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Trabalho de Microeconometria
6º período matutino
Belo Horizonte – MG
Novembro/2022
Parte A – Resumo do Artigo
A metodologia utilizada foi uma combinação da técnica FDH e regressão Tobit. O Free
Disposal Hull (FDH) é um modelo que determina uma fronteira de possibilidades de
produção que representa a combinação dos melhores resultados observados em uma
amostra, além de medir a relativa ineficiência dos produtores dentro da fronteira de
possibilidade de produção, medida pela distância da fronteira. A regressão Tobit assume
uma distribuição normal censurada. A variável dependente foi o logaritmo do inverso
do Índice de Ecoeficiência e as variáveis explicativas foram, também em logaritmo:
Rebanho Total/Área Total; Formação Bruta de Capital Fixo; Consumo de Energias de
Combustíveis Fósseis (% do total de energia utilizada); Taxa de Alfabetização de
Adultos; Qualidade do Governo e Rendas de Carvão (% do PIB).
Como principais conclusões, foi observado que a ecoeficiência média diminuiu de 1991
para 2012, confirmando possivelmente que os países não estão comprometidos em
diminuir os impactos ambientais causados pelas atividades produtivas, populacional e
de consumo. Apenas 9 dos 51 países alcançaram a nota máxima em algum momento do
período estudado e apenas 2 alcançaram a nota máxima em todos os anos estudados. Era
esperado que os países desenvolvidos obtivessem os melhores resultados, já que se
deduz que estes investem mais em pesquisas científicas e tecnológicas na busca por
continuar produzindo em ritmo acelerado, mas com menos impactos ao meio ambiente.
Quando se analisa os maiores índices, percebe-se que há essa dominância, no entanto,
países em desenvolvimento também alcançaram bons resultados, como Uruguai,
Nicarágua e Honduras, sinalizando que a riqueza do país não dimensiona totalmente a
sua capacidade de gerir e inovar em políticas ambientais. O estudo revela também que
países ricos, emergentes e pobres estão poluindo o meio ambiente, mas os ricos e
emergentes poluem em uma parcela bem maior, já que produzem mais e,
consequentemente, emitem mais gases de efeito estufa. Os resultados obtidos através da
regressão Tobit foi que as variáveis Formação Bruta de Capital Fixo, Consumo de
Combustíveis Fósseis e Rendas de Carvão possuem efeito negativo sobre o IE, enquanto
as variáveis Taxa de Alfabetização de Adultos e Qualidade do Governo geram um efeito
positivo, confirmando os efeitos esperados. Das seis variáveis utilizadas, somente
Rebanho Total/Área Rural não se mostrou significativa, embora tenha obtido o sinal
esperado (negativo).
O cálculo de ecoeficiência foi feito baseado na divisão do PIB pelo nível de emissões
totais de gases de efeito estufa. Espera-se que a ecoeficiência seja maior quando as
emissões diminuírem para o mesmo valor de PIB. O IE varia entre 0 e 1, sendo que
quanto mais próximo de 1, mais ecoeficiente é o país.
O outro método utilizado foi o Tobit para o modelo de regressão, com o intuito de
encontrar os betas de cada variável escolhida.
Os autores utilizaram o Tobit por ele ser um método de censura, ou seja, com uma
limitação imposta à mensuração da variável dependente, impedindo que a regressão
estime parâmetros para valores inferiores ou superiores da variável dependente. A ideia
no estudo em questão é modelar a probabilidade de ocorrência de zeros para “y”
menores que zero, enquanto o restante das observações é modelado utilizando a
densidade de probabilidade da normal padrão. Para adequar os dados no modelo, o IE
foi utilizado em forma do logaritmo de sua inversa, obtendo assim resultados contínuos
e não negativos para a variável dependente (o IE varia entre 0 e 1, o que representaria
duas censuras necessárias). A diferença dele para o modelo de MQO é que ele consegue
censurar dados. Caso fosse utilizado o MQO, os parâmetros estimados levariam em
consideração os valores abaixo de zero, mesmo eles não sendo possíveis, o que
resultaria em estimativas viesadas e inconsistentes.
Outra sugestão é a utilização de dados em painel para a regressão, a fim de se fazer uma
análise dinâmica do Índice de Ecoeficiência nos 51 países mais completa. O resultado
nos permitiria analisar se o efeito de cada variável dependente utilizada no modelo
sofreu alteração ao longo do tempo, o que traria respostas mais assertivas para o
subsídio de implementação de políticas ambientais e econômicas nos países. Para
criarmos um bom modelo, precisamos de estimativas consistentes e precisas para os
coeficientes. Como o período de tempo analisado é relativamente longo, preferimos o
modelo de efeito aleatório ao de efeito fixo. Sugerimos então que a modelagem dos
dados seja feita através de Mínimos Quadrados Generalizados, calculando a equação
com o fator de transformação. Para garantir, pode ser realizado o teste de Hausman, cuja
hipótese nula é de efeito aleatório. Se o P-valor for menor que 10%, usa-se o modelo
com efeitos fixos. Caso contrário, nossa interpretação estaria certa e o modelo a ser
usado é o de Efeito Aleatório.
Referências Bibliográficas
MOREIRA, Ney Paulo; CUNHA, Nina Rosa da Silveira Cunha; FERREIRA, Marco
Aurélio Marques; SILVEIRA, Suely de Fátima Ramos. Fatores Determinantes da
Eficiência dos Programas de Pós-Graduação Acadêmicos em Administração,
Contabilidade e Turismo. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v.16, n. 1, p. 201-230,
mar. 2011. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/aval/a/xHXtYyNKbVFLW38XhJVTC6b/?
format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 21 nov. 2022.