoras da civitas e mais tarde pelos homens experimentados da vida escolhidos
só entre patrícios. Era uma assembleia aristocrática. Inicialmente, os plebeus não podiam fazer parte do senado mas, ainda no
tempo da monarquia, foram admitidos alguns. Pela Lex Ovinia os plebeus alcançaram a entrada definitiva e eram designados
“conscripti”.

O senado foi criado para aconselhar o Rex. Posteriormente, teve atribuições de nomear o interrex (membro do senado que
havia de exercer o poder supremo no tempo da morte do rei e escolha do sucessor) e a de conceder a auctoritas pactum
(consentimento).

○ A resposta do senado era a senatusconsultum.

o Povo (comício das cúrias)

A sociedade romana era essencialmente formada pelos patrícios e pelos plebeus.


Os patrícios tinham todos os direitos, o que não acontecia com os plebeus.

Estes desejavam equiparação aos patrícios pois estes nunca foram considerados estrangeiros.

O Populus Romanus era constituído essencialmente por patrícios e plebeus. Sob certo aspeto, eram tão cidadãos como
os patrícios.

A tribus era uma divisão territorial de carácter militar, a plebe servia-se da tribus para estabelecer uma organização à
parte e com chefes próprios formando como que um Estado dentro de um Estado.

O povo, detentor de uma parcela do poder político, exercia os seus direitos manifestando a sua vontade em
assembleias denominadas de comícios (comitia).

○ Os comícios mais antigos foram os comícios de cúrias (comitia curiata).

Comitia centuriata - era o agrupamento de soldados. Elegem-se magistrados ordinários. Votavam projetos de lei
elaborados pelos magistrados.

2. República (510 a.C. - 27 a.C.)


A constituição política de Roma nos primeiros tempos da república não sofreu grandes alterações. A partir de 510
a.C., o poder supremo já não reside num único chefe mas em dois cônsules que exercem o cargo por um ano e são eleitos pelo
povo.
A constituição republicana consta de três grandes elementos:

Magistratura - Magistrados

- Cargo de governar e pessoa que governa.

Os magistrados compreendem todos os detentores de cargos políticos de consulado para baixo.


As magistraturas importantes eram a dos questores, pretores, cônsules, censores e édis curúis que se designavam
“magistraturas ordinárias” pois estavam integradas numa certa ordem hierárquica (o cursus honorum).
Os magistrados tinham o poder potestas que era o poder de representar o Populus Romanus.
○ Era comum a todos os magistrados, mas cada um tinha este poder em maior ou menor grau e podiam, assim, criar
direitos e obrigações para os civitas.
O caráter absoluto do imperium era (ou passou a ser) limitado por três circunstâncias: a temporalidade, a
pluralidade e a colegialidade.

 Temporalidade

○ Os magistrados, normalmente, exerciam funções durante um ano.

 Pluralidade

○ Com o decurso do tempo, deixou de haver só uma magistratura (a dos cônsules);


○ passaram a existir várias.

 Colegialidade

○ Dentro de cada magistratura havia mais do que um magistrado (por ex., havia dois cônsules);
○ Cada um deles tinha o direito de vetar as decisões do colega (ius intercessionis), direito que também cabia aos
magistrados de ordem superior em relação aos da(s) inferior(es).

MAGISTRATURAS: As magistraturas podiam ser:


 ordinárias (que estavam integradas numa certa ordem hierárquica, o chamado «cursus honorum»,
 segundo a sua dignidade e não de acordo com os respetivos poderes) ou extraordinárias.

As magistraturas ordinárias mais importantes, por ordem decrescente, eram as seguintes:


1. A dos censores («censores» — 443 a. C.)
2. A dos cônsules («cônsules» — 510 a. C.)
3. A dos pretores («praetores», urbano — 367 a. C. — e peregrino — 242 a. C.)
4. A dos édis curúis («aediles curules» — 367 a. C.)
5. E a dos questores («quaestores» — 450 a. C.)
As magistraturas extraordinárias (porque não faziam parte do «cursus honorum») eram o tribunado da plebe e a
ditadura (esta tinha, ainda, caráter excepcional, pois não fazia parte da vida política normal de de Roma; era criada em períodos
de crise política interna ou externa).

Os tribunos da plebe (que os plebeus passaram a ter o direito de eleger, reconhecido pelo Senado, na sequência da
secessão ocorrida em 494 a. C.) tinham a «tribunicia potestas» e o direito de veto (ius intercessionis) em relação às decisões de
qualquer magistrado ordinário;
○ E, ainda, o privilégio da inviolabilidade.

Poderes dos magistrados:

- Potestas

○ Poder de representar o populus romanus (comum a todos os magistrados).

- Imperium

○ Poder de soberania, que englobava as seguintes faculdades: comandar os exércitos; convocar o Senado; convocar os
comícios; e administrar a justiça (a partir da criação do pretor urbano, de forma extraordinária). Pertencia somente
aos cônsules, aos pretores (que estavam sujeitos ao direito de veto dos cônsules — ius intercessionis) e ao ditador.

- Iurisdictio (jurisdição)

○ Poder de administrar a justiça de forma normal de corrente. Tinham esse poder os pretores (urbano e peregrino), os
édis curúis e os questores.

Do ponto de vista jurídico, a magistratura mais importante era a dos pretores (tinha os três poderes mencionados).

Senado

É o órgão político por excelência sendo constituído pelas pessoas mais influentes da civitas.

Ali encontrava-se reunida a autoridade, riqueza e o saber.

O senado não possuía o imperium mas tinha prestígio e gozava de uma influência social extraordinária.

○ No aspecto jurídico, as suas decisões tinham a forma de conselho mas na prática eram verdadeiras ordens.

Povo

Este reúne-se em assembléias ou comícios, cujos poderes são eleger certos magistrados e o de votar.

Na república, há três comícios: comitia curiata, que entrou em decadência, comitia centuriata, que intervém na
eleição dos cônsules, dos pretores e do ditador e na votação das leis propostas por estes e a comitia tributa que elegiam alguns
magistrados menores e que votavam em certas leis.

Pretor, os cônsules, os magistrados mais antigos, de início intitularam-se como praetores, isto é, “chefes militares”,
visto os primeiros cônsules terem sido dirigentes da rebelião popular, formada por patrícios, que derrubou a monarquia.

Em 367 a.C., foi criada a magistratura dos pretores.

○ Assim, deixa de ter carácter genérico para significar apenas o magistrado especificamente encarregado de administrar
a justiça de uma forma normal ou corrente, nas causas civis.

● Presidia à 1ª fase do processo, “fase in iure”, onde era analisado o aspeto jurídico da causa.
● Na 2ª fase, chamada “apud iudicem" é que se apreciava a questão de facto, sobretudo o problema da prova e se dava a
sentença. Esta fase desenrola-se perante o iudex.
● A “fase in iure” era importantíssima e decisiva para o processo.

○ Aí se verificava um ius-dicere, uma afirmação solene da existência ou não existência do Direito.


■ Esse ius-dicere concretizava-se num iudicare iubere dirigido ao juiz, isto é, numa ordem dada pelo pretor ao
juiz para conferir sentença naquele motivo conforme se provasse ou não determinado facto.

De início, só havia um pretor.


A partir de 242 a.C., a administração da justiça é distribuída por dois:
 o pretor urbano, encarregado de organizar os processos civis em que só interviessem cidadãos romanos.
 pretor peregrino, incumbido de organizar os processos em que pelo menos uma das partes era um peregrino, ou seja,
um non-cives.

● Sempre que se fala de pretor entende-se pretor urbano.


● Este é a figura genial dentro do Ius Romanum, o protótipo do homem preocupado e dominado pelo espírito de
justiça, sempre com a ânsia de atribuir a cada um o que é seu.
● O pretor era o intérprete da lex mas sobretudo o defensor do ius.

- Nota: Lei das Doze Tábuas (450 a.C) - constituía uma antiga legislação que está na origem do direito romano.
Formava o cerne da constituição da República Romana e do mos maiorum (antigas leis não escritas e regras de conduta). Foi
uma das primeiras leis que ditavam normas eliminando as diferenças de classes, atribuindo a tais um grande valor, uma vez
que as leis do período monárquico não se adaptaram à nova forma de governo, ou seja, à República e por ter dado origem ao
direito civil e às ações da lei, apresentando assim, de forma evidente, seu caráter tipicamente romano (imediatista, prático e
objetivo). Limitar a soberania, criar leis que não dê ao estado poder absoluto, ou seja, limitar o seu poder. No ano 27 a.C surge
um novo poder político o Principado e depois vamos ter um último tipo político que é o Dominado.

3. Principado (27 a.c. - século III)

A constituição republicana, a certa altura, torna-se insuficiente para novas realidades, caindo em sucessivas crises e
recorre, por isso, à ditadura.
 As novas realidades são:
i. o alargamento extraordinário do poder de Roma;
ii. aparecimento de novas classes sociais;
iii. lutas de classes;
iv. revolta dos escravos que pretendem liberdade.

O povo romano, desiludido, volta-se confiante para Octávio.


Todos veem nele o princeps civitatis, o primeiro entre os cives, o mais indicado para restaurar a paz e a justiça.
 Octavio Cesar Augusto aproveita-se das circunstancias e afirma-se um político muito hábil quando finge não
querer nada, nem honras. Instaura uma nova forma constitucional - o principado.

O principado era uma monarquia suis generis, de tendência absolutista, baseada no prestígio do seu fundador mas
sem desprezar as estruturas republicanas existentes.
Augusto impulsionou o engrandecimento de Roma em todos os ramos do saber.
Este foi o pacificador, conseguindo obter uma paz duradoura que ficou conhecida como a pax augusta.
 O senado dedicou-lhe um monumento, “Ara pacis”.

O principado consta de três grandes elementos:

- Princeps

É a figura central da nova constituição política.

Acumula uma série de títulos (Augustos, Imperador, Pater Patriae) e faculdades que lhe são dadas pelos republicanos
sobreviventes.

Em 23 a.C Augusto renuncia ao consulado e recebe com caráter vitalício a tribunicia potestas. Neste mesmo ano, é-lhe
concedido o imperium proconsulare maius, por dez anos, mas transforma-se em vitalício.

As antigas magistraturas republicanas mantêm-se mas o seu poder é quase irrelevante.

○ Estes estão subordinados ao princeps transformando-se em funcionários executivos.

Com a morte de Augusto, fica aberto o caminho para o absolutismo e para a


monocracia.

Senado

As suas decisões têm caráter legislativo mas ao longo do tempo perde grande parte da sua velha autoridade política
que vai passando gradualmente para o princeps.

Mais tarde, acontece o mesmo com as suas atribuições legislativas. Povo


Os comitia não foram abolidos mas, a pouco e pouco, deixam de funcionar.

As suas atribuições passam para o Senado mas sobretudo para um novo elemento -
o exercito.

A característica principal do principado é a criação dum corpo burocrático de funcionários.

○ Estes funcionários dependem unicamente do imperador.

Governadores das províncias, província significa “cargo confinado a um magistrado” e especialmente “administração de um
território conquistado”.
 De início, só os territórios sob domínio de Roma situados fora da Península Itálica e conquistados por um general é
que tinham o nome de “privíncias”.

A princípio, o governo de todos os territórios extra-itálicos. Era confiado pelo senado a um magistrado dotado de
imperium, cônsul ou pretor.

Mais tarde, Augusto reservou para si a nomeação direta dos governadores daquelas províncias que ainda requerem
uma atenção tipo militar por não se encontrarem totalmente pacificadas.
 Assim, estabelece-se a divisão entre províncias senatoriais e províncias imperiais. As normas administrativas
fundamentais eram estabelecidas pela lex provinviae.

4. Dominado (284 - 476)

Os cinquenta anos antes da subida do Diocleciano ao poder, verificada em 284, caracterizam-se por:

1. lutas internas, por causa do problema da sucessão de imperadores e ainda por causa da exigência manifestada por
várias províncias de querer equiparar-se a Roma;
2. falta de prestígio da autoridade pública;

3. crise económica;

4. infiltração dos bárbaros;

5. demasiada extensão do Império.

○ Diocleciano

Sobe ao poder em 284 e inaugura um novo regime político.

Proclama-se dominus, senhor único daí este período se chamar dominado. Além disso, intitula-se Deus.

O seu poder não provém de uma “lex curiata de império”.


O Cristianismo tenta destruir o mito da divindade do imperador e estabelece-se uma profunda rivalidade entre ele e o chefe da
Igreja.

○ Imperador

Procede a várias reformas: administrativa, econômica e política.

O absolutismo trouxe consigo o separatismo.

Em 286, estabelece-se a primeira divisão do Império ficando Diocleciano no Oriente com residência em Nocomédia e
Maximiano no Ocidente com residência em Milão assistido cada imperador por um consistorium e por um Caesar, que é
íntimo colaborador e será sucessor.

Constantino consegue novamente a união do império mas por pouco tempo.

Teodósio, em 394, reúne pela última vez o Oriente e o Ocidente mas, em 395, pouco antes de morrer, divide o império pelos
dois filhos ficando Honório no Ocidente e Arcádio.

- Direito Civil (Ius Civile) e Direito Honorário (Ius Honorarium)

- Ius Romanum - era composto por:

Ius Civile;
Ius Honorarium.

Ius Civile – a letra é traduzida como Direito Civil. Nesta época era o direito dos Cives, dos civis romanos – era direito privado
e público. É o direito dos cidadãos Romanos.

Os cidadãos eram conhecidos como Quirites (símbolo de lança) ->

Cives - é aquele que pertence à civitas (a cidade).

Ius Honorarium – É um direito que é feito por alguns magistrados, por isso é que se chama direito honorário. Dentro destes
magistrados há um que para este fim foi o mais importante, que foi o pretor (Pretor Urbano foi o que mais contribuiu)

 Pretor (367 a.c e outro em 242 a.C) – É o funcionário mais importante, é o magistrado que tinha o poder jurisdictium
(130 a.C), é da atuação deste magistrado que atuam certas fontes de direito. A sua função é organizar o processo
judicial romano (processo pelo qual se discute habitualmente num tribunal os direitos das pessoas).

Em 367 a.C é criado o Pretor Urbano que organiza os processos judiciais romanos de conflitos entre os civis
romanos.

Em 242 a.C é criado o Pretor Peregrino que organiza os processos judiciais de conflitos entre civis e peregrinos (não
tinham estatuto de cidadania). Objetivo de diminuir os conflitos dos peregrinos com os civis.
O direito dos magistrados é essencialmente o direito feito pelo pretor.

O direito do pretor é que perdurou.

- Processo Judicial – organização de uma demanda em tribunal (litígio em tribunal).

- O Processo Judicial tinha duas fases:

- Fase in iure (fase do direito – o pretor olha para os factos pela perspetiva jurídica).

- Fase Apud indicen (fase que aprecia factos – era nomeado um juiz).

Se estiver pelo direito romano conseguia uma ACTIO – ação -> depois era nomeado um juiz. Se não estiver pelo direito
romano perdia uma ACTIO.
O juiz apenas aplica o direito que o pretor anunciou na fase anterior.

O direito do pretor é o que nós chamamos hoje de jurisprudência – é direito jurisprudencial.

Nota:

Doutrina – pensamento que se produz dentro de uma determinada área de conhecimento, da ciência. É a ciência do
direito (livros, opiniões de juristas), é todo o pensamento produzido sobre a ciência do justo e do injusto. No direito romano a
doutrina foi norma jurídica adotada. Nos países muçulmanos vamos ver que a própria doutrina religiosa se aplica nos tribunais.

Corpus Juris Civilis - é uma obra jurídica fundamental, publicada a partir do ano de 533 d.C. por determinação do
imperador bizantino Justiniano I (que assumiu o trono em 527 d.C.). Ele, dentro de seu projeto de unificar e expandir o Império
Bizantino, viu que era indispensável criar uma legislação congruente e que tivesse capacidade de atender às demandas e litígios
vivenciados à época.

Digesto – doutrina do direito romano

Ius Civile

Fontes de direito do Ius Civile:

1. Mores Maiorum (Costume);

2. Lex (Lei):

- Lex Rogata (Lei Comicial) – projeto de lei feito por um magistrado que convocava o comício e proponha-lhes a
lei que aprovava ou rejeitava.É uma lei rogada de um
magistrado a um comício.

- Senatusconsultos (Lei Senatorial) – É a lei feita pelo senado;


- Constitutionis Principium (Leis Imperiais) – Traduzido para constituição dos príncipes.

3. Iurisprudentia (Doutrina) – ciência do direito.

1. Mores Maiorum (Costume)

Mores é uma palavra que vem de ‘’Mos’’ significa costume e Maiorum


significa maiores.

Então ‘’Mores Maiorum'' - eram os costumes dos mais antigos. As pessoas geriam as normas de direito.

● Costume - uma prática social, reiterada (uso repetida no tempo, as pessoas estão habituadas porque a vão repetindo ao
longo do tempo) à qual corresponde a convicção da obrigatoriedade por parte dos seus destinatários.

● Tem dois elementos:

- Material corpus (repetição do uso naquela comunidade);

- Elemento psicológico animus (quando se firma a ideia que não é um mero uso social, mas sim social,mas sim um
costume jurídico).

● Quem administrava:

- Colégio dos Sacerdotes Pontífices – julgava os processos e na maior parte desconsiderava a plebe causando uma revolta
levando à lei das doze tábuas.
- Colégio dos Áugures – eram sacerdotes com a função de lançar os augúrios em interpretação com os deuses,
aconselhavam os magistrados com aquilo que os deuses queriam.
- Colégio dos Feciais - única função seria aconselhar o Rei sobre tratados com cidades, declarações de guerra, etc.
Nota: Os romanos iam buscar esse direito aos Mores Maiorum, que era uma tradição oral – Ius Non Scriptum.

● Os Mores Maiorum eram:

- Direito religioso;

- Não escrito;

- Tradição de uma comprovada moralidade;

- Aplicação sacerdotal.

Na maior parte dos casos eles favoreciam os patrícios. São a única fonte de direito até meados do Século V.
Como consequência desta negociação é criado o tribuno da Plebe e exigem que o direito passasse a ser escrito e público
(questão de segurança jurídica)

- A 1º lei Romana aparece em meados do Século V (450 a.C) :

○ Lei das Doze Tábuas e assim os Mores Maiorum perdem a importância e passa a ser usado apenas no direito
público, porque a base do direito privado era encontrada na lei das doze tábuas.

Os Mores Maiorum continuam a ser fonte de direito até 130 a.C.

2. Lex Rei Sua Dicta

● Decenuiri Legibus Scribundis

- Ius Papiriamm: Século VI a.C Lex Private


- Lex Publica

● Lex:

- Legere (ler);

- Elegere (eleger, escolher);

- Ligare (ligar).

No ano de 451 o estado romano nomeou 10 magistrados para estudar na Grécia as Leis de Solere 594 a.C - Decenuiri Legibus
Scribundis.

E quando voltaram apresentaram 10 tábuas que continham o essencial que se cria que fosse aplicado em Roma, há quem diga
que essas leis não foram suficientes, tendo voltado à Grécia e voltando com mais 2 tábuas (Lendário, o mais provável é terem
sido feitas às 12 pelas mesmas pessoas)

● Lei das Doze Tábuas – é uma lei que terá sido aprovada em 450 a.C pelo Comício das Centúrias

- Tinham dois tipos de Leis:

 Lex Private
 Lex Publica

Distinguiam dois tipos de leis, as privadas e públicas:

- Lex privata
Era a declaração solene com valor normativo que tinha por base um negócio privativo. Esta criava direito privado em
virtude de um princípio consagrado na lei das XII tábuas que dizia que sempre que alguém celebrasse um negócio
jurídico com outro, o que ficasse dito por palavras valeria como direito.

- Lex publica (lex rogata)


Era a declaração solene com valor normativo que se fundava num negócio público, isto é, que derivou de uma promessa
solene por parte da comunidade social. Esta lei resultava da votação dos comícios.

Todas tinham o mesmo sentido, os romanos diziam que as leis tinham um vínculo criado para ligar pessoas e esse vínculo era a
solene.
Se uniam duas pessoas eram um vínculo privado, nos dias de hoje dissemos que era um contrato.
Se esse vínculo se ligava toda a comunidade ao estado era um vínculo público.

 A primeira lei é a Lei das Doze Tábuas:

As leis públicas rogadas ou Leis comiciais:

● Lex Publica Rogata -> Pedida ao Comícios das Centúrias. Consequentemente, a Lei das Doze Tábuas eram leis
comiciais.
● Leis Comiciais – é feita por um magistrado que faz o projeto de lei e leva ao Comício das Centúrias, lê e pede para serem
aprovadas.

Nota: a lei das doze tabuas é um terço daquilo que terá existido

● Tábua I - III

- Tratava do processo civil

● Tábua IV - V

- Tratava do direito da família e das sucessões

● Tábua VI

- Correspondia aos negócios jurídicos mais importantes

● Tábua VII - XII

- Corresponde ao direito penal.

-
Tábua I - (De in jus vocando - Do chamamento a juízo) - manus injectio.

O início do processo judicial compete ao estado e por isso não é competência privada, a primeira coisa que se fazia
era o Ius Vocatio – direito de dar voz a uma pessoa para lhe chamar ao juízo (ao tribunal).

A lei das 12 tábuas refere 2 negócios jurídicos: ( tábua 6º)

Nexum – negócio jurídico feito verbalmente na presença de 5 testemunhas pela qual uma pessoa se oferecia
pessoalmente, o seu património e a sua pessoa física por uma dívida a um negócio.

Mancipatio – negócio jurídico feito verbalmente na presença de 5 testemunhas com o objetivo de transmissão de
propriedade (contrato de compra e venda).

● Lex canuleia - 326 a.C - proibiu as garantias ou a responsabilidade pessoal por dívidas. O Nexum continua a existir, mas
só estando em jogo o património.

Tábua III - (De aere confesso rebusque jure judicatis - Da execução em caso de confissão ou de condenação) - estabelece:

- a forma como o direito romano tratava do pagamento das dívidas.

● Confessio in iure - Fim da fase declarativa de um processo de dívida onde é declarada a dívida de uma pessoa com a
outra.

● Setença.
● Dias iusti – dias concebidos ao devedor para tentar arranjar como pagar a dívida Se no fim de 30 dias contados a partir do
momento que o tribunal declarou a essência da dívida o credor pode apanhá-lo fisicamente e levá-lo a tribunal

É criado o prazo de 60 dias inclusivamente o credor tem o direito de levar o devedor a 3 feiras para o tentar vender,
mesmo estando preso pode tentar garantir o pagamento da dívida, se nada disto se resolver o devedor seria morto, podendo ser
cortado em pedaços, na hipótese de existirem vários credores.

 Processo legislativo das Lex rogata:

o Promulgatio - Fase de elaboração do projeto, quando uns magistrados faziam um documento que era o projeto de lei,
durante 3 semanas afixavam o seu projeto para as pessoas lerem a lei;

o Conciorees – Coincide com a fase anterior, durante as mesmas 3 semanas, eram reuniões que o magistrado que
proponha a lei, tinha onde tirava as dúvidas aos cidadãos; -

o Rogatio – Fase do pedido em que o magistrado perguntava ao comício “velitis, irubeatris, quirites?” e se deixavam o
projeto passar a ser lei.

o Votação - Havia 3 possíveis votos:


→ “Uti Rogas” – como perdes, como rogas, era um sim;
→ “Antiquo” – preferem como estava, era um não;
→ “Nou liquet” – não é claro, era uma abstenção.

o Aprovação – A lei ia ao senado para o mesmo conceder ou não Auctoritas Patrum –


Autoridade dos Pais;
o Afixação – era afixada no fórum para conhecimento dos cidadãos.

No ano 339 a.C o senado vai ganhar o poder legislativo para si na altura do principado, vai conseguir propor uma lei,
a Lex Publilia Pluiloreis - a 5º fase passa para a 3º fase para o senado aprovar a lei antes de ir ao comício.
O poder legislativo continua a ser dos comícios, mas o senado passa a ter um papel muito importante.

Plebiscitos – decisões do comício da Plebe:

- Lex Valeria Horacia: 449 a.C (lei consular) – determina que os Plebiscitos têm valor de lei para os plebeus, ou seja,
os plebeus podem fazer lei para si mesmos.
- Lex Hortensia de Plebiscitis: 287 a.C - Os Plebiscitos passam a ter força de lei para todos os romanos.

Os comícios da plebe passam a desaparecer, porque passam a fazer parte integral do comício das centúrias.

- As partes que uma lei se divide:

Praescriptio- nome do magistrado, do comício, dia e assunto

Rogatio – aquilo que a lei dizia que ia fazer

Sanctio – sanção, penalização que a lei previa caso não fosse seguida.

Mores Maiorum para Lex: as leis surgiram porque a população exigiu que as leis passassem a ser escritas.

 Lex rogata:

1º lei que apareceu ( proposta de lei feita por um magistrado, que podia convocar comícios para reuniões e propunha a
provação de um projeto de lei, que a população tinha de aprovar ou rejeitar se a maioria absoluta aprovasse a lei era adotada). –
Comícios .

Lex Senatusconsultos - leis do Senado – o senado era um órgão consultivo, eram os magistrados que tinham lugar vitalício,
sentavam se lá as pessoas mais importantes da cidade. O senado tem uma participação na feitura da lei, aprovada uma certa
fase da lei. – Senado

Transferência do poder legislativo vai consumar-se na transferência da república para o principado. O que caracterizou
o principado foi um reforço permanente do poder do imperador (era a figura central do império romano).

A partir de 284, voltamos ao poder absolutista, ou seja, o poder centrado numa só pessoa, o imperador.

Leis imperiais – imperador: são formas de lei porque são formas intencionais, só muda organismos que as criaram.
- 450 a.C. – 1º lei (pública) feita – lei das doze tábuas.

Nota: A partir desta lei, muitas foram feitas (cerca de 1000- cerca de 30 é que foram de direito privado, as outras foram de
direito público).

- A lei das 12 tábuas pertenciam às leis de direito privado.

Lex publica: lei comicial

Lex privata: lei rogata

Nota: a ideia de lei era de um vínculo obrigatório entre eles, mas esse vínculo pode abranger as pessoas

Lex Datae - As leis eram feitas pelos magistrados, pelos cônsules em virtude do seu poder legado (é um poder exercido por
alguém, que esse poder não pertence, mas o dono do poder deixa ele utilizar- delegação do poder), os comícios populares
deliberam em certos casos os poderes de fazer leis a alguns cônsules.

Lex Dictae - Tipo de lei feito pelos magistrados em virtude dos seus próprios poderes, magistrados, por exemplo: Edil Curul
era o responsável pela cidade de Roma, frequentemente fazia leis próprias (posturas camararias, ...). As leis que não iam aos
comícios, eram feitas em função dos seus poderes, tinham natureza legislativa que se aplicavam nestes casos específicos. São
leis dos magistrados, leis de alguns magistrados.

Plebiscitos - eram deliberações de um comício que era o comício da plebe.

Em 449 a.C. Lex valeria Horácia (lei proposta por dois cônsules) que os plebiscitos começam a ter valor de lei para a
própria plebe.

Em 287 a.C. Lex Hortênsia Plebiscitos determina o valor vinculativo, passam a ter um valor igual as Lex Publica
Rogatas.

- Os Plebiscitos e a tribuna da plebe desaparecem pois deixa de se fazer diferença entre plebiscitos e leis comiciais.

Poder de se imiscuir na feitura da lei.

 Senatusconsultos:
a fase de aprovação consistia em a lei ser enviada ao senado, que podia conceder ou não a Auctoritas Patrum, dando-lhe a
legitimidade para ser lei.
Aprovação: Senado
Auctoritas Patrum: era concedido já depois do projeto dos comícios. Publicação: Afixação

No ano 339 a.C. passa a existir a Lex Publica Philonis - aprovação passa da 5º fase, para a 3ºfase. O senado tinha
interesse em aumentar só seu poder na feitura das leis.

Senatusconsultos:
Até ao século I a.C.: Meros Pareceres do Senado.

Senatusconsultos - Eram consultas feitas ao senado. Eram os magistrados que o pediam, eram pedidos de pareceres feitos aos
senadores. Assim, teriam um reforço político importante. Os pareceres não tinham força vinculativa, ou seja, não eram leis,
quem pedia opinião era livre de a seguir ou não, é um parecer não vinculativo, tinham o poder do prestígio da instituição. Com
exceção da Auctoritas Patrum, porque integrava no processo legislativo.
A partir do século I a.C. - são fontes mediáticas do direito (as fontes de direito são processos de criação de normas
jurídicas, podem ser dividas em 2 tipos quanto à sua eficácia, fontes de imediatas e fontes mediatas) - através do Edicto Pretor.
-

- Fontes Imediatas - A lei aplicasse por si mesma.

- Fontes mediatas - é algo que influencia uma fonte imediata, ou seja, é algo que influencia algum conteúdo. Não é
imediatamente aplicável. Não cria direito por via direta, ou seja, só influencia.

 Direito Pretório:

- Pretor Urbano: 367 a.C. – é confiada a responsabilidade da 1º fase do processo judicial (fase in iure- Pretor- avalia-se o
direito, o pretor olha para a situação e ele concede uma ação processual e o processo avança para a 2º fase, pode negar a ação
se não tiver presente na lei e “morre” ali), a 2º fase é a Apud inciden.

- Edicto - documento romano que surge em várias situações, em que o pretor ia conferir Actio ou denegar Actio.

São fontes de direito do direito pretório.

- Apresentam ao senado a sua proposta de Edicto.

O Edicto Pretor vai refletir a decisão do senado, não se aplica por si próprio, mas aplica-se através do edicto pretor.

- Ano 4 a.C. - criado 1º Senatusconsultos com força de lei.

- Ano 10 a.C. - Senatusconsultos de Direito Criminal:

Manumissi - é um processo de libertação dos escravos, por decisão do seu dono, por via testamentária. Escrevia o seu
testamento e escrevia-se depois da sua morte queriam que os seus escravos fossem homens livres.
Determinava que quem fizesse a investigação do crime podia usar todos os meios que quisesse, como torturar, matar
os escravos.

No fim do século I da era cristã os comícios deixam totalmente de fazer leis, sendo assim o senado tem todo o poder
legislativo.

→ Com Adriano (117-138): Vontade do imperador - Quando quer tomar decisões vai ao senado, discursa e quer que o
seu discurso passe a ser uma lei. O seu discurso chamava-se “Orationes Prínceps”.

→ A partir dos Severos (4 imperadores da mesma família) (193-239):

- “Orationes Prínceps” - período do principado. Os senadores começam a perder os seus poderes.

O Principado e o Dominado em 284 a.C. são fases do império.

Dominado transfere-se os poderes de fazer lei do senado para o


imperador, fonte de direito do dominado são as Constitutiones Principum -> leis imperiais.

A partir do fim do século III e início do século IV só se faz novo direito Roma através das leis dos imperadores.

Ius Vetus (direito velho) -> século IV – é classificado como Direito novo “Ius novum" Só o imperador pode fazer direito novo,
não quer dizer que só este direito existisse.
- Foi a última fonte do ius civile.

Tinham diferentes finalidades, até ao seculo IV existiam diferentes tipos de distinções constitucionais: Tipos de distinções
constitucionais:

 Edicta - Leis mais importantes do imperador, de caráter geral que se aplica a todos.
 Decreta - Decisões judiciais dos imperadores (sentenças dos tribunais), aplicadas apenas em certos casos.
 Rescripta - são respostas dadas pelo imperador, a questões que lhe eram colocadas.
 Epistolae: quando eram feitas pelos magistrados
 Subscriptions: feitas pelos particulares, juristas, pessoas que trabalhavam no direito.
 Mandata - dirigidas aos governadores das províncias, eram instrumentos

- Depois do século IV:

 Edicta - lei imperiais mais importantes, de caráter geral.


 Rescripta - ficam apenas restritas (à Epistolae) aos magistrados imperiais que o procuram.
 Adnotationes - é antiga Rescripta Subscriptions apenas respostas dadas a particulares.
 Pregmaticae Sanctius - substituem as mandatas, têm natureza regional, destine-se a regiões amplas do império.
Caráter local.

- No século II, existem dois tipos de processos, processo comum e o processo extraordinários.
Iurisprudentia: ciência do direito

Fatores da laicização:

 Lei da XII Tábuas – reuniu aquilo que era o direito privado e penal fundamental e transcreveu e tornou-o público. O
direito privado e o direito penal que vigorou em Roma deixou de ser secreto e passou a ser escrito e públicos;

 Ius Flavianum: Cneu Flávio (Ápio Cláudio) – Cnen Flávio publicou uma série de fórmulas de direito processual que
eram praticados pelos colégios sacerdotes pontífices, e tornou-as públicas e esta parte do direito romano deixou de ser
secreto e assim os sacerdotes deixaram de ter o mesmo poder.

 Ensino o Direito: Tibério Coruncanius – Primeiro plebeu que ascendeu à dignidade do colégio dos sacerdotes
pontífices, e assim o ensino de direito passa a ser uma atividade recorrente.

- A ciência do direito era uma ciência muito próxima da religião.

No início de Roma a Iurisprudentia era uma Ciência ligada à religião e com o tempo foi se laicizando se tornando menos
ligado à religião.

Os juristas desempenhavam 3 atividades:

 Cavere – Aconselhar, o jurista aconselha as pessoas nos atos jurídicos.

 Agere – Agir, era uma atividade que consiste no acompanhamento de um cidadão romano por um jurista num
processo judicial (não era obrigatório, mas era conveniente);

 Respondere – Parceristica, emitir pareceres, a pessoa dá a sua opinião técnica sobre o assunto, serve para tentar
convencer o juiz.

Os negócios jurídicos do direito romano só tardiamente foram passados a ser escritos, durante imenso tempo eram feitos
verbalmente, mas para dar força a estes contratos era preciso seguir uma série de requisitos.
O imperador César Augusto, consciente da importância da opinião de alguns juristas, criou uma distinção para alguns juristas,
designada por Ius Respondendi Ex Auctoritate Principis. Os juristas que conseguiram esta distinção eram juristas que cujas
opiniões passaram a ter a mesma força dos imperadores.

- A partir desta altura esta jurisprudência era uma fonte de direito.

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