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Direito comum europeu: é o direito romano elaborado em Roma que serviu de base ao
conjunto, para criar e influenciar, o ornamento jurídico dos países do ocidente.
Ocidente: com a queda do poder romano, dá-se o domínio da igreja. No século VII ao XII não
há economia, quase não há direito escrito nem escolas. O povo bárbaro traz um direito não
escrito, esta idade média é uma profunda decadência. A partir do século XII chega a
ocidente, ou seja, corpus iurius civilis. A obra do oriente chega a ocidente, começa a ser
estudada e passou a ser aplicada quando apareceu os tribunais e as universidades. Os
monarcas e os imperadores gastaram do direito com a contribuição da posse do poder. Vai
agradar à burguesia porque tem resposta para os seus problemas.
- Romano germânico
- Commolo: sistema anglo-saxónica
- Família socialista
- Direitos tradicionais e religiosos
Quando Roma começa a alargar aos Estrangeiros, o Ius Civile não funciona e desenvolve um
Direito de vocação universal, limpo de religião e formalismos pesados.
Aparece então o IUS GENTIUM.
130 a.c. – LEI DAS FÓRMULAS – concede poder aos magistrados para criarem Direito a partir
do caso concreto.
Estilização da casuística: criar modelos para futuro - criação de figuras de Direito a partir do
caso concreto. Retira tudo o que e conjuntural e separa tudo o que não seja juridicamente
essencial ou relevante.
Obrigação é um vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa tem a faculdade de exigir a
outra um comportamento positivo ou negativo. Difere de um direito real porque enquanto o
seu titular obtém o beneficio económico que este direito proporciona através da sua
atividade exercida sobre a res, o titular do direito de crédito somente obtém da conduta
positiva ou negativa do sujeito passivo. Consiste em:
Facere: realização duma atividade que não se traduz num dare. Pode consistir também
numa abstenção (non facere).
Praestare: identifica-se com dare e facere, mas designa especialmente assunção de garantia
duma obrigação.
O comportamento do sujeito passivo deve ser possível física e juridicamente, por isso, a
obrigação que tivesse por objeto uma prestação absolutamente impossível seria nula. Deve
ser ilícito e determinado, necessário saber em que consiste o comportamento para
determinar. Deve ter caracter patrimonial: proporcionar um benefício económico ao credor.
Origem
Por falta de elementos seguros, a origem da obligatio romana, que remota a uma época
muito antiga, constitui uma vexata quaestio que divide os historiadores do Direito Romano.
Há quem a veja nos grupos gentilícios pré-cívicos, partindo do pressuposto de que possuíam
uma identidade estrutural e organizacional interna. As relações entre estes grupos tinham
características comuns e eram tão frequentes que logo foram acolhidas na civitas romana.
Fontes
As fontes das obligationes são os factos que, segundo o Direito Romano, criam um vínculo
obrigacional entre duas ou mais pessoas. Na época clássica, só os factos especificamente
determinados pelo ius civile eram considerados fontes de uma relação obrigacional. Com o
tempo e graças à atividade da iurisprudentia e à legislação imperial, o campo das
obligationes foi-se ampliando: algumas relações tuteladas pelo pretor tornaram-se
verdadeiras relações obrigacionais, sobretudo quando a sua função jurisdicional cessou e a
distinção entre o ius civile e o ius honorarium adquiriu um valor meramente histórico.
Transmissão indireta
A delegatio era um meio utilizado para o devedor ou credor transmitir a sua posição numa
relação obrigacional. Além da transscription a persona in personam, podia realizar-se através
duma stipulatio dita novatória: a pedido do credor, o devedor obrigava-se a realizar a
prestação ao credor; ou novo devedor obrigava-se, perante o credor, a cumprir a obligatio
do antigo devedor, substituindo-o. Em qualquer caso, a primeira obligatio extinguia-se,
substituída pela segunda obligatio derivada da stipulatio feita entre o devedor e o novo
credor ou entre o credor e o novo devedor.
Transmissão direta
Ainda na época clássica, uma constitutio de Anino Pio reconheceu a transmissão direta de
créditos ao comprador duma herança, concedendo-lhe a faculdade de, em seu nome,
demandar os devedores do defunto com actiones utiles. Nas época pós-clássica e
justinianeia várias constitutiones reprimiram alguns abusos na cessão de créditos.
Direito Justinianeu
O sistema da concessão de actiones utiles foi generalizado por Justiniano, que também
concedeu a actio aos herdeiros dos donatários de um crédito, mesmo sem ter ocorrido a
litis contestatio. E ao mesmo tempo negou ao credor-cedente o direito de exigir o seu
crédito a partir do momento em que o credor-cessionário notificou o devedor da cessão.
Garantias pessoais
Sponsio: a forma mais antiga de garantia pessoal, era uma promessa solene, de
origem sacral e exclusiva dos cives Romani. O seu formalismo era constituído pela
pergunta do credor e pela resposta do garante e criava uma obligatio entre o credor
e o sponsio através da qual esta garantia uma obrigação principal anteriormente
constituída.
Fidepromissio: era uma promessa solene com que, invocando a deusa fides, cives
Romani e peregrini garantiam uma obligatio contraída verbalmente. O seu
formalismo era constituído pela pergunta do credor e pela correspondente resposta
do garante.
era acessível a cives Romani e a peregrini e consistia também numa pergunta que o
credor dirigia ao garante e na correspondente resposta.
Contrato: negócio jurídico com mais de duas declarações de vontade contrapostas que
convergem (compra e venda) destinado a produzir efeitos jurídicos (tutelado pelo Direito). O
negócio jurídico pode ser unilateral (só uma parte) e bilateral (contrato), é um ato voluntário
praticado pelo homem. Todos têm uma causa e implicam um consenso (acordo das partes),
nem todos são causais (abstratos) – a causa (fim prático pretendido pelas partes) é
irrelevante.
O contrato unilateral só gera obrigações para uma das partes, bilateral gera obrigações para
as duas partes, mas se não existe um prazo para cada uma das partes cumprir a obrigação,
nenhuma parte está obrigada a cumprir a sua obrigação sem que a outra, pelo menos, se
ofereça ara cumprir a sua obrigação, bilateral imperfeito, de inicio gera obrigação para
apenas uma das partes, mas pode, eventualmente e durante a sua execução, surgir
obrigação para a outra parte.
Dividem-se em 3 tipos: reais (dacio - propriedade, traditio - posse e mera detenção); formais
(literais, verbais) e consensuais.
Contratos consensuais: não necessitam de forma nem formalidade. Basta o consenso para a
perfeição do contrato (para que este produza efeitos jurídicos).
Contratos reais: neste tipo de contratos não basta o acordo das partes, sem a entrega da
coisa ou prática do ato material não há contrato (transferência de propriedade, da posse e
mera detenção) – Constituição*.
Contratos gratuitos e onerosos: gratuitos, implica perdas patrimoniais para uma das partes
(ex. contrato de comodato, de depósito), oneroso, implica perdas patrimoniais para ambas
as partes (ex. contrato de compra e venda)
CONTRATOS REAIS
Contrato Real: São aqueles que só se formam com a entrega efetiva da coisa, como no
mútuo, no depósito ou no de penhor. A entrega aí, não é o cumprimento do contrato, mas
sim o detalhe anterior, da própria celebração do contrato. A doutrina moderna critica o
conceito de contrato real, mas, a espécie ainda é inafastável diante do nosso direito positivo
vigente. Os contratos reais são comumente unilaterais posto que se limitam à obrigação de
restituir a coisa entregue. Excecionalmente, podem ser bilaterais, como acontece no
contrato de depósito remunerado, a importância prática está em eu, enquanto não entregue
a coisa, não há obrigação gerada.
Contrato mútuo: é um contrato real, unilateral, gratuito, versa sobre coisas fungíveis
(passiveis de substituição sem perda de valor económico) e implica uma dacio (transmissão
de propriedade). Através da qual uma pessoa, que recebe de outra a propriedade de
determinada pecunia ou de outras res fungíveis, se obriga a restituir igual quantidade do
mesmo género e qualidade.
Elementos:
Elementos:
Fiducia cum amico: transferia-se a propriedade de uma res a uma pessoa leal, com
vista à prossecução de diversos fins.
Obrigações:
Penhor: é um contrato bilateral imperfeito em que uma pessoa entrega a outra uma res para
garantir uma obrigação própria ou alheia. A cuja perfeição deste contrato é necessária a
traditio da res, produz duas relações distintas:
CONTRATOS CONSENSUAIS
Caracterizam-se pelo facto de a sua validade só depender do acordo das partes, que pode
manifestar-se de qualquer modo. Não é necessária uma forma determinada nem a entrega
da res. Inspiram-se no principio da boa fé.
Compra e venda: é o contrato consensual em que uma das partes (vendedor) se obriga a
transferir à outra (comprador) a posse de uma res e a assegurar-lhe o seu gozo pacifico.
Elementos
Res: a sua posse livre e pacifica deve ser transferida ao comprador. Pode ser
corpórea ou não, presente ou futura.
Obrigações
Locação: contrato pelo qual o locador se obriga a proporcionar o gozo da coisa ao locatário.
Os elementos deste são:
Obrigações
Caducidade
Se a coisa desaparecer
Coisa, contrato pelo qual uma pessoa se obriga a proporcionar o gozo de uma
coisa durante um determinado tempo. É um contrato bilateral, oneroso e
consensual.
contrato pelo qual uma pessoa se obriga a ter uma ação laboral para com a
outra parte.
Elementos:
Assenta no consenso entre as partes. Num forte laço de amizade entre os sócios,
se um deles sair esta extingue-se. Forte relação de fraternidade. Neste primeiro
elemento traduz-se em consenso entre as partes.
Objeto, aquilo com que os sócios entram para a sociedade. Em Roma, a sociedade
não tem personalidade jurídica, ou seja, não é um sujeito de direito. Se 4 sócios
querem criar uma sociedade, um cede 1 imóvel, transfere o direito de propriedade
do sócio para todos.
Obrigações
Direitos dos sócios: Participação nos lucros/perdas; direito a ser reembolsado por despesas
e gerir os negócios de acordo com a finalidade.
Apesar de a sociedade não ter personalidade jurídica, quase sempre se pode chamar
todos os sócios em primeiro lugar o património em copropriedade e em segundo o
lugar o património pessoal.
Extinção da sociedade: fim do seu prazo, objeto realizado, acordo dos sócios, património
perdido, morte de um dos sócios, um sócio expulso, execução patrimonial e ação de
prestação de contas.
CONTRATO DE MANDATO
Elementos
Obrigações
Extinção
Renúncia do mandatário;
CONTRATOS INOMINADOS
Vinculo jurídico só surge quando uma das partes cumpre. Só surge obrigação quando a outra
parte cumpre com a sua obrigação ou prestação. Estes contratos assentam no cumprimento
da obrigação da prestação por uma das partes.
Permuta: na época pré-clássica, não era autónoma em relação à compra e venda, diziam
que eram a mesma coisa. Esta traduz-se na transferência do direito de propriedade de uma
coisa pela transferência do direito de propriedade de outra coisa, é uma troca. É diferente da
compra e venda pois esta última exige um preço, trata-se também de um contrato real, e
esta permuta exige uma transferência do direito de propriedade por ambas as partes. Todo o
regime da compra e venda se aplica à permuta.
Elementos
Preçário: é um contrato em que uma pessoa concede gratuitamente a outra, a pedido desta,
o uso de uma res ou o exercício de um direito, com a faculdade de revogar, em qualquer
momento, a concessão.
QUASE CONTRATOS
Ato unilateral do qual surgem obrigações (até para mais que uma pessoa).
Promessa unilateral: de realizar uma prestação. Votum: promessa feita por um sui iuris de
realizar uma prestação à divindade.
Enriquecimento injusto: verifica-se quando uma pessoa enriquece sem causa jurídica. A
situação mais frequente ocorre quando alguma entrega uma res na convicção errada de que
cumpre uma obligatio: a solutio indebiti. Para o proteger o direito romano concede-lhe uma
actio pessoal denominada condictio. Esta e outras hipóteses em que a obrigação de restituir
não se oferece a um mutuum foram incluídas na categoria de quase-contrato. Indebiti
solutio verifica-se quando uma pessoa, julgando erradamente que está obrigada, realiza uma
prestação para extinguir a obligatio que na realidade não existe. Em consequência, o
accipiens fica obrigado a restituir o que recebeu com os eventuais frutos e acessões. Na
época clássica, esta obligatio resultava de a datio não ter causa. GAIUS classifica-a como
obligatio re, recusa que a sua fonte seja um contractus, porque a vontade dos sujeitos
dirige-se à extinção duma relação jurídica. O dans era protegido com uma actio pessoal
denominada condictio indebiti que se fundava na aequitas.
DIREITOS REAIS
Os jurisconsultos romanos não elaboraram uma noção de direito real. Na sua tendência de
configurar as relações jurídicas sob o aspeto mais processual do que substancial, não
deixaram de distinguir os direitos reais dos direitos de crédito, contrapondo as actiones in
rem às actiones in personam.
Propriedade privada: Todas as atividades que o proprietário pode realizar na sua res. Está-
lhe associado um conceito individualista e uma função social (expropriação pública,
planeamento urbanístico, restrição à utilização de água…)
A propriedade pode ser definida como: ius utendi et abutendi re sua, tirar todas as utilidades
da coisa sem destruir, ius fruir, retirar todos os rendimentos e/ou utilidades e ius dispor,
alienar ou destruir a coisa.
Confinidade: limitado por um espaço livre não inferior a 5 pés, que o rodeava.
Restrições
Titular do prédio junto ao rio pode usar a água do rio, mas não pode
desviar o curso de água.
CONDOMINIO OU COMPROPRIEDADE
POSSE
Na época clássica, a posse foi considerada um poder de disposição, de facto, de uma res que
o possuidor exercia com intenção de lhe pertencer exclusivamente. A posse não é um
direito, quer ser, mas só se adquire pelo usucapião.
Elementos
É um direito real sobre uma res aliena disciplinado por um conjunto de regras que lhe
transmitem autonomia e individualidade próprias.
Regras
Os fundi dominante e serviente devem ser vizinhos, embora possam não ser
contíguos;
A servidão é indivisível;
USUFRUTO
É o direito real de usar (utendi) e desfrutar (fruendi) uma res aliena, respeitando a sua
consistência material e o seu destino económico. O uso da res não deve ser abusivo, há que
respeitar o estado atual e o destino económico da res (tal como o uso – direito
intransmissível, indivisível). Surgiu no século II a.C. em Roma. Este direito é o que mais
restringe o direito de propriedade. O proprietário só pode vender o prédio, mais nada. O
usufruto retira o uso e o fruto eu só pode dispor. O usufrutuário pode inclusive locar o
prédio. A locação caducará com o fim do usufruto (art. 1476º).
Constituição
O ius utendi ac fruendi salva rerum substantia sobre uma res, ficando
o heres como a nuda proprietas;
Extinção
Não uso: na época clássica, durante um ou dois anos, consoante a res fosse
móvel ou imóvel, no direito justinianeu, durante dez ou vinte anos;
Morte do usufrutuário;
QUASE USUFRUTO
Este direito foi estendido ao vestuário, aos créditos e às res incorpóreas. A sua relação com o
usufruto tem um carácter histórico, económico e prático, e não dogmático e sistemático: a
posição do quase usufrutuário aproxima-se mais do mutuário. Garantia a restituição de
tantundem eiusdem generisi et qualitatis – funcionava, um regime análogo ao que protegia
o usufrutuário interessado na cautio ususfructuaria.
USO
Terá sido o direito de usar uma res aliena sem a perceção dos seus frutos. É um direito
intransmissível, indivisível e sofria a mesma limitação imposta ao usufruto: o respeito pela
essência material e pelo destino económico-social da res. O usuário era obrigado a prestar
uma cautio, dita usuária, com que garantia ao proprietário o uso diligente da res e a sua
restituição no termo de usus.
ENFITEUSE
É um direito real sobre uma res aliena, transmissível mortis causa e inter vivos, que atribui à
enfiteuta um poder praticamente análogo ao da propriedade, mediante o pagamento
periódico de uma renda, denominada canon desde o século IV.
Tipos de concessões:
Ius perpetuum: teve, como principal objeto, os fundi do fisco e foi uma
concessão irrevogável e não modificável.
Cessava por destruição da fundus, confusão, renúncia, resgate, prescrição, não pagamento
dos ónus fiscais e do cânone durante 3 anos e pelo incumprimento das obrigações da
enfiteuta.
SUPERFICIE
Estes direitos são, no direito romano, direitos absolutos do credor sobre uma res,
válidos erga omnes e surgem de acordo de garantia entre o credor e o garante. São 3
garantias reais: fiducia cum creditore, o pignus e a hypotheca.
Hipoteca: é um direito real sobre uma res (coisa) (aliena – alheia) que se traduz na
sua especial afetação ao cumprimento de uma obrigação. É uma das garantias reais
reconhecidas por Roma, e tanto como o penhor incide sobre coisa alheia. Houve a
necessidade de surgir uma 3ª figura, a hipoteca, onde não há transmissão do direito
de propriedade nem transmissão da posse, o que foi uma invenção romana. A
hipoteca tem também como característica ser acessória e indivisível.
Pignus: é um direito real sobre uma res aliena, destinado a garantir o cumprimento
de uma obligatio. Constituía-se através de um contrato real, bilateral imperfeito e
caracterizava-se pela cedência, ao credor, da mera detenção de uma res, que se
obrigava a conservar e a restituir após a satisfação do seu crédito.