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TAXAÇÃO DE

CARBONO
10/2023
CONFIDENCIAL E PRIVILEGIADO

AVISO LEGAL

Este relatório foi elaborado pela DEEP para o Banco BV no contexto do


projeto Observatório ESG, e tem como objetivo fornecer uma análise dos
possíveis impactos dos setores da economia brasileira diante da
ocorrência de uma taxação das emissões de carbono sobre os setores da
economia.

Este relatório não constitui nem deve ser interpretado como oferta ou
solicitação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro, ou
de participação em uma determinada estratégia de negócios em
qualquer jurisdição.

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NOSSA MISSÃO

Fundada em 2020, a DEEP é uma startup brasileira que desenvolve


soluções tecnológicas para a identificação e aferição de impactos
associados às atividades de empresas e organizações. Para isso, a
empresa mantém um núcleo de pesquisa multidisciplinar em
sustentabilidade, cujos resultados podem ser utilizados no
dimensionamento de fatores de impactos sociais e ambientais, bem
como das atividades de pessoas físicas e outras atividades sociais.

Nossa missão é resolver um dos maiores desafios atuais ligados à


sustentabilidade, isto é, calcular os impactos e produzir as principais
divulgações ESG de uma maneira uniforme e globalmente escalonável.

Para mais informações visite: https://deepesg.com/

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ÍNDICE

Impactos da taxação da emissão de CO2e na economia brasileira…………….. 5

Metodologia……………………………………………………………………………………………………………………… 6

Resultados………………………………………………………………………………………………………………………… 8

Impactos sobre o custo de vida………………………………………………………………………………. 9

Inserção brasileira nas cadeias globais de emissão……………………………………….. 11

Conclusões………………………………………………………………………………………………………………………. 19

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IMPACTOS DA TAXAÇÃO DA EMISSÃO DE CO2e NA


ECONOMIA BRASILEIRA1

Este estudo traz estimativas sobre os impactos da eventual taxação da


emissão de CO2e (gás carbônico equivalente) sobre todos setores da
economia brasileira.

Para tanto, utilizamos a matriz de insumos-produtos (MIP) publicada


pelo NEREUS/USP2 para o ano de 2009 com o respectivo vetor de
emissões setoriais para 56 setores da economia brasileira. Os dados da
MIP e do vetor de emissões foram ajustados para o ano de 2019 a partir
de dados de crescimento e inflação.

As estimativas foram realizadas sob a hipótese de uma taxação


horizontal3 de R$ 50,00 por tCO2e (cinquenta reais a cada tonelada de
CO2e emitida), considerando o valor total de produção durante o ano de
2019.

Devido às características da análise de insumos-produtos, o resultado


incorpora não apenas o impacto direto sobre cada setor mas também os
efeitos indiretos sobre os custos de todos os demais setores devido à
interdependência entre os setores, dado que ocorrem trocas de insumos
entre eles. Assim, quando a taxação atinge um setor, por exemplo, a
produção de cimento, o aumento de custos desse setor vai também
produzir aumento nos custos de todos os outros setores que consomem
cimento como insumo, como é o caso evidente do setor de construção
civil. Logo, o aumento dos custos devido à taxação de carbono para o
setor de construção civil não dependerá apenas da taxação de suas
próprias emissões, mas também da taxação de todos os insumos por ele
consumidos.

1
Preparado por Mauro Zackiewicz para DEEP e Banco BV em dezembro de 2022.
2
Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP. Os dados originais podem ser obtidos em
http://www.usp.br/nereus/
3
O valor de R$ 50 por tCO2e aproxima-se, em 2022, de U$ 10 por tCO2e que é perto do preço dessa
emissão no mercado de carbono. A metodologia pode ser aplicada para outros valores de
taxação e pode se ajustar à hipótese de taxação não horizontal, na qual determinados setores
seriam mais ou menos taxados por decisões estratégicas ou políticas.

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METODOLOGIA

Para efetivar o cálculo do impacto de uma taxação sobre os preços


praticados nos setores, empregou-se o Modelo de Leontief em versão
cost-push, isto é, considerando que as quantidades produzidas
permanecem fixas enquanto os preços mudam.4

Nesse caso, a variação no vetor de preços (𝚫P) é dada por qualquer uma
das seguintes equações matriciais:

𝚫P' = 𝚫C'.L (preços e custos como vetor linha), ou

𝚫P = L'.𝚫C (preços e custos como vetor coluna e L transposta)

Onde L é a matriz de Leontief para a economia brasileira em 2019 (56


setores) e 𝚫C é o vetor com as variações nos custos dos insumos devido à
taxação.

O vetor 𝚫C é expresso em forma de taxa (%), de modo que o vetor 𝚫P


também será obtido como taxa (%)

𝚫Ci = (taxação das tCO2 emitidas no ano)i / (valor bruto da produção)i

Cada elemento de 𝚫C corresponde à taxação total do CO2e emitido no


ano (que por sua vez depende da quantidade de toneladas de CO2e que
foram emitidas pelo setor i) dividida pelo valor bruto da produção do
mesmo setor. Assim, temos o custo total relativo dessa taxação para
cada setor.

Por exemplo, no caso da agricultura, temos:

● Valor Bruto da Produção 2019: R$ 323,882 milhões


● Emissões em 2019: 28,768 Kt CO2e => 28,767,935 t CO2e

À R$ 50,00 a tonelada, o total da taxação será R$ 1,438,396,735, e isto é


interpretado como custo adicional a ser computado como insumo
primário.

𝚫Cagr = R$ 1,438,396,735 / R$ 323,882 milhões = 0.44 % (impacto direto


do aumento de preço sobre o produto da agricultura)

4
Miller, Ronald E., and Peter D. Blair. Input-output analysis: foundations and extensions.
Cambridge university press, 2009, p. 44.
Esta hipótese difere do uso tradicional da matriz de insumo-produto que considera o mudança
nas quantidades produzidas a partir de um choque na demanda. A versão do modelo aqui
empregada é utilizada para estimar a propagação dos custos dada a mudança do custo de um
determinado insumo, taxas, salários ou margem de lucro.

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Este impacto, porém, vai repercutir nos demais setores que utilizam
insumos da agricultura, e a agricultura também vai ser impactada pelo
aumento dos custos dos demais setores.

Aplicando o modelo cost-push de Leontief descobrimos que:

𝚫Pagr = 0.87 % (impacto total sobre o preço do produto da agricultura,


incluindo a repercussão dos aumentos em todos os setores)

𝚫Pag*VBP = R$ 2,821,737,242 (impacto total em preço absoluto)

Os cálculos acima aplicados a todos os setores estão em planilha anexa a


este relatório.

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RESULTADOS

Os impactos de uma suposta taxação de carbono horizontal de R$ 50,00


por tCO2e, obtidos a partir dos dados e metodologia acima descritos,
atingem de forma desigual os diferentes setores. Os setores mais
afetados em termos de aumento nos custos de produção (em %, com
dados de 2019) seriam:

Aumento Setores mais afetados


13.85% Pecuária e pesca
9.45% Cimento
4.38% Outros da indústria extrativa
3.81% Fabricação de aço e derivados
3.11% Alimentos e Bebidas
2.18% Transporte, armazenagem e correio
2.17% Outros produtos de minerais não-metálicos
1.75% Metalurgia de metais não-ferrosos
1.51% Produtos químicos
1.50% Refino de petróleo e coque
1.28% Petróleo e gás natural
1.16% Álcool
1.11% Tintas, vernizes, esmaltes e lacas

Os demais setores da economia seriam afetados a taxas inferiores a 1,1%


(eles podem ser consultados na planilha).

Como em todo modelo de estimativa, existem limitações que precisam


ser mencionadas. São elas:

o O modelo não considera a eventual taxação sobre o desmatamento


o O modelo não considera os efeitos de substituição de insumos e de
mudança de tecnologia
o Essas estimativas não levam em consideração o mercado externo e
os aumentos ou diminuições de custos devido a importações não
sujeitas a taxação.

De todo modo, mais importante do que a quantificação do impacto, a


análise lança luz sobre quais setores mais sofrerão os impactos e assim
serão forçados a buscar alternativas tecnológicas e financiamento para

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se adequarem. Serão principalmente os setores apontados acima que


correrão risco competitivo e precisarão ser monitorados de perto. O total
de custos adicionais imposta pela taxação em toda a economia somaria
R$ 48.2 bilhões/ano, sendo que parte substancial desse montante
provavelmente será revertida para financiar mudanças tecnológicas.

Do ponto de vista quantitativo vale a pena mencionar que o impacto


responde de modo linear à variação na taxação. Assim, por exemplo, um
imposto duas vezes maior (R$ 100) duplicaria todos os impactos, sem, no
entanto, modificar a ordenação dos setores mais afetados.

IMPACTOS SOBRE O CUSTO DE VIDA

Para estimar o aumento dos preços ao consumidor, selecionamos


alguns dos subitens mais relevantes dentro de cada categoria da cesta
de consumo utilizada pelo IBGE para o cálculo do IPCA 20195, levando
em consideração sua presença nos diferentes setores mapeados na MIP.

Assim, por exemplo, o item alimentação e bebidas pesa 18,99% na cesta


de consumo típica do brasileiro, mas dentro desse item há muitos
subitens, com destaque para produtos como carnes in natura e
industrializada e leites e derivados que, por sofrerem aumento
substancialmente maior, precisam ser destacados. Os itens que não
foram destacados dessa forma foram mantidos dentro do subitem
outros. Assim, a conta pode ser melhor aproximada, multiplicando a
participação de cada item de consumo pelos fatores de aumento de
preços obtidos pelo modelo da MIP.

Participação Aumento Setor MIP


Produtos Impacto
no consumo de preço (aproximado)
Alimentação e bebidas 18.99%
(outros) 14.63% 3.11% Alimentos e Bebidas 0.45%

Carnes 2.14% 13.85% Pecuária e pesca 0.30%


Carnes e peixes
0.64% 13.85% Pecuária e pesca 0.09%
industrializados

Leites e derivados 1.57% 13.85% Pecuária e pesca 0.22%

Habitação 15.16%
Serviços imobiliários
(outros) 10.09% 0.04% 0.00%
e aluguel
Cimento 0.03% 9.45% Cimento 0.00%
Gás de botijão 1.08% 1.50% Refino de petróleo e 0.02%

https://ftp.ibge.gov.br/Precos_Indices_de_Precos_ao_Consumidor/IPCA/Atualizacao_das_Estrutur
as_POF2017-2018/Estruturas_para_divulgacao_out19_atualizadas.zip

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coque
Eletricidade e gás,
Energia elétrica
3.96% 0.62% água, esgoto e 0.02%
residencial
limpeza urbana
Artigos de residência 4.02%
(outros) 0.31% 0.20% Comércio 0.00%
Móveis e produtos
Móveis e utensílios 1.88% 0.49% das indústrias 0.01%
diversas
Aparelhos Máquinas, aparelhos
1.82% 0.71% 0.01%
eletroeletrônicos e materiais elétricos
Artigos do vestuário
Vestuário 4.80% 0.26% 0.01%
e acessórios
Transportes 20.84%
Transporte,
(outros) 8.56% 2.18% armazenagem e 0.19%
correio
Transporte,
Transporte público 3.16% 2.18% armazenagem e 0.07%
correio
Automóveis,
Automóvel novo 3.10% 0.67% camionetas e 0.02%
utilitários
Combustíveis Refino de petróleo e
6.01% 1.50% 0.09%
(veículos) coque
Saúde e cuidados
13.46%
pessoais
Perfumaria, higiene
(outros) 4.11% 0.63% 0.03%
e limpeza
Produtos
Produtos
farmacêuticos e 3.93% 0.39% 0.02%
farmacêuticos
óticos
Serviços de saúde 5.41% 0.23% Saúde mercantil 0.01%
Serviços prestados
Despesas pessoais 10.60% 0.38% às famílias e 0.04%
associativas
Educação 5.95% 0.16% Educação mercantil 0.01%
Serviços de
Comunicação 6.19% 0.15% 0.01%
informação
100.00% 1.62%

Os itens de Alimentação e de Transporte seriam os mais afetados,


enquanto outros componentes importantes do consumo, tais como a
Habitação, a Saúde e a Educação sofreriam impactos reduzidos.

No agregado, o aumento de custos sobre o custo de vida seria de 1,62%.

Novamente é importante pontuar as limitações dessa modelagem:

o Ela não considera efeitos de substituição (por exemplo, a


substituição de carne por ovos ou outras proteínas e a adoção de
alternativas de transporte)
o O detalhamento dos itens da cesta de consumo é maior que o da
MIP e, portanto, a harmonização é aproximada

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o As estimativas sobre o custo de vida herda as limitações das


estimativas para os setores via MIP

INSERÇÃO BRASILEIRA NAS CADEIAS GLOBAIS DE


EMISSÃO
O modelo descrito acima trata a economia brasileira isolada da do resto
do mundo. Em que pese o relativo isolamento do Brasil com relação aos
fluxos globais de mercadorias, é importante considerar essa dimensão
de análise em virtude dos riscos geopolíticos e de uma maior clareza
sobre quais seriam as vantagens comparativas da produção no Brasil
vis-a-vis no resto do mundo.

Há uma tendência, ainda que um tanto difusa, de uma progressiva


adoção de instrumentos de taxação de emissões de carbono nas
transações internacionais. A União Européia, por exemplo, acaba de
aprovar um primeiro instrumento nesse sentido, focado em importações
de ferro, aço, cimento, alumínio, fertilizantes, eletricidade e hidrogênio,
além de produtos manufaturados baseados fortemente nessas
matérias-primas.6

Nesse contexto, é relevante saber o quanto a produção de, por exemplo,


alumínio no Brasil emite a mais ou a menos que em outros países. Essa
informação permite especular como se comportará a competitividade
do setor, se será prejudicado ou eventualmente beneficiado.

As melhores bases de dados para a análise global que encontramos são


os do projeto WIOD (World Input Output Database), financiado pela
União Europeia.7. Esta é uma matriz harmonizada que cobre 56 setores
(ISIC.4) e traz estimativas para todas as transações comerciais entre 43
países e o resto do mundo em 2014 (último ano disponível).

Os países incluídos são: 'AUS', 'AUT', 'BEL', 'BGR', 'BRA', 'CAN', 'CHE', 'CHN',
'CYP', 'CZE', 'DEU', 'DNK', 'ESP', 'EST', 'FIN', 'FRA', 'GBR', 'GRC', 'HRV', 'HUN',
'IDN', 'IND', 'IRL', 'ITA', 'JPN', 'KOR', 'LTU', 'LUX', 'LVA', 'MEX', 'MLT', 'NLD', 'NOR',
'POL', 'PRT', 'ROU', 'RUS', 'SVK', 'SVN', 'SWE', 'TUR', 'TWN', 'USA', 'ROW' (Rest
Of World), dispostos nesta ordem na matriz. Trata-se de uma matriz com
2464 linhas e colunas que permite identificar as transações de
importação e exportação por setor entre cada um dos 44 territórios
considerados.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2022/12/13/uniao-europeia-adota-imposto-inedito-s
obre-carbono-emitido-por-produtos-importados-ao-bloco.htm
7
https://www.rug.nl/ggdc/valuechain/wiod/?lang=en
Existe também uma matriz de insumos-produto global construída pela CEPAL, porém sem os
dados harmonizados para as emissões de carbono.

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O projeto WIOD também publica vetores de emissões perfeitamente


compatíveis com o recorte da MIP-mundo: 56 setores em 44 países e
ano de referência 2014, com valores expressos em kt de CO2e emitidos
durante o ano.

A manipulação eficiente desses dados transcende a capacidade


ordinária das planilhas. Por isso, os cálculos foram realizados na
plataforma Colab do Google, empregando scripts em python e acesso
aos dados já pré-processados via serviço S3 da AWS. O endereço para o
acompanhar os detalhes do processamento dos dados é:

https://colab.research.google.com/drive/1RuOZy1QKNhAOArnsi0c432D2x
z8vKlB3

Essencialmente, a metodologia para a MIP Mundo acompanha os passos


da metodologia para a MIP Brasil, aplicando horizontalmente a todas os
setores em todos os países a taxação de U$ 10,00 por tCO2e.

Comparativamente ao modelo anterior, restrito à produção realizada


dentro do país, neste modelo global, a linha que concentra as
importações no modelo nacional se desdobra em 2408 novas linhas
representando a importação vinda de cada um dos 56 setores dos
demais 43 países dispostos na MIP mundo. Cada item importado de
cada país irá somar emissões de CO2e à produção local segundo o
padrão de emissões observado no país de origem. Os custos em cada
país subirão proporcionalmente ao aumento dos custos de produção
nos demais países e à parcela desses insumos empregada na produção
local.

A tabela de resultados a seguir mostra o impacto sobre os custos de


uma taxação global de U$ 10,00 nos diferentes setores econômicos no
Brasil, em ordem decrescente de impacto. A mesma tabela mostra ainda
a média deste impacto globalmente e a posição que o Brasil ocupa
entre os países menos impactos (quanto menor o valor no ranking de 1 a
44, menor o impacto em comparação aos demais países).

Dentre os setores de alta emissão global, o Brasil se destaca


positivamente no setor D35 (eletricidade), C19 (produtos refinados de
petróleo), C20 (produtos químicos), B (mineração), C21 (produtos
farmacêuticos) e A03 (pesca e aquicultura). Isso significa que esses são
setores que tendem a se beneficiar no caso da adoção de instrumentos
de taxação global de emissões de CO2e.

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Código Setores BRA Mundo #BRA


H51 Air transport 2.08 1.25 37
C24 Manufacture of basic metals 1.88 1.15 38
C23 Manufacture of other non-metallic mineral products 1.76 1.83 27
D35 Electricity, gas, steam and air conditioning supply 1.68 3.11 18
H50 Water transport 1.42 1.49 29
C19 Manufacture of coke and refined petroleum products 0.61 1.61 12
H49 Land transport and transport via pipelines 0.57 0.61 20
Manufacture of fabricated metal products, except
C25 0.56 0.54 28
machinery and equipment
C20 Manufacture of chemicals and chemical products 0.52 0.88 11
C27 Manufacture of electrical equipment 0.50 0.44 32
C17 Manufacture of paper and paper products 0.45 0.62 14
Crop and animal production, hunting and related
A01 0.39 0.38 28
service activities
C22 Manufacture of rubber and plastic products 0.39 0.58 20
F Construction 0.38 0.43 26
Manufacture of motor vehicles, trailers and
C29 0.37 0.40 26
semi-trailers
C28 Manufacture of machinery and equipment n.e.c. 0.37 0.43 22
C30 Manufacture of other transport equipment 0.30 0.36 22
Manufacture of food products, beverages and
C10-C12 0.29 0.35 15
tobacco products
B Mining and quarrying 0.29 1.24 4
R_S Other service activities 0.29 0.25 34
C31_C32 Manufacture of furniture other manufacturing 0.28 0.42 17
Manufacture of wood and of products of wood and
C16 cork, except furniture, manufacture of articles of 0.27 0.40 12
straw and plaiting materials
Manufacture of computer, electronic and optical
C26 0.26 0.34 23
products
H52 Warehousing and support activities for transportation 0.26 0.32 20
Manufacture of textiles, wearing apparel and leather
C13-C15 0.25 0.37 12
products
C18 Printing and reproduction of recorded media 0.24 0.34 12
A02 Forestry and logging 0.23 0.26 25
E36 Water collection, treatment and supply 0.20 0.42 15
I Accommodation and food service activities 0.18 0.26 18

Wholesale and retail trade and repair of motor


G45 0.16 0.22 20
vehicles and motorcycles

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Código Setores BRA Mundo #BRA


Manufacture of basic pharmaceutical products and
C21 0.16 5.88 10
pharmaceutical preparations
A03 Fishing and aquaculture 0.15 53.90 6
Retail trade, except of motor vehicles and
G47 0.15 0.18 18
motorcycles
Wholesale trade, except of motor vehicles and
G46 0.15 0.20 15
motorcycles
N Administrative and support service activities 0.13 0.21 13
J58 Publishing activities 0.13 0.83 18
M72 Scientific research and development 0.12 0.20 21
Q Human health and social work activities 0.11 0.20 17
J61 Telecommunications 0.11 0.15 18
Architectural and engineering activities; technical
M71 0.11 0.85 23
testing and analysis
P85 Education 0.11 0.14 23
Motion picture, video and television programme
J59_J60 production, sound recording and music publishing 0.11 1.15 18
activities; programming and broadcasting activities
Computer programming, consultancy and related
J62_J63 0.09 0.13 12
activities; information service activities
M69_M7 Legal and accounting activities; activities of head
0.08 1.52 18
0 offices, management consultancy activities
Public administration and defense; compulsory social
O84 0.08 0.16 9
security
Financial service activities, except insurance and
K64 0.07 0.09 16
pension funding
L68 Real estate activities 0.02 0.11 6

A análise da MIP mundo pode ser aprofundada em muitas direções. No


exercício rodado no Colab medimos também o tamanho de cada setor
em cada país para mostrar a posição de cada setor do Brasil no ranking
de valor global, bem como a participação brasileira em exportações e a
parcela de importação presente em cada setor de nossa economia local
(comparada à média de importação mundial). Esses indicadores
fornecem balizas para avaliar a exposição de cada setor tanto à
importação de insumos quanto à exportação, bem como permitem
visualizar o grau de integração da economia brasileira à economia
global.

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Código Setores #Valor ImpBRA ImpMundo ExpBRA


H51 Air transport 11 15.67% 30.07% 6.02%
Manufacture of basic
C24 9 15.24% 43.31% 21.28%
metals
Manufacture of other
C23 non-metallic mineral 7 12.36% 30.37% 9.10%
products
Electricity, gas, steam
D35 and air conditioning 11 8.33% 29.95% 13.86%
supply
H50 Water transport 17 11.69% 28.97% 13.84%
Manufacture of coke
C19 and refined petroleum 6 19.68% 53.28% 11.57%
products
Land transport and
H49 6 11.11% 23.29% 3.02%
transport via pipelines
Manufacture of
fabricated metal
C25 products, except 10 13.30% 38.68% 11.21%
machinery and
equipment
Manufacture of
C20 chemicals and 7 19.14% 43.94% 7.20%
chemical products
Manufacture of
C27 8 16.36% 46.89% 9.53%
electrical equipment
Manufacture of paper
C17 5 11.65% 33.90% 10.54%
and paper products
Crop and animal
production, hunting
A01 4 17.62% 24.17% 6.11%
and related service
activities
Manufacture of rubber
C22 7 18.18% 44.20% 6.35%
and plastic products
F Construction 9 10.08% 23.50% 4.25%
Manufacture of motor
C29 vehicles, trailers and 7 15.64% 46.22% 5.42%
semi-trailers
Manufacture of
C28 machinery and 8 19.02% 42.86% 7.41%
equipment n.e.c.
Manufacture of other
C30 12 34.17% 42.81% 9.24%
transport equipment

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Código Setores #Valor ImpBRA ImpMundo ExpBRA


Manufacture of food
C10-C1
products, beverages 5 4.82% 20.18% 13.11%
2
and tobacco products
B Mining and quarrying 7 16.59% 31.25% 8.47%
R_S Other service activities 8 14.18% 17.37% 2.43%
Manufacture of
C31_C3
furniture other 5 19.91% 35.74% 3.34%
2
manufacturing
Manufacture of wood
and of products of
wood and cork, except
C16 13 8.16% 26.39% 10.37%
furniture, manufacture
of articles of straw and
plaiting materials
Manufacture of
C26 computer, electronic 11 36.82% 52.21% 5.70%
and optical products
Warehousing and
H52 support activities for 11 9.05% 17.53% 2.61%
transportation
Manufacture of textiles,
C13-C15 wearing apparel and 7 13.94% 41.68% 10.54%
leather products
Printing and
C18 reproduction of 12 13.44% 31.07% 11.38%
recorded media
A02 Forestry and logging 6 8.85% 23.69% 5.17%
Water collection,
E36 3 10.99% 22.31% 0.79%
treatment and supply
Accommodation and
I 9 5.08% 15.63% 6.83%
food service activities
Wholesale and retail
trade and repair of
G45 6 11.81% 26.72% 0.82%
motor vehicles and
motorcycles
Manufacture of basic
pharmaceutical
C21 products and 11 13.19% 35.21% 10.32%
pharmaceutical
preparations
Fishing and
A03 9 8.85% 27.86% 15.60%
aquaculture

Retail trade, except of


G47 motor vehicles and 6 5.98% 15.40% 0.81%
motorcycles

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Código Setores #Valor ImpBRA ImpMundo ExpBRA


Wholesale trade, except
G46 of motor vehicles and 10 5.98% 18.86% 2.25%
motorcycles
Administrative and
N support service 8 10.50% 19.19% 1.26%
activities
J58 Publishing activities 12 8.02% 21.32% 2.53%
Scientific research and
M72 6 3.61% 26.50% 1.08%
development
Human health and
Q 9 0.20% 23.02% 1.93%
social work activities
J61 Telecommunications 7 5.73% 20.27% 0.94%
Architectural and
engineering activities;
M71 8 14.09% 21.12% 4.86%
technical testing and
analysis
P85 Education 7 8.99% 16.92% 1.04%
Motion picture, video
and television
programme
J59_J6 production, sound
8 7.39% 18.72% 0.87%
0 recording and music
publishing activities;
programming and
broadcasting activities
Computer
programming,
J62_J6
consultancy and related 12 13.35% 24.55% 1.76%
3
activities; information
service activities
Legal and accounting
activities; activities of
M69_M
head offices, 9 5.80% 17.62% 3.02%
70
management
consultancy activities
Public administration
and defence;
O84 5 7.14% 16.86% 1.19%
compulsory social
security
Financial service
activities, except
K64 5 4.75% 14.44% 0.55%
insurance and pension
funding
L68 Real estate activities 10 5.30% 12.11% 0.38%

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CONFIDENCIAL E PRIVILEGIADO

Vale, finalmente, traçar algumas observações sobre a comparabilidade


entre os resultados obtidos pela MIP Brasil e pela MIP Mundo. As
diferenças observadas se devem a pelo menos quatro fatores:

1. As estimativas se referem a anos diferentes (2019 para MIP Brasil e


2014 para MIP Mundo);
2. O recorte setorial é distinto e não temos todos os detalhes sobre o
processo de harmonização utilizado para a elaboração da MIP
Mundo.
3. A MIP mundo incorpora mais informações para o cálculo do impacto.
Na MIP Brasil todos os insumos importados não são considerados
para o cálculo de emissões e, portanto, do impacto.
4. A fonte de dados para a elaboração do vetor de emissões utilizado
com a MIP Brasil é o Inventário Nacional de Emissões de Carbono.
Para a MIP Mundo, os dados foram compilados pela União Europeia,
possivelmente lançando mão de critérios próprios de agregação.

Em que pese as diferenças quantitativas observadas, há convergência


quanto aos setores mais expostos, com a ressalva de que alguns setores,
mesmo que localmente impactados, podem se beneficiar de uma
posição vantajosa em comparação ao resto do mundo, e vice-versa.

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CONFIDENCIAL E PRIVILEGIADO

CONCLUSÕES

Este estudo foi capaz de produzir um retrato detalhado e, até onde


sabemos, inédito, dos efeitos que a adoção de instrumentos de taxação
de emissões de carbono, local e globalmente, teriam sobre a economia
brasileira. Respectivamente foram simuladas situações com taxação
horizontal de R$ 50,00 e U$ 10,00 por tonelada de CO2e emitida,
considerando os impactos diretos e indiretos medidos via matrizes de
insumos-produtos.

Conforme o esperado, alguns setores da economia brasileira se mostram


mais expostos aos impactos da taxação de carbono do que outros.
Especial atenção deve ser dada aos setores ligados ao agronegócio e à
extração e posterior industrialização de matérias primas minerais e
fósseis, ao setor de transportes e à indústria cimenteira, todos candidatos
a sofrer as maiores pressões de custos. Essa pressão pode tanto se
traduzir em perda de competitividade como em movimentos de
transição tecnológica que vão requerer expertise e financiamento.

Em especial, o aumento previsto nos custos dos produtos de


alimentação e nos transportes tem o potencial de afetar diretamente o
custo de vida da população. Estimamos que a taxação interna de R$
50,00 por tCO2e representaria um aumento de 1,62% no preço da cesta
típica de consumo.

A análise da inserção brasileira nas cadeias globais de emissão permitiu


identificar setores que apresentam vantagens (ou desvantagens)
comparativas com relação ao restante do mundo, permitindo antever
ganhos (ou perdas) competitivas no caso da adoção de taxações de
carbono no comércio internacional. Entre os setores que podem ganhar,
destacam-se a mineração, a eletricidade e o refino de petróleo. Já entre
os perdedores, pode-se listar o transporte aéreo, a siderurgia e setores
do agronegócio.

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CONFIDENCIAL E PRIVILEGIADO

TAXAÇÃO DE CARBONO (10/2023)

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