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Fundamentos do direito comum europeu

Fundamentos do direito comum europeu (Universidade Lusíada de Lisboa)

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FDCE HELENA SOARES

Direito comum europeu: é o direito romano elaborado em Roma que serviu de base ao
conjunto, para criar e influenciar, o ornamento jurídico dos países do ocidente.

Justiça privada: justiça com as próprias mãos (século XII)

Ano 395: Divisão em dois impérios romanos (ocidente e oriente)


Ano 130 a.c.: houve uma queda significativa da civilização, em Roma.

ÉPOCA CLÁSSICA: multiplicidade de órgãos – Assembleias Populares / Senado –milhares de


obras jurídicas para orientar os Tribunais e serem fonte vinculativa dos
Tribunais.

Transição da república: fim da república e inicio do império.

No oriente, imperador Justiniano, tinha o objetivo de ramificação do império, unificação da


religião e compilação da ação jurídica, no século VI.

Ano 530: elaboração da compilação


Institutions: dividido em títulos
Digético: Enciclopédia e opiniões dos doutores
Codex: contém as constituições imperiais
Novellas: contém as novas constituições imperiais

Ocidente: com a queda do poder romano, dá-se o domínio da igreja. No século VII ao XII não
há economia, quase não há direito escrito nem escolas. O povo bárbaro traz um direito não
escrito, esta idade média é uma profunda decadência. A partir do século XII chega a
ocidente, ou seja, corpus iurius civilis. A obra do oriente chega a ocidente, começa a ser
estudada e passou a ser aplicada quando apareceu os tribunais e as universidades. Os
monarcas e os imperadores gastaram do direito com a contribuição da posse do poder. Vai
agradar à burguesia porque tem resposta para os seus problemas.

Corpus Iuris Civilis: Compilação – Oriente Séc. VI

Séc. XII – Descobre-se o Corpus Iuris Civilis em Itália (regresso ao Ocidente)


Começa a ser estudado por toda a Europa e começa a ser aplicado nos Tribunais.
Época de desenvolvimento de mercados, feiras, trocas comerciais; transito marítimo cria a
necessidade do Corpus Iuris para responder a problemas que só agora se colocam, fruto do
desenvolvimento.
O Corpus Iuris e aplicado até meio de 1867 em Portugal, nos Tribunais. Tal foi possível
porque:
O Direito Romano não e conjuntural. Era antes universal.
O Direito comum resulta de ter tido em todos os países o mesmo ponto comum de
partida – CORPUS IURIS CIVILIS.

Características do direito romano:

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- Desinteresse da codificação dos romanos. No Direito Romano, nunca se preocuparam


muito com a criação de códigos. Contudo, ele foi evoluindo, porque a sua fonte de direito
não era a Lei, mas a Jurisprudência, ou seja, as sentenças judiciais.
- O importante não era ter um direito subjetivo, mas a ação judicial. O Direito Romano era
um direito essencialmente judicial e não o direito legislado. Sendo o Direito criado pelos
magistrados, dependia das ações.
- Simplicidade das soluções. Soluções inspiradas em casos concretos, mas com rigor.
- Rigor na elaboração das figuras jurídicas. Estilização da casuística – Modelos / Figuras
para casos futuros, tirando tudo o que não era juridicamente relevante - vocação universal.
- A força da Tradição. Raramente existiram ruturas com a tradição. A evolução e lenta.
Mesmo havendo novidades, mantinham-se as normas anteriores. O antigo podia deixar de
ser tao usado em detrimento do novo, mas não era revogado.
- Liberdade E autoridade
- Equilíbrio do direito romano entre o domínio jurídico e ético. O 1º valor é a confiança, o
2º valor é o dever do ofício e o 3º valor é o valor da amizade.

Principais sistemas jurídicos:

- Romano germânico
- Commolo: sistema anglo-saxónica
- Família socialista
- Direitos tradicionais e religiosos

PÓS – CLÁSSICA: Imperadores contratam Doutores e Magistrados que deixaram de ser


Independentes, controlam o Senado e indicam que leis fazer, a elaboração das leis retira-se
poder as assembleias populares e o imperador é a única fonte de Direito.

Ius civile: Direito Romano – Vincadamente religioso

Quando Roma começa a alargar aos Estrangeiros, o Ius Civile não funciona e desenvolve um
Direito de vocação universal, limpo de religião e formalismos pesados.
Aparece então o IUS GENTIUM.

IUS GENTIUM – Figuras Jurídicas Universais

ÉPOCA PRÉ-CLÁSSICA – Ascensão do Direito Romano através do desenvolvimento da


Jurisprudência e sua aplicação.

130 a.c. – LEI DAS FÓRMULAS – concede poder aos magistrados para criarem Direito a partir
do caso concreto.
Estilização da casuística: criar modelos para futuro - criação de figuras de Direito a partir do
caso concreto. Retira tudo o que e conjuntural e separa tudo o que não seja juridicamente
essencial ou relevante.

Obrigação é um vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa tem a faculdade de exigir a
outra um comportamento positivo ou negativo. Difere de um direito real porque enquanto o
seu titular obtém o beneficio económico que este direito proporciona através da sua

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atividade exercida sobre a res, o titular do direito de crédito somente obtém da conduta
positiva ou negativa do sujeito passivo. Consiste em:

Dare: constituição ou transferência de um direito real.

Facere: realização duma atividade que não se traduz num dare. Pode consistir também
numa abstenção (non facere).

Praestare: identifica-se com dare e facere, mas designa especialmente assunção de garantia
duma obrigação.

O comportamento do sujeito passivo deve ser possível física e juridicamente, por isso, a
obrigação que tivesse por objeto uma prestação absolutamente impossível seria nula. Deve
ser ilícito e determinado, necessário saber em que consiste o comportamento para
determinar. Deve ter caracter patrimonial: proporcionar um benefício económico ao credor.

Origem

Por falta de elementos seguros, a origem da obligatio romana, que remota a uma época
muito antiga, constitui uma vexata quaestio que divide os historiadores do Direito Romano.
Há quem a veja nos grupos gentilícios pré-cívicos, partindo do pressuposto de que possuíam
uma identidade estrutural e organizacional interna. As relações entre estes grupos tinham
características comuns e eram tão frequentes que logo foram acolhidas na civitas romana.

Fontes

As fontes das obligationes são os factos que, segundo o Direito Romano, criam um vínculo
obrigacional entre duas ou mais pessoas. Na época clássica, só os factos especificamente
determinados pelo ius civile eram considerados fontes de uma relação obrigacional. Com o
tempo e graças à atividade da iurisprudentia e à legislação imperial, o campo das
obligationes foi-se ampliando: algumas relações tuteladas pelo pretor tornaram-se
verdadeiras relações obrigacionais, sobretudo quando a sua função jurisdicional cessou e a
distinção entre o ius civile e o ius honorarium adquiriu um valor meramente histórico.

Transmissão das obrigações

Durante largos anos, o Direito Romano ignorou, excetuando a sucessão universal, a


transmissão duma relação obrigacional quer ativa quer passivamente, por revestir carácter
pessoal: o devedor só se obrigou perante o credor. Para ultrapassar esta dificuldade, a
iurisprudentia pós à disposição dos interessados meios indiretos que, todavia, se revelavam
imperfeitos. E só, mais tarde, a partir de Antonino Pio se foi permitindo a transmissão direta
em situações bem definida. A transmissão indireta e a evolução para a transmissão direta,
antes e na época justinianeia.

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Transmissão indireta

A delegatio era um meio utilizado para o devedor ou credor transmitir a sua posição numa
relação obrigacional. Além da transscription a persona in personam, podia realizar-se através
duma stipulatio dita novatória: a pedido do credor, o devedor obrigava-se a realizar a
prestação ao credor; ou novo devedor obrigava-se, perante o credor, a cumprir a obligatio
do antigo devedor, substituindo-o. Em qualquer caso, a primeira obligatio extinguia-se,
substituída pela segunda obligatio derivada da stipulatio feita entre o devedor e o novo
credor ou entre o credor e o novo devedor.

Transmissão direta

Ainda na época clássica, uma constitutio de Anino Pio reconheceu a transmissão direta de
créditos ao comprador duma herança, concedendo-lhe a faculdade de, em seu nome,
demandar os devedores do defunto com actiones utiles. Nas época pós-clássica e
justinianeia várias constitutiones reprimiram alguns abusos na cessão de créditos.

Direito Justinianeu

O sistema da concessão de actiones utiles foi generalizado por Justiniano, que também
concedeu a actio aos herdeiros dos donatários de um crédito, mesmo sem ter ocorrido a
litis contestatio. E ao mesmo tempo negou ao credor-cedente o direito de exigir o seu
crédito a partir do momento em que o credor-cessionário notificou o devedor da cessão.

Garantias pessoais

As garantias pessoais consistem em obligationes constituídas a favor de um credor por


pessoas distintas do devedor para reforçar o cumprimento duma obrigação principal. O
garante responde diretamente com a sua pessoa e indiretamente com o seu património. No
antigo Direito Romano, as garantias pessoais eram constituídas verbalmente em três formas:
sponsio, fidepromissio e fideiussio.

 Sponsio: a forma mais antiga de garantia pessoal, era uma promessa solene, de
origem sacral e exclusiva dos cives Romani. O seu formalismo era constituído pela
pergunta do credor e pela resposta do garante e criava uma obligatio entre o credor
e o sponsio através da qual esta garantia uma obrigação principal anteriormente
constituída.

 Fidepromissio: era uma promessa solene com que, invocando a deusa fides, cives
Romani e peregrini garantiam uma obligatio contraída verbalmente. O seu
formalismo era constituído pela pergunta do credor e pela correspondente resposta
do garante.

 Fideiussio: era uma garantia pessoal mais recente do que a sponsio e a


fidepromissio. Foi criada pela iurisprudentia provavelmente nos fins do século I a.c.,

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era acessível a cives Romani e a peregrini e consistia também numa pergunta que o
credor dirigia ao garante e na correspondente resposta.

Contrato: negócio jurídico com mais de duas declarações de vontade contrapostas que
convergem (compra e venda) destinado a produzir efeitos jurídicos (tutelado pelo Direito). O
negócio jurídico pode ser unilateral (só uma parte) e bilateral (contrato), é um ato voluntário
praticado pelo homem. Todos têm uma causa e implicam um consenso (acordo das partes),
nem todos são causais (abstratos) – a causa (fim prático pretendido pelas partes) é
irrelevante.

O contrato unilateral só gera obrigações para uma das partes, bilateral gera obrigações para
as duas partes, mas se não existe um prazo para cada uma das partes cumprir a obrigação,
nenhuma parte está obrigada a cumprir a sua obrigação sem que a outra, pelo menos, se
ofereça ara cumprir a sua obrigação, bilateral imperfeito, de inicio gera obrigação para
apenas uma das partes, mas pode, eventualmente e durante a sua execução, surgir
obrigação para a outra parte.

Dividem-se em 3 tipos: reais (dacio - propriedade, traditio - posse e mera detenção); formais
(literais, verbais) e consensuais.

Contratos formais: não basta o consenso. É necessário a forma ou formalismo (escrita ou


verbal).

Contratos consensuais: não necessitam de forma nem formalidade. Basta o consenso para a
perfeição do contrato (para que este produza efeitos jurídicos).

Contratos reais: neste tipo de contratos não basta o acordo das partes, sem a entrega da
coisa ou prática do ato material não há contrato (transferência de propriedade, da posse e
mera detenção) – Constituição*.

Implicam a constituição, transmissão ou extinção de direitos reais – efeitos*.

*Distinguem-se um do outro pelo momento em que os contratos começam a produzir


efeitos, ou seja, pelo momento em que o contrato está ou fica perfeito.

Contratos gratuitos e onerosos: gratuitos, implica perdas patrimoniais para uma das partes
(ex. contrato de comodato, de depósito), oneroso, implica perdas patrimoniais para ambas
as partes (ex. contrato de compra e venda)

CONTRATOS REAIS

Contrato Real: São aqueles que só se formam com a entrega efetiva da coisa, como no
mútuo, no depósito ou no de penhor. A entrega aí, não é o cumprimento do contrato, mas
sim o detalhe anterior, da própria celebração do contrato. A doutrina moderna critica o

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conceito de contrato real, mas, a espécie ainda é inafastável diante do nosso direito positivo
vigente. Os contratos reais são comumente unilaterais posto que se limitam à obrigação de
restituir a coisa entregue. Excecionalmente, podem ser bilaterais, como acontece no
contrato de depósito remunerado, a importância prática está em eu, enquanto não entregue
a coisa, não há obrigação gerada.

Contrato mútuo: é um contrato real, unilateral, gratuito, versa sobre coisas fungíveis
(passiveis de substituição sem perda de valor económico) e implica uma dacio (transmissão
de propriedade). Através da qual uma pessoa, que recebe de outra a propriedade de
determinada pecunia ou de outras res fungíveis, se obriga a restituir igual quantidade do
mesmo género e qualidade.

 Elementos:

 A datio rei: é a transferência da propriedade de determinada pecunia ou de


outras res igualmente fungíveis;

 A conventio: é o acordo das partes cujo objeto consiste na restituição da


pecunia ou de res da mesma natureza, qualidade e quantidade das res
mutuadas.

Contrato de fidúcia: é um contrato em que uma pessoa (fiduciante), utilizando um negócio


jurídico formal (mancipatio), transfere a propriedade duma res para outra pessoa
(fiduciário), que se obriga a restitui-la depois de realizado o fim definido num acordo
designado pactum fiduciae. A sua origem e evolução não são fáceis de determinar. GAIUS
não a inclui nos contratos reais. Terá surgido em plena época arcaica por volta do séc. IV
a.C.; mantendo plenamente o seu rigor ao longo da época clássica; começou a decair na
época clássica tardia ou no inicio da época pós-clássica; desapareceu na época justinianeia:
os textos do Digesto foram sistematicamente interpolados pelos compiladores que
substituíram a palavra fidúcia por pignus. A fidúcia foi aplicada para a satisfação de diversas
finalidades, destacamos:

 fiducia cum creditore: visava garantir uma obrigação. O garante (fiduciante)


transferia a propriedade de uma res ao credor (fiduciário) que se obrigava a restituí-
la após a satisfação da dúvida.

Elementos:

 mancipatio: negócio formal do ius civile onde se transmite o direito de


propriedade sobre coisas de grande valor. Roma distinguia coisas de
grande e pequeno valor.

 Pacto fiduciário: confiança, o que adquiriu o direito de propriedade


depois obriga-se a retransmiti-lo.

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 Fiducia cum amico: transferia-se a propriedade de uma res a uma pessoa leal, com
vista à prossecução de diversos fins.

Contrato Depósito: é um contrato bilateral imperfeito, gratuito e de boa fé em que uma


pessoa (depositante) entrega a outra (depositário) uma res móvel para que a guarde e
restitua num determinado prazo ou quando o depositante pedir. O depositário tem a
simples detenção da res que só lhe é confiada para custódia, portanto não a pode usar sob
pena de cometer um furtum usus.

 Responsabilidade do depositário pela perda ou deterioração:

 na época clássica, essa responsabilidade dependia de dolo porque, sendo o


contrato gratuito, não oferecia nenhuma utilidade ao depositário.

 Na época justinianeia, a responsabilidade foi ampliada ao limite da culpa lata.

 Da figura típica de depositum afastam-se os seguintes contratos:

 Depósito necessário: é o depósito que se faz em situações excecionais que


não permitem que a depositante escolha livremente o depositário;

 Sequestro: é o depósito de uma res litigiosa feito entre vários litigantes e um


terceiro que se obriga a res a quem vencer o litigio.

 Depósito irregular: transferência da propriedade de res fungíveis, obrigando-


se o depositário a restituir outro tantum do mesmo género e qualidade a
pedido do depositante.

Comodato: é um contrato bilateral imperfeito e de boa fé em que a pessoa (comodante)


entrega uma res móvel ou imóvel a outra pessoa (comodatário) para que a use
gratuitamente, durante certo tento. O comodatário torna-se simples detentor, mantendo-se
a propriedade e a posse no comodante.

 Obrigações:

 Comodatário – usar a res segundo o que foi acordado expressa ou


tacitamente com o comodante; a não deteriora-la; e a restituí-la nas mesmas
condições em que a recebeu.

 Comodante – a ressarcir os gastos necessários eu o comodatário fez para


conservar a res e também a indemnizar os danos eventualmente causados
quer pela res quer por si próprio.

Penhor: é um contrato bilateral imperfeito em que uma pessoa entrega a outra uma res para
garantir uma obrigação própria ou alheia. A cuja perfeição deste contrato é necessária a
traditio da res, produz duas relações distintas:

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 Um direito sobre a res a favor do credor da obrigação eu se pretende garantir;

 A obrigação de o credor pignoratício conservar e restituir a res depois da extinção da


obrigação atingida.

CONTRATOS CONSENSUAIS

Caracterizam-se pelo facto de a sua validade só depender do acordo das partes, que pode
manifestar-se de qualquer modo. Não é necessária uma forma determinada nem a entrega
da res. Inspiram-se no principio da boa fé.

Compra e venda: é o contrato consensual em que uma das partes (vendedor) se obriga a
transferir à outra (comprador) a posse de uma res e a assegurar-lhe o seu gozo pacifico.

 Elementos

 Conventio: é o acordo em que o vendedor se obriga a entregar (tradere) a


posse livre e pacifica da res vendida; e o comprador a pagar (solvere) o
pretium.

 Res: a sua posse livre e pacifica deve ser transferida ao comprador. Pode ser
corpórea ou não, presente ou futura.

 Pretium: “o preço deve consistir em ‘numerata pecunia’”

 Obrigações

 Vendedor: transferir a posse livre e pacifica da res; responder por evicção: é a


obrigação em que o vendedor, que assumiu a responsabilidade de assegurar a
posse pacifica da res, responde pela privação sofrida pelo comprador; cuidar
da res até à sua entrega: o limite desta responsabilidade divide a romanística,
dependia da culpa levis e responder pelos vícios ocultos da res: é a obrigação
em que o vendedor costumava garantir que a res vendida tinha
materialmente a consistência ou se encontrava nas condições determinadas
pelo acordo.

 Comprador: de transmitir a propriedade de pretium ao vendedor; de receber


a res a pedido do vendedor; de reembolsar o vendedor de gastos feitos para
conservar a res; de responder pelo risco.

Locação: contrato pelo qual o locador se obriga a proporcionar o gozo da coisa ao locatário.
Os elementos deste são:

 Consenso entre as partes, tendo o locatário de pagar um preço;

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 Objeto, a locação pode ter como objeto qualquer coisa;

 Prazo, na locação da coisa o prazo máximo são 30 anos, na locação de trabalho o


prazo não é eterno e na locação de obra é o prazo para o empreiteiro terminar;

 Remuneração, é necessário pagar um preço e distingue a locação do comodato.

 Obrigações

 Locador: proporcionar o gozo da coisa ao locatário (assegurar que a coisa está


em condições); ressarcir o locatário pelas obras que o locatário executou para
a conservação da coisa.

 Locatário: prestação pecuniária (renda); uso da coisa para fins a que se


destina; não pode praticar atos danosos (terá que ressarcir o locador por
esses danos), conservar a coisa e restituir a coisa no fim do prazo.

 Caducidade

 No final do prazo de duração da locação

 Se a coisa desaparecer

 Se houver antes um usufruto, a locação caduca no fim do usufruto

 Resolução do contrato de locação:

 Por parte do locador: pode resolver quando o locatário não pagar a


renda; usa a coisa para fim diverso; se precisar da coisa para si
próprio.

 Por parte do locatário: se o locador não entrega a coisa: entrega a


coisa com vícios ou defeitos não permitindo cumprir a sua finalidade e
se existir um temor grave à volta da coisa.

 Locação da coisa, do trabalho e da obra:

 Coisa, contrato pelo qual uma pessoa se obriga a proporcionar o gozo de uma
coisa durante um determinado tempo. É um contrato bilateral, oneroso e
consensual.

 Trabalho, o locador obriga-se o gozo de uma coisa ao locatário. Roma


inicialmente recusou, apenas existia a locação de coisa e se essa coisa fosse o
escravo. Atividade laboral da pessoa e não da pessoa em concreto. É um

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contrato pelo qual uma pessoa se obriga a ter uma ação laboral para com a
outra parte.

 Obra, o locador entrega uma matéria prima ao locatário, ficando este


obrigado a trabalhar a coisa e devolvê-la consoante uma remuneração caso
fosse o locatário a comprar a matéria – prima, já seria uma compra e venda.

Sociedade: é o contrato consensual em que duas ou mais pessoas se obrigam


reciprocamente a pôr em comum determinados bens ou trabalho com vista à obtenção de
um fim patrimonial comum. Contrato bilateral: gera obrigações para ambas as partes ou
para todas as partes; contrato oneroso: existem perdas patrimoniais para ambas as partes;
contrato consensual: consenso entre as partes.

 Elementos:

 Assenta no consenso entre as partes. Num forte laço de amizade entre os sócios,
se um deles sair esta extingue-se. Forte relação de fraternidade. Neste primeiro
elemento traduz-se em consenso entre as partes.

 Objeto, aquilo com que os sócios entram para a sociedade. Em Roma, a sociedade
não tem personalidade jurídica, ou seja, não é um sujeito de direito. Se 4 sócios
querem criar uma sociedade, um cede 1 imóvel, transfere o direito de propriedade
do sócio para todos.

 Finalidade, tem de ter um fim licito, útil ou vantajoso para os sócios.

 Sociedade universal – os sócios participam com todo o seu património.

 Sociedade com objeto especifico – sociedade com um só objeto.

 Obrigações

 Transferir património para a sociedade. A sua responsabilidade incide sobre


os vícios da entrada no mesmo molde da compra e venda.

Direitos dos sócios: Participação nos lucros/perdas; direito a ser reembolsado por despesas
e gerir os negócios de acordo com a finalidade.

 Apesar de a sociedade não ter personalidade jurídica, quase sempre se pode chamar
todos os sócios em primeiro lugar o património em copropriedade e em segundo o
lugar o património pessoal.

Extinção da sociedade: fim do seu prazo, objeto realizado, acordo dos sócios, património
perdido, morte de um dos sócios, um sócio expulso, execução patrimonial e ação de
prestação de contas.

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CONTRATO DE MANDATO

É um contrato consensual e bilateral imperfeito no qual uma pessoa (mandante) encarrega


outra (mandatário) de realizar uma determinada atividade no interesse do mandante, de um
terceiro, ou destes e do mandatário, que se obriga, por sua vez, a realizá-la gratuitamente.

 Elementos

 Consensus: é o acordo entre que dá e quem aceita.

 Objeto: é a atividade que o mandatário se obriga a realizar.

 Finalidade: o mandatum deve satisfazer um interesse do mandante, dum


terceiro ou conjuntamente também do mandatário.

 Obrigações

 Mandatário: realizar a atividade, dar/prestar contas de atividade.

 Mandante: suportar despesas do mandatário no exercício da atividade,


indemnizar danos sofridos pelo mandatário no exercício da atividade.

Mandato sem representação: mandatário atua em nome próprio, oculto a verdade.

 Extinção

 Extingue-se com a realização da atividade;

 Prazo chega ao fim;

 Livremente revogável pelo mandante;

 Renúncia do mandatário;

 Morte (do mandante ou do mandatário) – mandato caduca com a morte.


Também acontece no caso de diminuição de capacidade jurídica.

CONTRATOS INOMINADOS

Vinculo jurídico só surge quando uma das partes cumpre. Só surge obrigação quando a outra
parte cumpre com a sua obrigação ou prestação. Estes contratos assentam no cumprimento
da obrigação da prestação por uma das partes.

Permuta: na época pré-clássica, não era autónoma em relação à compra e venda, diziam
que eram a mesma coisa. Esta traduz-se na transferência do direito de propriedade de uma
coisa pela transferência do direito de propriedade de outra coisa, é uma troca. É diferente da
compra e venda pois esta última exige um preço, trata-se também de um contrato real, e

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esta permuta exige uma transferência do direito de propriedade por ambas as partes. Todo o
regime da compra e venda se aplica à permuta.

Estimatório: é um contrato em que a pessoa entrega a outra uma res ou mercadoria


determinada para que a venda pelo valor acordado e esta se compromete, num prazo
determinado, a pagar e a devolver a res.

 Elementos

 Entrega da res para que o accipiens a venda;

 Fixação do valor a pagar ao tradens;

 Obrigação alternativa de pagar o valor fixado ou restituir as res;

 Faculdade de fazer sua a diferença entre aquele valor e o pretium da venda.

Preçário: é um contrato em que uma pessoa concede gratuitamente a outra, a pedido desta,
o uso de uma res ou o exercício de um direito, com a faculdade de revogar, em qualquer
momento, a concessão.

Transação: é um contrato em que as partes põem fim ou evitam um litígio mediante


concessões recíprocas.

QUASE CONTRATOS

Ato unilateral do qual surgem obrigações (até para mais que uma pessoa).

Promessa unilateral: de realizar uma prestação. Votum: promessa feita por um sui iuris de
realizar uma prestação à divindade.

Gestão de negócios: a gestão de negócios verifica-se quando alguém de forma unilateral


inicia a gestão de negócios alheios, por sua iniciativa, no exclusivo interesse alheio. No
direito romano a gestão é útil quando o gestor atua um critério de homem normal (o que
um homem normal faria naquele caso concreto). No direito português a gestão é útil
quando o gestor atua de acordo com a vontade do dono de negócio.

Enriquecimento injusto: verifica-se quando uma pessoa enriquece sem causa jurídica. A
situação mais frequente ocorre quando alguma entrega uma res na convicção errada de que
cumpre uma obligatio: a solutio indebiti. Para o proteger o direito romano concede-lhe uma
actio pessoal denominada condictio. Esta e outras hipóteses em que a obrigação de restituir
não se oferece a um mutuum foram incluídas na categoria de quase-contrato. Indebiti
solutio verifica-se quando uma pessoa, julgando erradamente que está obrigada, realiza uma
prestação para extinguir a obligatio que na realidade não existe. Em consequência, o
accipiens fica obrigado a restituir o que recebeu com os eventuais frutos e acessões. Na
época clássica, esta obligatio resultava de a datio não ter causa. GAIUS classifica-a como

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obligatio re, recusa que a sua fonte seja um contractus, porque a vontade dos sujeitos
dirige-se à extinção duma relação jurídica. O dans era protegido com uma actio pessoal
denominada condictio indebiti que se fundava na aequitas.

DELITOS E QUASE DELITOS

Delitos - É um ato ilícito sancionado com uma pena. Pode ser:

 Público: ofende a comunidade romana. É punido com pena pública e denomina-se


por crime (crimen).

 Privado: ofende um individuo. É punido com pena privada pecuniária e denomina-se


delito (delictum ou maleficium).

Quase-delitos – atos ilícitos anuais. Não se transmitiam passivamente aos herdeiros do


autor do ato ilícito.

DIREITOS REAIS

Os jurisconsultos romanos não elaboraram uma noção de direito real. Na sua tendência de
configurar as relações jurídicas sob o aspeto mais processual do que substancial, não
deixaram de distinguir os direitos reais dos direitos de crédito, contrapondo as actiones in
rem às actiones in personam.

Propriedade privada: Todas as atividades que o proprietário pode realizar na sua res. Está-
lhe associado um conceito individualista e uma função social (expropriação pública,
planeamento urbanístico, restrição à utilização de água…)

A propriedade pode ser definida como: ius utendi et abutendi re sua, tirar todas as utilidades
da coisa sem destruir, ius fruir, retirar todos os rendimentos e/ou utilidades e ius dispor,
alienar ou destruir a coisa.

 Características da propriedade romana

 Confinidade: limitado por um espaço livre não inferior a 5 pés, que o rodeava.

 Absorvência: tudo o que está ou se incorpora no fundus pertence ao


proprietário do mesmo.

 Imunidade: o fundus não está onerado por quaisquer impostos ou encargos,


públicos ou privados.

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 Perpetuidade: não é possível constituir um direito de propriedade ad tempus.

Conteúdo e limitações ao direito de propriedade:

 Restrições

 Baseadas em interesses públicos

 Expropriação (pública) – principal causa: vias de comunicação –


obedece a dois princípios: indemnização do proprietário e só ocorre
se houver interesse público.

 Prédios rústicos Ribeirinhos (que confinam com o rio) – quem circular


no rio poderá ter necessidade de atracar e o proprietário é obrigado a
consentir.

 Trânsito público – os proprietários de prédios confinantes da estrada


tinham obrigação de conservar a estrada e de não a danificar. Se não
fosse possível usar a estrada poder-se-ia ter de fazer a circulação pelo
prédio e o proprietário suportar esta circunstância.

 Restrições urbanísticas – obrigação de manter certas características


dos prédios.

 Restrições de interesses privados

 Titular do prédio junto ao rio pode usar a água do rio, mas não pode
desviar o curso de água.

 Não se pode deixar crescer árvores ou construir muros, dessa forma


retirando a visibilidade aos prédios vizinhos. Nós só temos o abuso de
direito (art. 334º).

 Colheita de frutos – num terreno com inclinação, os frutos caem e


rolam para o terreno vizinho – o proprietário dos frutos tem direito a
ir buscá-los.

 Não podem fazer desvios artificiais das águas pluviais de modo a


conduzi-las para o terreno vizinho.

 Emissão de fumos, odores para o prédio vizinho.

 Teorias das influencias diretas e indiretas – são proibidas as


influências em que os efeitos da atividade só se projetam no prédio
vizinho.

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CONDOMINIO OU COMPROPRIEDADE

Condomínio é a pertença a várias pessoas de uma res ou de um conjunto de bens.


Constituía-se voluntária ou involuntária, segundo estivesse presente ou ausente a voluntas
das pessoas que acordavam pôr em comum determinado bem ou bens. Cada um só pode
dispor da sua quota, não pode hipotecar o prédio, apenas a sua quota (art. 1408º).

A compropriedade é tendencialmente provisória, porque qualquer um dos proprietários


pode a qualquer momento pedir a divisão da coisa. Se for coisa indivisível, quem pede a
divisão deve/tem de estar preparado para vender ou comprar a outra quota (art.1412º).

POSSE

Na época clássica, a posse foi considerada um poder de disposição, de facto, de uma res que
o possuidor exercia com intenção de lhe pertencer exclusivamente. A posse não é um
direito, quer ser, mas só se adquire pelo usucapião.

 Elementos

 Corpus: elemento material, que se identifica com os atos (materiais)


praticados numa res;

 Animus possidendi: elemento espiritual ou psicológico, que se traduz na


intenção de o possuidor atuar como se fosse proprietário (art. 1253º).

DIREITOS IN RE ALIENA – Servidões prediais

É um direito real sobre uma res aliena disciplinado por um conjunto de regras que lhe
transmitem autonomia e individualidade próprias.

 Regras

 A servidão não pode constituir-se sobre uma servidão;

 A servidão não pode consistir num facere;

 A servidão não pode ser constituída sobre uma res própria;

 A servidão deve satisfazer uma necessidade permanente e não transitória do


fundus dominante;

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 Os fundi dominante e serviente devem ser vizinhos, embora possam não ser
contíguos;

 A servidão é indivisível;

 Subsistem dúvidas sobre a liberdade de constituição ou se, pelo contrário,


havia tipos fixados que se impunham à voluntas dos interessados.

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USUFRUTO
É o direito real de usar (utendi) e desfrutar (fruendi) uma res aliena, respeitando a sua
consistência material e o seu destino económico. O uso da res não deve ser abusivo, há que
respeitar o estado atual e o destino económico da res (tal como o uso – direito
intransmissível, indivisível). Surgiu no século II a.C. em Roma. Este direito é o que mais
restringe o direito de propriedade. O proprietário só pode vender o prédio, mais nada. O
usufruto retira o uso e o fruto eu só pode dispor. O usufrutuário pode inclusive locar o
prédio. A locação caducará com o fim do usufruto (art. 1476º).

 Constituição

 Legatum: o legado terá sido praticado por muita frequência, permitindo ao


testador conceder a um terceiro.

 O ius utendi ac fruendi salva rerum substantia sobre uma res, ficando
o heres como a nuda proprietas;

 A nuda proprietas de uma res, ficando o heres com o usufruto;

 O usufruto e a outro terceiro (também legatório) a nuda proprietas.

 Adiudicatio: ocorria nos iudicia divisórios, atribuindo o iudex a nuda


proprietas e o usufruto a indivíduos diferentes;

 In iure cessio: é a cessão perante o magistrado, que se traduzia na confessio


do proprietário perante a vindicatio ususfructus do adquirente.

 Deductio em mancipatio: verificava-se, quando o proprietário transferia a


propriedade, mas reservava, para si, o usufruto.

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 Pactio e stipulatio: praticavam-se nos fundi provinciais.

 Longi temporis praescriptio: foi, também, um meio difundido no direito


justinianeu, embora provavelmente restrito a imóveis;

 Modos de aquisição ex lege: o usufruto foi concebido a quem se encontrasse


em determinadas relações pessoais com o proprietário.

 Extinção

 Renúncia: na época clássica, mediante in iure cessio, no direito justinianeu,


por ato não formal;

 Confusão: reunião, na mesma pessoa, das qualidades de proprietário e de


usufrutuário;

 Destruição, subtração ao comércio ou transformação de res numa nova


species;

 Não uso: na época clássica, durante um ou dois anos, consoante a res fosse
móvel ou imóvel, no direito justinianeu, durante dez ou vinte anos;

 Decurso do tempo para o qual o usufruto se constituiu;

 Morte do usufrutuário;

 Capitis deminutio do usufrutuário, reduzida, na época justinianeia, à maxima


ou media;

 Decurso de 100 anos no direito justinianeu, se constituído a favor de uma


pessoa jurídica.

QUASE USUFRUTO

Este direito foi estendido ao vestuário, aos créditos e às res incorpóreas. A sua relação com o
usufruto tem um carácter histórico, económico e prático, e não dogmático e sistemático: a
posição do quase usufrutuário aproxima-se mais do mutuário. Garantia a restituição de
tantundem eiusdem generisi et qualitatis – funcionava, um regime análogo ao que protegia
o usufrutuário interessado na cautio ususfructuaria.

USO

Terá sido o direito de usar uma res aliena sem a perceção dos seus frutos. É um direito
intransmissível, indivisível e sofria a mesma limitação imposta ao usufruto: o respeito pela
essência material e pelo destino económico-social da res. O usuário era obrigado a prestar

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uma cautio, dita usuária, com que garantia ao proprietário o uso diligente da res e a sua
restituição no termo de usus.

ENFITEUSE

É um direito real sobre uma res aliena, transmissível mortis causa e inter vivos, que atribui à
enfiteuta um poder praticamente análogo ao da propriedade, mediante o pagamento
periódico de uma renda, denominada canon desde o século IV.

 Tipos de concessões:

 Ius perpetuum: teve, como principal objeto, os fundi do fisco e foi uma
concessão irrevogável e não modificável.

 Ius rmphyteuticum: teve por objeto os fundi do património imperial e


dependia de renovação periódica, embora, na prática, fosse meramente
formal.

Cessava por destruição da fundus, confusão, renúncia, resgate, prescrição, não pagamento
dos ónus fiscais e do cânone durante 3 anos e pelo incumprimento das obrigações da
enfiteuta.

SUPERFICIE

Direito real, de gozo ou fruição: Direito de propriedade concedido a outro de edificar


no seu prédio. No direito português havia ainda a possibilidade de plantar. No direito
romano não tinha natureza real, mas sim obrigacional. Regime de locação quase de
certeza. No fórum romano regra geral, o solo pertencia ao povo. Na época do
imperador justiniano foi qualificado direito real. É um direito temporário ou
perpétuo, gratuito ou oneroso, livremente transmissível inter-vivos e mortis-causa.

Extinguia-se com a destruição do edifício, por renúncia, confusão e prescrição. Não


cessava como sanção pelo incumprimento do superficiário para com o proprietário. O
superficiário era protegido com todas as actiones e expedientes concedidos ao
proprietário.

DIREITOS REAIS DE GARANTIA

Permitem garantir o cumprimento de uma obrigação, porque concedem ao credor


um potencial poder direto sobre uma res aliena: embora seja titular deste direito a
partir do momento em que o incumprimento da obrigação se verifica.

Estes direitos são, no direito romano, direitos absolutos do credor sobre uma res,
válidos erga omnes e surgem de acordo de garantia entre o credor e o garante. São 3
garantias reais: fiducia cum creditore, o pignus e a hypotheca.

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Hipoteca: é um direito real sobre uma res (coisa) (aliena – alheia) que se traduz na
sua especial afetação ao cumprimento de uma obrigação. É uma das garantias reais
reconhecidas por Roma, e tanto como o penhor incide sobre coisa alheia. Houve a
necessidade de surgir uma 3ª figura, a hipoteca, onde não há transmissão do direito
de propriedade nem transmissão da posse, o que foi uma invenção romana. A
hipoteca tem também como característica ser acessória e indivisível.

Pignus: é um direito real sobre uma res aliena, destinado a garantir o cumprimento
de uma obligatio. Constituía-se através de um contrato real, bilateral imperfeito e
caracterizava-se pela cedência, ao credor, da mera detenção de uma res, que se
obrigava a conservar e a restituir após a satisfação do seu crédito.

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